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Teoria do Contrato

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DIREITO CIVIL
TEORIA DO CONTRATO
Livro Eletrônico
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Dicler Ferreira
Teoria do Contrato
DIREITO CIVIL
Teoria do Contrato ..........................................................................................................3
1. Introdução ..................................................................................................................3
2. Princípios Contratuais .................................................................................................4
3. Classificação dos Contratos .......................................................................................9
4. Formação e Lugar dos Contratos ............................................................................. 15
5. Estipulação em Favor de Terceiro ............................................................................ 20
6. Promessa de Fato de Terceiro ................................................................................. 20
7. Vícios Redibitórios .................................................................................................... 21
8. Evicção .....................................................................................................................23
9. Contrato com Pessoa a Declarar ..............................................................................26
10. Extinção e Rescisão Contratual ...............................................................................27
Questões de Concurso ..................................................................................................32
Gabarito ..................................................................................................................... 40
Gabarito Comentado .................................................................................................... 41
Questões de Concurso .................................................................................................52
Gabarito ...................................................................................................................... 60
Gabarito Comentado ..................................................................................................... 61
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Teoria do Contrato
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TEORIA DO CONTRATO
1. Introdução
Hoje estudaremos a parte geral inerente aos contratos. Ou seja, as regras que são apli-
cadas a todas as modalidades contratuais. No Código Civil o assunto está sendo tratado nos 
art. 421 ao 480.
Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito correspondido 
pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela segurança jurídica em 
seu equilíbrio social, ou seja, é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. É o acordo de von-
tades, capaz de criar, modificar ou extinguir direitos.
As cláusulas contratuais criam lei entre as partes, porém são subordinados ao Direito Po-
sitivo. As cláusulas contratuais não podem estar em desconformidade com o Direito Positivo, 
sob pena de serem nulas.
No Brasil, cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser invalidadas pelo 
juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Trata-se da cláusula geral rebus sic stantibus 
(ou revisão judicial dos contratos), que objetiva flexibilizar o princípio da pacta sunt servanda 
(força obrigatória dos contratos), preponderando, assim, a vontade contratual atendendo à 
Teoria da Vontade.
Dicler, o que é rebus sic stantibus e pacta sunt servanda?
A cláusula geral rebus sic stantibus especifica que as partes de um contrato devem con-
siderar a situação de fato existente no momento de sua celebração, podendo assim invocá-la 
como forma de rompimento caso mudanças substanciais ocorram de forma extraordinária e 
imprevisíveis, que modificam o equilíbrio do acordo trazendo desvantagem a uma das partes.
A expressão rebus sic stantibus pode ser traduzida como “estando assim as coisas”.
Voltaremos a este assunto ainda nesta aula.
Quanto ao princípio da pacta sunt servanda, também o veremos mais adiante.
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Jur%C3%ADdico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neg%C3%B3cio_jur%C3%ADdico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Positivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Positivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacta_sunt_servanda
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Você pode perceber que esta aula será cheia de novidades. Sendo assim, pegue aquela 
sua disposição extra que estava escondida e vamos em frente.
2. PrIncíPIos contratuaIs
Princípio da autonomia de vontade: representa a liberdade das partes estipulando o que 
lhes convier. Ou seja, as partes possuem a liberdade de escolher o tipo de contrato, de esco-
lher a pessoa com quem se irá contratar, de celebrar ou não o contrato e de escolher o conte-
údo do contrato, sem haver interferência estatal.
Podemos perceber que tal princípio está consubstanciado na primeira parte do art. 421 
do CC.
Devo ressaltar que a publicação do edital do concurso ocorreu após a conversão da MP 
n. 881/2019 na Lei n. 13.874/2019 que alterou alguns artigos do Código Civil. Sendo assim, 
penso ser prudente destacar as alterações que ela promoveu.
REDAÇÃO ANTIGA
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
REDAÇÃO NOVA
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção míni-
ma e a excepcionalidade da revisão contratual.
Veremos também que tal princípio é limitado. Um exemplo de limite está no art. 426 do CC 
ao proibir a herança de pessoa viva como objeto de contrato.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
A doutrina denomina “pacto de corvina” o contrato que tem como objeto a herança de 
pessoa viva.
Além disso, a Lei 13.874/2019 também inseriu o art. 421-A no CC:
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença 
de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes 
jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:
I – as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláu-
sulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
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II – a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e
III – a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.
Princípio da supremacia da ordem pública: significa que a autonomiade vontade é relati-
va, pois está sujeita à lei e aos princípios da moral e da ordem pública, ou seja, representa um 
limite à liberdade de contratar.
Vejamos o art. 2.035, § único, do CC:
Art.  2.035. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem 
pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade 
e dos contratos.
Atualmente a intervenção do Estado na vida contratual é tão intensa que pode ser facil-
mente notada em vários setores (ex.: telecomunicações, consórcios, seguros, sistema finan-
ceiro etc.) que se configura um dirigismo contratual. Ou seja, apesar de as pessoas terem 
liberdade para contratar, devem observar as normas (ex.: Código de Defesa do Consumidor, 
Lei do Inquilinato, Lei da Usura etc.) imperativas (que ordenam algum ato) e proibitivas (que 
vedam algum ato) impostas pelo Estado.
