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Trabalho de Comunicação

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FATEC – FACULDADE DE TECNOLOGIA
SENAI ITÁLO BOLOGNA 
CURSO DE ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
ANGRA DOS SANTOS MENDES
DIEGO PEREIRA VIDAL
JHULY ENE PIRES DA SILVA
VALDEIR DE QUEIROZ SILVA JÚNIOR
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA.
Vícios.
TRINDADE - GO
2018.
FATEC – FACULDADE DE TECNOLOGIA
SENAI ITÁLO BOLOGNA 
CURSO DE ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
ANGRA DOS SANTOS MENDES
DIEGO PEREIRA VIDAL
JHULY ENE PIRES DA SILVA
VALDEIR DE QUEIROZ SILVA JÚNIOR
 
Vícios.
 
Trabalho apresentado à disciplina de Comunicação Oral e Escrita, ao curso de Assistente Administrativo da Faculdade de Tecnologia – FATEC, ministrado pela professora Maria Zélia Mariano, como requisito de avaliação.
TRINDADE - GO
2018.
O que é vício?
Propomos uma melhor compreensão do que é este hábito repetitivo degenerativo chamado de vício, para isolar dúvidas, preconceitos ou julgamentos sobre pessoas que sofrem deste mal.
A palavra “vício” é derivada de um termo em latim para “escravizado por” ou “vinculado.” Qualquer pessoa que tenha lutado para superar um vício ou tentou ajudar alguém a fazê-lo, entende o porquê.
O vício exerce uma influência muito poderosa no cérebro e se manifesta de três maneiras distintas:
· Desejo para o objeto do vício;
· Perda de controle sobre seu uso;
· Envolvimento contínuo com ele, apesar das consequências adversas já conhecidas pela pessoa viciada.
Por muitos anos, especialistas acreditavam que apenas álcool e drogas poderosas poderiam causar dependência. Tecnologias de neuro-imagem e pesquisas mais recentes, no entanto, têm mostrado que outras atividades, tais como jogos, compras e sexo, também podem resultar em vício.
É importante saber que ninguém inicia uma atividade ciente do risco de ser dependente, mas poderá acabar nesta armadilha inesperadamente.
Na década de 30, pesquisadores acreditavam que as pessoas que desenvolveram vícios eram moralmente inaptas ou fracas de autocontrole, porém hoje a dependência é reconhecida como uma doença crônica, que altera a estrutura e a função cerebral.
Assim como algumas doenças causam danos ao coração e a diabetes prejudica o pâncreas, a dependência afeta o cérebro.
Isso acontece quando o cérebro passa por uma série de mudanças iniciadas pela ilusão do prazer e direcionadas a um comportamento severamente compulsivo.
Definição e Origem Histórica do Vício
Os primeiros relatos de vício como algo danoso vêm do Oriente e datam do século XVI, em livros sobre o uso de ópio. Neles, havia uma vaga concepção de “perda de controle voluntário do hábito”, que mais tarde no Ocidente seria chamada de “abuso”. A ideia de vício como doença é construção do século 19. Antes disso, não existia uma entidade médica que o designasse. Ficar de porre todos os dias, por exemplo, não era visto como enfermidade. No máximo o bebum era alguém mau-caráter ou a quem faltava autocontrole, mas não existia uma palavra para a compulsão pela bebida. Nem por qualquer outra coisa.
O alcoólatra só veio ser chamado assim em 1804, quando Thomas Trotter publicou o Essay Medical, Philosophical and Chemical on Drunkeness, que chamou a atenção mundial para a condição patológica à qual o viciado estava submetido. Pouco tempo depois, houve uma confluência política, cultural e social que fez do vício o que conhecemos hoje: uma condição primária, crônica, com fatores genéticos, psicológicos e ambientais, caracterizada por comportamentos que incluem falta de controle e busca compulsiva e continuada (apesar de danos visíveis) pelo prazer momentâneo; hábito que fere o viciado ou os que com ele convive, a perda do controle sobre o próprio comportamento.
Tipos de Vícios
Existem basicamente três categorias de vícios diferentes. Estes incluem vícios genéticos, comportamentais e dependência de substâncias. 
Predisposição Genética
Predisposição genética é um aspecto interessante para determinar o risco de desenvolver doença em um indivíduo, também chamada de susceptibilidade genética, é definido como o efeito do gene que influencia a expressão fenotípica de um indivíduo, incluindo a suscetibilidade a determinadas doenças e distúrbios. 
A literatura científica neste campo é baseada em pesquisas que sugerem fatores genéticos como um dos aspectos de risco para o vício - o histórico familiar de dependência é um elemento a ser considerado. Além disso, é sugerido que problemas emocionais da infância, como problemas de relação com pais ou abusos físicos, também determinam um fator de risco.
