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05_Nocoes_de_Direito_Constitucional

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1 
 
 
 
 
 
 
 
CREMERJ 
Assistente Jurídico 
 
 
 
1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1.1 Princípios fundamentais .... 1 
2 Aplicabilidade das normas constitucionais. 2.1 Normas de eficácia plena, contida e 
limitada. 2.2 Normas programáticas. ....................................................................................... 7 
3 Direitos e garantias fundamentais. 3.1 Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos 
sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos, partidos políticos. ................................. 13 
4 Organização político‐ administrativa do Estado. 4.1 Estado federal brasileiro, União, 
estados, Distrito Federal, municípios e territórios. ................................................................. 56 
5 Administração Pública. 5.1 Disposições gerais, servidores públicos. ............................. 82 
6 Poder Executivo. 6.1 Atribuições e responsabilidades do presidente da República. ...... 99 
7 Poder Legislativo. 7.1 Estrutura. 7.2 Funcionamento e atribuições. 7.3 Processo legislativo. 
7.4 Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. 7.5 Comissões parlamentares de 
inquérito..... .......................................................................................................................... 113 
8 Poder Judiciário. 8.1 Disposições gerais. 8.2 Órgãos do poder judiciário. 8.2.1 Organização 
e competências, Conselho Nacional de Justiça. 8.2.1.1 Composição e competências. ....... 148 
9 Funções essenciais à justiça. 9.1 Ministério público, advocacia pública. 9.2 Defensoria 
pública. ................................................................................................................................ 171 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1654462 E-book gerado especialmente para MAYLA FERREIRA GOMES SILVA
 
1 
 
 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Os princípios fundamentais1 encontram-se no título I, artigos 1° a 4° da Constituição Federal. São 
fundamentais por constituírem um alicerce constitucional e influenciaram a elaboração da Constituição da 
República, portanto, são aqueles que fundamentam as normas jurídicas informadoras no ordenamento 
constitucional brasileiro. 
Tem como finalidade a garantia da unidade da Constituição brasileira, a preservação do Estado 
Democrático de Direito e orientar a ação dos intérpretes. 
Os princípios fundamentais foram expressamente inseridos no texto constitucional, assim, nenhuma 
norma infraconstitucional pode contradize-los, sob pena de inconstitucionalidade. Pode-se dizer que, 
violar os princípios é, muitas vezes, mais grave que violar uma regra específica, por ofender uma norma 
informativa que envolve todo ordenamento jurídico. 
 
Vejamos a seguir o texto constitucional pertinente ao assunto: 
 
TÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.784, de 2019) 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Quando no caput do artigo 1º, menciona: 
 
 
 
República: é a forma de Governo, ideia esta que tem como características2 a periodicidade do mandato 
dos governantes; a eletividade como forma de condução aos cargos políticos; a possibilidade de 
responsabilização dos governantes pelos atos praticados no exercício do mandato; e o fato de que os 
governantes representam diretamente o povo. 
 
Federativa: é a forma de Estado, responsabiliza-se pela indissolubilidade dos vínculos federais entre 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios (vedada a secessão) e composta por entidades políticas 
autônomas. 
 
 
1PINHO. Rodrigo Cesar Rebello. Teoria Geral da Constituição e Direitos Fundamentais - 12° edição. 
2MOTTA, Sylvio. Direito Constitucional. 27ª edição, 2018. 
1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1.1 Princípios 
fundamentais. 
 
1654462 E-book gerado especialmente para MAYLA FERREIRA GOMES SILVA
 
2 
 
Outro ponto importante para pontuar é em relação ao Estado Democrático de Direito, assegurando 
direitos inalienáveis que, sem eles, não teria democracia nem liberdades públicas. Essa expressão traz a 
ideia do Estado formado a partir da vontade do povo, voltado para o povo e ao interesse do povo (o povo 
tem uma participação ativa, sempre com o respeito aos Direitos e garantias fundamentais), e tem por 
fundamentos a: 
- Soberania: pois não existe Estado sem soberania, o que significa a supremacia do Estado brasileiro 
na ordem política interna e a independência na ordem política externa, um Estado não deve obediência 
jurídica à outro Estado, ficando portanto em relação aos demais integrantes do cenário internacional em 
posição de coordenação e de superioridade aos do seu próprio território. Portanto com um poder político 
supremo e independente. 
- Cidadania: abrange tanto a titularidade de direitos políticos, como também os civis. A cidadania 
alcança o exercício do direito de votar e ser votado e o efetivo exercício dos diversos direitos previstos na 
Constituição (educação, saúde, trabalho, etc.). 
- Dignidade da pessoa humana: que é o absoluto respeito aos direitos fundamentais de todo ser 
humano, assegurando-se condições dignas de existência para todos, independentemente de credo, raça, 
cor, origem ou status social. O ser humano é considerado pelo Estado brasileiro como um fim em si 
mesmo, jamais como meio para atingir outros objetivos. 
- Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: que significa o trabalho e a livre iniciativa foram 
identificados como fundamentos da ordem econômica estabelecida no Brasil, ambos considerados 
indispensáveis para o adequado desenvolvimento do Estado brasileiro. A garantia do trabalho engloba 
empregados e empregadores, autônomos e assalariados. Esses dois fatores (trabalho e livre iniciativa) 
revelam o modo de produção capitalista vigente. A Constituição pretende estabelecer um regime de 
harmonia entre capital e trabalho. 
- Pluralismo político: que é livre para a formação de correntes políticas no País, permitindo a 
representação das diversas camadas da opinião pública em diferentes segmentos, como partidos 
políticos, sindicatos, associações, entidades de classe, igrejas, universidades, escolas, etc. Esse 
dispositivo constitucional veda a adoção de leis infraconstitucionaisque estabeleçam um regime de 
partido único ou um sistema de bipartidarismo forçado ou que impeçam uma corrente política de se 
manifestar no País. 
O parágrafo único do artigo 1º da CF/88, relata o princípio representativo, que significa que todo poder 
emana do povo, por meio de representantes eleitos, mediante eleições livres e periódicas. Os escolhidos 
governam exteriorizando a vontade geral. 
 
 Forma de Estado - Federação; 
 Forma de Governo - a República; 
 Sistema de Governo - o Presidencialista; 
 Regime de Governo - o Democrático. 
 
Questões 
 
01. (AL/RS - Técnico Legislativo - FUNDATEC/2018) No que diz respeito aos princípios 
fundamentais previstos na Constituição Federal, assinale a alternativa correta. 
(A) A soberania, caracterizada como poder político independente e supremo, é um dos fundamentos 
da República Federativa do Brasil. 
(B) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da não 
intervenção que veda a concessão de asilo político. 
(C) A erradicação das desigualdades regionais é considerada um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil. 
(D) São considerados poderes harmônicos e dependentes entre si o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
(E) A República Federativa do Brasil, quando se trata das suas relações internacionais, não é orientada 
pelo princípio da independência nacional. 
 
02. (IF/TO - Auditor - IF/TO) Quantos aos princípios do Estado brasileiro constantes na Constituição 
Federal, assinale a alternativa incorreta. 
(A) A promoção da cidadania e a dignidade da pessoa humana são exemplos de fundamentos da 
República Federativa do Brasil. 
(B) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
1654462 E-book gerado especialmente para MAYLA FERREIRA GOMES SILVA
 
3 
 
(C) A República Federativa do Brasil apenas é formada pela união dos Municípios e do Distrito Federal. 
(D) Construir uma sociedade livre, justa e solidária, bem como garantir o desenvolvimento nacional, 
são exemplos de objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 
(E) A prevalência dos direitos humanos, assim como o repúdio ao terrorismo e ao racismo, são 
exemplos de princípios que devem reger o Brasil nas relações internacionais. 
 