Princípio do consensualismo: tal conceito decorre da moderna concepção de que o con-
trato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa.
Vejamos um exemplo no contrato de compra e venda:
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as par-
tes acordarem no objeto e no preço.
Os contratos são em regra consensuais, porém, são admitidas duas exceções:
• nos contratos solenes ou formais, enquanto o ajuste não for reduzido a escrito, não 
haverá uma formação válida;
• nos contratos reais, que só se formam com a entrega da coisa, também não basta um 
simples consenso entre os contratantes.
Princípio da relatividade dos contratos: baseia-se na idéia de que os efeitos do contrato 
atingem apenas as partes contratantes, ou seja, aqueles que manifestaram a vontade em 
celebrá-lo. Entretanto, o  referido princípio encontra exceções expressamente consignadas 
em lei, tal como ocorre na estipulação em favor de terceiro (será estudada no decorrer desta 
aula) e na convenção coletiva de trabalho (o acordo feito pelo sindicato beneficia toda uma 
categoria).
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Princípio da obrigatoriedade dos contratos (art. 427 do CC): representa a força vinculante 
das convenções feitas pelas partes contratantes. Já sabemos que ninguém é obrigado a con-
tratar, mas se o fizer deverá cumpri-lo. Tal princípio tem dois fundamentos:
• necessidade de segurança nos negócios;
• intangibilidade ou imutabilidade do conteúdo do contrato decorrente da convicção de 
que o acordo faz lei entre as partes (pacta sunt servanda).
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, 
da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Estudaremos no tópico “formação dos contratos” as situações detalhadas onde a pro-
posta perde a sua força vinculante e deixa de ser obrigatória.
Princípio da função social dos contratos (art. 421 do CC): o contrato por ser um veículo de 
circulação de riqueza, centro da vida dos negócios e propulsor da expansão capitalista pos-
sui uma função social que é promover a realização de uma justiça comutativa, reduzindo as 
desigualdades substanciais entre os contratantes.
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
O princípio da função social do contrato limita a autonomia de vontade.
É possível afirmar que o atendimento à função social pode ser enfocado sob dois aspec-
tos:
• Aspecto individual: relativo aos contratantes, que se valem do contrato para satisfazer 
seus interesses próprios;
• Aspecto público: é o interesse da coletividade sobre o contrato.
Nessa medida, a função social do contrato somente estará cumprida quando a sua fina-
lidade — distribuição de riquezas — for atingida de forma justa, ou seja, quando o contrato 
representar uma fonte de equilíbrio social.
Princípio da boa-fé (art. 422 do CC): este conceito exige que as partes se comportem de 
forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cumpri-
mento do contrato. Pode ser dividido em duas partes: boa-fé subjetiva (concepção psicológi-
ca) e boa-fé objetiva (concepção ética).
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Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Apesar do art. 422 do CC mencionar que o princípio da boa-fé deve ser observado durante 
a conclusão do contrato e na sua execução. A doutrina entende que deve haver uma extensão 
do princípio para as fases pré-contratual e pós-contratual. Esse é o entendimento obtido por 
meio do Enunciado 25 da I Jornada de Direito Civil:
Enunciado n. 25
O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé 
nas fases pré-contratual e pós-contratual.
O quadro a seguir faz uma diferenciação entre essas duas partes.
BOA-FÉ SUBJETIVA BOA-FÉ OBJETIVA
Trata-se de um estado psicológico de inocência. É a 
boa-fé do: “eu não sabia”, ou seja, o indivíduo ignora um 
possível vício.
Exemplo: posse de boa-fé.
É uma cláusula geral implícita em todos os contratos, 
ela tem status principiológico, e que se traduz em uma 
regra de conteúdo ético e exigibilidade jurídica.
No dispositivo legal citado (art. 422 do CC), é consagrada a boa-fé objetiva fundando-se 
em uma regra de conteúdo ético.
A máxima do Direito Romano ainda vigente no Direito brasileiro “nemo potest venire con-
tra factum proprium” significa que ninguém pode se opor a fato a que ele próprio deu causa.
Um dos grandes efeitos do princípio da boa-fé objetiva se traduz na proibição de que uma 
parte se comporte de forma contraditória aos seus próprios atos anteriores. Ou seja, não é 
lícito uma pessoa fazer valer um direito se contrapondo a uma conduta anterior interpretada 
objetivamente segundo a lei, segundo os bons costumes e a boa-fé.
Para exemplificar, temos o contrato de prestações periódicas com o pagamento sendo 
feito, reiteradamente, em outro lugar, conforme o art. 330 do CC.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relati-
vamente ao previsto no contrato.
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Imagine que um credor concorde, durante um contrato de prestações periódicas, com o 
pagamento em lugar diverso do convencionado. Posteriormente, ele não poderá surpreender 
o devedor com a exigência literal do contrato.
O assunto foi alvo de discussão na IV Jornada de Direito Civil e resultou no Enunciado 362 
que menciona o art. 422 do CC:
Enunciado n. 362
A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se 
na proteção da confiança, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil.
Suppressio, surrectio e tu quoque são conceitos correlatos à boa-fé objetiva.