“Algumas pessoas parecem ser mais propensas a sofrer essas mudanças no cérebro, que podem ser duradouras ou até permanentes”, afirma a Dra. Nora Volkow, diretora do instituto nacional sobre o abuso de drogas (NIDA). “É por isso que as pessoas que lutam contra o vício merecem nosso apoio e compaixão, em vez da desconfiança e exclusão que nossa sociedade muitas vezes fornece”, afirma.
Como já sabemos, a composição genética é diretamente responsável pelos atributos físicos de um organismo. Contrariamente a este efeito genotípico, a afetação da predisposição genética pode ser alterada ou modificada no que diz respeito aos fatores ambientais. Ao contrário a essa predisposição ambiental, refere-se a influenciar o fenótipo por condições externas. Na ciência médica, a predisposição genética é avaliada para correlacionar a possibilidade de desenvolvimento de doenças em um indivíduo e disposição dos genes para os problemas de saúde particular.
Sugere-se que cerca de 20 por cento dos casos de alcoolismo são causados devido à predisposição genética ao alcoolismo. Mantê-lo em termos estatísticos, os filhos dos tóxico-dependentes são oito vezes mais propensos a se tornarem dependentes do que outros.
Algumas pessoas apresentam um tipo de predisposição genética neuronal, crianças e adolescentes, por exemplo, possuem um risco maior de desenvolver um distúrbio, pois na fase do crescimento os mecanismos neurológicos ligados ao centro de recompensa do cérebro ainda estão sendo desenvolvido, o que pode aumentar a dificuldade de controlar ou recusar os estímulos prazerosos. 
Vícios em substâncias Químicas
De forma genérica, entende-se que o transtorno pelo vício em substâncias se aplica a todas aquelas substâncias que, introduzidas no organismo, afetam ou alteram o estado de humor e o comportamento. Entre elas, podemos encontrar drogas legais como o álcool ou o tabaco, ou substâncias ilegais como a maconha, cocaína, LSD.
Hoje em dia temos dados impactantes sobre a prevalência do consumo de substâncias psicoativas. Acima dos 15 anos, 91% da população já consumiu álcool, e 64% consumiu tabaco. É ainda mais preocupante se observarmos o consumo de substâncias entre os 14 e os 18 anos: 66% consumiram álcool no último mês, e 37% consumiram tabaco.
Vícios Comportamentais
Vício comportamental, podendo também ser chamado de vício suave, é uma forma de vício que não é causada pelo uso de drogas. Consiste numa compulsão causada pelo empenho repetitivo em uma ação até o ponto de esta causar consequências negativas para o indivíduo fisicamente, mentalmente, socialmente, e/ou no seu bem estar financeiro. A persistência do comportamento apesar dessas consequências, pode ser um sinal de vício. A condição frequentemente referida como vício comportamental não está inclusa no novo DSM-5 (Dicionário de Saúde Mental 5.ª edição) porque, de acordo com os autores "[...] não há evidências suficientemente embasadas para estabelecer os critérios de diagnóstico, e as atuais descrições precisam identificar esses comportamentos como desordens mentais." Entretanto, pesquisas em neurociência do vício têm demonstrado que delta-FosB é o precursor crítico de vícios comportamentais e vícios em drogas, e que vícios comportamentais derivam da mesma adaptação cerebral que induz ao vício em drogas.
Há um desacordo sobre a natureza exata dos vícios comportamentais ou das dependências. Entretanto, o modelo biopsicossocial é geralmente aceito nos campos científicos como o modelo de vício mais compreensível.Historicamente, vício tem sido definido, unicamente, como o uso de substâncias psicoativas (por exemplo, álcool, tabaco e outras drogas) as quais, uma vez digeridas, atravessam a barreira hemato-encefálica, temporariamente alterando a natureza química do cérebro. Contudo, “estudos em fenomenologia, história familiar, e resposta ao tratamento sugerem que, transtorno explosivo intermitente, cleptomania, jogo patológico, piromania, e tricotilomania podem ser relacionados com transtornos de humor, abuso de álcool e substâncias psicoativas e transtornos de ansiedade (especialmente transtorno obsessivo-compulsivo).”
No caso do jogo patológico, por exemplo, a Associação Americana de Psiquiatria tem previamente classificado como um transtorno de controle impulsivo e não como um vício. Entretanto, na quinta seção, inclui ele como um vício, e não como transtorno de controle impulsivo.
