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Fundamentos de Aeronaves Prof.: Frederico Vieira de Lima Divisão de pontos ❏2 provas de 30 pontos (60 pontos) ❏1 trabalho (grupo ou individual) (30 pontos) ❏1 trabalho autoinstrucional Dia das provas (programado) ❏18 de Setembro ❏4 de Dezembro Apresentação da disciplina OBJETIVOS: Conhecer os fundamentos por trás da operação, projeto e construção de uma aeronave de asa fixa e rotativa. * PARA ISSO: Descrição das principais e componentes. Comentário sobre os processos de fabricação. Introdução a teoria das leis físicas relativas a aeronave. Apresentação da disciplina Conteúdo programático Conceitos básicos. Anatomias típicas de aeronaves civis. Anatomias típicas de aeronaves militares. Modelos de aeronaves civis e militares. Sistemas que compõem a aeronave. Aspectos que direcionam o projeto e a operação de aeronaves. Bibliografia SUZANO, Marcio Alves. Conhecimento gerais de aeronaves. De REMER, Dale; JEPPESEN SANDERSON, INC. Aircraft systems for pilots. UNITED STATES FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. DEPARTMENT OF TRANSPORTATION. Airframe and powerplant mechanics. RODRIGUES. Luis Eduardo Miranda. Fundamentos da Engenharia Aeronáutica com Aplicações ao Projeto SAE - Aerodesign: Volume Único. História O desejo de voar está presente na humanidade provavelmente desde o dia em que o homem pré- histórico passou a observar o vôo dos pássaros e de outros animais voadores. Ao longo da história há vários registros de tentativas mau sucedidas de vôos. Alguns até tentaram voar imitando pássaros: usar um par de asas (que não passavam de um esqueleto de madeira e penas, imitando as asas dos pássaros), colocando-os nos braços e balançando-os. História Muitas pessoas acreditavam que voar fosse impossível, e que era um poder além da capacidade humana. Mesmo assim o desejo existia, e várias civilizações contavam histórias de pessoas dotadas de poderes divinos que podiam voar; ou pessoas que foram carregadas ao ar por animais voadores. O exemplo mais bem conhecido é a lenda de Dédalo e Ícaro. Dédalo, aprisionado na ilha de Minos, construiu asas feitas com penas e cera para si próprio e seu filho. Porém Ícaro aproximou-se demais do Sol e a cera das asas derreteu, fazendo ele cair no mar e morrer. A lenda era um aviso sobre as tentativas de alçar aos céus, semelhante à história da Torre de Babel na Bíblia, e exemplifica o desejo milenar do homem de voar. História A história moderna da aviação é complexa. Projetistas de aeronaves esforçaram-se para melhorar continuamente suas capacidades e características tais como alcance, velocidade, capacidade de carga, facilidade de manobra, dirigibilidade, segurança, autonomia e custos operacionais, entre outros. Aeronaves passaram a ser feitas de materiais cada vez menos densos e mais resistentes. Anteriormente feitas de madeira, atualmente a grande maioria das aeronaves usa materiais compostos - como alumínio e fibras de carbono. Recentemente computadores têm contribuído muito no desenvolvimento de novas aeronaves e componentes. História Acredita-se que por volta de 400 a.C. Archytas, um estudioso da Grécia Antiga, construiu um pombo de madeira capaz de "voar" por cerca de 180 metros. Acredita-se que este pombo utilizava um jato de ar para alçar vôo, embora não se saiba o que produzia tais jatos. Archytas pode ter amarrado o pássaro a um braço mecânico giratório, ou por cordas, o que faria o pombo planar por um longo tempo no ar, controlando assim o vôo do pássaro até que o jato acabasse. Este pombo de madeira seria a primeira máquina voadora que movimentava-se por meios próprios. História Por volta de 300 a.C. os chineses inventaram a pipa, bem como as técnicas de fazê-la "voar" no ar. Uma pipa é um tipo rudimentar de planador. Muito provavelmente foi o artista e inventor italiano Leonardo da Vinci a primeira pessoa a se dedicar seriamente a projetar uma máquina capaz de voar carregando um ser humano. Tais máquinas eram planadores e ornithopters: máquinas que usavam o mesmo mecanismo usado por pássaros para voar - através do movimento constante das asas para cima e para baixo. Máquina voadora de Leonardo da Vinci Dirigíveis