Buscar

Linguas Indigenas direitos e territorios

Prévia do material em texto

LÍNGUAS INDÍGENAS
BRASIL CONTEMPORÂNEO
Crianças Katukina
• ACRE: Arara, Ashaninka,Katukina, Kaxinawa, Kulina,
Manchineri, Náua, Nukini, Poyanawa, Shanenawa, Yaminawa,
Yawanawá
Cacique Yaminawa da
aldeia Colocação São
Paulino – Jul 2004 GT
Funai
•ALAGOAS: Jiripancó, Karapotó, Kariri-Xocó, Tingui-Botó,
Wassu, Xucuri-Kariri, Kalankó.
•AMAPÁ: Galibi Marworno, Galibi, Karipuna, Palikur,
Waiãpi.
•AMAZONAS:Aripuanã, Arapaso, Baniwa, Bará,Barasana,
Baré, Deni, Desana, Diahui, Jamamadi, Jarawara, Juma,
Kaixana, Kambeba, Kanamanti, Kanamari, Karapanã,
Katukina, Kaxarari, Kokama, korubo, Kubeo, Kulina, Kulina
Pano, Maku, Marubo, Makuna, Matis, Matsé, Miranha, Miriti
Tapuia, Mura, Parintintin (link), Paumari, Pirahã, Sateré-
Mawé, Siriano, Tariano, Tenharim (link), Ticuna, Tsohom
Djapá, Tukano, Tuyuka, Wai wai, Waimiri-Atroari, Wanano,
Warekana, Witoto, Yanomami, Zuruahá.
•BAHIA: Kaimbé, Kantaruré, Kiriri, Pankararé, Pankararu, 
Pataxó, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Tumbalolá, Tuxá, Xucuru-Kariri.
•CEARÁ: Kalabaça, Kanindé, Kariri, Paiaku,Pitaguari, 
Potiguara, Tabajara, Tapeba, Tremembé.
•ESPÍRITO SANTO: Guarani, Tupiniquim
•GOIÁS: Ava Canoeiro, Karajá, Tapuia
•MARANHÃO: Canela Apaniekra, Canela Rankokamekra,
Gavião Pukobiê, Guajá, Guajajara, Kaapor, Krikati, Tembé.
Kanela Rancokamekra –
aldeia Escalvado – nov. 
2004 GT Funai
• MATO GROSSO: Apiaká, Arara do Apurinã, Awete, Bakairi, 
Bororo, Chiquitano, Cinta Larga, Enawene Nawe, Ikpeng, Irantxe, 
Kayabi, Kalapalo, Kamayura, Karajá, Kayapó, Kuikuro, Matipu, 
Mehinako, Menky, Nahukwá, Nambikwara, Panará, Pareci, 
Rikbatsa, Suyá, Tapayuna, Tapirapé, Trumai, Umutina, Xavante, 
Yawalapiti, Yudjá, Zoró.
Crianças Enawene
Nawe – aldeia
Halataykwa maio 2008
GT Funai
•MATO GROSSO DO SUL: Chamacoco, Guarani, Guató,
Kadiweu, Kamba, Ofaié, Terena.
•MINAS GERAIS: Aranã, Kaxixó, Krenak, Maxacali, Pataxó,
Xacriabá.
•PARÁ: Amanayé, Anambé, Aparai, Apiaká, Arara, Araweté,
Assurini do Tocantins, Assurini do Xingu, Gavião Parkatejê,
Hixkaryana, Karajá, Katxuayana, Kayabi, Kayapó, Kuruaia,
Mundurucu, Panará, Parakanã, Sateré-Mawé, Suruí, Tembé,
Tiryó, Turwara, Wai Wai, Wayana, Xipaia, Yudjá, Zoé.
•PARAÍBA: Potyguara
•PARANÁ: Guarani, Kaingang, Xetá
•PERNAMBUCO: Atikum, Fulni-ô, Kambiwá, Pipipã,
Kapinawá, Pankararu, Truká, Tuxá, Xukuru.
