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TCC - ANÁLISE DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE E DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA): UMA PESQUISA DOCUMENTAL SOBRE O COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL DO GRUPO NEOENERGIA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
MARIA GABRIELE DOS SANTOS MORENO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE E DA DEMONSTRAÇÃO DO 
VALOR ADICIONADO (DVA): UMA PESQUISA DOCUMENTAL SOBRE O 
COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL DO GRUPO NEOENERGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA PORÃ 
2019 
 
 
MARIA GABRIELE DOS SANTOS MORENO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE E DA DEMONSTRAÇÃO DO 
VALOR ADICIONADO (DVA): UMA PESQUISA DOCUMENTAL SOBRE O 
COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL DO GRUPO NEOENERGIA 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Ciências 
Contábeis da Universidade Estadual de Mato 
Grosso do Sul – UEMS - como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em Ciências 
Contábeis. 
Orientador: Prof. Dr. Carlos Jaelso Albanese 
Chaves 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA PORÃ 
2019 
 
 
 
MARIA GABRIELE DOS SANTOS MORENO 
 
 
 
ANÁLISE DO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE E DA DEMONSTRAÇÃO DO 
VALOR ADICIONADO (DVA): UMA PESQUISA DOCUMENTAL SOBRE O 
COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL DO GRUPO NEOENERGIA 
 
 
Esta monografia foi julgada adequada para a 
obtenção do título de Bacharel em Ciências 
Contábeis e aprovada em sua forma final pelo 
Curso de Ciências Contábeis da Universidade 
Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS. 
 
 
Aprovado em ___/___________________/______. 
 
 
Banca Examinadora 
 
................................................................................................... 
Prof. Dr. Carlos Jaelso Albanese Chaves 
 
.................................................................................................... 
Prof. Me. Fábio Miguel Gonçalves da Costa 
 
.................................................................................................... 
Prof. Me. Patrícia Pereira Castro
 
Agradecimentos: 
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus que me abençoou de forma tão 
grandiosa em minha vida. Agradecer à minha família, em especial a minha mãe 
Maria Cleuza dos Santos que sempre me apoiou e apoia em todos os momentos 
bons e ruins, meu exemplo de vida. A minha irmã Lena e ao meu cunhado Leandro, 
pelo qual tenho total admiração e carinho. 
As minhas amigas que esteve ao meu lado e a todas as pessoas que conheci 
ao longo desta jornada, em especial a Daniele Aguero e a Érica Hameno, pessoas 
que sabem exatamente o caminho que traçamos para chegarmos ao tão esperado 
dia, onde passamos grandes momentos de alegria, tristeza e de aflição, mas nos 
fortalecendo a cada instante para conseguir o tão sonhado diploma e a nunca 
desistir dos nossos objetivos. Ao meu amigo Adrian, que no final desta caminhada 
foi muito importante para mim, sendo meu porto seguro. 
Aos meus professores por contribuir de forma valorosa para o meu 
conhecimento e evolução, em especial ao meu orientador Carlos Jaelso Albanese 
Chaves pela paciência e total dedicação concedida a mim, pelos puxões de orelha 
que serviram de grande sabedoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: 
O objetivo desta pesquisa teve por finalidade, analisar os relatórios de 
sustentabilidade de uma Hidrelétrica, identificando e analisando os indicadores 
socioambientais que a empresa desenvolve. Inicialmente foi realizado como base 
teórica, desde o desenvolvimento sustentável, com a responsabilidade social e 
ambiental à contabilidade e seus relatórios de sustentabilidade, juntamente com a 
Demonstração do Valor Adicionado, servindo como base para a compreensão do 
tema e atingir o objetivo proposto. Para atender os requisitos quanto ao problema e 
os objetivos, foi utilizada como tratamento dos dados a técnica de análise qualitativa, 
descritiva e documental, utilizando documentos como o relatório de sustentabilidade 
e a DVA, onde foi possível obter informações dos indicadores sociais e ambientais 
da empresa, em apresentá-las, compará-las e analisá-las. Foi necessária a 
utilização dos Demonstrativos Financeiros Padronizados da empresa para 
esclarecimento destes indicadores, como adicional das informações para melhor 
entendimento. 
 
Palavras-chave: Relatório de Sustentabilidade. DVA. Responsabilidade Social. 
Responsabilidade Ambiental. Compromissos Socioambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 01: Geração de valor antes da distribuição...................................................37 
Quadro 02: Distribuição da riqueza entre os contribuintes.........................................38 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 01: Número Total de Colaboradores ............................................................. 49 
Tabela 02: Total de horas de Treinamento e Desenvolvimento por colaborador ...... 49 
Tabela 03: Investimento em Desenvolvimento e Treinamento Profissional .............. 50 
Tabela 04: Investimento em Educação ..................................................................... 51 
Tabela 05: Benefícios Sociais com base na distribuição do Valor Adicionado .......... 53 
Tabela 06: Investimentos Ambientais ........................................................................ 56 
Tabela 07: Resultados das instalações para geração de energia renovável. ........... 56 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 6 
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................ 8 
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 8 
1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 8 
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 8 
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 9 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 10 
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................................... 10 
2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................................................. 13 
2.2.1 Benefícios sociais .............................................................................................. 15 
2.2.2 Treinamento e desenvolvimento de pessoas................................................... 16 
2.2.3 Educação como um processo de aprendizagem ............................................. 18 
2.3 DA RESPONSABILIDADE SOCIAL À RESPONSABILIDADE AMBIENTAL .............. 19 
2.4 A CONTABILIDADE E SEU COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL ........................... 23 
2.5 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE ..................................................................... 27 
2.6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ................................................ 32 
3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 38 
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................. 38 
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 40 
3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................... 41 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 48 
4.1 COMPROMISSOS SOCIAIS – GRUPO NEOENERGIA ............................................. 48 
4.2 COMPROMISSO AMBIENTAL – GRUPO NEOENERGIA ......................................... 55 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 58 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................60 
6 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O aumento da concorrência entre as empresas torna-se cada vez mais 
acirrado, devido ao engaje da inovação tecnológica. A responsabilidade 
socioambiental das empresas cresceu nos últimos anos, após o aumento da 
conscientização das entidades em promover o desenvolvimento sustentável, a 
preservação dos recursos, que cada vez mais escasso. Com a perda gradativa, o 
Estado, com o compromisso de realizar o bem da sociedade e do ambiental, vem 
buscando ajudar e a incentivar práticas de sustentabilidade nas empresas (BORDIN; 
PASQUALOTTO, 2013). 
 Almeida (2002 apud TINOCO, KRAEMER, 2011) salienta que “a 
sustentabilidade exige postura preventiva, que identifique tudo o que um 
empreendimento pode fazer de positivo – para ser maximizado – e de negativo – 
para ser minimizado”. Com esse fim, as organizações vêm investindo em 
tecnologias, que buscam inovações para a preservação dos recursos naturais, com 
o mínimo impacto ambiental e bem-estar da humanidade. 
Para Melo Neto e Froes (2002), a empresa socialmente responsável tende a 
contribuir com as melhorias no bem-estar dos colaboradores ali presentes e da 
comunidade, na promoção de uma comunicação transparente com seus acionistas 
e, seus parceiros, garantindo a satisfação dos clientes. 
Segundo os autores, “a responsabilidade social, assumida de forma 
consistente e inteligente pela empresa, pode contribuir de forma decisiva para a 
sustentabilidade e o desempenho empresarial” (MELO NETO; FROES, 2002, p. 95). 
Nesse sentido, Chaves, Vieira e Mendes (2015, p. 272) também descrevem que, “a 
existência de uma consciência empresarial responsável, contudo, é fundamental 
para que haja possibilidade de engajamento de todos no processo de 
desenvolvimento, objetivando a construção de uma sociedade economicamente 
próspera e socialmente justa”. 
Machado e Chagas (2012) comentam que, assim que as grandes companhias 
se engajam pela adoção de responsabilidade social e ambiental, entra em cena a 
contabilidade, que se encontra em constante evolução, para atender não somente 
7 
 
aos usuários que necessitam das informações econômico-financeiras, mas em 
atender as expectativas perante a sociedade e o meio ambiente. Tinoco e Kraemer 
(2011, p. 62) relatam que “a Contabilidade pode e deve em muito enriquecer a 
informação que reporta a seus mais diferenciados usuários, parceiros de suas 
atividades, que buscam informação plena, justa e não enviesada”. 
Considerando a forma que a contabilidade vem evoluindo, os autores 
complementam que para que as organizações tenham transparência em suas 
atividades pelo enfoque socioambiental, usam com eficiência o Balanço Social e a 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Por meio dos relatórios de 
sustentabilidade, o Balanço Social é um documento que retrata as ações da 
entidade sobre sua gestão ambiental e os investimentos de melhorias na sociedade 
e no meio ambiente. 
 Em outras palavras, Tinoco (2010, p. 8) resume o Balanço Social como 
sendo relatório para atender à necessidade “[...] o bem-estar dos próprios 
funcionários e da sociedade com ênfase no aspecto ambiental”. 
A Demonstração do Valor Adicionado, segundo Boscov e Bispo (2010), é uma 
das vertentes do Balanço Social. Tal demonstração contém informações da geração 
de riqueza de uma empresa e a partir dela, como distribuído pelos seus 
contribuintes: Governo, empregados, financiadores de capital e acionistas. Para 
Cunha, Ribeiro, Santos (2005 apud BOSCOV, BISPO 2010): 
A DVA possibilita o conhecimento de quanto cada empresa criou de riqueza 
e como a distribuiu aos agentes econômicos que ajudaram a criá-la. Além 
de atender a um número maior de usuários, quando comparada à 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), amplia o universo atingido 
pela contabilidade e tem grande vantagem, por ser facilmente lida e 
interpretada. 
 