Planadores Com a invenção do balão e do dirigível, os inventores passaram a tentar criar uma máquina mais pesada do que o ar que fosse capaz de voar por meios próprios. Primeiramente vieram os planadores, máquinas capazes de sustentar vôo controlado por algum tempo. Em 1799 o inventor inglês George Cayley desenhou um planador relativamente moderno que tinha uma cauda para controle, e o local onde o piloto ficava dentro da aeronave abaixo do centro de gravidade, dando assim estabilidade à aeronave. Planadores Primeiros Aviões Primeiros aviões tinham um projeto aerodinâmico muito ruim, William Henson, um inventor inglês, fez a primeira patente de uma aeronave equipada com motores, hélices e uma asa fixa, ou seja, de um avião. Porém, o protótipo construído com base nos desenhos de Henson foi mal-sucedido, e Henson desistiu de seu projeto. Em 1848, seu amigo John Stringfellow construiu uma pequena aeronave baseada nos desenhos de Henson. A aeronave construída por Stringfellow obteve sucesso em certos aspectos, podendo decolar por meios próprios. Porém, decolava apenas sem o piloto, e podia voar apenas por uma questão de dois ou três segundos. Primeiros Aviões – Clement Ader Primeiro Vôo A controvérsia sobre o primeiro vôo é grande. Geralmente são creditados Alberto Santos Dumont ou os Irmãos Wright (mais exatamente, Orville Wright). Foi o vôo do 14-Bis, em Paris, o primeiro de um avião na história da aviação registrado publicado e sem artifícios externos. Tais especialistas alegam o uso de trilhos e catapultas nas operações de decolagem das aeronaves dos irmãos Wright, o testemunho do vôo do 14-Bis em Paris foi evidenciado por aviadores e autoridades de aviação. Wright – Estados Unidos Santos Dumont Era de Ouro da Aviação - Tecnologia Era de Ouro da Aviação - Tecnologia Os anos que se passaram entre a Primeira Guerra Mundial e a segunda Guerra Mundial foram anos nos quais a tecnologia de aeronaves em geral desenvolveu-se bastante. Neste período, rápidos avanços foram feitos no desenho de aviões, e linhas aéreas começaram a operar. Também foi época na qual aviadores começaram a impressionar o mundo com seus feitos e suas habilidades. Os aviões pararam de ser feitos de madeira, para serem construídos com alumínio. Os motores das aeronaves foram melhorados bastante, com um notável aumento da potência que os motores da época eram capazes de gerar. Esta grande série de avanços tecnológicos, bem como do crescente impacto sócio- econômico que os aviões passaram a ter mundialmente, faz deste período a era do ouro da aviação. Douglas DC- 3 Turbo-Hélices - Constellation Jatos Comerciais - Comet Jatos Comerciais - Comet Jatos Comerciais - Boeing Concorde – Jato comercial supersônico Airbus – A380 Industria Aeronáutica no Brasil A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer) é uma fabricante de aviões para uso comercial, executivo, agrícola e militar. É a terceira maior do mundo, atrás da Boeing e da Airbus, e uma das maiores companhias exportadoras do Brasil em termos de valor absoluto desde 1999. Detém também a maior carteira de pedidos entre os fabricantes de jatos regionais de passageiros. Está sediada na cidade de São José dos Campos, interior do estado de São Paulo, com diversas unidades no Brasil e exterior, inclusive uma joint-venture na China, a Harbin Embraer. Para teste de aviões, a companhia possui uma pista de pouso e decolagem na cidade de Gavião Peixoto, cuja extensão, de 5000 metros, a tornou terceira mais longa do mundo. Embraer E-195 – Gen. 2 CONCEITOS PRELIMINARES PARTES E NOMENCLATURAS A aeronave Um avião é definido como uma aeronave de asa fixa mais pesada que o ar, movida por propulsão mecânica, que é mantido em condição de vôo devido à reação dinâmica do ar que escoa através de suas asas. Componentes Básicos de um AviãoA Fuselagem Monocoque: ❏Semi-monocoque: ❏Treliçada: Asas Segundo Miranda, as asas são superfícies sustentadoras unidas a cada lado da fuselagem e representam os componentes fundamentais que suportam o avião no vôo. Para as asas, existem numerosos projetos, tamanhos e formas usadas pelos vários fabricantes. Cada modelo é produzido para atender as necessidades de desempenho