Na supressio, um direito não exercidodurante determinado lapso de tempo não poderá 
mais sê-lo, por contrariar a boa–fé. A surrectio é a outra face da suppressio, pois consiste no 
nascimento de um direito, consequente à continuada prática de certos atos. Sobre o conceito 
tu quoque, aquele que descumpriu norma legal ou contratual, atingindo com isso determinada 
posição jurídica, não pode exigir do outro o cumprimento do preceito que ele próprio já des-
cumprira. Ou seja, o tu quoque veda que alguém faça contra o outro o que não faria contra si 
mesmo.
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3. classIfIcação dos contratos
Contratos Unilaterais, Bilaterais (Sinalagmáticos) e Plurilaterais
Nos contratos unilaterais, existe obrigação para apenas uma das partes. Pode ser exem-
plificado pela doação pura, pelo depósito e pelo comodato.
Nos contratos bilaterais ou sinalagmáticos, os dois contratantes possuem responsabilidades 
recíprocas, ou seja, um com o outro, sendo esses reciprocamente devedores e credores. Nesta 
espécie de contrato não pode um dos lados antes de cumprir suas obrigações, exigir o cumpri-
mento do outro. O nome provém do grego antigo synallagma, que significa “acordo mútuo”.
Exemplo: na compra de um produto, o contratante (consumidor) e o contratado (vendedor) 
combinam de acertar a quantia em dinheiro somente no término do serviço do contratado 
(entrega do produto); o contratado só pode cobrar após entregar o produto e o contratante só 
o paga ao receber o objeto negociado.
Os contratos plurilaterais são aqueles que possuem mais de duas partes contratantes, 
como nos contratos de consórcio e de sociedade.
Contratos Onerosos e Gratuitos
Os contratos onerosos, são aqueles que as duas partes auferem vantagens – sendo estes 
bilaterais – como exemplo, a locação de um imóvel; o locatário paga ao locador para poder 
usar o bem, e o locador entrega o que lhe pertence para receber o pagamento.
Nos contratos gratuitos, somente uma das partes obtém proveito, como na doação pura.
Em regra os contratos gratuitos também são unilaterais e os contratos onerosos também 
são bilaterais.
Contratos Comutativos e Aleatórios
O contrato comutativo é o que, uma das partes, além de receber prestação equivalente 
a sua, pode apreciar imediatamente essa equivalência, como ocorre na compra e venda. Ou 
seja, há prestação e contraprestação certas.
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Nos contratos aleatórios, as partes se arriscam a uma prestação inexistente ou despro-
porcional, como exemplos, seguros, empréstimos. Simplificando, é  o contrato de decisões 
futuras onde há uma incerteza na contraprestação.
Os arts. 458 a 461 do Código Civil tratam do assunto:
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não 
virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe 
foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado 
venha a existir.
O art. 458 do CC corresponde à compra de uma “esperança”, quando o comprador assu-
me o risco da existência da coisa (ex.: comprar a ninhada de uma cadela). Trata-se de um 
contrato do tipo emptio spei. É um tipo de contrato aleatório em que um dos contratantes, na 
alienação de coisa futura, toma a si o risco existente da coisa, ajustando um preço, que será 
devido integralmente, mesmo que nada se produza sem que haja dolo ou culpa do alienante.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de 
virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que 
de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à 
esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá 
o preço recebido.
O art. 459 do CC se assemelha ao dispositivo anterior, entretanto é assumido um risco 
na quantidade da coisa e não na existência. Trata-se de contrato do tipo emptio rei speratae 
onde se não vier nada, ou se nada for produzido, o preço não será devido. Desta forma, se a 
cadela não der cria, o preço pago deve ser devolvido. Por outro lado, se for esperado que a cria 
tenha 4 filhotes e tivermos apenas 2, nada poderá ser reclamado.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assu-
mido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não 
existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolo-
sa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que 
no contrato se considerava exposta a coisa.
Os arts. 460 e 461 do CC tratam do risco da coisa já existentes, mas sujeitas a perecimen-
to ou depreciação. Como exemplo temos o risco assumido quando se compra um produto 
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com data de validade a vencer em breve dependendo do fim da greve da Receita Federal. 
A incerteza decorre da possibilidade de o produto vencer e ainda não ter passado pelo desem-
baraço aduaneiro.
Risco na existência emptio spei
Risco na quantidade emptio rei speratae
Contratos Consensuais ou Reais
Contratos consensuais são os que se consideram formados pela simples proposta e acei-
tação. Já os contratos reais, são os que se formam com a entrega efetiva do produto, a en-
trega deste não é decidida no contrato, mas somente as causas do que irá acontecer depois 
dessa entrega.
Para exemplificar, estudaremos na próxima aula que a compra e venda é consensual, por 
outro lado o depósito e o mútuo são reais.
Contratos Nominados (Típicos) e Inominados (Atípicos)
Contratos nominados ou típicos são os regulamentados por lei. Alguns dos regidos pelo 
Código Civil são: compra e venda, troca, doação, locação, empréstimo, depósito, mandato, 
gestão, edição, representação dramática, sociedade, parceria rural, constituição de renda, se-
guro, jogo e aposta, e fiança. Os contratos inominados ou atípicos (art. 425 do CC) são con-
trários aos nominados, não necessitando de uma ação legal, pois estes não estão definidos 
em lei, precisando apenas do conceito básico inerente aos contratos (ex.: que as partes sejam 
livres, que os produtos sejam lícitos etc.).