Almeida et al. (2009) esclarecem que a DRE tem por finalidade informar 
riqueza somente pela ótica do proprietário e sócios na forma de lucro, 
diferentemente da DVA, que demonstra a capacidade de produzir riqueza e sua 
distribuição. O valor adicionado, juntamente com a informação contábil, assume não 
apenas o conhecimento da situação patrimonial da empresa, mas evidencia o 
compromisso da entidade em suas ações sociais e ambientais. 
A DVA, com as informações sobre questões socioambientais que as 
organizações prestam, pode demonstrar o real compromisso da empresa diante de 
uma sociedade e dos usuários envolvidos. 
8 
 
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 
 
Como o relatório de sustentabilidade e a DVA revelam os compromissos 
socioambientais do Grupo Neoenergia? 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Apresentar como o relatório de sustentabilidade e a DVA revelam os 
compromissos socioambientais da empresa. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
a) Conhecer os indicadores sociais e ambientais do relatório de sustentabilidade e 
da DVA da empresa Neoenergia; 
b) Comparar e analisar os indicadores sociais e ambientais do relatório de 
sustentabilidade e da DVA dos três últimos anos; 
c) Apresentar como as demonstrações revelam o compromisso socioambiental da 
Neoenergia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
A elaboração deste trabalho ilustra a importância da Contabilidade através de 
seus relatórios, juntamente com a Demonstração do Valor Adicionado, duas das 
vertentes do Balanço Social para a gestão da empresa e seus usuários, sejam eles 
internos e externos, principalmente no que concerne às práticas sociais e ao Meio 
Ambiente, demonstrando as ações lideradas pela instituição. 
Por ser um tema de discussão das grandes organizações para a prática do 
desenvolvimento sustentável e perspectiva de boa relação na sociedade e seus 
stakeholders, as entidades buscam uma imagem ecologicamente sustentável 
perante seus clientes, fornecedores, ONGs, Governo e outros. 
Este trabalho busca, através da contribuição teórica, identificar os 
compromissos socioambientais de uma organização no ramo de setor elétrico. Para 
a contribuição prática, demonstra de que forma a empresa vêm realizando as 
práticas socioambientais em seu quadro colaborativo, através de análises do 
relatório de sustentabilidade juntamente com a DVA dos últimos três anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Neste capítulo, foram abordadas teorias sobre o compromisso socioambiental 
de uma organização e a contribuição da contabilidade para o seu cumprimento, 
abordando temáticas como Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidade Social 
e Ambiental, a Contabilidade e seu Compromisso Socioambiental, Relatórios de 
Sustentabilidade e a Demonstração do Valor Adicionado. 
 
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Segundo a WWF Brasil (2019), uma organização nacional sem fins lucrativos 
em busca da prevenção a degradação socioambiental, fez a definição mais próxima 
de desenvolvimento sustentável é: “o desenvolvimento capaz de suprir as 
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as 
necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os 
recursos para o futuro”. 
Feil e Schreiber (2017, p. 674-675) questionam a amplitude do conceito de 
desenvolvimento sustentável e argumentam que “o entendimento de sociedade 
nesse conceito não abrange apenas a civilização humana, mas todo um conjunto 
complexo de aspectos ambientais, sociais e econômicos”. O autor complementa que 
há duas ‘’questões-chaves’’ sobre a prioridade de atender aos mais pobres nos 
países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos e as tecnologias presentes para 
atender tanto às necessidades básicas existentes e futuras. Nesse sentido, percebe-
se a preocupação que existe em atender entre ambas por prioridade, considerando 
a continuação da vida dos seres humanos dentro de certas restrições ambientais. 
Considerando as questões ambientais, o embaixadorLuiz Alberto Figueiredo 
Machado, em audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) comentou que: 
“[...] se a decisão de proteger a floresta não for acompanhada de perspectivas de 
desenvolvimento econômico, de inclusão social e de geração de empregos não há 
como se garantir a proteção ambiental” (SENADO, 2012). 
Esse assunto foi tratado no Rio de Janeiro, na ECO 92, uma conferência para 
tratar do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, documento Agenda 21 
(RIO +20, CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO 
11 
 
SUSTENTAVEL, 2012). Observa-se que as questões ambientais na fala do 
embaixador estão diretamente ligadas às questões sociais e econômicas, tal como o 
conceito desenvolvimento sustentável apresenta. 
Conforme Feil e Schreiber (2017), a relação entre sustentabilidade e 
desenvolvimento sustentável dá-se de forma que, à primeira integra os sistemas 
para a eficiência do desenvolvimento sustentável e por seguinte, manter a eficácia 
de suprir as necessidades do homem. A sustentabilidade, por sua vez, é o resultado 
final, meta a ser atingida ao longo do processo pelo desenvolvimento sustentável. 
Com isso, por ser praticada ao longo dos anos, outros fatores podem ocasionar 
mudanças para o desenvolvimento sustentável, como as condições financeiras, 
gerenciais, reflexos das condições evolutivas da região mencionada pelo autor, 
assim, alterando possível qualidade do sistema: 
A visão de longo prazo vincula-se à ideia de que o sistema global tenha vida 
útil indeterminada e nesta temporalidade a sustentabilidade deve ser 
mantida em um nível saudável. Entretanto, este sistema global sofre 
adaptações e evoluções as quais demandam mudanças na forma de 
mensuração do nível de sustentabilidade e um contínuo aperfeiçoamento 
das estratégias advindas do desenvolvimento sustentável para manter 
aquele nível (FEIL; SCHREIBER, 2017, p. 677). 
 
Nesse sentido, a WWF BRASIL observa que além do objetivo de um 
planejamento eficiente sob o desenvolvimento sustentável nas indústrias, o 
crescimento econômico no país, onde o aumento de demanda na economia visa o 
desdobramento na exploração do uso de recursos, já escassos. “O desenvolvimento 
sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso 
de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem” (WWF 
BRASIL, 2019). 
No mesmo sentido, Tinoco e Kraemer (2011, p. 111) descrevem que as 
empresas devem empregar novas ideias de planejamentos para a valorização de 
produções de bens naturais, “[...] em que a cultura do descartável e do desperdício 
seja coisa do passado”. Através desse cenário, o autor menciona atividades a serem 
implantadas ao planejamento estratégico para gerenciamento ambiental, garantindo 
vantagem competitiva: 
Formular estratégias de administração para o meio ambiente, assegurar a 
conformidade com as leis ambientais, implementar programas de prevenção 
a poluição, gerir instrumentos de correção de danos ao meio ambiente, 
12 
 
adequar os produtos às especificações ecológicas, monitorar o programa 
ambiental da empresa. (TINOCO; KRAEMER, 2011, p.111). 
 
Tinoco e Kraemer (2011, p. 116-117) em seu livro de Contabilidade e Gestão 
Ambiental, observa que o desenvolvimento sustentável apresenta cinco dimensões: 
 Sustentabilidade social: que se entende como criação de um 
processo de desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior 
equidade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o 
abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres; 
 Sustentabilidade econômica: que deve ser alcançada através do 
gerenciamento e da alocação mais eficientes dos recursos e de um 
fluxo constante de investimentos públicos e privados; 
 Sustentabilidade ecológica: que pode ser alcançada através do 
aumento da capacidade de utilização dos recursos, limitação do 
consumo de combustíveis fosseis e de outros recursos e produtos que 
são facilmente esgotáveis, redução da geração de resíduos e de 
poluição, através da conservação de energia, de recursos e da 
reciclagem; 
 Sustentabilidade espacial: que deve ser digerida para a obtenção de 
uma configuração rural-urbana mais equilibrada e melhor distribuição 
territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômica; 
 Sustentabilidade cultural: incluindo a procura por raízes endógenas 
de processo de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que 
facilitem a geração de soluções especificas para o local, o ecossistema, 
a cultura e a área. 
 
Sobre esse assunto, ao tratar dos indicadores do GRI (Global Reporting 
Iniciative), Tinoco e Kraemer (2011, p. 260) comentam que existem três elementos 
inter-relacionados a serem aplicados por organizações para apresentarem seus 
compromissos socioambientais em seus relatórios de sustentabilidade: 
Econômico: inclui, por exemplo, os gastos e benefícios, produtividade no 
trabalho, criação de emprego, despesas em serviços externos, despesas 
em investigação e desenvolvimento, investimentos em educação e outras 
formas de capital humano. O aspecto econômico inclui, embora não se 
limite só a ela, a informação financeira e respectivas declarações. 
Ambiental: Inclui, por exemplo, impacto dos processos, produtos, serviços 
no ar, água, solo, biodiversidade e saúde humana. 
Social: inclui, por exemplo, o tratamento que se dá aos grupos minoritários 
e as mulheres, o trabalho feito em favor de menores, a saúde e segurança 
ocupacionais, estabilidade do empregado, direitos laborais, direitos 
humanos, salários e condições de trabalho nas relações externas. 
 