previsto para o avião desejado. Classificações quanto as asas Quanto a sua fixação na fuselagem em alta, média ou baixa. Classificações quanto as asas Número de asas (monoplano e biplano): Elementos da asa Nervuras: As nervuras dão a forma aerodinâmica à asa e transmitem os esforços do revestimento para a longarina. Longarina: A longarina é o principal componente estrutural da asa, uma vez que é dimensionada para suportar os esforços de cisalhamento, flexão e torção oriundos das cargas aerodinâmicas atuantes durante o vôo. Bordo de ataque e bordo de fuga: O bordo de ataque representa a parte dianteira da asa e o bordo de fuga representa a parte traseira da asa e serve como berço para o alojamento dos ailerons e dos flapes. Elementos da asa Forma Geométrica das Asas As asas podem ter diversos formatos de forma a alcançar diferentes objetivos distintos: Retangulares Delta Trapezoidais Elípticas ❏Asa elíptica: teoricamente a aerodinâmica é a ideal, porém de fabricação complicada ❏Asa trapezoidal: é uma asa de ótima eficiência aerodinâmica, pois com a redução gradativa da corda entre a raiz e a ponta da asa consegue-se uma significativa redução do arrasto induzido. Nesse tipo de asa o processo construtivo torna-se um pouco mais complicado. ❏ Asa retangular: fabricação mais facilitadas, porém aerodinamicamente ruim. ❏Delta: usado na maioria das vezes para aviões de guerra, é ideal para configurações com a presença de ondas de choque (altas velocidades de voo) CONCEITOS PRELIMINARES PARTES E NOMENCLATURAS - II Nomenclatura do Perfil e da Asa Espessura Linha de arqueamento média Arqueamento Bordo de Fuga Bordo de ataque Linha da corda Corda Significados: Envergadura: É a distância entre as pontas, ou extremidade de cada asa. Corda: É a linha reta que une o bordo de ataque até o bordo de fuga. Empenagem (profundor + leme) ●Função principal: controlar e estabilizar a aeronave: ●Leme (Controle direcional) ●Profundor (controle longitudinal) Formatos de empenagem ●As empenagens podem ser construídas e ter sua concepção moldada em diferentes formatos. São eles: Convencional Cauda dupla ou em H Cauda em T, em V ou em Y Cauda cruciforme Convencional: Comum em aeronaves comerciais Vantagem: Contem um leme mais eficiente e leve. Desvantagem: Não permite que o propulsor fique na parte traseira Profundor Estabilizador Horizontal Leme Estabilizador Vertical (deriva) Cauda em T: Também muito usada em aviões comerciais e executivos. Vantagem: Leme mais eficiente (aerodinâmica). Desvantagem: Construção mais pesada. Profundor Leme Estabilizador Vertical Estabilizador Horizontal Cauda cruciforme: Uma intermediaria entre a convencional e a T. Vantagem: Permite a instalação de motores na traseira . Desvantagem: A estrutura ainda fica um pouco mais pesada que a convencional Avião S2 - Tracker Cauda em V: As superfícies de controle são combinadas. Em inglês: ‘’Ruddervators’’: Vantagem: Redução de arrasto induzido. Desvantagem: Controles complexos. Leme e profundor na mesma superfície Avião Bonanza V Cauda em Y: Na terceira superfície (vertical) está contida o leme: Vantagens: Evita a complexidade do controle da cauda em V, e ao mesmo também diminui o arrasto induzido em relação a convencional Leme Profundor Cauda em H, ou dupla: Consiste em dois lemes de direção ligados pelo estabilizador horizontal Vantagens: Os lemes podem ser menores, pra aviões com mais de um motor melhor controle (cone de aspiração) Avião Antonov An 225 Leme Trem de pouso Entre suas funções destaca-se: Apoiar o avião no solo e manobra-lo durante seu percurso em terá (decolagem, aterrisagem, taxiamento). Dividido entre trem de pouso triciclo e convencional Composição do trem de pouso - amortecedor Cilindro hidropneumático O orifício restringe a passagem do fluido O ar está comprimido ao máximo. Amortecedor está + duro. A pressão do ar provoca o retorno da haste. O orifício restringe o fluxo, impedindo que o avião salte. Composição do trem de pouso – pneu e rodas Tubo hidráulico Freio Roda Pneu Convencional: Formado por um trem de pouso principal e uma bequilha traseira. Desvantagem: Pior desempenho para decolar Vantagem: Construção + fácil. Avião T-6 Texan Triciclo: Roda