03. (PC/GO - Escrivão de Polícia Substituto - CESPE) Assinale a opção que apresenta um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil previsto expressamente na Constituição Federal de 1988. 
(A) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
(B) autodeterminação dos povos 
(C) igualdade entre os estados 
(D) erradicação da pobreza 
(E) solução pacífica dos conflitos 
 
04. (DPE/BA - Defensor Público - FCC) De acordo com disposição expressa da Constituição Federal, 
a República Federativa do Brasil tem como fundamento 
(A) desenvolvimento nacional. 
(B) estado social de direito. 
(C) defesa da paz. 
(D) soberania. 
(E) prevalência dos direitos humanos. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.C / 03.A / 04.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS: 
I - a soberania; 
 
02. Resposta: C 
Dispõe o caput do art. 1º da CF/88, que “a República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito” (...). Deste modo, a alternativa “C” está incorreta, por mencionar que está é constituída “apenas” 
pela união dos Municípios e do Distrito Federal. 
 
03. Resposta: A 
Nos termos do artigo 1º da CF/88, são fundamentos da República Federativa do Brasil: I - a soberania; 
II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
 
04. Resposta: D 
Conforme art. 1º da CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Os poderes tem cada qual sua competência Constitucional, sendo eles independentes e harmônicos 
entre si, com funções típicas: 
a) O Poder Executivo é incumbido de resolver os problemas concretos e individualizados de acordo 
com a lei, função administrativa. Implementa ou executa as leis e a agenda diária do governo ou do 
Estado. Nos países presidencialistas, o poder executivo é representado pelo seu presidente, que acumula 
as funções de chefe de governo e chefe de estado. 
1654462 E-book gerado especialmente para MAYLA FERREIRA GOMES SILVA
 
4 
 
b) O Poder Legislativo é o poder de legislar, criar leis. O poder legislativo na maioria das repúblicas e 
monarquias é constituído por um congresso, parlamento, assembleias ou câmaras. O objetivo do poder 
legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral (ou, raramente, de abrangência individual) 
que são estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas. 
c) O Poder judiciário aplica autoritariamente a lei nos casos concretos. Possui a capacidade de julgar, 
de acordo com as leis criadas pelo Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais em 
determinado país. Ministros, Desembargadores e Juízes formam a classe dos magistrados (os que 
julgam). 
 
Possuem também as funções atípicas: 
a) Poder executivo: detém atribuições de caráter legislativo (quando, por exemplo, edita medidas 
provisórias) e jurisdicional (quando decide litígios em âmbito administrativo). 
b) Poder Legislativo: julga (o Senado, por exemplo, tem competência para julgar o Presidente da 
República, nos crimes de responsabilidade) e administra (quando promove um concurso público, para o 
preenchimento de seus cargos, ou uma licitação, para a celebração de determinado contrato). 
c) Poder Judiciário: exerce atribuições de caráter legislativo (quando os Tribunais elaboram seus 
respectivos regimentos internos, por exemplo) e administrativo (quando contrata seu pessoal e organiza 
os serviços de suas secretarias). 
 
Questão 
 
01. (Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito IOBV) Assinale a alternativa que está incorreta: 
(A) A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal. 
(B) São Poderes da União, independentes e sucessivos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Conselho Nacional de Justiça. 
(C) A soberania e o pluralismo político são fundamentos da República Federativa do Brasil. 
(D) É objetivo fundamental da República Federativa do Brasil garantir o desenvolvimento nacional. 
 
Gabarito 
 
01.B 
 
Comentário 
 
01. Resposta: B 
Dispõe o artigo 2º, CF/88: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário”. Assim, observa-se que os Poderes não são sucessivos, mas sim harmônicos 
entre si. Ademais, no texto foi substituído o Poder Judiciário pelo Conselho Nacional de Justiça. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
Consolidada nos princípios da liberdade, justiça e solidariedade. 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
Em todos os sentidos, tanto econômico, como também social. O que explica os diversos programas 
governamentais. 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
Redução e proteção contra as desigualdades entre os estados. 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação.Preocupa-se com a igualdade e a eliminação da discriminação. 
Atenção! Observa-se que os objetivos previstos neste artigo, não se confundem com os fundamentos 
estabelecidos no artigo 1º, tendo em vista que os fundamentos são princípios inerentes ao próprio Estado 
brasileiro, fazem parte de sua construção, já os objetivos fundamentais são as finalidades a serem 
alcançadas. 
 
 
 
 
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5 
 
Questões 
 
01. (MPE/RN - Técnico do Ministério Público Estadual - COMPERVE/2017) Os objetivos 
fundamentais da república brasileira são metas que o Estado deve promover com força vinculante e 
imediata, servindo como norte a ser seguido em toda e qualquer atividade estatal. Nessa acepção, a 
Constituição Federal aponta, expressamente, como objetivo fundamental a PROMOÇÃO 
(A) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo e cor. 
(B) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio ao racismo e ao terrorismo. 
(C) da erradicação da miséria e da marginalização e da redução da desigualdade nacional. 
(D) da autodeterminação dos povos e dos direitos humanos. 
 
02. (IFF - Assistente de Administração - FCM) NÃO é um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil 
(A) garantir o desenvolvimento nacional. 
(B) construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
(C) constituir uma supremacia perante os países da América Latina. 
(D) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
(E) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
03. (PGE/MT - Técnico Administrativo - FCC) É um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil, previsto no art. 3º da Constituição Federal, 
(A) garantir uma renda mínima a todo cidadão. 
(B) combater à fome. 
(C) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
(D) erradicar o analfabetismo. 
(E) garantir a paz no território nacional. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.C / 03.C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
Considerando o que disciplina o art. 3º, IV, da CF/88, é um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. Cuidado, embora as demais alternativas mencionem 
igualmente objetivos da República, o verbo “promover” encontra-se presente apenas no inciso 
mencionado. 
 
02. Resposta: C 
Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão previsto no art. 3º da CF/88, não 
estando entre eles o de constituir uma supremacia perante os países da América Latina. 
 
03. Resposta: C 
Nos termos do que prevê o art. 3º da CF/88, é um dos objetivos fundamentais da República Federativa 
do Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
I - independência nacional; 
Liga-se a ideia de soberania, pois o Estado brasileiro é independente por sua vontade não estar 
condicionada à ordens externas. 
II - prevalência dos direitos humanos; 
Reforça a ideia de que o respeito às prerrogativas do homem também devem guiar as relações 
exteriores do país. 
1654462 E-book gerado especialmente para MAYLA FERREIRA GOMES SILVA
 
6 
 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
Neste princípio, o Estado deve repelir qualquer tentativa de ameaça à organização interna que possa 
prejudicar o desenvolvimento econômico, político, social e cultural. 
V - igualdade entre os Estados; 
O Brasil não deve sujeitar-se ao controle econômico, político, social e tecnológico de outras 
organizações estatais. 
VI - defesa da paz; 
Este princípio é inspirador dos relacionamentos do Brasil com outros Estados de ordem mundial. 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
Acaba com a violência ou coação, garantindo os direitos humanos e a paz entre os povos. 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
Tem como objetivo combater disparidades que impedem o progresso da humanidade. 
X - concessão de asilo político. 
Asilo político é o acolhimento de estrangeiro por um Estado que não é seu em razão de perseguições 
feitas por seu, ou outros países. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
Outros princípios fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, de forma explícita ou 
implícita. Muitos de forma até repetitiva, para que não sejam desconsiderados. As colisões de princípios 
são resolvidas pelo critério de peso, preponderando o de maior valor no caso concreto, pois ambas as 
normas jurídicas são consideradas igualmente válidas. Por exemplo: o eterno dilema entre a liberdade de 
informação jornalística e a tutela da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas 
(CF/88, art. 220, §1º). Há necessidade de compatibilizar ao máximo os princípios, podendo prevalecer, 
no caso concreto, a aplicação de um ou outro direito. 
 
Questões 
 
01. (TRT 6ª Região - Técnico Judiciário - FCC/2018) À luz do que dispõe a Constituição Federal 
quanto aos seus princípios fundamentais, 
A) todo o poder emana de Deus, que o exerce por meio de representantes eleitos pelo povo, nos 
termos da Constituição. 
B) são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário 
e o Moderador. 
C) constituem, dentre outros, objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil os valores 
sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
D) a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos 
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
E) a República Federativa do Brasil tem como um de seus fundamentos a cooperação entre os povos 
para o progresso da humanidade. 
 