Complementando, Feil e Schreiber (2017) apresentam estratégias como 
propriedades de desenvolvimento sustentável: a) Objetiva o crescimento econômico 
sem agressão ambiental humana; b) Visão de longo prazo em relação às gerações 
futuras abrangendo o ambiental, o econômico e o social em equilíbrio mútuo; c) 
13 
 
Propõe mudança no comportamento da humanidade materializado por meio de 
estratégias e; d) Envolve processos e práticas. 
Os autores argumentam também sobre a utilização do desenvolvimento 
sustentável como estratégia de longo prazo para melhoria de bem-estar social, que 
devem integrar os conceitos econômicos, ambiental e político, respeitando a vida 
ambiental pela limitação de acesso a esses recursos. 
O conceito de estratégias, ou seja, o ato de gerenciar é elaborado com base 
nos resultados das avaliações da sustentabilidade, e tem como foco os 
aspectos negativos, recuperando ou normalizando até o ponto em que o 
processo evolutivo do sistema ocorra normalmente (FEIL; SCHREIBER, 
2017). 
Pela necessidade em inserir a responsabilidade socioambiental nas 
empresas, observa-se certa dificuldade na conciliação dos interesses de todos os 
grupos que de alguma forma se inter-relacionam, como funcionários, sociedade, 
acionistas, distribuidores, etc. 
 De acordo com a definição do Instituto Ethos (2019) é possível que as 
empresas, no reconhecimento de suas ações e gerenciamento de seus negócios, 
sejam socialmente e ambientalmente responsáveis, as quais deverão conhecer e 
cumprir as leis e que “voluntariamente” excedam obrigações naquilo que seja 
relevante para o bem-estar da coletividade. 
 
2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 
A partir dos anos 60, com a evolução do capitalismo, grandes empresas 
contemplavam crescimento econômico e grandes lucros. Não obstante a essas 
conquistas, observou-se a ausência da divulgação de informações contábeis, devido 
à exploração de trabalho, baixa remuneração oferecida aos colaboradores e ações 
laborais desumanas. Mesmo que houvesse maior transparência nos relatórios 
contábeis, os dados existentes não permitiam demonstrar as destinações dos 
recursos da entidade. Surge então a necessidade de maior detalhamento e 
liberação de acesso às informações, utilizando posteriormente como ferramenta na 
fiscalização de tais problemas. 
Segundo Tinoco e Kraemer (2011),a Responsabilidade Social teve o 
reconhecimento por volta dos anos 60 e 70. Surgido na França, com a incorporação 
14 
 
do Balanço Social, expandiu-se para outros países da Europa e somente nos anos 
80 foi implantado no Brasil. Para Melo Neto e Brennand (2006), há uma dificuldade 
em definir corretamente o que é Responsabilidade Social. Segundo os autores, há 
vários conceitos de “Responsabilidade”, como por exemplo, Responsabilidade Ética, 
Responsabilidade Empresarial, Responsabilidade Social Corporativa, entre outros. 
Neste sentido, Melo (2014) argumenta, que para muitas empresas, 
Responsabilidade Social não tem o mesmo significado. Para algumas instituições, 
pode significar apenas uma obrigação ou um comportamento ético e para outras, ser 
socialmente conscientes. “Portanto, não existe ainda um conceito formal de 
Responsabilidade Social, permanecendo diversos pontos de vista particulares sobre 
o tema” (MELO, 2014, p. 4). 
Segundo Eon (2014), o compromisso social é dado pela postura profissional 
ética e no desempenho econômico na organização, conceituado como 
Responsabilidade Social, no qual as empresas adotam comportamentos que 
promovam o bem estar coletivo de seus funcionários, comunidades e parceiros. 
Melo Neto e Brennand (2006, p.3) mencionam: “algumas definições buscam 
associar a ideia de Responsabilidade Social ao compromisso social de contribuir 
para o desenvolvimento social, a preservação do meio ambiente e ao dever ético da 
empresa em assegurar a lisura e a transparência em seus negócios”. Nesse sentido, 
segundo as palavras de Ferrel, Fraedrich e Ferrel (2000 apud MELO NETO, 
BRENNAND 2006) “Responsabilidade Social é a obrigação que a empresa assume 
com a sociedade”. Ser socialmente responsável implica maximizar os efeitos 
positivos sobre o stakeholders (clientes, comunidade, fornecedores, governo, 
proprietários e empregadores). 
Segundo Cruz e Souza (2017), as empresas decidem operacionalizar seus 
desempenhos sociais através da adoção de atividades e programas de 
responsabilidade social com seus principais stakeholders, pelo qual está vinculada à 
melhora do ambiente organizacional e da sociedade como um todo. 
Para Araújo (2006), as empresas buscam qualidade na produção e 
comprometimento de seus empregados e, deverá relacionar em satisfazer as 
necessidades pessoais e profissionais do colaborador. Os investimentos em 
benefícios sociais, qualificação de trabalho e educação são alguns exemplos de 
15 
 
atividades contidas nos relatórios contábeis em relação ao compromisso social pelas 
companhias em prol de seus colaboradores e também para a sociedade. 
 
2.2.1 Benefícios sociais 
 
Araújo (2006) define que, os benefícios sociais são condições de trabalho 
oferecidas aos funcionários para que possam permanecer dentro da organização. 
Esses benefícios são remunerações indiretas, ou seja, incentivos sociais internos 
oferecidos pela organização para satisfazer às necessidades pessoais, 
proporcionando um ambiente mais harmonioso e produtivo possível para toda a 
organização. 
Segundo a RH Portal (2015), os benefícios sociais de uma organização estão 
relacionados à percepção de Responsabilidade Social. Para Boldo, Severo e 
Guimarães (2019, p. 6), os benefícios sociais concedidos pela empresa, têm objetivo 
de “tornar a vida dos colaboradores mais agradável e humana, pois sem eles, os 
custos atrelados à alimentação, saúde entre outros teriam que ser diminuídos do 
salário”. Assim, os benefícios sociais podem auxiliar na qualidade de vida dos 
colaboradores, melhorias no ambiente de trabalho, diminuição na rotação de 
pessoas, boa manutenção do departamento de Recursos Humanos e aumento na 
produtividade em geral. 
Araújo (2006) identifica os principais benefícios sociais mais aplicados pelas 
entidades: 
a) Alimentação: benefício criado pela empresa em ter seu próprio refeitório, 
oferecendo café da manhã, almoço ou jantar. Outro tipo muito utilizado é o Vale 
alimentação (ticket), com o qual o funcionário pode realizar suas refeições em 
restaurantes ou fazendo compras em supermercados; 
b) Assistenciais: oferece aos beneficiários e seus dependentes, assistência 
médica, educacional e jurídica, exemplo; 
c) Departamento médico: a organização disponibiliza convênios em farmácias 
e drogarias, assumindo custos totais ou parciais; 
16 
 
d) Cesta Básica: com intuito em complementar de forma indireta o salário do 
funcionário, que também, podem receber o ticket com determinado valor para que 
realize suas próprias compras; 
e) Transporte: a empresa fornece aos seus funcionários condução própria, 
estacionamento ou vale-transporte; 
f) Lazer: são algumas atividades que as empresas fornecem, como descanso 
e recreação. Alguns eventos ou datas comemorativas como Dias das Mães, dos 
Pais, Carnaval, entre outras, podem ser desfrutados também pelos familiares e 
parentes próximos dos funcionários. 
g) Serviço Social e aconselhamento: tende a oferecer atendimento 
psicológico, auxiliando em problemas pessoais ou profissionais que podem acarretar 
problemas no âmbito organizacional. 
h) Monetários: condiz a participação de funcionários em resultados financeiros 
da organização, ajudando na remuneração direta. Outro benefício que pode ser 
considerado como monetário são as gratificações, incentivando a produtividade. 
i) Planos de previdência: este benefício caberá à organização se disponibiliza 
esse tipo de plano, como no caso dos planos coletivos, contratados pelas empresas 
em benefício do seu quadro de funcionários. 
Vale destacar que Karkotli (2006) observa que a responsabilidade social 
corporativa “é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da 
qualidade de vida da sociedade, possibilitando que as organizações demonstrem 
toda sua preocupação por meio de significativos projetos sociais”. Consideram que 
por meio de seus projetos sociais, a empresa apresenta para o seu público interno e 
externo seus compromissos sociais. 
 
2.2.2 Treinamento e desenvolvimento de pessoas 
 
Com relação à preparação para o mercado de trabalho e para 
desenvolvimento dos funcionários, segundo Campos et al. (2004), as empresas 
bem-sucedidas deram conta de que o investimento em pessoas de forma bem 
aplicada e inteligente terá como retorno resultados gratificantes no meio social em 
17 
 
que a empresa atua. O objetivo de capacitação de pessoas para atender às 
exigências que o mercado impõe entende-se por investimento em aprendizagem, 
desenvolvimento e treinamento. 
Aprendizagem “diz respeito à aquisição de novos hábitos, atitudes e 
comportamentos, após um treinamento específico ou novas experiências”. 
(RIBEIRO, 2005, p. 33). Para Araújo (2006), trata-se de experiências vividas por 
cada pessoa, adaptadas dentro de uma nova realidade, “facilitada” pelo processo de 
treinamento. A seguir, dentro do conceito de aprendizagem, serão abordados dois 
procedimentos que são determinantes para bom desempenho da organização e 
seus departamentos em busca de vantagem competitiva: Desenvolvimento e 
Treinamento. 
O desenvolvimento, segundo Araújo (2006), é um processo de aprendizagem 
ligado ao crescimento intelectual do indivíduo, associado a melhorias em níveis de 
conhecimentos, atitudes, habilidades e valores éticos. 
Para Dessler (2005), o treinamento são conjuntos de métodos utilizados para 
exibir habilidades novas e antigas necessárias para o desempenho do funcionário no 
trabalho. Porém Araújo (2006, p. 91) relata que, para algumas pessoas, o 
desenvolvimento e treinamento “são suficientemente claras e não necessitam de 
nenhuma ajuda auxiliar” gerando certa dificuldade em explica-los e especifica-los 
separadamente. Mas sim, é possível distingui-los, são tratamentos diferentes. 
Ribeiro (2005, p. 33) faz a distinção entre aprendizagem e treinamento: “a 
aprendizagem traduz o processo dinâmico por meio do qual o indivíduo assimilanovos conhecimentos, habilidades e atitudes. O treinamento proporciona ao 
treinando novos conhecimentos, habilidades e hábitos relacionados ao seu 
trabalho”. Ou seja, Araújo (2006) confirma que ambos são processos de 
aprendizagem, porém, o treinamento é voltado para processo individual e em equipe 
para operação de tarefas, entendendo a organização como “organismo vivo”. O 
desenvolvimento, por sua vez, está relacionado às habilidades, conhecimento e 
atitudes intelectuais do indivíduo. 
Teófilo et al. (2013, p. 4) consideram que o desenvolvimento e treinamento 
dos colaboradores tornaram indispensáveis. A combinação relevante desses dois 
conceitos faz com que “aumentam a base de habilidades e desempenho dos 
18 
 