Vício moral
Segundo Allan Kardec, todas as misérias morais da Humanidade têm origem em dois vícios capitais: O Orgulho e o Egoísmo. Lembra o codificador do Espiritismo, que esses defeitos estão na base de todos os vícios morais da criatura. O ciúme, a inveja, a vaidade, a cupidez, o personalismo são, em última instância, filhos do Egoísmo ou do Orgulho.
Kardec define o Egoísmo como sendo "O interesse pessoal exacerbado"; é aquela condição que leva o indivíduo a pensar em si mesmo, nos seus interesses, nos seus prazeres, preterindo todas as outras pessoas.
Segundo o dicionário, egoísta "é aquele que tem um amor exclusivo ou preponderante a sua pessoa ou aos seus interesses". O orgulho, por sua vez, é definido como sendo ”o conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo, consiste no estado de exaltação da personalidade que leva o homem a considerar-se acima dos outros”. A importância que o indivíduo atribui a si mesmo faz com que ele se julgue com direitos superiores.
Vício Social
Já os vícios sociais consubstanciam-se em atos contrários à boa fé ou à lei, prejudicando terceiro. São vícios da vontade: 
· O erro: ninguém induz o sujeito a erro, é ele quem tem na realidade uma noção falsa sobre determinado objeto. Esta falsa noção é o que chamamos de ignorância, ou seja, o completo desconhecimento acerca de determinado objeto. Ele é dividido em: acidental, essencial ou substancial. 
· O dolo: é o meio empregado para enganar alguém. Ocorre dolo quando o sujeito é induzido por outra pessoa ao erro.
· A coação: é o constrangimento a uma determinada pessoa, feita por meio de ameaça com intuito de que ela pratique um negócio jurídico contra sua vontade. 
· O estado de perigo: é quando alguém, premido de necessidade de se salvar ou a outra pessoa de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
· E a lesão: ocorre quando determinada pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestadamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Caracteriza-se por um abuso praticado em situação de desigualdade, evidenciando-se um aproveitamento indevido na celebração de um negócio jurídico.
Alguns fatores que influência na ocorrência de vícios sociais, como por exemplo, a fraude contra credores e a simulação, a partir da situação econômica e de referências de amigos, familiares e até mesmo propagandas ou ídolos, estabelece um referencial de como lidar com dificuldades, encontrar prazer ou ser bem-sucedida, que levam as pessoas a cada vez mais buscar essas referências a qualquer custo tentando inserir-se no meio social.
Dependência Virtual
Em janeiro de 2018 foi anunciado que o transtorno de vício em games seria incorporado como doença pelo 11º Catálogo Internacional de Doenças. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou sua nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.
Dependência Virtual é um tipo de vicio comportamental em que as pessoas deixam de fazer suas atividades do dia-a-dia, para dar sua total atenção ao um ambiente virtual que se torna muito convidativo, pois têm características como um espaço de liberdade, em que se pode realizar desejos que nem sempre são possíveis na vida real, como: criar personagens com características desejadas, e além disso, ter a possibilidade de manter sua identidade no anonimato, gerando assim, uma sensação de segurança por não se sentir julgado diretamente. 
 A internet e os jogos, neste caso, funcionam como uma fuga da realidade em busca de segurança, prazer e estabelecimento de laços. Outro ponto é o fato de os jogos serem altamente recompensadores. Ao atingir objetivos, a pessoa recebe reforço positivo, o que pode ajudar a mantê-la jogando. Atualmente o tipo de jogo considerado mais “viciante” é o jogo online, pelo fato de não existir a possibilidade de interromper o jogo, pois ele acontece em tempo real para vários jogadores ao mesmo tempo. Diferentemente do jogo off-line, onde as partidas são particulares e o jogador joga sozinho no próprio tempo e sem a interação de outros jogadores. 
 
Sintomas
O principal sintoma do vício em games é a priorização do jogo, pela qual impede que a pessoa queira realizar outras atividades, por exemplo: a higiene pessoal, alimentação, trabalho, estudos, vida social etc.
Mesmo sabendo de todas as consequências negativas proporcionadas pela jogatina excessiva, ela não consegue sair da frente da plataforma.
Isso proporciona que o viciado em questão afete a sua relação familiar e com os amigos, é muito comum que jogadores com vício tornem-se agressivos quando confrontados em relação ao problema e isso pode ter diversos impactos nas relações.
Complicações
A falta de um tratamento adequado pode trazer uma série de complicações para a vida do paciente que tem de conviver com o vício em jogos eletrônicos.
Existem diversas complicações sociais, físicas e psicológicas que podem ser sentidas na pele de quem não busca o tratamento adequado:
· Transtorno de ansiedade
Ao ficar longe do videogame, o paciente pode começar a se sentir mais ansioso. Se essa ansiedade não for controlada direito e o paciente não aprender a lidar com ela, é possível que isso se desenvolva para algo mais sério a ponto de ser necessário iniciar um tratamento medicamentoso.