02. (SEGEP/MA - Técnico da Receita Estadual - FCC) NÃO consta entre os princípios que regem as 
relações internacionais da República Federativa do Brasil: 
(A) A defesa da paz. 
(B) O repúdio ao terrorismo e ao racismo. 
(C) A prevalência dos direitos humanos. 
(D) A redução das desigualdades regionais na América Latina. 
(E) A autodeterminação dos povos. 
 
03. (Pref. de Araguari/MG - Procurador Municipal - IADHED) Assinale a alternativa que não 
corresponde a um princípio fundamental que rege a República Federativa do Brasil de 1988 nas relações 
internacionais, conforme disposição expressa no texto constitucional: 
(A) Independência nacional; 
(B) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
(C) Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
(D) Defesa da paz. 
 
1654462 E-book gerado especialmente para MAYLA FERREIRA GOMES SILVA
 
7 
 
04. (CBTU - Assistente Operacional - FUMARC) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios, EXCETO: 
(A) Igualdade entre os Estados. 
(B) Independência nacional. 
(C) Não intervenção. 
(D) Pluralismo político. 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.D / 03.B / 04.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
Alternativa A - Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Alternativa B) Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. (O poder moderador não é poder da União). 
Alternativa C) Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
Alternativa D) Art. 4º, Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações. 
Alternativa E) Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
 
02. Resposta: D 
Considerando o que prevê o art. 4º da CF/88, não consta como um dos princípios que regem as 
relações internacionais do país a redução das desigualdades regionais na América Latina. Ademais, de 
acordo com o previsto no parágrafo único, do referido artigo, a República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações. 
 
03. Resposta: B 
Dentre os princípios fundamentais que regem as relações internacionais previstos no art. 4º da CF/88, 
não está inserido o previsto na alternativa “B”. Além disso, os valores sociais do trabalho e a livre inciativa 
são fundamentos da República Federativa do Brasil, previsto no art. 1º. 
 
04. Resposta: D 
Diante do expresso no artigo 4º da CF/88, o pluralismo político não faz parte dos princípios que regem 
as relações internacionais. Ademais, este instituto é um dos fundamentos da República Federativa do 
Brasil. 
 
 
 
NORMA CONSTITUCIONAL 
 
Norma constitucional pode ser conceituada como disposições inseridas numa CF, ou reconhecidas por 
ela, independentemente de seu conteúdo. Só pelo fato de aderirem a um texto constitucional, ou serem 
admitidas por ele, essas normas são constitucionais, sejam elas materiais, sejam elas formais; 
A norma constitucional possui natureza jurídica de normas providas de juridicidade, ou seja, passam 
a ideia de obrigatoriedade de um comportamento. 
 
 
 
2 Aplicabilidade das normas constitucionais. 2.1 Normas de eficácia plena, 
contida e limitada. 2.2 Normas programáticas. 
 
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8 
 
Vigência constitucional 
 
Vigência, em sentido amplo, liga-se ao campo da norma enquanto instância de validade técnico-
formal, que ocorre com a sua publicação e entrada em vigor, quando suas disposições passam a ser 
passíveis de exigência. A vigência possui uma dimensão temporal, podendo dar-se por tempo 
determinado ou indeterminado e situa-se entre a validade e a eficácia, que é sua aceitação social, 
podendo abranger e até suplantar esta última (visto que há normas que continuam vigentes, mas perdem 
sua eficácia em dado momento). 
Para Paulo de Barros Carvalho3, "Viger é ter força para disciplinar, para reger, cumprindo a norma 
seus objetivos finais. A vigência é propriedade das regras jurídicas que estão prontas para propagar 
efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que elas descrevem. Há normas que existem e 
que, por conseguinte, são válidas no sistema, mas não dispõem dessa aptidão. A despeito de ocorrerem 
os fatos previstos em sua hipótese, não se desencadeiam as consequências estipuladas no mandamento. 
Dizemos que tais regras não têm vigor, seja porque já o perderam, seja porque ainda não o adquiriram." 
Portanto, o termo "vigência" traduz a existência específica de uma norma e não se confunde com a 
validade. Uma norma pode ser válida, se regularmente completou o processo de integração ao 
ordenamento jurídico, cumprindo os requisitos de produção para que sua gênese atendesse às exigências 
do ordenamento, mas pode ainda não ser vigente, por depender da verificação de condição suspensiva 
ou de vacância, ou mesmo ter tido sua vigência exaurida ou encerrada. Ao contrário, toda norma vigente 
deverá ser necessariamente válida, porque a validade é sinônimo de integração ao ordenamento, que por 
sua vez é pressuposto para a vigência. 
 
Eficácia constitucional 
 
A eficácia, por seu turno, diz respeito às condições fáticas e técnicas da atuação da norma jurídica e, 
principalmente, ao seu sucesso, como bem ressalta Maria Helena Diniz. É, assim, a qualidade do texto 
normativo de produzir, ordinariamente, seus regulares efeitos. 
São importantes as palavras de Maria Helena Diniz quanto à eficácia. Para ela, a eficácia diz respeito 
ao fato de se saber se os destinatários da norma ajustam, ou não, seu comportamento em maior ou menor 
grau, às prescrições normativas, ou seja, se cumprem, ou não, os comandos jurídicos, se os aplicam ou 
não. E explica: casos há em que o órgão competente emite normas, que por violentarem a consciência 
coletiva não são observadas nem aplicadas, só logrando, por isso, ser cumpridas de modo compulsório, 
a não ser quando caírem em desuso; consequentemente, têm vigência, mas não possuem eficácia 
(eficácia social). 
Como regra geral, todas as normas constitucionais apresentam eficácia, algumas jurídica e social e 
outras apenas jurídica. 
- Eficácia social verifica-se na hipótese de a norma vigente, isto é, com potencialidade para regular 
determinadas relações, ser efetivamente aplicada a casos concretos. 
- Eficácia jurídica, por sua vez, significa que a norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de 
relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edição resulta na 
revogação de todas as normas anteriores que com ela conflitam. 
 
Normas constitucionais e inconstitucionais 
 
O ordenamento jurídico brasileiro, considerando a aplicação do princípio da supremacia da 
constituição, deve com ela ser compatível, sob pena de ser a norma considerada inconstitucional. 
No caso de normas anteriores à nova Constituição, não há revogação pela simples inovação no 
ordenamento constitucional, ocorrendo o fenômeno denominado Recepção, que é o instituto pelo qual a 
nova Constituição, independentemente de qualquer previsão expressa, recebe norma infraconstitucional 
pertencente ao ordenamento anterior, com ela compatível, dando-lhe, a partir daquele instante, nova 
eficácia. 
Ressaltando que o termo Recepção pode ser visualizado sob os enfoques macro e stricto sensu, 
vemos que, no primeiro, o fenômeno da Recepção é aquele em que, quando nasce uma Constituição, a 
ordem constitucional anterior é revogada, instante em que sobrevém ordem jurídica totalmente nova. 
Neste instante, a nova Constituição não guarda qualquer vínculo com o ordenamento 
infraconstitucional anterior, mas abre-se a possibilidade de se aproveitar as normas infraconstitucionais 
que, porventura, não sejam contrárias à nova ordem. Assim, a partir de uma análise, apura-se quais 
 