funcionários para obtenção do sucesso” fazendo com que as empresas se 
sobressaiam entre seus concorrentes. 
Segundo o autor, a capacitação profissional também é utilizada como meio de 
estratégias no meio corporativo, tendo em vista aplicar objetivos específicos a serem 
executados, como a exposição de conhecimentos, discussões em grupos para 
compartilharem o aprendizado exposto, estudo de mercado, entre outros, que a 
companhia, juntamente com seus gestores, tende a avaliar de forma adequada para 
cada ambiente organizacional associada as suas necessidades. 
Com relação ao papel da empresa dentro de uma sociedade, Melo Neto e 
Brennand (2006) ponderam que a entidade deve ter consciência de suas ações no 
ambiente em que está inserida, ponderando o impacto que pode acarretar sobre as 
instalações dessas empresas, entendendo a situação e a gravidade inerentes do 
problema social, com respeito e transparência pelo compromisso com a sociedade: 
A atitude empresarial baseia-se na escolha de uma causa social e da 
assunção de compromisso social. A escolha de ambas deve ser 
influenciada pela sinergia o negócio da empresa, pela relevância do 
problema social, pela área de ocorrência deste problema e pela população 
alvo (MELO NETO; BRENNAND, 2006, p. 11). 
 
Diante desse argumento, para Santos e Severo (2018), as empresas 
investem em programas com desempenhos de atividades sociais, pela preocupação 
de sua imagem perante a sociedade e a atração de bons resultados financeiros 
através de motivações de políticas públicas, como os incentivos fiscais para a 
prática de responsabilidade social. 
 
2.2.3 Educação como um processo de aprendizagem 
 
Santos e Severo (2018) complementam sobre as iniciativas de 
Responsabilidade Social das empresas em busca de mudanças comportamental 
dentro e fora dela. Segundo Oliveira (2002), a Responsabilidade Social de uma 
empresa abrange o desenvolvimento da comunidade, como também o bem estar 
dos seus empregados, e com sua educação. 
19 
 
Os investimentos em educação por meio de práticas sociais desenvolvidas 
por grandes empresas, fundações, instituições não governamentais, entre outras 
são fluentes principalmente em relação à educação básica. 
A educação é direito fundamental de todos os cidadãos. Onde o 
desenvolvimento humano é dado pelo ensino e aprendizagem, visualizando a 
potencialidade da capacidade intelectual do indivíduo. O processo de aprendizagem 
está ligado às formações escolares, familiar e social. “é uma prática social que visa 
ao desenvolvimento do ser humano, de suas potencialidades, habilidades e 
competências. A educação por tanto, não se restringe à escola” (BRASIL ESCOLA, 
2019). 
Os autores Silva e Souza (2009) dizem que a participação indireta dos 
empresários no âmbito educacional consiste em “familiarizar” a empresa com a 
escola, pois além de complementarem uma ação do governo, poderá cobrar 
políticas educacionais através de sua participação na gestão de escolas. 
A educação brasileira em relação às expectativas mundiais não é nada 
agradável devido ao retrocesso na qualidade de leitura, capacidade lógica, 
conhecimentos básicos e gerais, que deixam a desejar. Segundo o site Gestão 
Educacional, é primordial o investimento em educação de qualidade no ensino 
básico, pois estariam qualificando e preparando para o mercado de trabalho e 
tornando uma sociedade mais justa. [...] “fazer com que uma grande parcela da 
população tivesse acesso aos assuntos de interesse de todos os cidadãos, o que 
não necessariamente os colocarão numa crise de mão de obra qualificada – mas 
com mais possibilidades e perspectivas profissionais e de entendimento do mundo” 
(GESTÃO EDUCACIONAL, 2019). 
 
2.3 DA RESPONSABILIDADE SOCIAL À RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 
Segundo De Luca et al. (2009), o compromisso social de uma empresa torna 
–se mais exigente nos dias atuais, pois a sociedade busca encontrar respostas às 
crises socioeconômicos acarretado pelas organizações. Neste sentido, as empresas 
são encorajadas a responderem aos desafios de “tornar mais sociais suas ações e 
decisões” (DE LUCA et al., 2009, p. 7). 
20 
 
De acordo com Zarpelon (2006, p. 15) “Responsabilidade Social não pode ser 
confundida com a Responsabilidade Ambiental. A diferença é que o foco da 
Responsabilidade Social são as pessoas e o meio na qual estas pessoas estão 
inseridas, enquanto o foco da responsabilidade ambiental é o meio ambiente, [...]”. 
Assim, segundo o autor, para a responsabilidade social o raciocínio está 
relacionado às necessidades inerentes às pessoas, tais como “necessidades de 
alimentação, vestimenta, educação, moradia, saúde, transporte e lazer” (p. 16). No 
que concerne à gestão e responsabilidade ambiental o foco está voltado para a 
necessidade de equilíbrio da fauna e da flora, de não degradação e de preservação. 
Para Melo Neto e Cesar Froes (1999) a responsabilidade social de uma 
empresa está condicionada a alguns vetores. Dentre eles, citam: a) o apoio ao 
desenvolvimento da comunidade; b) preservação do meio ambiente c) Investimentos 
no bem-estar dos funcionários e seus dependentes e num ambiente de trabalho 
agradável; d) comunicações transparentes; e) satisfação dos clientes e/ou parceiros. 
Considerando as afirmações de Melo Neto e Froes (1999), percebe-se que 
para a responsabilidade social também existe uma preocupação com o meio 
ambiente, o que torna diferente das considerações de Zarpelon (2006), que separou 
os dois conceitos. A diferença na compreensão dos conceitos dos autores encontra-
se no fato de que se trata de um assunto ainda recente e em discussão. De acordo 
com Barreto, Carvalho Neto e Tanure (2013, p. 3) “é possível dizer que é um 
conceito ainda em formação”. 
No mesmo sentido do que foi mencionado por Reis e Medeiros (2007, p. 5), a 
responsabilidade social é: 
Um movimento que tem seu início nos anos de 1960. Sua proliferação se 
deu a partir dos EUA e a motivação se fundamentou na busca por maior 
consciência de segmentos da sociedade em relação à responsabilidade das 
empresas na preservação do meio ambiente e dos direitos dos 
consumidores. 
 
De Luca et al. (2009, p. 8) descrevem: 
Há na sociedade uma crescente preocupação em se analisar a empresa e 
também como instituição social e não apenas como instituição econômica. 
A sociedade vem premiando as empresas que tomam a iniciativa de 
promover atividades sociais com a participação de seus empregados e com 
a sociedade, como também de participar do processo de preservação do 
meio ambiente onde estão inseridas. 
 
21 
 
Com a emergência de tentar reverter a situação que se degradou ao longo 
desses anos devido às condições precárias na sociedade, acarretada por grandes 
instituições, organizações etc., Tinoco (2010, p. 2) descreve: “a desumanização que 
resultava de forma crescente e certas estruturas organizacionais provocou 
insatisfação [...] contra certos grupos multinacionais”. 
Tinoco (2010, p. 5) relatou que, a dificuldade das empresas em reconhecer a 
responsabilidade social para com o ambiental, deu-se pelos seguintes fatores: 
- altos custos: os custos para aquisição de tecnologias necessárias para 
contenção, redução ou eliminaçãode resíduos tóxicos, com todo processo 
tecnológico em desenvolvimento, eram bastante elevados, o que gerava um 
forte impacto no fluxo de caixa das empresas e, numa visão superficial, sem 
proporcionar reflexos positivos, em termos de receitas; 
- inexistência da legislação ambiental ou de rigor nas já existentes: a 
legislação sobre o assunto é relativamente recente, sendo que as 
penalidades contidas nas mais antigas não serviam como instrumento 
inibidor para seus infratores, dado que era menos oneroso para a empresa 
arcar com os encargos de uma multa do que adquirir equipamentos 
antipoluentes; 
- os movimentos populares não eram fortes e coesos o bastante para unir e 
conscientizar toda a sociedade; 
- os consumidores não associavam a atuação e comportamento da empresa 
ao consumo de seus produtos. 
 