· Depressão
Por não sair de casa e ter suas relações pessoais comprometidas pelo hábito vicioso, o paciente pode desenvolver depressão e, nesses casos, também vai ser necessário o acompanhamento psiquiátrico e o uso de medicação controlada.
· Sedentarismo
Ao passar a maior parte do dia jogando, o paciente pode deixar de lado as atividades físicas e desenvolver comportamento sedentário.
· Dores no pescoço e coluna
Por ficar muito tempo na mesma posição em frente ao computador ou televisão, o paciente pode desenvolver dores no corpo.
· Lesões nas mãos e braços
O esforço repetitivo dessas partes do corpo pode acarretar no surgimento de lesões. E até o desenvolvimento de doenças como é o caso da LER.
· Má-nutrição
Muitos pacientes que têm de conviver com o vício em jogos podem acabar se alimentando mal e desenvolver problemas nutricionais.
Processo de aprendizagem	
Os cientistas acreditavam que a experiência do prazer, por si só, era suficiente para levar as pessoas a continuar a busca por substância ou atividade viciante. Mas, a pesquisa mais recente sugere que a situação seja uma pouco mais complicada.
A dopamina não só contribui para a experiência do prazer, mas também desempenha um papel na aprendizagem e na memória: dois elementos-chave na transição de apreciação ao vício.
De acordo com a teoria atual sobre a dependência, a dopamina interage com outro neurotransmissor, o glutamato, para assumir o sistema de aprendizagem relacionado com a recompensa do cérebro. Este sistema tem um papel importante na manutenção da vida, pois une atividades necessárias para a sobrevivência humana com prazer e recompensa.
O circuito de recompensa do cérebro inclui áreas envolvidas com motivação e memória, bem como com prazer. Substâncias e comportamentos viciantes estimulam o mesmo circuito e são capazes de sobrecarregá-lo.
O uso repetidode uma substância ou comportamento viciante faz com que as células nervosas no núcleo accumbens e córtex pré-frontal (a área do cérebro envolvida no planejamento e execução de tarefas) comuniquem-se de uma maneira em que ambos passam a querer algo que gostaram e, por sua vez, nos conduz a ir atrás disto. Ou seja, este processo nos motiva a agir em busca da fonte de prazer.
Princípio do prazer	
Em artigo publicado na plataforma de debate científico The Conversation, o neurocientista Mike Robinson descreveu como ocorre este complexo processo que envolve ativação de determinadas áreas cerebrais e liberação de neurotransmissores.
“Nós deveríamos reformular a maneira como pensamos sobre o vício. A falta de compreensão do que prevê risco de dependência significa que poderia facilmente ter afetado você ou eu”, afirma o cientista. “O indivíduo que sofre de dependência não carece de força de vontade para abandonar drogas, o vício simplesmente cria um desejo que muitas vezes é mais forte do que qualquer pessoa poderia superar sozinha”, conclui.
O sistema límbico é uma área do cérebro dos mamíferos responsável pelo controle das emoções e dos comportamentos sociais. 
Ele foi muito importante para o desenvolvimento da espécie humana, pois funciona como uma espécie de “centro de recompensa”. Esse sistema foi muito importante também para o desenvolvimento dos mamíferos, pois ajuda os animais, a saber, que ações ou não tomar, quais comportamentos eles deve repetir.
O cérebro registra todos os prazeres da mesma forma, tanto se originar de uma droga psicoativa, quanto de uma recompensa monetária, de um encontro sexual ou uma refeição preferida.
Quando jogamos, por exemplo, passamos por situações estressantes, temos que usar a habilidade e o raciocínio lógico para solucionar os problemas que os jogos nos colocam, quando ganhamos, nosso sistema límbico nos dá essa sensação de recompensa também. Por questões genéticas ou ambientais, começam a apresentar uma desregulação no sistema límbico, fazendo com que esse sistema de recompensa cause uma maior liberação de dopamina no organismo, o hábito de jogar é recompensado pelo cérebro e, quanto mais a pessoa joga, melhor ela vai se sentir, fazendo com que ela desenvolva problemas como o vício.
Durante a década de 1980, diversas pesquisas convergiram em um resultado surpreendente à época, o de que no cérebro, o prazer tem uma assinatura distinta: a liberação do neurotransmissor dopamina no núcleo accumbens (parte do cérebro ativada quando as pessoas recebem recompensas), um aglomerado de células nervosas que se localizam abaixo do córtex cerebral. Todo abuso de drogas, pode causar um aumento particularmente poderoso de dopamina no núcleo accumbens.