•RIO DE JANEIRO: Guarani, Pataxó
•RIO GRANDE DO SUL: Guarani, Kaingang
•RONDÔNIA: Aikanã, Ajuru, Akunsu, Amondawa, Arara, 
Arikapu, Aruá, Cinta Larga, Jaboti, Gavião, Karipuna, Karitiana, 
Kaxarari, Kwazá, Kujubim, Macurap, Nambikwara, Suruí, 
Tupari, Uruweu Wau Wau, Urupain.
•RORAIMA: Hixkaryana, Ingarikó, Makuxi, Patamona,
Taurepang, Wai Wai, Waimiri-Atroari, Wapixana, Yanomami,
Yekwana.
• SANTA CATARINA: Guarani, Kaingang, Xokleng
• SÃO PAULO: Guarani, Kaingang, Krenak, Pankararu, Terena
• SERGIPE: Xokó
•TOCANTINS: Apinayé, Ava Canoeiro, Javaé, Karajá, Kraho,
Kraho-Kanela, Xambioá, Xerente.
GRUPOS LINGÜÍSTICOS
JÊ, TUPI, KARIB, ARUWAK 
E FAMÍLIAS MENORES
•À época da chegada dos primeiros europeus o número de
línguas indígenas do Brasil era de aproximadamente 1.300, o
que significa que houve uma perda de 85%. A língua mais
conhecida foi o Tupinambá (Língua Geral), usado extensamente
entre os séculos XVI e XVII no contato entre os portugueses e
índios e que hoje nomeia um sem-número de lugares e
acidentes geográficos.
•No Brasil Colônia havia duas línguas gerais: paulista (origem
na língua dos tupi) e amazônica (Nheenga’tu)
•Aruwak, Karib, Tupi e Jê, além de vários grupos linguísticos
menores (Chapacura, Guaykuru, Katukina, Maku, Mura,
Nambikwara, Pano, Tukano e Yanomami).
• Jê: estão centrados na parte oriental e central do planalto
Brasileiro (Mapa 1)
•Tupi: à exceção dos tupi-guarani, estão concentrados numa
área no Brasil centro-oeste, entre o rio Madeira a oeste e o rio
Xingu, a leste. Estendem-se até o Amazonas, mas apresentam
uma concentração e diversidade maiores no Estado de
Rondônia. (Mapa 2)
1. Grupo Lingüístico 
Jê
2.Grupo
Lingüístico Tupi
• Karib: origem nos altiplanos guianensis ou venezuelanos (Mapa 3).
• Aruwak: origem no centro-norte peruano, mais próximos das cabeceiras
do que das várzeas (Mapa 4).
3.Grupo
Lingüístico
Karib
4.Grupo 
Linguístico 
Aruwak
- Famílias menores:
•Pano: concentrada no oeste do Brasil e no Peru, assim como na
Bolívia. Encontram-se nas cabeceiras e alto curso dos rios
Juruá, Purus e Javari.
•Guaykuru: Está localizado na Bacia Paraná-Paraguai. Um dos
representantes no Brasil são os Kadiwéu, localizados ao longo
da fronteira entre o Brasil e o Paraguai e estendendo-se para o
norte até a junção com a Bolívia. O grosso da língua Guaykuru
se encontra ao norte da Argentina e Paraguai.
•Yanomami: ocupam as cabeceiras na Serra Parima no norte de
Roraima e Venezuela, região de altitudes entre 500 e mais de
1000m. Falam 4 línguas initeligíveis, mas próximas umas das
outras: Yanán, Sanumá, Yanomám e Yanomámi.
•Nambikwara: 3 línguas concentradas na região do oeste do
Mato Grosso e Rondônia, entre a chapada dos Parecis e a Serra
do Norte.
•Chapacura: se encontra ao longo do rio Madeira e
provavelmente originou-se no atual estado de Rondônia, nas
redondezas da Serra dos Pacaás Novos.
•Mura: atualmente representada por apenas duas línguas Mura e
Pirahã, está localizada ao longo dos cursos médio e baixo do
rio Madeira, basicamente na margem direita.
•Katukina: extremo oeste do Brasil, entre os altos cursos dos
rios Juruá e Javari.