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste 
Código.
É muito comum o examinador afirmar nas questões de prova que não se pode celebrar 
contratos atípicos, mas tal afirmativa está errada. Os contratos atípicos são permitidos, des-
de que sejam observadas as regras gerais inerentes aos contratos.
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Contratos Solenes (Formais) e Não Solenes
Contratos solenes são os que necessitam de formalidades nas execuções após ser con-
cordado por ambas as partes, dando a elas segurança e algumas formalidades da lei, como 
na compra de um imóvel, sendo necessário um registro em cartório para que este seja válido. 
Os contratos não solenes são aqueles que não precisam dessas formalidades, necessitando 
apenas da aceitação de ambas as partes.
Contratos Principais e Acessórios
Os contratos principais são os que existem por si só, sendo independente de outros. 
Os contratos acessórios são emendas do contrato principal, sendo que estes necessitam do 
outro para existirem.
Como exemplo temos o contrato de locação como principal e o contrato de fiança como 
acessório.
Contratos Paritários ou por Adesão
Os contratos paritários, são os que realmente são negociados pelas partes, discutindo e 
montando-o dentro das formalidades da lei. Ou seja, há possibilidade de se negociar as cláu-
sulas contratuais.
Já os contratos de adesão, se caracterizam por serem prontos por uma das partes e acei-
tos pelas outras, sendo um pouco inflexíveis por excluir o debate ou discussão de seus ter-
mos. Um exemplo comum é o contrato que você assina quando contrata uma operadora de 
telefone móvel. VIVO, OI, TIM, CLARO, dentre outras, entregam ao cliente um contrato pré-es-
crito.
Os artigos 423 e 424 do CC tratam do contrato de adesão.
REDAÇÃO ANTIGA
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
REDAÇÃO NOVA
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Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas que gerem dúvida quanto à sua interpre-
tação, será adotada a mais favorável ao aderente. (Redação dada pela Medida Provisória n. 881, 
de 2019)
Parágrafo único. Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, exceto se houver disposição 
específica em lei, a dúvida na interpretação beneficia a parte que não redigiu a cláusula controver-
tida. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Imagine que você vá a uma empresa de telefonia e assine com ela um contrato de pres-
tação de serviços. Como a empresa irá propor o contrato e você será o aderente, caso haja 
alguma cláusula do contrato que gere dúvida quanto à sua interpretação, a interpretação de-
verá ser favorável a você.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Creio ser interessante um exemplo para aplicação do art. 424 do CC.
Imagine uma pessoa que vai ser fiador celebrando um contrato de fiança. Sabemos que a 
fiança é um contrato acessório que garante um contrato principal. Caso o devedor do contrato 
principal não pague a dívida, então o fiador poderá ser responsabilizado por ela. Porém, na 
fiança existe um benefício de ordem, ou seja, a dívida deve ser cobrada primeiro do devedor 
principal para, caso a obrigação não seja paga, ser cobrada do fiador.
Nos moldes desta situação, imagine que o contrato de fiança seja de adesão (sem possi-
bilidade de discutir as cláusulas) e uma das cláusulas estipule que o fiador renuncia ao bene-
fício de ordem e, por isso, a dívida possa ser cobrada diretamente dele.
Por meio do art. 424 do CC conclui-se que a cláusula ora mencionada é nula, pois está 
estipulando uma renúncia antecipada a um direito resultante do contrato de fiança.
Perceba que apenas a cláusula será nula, mas o restante do contrato será válido.
Contratos de Execução Instantânea, Diferida e Continuada
Tal classificação leva em consideração o momento em que os contratos devem ser cum-
pridos.
São contratos de execução instantânea ou imediata aqueles que se consumam em um 
só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração (ex.: compra e venda à vista).
Os contratos de execução diferida também devem ser cumpridos em um só ato, mas em 
um momento futuro (ex.: entrega em determinada data).
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Já os contratos de trato sucessivo ou de execução continuada são os que se cumprem por 
meio de atos reiterados (ex.: prestação de serviços).
O esquema gráfico a seguir permite uma visualização da classificação em pauta:
Contratos Preliminares e Definitivos
O contrato preliminar (pactumm de contrahendo) é o que tem por objeto a celebração de 
um contrato definitivo. Ou seja, por meio de um contrato preliminar, as partes se comprometem 
a celebrar, no futuro, um contrato definitivo. Pode-se dizer que o contrato definitivo é o objeto 
do contrato preliminar.
Os arts. 462 a 466 disciplinam o contrato preliminar.
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais 
ao contrato a ser celebrado.
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Pelo art. 462 do CC é possível concluir que ao celebrar um compromisso de compra e 
venda de bem imóvel de alto valor, por ser um contrato preliminar, pode ser utilizado um ins-
trumento particular como forma, apesar da compra e venda definitiva de bem imóvel de alto 
valor necessitar de uma escritura pública como forma (vide art. 108 do CC).
Art.  463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, 
e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exi-
gir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
De acordo com o art. 463 do CC, o contrato preliminar dá aos contratantes o direito de 
exigir o contrato definitivo.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte ina-
dimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza 
da obrigação.