3 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência, São Paulo, Saraiva, 1998. 
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normas são e quais não são compatíveis com o novo ordenamento. As compatíveis serão recepcionadas, 
já as incompatíveis serão revogadas, instante em que cessarão suas eficácias. 
Dado o fato de a entrada em vigor de uma nova Constituição causar uma ruptura na ordem jurídica, 
paralisando momentaneamente a eficácia de toda a legislação ordinária existente naquele momento, uma 
vez que, tecnicamente, na verdade, a legislação infraconstitucional não permanece em vigor, ela perde 
momentaneamente seu suporte de validade e simultaneamente adquire um novo, se compatível com a 
nova Constituição, não havendo permanência de eficácia, mas aquisição de nova eficácia, nos termos da 
nova ordem constitucional. 
O Supremo Tribunal Federal possui o poder de decidir sobre a constitucionalidade das normas jurídicas 
que foram aprovadas antes da entrada em vigor da Constituição de 1988. Note-se que no Brasil adota-
se modelo misto de controle de constitucionalidade e, portanto, o tema deve ser analisado nos âmbitos 
do controle difuso e concentrado. 
O controle de constitucionalidade de norma pré-constitucional frenteà constituição atual é feito por 
meio do controle concentrado de constitucionalidade. 
A Constituição de 1988 (art. 102, §1º) previu o instrumento da arguição de descumprimento de preceito 
fundamental (ADPF) que, em acordo ao disposto na Lei Federal de n. 9.882/99 que a regulamenta, 
permite que o controle recaia sobre atos normativos editados anteriormente à atual Carta Magna. 
É o que dispõe o art. 1º, parágrafo único, I da Lei de n. 9.882/99, segundo o qual a ADPF é cabível 
mesmo quando o ato ou lei federal, estadual ou municipal, que seja objeto de controvérsia constitucional, 
viole a constituição atual (1988): 
 
Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo 
Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do 
Poder Público. 
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, 
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; 
 
Ou seja, toda lei ou ato do poder público que viole a constituição poderá ser evitado ou reparado por 
meio de ADPF, mesmo que esta norma pré-constitucional seja anterior à constituição de 1988. 
Assim, a conformidade à constituição vigente à época da norma pré-constitucional pode até ser 
eventualmente suscitada; em sede de controle concentrado, porém, o parâmetro de controle a ser 
adotado é a atual Constituição. 
 
Normas constitucionais: rígidas, semirrígidas e flexíveis. 
 
Constituição Rígida 
É aquela que prevê, para modificação de suas próprias regras, um procedimento muito mais formal e 
solene do que o procedimento que ela prevê para as demais normas não constitucionais. Ex: todas as 
Constituições Federais foram rígidas, com exceção da de 1824. 
A Constituição Federal de 1988 só pode ser alterada por iniciativa de 1/3 no mínimo dos membros da 
Câmara dos Deputados ou Senado Federal; do Presidente; de mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades federativas, manifestando-se em cada uma delas por maioria relativa de seus 
membros. (art. 60, I, II, III da CF/88).Enquanto nas emendas constitucionais a iniciativa é restrita, nas leis 
ordinárias e complementares, a iniciativa é geral. 
A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros 
(art. 60, §2º da CF). – A votação das leis ordinárias e leis complementares dar-se-á em único turno de 
discussão e votação e será necessária maioria relativa para uma e maioria absoluta para outra. 
 
Constituição Flexível (Plástica) 
É aquela que tem o mesmo procedimento para todas as regras, não havendo hierarquia entre 
constituição e lei infraconstitucional. Ex: Parte escrita da constituição não escrita. 
A lei infraconstitucional posterior poderá alterar a Constituição Federal quando assim declarar, ou 
quando regular inteiramente a matéria que trata a constituição, ou quando com ela for incompatível. 
 
 
 
 
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Constituição Semi-rígida (Semiflexível) 
É aquela que não precisa de apenas um procedimento para modificação de suas regras, mas sim de 
dois diferentes, um mais formal para as regras materialmente constitucionais postas na Constituição e 
outro menos formal para as regras formalmente constitucionais. Ex: Constituição do Império de 1824. 
 
Classificação - Normas de eficácia plena, contida e limitada 
 
Aplicabilidade das normas constitucionais 
Em relação à classificação e aplicabilidade das normas constitucionais, conforme bem leciona Antônio 
Henrique Lindemberg4, na esteira da teoria de José Afonso da Silva, temos normas: 
 
- De aplicabilidade imediata e eficácia plena: São consideradas aquelas que não dependem de 
atuação legislativa posterior para a sua regulamentação, isto é, desde a entrada em vigor da Constituição 
estas normas já estão aptas a produzirem todos os seus efeitos. A título de exemplo podemos apontar as 
normas referentes às competências dos órgãos (CF, art. 48 e 49) e os remédios constitucionais. 
 
- De aplicabilidade imediata e eficácia contida ou restringível: São normas constitucionais em que 
o legislador constituinte regulou suficientemente a matéria, mas possibilitou ao legislador ordinário 
restringir os efeitos da norma constitucional. Estas normas constitucionais têm aplicabilidade imediata, 
quer dizer, com a entrada em vigor da Constituição elas já são aplicáveis, no entanto, uma lei posterior 
poderá restringir, conter seus efeitos. 
Como exemplo, pode ser citado o art. 5°, XIII, da CF/88, que diz ser livre o exercício de qualquer 
trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Observando 
este inciso veremos que, se não houver uma lei regulamentado as profissões, qualquer pessoa poderá 
exercer qualquer tipo de atividade. No entanto, o legislador ordinário poderá, através de lei, estabelecer 
requisitos para o exercício de algumas profissões, como é o caso da profissão de advogado, onde a Lei 
8.906/94, estabelece a necessidade de conclusão do curso de bacharelado em direito, e ainda, a 
aprovação no exame de ordem para aqueles que pretendam exercer a mencionada profissão, assim, é 
de se apontar que a lei veio restringir o alcance da norma constitucional, estabelecendo requisitos para o 
exercício profissional. 
 
- De aplicabilidade mediata e eficácia limitada: Classificam-se como normas de aplicabilidade 
mediata e eficácia limitada aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar 
plenamente todos os direitos e obrigações e podem ser subdividas em: 
 
- Normas de eficácia limitada quanto aos princípios institutivos, que são as normas onde o 
legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições dos órgãos, entidades ou 
institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante Lei. 
A previsão de criação do Código de Defesa do Consumidor (CF, art. 5°, XXXII), a regulamentação do 
direito de greve do servidor público (CF, art. 37, VII), a organização administrativa e judiciária dos 
Territórios Federais (CF, art. 33), são exemplos de normas de eficácia limitada. 
 
- Normas de eficácia limitada quanto aos princípios programáticos, que são “aquelas normas 
constitucionais, através das quais o constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados 
interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos como 
programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado”. São normas que 
dependem de ações metajurídicas para serem implementadas, temos como exemplo o direito ao salário 
mínimo digno (CF, art. 7º, IV), o direito à moradia, ao trabalho, a segurança (CF, art. 6º). 
Pela própria natureza de direitos que exigem do Estado uma conduta prestativa, positiva, nem sempre 
é possível a sua pronta concretização, haja vista a carência e a limitação de recursos financeiros para a 
realização dos atos estatais. 
De acordo com a lição de Gilmar Ferreira Mendes5, estes direitos não dependem apenas de uma 
decisão jurídica, mas exigem atuações legislativas e administrativas para a sua real concretização, ou 
seja, são limitados pela conhecida teorização da “Reserva do Financeiramente Possível”. Onde o Estado, 
não possuindo recursos suficientes para ofertar todas as prestações relacionadas como direitos 
fundamentais sociais, deve eleger aquelas que julga mais pertinentes de acordo com as condições do 
momento. 
 