Suspeitava-se que a dopamina era o neurotransmissor responsável pela ativação das regiões neurais que determinam sensações de prazer, por isso, os neurocientistas se referem à região como centro de prazer cerebral. Hoje, sabe-se que não é a dopamina que impulsiona o “gostar” de algo, mas ela tem papel fundamental nisso.
A probabilidade de que a utilização de uma droga ou participação em uma atividade compensadora provocarão a dependência está diretamente relacionada com a velocidade com que ela promove a liberação da dopamina e sua intensidade.
Imagem 1: Ilustração de áreas do cérebro envolvidas na relação vício-cérebro.
Um mesmo medicamento administrado de diferentes formas pode influenciar na capacidade de levar o indivíduo ao vício. Fumar uma substância ou injetá-lo por via intravenosa, em vez de engolir um comprimido, por exemplo, produz, geralmente, uma acelerada liberação de dopamina, o que deixa o paciente mais suscetível ao vício da droga.
Drogas que causam dependência fornecem um atalho para o sistema de recompensa do cérebro, inundando o núcleo de dopamina. O hipocampo estabelece memórias desta rápida sensação de satisfação, e a amígdala cria uma resposta condicionada a determinados estímulos.
Amígdala também influencia vício
A região da amígdala é a responsável pela regulação do medo e das emoções. Em uma pesquisa realizada por ele mesmo, Robinson identificou que quando essa área é ativada, os ratos se tornaram mais propensos a mostrar comportamentos aditivos: estreitamento de foco na droga, aumento rápido de ingestão e comportamento compulsivo.
Ele conclui que isso pode, nos seres humanos, estar relacionado à decisão de escolhas arriscadas diante de desejos excessivos.
Desenvolvimento de tolerância	
Ao longo do tempo, o cérebro se adapta às situações fazendo com que a substância ou a atividade procurada se torne menos agradável.
De maneira natural, as recompensas geralmente só vem com o tempo e esforço.
Como dito anteriormente, drogas e comportamentos viciantes fornecem um atalho para essa sensação, inundando o cérebro com dopamina e outros neurotransmissores. Nosso cérebro não consegue resistir facilmente a este impulso.
Drogas que causam dependência, por exemplo, podem liberar de duas a dez vezes mais a quantidade de dopamina que as recompensas naturais, e fazem isso mais rapidamente e de forma mais consistente.
Em uma pessoa na direção do vício, os receptores cerebrais ficam sobrecarregados. O cérebro responde produzindo menos dopamina ou eliminando os receptores de dopamina – uma adaptação semelhante a baixar o volume de um alto-falante quando o som está excessivamente alto.
Como resultado destas adaptações, a dopamina passa a ter menos impacto no centro de recompensa do cérebro.
As pessoas que desenvolvem um vício acreditam que com o tempo, aquela substância já não lhes oferece mais tanto prazer. Elas precisam de doses maiores ou de substâncias mais fortes para obter a mesma quantidade alta de dopamina, pois seus cérebros já estão adaptados àquelas substâncias – o nome dado à tolerância.
Compulsão assumida	
O processo de controle da compulsão assumida inclui o hipocampo e as amígdalas armazenarem informações sobre os fatores ambientais associados à substância desejada, de modo que possa ser rapidamente localizada. Estas memórias ajudam a criar uma resposta condicional – desejo intenso – sempre que a pessoa encontra estes estímulos ambientais.
Os desejos podem contribuir não só para o vício, mas também para uma recaída depois de uma sobriedade duramente conquistada.
Uma pessoa viciada em heroína pode se encontrar em perigo de recaída quando vê uma agulha hipodérmica, por exemplo, enquanto outra pessoa pode começar a beber novamente depois de ver uma garrafa de whisky.
Aprendizagem condicionada ajuda a explicar por que as pessoas recaem ao vício, mesmo depois de anos de abstinência.
Determinismo e Livre-arbítrio 
Em meados do século XIX explodiram algumas teorias cientificistas as quais influenciaram a literatura naturalista que surgia na época, entre essas correntes queremos citar o Determinismo, que nada mais é do que a ideia de que o homem é um produto do grupo ao qual está inserido. Durkheim, no seu texto "Que é fato social?", tem como foco de estudo a coesão da sociedade como um todo. O autor afirma que o indivíduo não pode, nem consegue, explicar a sociedade, uma vez que a sociedade que explica o indivíduo. É possível notar nessa frase um pouco de determinismo, pois pode interpretar-se que o meio no qual vive o indivíduo o define como ser.