Por meio do art. 464 do CC, é possível que um contrato preliminar adquira, por meio de 
sentença judicial, força de contrato definitivo.
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-
-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
A inexecução do contrato preliminar pode acarretar indenização por perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, 
deverá manifestar-seno prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente 
assinado pelo devedor.
O contrato preliminar unilateral ou de opção é aquele onde apenas uma das partes é obri-
gada a celebrar o contrato definitivo, ao passo que a outra o celebra se quiser. Dessa forma, 
a parte obrigada deve manifestar prazo para a outra parte se manifestar. Decorrido esse prazo 
o bem poderá ser alienado a terceiros.
4. formação e lugar dos contratos
Os contratos são a convergência de duas vontades contrapostas: a parte que faz a pro-
posta (uma declaração receptícia – que precisa ser aceita) é a parte proponente ou policitante 
e a parte que aceita é chamada de aceitante ou oblato.
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Muita gente me pergunta como decorar isso. O método que eu uso é bem simples: conso-
ante (P) de Proponente combina com consoante (P) de Policitante, ao passo que vogal (A) de 
aceitante, combina com vogal (O) de Oblato.
Os contratos reais formam-se com a entrega da coisa e os contratos formais, com a re-
alização da solenidade ou do instrumento próprio. Tratam-se das exceções ao princípio do 
consensualismo.
São fases da formação dos contratos:
• Negociações preliminares: são conversações anteriores à proposta que visam preparar 
as bases do futuro contrato;
• Proposta ou policitação ou oferta: é a declaração de vontade dirigida a alguém com 
quem se quer contratar, contendo todas as cláusulas essenciais do negócio. Pode ser 
de dois tipos: entre presentes e entre ausentes.
Proposta entre presentes: é aquela em que há possibilidade de aceitação imediata, ou 
seja, há um contrato com declaração consecutiva, independente dos contratantes estarem 
em um mesmo espaço físico. Como exemplo temos duas pessoas contratando pelo telefone, 
uma em Porto Alegre-RS e outra em Belém-PA.
Proposta entre ausentes: é aquela em que não há possibilidade de aceitação imediata, ou 
seja, há um contrato com declarações intervaladas. Como exemplo temos aquele que envia a 
proposta por meio de uma carta e a aceitação também é enviada por meio de uma carta.
O contrato celebrado pela internet é entre presentes ou entre ausentes?
A pergunta não é simples, pois a doutrina diverge a respeito da resposta. Entretanto, para 
efeitos de concurso público, sugiro pensar que as duas formas são possíveis. Ou seja, na 
proposta feita pelo Skype e pelo MSN há possibilidade de aceitação imediata, portanto, trata-
-se de uma proposta entre presentes. Por outro lado, a proposta feita por e-mail costuma ser 
considerada entre ausentes.
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Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também 
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta 
ao conhecimento do proponente;
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao con-
trato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalva-
da esta faculdade na oferta realizada.
Os arts. 428 e 429 do CC configuram exceções ao princípio da irrevogabilidade da propos-
ta, ou seja, são situações onde a proposta deixa de ser obrigatória.
Aceitação: é a adesão total à proposta, ou seja, uma resposta afirmativa a uma proposta 
de contrato.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do propo-
nente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Em se tratando de contrato entre ausentes, se a resposta chegar ao proponente, impre-
visivelmente, de forma tardia e o objeto já tiver sido negociado, então o proponente deverá 
avisar ao aceitante sobre a não conclusão do contrato, pois é possível que este imagine que o 
contrato está celebrado e comece a realizar despesas necessárias ao cumprimento.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova pro-
posta.
Para exemplificar a aplicação do art. 431 do CC, imagine uma proposta de venda de um 
carro por R$ 10.000,00 e que o destinatário da proposta faça uma contraproposta de compra 
por R$ 9.000,00. Pelo fato de haver uma modificação, a contraproposta representa uma nova 
proposta de compra.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponen-
te a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Pelo art. 432 do CC, o silêncio (falta de resposta), em regra, não configura uma aceitação 
tácita, ou seja, a aceitação deve ser expressa; entretanto, temos duas exceções:
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• quando se tratar de negócios em que não se costuma exigir a aceitação expressa (ex.: 
um fornecedor costuma enviar os seus produtos a um determinado comerciante que 
lhe paga em época oportuna, sem confirmar os pedidos e acarretando uma praxe co-
mercial. Caso o comerciante queira interromper este ciclo, deverá avisar ao fornecedor 
a recusa); e
• quando o proponente a tiver dispensado.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a 
retratação do aceitante.
Da mesma forma que o proponente (art. 428, IV do CC), o aceitante também pode se re-
tratar da aceitação quando o contrato for celebrado entre ausentes, desde que a retratação 
chegue antes ou junto com a aceitação.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
O art. 434 do CC levanta uma polêmica dentro da formação dos contratos. Tal polêmica 
decorre da seguinte pergunta:
Quando que se considera formado o contrato entre ausentes, no momento em que a acei-
tação é expedida, ou quando a aceitação chega ao conhecimento do proponente?
Fundamentalmente, a doutrina criou duas teorias explicativas a respeito da formação do 
contrato entre ausentes.