4 Adaptado de: https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMestre/AntonioLindemberg/lindemberg_toq11.pdf 
5 MENDES, Gilmar. Os direitos fundamentais e seus múltiplos significados na Ordem constitucional. Revista Diálogo Jurídico,Salvador, 
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11 
 
Assim, leciona o citado autor: “Observe-se que, embora tais decisões estejam vinculadas 
juridicamente, é certo que a sua efetivação está submetida, dentre outras condicionantes à reserva do 
financeiramente possível”. 
Não se ignora que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de caracterizar-se 
pela gradualidade de seu processo de concretização - depende, em grande medida, de um inescapável 
vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo que, comprovada, 
objetivamente, a alegação de incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá 
razoavelmente exigir, então, considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do comando 
fundado no texto constitucional. 
Deve ser destacado também que os efeitos normalmente atribuídos a estas normas: 
a) Acarretam a revogação dos atos normativos anteriores e contrários ao seu conteúdo e, por via de 
consequência, sua desaplicação, independentemente de um declaração de inconstitucionalidade, 
ressaltando-se que entre nós o Supremo Tribunal Federal consagrou a tese da revogação, em detrimento 
da assim chamada inconstitucionalidade superveniente. 
b) Contêm imposições que vinculam permanentemente o legislador, no sentido de que não apenas 
está obrigado a concretizar os programas, tarefas, fins e ordens mais ou menos concretas previstas na 
norma, mas também que o legislador, ao cumprir seu desiderato, não se poderá afastar dos parâmetros 
prescritos nas normas de direitos fundamentais a prestações. 
c) Implicam a declaração de inconstitucionalidade (por ação) de todos os atos normativos editados 
após a vigência da Constituição, caso colidentes com o conteúdo das normas de direitos fundamentais, 
isto é, caso contrários ao sentido dos princípios e regras contidos nas normas que os consagram. 
d) Geram um direito subjetivo de cunho negativo no sentido de que o particular poderá sempre exigir 
do Estado que se abstenha de atuar em sentido contrário ao disposto na norma de direito fundamental 
prestacional. Cuida-se, portanto, de uma dimensão negativa dos direitos positivos, já que as normas que 
os consagram, além de vedarem a emissão de atos normativos contrários, proíbem a prática de 
comportamentos que tenham por objetivo impedir a produção dos atos destinados à execução das tarefas, 
fins ou imposições contidas na norma de natureza eminentemente programática. 
e) Por fim, ainda verifica-se a possibilidade de ser exigido do Estado a concretização dos direitos 
prestacionais, através da ação direta de inconstitucionalidade por omissão (CF, art. 103, § 2º) ou através 
do mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI). 
Concluindo, não há, numa Constituição, cláusulas a que se deve atribuir meramente o valor material 
de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras, ditadas pela soberania nacional 
ou popular aos seus órgãos. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício 
os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabelecem competências, atribuições, 
poderes, cujo uso tem de aguardar que a legislatura, segundo o seu critério, os habilite a se exercerem. 
 
Normas programáticas 
 
As normas programáticas (ou princípios programáticos) são aquelas normas constitucionais por 
meio das quais o constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados interesses, limitou-
se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos como programas das respectivas 
atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado. As normas programáticas são as que 
estabelecem programas a serem desenvolvidos mediante a vontade do legislador infraconstitucional.6 
São normas que dependem de ações metajurídicas para serem implementadas, temos como exemplo o 
direito ao salário mínimo digno (CF, art. 7º, IV), o direito à moradia, ao trabalho, a segurança (CF, art. 6º). 
 
Normas constitucionais de organização e definidoras de direitos 
 
Segundo Luís Roberto Barroso7, a Constituição possui três diferentes tipos de normas, são elas: as 
normas de organização, as normas definidoras de direitos e as normas programáticas. 
Normas de organização, também denominadas de estrutura ou de competência, são as que tratam da 
ordenação, estrutura e competência dos poderes, determinando sua forma, o tipo de governo, o regime 
político, a separação de poderes e a divisão de competências. 
As definidoras de direitos são normas que tratam dos direitos fundamentais, a exemplo do artigo 5°. 
 
 
 
6 Tavares, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 11 ed. revista e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 102. 
7 BARROSO, Luís Roberto. O Direito Constitucional e a efetividade de suas normas - limites e possibilidades da constituição brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 
2ª edição, 1993. 
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Questões 
 
01. (DER/CE - Procurador Autárquico - UECE-CE) A norma constante do art. 5º, XX da CF/88, in 
verbis, “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado", é norma 
(A) de eficácia contida. 
(B) de eficácia limitada. 
(C) de eficácia plena. 
(D) programática. 
 
02. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE) Quanto ao grau de aplicabilidade das normas 
constitucionais, as normas no texto constitucional classificam-se conforme seu grau de eficácia. Segundo 
a classificação doutrinária, a norma constitucional segundo a qual é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer é classificada como 
norma constitucional 
(A) de eficácia limitada. 
(B) diferida ou programática. 
(C) de eficácia exaurida. 
(D) de eficácia plena. 
(E) de eficácia contida. 
 
03. (COMPESA - Analista de Gestão - FGV) Consoante o Art. 5º, inciso XLV, da Constituição da 
República Federativa do Brasil, “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação 
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. 
Com os olhos voltados à classificação das normas constitucionais, é correto afirmar que a interpretação 
desse comando normativo dá origem a uma norma constitucional 
(A) de eficácia plena e aplicabilidade integral. 
(B) de eficácia indireta e aplicabilidade contida. 
(C) de eficácia plena e aplicabilidade limitada. 
(D) de eficácia limitada e aplicabilidade mediata. 
(E) de eficácia contida e aplicabilidade direta. 
 
04. (Prefeitura de Araguari/MG - Procurador Municipal - IADHED) No que diz à teoria da eficácia e 
aplicabilidade das normas constitucionais, segundo a classificação de José Afonso da Silva, marque a 
alternativa correta: 
(A) As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade direta, imediata, mas 
possivelmente não integral; 
(B) As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade direta, mediata e diferida; 
(C) As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade indireta, imediata e diferida; 
(D) As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade direta, mediata, mas 
possivelmente não integral. 
 
05. (TRT - 23ª REGIÃO/MT - Analista Judiciário - FCC) Dispõe o artigo 18, § 2°, da Constituição 
Federal: “Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar". De acordo com a classificação 
de aplicabilidade das normas constitucionais, o art. 18, § 2° da Constituição Federal de 1988 é uma norma 
de 
(A) eficácia contida. 
(B) eficácia plena. 
(C) princípio programático. 
(D) princípio institutivo ou organizativo. 
(E) eficácia controlada. 
 
Gabarito 
 
01. C / 02. E / 03. E / 04. A / 05. D 
 
 
 
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13 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
A Resposta: “C” é a correta, posto que a norma é de eficácia plena, pois não se necessita de outra 
norma para aplicabilidade do que dispõe o art. 5º, XX, da CF/88. 
 
02. Resposta: E 
Estamos diante de uma norma constitucional de eficácia contida, tendo em vista que embora a norma 
tenha aplicabilidade direta e imediata, não é integral, diante da restrição dos seus efeitos por aquilo que 
estabelece a lei. Ex.: a necessidade de aprovação no exame da Ordem dos Advogados para o exercício 
da advocacia. 
 
03. Resposta: E 
As normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de aplicabilidade direta, imediata, mas não 
integral, tendo em vista que o legislador pode restringir a sua eficácia. 
 
04. Resposta: A 
As normas constitucionais de eficácia plena possuem aplicabilidade direta, imediata (autoaplicáveis) 
e integral, não existindo a necessidade de nenhum complemento legal, basta a previsão do direito na 
própria Constituição Federal. As normas constitucionais de eficácia contida possuem também 
aplicabilidade direta, imediata, contudo, estão passíveis de restrições pela atuação do legislador 
infraconstitucional. Diferentemente das normas anteriores, as normas constitucionais de eficácia limitada 
possuem aplicabilidade indireta e mediata. Em outras palavras, o legislador constituinte previu um direito 
na Constituição, mas esse direito não pode ser exercido enquanto não surgir uma lei. 
 
05. Resposta: D 
As normas de eficácia limitada são aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que 
possam gerar plenamente todos os direitos e obrigações, sendo subdivididas em: normas de eficácia 
limitada quanto aos princípios institutivos e normas de eficácia limitada quanto aos princípios 
programáticos. 
 
 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
A Constituição Federal de 1988 (CF) trouxe em seu Título II os direitos e garantias fundamentais, 
subdivididos em cinco capítulos: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, 
direitos políticos e partidos políticos. 
 
