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Compliance no âmbito das sociedades empresariais

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Contabilidade e a Prática de Compliance 
 Aline Franceschini 
 Bruno Cavalcanti 
 Debora Barros 
 Gabriel Henrique 
 Matheus Anselmo 
 Victor Oliveira 
 Wagner 
 
O que significa “Compliance”? 
 Segundo Coimbra e Manzi (2010), Compliance origina-se do 
verbo inglês “to comply”, que significa cumprir, executar, satisfazer, 
realizar o que foi imposto, ou seja, agir de acordo, estar em 
conformidade com a legislação e regulamentação aplicável ao 
negócio. 
 Segundo Pitombeira (2005), afirma que o conceito de Compliance 
chegou ao Brasil junto com a governança corporativa e passou a 
existir a partir da Resolução 2.554/98, do Banco Central e da Lei 
9.613/98. 
 No ambiente corporativo, está relacionado à conformidade ou à 
integridade da sociedade empresarial, abrangendo todos os 
conjuntos de regras a serem cumpridas (trabalhistas, ambientais, 
fiscais etc.). 
 
 Entende-se, inclusive, que os sistemas e regulamentos de 
controles internos e governança das empresas existem para 
assegurar o cumprimento das regras externas impostas. 
 Estar em “Compliance” significa estar em conformidade com leis e 
regulamentos (internos e externos), em especial os relacionados 
aos seus controles internos e governança. 
 
 
O que significa “Compliance”? 
Objetivos 
 De acordo com Manzi, (2008), os objetivos da Compliance 
consiste em: 
• Assegurar a adequação, fortalecimento e funcionamento do 
sistema de controle interno da instituição; 
• Mitigar os riscos; 
• Disseminar a cultura de controle e cumprimento de lei; 
• Orientar e conscientizar à prevenção de condutas que possam 
ocasionar riscos à instituição. 
 
Objetivos 
 Os objetivos segundo Giovanini (2014, p.20) são: 
• Executar suas atividades de acordo com um código de conduta; 
• Ações firmadas em valores morais, éticos, transparentes; 
• Consonância com toda a legislação aplicável; 
• Criam-se as atividades de prevenção; 
• Estabelecimento de regras e códigos internos 
• Controle e monitoramento. 
 
Princípios 
 No documento da ABBI (2009, p.8), está descrito de forma concisa os 
princípio do compliance “[...] 
1. O conselho de administração é responsável por acompanhar o 
gerenciamento do risco de compliance da instituição financeira. 
2. A alta administração da instituição financeira é responsável pelo 
gerenciamento do risco de compliance. 
3. A alta administração é responsável por estabelecer e divulgar a política 
de compliance da instituição, de forma a assegurar que esta está sendo 
observada. 
4. A alta administração é responsável por estabelecer uma permanente e 
efetiva área de Compliance como parte da política de compliance. 
 
 
1. Existência de um coordenador; ausência de conflitos de interesse; acesso 
a informações e pessoas no exercício de suas atribuições. 
2. A área de Compliance deve ter os recursos necessários ao desempenho 
de suas responsabilidades de forma eficaz 
3. Atualizações e recomendações; manuais de compliance; identificação e 
avaliação do risco de compliance; responsabilidade estatutárias; 
4. As atividades da área de Compliance deve estar nas jurisdições em que 
operam, e a organização e a estrutura da área de Compliance, bem 
como suas responsabilidades, devem estar de acordo com as regras de 
cada localidade. 
 
Princípios 
Características profissionais e aptidões 
 Conforme pode-se acompanhar através de Giovanini (2014, p. 
110): 
• Um dos desafios é selecionar a pessoa com a habilidade de 
motivar e influenciar a organização, de forma ética, de caráter 
prático e decisivo. 
• Na busca desse profissional, pode-se observar outras aptidões, 
como o conhecimento do negócio e do mercado de atuação; o 
domínio das leis; boa percepção analítica; bom estrategista e 
diplomático; ter maturidade e controle emocional. 
 
 
Características profissionais e aptidões 
 Importante destacar que além do perfil adequado para o 
programa, o profissional que irá desempenhar essa tarefa deverá 
cumprir algumas responsabilidades, que, segundo Canderolo 
(2015, p. 173), são: 
• Assegurar que as atividades de monitoramento e testes estejam 
implantadas e devidamente documentadas, bem como 
periodicamente avaliadas em sua eficácia. Além disso, deverá 
identificar os desvios, deslocamentos e violações; documentá-los 
corretamente, desenvolver ações corretivas, em conjunto; 
• O ponto chave do perfil do profissional será o dever de 
administrar riscos, ter um bom sistema de controles e realizar a 
governança para implantar essa cultura. 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento e implementação de 
um programa de Compliance 
 Em primeiro lugar, deve-se levar em conta que, para se obter a 
tão esperada Compliance, deve haver mudanças na mentalidade 
dos colaboradores em geral. Os acionistas e dirigentes, nesse 
cenário, são as pessoas responsáveis pelo exemplo no que diz 
respeito à execução e à observação integral da legislação 
brasileira e da regras internacionais. 
 O processo não é o mesmo para todas as empresas, pois deve 
considerar a natureza e diversidade da operação, a complexidade 
dos negócios e o volume dos negócios, entre outros fatores. 
Contabilidade e Compliance 
 A atividade de Compliance, a princípio, foi relacionada à área 
jurídica das empresas, por tratar-se de implementação de 
normativos. O tempo e as necessidades demonstraram que essa 
atividade vai além de normas e políticas, mas deve incluir também 
os processos. 
 Além de elaboração de código de ética e outros regulamentos, 
agir em Compliance significa manter controles internos eficientes 
e registros contábeis precisos. 
COAF – Declaração de Não Ocorrência de 
Operações 
 