• Teoria da cognição: para os adeptos dessa linha de pensamento, o contrato entre au-
sentes somente se consideraria formado, quando a resposta do aceitante chegasse ao 
conhecimento do proponente;
• Teoria da agnição: dispensa-se que a resposta chegue ao conhecimento do proponente. 
Subdivide-se em:
− Subteoria da declaração: o contrato se formaria no momento em que o aceitanteou 
oblato redige ou datilografa a sua resposta. Peca por ser extremamente insegura, 
dada a dificuldade em se precisar o instante da resposta;
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− Subteoria da expedição: considera formado o contrato, no momento em que a respos-
ta é expedida;
− Subteoria da recepção: reputa celebrado o negócio no instante em que o proponente 
recebe a resposta. Dispensa, como vimos, que leia a mesma. Trata-se de uma sub-
teoria mais segura do que as demais, pois a sua comprovação é menos dificultosa, 
podendo ser provada, por exemplo, por meio do A.R. (aviso de recebimento), nas cor-
respondências.
Mas, afinal, qual seria a teoria adotada pelo nosso direito positivo?
No Direito brasileiro, a grande parte da doutrina entende que se deve aplicar a Subteoria da 
expedição e uma parte pequena sustenta que se deve aplicar a subteoria da recepção.
Para efeitos de concurso público, sugiro adotar a Subteoria da expedição, pois é a que está 
consagrada no art. 434, caput, do CC.
Em todas as fases citadas (negociações preliminares, proposta e aceitação) deve ser ob-
servado o princípio da boa-fé objetiva.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Para finalizar este tópico, o art. 435 do CC estabelece o local da celebração do contrato 
como o local da proposta. Ou seja, se uma proposta foi feita em João Pessoa-PB e a aceitação 
ocorrer em Curitiba-PR, considera-se celebrado o contrato em João Pessoa-PB.
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5. estIPulação em favor de terceIro
Por meio da estipulação em favor de terceiro uma parte contratante convenciona com 
o devedor que o a vantagem resultante do contrato beneficiará um terceiro, alheio à relação 
jurídica-base. Tal instituto constitui uma exceção ao princípio da relatividade dos contratos.
Como exemplo temos o seguro de vida onde o estipulante (segurado) convenciona com 
um promitente (seguradora) uma vantagem em favor de terceiro (beneficiário).
Os arts. 436 a 438 do CC tratam do assunto.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exi-
gi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não 
o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a 
execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última von-
tade.
6. Promessa de fato de terceIro
É possível que uma pessoa se comprometa para que terceiro pratique um determinado 
ato. É o que ocorre com um empresário de um artista famoso que se compromete em nome 
do renomado artista na realização de um show.
Se o show não se realizar, desde que não haja caso fortuito ou força maior, como regra, 
responde o empresário por perdas e danos.
O assunto é tratado nos arts. 439 e 440 do CC.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este 
o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, depen-
dendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indeniza-
ção, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se 
ter obrigado, faltar à prestação.
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7. vícIos redIbItórIos
São denominados vícios redibitórios os defeitos ocultos e de certa gravidade de uma coisa 
que a tornem imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminuam o valor, como, por exemplo, 
os defeitos de uma máquina ou a doença de um cavalo, que o comprador normalmente não 
poderia ter percebido no momento da compra.
Os arts. 441 a 446 do CC tratam de disciplinar o assunto.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defei-
tos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Veja o esquema a seguir:
Por meio do art. 441 do CC, percebe-se que só pode haver vício redibitório quando se tratar 
de contrato comutativo ou doações onerosas. Ou seja, é necessária a contraprestação, não se 
configurando o vício redibitório em contrato gratuito. Aqui vale o ditado que “cavalo dado não 
se olha os dentes”.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar 
abatimento no preço.
Percebe-se que duas situações podem ocorrer quando se configurar um vício redibitório:
• Rescisão contratual: por meio da ação redibitória o prejudicado pode rescindir o contra-
to e exigir a devolução da importância paga;
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• Abatimento no preço: por meio de uma ação estimatória (quanti minoris) pode apenas 
pedir um abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e 
danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Conforme foi estudado na aula de obrigações, quando há culpa do devedor, surge a possi-
bilidade de indenização por perdas e danos. Em se tratando de vício redibitório, é a má-fé em 
omitir o vício ou defeito oculto que acarreta a indenização por perdas e danos.
Veja a tabela a seguir:
ALIENANTE CONHECIA O VÍCIO OU 
DEFEITO OCULTO
O prejudicado pode exigir a devolução da importância paga 
acrescida de perdas e danos.
ALIENANTE NÃO CONHECIA O VÍCIO 
OU DEFEITO OCULTO
O prejudicado pode exigir apenas a importância paga.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatá-
rio, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Aplicando o exemplo do cavalo com doença ao art. 444 do CC, caberá ao adquirente pro-
var que o vírus da doença que vitimou o animal já se encontrava encubado no momento da 
entrega do animal.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de 
trinta diasse a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava 
na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do 
momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de 
bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabe-
lecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo 
antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
O art. 445 do CC estabelece prazos decadenciais para a propositura da redibição ou do 
abatimento no preço. São prazos decadenciais:
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O legislador entende que se o adquirente já estava na posse, já conhecia a coisa, então 
deve ter um prazo menor para ingressar com ação contra o alienante. Como exemplo, temos 
a pessoa que mora em um imóvel por comodato, sendo que o comodatário decide adquirir o 
imóvel, será aplicado um prazo menor.
