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trabalho Processo Civil

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Trabalho Processo Civil 
1. Da remessa necessária: A remessa necessária é prerrogativa específica da Fazenda Pública, e consiste na obrigatoriedade do envio dos autos do processo para o tribunal para reapreciação da sentença e novo julgamento da causa.
1.1 A primeira hipótese que torna obrigatório o reexame do julgado é que a sentença tenha sido proferida contra a Fazenda Pública.
A segunda hipótese que exige o reexame da causa é o julgamento de procedência dos embargos interpostos contra execução fiscal.
1.2 Destaque-se que o reexame necessário é previsto pelo Código de Processo Civil de 2015 apenas para sentenças. Logo, conforme inclusive defendido por Leonardo José Carneiro da Cunha (2007, p.180), não se aplica às decisões interlocutórias proferidas contra a Fazenda Pública, não obstante estas possam conter apreciação de parcela do mérito da demanda.
2. Coisa julgada é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível
2.1 ideia de jurisdição, sugere, de forma indubitável, o poder que possui o Estado, por meio do Judiciário de dizer o direito diante do caso concreto. Consectário dessa prestação jurisdicional, sem maiores desembaraços, é a percepção do fim do processo, de maneira especial, ao processo de conhecimento, com o juízo de concreção (entrega da prestação jurisdicional), ou seja, a adequação do fato levado ao judiciário à uma norma abstrata prescrita pelo ordenamento jurídico pátrio. 
2.2 Quando a decisão abordar apenas aspectos processuais, como as condições da ação ou os pressupostos processuais, estar-se-á diante da coisa julgada formal. 
Noutra toada, a coisa julgada material vai além da coisa julgada formal, sendo esta, inclusive, um pressuposto daquela. Isso porque, enquanto a coisa julgada formal se opera apenas sobre questões processuais, a coisa julgada material se caracteriza pela imutabilidade do mérito da demanda. Assim, a matéria que for apreciada, transitando-se em julgado, não poderá mais ser objeto de discussão em outro processo, caso isso ocorra, haverá ofensa à coisa julgada material.
2.3 Sobre o tema, devemos analisar o disposto pelo código de Processo Civil, em especial, os dispositivos contidos nos artigos 468, 469 e 470. Com base nestes artigos, podemos afirmar que apenas o dispositivo da sentença transita em julgado. O relatório e a motivação estão fora da proteção do manto da coisa julgada. A regulamentação dos limites objetivos da coisa julgada também seria integrado pelo contido no artigo 474 do CPC, segundo o qual “passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.
2.4 uma vez alcançada a sentença definitiva pela autoridade de coisa julgada, tornam-se irrelevantes todas as alegações que poderia ter sido trazidas a juízo e que não o foram. Isto se dá, diga-se, porque os motivos não transitam em julgado, sendo, pois, irrelevante o caminho trilhado pelo raciocínio do juiz ao proferir sua decisão. Apenas o dispositivo da sentença transita em julgado e, por conseqüência, não se poderia permitir que a coisa julgada fosse infirmada toda vez que a parte vencida se lembrasse de alguma alegação que poderia ter feito mas não o fez.
2.5 Podemos compreender que a coisa julgada coletiva – nos termos em que fora estatuída na parte processual do CDC – será: (a) erga omnes para os direitos difusos; (b) ultra partespara os direitos coletivos em sentido estrito; e, (c) erga omnes tão-somente no caso de procedência do(s) pedido(s), para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do denominados direitos individuais homogêneos.
2.6 Com as evoluções em nossa sociedade, sejam elas, sociológicas, comportamentais, tecnológicas ou científicas, fez surgir a figura da Relativização da Coisa Julgada, sendo que "se trata, em verdade, da expansão das hipóteses e dos meios de se impugnar a decisão produzida pelo órgão jurisdicional quando não mais cabíveis recursos." 22, representando assim uma forma atípica de desconstituição da coisa julgada material. Poderá ser empregado tal procedimento quando estivermos diante de uma decisão teratológica, de vício incurável, intempestiva em relação à forma típica de desconstituição da coisa julgada, de forma que a sua vigência no mundo jurídico causasse repúdio, e fosse totalmente contrária aos princípios, garantia e direitos fundamentais contidos na Constituição da República Federativa do Brasil.
Feitas estas considerações, digamos então que a coisa julgada, para que não sofra com sua relativização (típica ou atípica) somente terá caráter de imutável ou indiscutível, se, na sua integralidade não houver distanciamento do que preconiza nossa Constituição Federal, em uma relação de compatibilidade, para que nesse sentido possa haver eficácia do seu conteúdo, em sendo assim, a sua existência perpetua-se sem que contra si haja qualquer nódoa de nulidade. Seguimos adiante à análise das hipóteses de relativização da coisa julgada, de forma típica e atípica.

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