Neste contexto queremos inserir a influência da sociedade no vício. Em Bauru entre os anos de 2007 e 2009 foi realizada uma pesquisa pelo Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, com 112 jovens, de 12 a 18 anos, que são atendidos na instituição. A pesquisa aponta que 40% dos jovens atendidos nem sequer ingressaram na adolescência, iniciando o uso de drogas entre os 7 e os 11 anos.
Dos entrevistados pelo Cratod, 2% possuem apenas 7 anos, 4% têm 8 anos, 9% estão com 10 anos e 15% têm 11 anos. Pelo menos 33% dos jovens usuários com 11 anos disseram estar fora da escola e 91% dos estudantes do último ano do ensino médio apresentaram defasagem escolar. Do total de entrevistados, 57% afirmaram ter sido otabaco a primeira droga a ser consumida. Ainda segundo o levantamento, a maconha aparece em segundo lugar na escolha dos adolescentes com 51%; em seguida o álcool, com 38%; os inalantes, com 18%; a cocaína, com 17%; e, por último, o crack, com 10%. 
O estudo mostra uma tendência dos jovens a optarem primeiramente pelas drogas consideras lícitas, fato explicado pela maior facilidade de acesso. Normalmente, o primeiro contato ocorre dentro da própria casa, por meio de familiares ou amigos próximos.
O que queremos instigar com isso é a reflexão de que o jovem, ainda em fase de formação de personalidade e com o desejo intrínseco de pertencer a um grupo social e de ser aceito se coloca a mercê dos vícios. 
Mas há quem defenda também o livre-arbítrio, o não aceitar, o manter-se longe do perigo. Segundo Max Weber o determinismo não existiria, pois, o indivíduo se encontra acima da sociedade, e suas ações sociais é que a definem. Weber acreditava que o indivíduo ao longo de sua formação de caráter escolhe as esferas sociais que irão atuar em sua vida, tais como, política, educação ou violência, por exemplo. Mas o que acontece se antes que o indivíduo se defina na sociedade este conheça o vício, infelizmente se Weber está certo, isso acarretaria uma série de desastres que levariam a sociedade cada vez mais próxima do caos. Será que é esse o nosso futuro?
As drogas mais usadas no país
Comparações entre dois Levantamentos Domiciliares (2001 e 2005)
Em uma pesquisa realizada em 2005, 22,8% da população pesquisada já zeram uso na vida de drogas, exceto tabaco e álcool, correspondendo a 10.746.991 pessoas. Em 2001 os achados foram, respectivamente, 19,4% (9.109.000 pessoas). Em pesquisa semelhante realizada nos EUA, em 2004, essa porcentagem atingiu 45,4% da população.
A estimativa de dependentes de álcool em 2005 foi de 12,3% e de tabaco 10,1%, o que corresponde a populações de 5.799.005 e 4.760.635 de pessoas, respectivamente; houve um aumento de 1,1%, quando as porcentagens de 2001 e 2005 são comparadas, tanto para álcool como para tabaco.
O uso na vida de maconha em 2005 aparece em primeiro lugar entre as drogas ilícitas, com 8,8% dos entrevistados, um aumento de 1,9% em relação a 2001. Comparando-se o resultado de 2005 com o de outros estudos, pode-se verificar que ele é menor do que de outros países como EUA (40,2%), Reino Unido (30,8%), Dinamarca (24,3%), Espanha (22,2%) e Chile (22,4%), porém superior à Bélgica (5,8%) e à Colômbia (5,4%).
Em segundo lugar, as drogas com maior uso na vida (exceto tabaco e álcool) foram os solventes (6,1%), havendo um aumento de 0,3% em relação a 2001. Porcentagens inferiores encontradas às nos EUA (9,5%) e superiores a países como Espanha (4,0%), Bélgica (3,0%) e Colômbia (1,4%).
Entre os medicamentos usados sem receita médica os benzodiazepínicos (ansiolíticos) tiveram uso na vida de 5,6%, 2,3% maior quando comparado a 2001 e porcentagem inferior à verificada nos EUA (8,3%).
Quanto aos estimulantes (medicamentos anorexígenos), o uso na vida foi de 3,2% em 2005, aumentando 1,7% em comparação a 2001, porcentagem próxima à de vários países como Holanda, Espanha, Alemanha e Suécia, mas muito inferior à dos EUA (6,6%). Vale dizer que foi esta a única categoria de drogas cujo aumento de 2001 para 2005 foi estatisticamente significativo.
Em relação à cocaína, 2,9% dos entrevistados declararam ter feito uso na vida. Em relação aos dados de 2001 (2,3%) houve, portanto, um aumento de 0,6% no número de pessoas utilizando esse derivado de coca.
