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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
AVANÇOS E RETROCESSOS
 
Alunos:
 Ana Júlia de Oliveira Farias. 
André Luiz Santos de Santana.
 Argemiro Batista de Jesus. 
Débora de Jesus Santos. 
Elissandra Alves de Oliveira.
 Gabriela Pereira Oliveira. 
Jaíne Cardin Reinaldo dos Santos. 
João Gabriel Carvalho Campos Lima. 
João Gabriel Fonseca Andrade.
 João Paulo Tércio Leite Souza.
 Luíza Lima de Matos.
 Maria Eduarda Duarte Costa.
 Yasmin Pereira de Macedo. 
 
 PROFESSORA: ADÉLIA FERNANDA S. S. OLIVEIRA
CURSO: DIREITO. 1º SEMESTRE. MATUTINO 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
AVANÇOS E RETROCESSOS 
 
 
 
 
 
 
 
ITABUNA 
2020 
 INTRODUÇÃO 
Com o fim dos governos militares e a redemocratização do País, mostrouse evidente a necessidade de dotar o País de uma nova Constituição. José Sarney, o primeiro presidente da fase iniciada com o ocaso do ciclo militar, denominada “Nova República”, encaminhou ao Congresso Nacional a proposta de emenda à Constituição que resultou na EC 26 de 27 de novembro de 1985. 
A Assembleia Nacional Constituinte começou a se reunir em 1º de fevereiro de 1987. As atenções e esperanças do país voltaram-se para a elaboração da nova Constituição. Havia um anseio de que ela não ´só fixasse os direitos dos cidadãos e as instituições básicas do país como resolvesse muitos problemas fora de seu alcance. Os trabalhos da Constituinte foram longos, tendo-se encerrado formalmente em 5 de outubro de 1988 quando foi promulgada a nova Constituição. 
O presente trabalho pretende mostrar trechos da Constituição de 1988 onde tivemos avanços e retrocessos. Não pretendemos aqui analisar em sua totalidade. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
Antes de falar sobre a Constituição de 1988 devemos retroceder no tempo da Constituição de 1967 que foi outorgada ou seja, imposta pelo governo e inspirada na Carta de 1937(antidemocrática). 
A Constituição de 67 teve tendência centralizadora político-administrativa na União e de ampliação dos poderes do Presidente da República. Redução de direitos individuais. Essa Constituição teve curta duração porque em 1969 foi editada a EC 1 de 17 de outubro de 1969, com entrada em vigor em 30 de outubro de 1969 uma nova Constituição. 
A Constituição de 88 pretendeu dar ao Brasil a feição de uma socialdemocracia, de criar um verdadeiro Estado Democrático-Social de Direito, com a previsão de uma imensa quantidade de obrigações para o Estado, traduzidas em prestações positivas, passíveis em tese, de serem exigidas pela população em geral, muitas com verdadeiros direitos subjetivos. Essa a razão da Carta de 1988 ter recebido o epíteto de Constituição cidadã 
Em seu famoso discurso, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães (MDB), mostrou toda a indignação com o autoritarismo de setores militares e da sociedade civil. 
“A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério” 
 
Avanços da Constituição de 1988 
Com históricos desde 1824, o Brasil já possuiu sete constituições que trouxeram grandes e significativos avanços à sociedade e ao país. Contudo, somente na Constituição de 1988 que os cidadãos brasileiros tiveram o maior número de conquistas sociais e avanços de direitos civis.
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III- a dignidade da pessoa humana; 
IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
V- o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
 
 
 O texto ampliou liberdades, direitos e garantias individuais, consagrou as relações econômicas, políticas e sociais, além disso, privilegiou os princípios fundamentais. No artigo 1º temos a consagração dos princípios que constituem diretrizes fundamentais para a ordem constitucional. Citando alguns avanços que adotamos, temos como forma de Estado a Federação, como forma de Governo a República, como regime de Governo o Democrático e o sistema de Governo o Presidencialista. Com relação ao princípio federativo, temos autonomia político-administrativa dos entes. Os fundamentos da República 
Federativa do Brasil estão previstos no art. 1º da Constituição Federal de 1988. 
São 	eles 	os 	pilares, 	a 	base 	do 	ordenamento 	jurídico 	brasileiro. 
“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. ” 
A dignidade da pessoa humana consiste no valor-fonte do ordenamento jurídico, sendo a base de todos os direitos fundamentais. Esse princípio coloca o ser humano como principal preocupação para o Estado. De acordo com o STF, a dignidade da pessoa humana é o princípio basilar, possui elevada densidade normativa e pode ser usado, por si só e independentemente de regulamentação, como fundamento de decisão judicial. Com base nesse princípio o STF deu entendimento a diversos assuntos de grande importância. Considerou legítima a união homo afetiva como entidade familiar, considerou que não ofende o direito à vida e a dignidade da pessoa humana a pesquisa com células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos ‘’in vitro’’, entre outros. 
O pluralismo político, também adotado pelo Estado, visa garantir a introdução de diferentes grupos sociais no processo político, concedendo aos cidadãos liberdade de ideias. A exemplo de um entendimento do STF é a crítica jornalística que se considera um direito legítimo. 
 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 
É primordial sinalizar que este inciso qualifica a sociedade política, expressando os fins aos quais ela deve se condicionar, no qual se destaca a Liberdade ,a justiça e a solidariedade ,pois são os três princípios que balizam o equilíbrio entre a pessoa humana individual e a pessoa humana social. Portanto, deve-se entender sobre estes três princípios: 
 -A Liberdade, é entendida como autonomia, constitui o espaço privado, a esfera de atuação da pessoa individual, em que se concebem a necessidade e a geração da riqueza. 
-A Justiça, por seu turno, sob a forma corretiva ou sob a forma distributiva, revela-se como valor ético fundamental, que busca resolver problemas particulares e problemas que dizem respeito a todos, dando a cada um o que é seu. 
 