Segundo Tinoco e Kraemer (2011), as organizações se veem “obrigadas” a 
incorporarem objetivos para alcance de seus lucros e promoção das 
responsabilidades social e ambiental. Uma vez que as organizações são as 
principais causadoras da degradação ambiental ao longo desses anos, a pauta 
tornou-se maior para as questões de integridade do meio ambiente e do uso racional 
dos recursos naturais. “Neste sentido, o impacto dos danos ambientais nas gerações 
atuais e seus reflexos para as futuras fizeram com que a questão ambiental 
atravessasse fronteiras, se tornasse globalizadas” (TINOCO; KRAEMER, 2011, p. 
28). 
A discussão sobre os impactos ambientais teve início com estudos 
acadêmicos e pelas ONGs (Organização não governamentais) nos anos 70, “em 
face da preocupação e da consciência dos prejuízos que vem provocando para a 
humanidade, com consequências nefastas sobre a fauna, flora, a vida das pessoas”. 
(TINOCO; KRAEMER 2011). 
22 
 
Para Matos e Santos (2018), o aumento da devastação do meio ambiente se 
agravou após avanços da tecnologia no campo da ciência e da economia. Através 
dessas consequências imprevistas nessas áreas, com o intuito em promover “o bem-
estar da população”, acarretou no poder de destruição da humanidade com esses 
artefatos tecnológicos. Assim, o resultado dessas ações como já conhecido, 
ocasionou a mudança drástica do clima, a escassez dos recursos naturais, entre 
outros que, infelizmente, tornou-se corriqueiro. 
Diante disso, com a crescente preocupação do “patrimônio natural da 
humanidade”, Tinoco (2010, p. 123) descreve que “os formadores de opinião” e a 
sociedade fizeram com que as empresas se adaptassem “para que haja convivência 
equilibrada com o meio ambiente”. 
Com o despertar de grandes indústrias pela consciência ecológica, “O 
Compromisso das Empresas com o Meio ambiente”, publicação feita pelo Instituto 
Ethos, denomina a ideia pelo compromisso ambiental ligada às questões sociais, ao 
desenvolvimento sustentável em concordância com a economia. O compromisso 
ambiental difunde a ideia de sustentabilidade em propagar o crescimento da 
ecoeficiência na gestão “[...] em sintonia com a preservação dos recursos e da 
qualidade ambiental, por meio de ações, programas e metas para cada área da 
produção” (INSTITUTO ETHOS, 2005). 
O compromisso ambiental está associado ao conceito de Responsabilidade 
Ambiental ligada às práticas de questões ambientais. Segundo PRIMA OSCIP 
(2019): 
Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou 
empresariais, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou 
seja, estas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico 
ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações 
futuras, garantindo a sustentabilidade. 
 
Os autores Bánkuti e Bánkuti (2014, p. 7) comentam que a questão ambiental 
ligada às empresas como a missão, visão e valores da entidade estão fortemente 
associados aos enfoques ambientais, realçando a interação do homem com o meio 
ambiente. A adoção de políticas ambientais, incluindo diretrizes para o planejamento 
estratégico, as quais tratam temas como biodiversidades, impacto de produtos e 
GEE. 
23 
 
 Outro ponto que os autores destacaram foi a diretoria da entidade voltada 
também para o desenvolvimento sustentável, garantindo o equilíbrio entre as áreas 
sociais, ambiental e econômica, “promovendo uma abordagem transversal sobre a 
importância de incluírem-se indicadores e metas ambientais e sociais nas atividades 
estratégicas, táticas e operacionais desenvolvidas na empresa” (BÁNKUTI; 
BÁNKUTI, 2014, p. 7). 
As empresas brasileiras, ao se relacionarem com o meio ambiente e o 
desenvolvimento sustentável, segundo Berté (2010), adequaram-se para trabalhar 
dentro de uma perspectiva sustentável. No entanto, o autor descreve que a maioria 
dos empresários considera uma “ilusão" a ideia de obter o crescimento econômico 
juntamente com a preservação do meio ambiente. 
Nas palavras de Tachizawa e Andrade (2008, p. 16), “As organizações [...] 
necessitam partilhar do entendimento de que deve existir um objetivo comum, e não 
um conflito, entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o 
momento presente como para as gerações futuras”. 
Desse modo, conclui-se que a partir do momento em que as organizações 
relacionarem o sucesso a uma “empresa verde”, tenderão a possuir maior 
engajamento e longevidade no mercado, com a necessidade de adotar uma gestão 
socioambiental nas organizações, segundo Tachizawa e Andrade (2008), além de 
mostrar sua competência econômico-financeira, existe a necessidade de 
evidenciação e divulgação de seus relatórios para exibição do fato, demonstrando 
assim sua responsabilidade à frente de projetos sociais e ambientais. 
Entretanto, existe uma preocupação das empresas em evidenciar seus 
compromissos com as questões sociais e ambientais. Diante desse fato, entra em 
cena a contabilidade, como geradora de informações para o processo decisório no 
que se refere às questões em estudo. 
 
2.4 A CONTABILIDADE E SEU COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL 
 
De Luca et al. (2009) relatam as transformações incorporadas pelas 
empresas em razão do comportamento de responsabilidade socioambiental. Além 
de buscar somente produzir riquezas, eles também são agentes sociais que prestam 
24 
 
contas aos demais usuários. Dentre outras obrigações, os autores lembram o 
relacionamento que deverá existir na entidade, como a preservação do meio 
ambiente, a criação e a manutenção de empregos, boa gestão corporativa para 
tratamentos estratégicos de questões ambientais a longo prazo, entre outros, que 
cooperem com a permanência da entidade nos negócios. 
Borges Junior (2019) afirma que a empresa, ao adotar a postura 
socioambiental, cria “motivações e fatores contextuais”, como: 
Competitividade, isto é, a eventual possibilidade de obter vantagem 
competitiva sustentável e, consequentemente, incrementar a rentabilidade, 
proveniente de suas ações socioambientais; legitimação, a qual consiste na 
vontade da organização de adequar suas ações ao conjunto de normas, 
regulações, valores, crenças, entre outros aspectos intrínsecos ao ambiente 
em que está inserida; e, por fim, a responsabilidade ecológica, que faz a 
organização se preocupar com seus valores e obrigações com o bem-estar 
social (BORGES JUNIOR, 2019, p. 4). 
 
 
Segundo o site Biosfera especializado em consultoria ambiental, os projetos 
ambientais estão ligados às ações propostas pela Gestão Ambiental de uma 
empresa e, apresentam medidas efetivas em preservação ao meio ambiente. Souza 
(2000, p. 11) conceitua gestão ambiental como “[...] conjunto de procedimentos que 
visam à conciliação entre desenvolvimento e qualidade ambiental”. 
Para Sanches (2000, p. 11), a gestão ambiental é o compromisso das 
empresas em relação ao meio ambiente, através de um planejamento estratégico 
para o alcance de metas com redução dos impactos ambientais. Segundo o autor, a 
empresa pode estar “monitorando suas atividades, corrigindo problemas, 
implementando novas soluções, avaliandoriscos e adotando medidas preventivas 
dentro da política e dos objetivos determinados pelo plano estratégico ambiental”. 
Pela obrigatoriedade da empresa perante a comunidade onde se encontra, a 
Contabilidade integrada assume sua responsabilidade com as questões sociais e 
ambientais para reportar informações aos seus stakeholders através dos relatórios 
contábeis, para evidenciar, demonstrar e assim, ser relevante nas tomadas de 
decisões. 
Com a contabilidade integrada em fazer sua parte para a preservação do 
patrimônio ambiental e pelo uso eficiente de seus recursos, Andrade, Tachizawa e 
Carvalho (2000 apud TINOCO 2010), afirmam que “a proteção ambiental deslocou-
25 
 
se uma vez mais, deixando de ser uma função exclusiva de proteção para tornar-se 
também uma função de administração”. 
Considerando a contabilidade como responsável por registrar os atos e fatos 
da empresa, Tinoco (2010) afirma que, os contadores não servem somente para 
fornecer as devidas informações aos chefes encarregados, mas também, para 
participarem na gestão da entidade. 
Tinoco e Kraemer (2011) acreditam que a contabilidade ambiental ainda não 
é muito utilizada nas empresas e mal conhecida, mesmo em cenário mundial. Os 
autores expõem que, a contabilidade por ser “nova e complexa”, o contador possa 
encontrar dificuldades em apropriações de gastos para obtenção de equilíbrio 
ambiental. 
Nesse sentido, Tachizawa e Andrade (2008) também destacam a dificuldade 
que os profissionais encontram em apresentar no Balanço Social, a mensuração 
correta de ativos e passivos ambientais. De outra maneira, Costa (2014, p. 6) 
confirma que é por meio do “[...] Balanço Ambiental que as empresas conseguem 
refletir sobre sua interação com o meio ambiente” (COSTA, 2014, p. 6). 
Dentre tais razões, Tinoco e Kraemer (2011, p. 16) compreendem que: 
A Contabilidade, entendida como meio de fornecer informações, deveria 
buscar responder a esse novo desafio, atendendo aos seus usuários 
interessados na atuação das empresas sobre o meio ambiente, subsidiando 
o processo de tomada de decisão, além das obrigações com a sociedade 
no que tange à responsabilidade social e à questão ambiental. 
 