•Tukano: duas localizações geográficas: oriental, na região do
alto rio Negro e Uaupés, no noroeste da Amazônia e, ocidental,
nas cabeceiras dos rios Caquetá-Putumayo, no Sul da Colômbia
e Equador (Mapa3).
Famílias menores
POLÍTICA INDIGENISTA
TERRITÓRIOS INDÍGENAS
•No Período colonial a política indigenista estava voltada à
incorporação dos indígenas, ocupação do território e
consolidação das fronteiras, cujos métodos variavam: mais
brandos ou violentos, de aliança ou confronto.
• Século XIX, a política indigenista tornou-se uma questão de
terras. As terras indígenas foram distribuídas, aldeamentos
extintos, populações transferidas ou exterminadas.
•O período republicano e o advento do estado laico não
modificaram os eixos de atuação com relação às sociedades
indígenas. As frentes de ocupação econômica do território levou
a uma rápida diminuição dos contingentes indígenas nas outras
regiões.
• Imagem sobre os indígenas: de um lado, o herói romântico
(tupi/guarani) e do outro o selvagem a ser civilizado (botocudo,
aqueles contra quem se guerreia, cuja reputação é indomável).
• Passados séculos, os indígenas ainda são tidos como inferiores, não
mais como pagãos, mas pelo “atraso”, pelo “primitivismo”, pela
“selvageria”.
• Houve avanços no plano do discurso institucional e na legislação,
abrindo-se novos espaços para o reconhecimento da humanidade
plena indígena. Entretanto, vigora ainda um conjunto de fatores
que impedem o reconhecimento de seus direitos coletivos como
sociedades particulares.
• Em 1910, com o apoio das instituições científicas e culturais, da
Igreja, dos positivistas e de pressões internacionais diante da
denúncia dos sucessivos massacres perpetrados contra as
sociedades indígenas, foi criado o SPI. O órgão, imbuído de uma
política integracionista, combinava o serviço laico com razões de
ordem econômicas, morais e de segurança de fronteiras. O SPI
operou até o ano de 1967, quando foi extinto e substituído pela
Fundação Nacional do Indio (Funai).
•A FUNAI baseou sua política integracionista no Estatuto do
Indio, de 1973 (em discussão para reelaboração – Projeto de
lei n. 2.057/91).
•Nos anos 70 a política indigenista estava atrelada ao Estado e às suas
prioridades. São os anos do “milagre”, dos investimentos em
infra-estrutura e em prospecção mineral. Tudo cedia ante a
hegemonia do progresso, diante do qual os índios eram
empecilhos: forçava-se o contato com grupos isolados para
que os tratores pudessem abrir estradas e realocavam-se os
índios mais de uma vez, primeiro paraafastá-los da estrada e
depois para afastá-los do lago da barragem que inundava suas
terras.
•Final dos Anos 80 Constituinte e Consolidação do movimento indígena
que, nos anos 90 ganhou visibilidade, permeando alguns
espaço do poder público e estabelecendo pontos de apoio
em diversas instituições da sociedade.
•Na década de 90 houve várias mudanças na política indigenista,
com a passagem da educação e da saúde indígena para o MEC e o
MS. Também surgiu o PPTAL que, em 1996, passou a apoiar
administrativa e financeiramente a regularização fundiária das
terras indígenas localizadas na Amazônia Legal,
proporcionando a crescente participação indígena, tanto
institucional quanto política nesses processos.
INSTRUMENTOS LEGAIS
•Desde o século XVI, os instrumentos legais que definem e
propõem uma política para os índios, fundamentados na
discussão de legitimidade do território dos índios ao domínio e
soberania de suas terras, estão registrados em diferentes
legislações portuguesas (Cartas régias, Alvarás, Regimentos).
•No período colonial, a política para os índios envolveu as guerras
justas, descimentos e escravização de índios e esbulho de terras às ações
missionárias nos Sete Povos das Missões.
•A legislação imperial não foi benéfica aos índios seja pelo
Regulamento das Missões de 1845 a lei de Terras de 1850 ou as decisões
contrárias aos índios em várias Assembléias Provinciais.
•No século XIX a política para os índios foi marcada pela remoção
e reunião das aldeias.