- Solidariedade, enfim, como peça fundamental para a caracterização da pessoa humana como ente social, é o princípio que norteia o relacionamento no espaço público, a aproximação e a cooperação social entre pessoas, entre povos e também entre Estado e pessoas. Há que notar que a solidariedade interpessoal não é coercitiva e nesse âmbito tem como pressuposto necessário a liberdade. Isto é, a cooperação interpessoal na sociedade deve partir de seus membros e não pode ser imposta pela estruturapolítica. 
 II- garantir o desenvolvimento nacional; 
 -É essencial destacar que se entende o significado de desenvolvimento nacional como progresso econômico, político, social e cultural da nação. Portanto, é evidente um progresso em todas essas áreas traz a maximização do bem-estar para os povos contemporâneos, gerando riqueza e melhoria das condições sociais .Diante disso, é notório um favorecimento ao desenvolvimento nacional, proporcionando uma economia de mercado forte, competitiva e liberta de intervenções injustificadas por parte do Estado. 
 
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
 -É fundamental enfatizar que a intenção deste inciso foi das mais nobres,no qual deseja acabar com a miséria e consequentemente a marginalidade social, assim como reduzir progressivamente as desigualdades. Contudo, equacionar essas situações não seria possível tão somente com a promulgação da Constituição Federal,pois trata-se especialmente em um país como o Brasil, que durante muito tempo conviveu sob um sistema totalitário. De qualquer forma, a verdade é que a efetivação desses direitos mostra-se,por vezes, muito distante e se perfazem em objetivos a serem alcançados progressivamente no tempo.Desse modo,o que se pretende efetuar por meio deste inciso e em qualquer democracia verdadeira,é a busca progressiva, contínua e sem desfalecimento do objetivo proposto. 
 – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
-É importante destacar que este inciso trata-se do bem comum, de todos os seres humanos, princípio certamente agasalhado em todas as Constituições do mundo civilizado, e fim último da democracia constitucional brasileira. Portanto, é perceptível que o bem comum não é um ideal irrealizável e mediante a isso, é de extrema importância tratar do bem de todos naquilo que todos têm em comum, abraçando tudo o que constitua o bem da comunidade política, de maneira generalizada. Logo então, o bem comum não pode conter discriminação, não pode conter desigualdade, pois o verdadeiro bem comum ocorre quando é direcionado efetivamente para todos, estabelecendo o igual tratamento a todos e a todos dando na medida que lhes cabe. 
 
 
 
AVANÇOS OCORRIDOS NA CONSTITUIÇÃO
 FEDERAL DE 1988 REFERENTES AO ART. 4º
A Constituição Federal de 1988, conhecida também como Carta Magna ou o instrumento jurídico mais importante em nosso ordenamento jurídico brasileiro, pois está acima de todas as outras leis infraconstitucionais. A saber, diante dessa importância é que temos a pirâmide de Kelsen, que sobrepõe a CF no patamar mais alto em relação às outras leis, decretos, instruções normativas, portarias e ademais, no sentido que todas os regulamentos jurídicos que surgirem devem estar em consonância com a Carta Maior – a Constituição Federal. 
Nesse sentido, iremos analisar aqui o art. 4º, nos incisos VII e VIII. Vamos à eles, individualmente. 
No art. 4º diz: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
São 10 incisos que estão neste artigo, no entanto trataremos apenas dos dois a seguir: 
VII – SOLUÇÃO PACÍFICA DOS CONFLITOS; 
Este inciso refere-se às situações de conflitos existentes no âmbito das relações internacionais, ou seja, trata-se sobre o repúdio e a não aceitação ao terrorismo no território brasileiro e, que qualquer tentativa deste tipo de violência deve ser repudiada em todas as instâncias. 
O Brasil, como Estado signatário deste princípio constitucional acolheu que “todas as mudanças nas suas mútuas relações só devem ser baseadas nos meios pacíficos e realizadas dentro da ordem e da paz” (Tratado de Renúncia à Guerra) 
Bem como a Organização das Nações Unidas também estabelece a seus componentes o dever de resolver suas controvérsias políticas e jurídicas por meios pacíficos. 
 
VIII – REPÚDIO AO TERRORISMO E AO RACISMO; 
Assim como a resolução dos problemas são mediados pelo consenso, como já sabemos o terrorismo internacional não encontrará refúgio aqui e/ou qualquer espécie de terrorismo em solo nacional sofrerá as penas da lei. 
Em relação ao princípio do repúdio ao racismo diz respeito a promover a eliminação de todas as formas de discriminação racial nas relações internacionais. O combate à discriminação é instrumento para promover os direitos fundamentais, principalmente no que concerne à igualdade entre as pessoas. 
A comunidade de Estado reconheceu a importância de políticas públicas que adotem medidas que promovam a igualdade como condição ao próprio desenvolvimento social, repudiando todas formas de discriminação racial, e, toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública será repudiado. 
No que se refere às políticas públicas, no Brasil foi instituído o Estatudo da Igualdade Racial, e em 2019 promulgaram a lei que designa o crime de racismo como inafiançável. uma vez que “a existência de barreiras raciais repugna os ideais de qualquer sociedade humana”24 
No âmbito dos direitos sociais, a Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou a Convenção n º 111 sobre a Discriminação em Emprego e Profissão, em 25 de junho de 1958 , na qual busca eliminar as discriminações no meio ambiente do trabalho. O ARTIGO 1º,. § 1º, 
“a”estabelece que 
1-Para os fins da presente Convenção O Brasil, nesse contexto, repudia o terrorismo em prol da paz social e da busca por meios pacíficos às controvérsias. O terrorismo é uma ameaça aos direitos humanos e à própria segurança do Estado. 
 
TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
III- ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
A tortura é prática absolutamente proibida pela legislação brasileira e é objeto de diversos tratados e convenções internacionais. Como é contrária à proteção à vida e a integridade da pessoa humana, é considerada violação gravíssima aos Direitos Humanos e é um princípio geral do Direito Internacional. Por ser considerada um direito fundamental, a proibição à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Constituição. Isso significa que, mesmo que seja realizada uma reforma constitucional, a proibição à tortura deve necessariamente permanecer. 
 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
Esse direito é relevante a todos no país, tanto para aqueles que possuem uma religião e exercem sua crença, quanto para os que não têm religião. Esse inciso garante que todos os brasileiros e estrangeiros que moram no Brasil são livres para escolher sua religião, praticar e professar sua crença e fé, seja num ambiente doméstico ou em um lugar público. Isso significa que os governos não podem agir no sentido de obrigar as pessoas a adotarem uma ou outra religião ou de proibir os cidadãos de seguirem uma crença e participarem de cultos, por exemplo. Assim, os brasileiros e estrangeiros que se encontrem no território nacional, devem ter a liberdade de escolher se serão católicos, evangélicos, umbandistas, espíritas ou adeptos de qualquer outra religiosidade. E é claro, também é um direito de todos optar por não seguir uma religião se assim desejarem. 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendopenetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Logo, a violação de domicílio é ilegal, mas existem exceções em casos específicos, como em situações de flagrantes de crimes, desastres, para prestação de socorro ou por determinação judicial. Para os que violam a norma da inviolabilidade, as sanções estão definidas no Código Penal. Além de definir a ilegalidade da violação de domicílio, o inciso XI também prevê situações em que entrar na casa de alguém sem sua autorização não é crime. 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
 -A Liberdade de Reunião é um direito fundamental garantido ao cidadão pela Constituição de 1988, mais precisamente no inciso XVI do artigo 5º. Ao afirmar que todos podem reunir-se pacificamente sem qualquer tipo de autorização prévia do Estado, a Constituição protege o direito fundamental de livre manifestação do pensamento e a participação ativa das pessoas nos debates públicos que forem de seu interesse. Ao proibir a circulação do armamento nesses espaços, impede-se que haja alguma imposição física e psicológica no ambiente e que a população, em algum momento mais acalorado do debate, cause acidentes e interfira na vida de pessoas que não estão envolvidas no evento. 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar 
 -A liberdade de associação é garantida no inciso XVII do Artigo 5º da Constituição, que determina que somos livres para criar ou participar de associações desde que seus fins sejam lícitos e que não tenham caráter paramilitar. Alguns exemplos de associações são as filantrópicas, as religiosas, as de defesa do meio ambiente e as de defesa de direitos humanos Portanto, qualquer indivíduo no Brasil pode associar-se ou formar associações com outras pessoas, desde que a finalidade dessa organização seja lícita e não tenha caráter paramilitar. 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
 - Voltado para a atividade empresarial e dedica-se à proteção de invenções que devem, necessariamente respeitar as seguintes características: serem novas, não serem óbvias ou evidentes para o estágio atual de desenvolvimento industrial do país e, por fim, possuírem alguma aplicação na área industrial. Vale ressaltar que esses privilégios não são vitalícios, ou seja, ao término do prazo estabelecido, a invenção se tornará de domínio público para que possa ser livremente explorada, garantindo, dessa maneira, o desenvolvimento industrial, tecnológico e econômico do Brasil, como descrito no inciso XXIX do artigo 5° da Constituição Federal. 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu 
-É por meio deste Inciso que é garantido ao réu que sejam aplicadas sempre penas mais leves, quando houver a existência de duas normas que tratem sobre o mesmo ato. Na prática, os conflitos nada mais são do que duas leis que possuem determinações diferentes, sendo de responsabilidade do intérprete e aplicador da lei decidir qual das normas deve ser utilizada. 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático; 
Art.5º - Esse artigo é um dos principais da CF/88, pois visa garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, tornando todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. 
Por definir leis que garantem direitos aos cidadãos foi um grande avanço comparado a CF/67 tendo a prática do racismo constituída como crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão de acordo com os termos da lei no Inc. XLII. 
O racismo é estabelecido pela prática de preconceito de raça ou cor, que implica uma conduta discriminatória dirigida a uma pessoa. Temos como exemplo: alguém negar um emprego á uma pessoa em alguma empresa privada em razão da sua cor ou raça ou também impedir o acesso de alguém devidamente habilitado a qualquer cargo da administração direta ou indireta e serviços públicos. Condutas como essas são caracterizadas como racismo. Lembrando que é diferente da injúria racial que esta relacionada ao uso de palavras depreciativas com intenção de ofender a honra da vitima em relação a sua cor. 
No Inc. XLIII do mesmo artigo , temos outros grandes progressos presente na CF/88, tais como: a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas, o terrorismo e também os definidos como crimes hediondos (homicídios, crime de lesão corporal, latrocínio, estupro de vulnerável, dentre outros...) a prática desses crimes se tornou também inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. Lembrando que podem responder por esses crimes tanto os mandantes como os executores, e também aqueles que omitem ou podem evita-los. 
Já no Inc. XLIV do Art. 5º da constituição vigente temos considerados como crimes qualquer ação de grupos armados sendo eles civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Depois do golpe militar em 31 de março de 1964, quando o presidente João Goulart foi afastado do cargo, dando inicio a ditadura militar que durou duas décadas. Então a CF/67 surgiu três anos após todo esse conflito, que foi exatamente constituída na passagem do governo Castelo Branco para o Costa e Silva. A CF/67 foi bastante alterada durante o regime militar, vários atos institucionais que estavam a disposição dos militares para impor suas vontades quando eles achavam necessários , tornou sem duvidas uma constituição que servia amplamente os interesses do regime daquela época. 
Contudo, a lei constituída no Art. 5º do Inc. XLIV levando em consideração o contexto histórico é sem duvidas um grande avanço, tornando qualquer tentativa de tomada do poder utilizando forças armadas um crime também inafiançável e imprescritível. 
 
CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) 
 
 
 Os direitos socias contidos no artigo 6° (a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção á maternidade a á infância e a assistência aos desamparados) da Constituição Federal de 1988, são normas essenciais a serem cumpridas na maior medida possível. Caracterizam-se um conteúdo de caráter social, sendo direitos de segunda dimensão, exigem a atuação do Estado, e buscam consolidar a isonomia social, na busca de melhores e adequadas condições de vida. São Fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal art. 1°., IV: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituise em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
IV - Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874,de 2019) 
 Os avanços ocorridos nesse artigo se deram através das redações de Emendas Constitucionais de 2000 a 2015. O primeiro avanço se deu no dia 14 de fevereiro de 2000, por meio da Emenda Constitucional de número 26/2000, que previu o direito à moradia como direito social. Apesar da demora em adicioná-la, no artigo 23, inciso IX, fica claro o dever dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da União em estabelecer programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. Ou seja, mesmo que não fosse regulamentado como direito social, era dever do Estado promover políticas que proporcionassem moradias de qualidade a população carente. 
 A Emenda Constitucional número 64 de 2010 alterou o artigo 6° da Constituição Federal para introduzir a alimentação como direito social, no entanto, antes dela, já havia a Lei n.11.346/2006, que originou a SISAN — Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que buscava a manutenção do direito humano a alimentação adequada, sendo inerente a pessoa humana e direito indispensável. Essa mudança foi bem aceita como direito social, apesar da demora. 
 A Câmara dos Deputados e do Senado, no dia 15 de setembro de 2015 adicionaram o direito ao transporte ao artigo 6°, na Emenda de número 90. Como razão para o acréscimo do transporte, foi utilizado o pressuposto de que ele é imprescindível para o desenvolvimento da produtividade e da qualidade de vida da população, sendo sua necessidade imperativa para o bem-estar daqueles que não possuem meios de transporte próprios, sendo o Estado responsável em promover esses meios a população. 
 Além dessas três alterações, vale ressaltar a chamada “PEC da Felicidade” — PEC n.513/2010 CD e PEC n.19/2010 SF, que foram apresentadas tanto na Câmara dos Deputados pela Deputada Manuela D’Ávila, quanto no Senado pelo Senador Cristovam Buarque, alterando a redação do artigo 6°, adicionando o princípio da felicidade: 
São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados (PEC 19/10) 
 Esta PEC baseia-se no fato de que para conseguir a felicidade, os direitos sociais teriam de ser cumpridos, elevando o ser humano ao estado de dignidade e de pleno exercício de seu desenvolvimento. Ademais, a felicidade coletiva seria alcançada, pois todos os indivíduos teriam acesso aos serviços mais necessários para a manutenção de sua existência, como educação, lazer, cultura, saúde e outros. A PEC também abriu espaço para a abordagem de diversos aspectos, como a decisão tomada pelo Juiz Guilherme de Macedo Soares, que aprovou a união entre pessoas do mesmo sexo. O magistrado usou como um dos seus argumentos o princípio da felicidade, ao deferir a decisão. 
 Como 	justificativa, 	utilizaram-se 	de 	outros documentos onde a felicidade é citada, tais como a Constituição do Japão, que em seu artigo 13 “determina que todas as pessoas têm direito a busca pela felicidade, desde que isso não interfira no bem-estar público(...)” e o Reino Butão, que possui um dispositivo para medir a felicidade dos habitantes, o Índice Nacional de Felicidade Bruta, apoiando nos níveis de bemestar, cultura, educação e outros. No entanto, a PEC ainda permanece a espera de votação no Congresso Nacional. 
 
CAPÍTULO IV DOS DIREITOS POLÍTICOS 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
 
Sendo concebida no período de redemocratização, após um período de forte repressão resultante da ditadura militar instaurada no Brasil, a Constituição Federal de 1988 é popularmente chamada de Constituição Cidadã, e é considerada uma das mais avançadas do mundo. A sua divisão em nove títulos concede ao capítulo IV o tema dos Direitos Políticos. 
Dividida em nove temas, o capítulo IV de seu texto se refere aos Direitos Políticos. No artigo 14, encontramos os mais diversos instrumentos de democracia direta e representativa, além da pretensa garantia de igualdade e concessão da possibilidade de voto aos analfabetos e vedação de cassação dos direitos políticos. O plebiscito, o referendo e a iniciativa popular constituem as formas previstas pelo art. 14 para o exercício da obrigatoriedade, liberdade, igualdade e sigilosidade do voto direto. Todos esses direitos se contrastam profundamente aos previstos pela Constituição de 1967, que inibia a participação popular, proibia o alistamento de eleitores analfabetos, previa a perda total dos direitos políticos e proibia o voto direto e secreto para a escolha dos cargos mais importantes. 
 
Art. 37 os princípios e a emenda constitucional nº 19 de 1998 
 
A Emenda Constitucional nº 19/98, que modificou dispositivos da Constituição Federal de 1988, referentes à Administração Pública e ao servidor público, alterou o regime administrativo do Estado brasileiro, seus princípios e normas, além de propor o controle das despesas e finanças públicas, para influenciar o custeio de atividades a cargo do Distrito Federal. 
A mudança formal à Magna Carta de 1988, em linhas gerais, interferiu na admissão de pessoal na política remuneratória, na estabilidade e na descentralização das funções das entidades administrativas. 
Os principais motivos da Reforma Administrativa revelam-se nos seguintes excertos da Mensagem nº 886, de 1995, encaminhada ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República: 
1º)“A crise do Estado está na raiz do período de prolongada estagnação econômica que o Brasil experimentou nos últimos quinze anos. Nas suas múltiplas facetas, esta crise se manifestou como crise fiscal, crise do modo de intervenção do Estado na economia e crise no próprio aparelho estatal. No que diz respeito a esta última dimensão, a capacidade de ação administrativa do Estado se deteriorou, enquanto prevalecia um enfoque equivocado que levou ao desmonte do aparelho estatal e ao desprestígio de sua 
	burocracia” 	[1] 
2º)”Para este governo, a reforma administrativa do Estado é componente indissociável do conjunto de mudanças constitucionais que está propondo à sociedade. São mudanças que conduzirão a reestruturação do Estado e a redefinição do seu papel e da sua forma de atuação, para que se possa alcançar um equacionamento consistente e duradouro da crise”. (Mensagem nº 866/95, p. 25); 
Dentre as mudanças no texto constitucional, é significativo para o cidadão comum, o direito do usuário de reclamar contra o funcionamento deficiente do serviço público e o direito de acesso a registros administrativos e a informação sobre atos de governo conforme prevê a nova redação do artigo 37, § 3º, da Constituição Federal: 
“Art. 37 (…)”. 
§ 3. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, assegurada a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; 
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no artigo 5º, incisos X e XXXIII. III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. 
Ainda em relação à participação na administração pública, o artigo 39, caput, da Constituição de 1988, prevê a participação dos servidores na política administrativa e de remuneração de cada unidade política. 
A EC nº 19/98 acompanhou a tendência mundial, no sentido de propor alterações formais nos princípios e normas que regulamentam a Administração Pública. Assim a reforma administrativa não é um fenômeno brasileiro, mas algo que acontece como uma experiência universal, que vem sendoadotado em diversas partes do mundo, sobretudo face às mudanças impostas pela globalização que impõe a construção de uma nova ordem mundial. 
 