Diminuiu o número de entrevistados de 2005 (1,9%) em relação aos de 2001 (2,0%), relatando o uso de xarope à base de codeína. O uso na vida de heroína em 2001 foi de 0,1%; em 2005 houve sete relatos, correspondendo a 0,09%. Esses dados são menores que os achados nos EUA (1,3%).
Segundo Pesquisa do Lenad
Ao menos 28 milhões de pessoas no Brasil têm algum familiar que é dependente químico, de acordo com o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado nesta terça-feira, 2013, na capital paulista.
É a maior pesquisa mundial sobre dependentes químicos, de acordo com Ronaldo Laranjeira, um dos coordenadores do estudo.
Entre 2012 e 2013, foram divulgados dados sobre consumo de maconha, cocaína e seus derivados, além da ingestão de bebidas alcoólicas por brasileiros. A partir desses resultados, os pesquisadores estimam que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de drogas, índice que representa mais de 8 milhões de pessoas.
Desta vez, o estudo tentou mapear quem são os usuários que estão em reabilitação e qual o perfil de suas famílias. A pesquisa também quis saber como elas são impactadas ao ter um ou mais integrantes usuários de drogas.
"Para cada dependente químico existem outras quatro pessoas afetadas", disse Laranjeira.
A análise foi feita entre junho de 2012 e julho de 2013 com 3.142 famílias de dependentes químicos em tratamento. Foi feito um questionamento com 115 perguntas para famílias que participaram desse levantamento. O estudo foi feito em comunidades terapêuticas, clínicas de reabilitação, grupos de mútua ajuda, como Al-Alanon e a Pastoral da Sobriedade.
As famílias foram ouvidas em 23 capitais de todas as regiões do Brasil. Segundo a organização, até então não existia no país nenhum estudo de âmbito nacional focado nelas.
De acordo com o estudo a maioria dos pacientes em tratamento para dependência química eram homens, com idade entre 12 e 82 anos. Desses, 26% tinham ensino superior incompleto ou completo. A média de idade dos usuários de drogas é de 31,8 anos.
Perfil dos usuários em tratamento
A maioria dos pacientes em tratamento (73%) era poliusuária, ou seja, consumia mais de uma droga. Em 68% dos casos, quem passava por reabilitação era consumidor de maconha, combinada com outras substâncias. O tempo médio de uso das substâncias foi de 13 anos, mas a família percebe apenas 8,8 anos de uso, em média.
A partir da descoberta da família, o tempo médio para a busca de ajuda após o conhecimento do consumo de álcool e/ou drogas foi de três anos, sendo dois anos para usuários de cocaína e/ou crack e 7,3 anos entre os dependentes de álcool Os familiares relataram ter o conhecimento do consumo de drogas pelo paciente por um tempo médio de 9 anos.
Mais de um terço (44%) relatou ter descoberto o uso devido a mudanças no comportamento do paciente.
O Lenad apontou que 58% dos casos de internação foram pagos pelo próprio familiar e o impacto do tratamento afetou 45,4% dos entrevistados. Em 9% dos casos houve cobertura de algum tipo de convênio. O uso de hospitais públicos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), foi citado por 6,5% das famílias de usuários em reabilitação.
Ainda segundo o estudo, 61,6% das famílias possuem outros familiares usuários de drogas. Desse total, 57,6% têm dependentes dentro do núcleo familiar. No entanto, os entrevistados desconsideram esse fator como de alto risco para uso de substâncias do paciente. Deste total, 46,8% acreditam que as más companhias influenciaram seu familiar ao uso de drogas. Já 26,1% culpam a baixa autoestima como responsável pela procura por entorpecentes.
Cocaína, maconha e álcool 
A Unifesp já divulgou outras três pesquisas relacionadas ao consumo de drogas no Brasil, uma relacionada ao consumo de cocaína e derivados, outra sobre maconha, e outra que analisou a ingestão de bebidas alcoólicas.
Em agosto de 2012, o Lenad divulgou que cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente no Brasil.
Em setembro de 2012, pesquisadores da universidade constataram que o Brasil era o segundo consumidor mundial de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com o levantamento, mais de 6 milhões de brasileiros já experimentaram cocaína ou derivados ao longo da vida. Desse montante, 2 milhões fumaram crack, óxi ou merla alguma vez.
Em abril deste ano, outro estudo apontou aumento de 20% na quantidade de pessoas que consomem álcool frequentemente. A pesquisa informouque 54% dos entrevistados alegaram consumir bebidas alcoólicas uma vez na semana ou mais – aumento proporcional de 20% em comparação ao Lenad de 2006.