• Diretório dos Índios (1758 e vigorou por 40 anos): Essa lei teve
por objetivo a regulação da liberdade concedida aos índios em seis
de junho de 1755 e pretendeu, também, constituir um projeto de
civilização das populações indígenas do Vale Amazônico. Os
processos de arregimentação daquelas populações acabou por
empreender uma alteração na natureza das chefias nativas – antes
constituídas em função de valores e processos tradicionais, elas
passaram a se construir por meio da inserção na sociedade colonial
do Vale.
• Carta Régia de 2 12/1808: D. João VI declara devolutas as terras
conquistadas aos índios a quem havia declarado guerra justa
(escravização de índios livres).
• Regulamento das Missões de 1845: estabelece diretrizes
administrativas para o governo dos índios aldeados. Prolonga o
sistema de aldeamentos e explicitamente o entende como uma
transição para assimilação completa dos índios.
• Lei de Terras de 1850: as terras dos índios não podem ser
devolutas. O título dos índios sobre suas terras é originário e não
exige legitimação. As terras indígenas, contrariamente a todas as
outras, não necessitariam de nenhuma legitimação ao ser promulgada
a Lei de Terras.
• Entretanto, a Lei de Terras não significou a garantia dos direitos
indígenas. Foram utilizadas todas as artimanhas possíveis para burlar
a lei e tomar posse de suas terras. O principal argumento era o de que
não havia mais indígenas, pois confinados em aldeamentos – que
depois foram extintos -, miscigenados e aculturados, eles já não eram
mais índios. Assim as terras indígenas foram sendo ocupadas não só
por posseiros, mas também por grileiros, que se apossaram das terras
mediante falsa escritura de propriedade.
• Constituição Federal 1988, reconheceu o direito à diversidade
étnica no país, assim como às especificidades na organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre
as terras que tradicionalmente ocupam. O art. 231, no tocante às
terras indígenas, reconhece “aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo a União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens”. Pela legislação brasileira atual as terras
indígenas são propriedade da União, de posse coletiva dos povos que
a ocupam, os quais detêm legalmente o direito a seu usufruto
exclusivo e que se encontram em graus variados de reconhecimento
pelo Estado (Arruda, p.139) (Mapa).
Convenção 169 OIT representou um enorme avanço no
reconhecimento dos povos indígenas e tribais como sujeitos
coletivos, com identidade étnica específica e direitos históricos
imprescritíveis. Além disso, procura definir em detalhe, além dos
direitos dos povos indígenas, os deveres e as responsabilidades
dos Estados na sua salvaguarda.
As Terras indígenas 
sofrem toda sorte de 
ameaças: invasões 
garimpeiras, 
mineradoras, 
madeireiros, posseiros 
e latifundiários; são 
cortadas estradas, 
ferrovias, linhas de 
transmissão ou são 
inundadas por usinas 
hidrelétricas, sofrendo 
os impactos 
decorrentes de projetos 
econômicos da 
iniciativa privada e de 
projetos 
desenvolvimentistas 
governamentais.
•DEMARCAÇÃO
O reconhecimento dos territórios indígenas pelo Estado dá-se a
partir do Decreto 1.775 de 1996 (um retrocesso
anticonstitucional), que com a alegação do direito ao
contraditório, torna possível a reclamação de qualquer
interessado para revisar retroativamente a titularidade das terras
indígenas já consolidadas por decreto presidencial.
São 5 os passos para a demarcação de uma Terra Indígena:
identificação e delimitação (GT: antropólogo/ambientalista
/fundiário), contestação (90 dias), demarcação física,
homologação e registro. A regularização fundiária das terras
indígenas é algo ainda bastante difícil e moroso, pois esbarra na
questão da estrutura agrária do País, nos conflitos sobre a posse
da terra e na lentidão dos processos quando entram na esfera
judicial.
• “no Brasil existe muita terra para pouco índio” A frase
revela o arraigado preconceito em relação aos índios e o
desconhecimento da cultura indígena. O conceito de terra e
território para os povos indígenas é diferente daquele da
sociedade ocidental.
FONTE DE PESQUISA:
Apresentação em PPP da profa. Dra. Ela Wiecko V. de Castilho 
acessado em junho de 2013

Continue navegando