Princípios 
De acordo com o art. 37, caput da Constituição Federal, a Administração Pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Os princípios estão previstos de acordo com o que diz o artigo 37 da Constituição Federal de 1988: 
“A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade.” 
Acrescida pela Emenda Constitucional n. 19/1998, a eficiência que antes não tinha previsão expressa na Constituição Federal, passou a ser a mais nova obrigação da Administração Pública. O princípio em tela corresponde a um verdadeiro dever jurídico, assim como os demais princípios do art. 37, caput, que já estavam elencados no bojo da Constituição, desde a sua promulgação em 1988. 
O dever de eficiência não deixa de ser uma decorrência dos demais princípios exarados da Constituição, na medida em que determina a obrigação de uma atuação racional, legal e organizada, de forma a buscar os melhores resultados para a Administração Pública. 
Conforme lição de Cretella Jr, 
“Administração é gestão de serviços públicos” e, melhor ainda, de “serviços administrativos”, claro que “Administração Direta é gestão de serviços públicos administrativos desempenhados pelo centro” e “Administração Indireta a gestão de serviços públicos administrativos prestados por entidade administrativa inconfundível com o centro”, ou seja, “gestão desempenhada por interposta pessoa”. Demostrada resta, assim, a importância da noção de serviço público, porque se não houver “prestação de serviço público”, não existirá absolutamente administração pública direta ou indireta. 
Administração Pública é claramente regida por vários princípios jurídicos, sendo eles encontrados em normas constitucionais ou em leis. 
Nas normas constitucionais, os princípios abrangem todas as esferas federativas, incluindo, Administração Direta e Indireta. Com isso, os princípios constitucionais básicos devem ser aplicados a todos sem qualquer restrição. 
No tocante aos princípios eles são fundamentais e compõem o modo de agir da Administração Pública, pois representam a conduta do Estado no modo e no exercício da atividade administrativa. 
Princípio é o que vem no começo, na origem e assinala marco inicial. É, antes de tudo proposição fundamental que condiciona todas as estruturas subsequentes. São os alicerces, os fundamentos de uma ciência. Nos dizeres de Luís Roberto Barroso: 
“são o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui." (BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. São Paulo, Saraiva, 1999, pág. 147). 
Os princípios básicos da Administração pública são os valores que devem guiar o funcionamento dos órgãos da Administração. Estão previstos no art. 37 da Constituição e são cinco: 
· Princípio da Legalidade 
Este é considerado um dos princípios mais importantes para a Administração Pública. Ele trata das diretrizes básica de conduta, que resulta no cumprimento rigoroso do administrador e de todos os agentes públicos com a lei, independente do cargo que ocupem. O princípio da legalidade vem expresso nos diversos textos constitucionais brasileiros na fórmula de que “ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. O cidadão por sua vez poderá fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, mas a Administração deverá só fazer o que a lei ordena. É o grande princípio que domina a atividade do Estado – sendo o da submissão à legalidade lato sensu, e informando o sentido da fórmula do Estado de Direito. 
 
· Princípio da Impessoalidade 
Trata da igualdade de tratamento que a Administração deve dedicar a todos os administrados que estejam em situação semelhante. Este princípio está relacionado também com o princípio da finalidade, que sobrepõe o interesse público e igualitário aos interesses individuais e particulares. 
Aqui ressalta-se que o interesse particular é disponível, sendo informado pela vontade humana, ao passo que o interesse público é indisponível, pois informado pela ideia de fim. No Direito público prevalece a finalidade, ao passo que no privado prevalece à vontade. No campo do direito público predomina a ideia de indisponibilidade ao posto que a administração pública está vinculada à ideia de fim. É o princípio da indisponibilidade do interesse público, que alberga em seu seio a ideia de impessoalidade. 
 
· Princípio da Moralidade 
Este princípio propõe que o administrador atue tendo como base a ética na Administração, devendo não somente averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é honesto do que é desonesto. 
O princípio da moralidade pode ser considerado como sendo a regra que mais deve orientar o administrador. Desde Roma o ético e o jurídico deveriam andar juntos para se alcançar o senso ideal de justiça que nas palavras de Ulpiano assim se expressa: “Iuris praeceptum sunt haec: honeste vivere, alterum non ladere, suum cuique tribuere”. 
 
	 	Princípio da Publicidade 
A finalidade deste princípio é a de indicar que os atos da Administração Pública devem ter a mais ampla divulgação possível dos seus resultados e ações para os seus administrados. Este mecanismo é importante porque possibilita o controle da legitimidade da conduta dos agentes administrativos. 
O Princípio da Publicidade é também informador da Administração pública direta, indireta ou fundacional em todas as esferas de poder, quais sejam da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios. Publicidade contrapõe-se a clandestinidade, ao sigilo, ou segredo. Público é o ato de que todos têm ciência. 
 
	 	Princípio da Eficiência 
Este princípio impõe a todo agente público que eles realizem suas atribuições com rendimento, agilidade e perfeição, para que elas tenham maior eficácia e eficiência para a Administração. É o mais moderno princípio da função administrativa, exigindo resultados positivos para o serviço público e um atendimento satisfatório das necessidades da comunidade e de seus membros. 
	
	Os princípios constitucionais fazem parte da Administração Pública. O objetivo do Estado
	
	somente é alcançado se legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência forem aplicadas de forma correta. 
	Apesar da reforma ter sido criticada por muitos, ela representa um
significativo avanço para disciplinar atividade do Estado, com base na qualidade do serviço prestado e com uma efetiva participação do usuário. A Emenda da Reforma Administrativa não irá, certamente, resolver todos os problemas que afligem a Administração Pública brasileira, mas representa, sem dúvida, um instrumento válido no intuito de torná-la mais eficiente, ágil, livre de corrupção generalizada, dotada de economicidade, capaz de gerar resultados gerenciando recursos públicos para atender materialmente o cidadão brasileiro em áreas essenciais e prioritárias como saúde, educação, segurança, justiça e etc. 
 