No caso de animais, estabelece o art. 445, § 2º do CC que os prazos decadenciais deverão 
ser regulados por lei especial ou, na falta desta, pelos usos locais.
8. evIcção
Consiste na perda, pelo adquirente (evicto), da posse ou propriedade da coisa transferida, 
por força de uma sentença judicial ou ato administrativo que reconheceu o direito anterior de 
terceiro, denominado evictor.
Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada como também 
a garantir-lhe o uso e gozo.
A seguir temos um gráfico esquemático ilustrando a evicção. Imagine que A venda uma 
casa para B, sendo que o objeto da venda esteja sendo alvo de uma ação de usucapião por 
parte de C. Caso a sentença seja favorável à C, ocorrerá a evicção.
Os arts. 447 a 457 do CC tratam do assunto:
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda 
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
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A evicção só pode ocorrer em contratos onerosos, não sendo admitida em contrato gratui-
to. Dessa forma, não há que se falar em evicção nos contratos de doação simples e comodato 
(empréstimo gratuito de bens infungíveis).
Analisando o final do art. 447 do CC, percebemos que a responsabilidade pela evicção 
subsiste ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Dessa forma, se uma 
pessoa arrematar um determinado bem móvel em um leilão, ou bem imóvel em uma praça, e, 
após a arrematação e expedição da carta (comprobatória de seu direito) vier a ser demandada 
numa ação reivindicatória e sucumbir, então poderá exercer o seu direito de regresso contra o 
devedor, de cujo patrimônio se originou o bem levado à hasta.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade 
pela evicção.
Desta forma, se uma pessoa, agindo de boa-fé, adquirir um bem e depois o perder para o 
real proprietário, então, via de regra, poderá cobrar indenização do alienante. Entretanto, essa 
responsabilidade do alienante pela evicção poderá ser reforçada (ex.: indenização de 150% do 
valor pago), diminuída (ex.: indenização de apenas 50% do valor pago) ou excluída (isenta a 
responsabilidade do alienante), nos termos do art. 448 do CC.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito 
o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele 
informado, não o assumiu.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Entretanto, quando houver cláusula expressa de exclusão da responsabilidade do alie-
nante, também deve ser analisado se o adquirente tinha ciência do risco da evicção. Dessa 
forma, temos as seguintes “sentenças matemáticas”:
• cláusula expressa de exclusão da garantia + ciência específica do risco pelo adquirente 
= isenção do alienante de toda responsabilidade (art. 457 do CC);
• cláusula expressa de exclusão da garantia – ciência do risco pelo adquirente ou ter 
assumido o risco = responsabilidade do alienante apenas pelo preço pago pela coisa 
evicta (art. 449 do CC).
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço 
ou das quantias que pagou:
I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
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II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da 
evicção;
III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que 
se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
O dispositivo cuida da evicção total sofrida pelo adquirente, que teve a perda ou o desa-
possamento da coisa de forma absoluta e estabelece os direitos do evicto.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, 
exceto havendo dolo do adquirente.
A deterioração da coisa evicta, em poder do adquirente, não afasta a responsabilidade do 
alienante, respondendo por evicção total, exceto se houver ação dolosa do adquirente (de-
terioração intencional do bem). Não poderá, assim, o alienante invocar a desvalorização da 
coisa evicta, para reduzir o preço a restituir e/ou a indenização por perdas e danos.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado 
a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Caso o evicto já tenha sido compensado pelas deteriorações, então o alienante poderá 
deduzir o valor dessas vantagens da quantia que teria de restituir-lhe.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas 
pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, 
o valor delas será levado em conta na restituição devida.
As benfeitorias são obras realizadas pelo homem na estrutura da coisa principal com a 
intenção de conservação, melhoramento ou embelezamento. Estudamos que elas podem ser 
necessárias, úteis ou voluptuárias na aula 2, entretanto os arts. 453 e 454 do CC tratam ape-
nas das necessárias e úteis.
Desta forma, imagine no exemplo gráfico dado que antes de B sofrer a evicção ele tivesse 
realizado benfeitorias necessárias ou úteis na casa. Neste caso, se C (evictor) não indenizar B 
(evicto) pelas benfeitorias, então a responsabilidade recai sobre A (alienante).
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderáo evicto optar entre a rescisão do con-
trato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerá-
vel, caberá somente direito a indenização.
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A evicção pode ser de dois tipos: total (perda de todo o bem) ou parcial (perda de parte 
do bem). Em caso de evicção parcial (ex.: reivindicação de parte de um terreno adquirido) te-
mos duas possibilidades: a evicção parcial ser considerável ou não considerável, nos termos 
do art. 455 do CC. A tabela a seguir ilustra as consequências da evicção parcial:
EVICÇÃO 
PARCIAL
CONSIDERÁVEL
Direitos do evicto:
1. rescisão do contrato; ou
2. restituição de parte do preço correspondente ao desfalque sofrido.
NÃO CONSIDERÁVEL
Direito do evicto:
1. indenização.