Sobre as informações da contabilidade e sua obrigatoriedade, Costa (2014) 
observa que a obrigatoriedade da divulgação dos efeitos causados por ações da 
empresa ao meio ambiente podem não possuir o correto entendimento do 
empresário e sua relação perante a sociedade, estando preocupados apenas com o 
acréscimo em seus custos. E nesse caso, as informações contábeis podem não 
possuir perfil decisório. 
Para Tinoco (2010, p.10) “a contabilidade ambiental busca evidenciar os 
aspectos favoráveis e desfavoráveis, provocados pelo relacionamento da 
organização com o meio ambiente”. Nesse sentido, percebe-se a relevância do 
registro contábil referente aos fatos ligados às questões sociais e ambientais. 
26 
 
Costa (2014) comenta sobre o desafio do empresário em estabelecer 
conformidade entre o crescimento econômico com a preservação ambiental. Para 
que venha ser alcançado o equilíbrio entre a capacidade de produção com os 
recursos naturais, Tinoco e Kraemer (2011, p. 127) destacam objetivos a serem 
traçados pela contabilidade em prol da conservação do meio ambiente, assumindo 
controle dos seguintes aspectos: 
 Fornecimento: de recursos mínimos e uso extensivo de materiais 
reciclados ou renováveis; 
 Processos produtivos e investimentos em imobilizados: mínimo 
consumo de água e energia, mínima emissão atmosférica e mínima 
quantidade de resíduos; 
 Características do produto: mínimos vasilhames e embalagens, 
reciclagem e reutilização do mesmo. 
 
Entre tais circunstâncias Tinoco e Kraemer (2011) compreendem que a 
organização, ao adotar a Contabilidade Ambiental, baseia-se nos seguintes pontos: 
Gestão interna: está relacionada com uma ativa gestão ambiental e 
controle, visando reduzir custos e despesas operacionais e melhorar a 
qualidade dos produtos; 
Exigências legais: a crescente exigência legal e normativa pode obrigar os 
diretores a controlar mais seus riscos ambientais, sob pena de multas e de 
indenizações; 
Demanda dos parceiros sociais: a empresa está submetida cada vez 
mais a pressões internas e externas. Essas demandas podem ser dos 
clientes, empregados, organizações ecológicas, seguradoras, comunidade 
local, acionistas, administração (TINOCO; KRAEMER, 2011, p. 127-128). 
 
A respeito da Contabilidade pelo enfoque em gestão ambiental, como 
utilidade essencial nas tomadas de decisões, Tinoco e Kraemer (2011) comentam 
sobre quais resultados a empresa tende a traçar através da adoção do “Sistema de 
Contabilidade Ambiental”. Assim, os autores propõem conhecer os objetivos desse 
sistema, a saber: 
 Saber se a empresa cumpre ou não com a legislação ambiental 
vigente; 
 Ajudar a direção em seu processo decisório e na fixação e uma 
gestão ambiental; 
 Comprovar a evolução da atuação ambiental da empresa através do 
tempo e identificar as tendências que se observam; 
 Detectar as áreas da empresa que necessitem de especial atenção 
(áreas críticas) quanto aos aspectos ambientais; 
 No caso de empresas com uma política ambiental já estabelecida: 
observar se cumpre com os objetivos ambientais fixados pela companhia; 
 Identificar oportunidades para melhor gestão dos aspectos 
ambientais; 
27 
 
 Identificar oportunidades estratégicas: como a empresa pode obter 
vantagens competitivas graças a melhoras concretas na gestão ambiental; 
quais são as melhoras que agregam valor à companhia; 
 Obter informação especifica para fazer à solicitação dos stakeholders 
(TINOCO, KRAEMER, 2011, p 128). 
 
A partir da adoção da Contabilidade como gestão socioambiental, torna-se 
essencial, pela equipe gestora, a utilização dos relatórios de sustentabilidade para a 
definição de estratégias e objetivos, embasando-os na tomada de decisões de 
ordem econômica, social e ambiental. 
 
2.5 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 
 
Segundo Tinoco (2010), Relatório de Sustentabilidade, chamado de Balanço 
Social Relatório de Sustentabilidade (BSRS) ou também por Relatório 
Socioambiental, iniciou-se na França em 1977, cujas informações eram de Recursos 
Humanos e serviam como base para divulgação das atividades feitas pelas 
organizações em âmbito social dos seus colaboradores e também para demonstrar 
os resultados garantidos e a eficácia social da entidade. 
Em meados dos anos 70 para os anos 80, o RS se expandiu para outros 
territórios europeus como Alemanha, Inglaterra e Holanda. Com a ampliação em 
demonstrar as riquezas que a entidade conseguira expandir, afora seus 
compromissos com o meio para a busca das práticas do desenvolvimento 
sustentável, surge o Balanço Social, segundo Tinoco (2010, p. 45), “a inserção das 
questões econômicas, ambientais e de cidadania as sociais [...]”. 
A GRI (Global Reporting Iniciative), uma organização internacional sem fins 
lucrativos (fundada nos anos de 1997 nos Estados Unidos na cidade de Boston), é 
referência em relatórios de sustentabilidade padrão no mundo e atende aos 
interesses de questões socioambientais em prol dos benefícios e interesse a 
população, de forma gratuita. A GRI conceitua o relatório de sustentabilidade como 
“relatório publicado por uma empresa ou organização sobre os impactos 
econômicos, ambientais e sociais causados por suas atividades cotidianas” 
(GLOBAL REPORTING INICIATIVE, 2019). 
28 
 
 Esse relatorio permite que as organizações revelem, de foma transparente e 
eficaz, relatos sobre seus riscos e desempenhos. O Brasil encontra-se na terceira 
posição (mundial) na divulgação dos relatórios de sustentabilidade. Em 2010, o país 
contabilizou 160 registros no banco de dados da GRI (2019). 
Conforme De Luca et al. (2009), na GRI, além das informações sobre 
desempenho econômico, social e ambiental, as organizações também precisam 
“fornecer informações sobreobjetivos e desempenhos, política, responsabilidade 
organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, 
além de outras que venham a ser consideradas relevantes” (DE LUCA et al., 2009, 
p. 17). 
De Luca et al. (2009) compreendem que “para algumas empresas, trata-se 
apenas de dar transparência aos investimentos sociais que já vem fazendo 
silenciosamente e em volume e qualidade crescentes”. 
Tinoco e Kraemer (2011) observam que as formas em que baseia a 
evidenciação em geral, de que não existe o “corretamente certo” sobre como 
evidenciar nos relatórios e de sua extensão. Assim, o autor reflete sobre as questões 
básicas dos demonstrativos contábeis e como evidenciá-lo: a) a quem deve ser 
relevada a informação? b) Qual o propósito da informação? e; c) qual a extensão 
em que se deve revelar? (TINOCO; KRAEMER, 2011, p. 233). 
A agência de comunicação financeira e sustentabilidade, The Média Group, 
com atuação nacional há mais de 20 (vinte) anos, em um artigo de sua publicação 
Contabilidade e Sustentabilidade, relata o esquecimento de importantes informações 
contábeis, como as Demonstrações Contábeis (DC’s) completas e as Notas 
Explicativas (NE), por empresas brasileiras ao tentarem se enquadrar nos padrões 
de relatórios de sustentabilidade da GRI. Salienta-se o crédito de tais relatórios na 
prática da gestão empresarial, entretanto não sendo observado a devida 
importância: 
O que existe hoje é um documento simples, ou seja, um relatório único com 
informações econômico-financeiras somadas a informações 
socioambientais. E não relatórios construídos para que a produção da 
informação contábil leve em consideração a sustentabilidade e para que a 
equipe responsável pelo conteúdo socioambiental tenha preocupação com 
o impacto contábil e financeiro (THE MEDIA GROUP, 2012 p. 08). 
 
29 
 
A agência The Média Group (2012) descreve a importância dos contadores na 
empresa, sendo fundamentais na elaboração dos relatórios de sustentabilidade. 
Mencionam-se também os auditores, relatando em suas demonstrações contábeis 
as informações socioambientais necessárias, ilustrando a real situação e valorizando 
a transparência da entidade. 
Com essa objetividade em fornecer informações claras e fidedignas dentro da 
contabilidade, Tinoco e Kraemer (2011) conceituam os relatórios de sustentabilidade 
demonstrados de forma auditada “ou não” sejam “relativos aos eventos e impactos 
das atividades da empresa no meio ambiente em que envolvem, especificamente, 
riscos, impactos, politicas, estratégias, alvos, custos, despesas, receitas, passivos 
ou qualquer outra informação relevante de seu desempenho ambiental [...]” 
(TINOCO; KRAEMER, 2011, p. 236). 
Diante da necessidade de registrar e analisar o desempenho social, assim 
como seu desempenho econômico financeiro, De Luca et al. (2009) explicam que a 
contabilidade tem sido atualizada, pode-se assim dizer, para fornecer as 
informações a diversos usuários que precisam de algum tipo de informação de 
natureza social como 
1) Dirigentes: conhecimento das respostas aos programas e 
responsabilidades sociais que cumpre à empresa implementar. 
2) Investidores e Fornecedores: conhecimento da maneira como a 
empresa encara suas responsabilidades em relação ao quadro de 
colaboradores, o que, certamente, representa um indicador de forma como 
a empresa é administrada. 
3) Consumidores: conhecimento do padrão de qualidade dos produtos/ 
serviços que a empresa lhes oferta. 
4) Funcionários: conhecimento da política de recursos humanos, 
compreendendo planos de carreira, treinamentos etc. 
5) Estado: conhecimento do desempenho social da empresa com vista à 
análise do bem-estar da comunidade em que ela está inserida, bem como 
sua contribuição para a riqueza nacional e em relação à arrecadação 
tributária. (DE LUCA et al., 2009, p. 10). 
 