Na concepção de Bahia8, Direitos e Garantias podem ser entendidos como, Direito em sua acepção 
clássica, seria a disposição meramente declaratória que imprime existência legal ao direito reconhecido. 
É a proteção ao bem, ao interesse tutelado pela norma jurídica configurando verdadeiro patrimônio 
jurídico. Ao lado dos direitos encontramos os deveres, que são normas de caráter limitativo, que buscam 
impor comportamento de respeito às normas que definem a proteção ao direito fundamental. A todo direito 
corresponde um dever. Exemplo: ao lado da norma que declara a liberdade de expressão (art. 5", IV), 
encontramos o dever de exercício dessa liberdade sem ofensa a terceiros, sob pena de aplicação de 
sanção a quem dele abusa (art. 5", V). 
As "garantias", por sua vez, traduzem-se no direito dos cidadãos de exigir dos Poderes Públicos a 
proteção de seus direitos. Servem para assegurar os direitos através da limitação do poder, possuindo 
caráter instrumental, atuando como mecanismos prestacionais na tutela dos direitos. 
As garantias constitucionais, segundo a visão bipartida9 da doutrina, classificam-se em gerais e 
específicas: 
 
8 BAHIA, Flávia. Direito Constitucional. 2018. 
9 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 2004. 
3 Direitos e garantias fundamentais. 3.1 Direitos e deveres individuais e 
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos, partidos 
políticos. 
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a) garantias fundamentais gerais: são aquelas que vêm convertidas em normas constitucionais que 
proíbem os abusos de poder e todas as espécies de violação aos direitos que elas asseguram e procuram 
tomar efetivos. 
Realizam-se por meio de princípios e preceitos constitucionais como o princípio da legalidade, o 
princípio da liberdade, princípio do devido processo legal, e pelas cláusulas de inviolabilidade (art. 5°, VI, 
X, XI, XII etc.); 
b) garantias fundamentais específicas: são aquelas que instrumentalizam, verdadeiramente, o 
exercício dos direitos, fazendo valer o conteúdo e a materialidade das garantias fundamentais gerais. Por 
elas, os titulares do direito encontram a forma, o procedimento, a técnica, o meio de exigir a proteção 
incondicional de suas prerrogativas, como por exemplo o habeas corpus, o mandado de segurança, o 
habeas data, o mandado de injunção, a ação popular, o direito de petição etc. São chamados de 
"remédios constitucionais" por designar um recurso àquilo que combate o mal, qual seja, o desrespeito 
ao direito fundamental 
 
Garantias Constitucionais Individuais 
 
Diz-se Garantias Constitucionais Individuais para se exprimir os meios, instrumentos, procedimentos 
e instituições destinados a assegurar o respeito, a efetividade do gozo e a exigibilidade dos direitos de 
cada um. Direitos estes, que se fazem presente nos incisos do Art.5º da Carta Magna. 
 
Garantias dos Direitos , Coletivos, Sociais e Político 
 
A Constituição Federal de 1988 tutela os direitos difusos e coletivos; o art. 129, III, da CF/88, ao dispor 
sobre as funções institucionais do Ministério Público, destaca a de promover o inquérito civil e a ação civil 
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos 
e coletivos. 
A previsão constitucional, além de reconhecer os interesses difusos e, ao mesmo tempo, destinar a 
sua proteção ao Ministério Público, demonstra não se tratar de norma meramente programática, mas 
preceptiva ou atributiva de direitos. A própria Constituição confere os meios de investigação, constantes 
do inquérito civil, e o instrumento de proteção judicial, a ação civil pública. Dispõe, inclusive, sobre a 
titularidade da ação, ao conferi-la ao Ministério Público. 
Nesse sentido, o art. 5.º, LXXIII, da Carta Constitucional, que trata da ação popular, também reconhece 
a existência de interesses difusos e coletivos e estabelecendo que qualquer cidadão é parte legítima para 
propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
A Magna Carta reconhece os interesses difusos e coletivos e impõe a sua proteção pelo próprio 
cidadão, conforme os direitos e garantias fundamentais, por meio da ação popular. A Constituição Federal 
não somente reconheceu a existência dos interesses difusos e coletivos, mas também estabeleceu um 
"sistema de garantia" desses interesses, definindo titulares do direito à proteção e instrumentos jurídicos 
de proteção, ao conferi-la ao Ministério Público, por intermédio do inquérito civil e da ação civil pública, e 
ao cidadão, por meio da ação popular. 
Ao Ministério Público coube a titularidade ampla, uma vez que poderá tutelar, além dos interesses 
especificamente mencionados pela Constituição, como o meio ambiente e o patrimônio público e social, 
os demais interesses difusos e coletivos, conforme a fórmula genérica utilizada pelo mencionado art. 129 
da CF/88. 
Aos cidadãos coube também uma titularidade, mas restrita, uma vez que a ação popular somente pode 
ter por objeto a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou a entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
O texto constitucional não define os interesses difusos, tarefa realizada pelo Código de Defesa do 
Consumidor (Lei n° 8.078/90), que, em seu art. 82, I, os reconhece como interesses transindividuais, de 
natureza indivisível, de que são titulares pessoas indetermináveis e ligadas por circunstâncias de fato. 
 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
 
A CF foi a primeira a estabelecer direitos não só de indivíduos, mas também de grupos sociais, os 
denominados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser coletivamente consideradas.Por outro lado, 
pela primeira vez, junto com os direitos, foram também estabelecidos expressamente deveres 
fundamentais. Tanto os agentes públicos como os indivíduos têm obrigações específicas, inclusive a de 
respeitar os direitos das demais pessoas que vivem na ordem social. 
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Analisaremos o Artigo 5º da CF com apontamentos em todos os incisos para melhor compreensão do 
tema. 
 
Constituição Federal: 
 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
Esta norma constitucional protege os bens jurídicos dos cidadãos, que são: vida, liberdade, igualdade, 
segurança e propriedade. 
A relação extensa de direitos individuais estabelecida neste artigo tem caráter meramente enunciativo, 
não se trata de rol taxativo. Existem outros direitos individuais resguardados em outras normas previstas 
na própria Constituição (por exemplo, o previsto no art. 150, contendo garantias de ordem tributária). 
 
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
Este inciso traz um dos princípios mais importantes existentes, que é o princípio da isonomia ou da 
igualdade. Tal princípio igualou os direitos e obrigações dos homens e mulheres, porém, deve-se observar 
que este princípio permite que seja possível as diferenciações na medida das desigualdades de cada um. 
 
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
Destacamos o princípio da legalidade. Ele garante a segurança jurídica e impede que o Estado atue 
de forma arbitrária. Tal princípio tem por escopo explicitar que nenhum cidadão será obrigado a realizar 
ou deixar de realizar condutas que não estejam definidas em lei. Além disso, se não existe uma lei que 
proíba uma determinada conduta ao cidadão, significa que ela é permitida. 
 
III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
Garante que nenhum cidadão será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. 
Fundamenta-se pelo fato de que, o sujeito que cometer tortura estará cometendo crime tipificado na Lei 
nº 9.455/97. Cabe ressaltar, ainda, que a prática de tortura caracteriza-se como crime inafiançável e 
insuscetível de graça ou anistia. Não obstante, o crime de tortura ainda é considerado hediondo, conforme 
explicita a Lei nº 8.072/90. Crimes hediondos são aqueles considerados como repugnantes, de extrema 
gravidade, os quais a sociedade não compactua com a sua realização. São exemplos de crimes 
hediondos: tortura, homicídio qualificado, estupro, extorsão mediante sequestro, estupro de vulnerável, 
dentre outros. 
 
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
Estabelece a liberdade de manifestação de pensamento. Não somente por este inciso, mas por todo 
o conteúdo, que a CF consagrou-se como a “Constituição Cidadã”. Um ponto importante a ser citado 
neste inciso é a proibição do anonimato. Cabe ressaltar que a adoção de eventuais pseudônimos não 
afeta o conteúdo deste inciso, mas tão somente o anonimato na manifestação do pensamento. 
 