 Todos os profissionais e organizações contábeis que prestem, 
mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, 
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer 
natureza, conforme previstos na Resolução CFC nº 1.445/13, 
devem comunicar ao Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras (Coaf) a não ocorrência de eventos suspeitos de 
lavagem de dinheiro ou financiamento ao terrorismo. 
 A prática é totalmente sigilosa e representa uma proteção ao 
profissional da contabilidade, que se tiver conhecimento de algum 
fato atípico e não transmitir a informação ao órgão, poderá ser 
responsabilizado, juntamente com o cliente, caso se configure 
crime de lavagem de dinheiro. 
A aplicação de um programa de 
Compliance visa: 
 Suprir as necessidades de um constante aperfeiçoamento das 
regras de segurança e eliminação de riscos; 
 Inibir atividades tidas como temerárias ou até mesmo criminosas. 
Exemplos de prática temerária ou criminosa: existência de 
uma contabilidade não confiável, que contenha ocultação de 
bens, direitos e/ou obrigações; prática de caixa dois; 
favorecimentos ilícitos; 
 Implantar políticas éticas e diretrizes para a gestão do negócio, 
vinculadas a detectar, evitar e tratar qualquer desvio de conduta 
ou inconformidade legal que possa ocorrer. 
 
Case de Sucesso 
 Depoimento de Agérbon Nóbrega, Chefe Administrativo da Decal: 
• A Decal Brasil iniciou em 2017 o processo de implantação de um sistema 
de complice. Desde o inicio utilizamos o termo sistema, e não programa, 
para que ficasse claro que essa implantação tenha um caráter cíclico, 
dinâmico e não estático. 
• A implantação de um sistema de compliance tem dois componentes 
principais: políticas e cultura. 
• As políticas são essenciais para dar um norte a todos funcionários de 
uma organização. Através das politicas todos tem acesso as condutas 
esperadas no relacionamento com empresas, órgãos públicos. 
• E cultura não se implanta da noite para o dia. Cultura é sinônimo de 
exemplo. E o exemplo vem de cima pra baixo, de baixo pra cima, de 
lado a lado. 
 
• Entretanto, de nada adianta um código de ética implantado, politicas 
descritas, manuais de condutas em vigor, se não houver a cultura de 
conformidade dentro de uma organização. 
• Emgeral, a implantação de um sistema de compliance apresenta os 
seguintes benefícios: 
 prevenção de riscos; 
 identificação antecipada de problemas; 
 reconhecimento de ilicitudes em outras empresas: concorrentes, clientes, 
fornecedores, órgãos reguladores, órgãos do governo; 
 Além disso, destaco também o beneficio reputacional, notadamente pela 
ética nos negócios, recrutamento e retenção de funcionários, além da 
confiança dos investidores, clientes, fornecedores e demais parceiros 
comerciais. 
 
Case de Sucesso 
Case de Sucesso 
 Entrevistamos Glauco Moreno, responsável pelo time de Gente e Gestão 
do Pobre Juan para entender como as ferramentas de Compliance são 
usadas nos processos seletivos e como ajudam a manter o padrão de 
qualidade da empresa e previnem problemas éticos e morais nos 
negócios. 
• Para os Empreendedores do Pobre Juan, os valores éticos de todo time 
são itens de maior preocupação. Seja para trabalhar em uma das casas 
de carnes especializadas da rede, ou mesmo no setor administrativo, o 
futuro funcionário passa pelo teste PIR -Potencial de Integridade 
Resiliente como fase obrigatória do processo de seleção. 
• Observamos, também, que o colaborador ao integrar-se a empresa 
percebe-nos como uma organização que visa e pratica, condutas e 
posturas éticas, em todas as esferas da organização. 
 
 
Case de Sucesso 
• Como podemos ver, o Pobre Juan utiliza as ferramentas de 
Compliance para garantir que seus colaboradores tenham os 
mesmo valores éticos da companhia. 
• O que possibilita a expansão da rede de forma segura e mantém 
o alto padrão de qualidade exigido por seus clientes.

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