Seção II DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 103, de 2019) 
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015) 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 88, DE 2015 
A promulgação da nova Emenda constitucional traz uma alteração no art.40 da Constituição Federal, aumentando o limite da idade para a aposentadoria compulsória do servidor público de 70 anos para 75 através de uma lei complementar. 
A Pec entra em vigor para quem exerce o cargo de Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União. Fora eles, a Emenda não especifica mais sobre quem irá sofrer o efeito imediato, fazendo com que os outros cargos públicos ainda usem a regra de aposentadoria compulsória aos 70 anos. 
Através disso, novas contradições começam a surgir. Seria 75 anos o limite para a aposentadoria, fazendo com que idades inferiores a ela pudessem passar a ser a aposentadoria compulsória? Essa lei complementar pode criar idades limites para diversas áreas, mas isso significa que outras podem tem um teto limite menor? 
Dessa forma, por ainda não existir uma lei complementar para regulamentar os outros cargos, isso permite que cada ente acabe aplicando a lei como entender, sendo guiado pela a sua realidade. 
 
 
CAPÍTULO IV DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal. 
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
 
Os artigos 218 e 219 da constituição federal de 1988, dita sobre os avanços da Ciência, da Tecnologia e da Inovação. 
Esse avanço científico e tecnológico gera o crescimento econômico, com a geração de emprego e renda, é fundamental um forte investimento público e privado em Ciência, com a formação, capacitação e aperfeiçoamento de pessoas com vistas ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País. O grau de desenvolvimento está direta e proporcionalmente relacionado com a importância destinada a esses fatores. 
Art. 219. 
O Estado deve estimular a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. 
Ressalta outras novidades da EC 85/2015: 
Ampliou a competência material comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para compreender a responsabilidade solidária de todas estas entidades federadas em proporcionar os meios de acesso, não só à cultura, à educação e à ciência, como era antes, mas também agora à tecnologia, à pesquisa e à inovação (art. 23, V) 
Ampliou a competência legislativa concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para compreender a responsabilidade destas entidades federadas de legislar concorrentemente não apenas sobre educação, cultura, ensino e desporto, como era antes, mas também agora sobre ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação (art. 24, IX). 
Permitiu a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem a necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI do art. 167 (art. 167, § 5º). 
Determinou ao Sistema Único de Saúde (SUS) incrementar, em sua área de atuação, além do desenvolvimento científico e tecnológico, como era antes, agora também a Inovação (art. 200, V). 
E, por fim, deu nova redação ao § 2º do art. 213, para permitir que as atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas tanto por universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica recebam apoio financeiro do Poder Público. 
O parágrafo único do artigo 219 : 
A proteção das novas tecnologias da rede mundial de computadores, aliás, reforça-se, ainda, por determinação da Lei 12.965/2014, que estipulou o Marco Civil da Internet cujo artigo 4º, III, exige do Estado, em sua atividade disciplinadora, o fomento “da inovação” e “difusão de novas tecnologias” nos seguintes termos:Novas tecnologias permitem a incorporação do conhecimento mais avançado e determinante para o progresso de um país, pois permite ultrapassar mais rapidamente as estruturas econômicas do subdesenvolvimento. RETROCESSO Art. 218, 219. 219 parágrafo único. 
 O Estado, ao estabelecer incentivos para o segmento econômico, na área tecnológica. 
Embora tal previsão almejasse incentivar os investimentos, tais continuam relativamente baixos, se comparados ao aporte federal, cujo investimento nesse segmento sofreu uma preocupante redução, Quanto à pesquisa tecnológica, realizada pelo Estado, deverá dirigir-se à solução dos problemas brasileiros e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional. 
 Como fator nem tão positivo do marco constitucional sobre a ciência e a tecnologia, está a natureza propositiva de algumas normas. Não há a determinação de segmentos a serem, prioritariamente, pesquisados, tampouco os meios como se darão tais pesquisas. 
Essa natureza das normas constitucionais fez com que houvesse um hiato temporal de quase 16 anos para que normas ordinárias fossem editadas, como é o caso da Lei do Bem (Lei n. 11.196/05) e a Lei da Inovação Tecnológica (Lei n. 10.973/04. 
 “A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional. 
 
 
RETROCESSOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
CAPÍTULO V DA COMUNICAÇÃO SOCIAL 
 
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) 
 
 A Emenda Constitucional nº 36/02, a qual alterou o artigo 222 da Constituição Federal veio satisfazer os interesses dos grupos econômicos da mídia. Art 222. originalmente: “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a responsabilidade por sua administração e orientação intelectual. § 1º É vedada a participação de pessoa jurídica no capital social de empresa jornalística ou de radiodifusão, exceto a de partido político e de sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros. § 2º A participação referida no parágrafo anterior só se efetuará através de capital sem direito a voto e não poderá exceder a trinta por cento do capital social”. A emenda alterou o texto do caput e inseriu três parágrafos ao artigo.Único artigo a ser modificado, permitindo a presença de até 30% do capital estrangeiro, o que não era concebido antes da reforma. A histórica proteção constitucional à comunicação social do Brasil, como demonstração de soberania, foi modificada por interesses particulares. Após as tramitações é possível observar que o texto surgiu da acomodação dos interesses dos grupos da mídia e do receio dos políticos de os contrariarem diante das eleições em 2002. Tratava-se, então, de legislação por encomenda, pois a abertura de capitais consistiu na tentativa de salvar de problemas financeiros pelos quais passavam. 
 
EMENDA CONSTIUCIONAL nº 102 DE 26 DE SETEMBRO DE 2019 
 
-É essencial sinalizar que a Emenda Constitucional número 102 efetuada no ano de 2019 trouxe modificações ao art. 165 da Constituição Federal, no qual é muito conhecido no setor público por estabelecer regras atinentes ao sistema de planejamento que deve nortear as ações governamentais, notadamente no que concerne aos planos plurianuais, as leis de diretrizes orçamentárias e às leis orçamentárias anuais. Nesse contexto, é relevante destacar que esta respectiva modificação trouxe um reflexo negativo ao progresso econômico, pois esta referente emenda estabeleceu uma mudança na inserção da previsão plurianual de investimentos à peça orçamentária, onde o documento apartado passou a não produzir mais efeitos no que tange à fixação da despesa nos moldes tradicionais. 
 