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem; 
O referido inciso assegura o direito de resposta, de forma proporcional ao ocorrido. Exemplo: 
propagandas partidárias, quando um eventual candidato realiza ofensas ao outro. Desta maneira, o 
candidato ofendido possui o direito de resposta proporcional à ofensa, ou seja, a resposta deverá ser 
realizada nos mesmos parâmetros que a ofensa. Assim, se a resposta possuir o mesmo tempo que durou 
a ofensa, deverá ocorrer no mesmo veículo de comunicação em que foi realizada a conduta ofensiva. 
Não obstante, o horário obedecido para a resposta deverá ser o mesmo que o da ofensa. 
Embora exista o direito de resposta proporcional ao agravo, ainda há possibilidade de ajuizamento de 
ação de indenização por danos materiais, morais ou à imagem. Assim, estando presente a conduta lesiva, 
que tenha causado um resultado danoso e seja provado o nexo de causalidade com o eventual elemento 
subjetivo constatado, ou seja, a culpa, demonstra-se medida de rigor, o arbitramento de indenização ao 
indivíduo lesado. 
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VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
Em um primeiro momento, este inciso garante a liberdade de escolha da religião pelas pessoas. A 
segunda parte resguarda a liberdade de culto, garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto 
e liturgias. Este direito não é absoluto, exemplo: uma determinada religião utiliza em seu culto, alta 
sonorização, que causa transtornos aos vizinhos do recinto. Aqui estamos diante de dois direitos 
constitucionalmente tutelados. O primeiro que diz respeito à liberdade de culto e o segundo, referente ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, explicitado pelo artigo 225 da CF/88. Como é possível 
perceber com a alta sonorização empregada, estamos diante de um caso de poluição sonora, ou seja, 
uma conduta lesiva ao meio ambiente. Curiosamente, estamos diante de um conflito entre a liberdade de 
culto e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ambos direitos constitucionalmente 
expressos. Tal conflito é solucionado por meio da adoção do princípio da cedência recíproca, ou seja, 
cada direito deverá ceder em seu campo de aplicabilidade, para que ambos possam conviver 
harmonicamente no ordenamento jurídico brasileiro. 
O Brasil é um país LAICO ou LEIGO, ou seja, não tem uma religião oficial, não condiciona orientação 
religiosa específica. 
 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva; 
Quando o inciso se refere às entidades civis e militares de internação coletiva está abarcando os 
sanatórios, hospitais, quartéis, dentre outros. Cabe ressaltar que a assistência religiosa não abrange 
somente uma religião, mas todas. Logo, por exemplo, os protestantes não serão obrigados a assistirem 
os cultos religiosos das demais religiões, e vice-versa. 
 
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei; 
Este inciso expressa a possibilidade de perda dos direitos pelo cidadão que, para não cumprir 
obrigação legal imposta a todos e para recusar o cumprimento de prestação alternativa, alega como 
motivo crença religiosa ou convicção filosófica ou política. 
Um exemplo de obrigação estipulada por lei a todos os cidadãos do sexo masculino é a prestação de 
serviço militar obrigatório. Nesse passo, se um cidadão deixar de prestar o serviço militar obrigatório 
alegando como motivo a crença em determinada religião que o proíba poderá sofrer privação nos seus 
direitos. 
 
IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
Este inciso tem por escopo a proteção da liberdade de expressão, sendo expressamente vedada a 
censura e a licença. Como é possível perceber, mais uma vez nossa Constituição visa proteger o cidadão 
de alguns direitos fundamentais que foram abolidos durante o período da ditadura militar. Para melhor 
compreensão do inciso, a censura consiste na verificação do pensamento a ser divulgado e as normas 
existentesno ordenamento. Desta maneira, a Constituição veda o emprego de tal mecanismo, visando 
garantir ampla liberdade, taxado como um bem jurídico inviolável do cidadão. 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
à indenização por dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Os direitos da personalidade decorrem da dignidade humana. O direito à privacidade decorre da 
autonomia da vontade e do livre-arbítrio, permitindo à pessoa conduzir sua vida da forma que julgar mais 
conveniente, sem intromissões alheias, desde que não viole outros valores constitucionais e direitos de 
terceiro. 
A honra pode ser subjetiva (estima que a pessoa possui de si mesma) ou objetiva (reputação do 
indivíduo perante o meio social em que vive). As pessoas jurídicas só possuem honra objetiva. 
O direito à imagem, que envolve aspectos físicos, inclusive a voz, impede sua captação e difusão sem 
o consentimento da pessoa, ainda que não haja ofensa à honra. Neste sentido, a súmula 403 do STJ diz: 
“Súmula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da 
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. 
Este direito, como qualquer outro direito fundamental, pode ser relativizado quando em choque com 
outros direitos. Por exemplo, pessoas públicas, tendem a ter uma restrição do direito à imagem frente ao 
direito de informação da sociedade. Também a divulgação em contexto jornalístico de interesse público, 
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a captação por radares de trânsito, câmeras de segurança ou eventos de interesse público, científico, 
histórico, didático ou cultural são limitações legítimas ao direito à imagem. 
Por outro lado, o inciso em questão traz a possibilidade de ajuizamento de ação que vise à indenização 
por danos materiais ou morais decorrentes da violação dos direitos expressamente tutelados. Não 
obstante a responsabilização na esfera civil, ainda é possível constatar que a agressão a tais direitos 
também encontra guarida no âmbito penal. Tal fato se abaliza na existência dos crimes de calúnia, injúria 
e difamação, expressamente tipificados no Código Penal Brasileiro. 
 
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial; 
O conceito de “casa” é amplo, alcançando os locais habitados de maneira exclusiva. Exemplo: 
escritórios, oficinas, consultórios e locais de habitação coletiva (hotéis, motéis etc.) que não sejam abertos 
ao público, recebendo todos estes locais esta proteção constitucional. 
O referido inciso traz a inviolabilidade do domicílio do indivíduo. Todavia, tal inviolabilidade não possui 
cunho absoluto, sendo que o mesmo artigo explicita os casos em que há possibilidade de penetração no 
domicílio sem o consentimento do morador. Os casos em que é possível a penetração do domicílio são: 
 
Durante o dia Durante a noite 
Consentimento do morador Consentimento do morador 
Caso de flagrante delito Caso de flagrante delito 
Desastre ou prestar socorro Desastre ou prestar socorro 
Determinação judicial -- 
 
Note-se que o ingresso em domicílio por determinação judicial somente é passível de realização 
durante o dia. Tal ingresso deverá ser realizado com ordem judicial expedida por autoridade judicial 
competente, sob pena de considerar-se o ingresso desprovido desta como abuso de autoridade, além da 
tipificação do crime de Violação de Domicílio, que se encontra disposto no artigo 150 do Código Penal. 
 
XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
- Sigilo de Correspondência: possui como regra a inviolabilidade trazida no Texto Constitucional. 
Todavia, pode haver limitação na inviolabilidade em caso de decretação de estado de defesa ou estado 
de sítio. Outra possibilidade de quebra de sigilo de correspondência entendida pelo Supremo Tribunal 
Federal diz respeito às correspondências dos presidiários, visando a segurança pública e a preservação 
da ordem jurídica. 
- Sigilo de Comunicações Telegráficas: assim como a inviolabilidade do sigilo de correspondência, 
é possível a quebra deste em caso de estado de defesa e estado de sítio. 
- Sigilo das Comunicações Telefônicas: apesar da inviolabilidade de tal direito, será possível a 
quebra do sigilo telefônico, desde que esteja amparado por decisão judicial de autoridade competente 
para que seja possível a instrução processual penal e a investigação criminal. A quebra do sigilo telefônico 
foi regulamentada por meio da Lei Federal 9.296/96. 
 