Para a empresa poder desempenhar esse papel e reportar seus esforções 
aos seus usuários, De Luca et al. (2009) finalizam que, por meio da contabilidade, 
faz-se a avaliação e evidenciação dos planos e programas sociais da entidade, 
através do Balanço Social. Tinoco e Kraemer (2011) relatam o grande passo dentro 
da contabilidade em decorrência do avanço do capitalismo nos anos 60, assim como 
30 
 
a “ciência de repostar informação”, com a elaboração do Balanço Social no ano de 
1977 na França, e somente nos anos 80 se espalhou para outros países da Europa. 
Com a necessidade da divulgação do Balanço Social demonstrar os aspectos 
da empresa em informações econômicos e sociais, “o registro, a acumulação, a 
mensuração, a avaliação, bem como a divulgação das atividades e operações das 
entidades, são feitas pela Contabilidade, desde há muito tempo, de forma sistêmica, 
através das Demonstrações Contábeis” (TINOCO, 2010, p. 3). 
“Balanço social é um instrumento de gestão de informação que visa 
evidenciar, de forma mais transparente possível, informações financeiras, 
econômicas, ambientais e sociais, do desempenho das entidades, aos mais 
diferenciados usuários, seus parceiros sociais” (TINOCO; KRAEMER, 2011, p. 12). 
Em outras palavras, Santos (2003 apud TINOCO 2010) amplia o conceito de 
Balanço Social: 
É um conjunto de informações que pode ou não ter origem na contabilidade 
financeira e tem como principal objetivo demonstrar o grau de envolvimento 
da empresa em relação à sociedade que a acolhe, devendo ser entendido 
como um grande instrumento no processo de reflexão sobre as atividades 
das empresas e dos indivíduos no contexto da comunidade como um todo. 
Será um poderoso referencial de informações nas definições de política de 
recursos humanos, nas decisões de incentivos fiscais, no auxilio sobre 
novos investimentos e no desenvolvimento da consciência para a cidadania. 
 
Para a elaboração do Balanço Social, em que a organização possa divulgar 
em seus relatórios, as informações necessárias aos seus stakeholders, Tinoco 
(2010) concerne o estudo sobre o que tange o Balanço Social, apontam para três 
dimensões: 
A primeira, de uma “abordagem contábil”, dando ênfase ao “valor 
adicionado” gerado e distribuído pela empresa. A segunda, em que os 
“aspectos sociais, ambientais e de relações do pessoal”, de caráter 
eminentemente qualitativo, merecem evidencia. E uma terceira, 
denominada de “mista”, em que “concilia os aspectos econômicos e 
contábeis, com os sociais” (TINOCO, 2010, p.3-4). 
 
Através da Resolução CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 
nº 1.003/04 aprova a NBC T15 – Informações de Natureza Social e Ambiental 
estabeleceu as informações a serem evidenciadas de natureza social e ambiental. 
Por assim, entende-se: a) a geração e a distribuição de riqueza; b) os recursos 
humanos; c) a interação da entidade com o ambiente externo; d) a interação com o 
31 
 
meio ambiente (NBC, T15). 
A Geração e Distribuição de Riqueza, apresentada nos relatórios de DVA – 
Demonstração do Valor Adicionado. Recursos Humanos, tratado no CPC 33 
(Benefícios a Empregados) nas quais se enquadram a remuneração dos 
funcionários, benefícios concedidos, passivos trabalhistas, participação do lucro, 
aposentadoria, entre outros, como informações sociais internas. 
 Interação da Entidade com o Ambiente Externo também a ser divulgada 
conforme a NBC T15, são as informações contidas relativas à empresa com o 
ambiente externo e sua relação com a sociedade inserida, como clientes e 
fornecedores. 
Segundo a Norma, as informações relativas à interação com a comunidade, 
devem ser evidenciadas com os totais dos investimentos em educação, cultura, 
lazer e não podem ser consideradas com finalidade publicitaria. Com relação a 
clientes, o número de reclamações recebidas, reclamações recebidas por meio dos 
órgãos de proteção e defesa do consumidor, por meios da Justiça e entre outros. E 
as informações ao interesse dos seus fornecedores cabem à entidade utilizar 
critérios de responsabilidade social para aseleção de seus fornecedores. 
E por fim, as informações da Interação da empresa com o Meio Ambiente: 
Investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a 
melhoria do meio ambiente, investimentos e gastos com a preservação e/ou 
recuperação de ambientes degradados, investimentos e gastos com a educação 
ambiental para empregados, terceirizados, autônomos e administradores da 
entidade, entre outros. 
Em última análise do Balanço Social por meios das normas, as empresas, ao 
seguirem o CPC para formação do relatório social em suas demonstrações 
contábeis, segundo The Media Group (2012), tornam-se essenciais para aqueles 
que não possuíam o conhecimento dessas informações, como CPC 29, Ativos 
Biológicos e Produtos Agrícolas. Esse pronunciamento direciona analistas e 
envolvidos nessa área a fazerem a devida mensuração, avaliação e classificação, 
iniciando o processo de integração de seus ativos. 
Fazendo o uso desse pronunciamento, nota-se que há exceções para certa 
32 
 
utilização de bens e haverá necessidade de complementar outros Pronunciamentos 
Técnicos para o desenvolvimento correto desses relatórios sociais. 
No entender de Tinoco e Kraemer (2011), quando o Balanço Social assume a 
responsabilidade de reportar informações pelo objetivo de ser equitativo para suprir 
as necessidades daqueles que precisam das informações, o Balanço Social, assim 
como a Contabilidade, a fim de fornecer relatórios contábeis, financeiro, econômico, 
social e dentre outras, necessita que a organização forneça aos seus usuários os 
lucros arrecadados através de bens e serviços realizados por terceiros e sua 
distribuição. O autor conclui a importância, do entendimento ao processo do valor 
adicionado, tornando-se indispensável para grandes organizações e seus 
relacionados. 
 
2.6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) 
 
A história da DVA surgiu segundo De Luca et al. (2009), na década de 1970 
no Reino Unido, o interesse pelo valor adicionado foi ganhando forças através de 
suas publicações anuais pelo Balanço Social entre as empresas norueguesas, 
holandesas, alemãs e belgas. Conforme Tinoco (2010) com a expansão do Balanço 
Social, a necessidade em demonstrar as riquezas que a organização realizou no 
período, surge a necessidade da Demonstração do Valor Adicionado. 
 De Luca et al. (2009) relatam que, no Brasil, o valor adicionado foi implantado 
na década de 1980, com grandes estudos de suas informações para as tomadas de 
decisões, avaliação da empresa e responsabilidade social e confronto das 
informações da riqueza e do lucro contábil. Segundo Tinoco (2010, p. 43), “A DVA 
ampliou sobremaneira o conceito de Balanço Social”. 
A Demonstração do Valor Adicionado, nas palavras de Tinoco e Kraemer 
(2011), é o desempenho econômico e social no qual as organizações têm a 
capacidade de analisar o valor total de bens e serviços adquiridos por terceiros, em 
um determinado período, abatendo os custos para a produção. No mesmo sentido, 
De Luca et al. (2009, p. 22) resumem que A DVA “[...] visa demonstrar o valor da 
riqueza gerada pela empresa e sua distribuição com os elementos que contribuíram 
para sua geração”. 
33 
 
A DVA, com estreita ligação com conceito de responsabilidade social através 
do Balanço Social, surgiu pela necessidade em demonstrar aos seus usuários “o 
valor da riqueza criada pela empresa e sua respectiva utilização”, como 
mencionados anteriormente (DE LUCA, et al., 2009, p. 30). 
Os autores explicam que as tradições de informar nas demonstrações 
contábeis tenham, na maioria das vezes, o maior interesse em evidenciar a DRE, 
que avalia o lucro no final de um determinado período, geralmente tratado de maior 
interesse ao proprietário. Porém, a DRE avalia o valor da riqueza que foi 
evidenciada pelo valor adicionado (DVA), pois além de mostrar o lucro do 
“proprietário”, ele demonstra também as informações da riqueza gerada pela 
empresa com a colaboração de terceiros e como foi distribuída. 
Para De Luca et al. (2009), a elaboração da DVA baseia-se em uma 
“reorganização” através dos dados utilizados para a formação da DRE. 
Para concluir seu pensamento, De Luca et al. (2009, p. 42) complementam 
sua ideia que: “A DRE visa atender aos interesses dos acionistas quanto a formação 
do lucro líquido, enquanto a DVA visa informar a contribuição da companhia no PIB 
e a distribuição do Valor Adicionado entre os agentes que contribuíram para a sua 
geração”. 
Tinoco (2010) explica que, o relatório de DVA não possui o objetivo de 
“substituir” a DRE, pelo contrário; o objetivo principal da Demonstração do Resultado 
é a informação do resultado líquido da empresa, em um certo período, e na DVA, o 
objetivo principal é alimentar seus usuários (stakeholders) com diversas 
informações. Sendo assim: 
 Ao utilizar a produção como base de mensuração, o valor adicionado 
está sendo calculado em função dos bens e serviços produzidos. O critério 
que usa a produção como base de mensuração e avaliação é o adotado 
para fins macroeconômicos na apuração e divulgação do Produto Interno 
Bruto (PIB). 
 Por outro lado, as empresas, ao elaborarem a Demonstração do 
Resultado do Exercício, utilizam o total de vendas do período como base de 
mensuração, portanto, se o valor adicionado for mensuração de outra 
forma, dificultará a reconciliação entre duas demonstrações, porem esse 
resultado tem que ser ajustado, para servirem como sendo o PIB das 
empresas. [...] (TINOCO, 2010, p. 88). 
 