Emenda constitucional n 95 de 2016 
Em 1988 surge a Constituição Federal. Um grande pacto social é assinado em nome do bem-estar e proteção social. São reconhecidos como direitos sociais, entre outros, a educação, a saúde, a segurança, a previdência social, a assistência. Sendo o Estado o detentor e responsável pela sua aplicação. A emenda 95, conhecida como a PEC da Morte (PEC 241/2016, quando em tramitação na Câmara dos Deputados e PEC 55/2016, no Senado Federal), rompe esse pacto. A Emenda Constitucional nº 95, aprovada em 2016, institui Novo Regime Fiscal, determinando que, em 2017, as despesas primárias teriam como limite a despesa executada em 2016, corrigida em 7,2%. Na prática, a EC 95 congela as despesas primárias, reduzindo-as em relação ao PIB ou em termos per capita por duas décadas. base parlamentar do governo Temer utilizou o argumento de que o limite se aplicava ao conjunto das despesas primárias, e não às despesas de saúde e educação. À época da tramitação da proposta, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou que o teto não seria um problema para a saúde e educação. Convém analisar a proposta orçamentária de 2019, encaminhada por Temer ao Congresso Nacional, com vistas a analisar se a área não é, de fato, afetada pela EC 95. Considerando as dotações orçamentárias contabilizadas no piso do setor, o PLOA 2019 prevê recursos de R$ 117,5 bilhões para ações e serviços públicos de saúde. No entanto, os efeitos da EC 95 sobre o financiamento federal do SUS são ainda mais fortes quando se observa o piso de aplicação de saúde. O propalado efeito mágico da EC 95 – convertendo restrição orçamentária em alocação crescente de despesas nas áreas com maior demanda – não se verificou. Entre eles, a perda, apenas em 2019, de R$ 9,5 bilhões para o SUS, mesmo diante de um quadro que combina piora de indicadores como a mortalidade infantil e baixa capacidade de os entes subnacionais financiarem serviços de saúde. 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 96, DE 6 DE JUNHO DE 2017 
CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
 § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017) 
 
O capítulo VI, por sua vez, de forma geral, representa grandes avanços em relação a todo o mundo. A Constituição de 88 atribuiu status jurídicoconstitucional de direito-dever fundamental ao direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, colocando os valores ecológicos no “coração” da ordem jurídica brasileira (SARLET, 2011, pág. 30). Entretanto, em 2017, com a Emenda Constitucional nº 96, é permitido o uso de animais em práticas desportivas, afirmando uma possível falta de crueldade nessas práticas, contradizendo os parágrafos V, VI E VII presentes no mesmo artigo. Como promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino se permitimos a sua devastação em nome da recreação? O parágrafo VII afirma a vedação, na forma de lei, das práticas que coloquem em risco a função ecológica das espécies e submetam os animais a crueldade. Embora tente mascarar isso ao pedir a falta de crueldade nessas práticas, é de amplo conhecimento os vastos caminhos que podem ser tomados a partir da interpretação das leis. Ou seja, EC/96 permite, na contramão das mais modernas democracias, a relativização da crueldade animal. 
Enquanto representados por uma das mais modernas Constituições Federais, nossa realidade material parece antiquada. Os instrumentos de democracia direta, inutilizáveis; A igualdade, no papel; O direito ambiental, julgado pelo dinheiro. A constituição brasileira, desrespeitada por aqueles que deveriam ser subordinados à mesma, tenta caminhar em direção à democratização pelos trilhos obstruídos da corrupção e desigualdade. 
 