frontal (roda do nariz) + duas rodas principais. Mais usado atualmente. Vantagem: Melhor controle e estabilidade na aeronave no solo. Desvantagem: Construção mais cara. Propulsores Serão classificados em dois tipos principais: O grupo formado pelos motores alternativos com hélices. O grupo formado pelos motores a reação Propulsores Dentre os motores a reação, ainda temos tipos diferentes de configuração possíveis, são eles: Turbo hélices. Turbo eixos (motores de helicópteros) Turbo jatos Turbofans Motor alternativo: Também conhecidos como motores de pistão (ou combustão interna). São acoplados juntos á uma hélice. Vantagem: Mais barato Desvantagem: Menos empuxo por peso. Motor turbo hélice: Usado em aviões que tenham velocidades de operação menores que o turbofan e o turbo jato. Vantagens: Ideal para voos de velocidade menores. Motor turbo eixo: Usado em helicópteros. Devido as suas características construtivas, não há outro tipo de motor que possa substitui-lo. Motor turbo jato: Foram os primeiros motores a reação a surgir. Vantagens: Bom para velocidade muito altas. Desvantagens: Baixa eficiência. Ruim para aviões de velocidade menor. Motor turbofan: Evolução do conceito do turbo jato. Usado na grande maioria dos aviões atuais. Vantagens: Mais eficientes e grande relação empuxo-peso. Desvantagens: Caros Caixa de redução Compressor Baixa Compressor de alta Turbina de alta Turbina de baixa Ailerons ●Tem a função de controlar o rolamento da aeronave (Ou seja girar em torno de seu eixo longitudinal) Ailerons: Estão no bordo de fuga da asa da aeronave, e quanto mais rápido o avião menores eles podem ser. Sistema de Coordenadas ●Possui sua origem no centroide da aeronave ●Três eixos se interceptam no centroide, formando 90° entre si Sistema de Coordenadas O eixo vertical é de cima para baixo. O lateral vai de uma ponta a outra da asa. E o longitudinal vai do nariz até a cauda. Sistema de Coordenadas Anatomias típicas de aeronaves Configurações possíveis As aeronaves são projetadas de acordo principalmente como objetivo a que se destinam. Portanto para que se alcancem esses objetivos pode-se trabalhar certos aspectos da aeronaves. Conceitos a serem explorados: Fixação quanto a asa na fuselagem Alongamento e afilamento da asa Tipo de encurvamento (diedro) da asa Tipo de asa Localização quanto a empenagens e demais superfícies de controle. Alongamento O alongamento é um fator importante na eficiência aerodinâmica de uma aeronave De uma forma geral, quanto maior, menor a formação de arrasto induzido 𝐴𝐿𝑂𝑁𝐺𝐴𝑀𝐸𝑁𝑇𝑂 = 𝑒𝑛𝑣𝑒𝑟𝑔𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎2 á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑚 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑠𝑎 Problemas devido ao alto alongamento Apesar de ser aerodinamicamente desejável o alongamento tem alguns problemas que impedem ele de ser indefinidamente aumentado. Esses problemas são: De ordem estrutural De ordem de manobrabilidade Problemas estruturais: as cargas causam problemas de deflexão e momento fletor. Necessita estrutura mais rígida pesada Problema de manobrabilidade: Manobra em relação ao seu eixo longitudinal mais dificultada devidoao grande braço de alavanca. Quando usar um alto alongamento? O alongamento pode ser separado da seguinte forma: Maior que 4 (quatro): Aeronaves subsônicas Menor que 4 (quatro): Aeronaves transônicas e supersônicas Afilamento Descreve-se como a razão entre a corda na ponta da asa e na raiz. 𝐴𝐹𝐼𝐿𝐴𝑀𝐸𝑁𝑇𝑂 = 𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑟𝑎𝑖𝑧 Afilamento: Seu uso acarreta uma menor formação de vórtices nas pontas das asas. Enflechamento Uma asa enflechada é aquela que está sua corda média está inclinada. Podendo ser este ângulo positivo ou negativo Sua função é reduzir a influência do arrasto de onda. Negativo: Pouco usado, vantagens aerodinâmicas são pouco perceptíveis. Vantagens: Permite maior manobrabilidade Desvantagens: Maior controle, estrutura requer maior rigidez Positivo: tem como principal vantagem controlar as perdas de onda. Usado em aviões de guerra Vantagens: Tende a ser mais estável. Desvantagens: Menos sustentação.
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