34 
 
Assim, “a DVA surgiu para evidenciar o quanto de valor a empresa adiciona 
aos insumos que adquire, bem como a sua distribuição aos elementos que 
contribuíram para esse acréscimo [...]” (DE LUCA et al. 2009, p. 30). 
A NBC TG 09 aprovada pela RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.138/08 esclarece que 
as entidades de capital aberto “devem elaborar a DVA e apresentá-la como parte 
das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. É 
recomendado, entretanto, a sua elaboração por todas as entidades que divulgam 
demonstrações contábeis” (NBC, TG 09). 
A Lei das Sociedades Anônimas (Lei n° 6.404/76) dada pela Lei n° 11.638/07, 
Art. 188, obriga todas as empresas de companhia de capital aberto, à demonstração 
dos valores de riqueza contribuídos por terceiros, como empregados, financiadores, 
governo, acionistas e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
Situação que virá a prover maior transparência a atividades empresariais, como 
exemplo a “Reservas de Lucros a Realizar”. 
Assim sendo, De Luca et al. (2009) também apresentam a parcela que se 
destina à remuneração de cada elemento, conforme a Lei apresentada 
anteriormente, que embasou sua formatação, descrevendo-a da seguinte forma: 
 Empregados: remuneração pela força de trabalho; 
 Financiadores: remuneração pelos recursos emprestados; 
 Governo: remuneração pela estrutura separadamente a parcela que 
se destina à remuneração de operações no meio ambiente; 
 Acionistas: remuneração pelo capital investido na empresa (DE LUCA 
et al., 2009, p. 31). 
Nesse sentido, colocadas pelas normas da NBC TG 09: 
Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o 
conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a 
possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da 
sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma 
comunidade (Município, Estado e a própria Federação) de investimento 
pode ter nessa demonstração um instrumento de extrema utilidade e com 
informações que, por exemplo, a demonstração de resultado por si só não é 
capaz de oferecer (NBC, TG 09). 
 
Conforme o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 09), que se alinha 
com as Normas Contábeis e Leis que a regem, a geração e distribuição das riquezas 
35 
 
criadas pelas empresas devem ser detalhadas da seguinte forma: (i) pessoal e 
encargos; (ii) impostos, taxas econtribuições; (iii) juros e aluguéis; (iv) juros sobre o 
capital próprio (JCP) e dividendos; (v) lucros retidos/prejuízos do exercício (COMITÊ 
DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS 09) 
Segundo Tinoco (2010), o valor adicionado bruto ou agregado (VAB), trata-se 
da equação “Vendas – Compras = Valor Adicionado Bruto (VAB)” (TINOCO, 2010, p. 
86), que deve ser considerado sempre, pois, para que cumpra sua atividade, toda 
empresa deve procurar bens e serviços, usar os recursos de terceiros como 
matérias-primas, mão de obra de colaboradores e entre outros, para depois 
comercializar o seu produto. 
Para os investidores e diversos usuários, o CPC 09 define que a 
demonstração oferece conhecimento nas áreas sociais e econômicas, possibilitando 
uma perspectiva de melhora nas avaliações que a entidade tem perante a 
sociedade. “A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a 
própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento 
de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de 
resultados por si só não é capaz de oferecer” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS 
CONTÁBEIS 09). 
As características apresentadas pela CVM n°557 dizem respeito às diferenças 
atemporais nos modelos econômicos e contábeis, assim mencionados por 
Consenza (2003 apud TINOCO 2010), que o valor adicionado pode ser usado em 
dois tipos de cálculos, com os enfoques: econômico e contábil. Pelo enfoque 
econômico, “o conceito de riqueza gerada é obtido a partir do montante da 
produção”, enquanto no contábil, “pode-se evidenciar com base no montante das 
vendas”. 
 Sendo assim, de acordo com CVM n° 557, a econômica baseia-se na 
produção para o cálculo do PIB, enquanto a contabilidade utiliza o conceito contábil 
da realização da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de competência (CVM, 
n° 557). 
A Demonstração do Valor Adicionado, tratado por Tinoco (2010), é composta 
por duas partes: a primeira é a apresentação da geração da riqueza, e a segunda, 
36 
 
trata-se da distribuição do Valor Adicionado. Para o preenchimento dos elementos 
que compõem a DVA pela geração de riqueza, de forma resumida, temos: 
As receitas incluem o total de vendas realizadas em cada período, com os 
respectivos tributos sobre essas receitas e outras receitas eventuais, 
inclusive aquelas provenientes de baixas e vendas de ativos. Os insumos e 
serviços adquiridos de terceiros compreendem as aquisições de matérias-
primas, mercadorias, materiais, energia, serviços, dentre outros, e não inclui 
gastos com pessoal próprio e despesas financeiras. Todos esses itens são 
computados pelos seus valores brutos, ou seja, incluindo os impostos 
(GARCIA; CINTRA; RIBEIRO DIBBERN, 2015, p. 8). 
 
Como apresentado de forma resumida pelos autores, observa-se a 
conjugação com as normas do CPC 09 o modelo de DVA para empresas em geral, 
minuciando cada riqueza criada pela empresa por terceiros: 
DESCRIÇÃO 
Em 
milhares de 
reais 20X1 
Em 
milhares de 
reais 20X0 
1 – RECEITAS 
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços– Reversão / 
(Constituição) 
 
1.2) Outras receitas 
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa 
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos 
impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 
 
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 
2.4) Outras (especificar) 
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial 
6.2) Receitas financeiras 
6.3) Outras 
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) 
Quadro 01: Geração de valor antes da distribuição 
Fonte: CPC_09. p. 16. 
 
37 
 
A DVA, demonstrada pela geração de receitas por terceiros, segundo os 
autores GARCIA; CINTRA; RIBEIRO DIBBERN, (2015, p. 11), observa o item 
referente “recebido em transferência”, pela qual representa a riqueza não gerada 
pela empresa, mas gerada por terceiros, “[...] com recursos da empresa e a ela 
transferida. Inclui-se o resultado de participações em outras companhias, receitas 
financeiras e outras receitas, tais como os aluguéis e royalties”. 
Após o reconhecimento da geração de riqueza pela DVA, a segunda parte 
apresenta de forma detalhada como a riqueza adquirida pela empresa foi distribuída. 
A seguir, o quadro conforme o modelo do CPC 09 detalha os componentes dessa 
distribuição: 
8.1) Pessoal 
8.1.1 – Remuneração direta 
8.1.2 – Benefícios 
8.1.3 – F.G.T.S 
8.2) Impostos, taxas e contribuições 
8.2.1 – Federais 
8.2.2 – Estaduais 
8.2.3 – Municipais 
8.3) Remuneração de capitais de terceiros 
8.3.1 – Juros 
8.3.2 – Aluguéis 
8.3.3 – Outras 
8.4) Remuneração de Capitais Próprios 
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio 
8.4.2 – Dividendos 
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício 
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ 
consolidação) 
 
Quadro 02: Distribuição da riqueza entre os contribuintes. 
Fonte: CPC_09. p. 16 
 
Pode se conhecer como a DVA possibilita o conhecimento de criação de 
riqueza e a sua distribuição entre os que ajudaram nessa criação. Para os autores 
Machado e Chagas (2012, p.19) “esta demonstração amplia o universo de 
informações atingido pela contabilidade e tem a vantagem de ser facilmente lida e 
interpretada”. 
38 
 
3 METODOLOGIA 
 
Neste tópico, são apresentados os meios metodológicos utilizados nesta 
pesquisa. Inicialmente, foram apresentadas as classificações de pesquisa e suas 
especificações que remetem ao estudo quanto à abordagem, objetivos e técnicas 
das coletas de dados. Na sequência, encontra-se a delimitação de pesquisa 
delineadas por tempo, espaço e perfil das análises, dando ênfase para a 
compreensão do projeto em questão. 
A Metodologia em projeto de pesquisa, segundo Oliveira e Valença (2015), 
deve-se pela busca do conhecimento, em que o pesquisador esteja engajado para 
construção de soluções para os diversos problemas. Para os cursos de graduação, 
a metodologia ajuda a promover o desenvolvimento crítico dos alunos a partir dos 
conhecimentos adquiridos ao longo do curso, auxiliando na qualidade das produções 
e produtividade dos docentes. 
[...] levar o aluno a comunicar-se de forma correta, inteligível, demonstrando 
um pensamento estruturado, plausível e convincente, através de regras que 
facilitam e estimulam à prática da leitura, da análise e interpretação de 
textos e consequentemente a formação de juízo de valor, crítica ou 
apreciação com argumentação plausível e coerente (OLIVEIRA; VALENÇA, 
2015, p.9). 
 
Assim, a Metodologia conduz os alunos a um bom desempenho de suas 
competências, habilidades, opiniões e interpretações sobre conceitos e teorias, 
“desenvolvendo sua capacidade de argumentação favorável ou contrária às 
situações e ideias expostas” (BRASIL ESCOLA, 2019). 
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 
 
Para um melhor entendimento, a metodologia desta pesquisa compreende a 
sua classificação quanto à abordagem, quanto aos seus objetivos e quanto aos 
procedimentos técnicos de coleta de dados. 
 
a) Classificação da pesquisa quanto à abordagem: 
Este estudo fundamenta-se na abordagem qualitativa de investigação. Silva et 
al. (2009, p. 2) comentam que “no âmbito da abordagem qualitativa, diversos 
métodos são utilizados de forma a se aproximar da realidade social [...]”. Ou seja, 
39 
 
pela interpretação das informações, que, não enfatizam a quantidade do conteúdo, 
mas sim, a visão crítica do pesquisador, pela compreensão de diversos ambientes 
dos seus relacionamentos sociais. 
Gerhardt

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