Isso demonstra que não será possível a quebra dos sigilos por motivos banais, haja vista estarmos 
diante de um direito constitucionalmente tutelado. 
A quebra desse tipo de sigilo pode ocorrer por determinação judicial ou por Comissão Parlamentar de 
Inquérito (CPI). 
O sigilo de dados engloba dados fiscais, bancários e telefônicos (referente aos dados da conta e não 
ao conteúdo das ligações). 
Quanto às comunicações telefônicas (conteúdo das ligações), existe reserva jurisdicional, ou seja, a 
interceptação só pode ocorrer com ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal, sob pena de constituir prova ilícita. 
 
XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; 
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Aqui estamos diante de uma norma de aplicabilidade contida que possui total eficácia, dependendo, 
no entanto, de uma lei posterior que reduza a aplicabilidade da primeira. Como é possível perceber o 
inciso em questão demonstra a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou profissão, devendo, no 
entanto, serem obedecidas às qualificações profissionais que a lei posterior estabeleça. Note-se que essa 
lei posterior reduz os efeitos de aplicabilidade da lei anterior o que garante a liberdade de exercício de 
trabalho, ofício ou profissão. 
Exemplo: o Exame aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil aos bacharéis em Direito, para que 
estes obtenham habilitação para exercer a profissão de advogados. Como é notório, a lei garante a 
liberdade de trabalho, sendo, no entanto, que a lei posterior, ou seja, o Estatuto da OAB, prevê a 
realização do exame para que seja possível o exercício da profissão de advogado. 
 
XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário 
ao exercício profissional; 
Aqui estamos tratando do direito de informar e de ser informado. Cabe ressaltar que, o referido inciso 
traz a possibilidade de se resguardar o sigilo da fonte. Esse sigilo diz respeito àquela pessoa que prestou 
as informações. Todavia, esse sigilo não possui conotação absoluta, haja vista que há possibilidade de 
revelação da fonte informadora, em casos expressos na lei. 
 
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
O inciso em questão prega o direito de locomoção. Esse direito abrange o fato de se entrar, 
permanecer, transitar e sair do país. Quando o texto constitucional explicita que qualquer pessoa está 
abrangida pelo direito de locomoção, não há diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados, bem 
como nenhuma questão atinente aos estrangeiros. Desta forma, como é possível perceber a locomoção 
será livre em tempo de paz. Porém tal direito é relativo, podendo ser restringido em casos excepcionais 
e expressamente dispostos na Constituição, como por exemplo, no estado de sítioe no estado de defesa. 
 
XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para 
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
Neste inciso encontra-se garantido o direito de reunião. A grande característica da reunião é a 
descontinuidade, ou seja, pessoas se reúnem para discutirem determinado assunto, e finda a discussão, 
a reunião se encerra. Cabe ressaltar que a diferença entre reunião e associação está intimamente ligada 
a tal característica. Enquanto a reunião não é contínua, a associação tem caráter permanente. 
É importante salientar que o texto constitucional não exige que a reunião seja autorizada, mas tão 
somente haja uma prévia comunicação à autoridade competente. 
De forma similar ao direito de locomoção, o direito de reunião também é relativo, pois poderá ser 
restringido em caso de estado de defesa e estado de sítio. 
 
XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
Este inciso garante a liberdade de associação. É importante salientar que a associação deve ser para 
fins lícitos, haja vista que a ilicitude do fim pode tipificar conduta criminosa. 
O inciso traz uma vedação, que consiste no fato da proibição de criação de associações com caráter 
paramilitar, ou seja, àquelas que buscam se estruturar de maneira análoga às forças armadas ou policiais. 
 
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
Neste inciso está presente o desdobramento da liberdade de associação, onde a criação de 
cooperativas e associações independem de autorização. É importante salientar que o constituinte também 
trouxe no bojo deste inciso uma vedação no que diz respeito à interferência estatal no funcionamento de 
tais órgãos. O constituinte vedou a possibilidade de interferência estatal no funcionamento das 
associações e cooperativas obedecendo à própria liberdade de associação. 
 
XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas 
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
O texto constitucional traz expressamente as questões referentes à dissolução e suspensão das 
atividades das associações. Neste inciso estamos diante de duas situações diversas. Quando a questão 
for referente à suspensão de atividades da associação, a mesma somente se concretizará através de 
decisão judicial. Todavia, quando falamos em dissolução compulsória das entidades associativas só 
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alcançará êxito por meio de decisão judicial transitada em julgado (decisão definitiva por ter esgotado 
todas as fases recursais). 
Logo, para ambas as situações, seja na dissolução compulsória, seja na suspensão de atividades, 
será necessária decisão judicial. Entretanto, como a dissolução compulsória possui uma maior gravidade 
exige-se o trânsito em julgado da decisão judicial. 
 
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
Cabe ressaltar que, de acordo com a legislação processual civil, ninguém poderá alegar em nome 
próprio direito alheio, ou seja, o próprio titular do direito buscará a sua efetivação. No entanto, aqui 
estamos diante de uma exceção a tal regra, ou seja, há existência de legitimidade extraordinária na defesa 
dos interesses dos filiados. Assim, desde que expressamente previsto no estatuto social, as entidades 
associativas passam a ter legitimidade para representar os filiados judicial ou extrajudicialmente. Quando 
falamos em legitimidade na esfera judicial, estamos nos referindo à tutela dos interesses no Poder 
Judiciário. Porém, quando falamos em tutela extrajudicial, pode ser realizada administrativamente (Vale 
esclarecer, é REPRESENTAÇÃO e não substituição processual). 
 
XXII- é garantido o direito de propriedade; 
De acordo com a doutrina civilista, o direito de propriedade caracteriza-se pelo uso, gozo e disposição 
de um bem. Todavia, o direito de propriedade não é absoluto, pois existem restrições ao seu exercício, 
como por exemplo, a obediência à função social da propriedade. Há duas garantias de propriedade, a de 
conservação (ninguém pode ser privado de seus bens, exceto hipóteses previstas nesta constituição) e 
a de compensação (se privado de seus bens, há o direito de ressarcimento no valor equivalente ao 
prejuízo sofrido). 
 
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; 
A função social é uma das limitações ao direito de propriedade. A propriedade urbana estará atendendo 
sua função social quando obedecer às exigências expressas no plano diretor (é obrigatório para as 
cidades que possuam mais de vinte mil habitantes e tem por objetivo traçar metas que serão obedecidas 
para o desenvolvimento das cidades). Quanto à propriedade rural, deve ser obedecida a preservação do 
meio ambiente, os critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, à utilização adequada dos recursos 
naturais disponíveis e à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
 
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou 
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição; 
A Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público, fundado na necessidade pública, 
utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente, priva alguém de certo bem, móvel ou imóvel, 
adquirindo-o para si em caráter originário, mediante justa e prévia indenização. É, em geral, um ato 
promovido pelo Estado, mas poderá ser concedido a particulares permissionários ou concessionários de 
serviços públicos, mediante autorização da Lei ou de Contrato com a Administração. 
Requisitos para desapropriação: 1) Necessidade pública; 2) Utilidade pública; 3) Interesse social; 
Mediante: 1) justa e prévia indenização; 2) Indenização em dinheiro. 
 
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
Neste caso estamos diante do instituto da requisição administrativa, que permite à autoridade 
competente utilizar propriedades particulares em caso de iminente perigo público (calamidade pública) - 
já ocorrido ou prestes a ocorrer. Desta maneira, utilizada a propriedade particular será seu proprietário 
indenizado, posteriormente, caso seja constatada a existência de dano. Em caso negativo, este não será 
indenizado. Um exemplo típico do instituto da requisição administrativa é o encontrado no caso de 
guerras. 
 
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será 
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei 
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
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Este inciso traz a impenhorabilidade da pequena propriedade rural. É importante salientar que a regra 
de impenhorabilidade da pequena propriedade rural para pagamento de débitos decorrentes da atividade 
produtiva abrange somente aquela trabalhada pela família. 
 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, 
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo

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