 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 105, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2019 
 Com a promulgação da nova Emenda constitucional, conhecida popularmente como a “Pec da Corrupção”, de n* 105/2019, surge dois novos tipos de transferência: Especial e com Finalidade Definida. Apesar de estarmos vivendo em um país em que se torna necessário o controle de recursos, essa nova emenda vai contra esse ideal. 
A primeira (Especial) é diferente de todas as outras existentes, já que seu objetivo é o repasse direto de recursos para as contas do FPM e FPE, sem precisar afirmar convênio e outros instrumentos ao recebê-la. Ou seja, acaba sendo uma forma menos burocrática, pois elimina etapas de fiscalizações e controle realizados pela União. Dessa forma, o único que poderá fiscalizar são os órgãos do estaduais e municipais. Isso traz um “passe livre” para que os beneficiados possam usar como quiser os recursos recebidos, tendo somente algumas regras, como: aplicar 70% em gastos capitais e nas áreas de sua competência. 
Apesar desse novo sistema trazer lados bons, como o fato que os recursos enviados pelos parlamentares cheguem mais rápidos aos locais desejados e assim possam realizar obras mais rápidas, é inevitável o pensamento pessimista sobre a corrupção por trás, já que a falta de fiscalização da União iria deixar ainda mais aberto o caminho para o desvio de verbas. Dessa forma, torna-se importante controlar e acompanhar os recursos através de um meio específico, pois a Especial deixa os entes beneficiários usarem como bem desejarem, contanto que estejam em sua área finalísticas de competência. 
Na modalidade de Finalidade Definida, houve a permanência do sistema antigo em relação às emendas parlamentares individuais. Ou seja, a União continuou sendo o fiscalizador e, quando um determinado ente queria um valor, este seria obrigado a assinar um convênio ou algo similar. A Finalidade Definida tem características parecidas com a transferência voluntária porque tem verbas vinculadas a programação da emenda parlamentar, sendo casos como do TCU, CGU, MPF e PF. 
As duas emendas tem algo em comum, já que ambas estabelecem que as transferências: 
a) NÃO integrarão a receita dos entes federados beneficiados para fins de REPATRIAÇÃO nem para cálculo dos LIMITEScom despesa de pessoal e inativo e de endividamento (parágrafo 1º); 
b) bem como NÃO poderão ser aplicadas no pagamento de DESPESAS COM PESSOAL e ENCARGOS SOCIAIS de ativos, inativos e pensionistas 
(inciso I, do § 1º), nem de encargos referentes a serviço de dívida (inciso II do § 1º). 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL nº 103 DE 12 DE NOVEMBRO DE 2019 
Até o advento da recente reforma da previdência, sob a égide da Emenda Constitucional nº 103/2019, a Constituição Federal, na seção pertinente aos servidores públicos, consagrava o benefício da isenção parcial no valor descontado a título de contribuição previdenciária aos inativos portadores de doença incapacitante. 
Assim, os proventos de aposentadoria e pensões restavam isentos do pagamento de contribuição previdenciária até o limite de duas vezes o valor do maior benefício pago pelo Regime Geral da Previdência. Desse modo, considerando que o valor atual do limite máximo pago pelo RGPS, a partir de 2020, é de R$ 6.101,06, somente incidia o desconto previdenciário a partir de vencimentos superiores a R$ 12.202,12 e apenas sobre o valor excedente a esse limite. 
A finalidade desse benefício, que “livrava” parte dos proventos de aposentadoria (ou pensão) de servidores (ou pensionistas) acometidos por doenças graves e incapacitantes, reconhecidas em lei, era justamente tornar mais digno o tratamento de saúde, na medida em que o servidor/pensionista poderia contar com essa “sobra” vencimental para custear as despesas necessárias. 
Entretanto, a atual reforma da previdência revogou esse benefício, que vigorava há mais de uma década (inserido pela Emenda Constitucional nº 47, em 2005). Segundo as regras de transição implementadas no ato das disposições constitucionais transitórias (ADCT) a revogação desse dispositivo constitucional entra em vigor “para os regimes próprios de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (...) na data de publicação de lei de iniciativa privativa do respectivo Poder Executivo que as referende integralmente”, conforme art. 36 da EC nº 103, de 12/11/2019. Para os servidores da União, vinculados a regime próprio de previdência, a revogação entrou em vigor com a data da publicação da reforma, em novembro passado. 
Claramente se percebe um retrocesso social na revogação desse benefício que possuía status constitucional, ou seja, regra inserida na lei maior do país, cujas disposições não admitem mitigações e afronta a direitos componentes do “núcleo intangível”. Dentre os direitos basilares constitucionalmente protegidos estão os direitos e garantias fundamentais. 
Portanto, pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que a revogação da isenção parcial de contribuição previdenciária, até o limite do dobro do valor referente ao teto do INSS, aos pensionistas ou servidores inativos que sofrem de doença grave, configura afronta a diversos dispositivos consagrados. Dentre esses postulados está a irredutibilidade de vencimentos, dignidade da pessoa humana, segurança jurídica, proibição de retrocesso social, proteção da confiança, apenas para citar alguns. 
Embora o Supremo Tribunal Federal já tenha consagrado que não há direito adquirido à mudança de regime jurídico, em várias decisões entendeu pela proteção de importante garantia constitucional que é a formação de ato jurídico perfeito e a manutenção de direitos que já ingressaram na esfera patrimonial do indivíduo. 
No caso em tela, a revogação de um direito que trata da preservação da vida, foge ao razoável, na medida em que impõe aos servidores inativos e de saúde debilitada, um custo social que deveria ser suportado pelo próprio governo, como bem destacado em cartilha elaborada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) acerca da reforma da previdência: 
"E, quanto aos servidores públicos não pode o Governo exigir que um sistema que só recentemente se tornou contributivo promova equilíbrio entre as receitas e despesas. Existe, aí, um custo social do Governo, um débito a ser resgatado com os servidores, especialmente com os mais antigos. Esse débito há que ser coberto, ainda que parcialmente, com recursos dos cofres públicos". [1] 
Nesse contexto, importa refletir que a sociedade contemporânea é uma sociedade de risco, e que a lógica na distribuição desses riscos sociais não tem obedecido a um padrão razoável. 
A reforma da previdência, ao revogar o benefício da isenção parcial de contribuição previdenciária aos servidores inativos doentes em alto grau, espelha o que já disse Bauman acerca da sociedade contemporânea: “Vivemos um tempo em que estamos constantemente correndo atrás. O que ninguém sabe é correndo atrás de quê”. 
	fonte: 	https://www.ibijus.com/blog/591-servidores-publicos-inativos-
portadores-de-doenca-incapacitante-e-a-revogacao-do-21-do-art-40-daconstituicao-federal-pela-reforma-da-previdencia 
 
CONCLUSÃO 
 
A atual Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, é classificada como escrita codificada, democrática, dogmática eclética, rígida, formal, analítica, dirigente, normativa, principiológica, social e expansiva. 
Foram estabelecidas normas abrangentes de proteção à infância, aos deficientes, aos índios, ao meio ambiente. 
O texto da Constituição muito criticado por entrar em assuntos que tecnicamente não são de natureza constitucional, refletiu as pressões dos diferentes grupos da sociedade. As grandes empresas, os militares, os sindicalistas procuraram introduzir no texto normas que atendessem a seus interesses ou se harmonizassem com suas concepções. Em um país cujas leis valem pouco, os vários grupos trataram assim de fixar o máximo de regras no texto constitucional, como uma espécie de maior garantia de seu cumprimento. 
Com todos os seus defeitos, a Constituição de 1988 refletiu o avanço ocorrido no país especialmente na área de extensão de direitos sociais e políticos aos cidadãos em geral e às chamadas minorias. Entre outros avanços, reconheceu-se a existência de direitos e deveres coletivos, além dos individuais. 
Podemos considerar a Constituição de 1988 como um marco que pôs fim aos últimos vestígios formais do regime autoritário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ALEXANDRINO, 	Marcelo. 	PAULO, 	Vicente. 	Direito 	Constitucional 
Descomplicado. 10ª edição. Rio de Janeiro. Editora Método, 2013. 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14ª edição. São Paulo, Editora Edusp 2015 
https://thiagochinellato.jusbrasil.com.br/artigos/121942695/comentarios-ao-artigo-
1-da-constituicao-federal 
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=311230754ff997ed http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/constituicao.asp 
James Eduardo Oliveira. Constituição Federal anotada e comentada. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-309-4667-8/recent 
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17. https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/44/175/ril_v44_n175_p7.pdf

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