O crescimento foi maior entre as mulheres: 39% das entrevistadas admitiam beber uma vez por semana ou mais (seis anos atrás este índice era de 29%). Outro dado importante mostrou que 27% dos homens que bebem com menos de 30 anos já se envolveram em brigas com agressão.
Quanto a Internet
Um levantamento realizado pela ATKearney, uma consultora de negócios, revelou um dado surpreendente: o Brasil é o país com o maior número de pessoas viciadas em internet no mundo. As informações são do Quartz.
De acordo com a pesquisa, pelo menos 71% dos entrevistados acessava a internet pelo menos uma vez por hora no Brasil. O levantamento também comprovou que 20% dos internautas do País afirmaram que usam a internet mais de 10 vezes por dia.
Além disso, 51% dos brasileiros diz que podem ser encontrados conectados o dia todo. Essa taxa é duas vezes maior que a média global, que é de 28%.
O que mais impressionou os pesquisadores é o fato da pesquisa ter provado que os brasileiros estão ainda mais conectados que moradores de países como Japão, Estados Unidos e China.
Outro ponto analisado durante a pesquisa é o que os internautas fazem enquanto estão conectados. O Brasil mais uma vez bate todos os outros países: 58% dos brasileiros passam a maior parte do tempo nas redes sociais, seguido de sites de entretenimento (25%) e, por fim, em sites de compras (9%). Além do Brasil, o país que mais passa tempo conectado em redes sociais é a Nigéria, com 57%.
Enquanto isso, em países mais desenvolvidos economicamente como Japão, Reino Unido e Alemanha, o tempo que os internautas passam em lojas de e-commerce é significativamente maior, com taxas acima de 20%, e o tempo navegando em redes sociais é menor.
Tratamento
Não existe nenhum tratamento cientificamente comprovado quanto a dependência virtual, porém, o mais indicado é que se faça uma adaptação do tratamento para o transtorno de uso de substâncias ou transtornos de impulso. 
Os principais focos do tratamento são a abstinência e a psicoterapia, em especial a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), podendo-se adotar ou não o uso de medicamentos, principalmente nos casos em que há a presença de outras desordens psiquiátricas que também precisam ser tratadas.
Terapia Cognitiva Comportamental (TCC)
A terapia cognitiva comportamental tem se mostrado bastante eficiente no tratamento de distúrbio de games, pois ela ajuda o paciente a avaliar os próprios hábitos e desenvolver habilidades sociais fora do ambiente virtual, como a comunicação, a resolução de problemas e o manejo dos sentimentos.
O ideal é que se faça pelo menos 6 meses deste tipo de terapia e, caso não haja uma boa evolução, o paciente deve ser encaminhado para o psiquiatra.
Reabilitação neuropsicológica
Outra técnica que tem se mostrado promissora no tratamento do vício em games é a reabilitação neuropsicológica.
Ela se caracteriza por um conjunto de práticas desenvolvidas entre o paciente e o profissional de saúde que visa ajudar o paciente a vencer os obstáculos ao desempenho adequado de suas tarefas cotidianas, como o vício em games. O primeiro passo é se identificar como viciado e logo após tentar lutar contra isso diminuindo o acesso tecnológico a somente o necessário para atividades escolares, profissionais e de lazer. Como por exemplo, no caso das crianças o acesso aos jogos não será proibido mas, limitado a no máximo 2 horas diárias, e então fazerem outras atividades, como brincar com os amigos, ler um livro ou gibi etc. Os adultos podem intercalar as horas de jogatina com os estudos, conversa com amigos ou trabalho. 
A recuperação é possível
Ajuda profissional acelera e simplifica o processo de desenvolvimento do auto controle para o vício, além de preparar o indivíduo a lidar melhor com as frustrações e os conflitos diários da vida, sem que o adicto considere essencial recorrer ao veneno para voltar a se sentir bem.
Diante do que foi apresentado, concluímos que na maioria das vezes a falta de informação e de apoio impedem que a pessoa procure sair de sua situação de vício, dessa forma procuramos ajudar com a criação de um site, que demonstrasse de uma forma didática e bem humorada as informações apresentadas ao longo desse trabalho, tanto para quem tem algum tipo de vício, como também para os familiares. No site também seriam encontrados, telefones e outros sites de contato destinados a efetiva ajuda e outras informações.
O transtorno pelo vício é um problema de saúde global. É necessário entender que ele causa uma variedade problemas sociais, de trabalho, pessoais e de saúde. Além disso, se o que queremos é melhorar a qualidade de vida das pessoas, é imprescindível conhecer os mecanismos de ação das drogas para tornar a população consciente dos riscos por trás do seu consumo.

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