9. contrato com Pessoa a declarar
Pode alguém firmar um contrato estipulando, porém, que outra pessoa, a ser indicada, 
assumirá os direitos e obrigações decorrentes, em cinco dias ou no prazo acordado. É o que 
se conclui analisando os arts. 467 e 468 do CC.
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de 
indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão 
do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma 
forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e 
assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
É o que acontece quando A e B concluem entre si um contrato, estipulando, porém, que C 
poderá substituir A, por indicação deste, dentro de certo prazo, no mesmo contrato.
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Teoria do Contrato
DIREITO CIVIL
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I – se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II – se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato 
produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
Conclui-se que o contrato valerá apenas entre os contratantes originários se não for feita a 
indicação de C, se C não aceitar o combinado ou se C for incapaz/insolvente.
10. extInção e rescIsão contratual
O contrato extingue-se por meio de duas formas: a forma normal ocorre com o seu cumpri-
mento; já a forma anormal ocorre sem que as obrigações tenham sido cumpridas.
Sobre as causas de extinção anormal, podemos separá-las em anteriores ou contempo-
râneas ao contrato (ex.: nulidades e anulabilidades estudadas em negócios jurídicos) e em 
supervenientes (destroem os efeitos do contrato após ele ter se formado).
A tabela a seguir enumera e sintetiza as causas de extinção dos contratos.
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Teoria do Contrato
DIREITO CIVIL
Sobre as causas anteriores ou contemporâneas, estudamos os vícios que são capazes de 
invalidar os negócios jurídicos. Pelo fato de o contrato também ser um negócio jurídico, tais 
vícios também podem extinguir um contrato invalidando-o totalmente (nulidade) ou parcial-
mente (anulabilidade).
Nos arts. 472 a 480 do CC (reproduzidos após a tabela a seguir) temos disposições legais 
relativas às causas supervenientes anormais de extinção do contrato.
Inicialmente faz-se necessário distinguirmos as diferenças entre os termos rescisão, resi-
lição e resolução. A tabela a seguir mostra que a rescisão (que é o gênero) possui as seguin-
tes espécies: resolução (extinção do contrato por descumprimento do devedor, podendo ser 
com culpa ou sem culpa) e resilição (dissolução por vontade bilateral – também chamada de 
distrato – ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo reco-
nhecimento de um direito potestativo).
RESCISÃO
RESILIÇÃO RESOLUÇÃO
Ocorre quando há o desfazimento de um contrato por 
simples manifestação de vontade de uma ou de ambas 
as partes.
Ocorre quando houver um inadimplemento, ou seja, 
quando uma das partes não cumprir o contrato.
Não interessa mais o vínculo contratual. Ainda interessa o vínculo contratual.
A resilição pode ser de dois tipos:
– Bilateral: é o distrato (art. 472 do CC), que deve ser 
celebrado por meio da mesma forma do contrato ori-
ginal;
– Unilateral (art. 473 do CC): é a denúncia que deve ser 
notificada para a outra parte.
Aplica-se, especialmente, a contratos de atividades ou 
serviços por tempo indeterminado.
A resolução pode decorrer de uma cláusula expressa 
ou tácita (art. 474 do CC).
– Cláusula expressa: normalmente, os contratos trazem 
uma cláusula resolutiva expressa dizendo que se não 
for cumprido algo determinado o contrato se resolve, 
ou seja, o descumprimento provocará uma resolução 
imediata;
– Tácita: sem a cláusula resolutiva, o inadimplemento 
demanda uma notificação para a resolução.
Ex.: terminar um contrato de linha de celular ou de canal 
por assinatura.
Ex.: alugar um apartamento e não pagar as parcelas de 
aluguel.
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte.
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DIREITO CIVIL
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimen-
tos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de trans-
corrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação 
judicial.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir 
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Imagine que uma pessoa compre um apartamento para pagar em 120 prestações e que, 
após pagar a 115ª, não consegue quitar as demais por ter sido demitida do trabalho. Você 
acha justo a resolução unilateral do contrato por parte da construtora? Pois é, faltavam ape-
nas 5 parcelas.
Dessa forma, a teoria do adimplemento substancial tem sido reconhecida, pela doutrina, 
como impedimento à resolução unilateral docontrato. Sustenta-se que a hipótese de reso-
lução contratual por inadimplemento haverá de ceder diante do pressuposto do atendimen-
to quase integral das obrigações pactuadas, ou seja, do descumprimento insignificante da 
avença, não se afigurando razoável a sua extinção como resposta jurídica à preservação e à 
função social do contrato.
A jurisprudência vem reconhecendo que o contrato substancialmente adimplido não pode 
ser resolvido unilateralmente. O STJ proclamou que “o adimplemento substancial do contrato 
pelo devedor não autoriza ao credor a propositura de ação para extinção do contrato, salvo se 
demonstrada a perda do interesse na continuidade da execução”.
Outro assunto muito cobrado em prova de concurso é a exceção do contrato não cumpri-
do (exceptio non adimpleti contractus) que é um meio de defesa pelo qual a parte demandada 
pela execução de um contrato pode arguir que deixou de cumpri-lo pelo fato da outra ainda 
não ter satisfeito a prestação correspondente. Vide arts. 476 e 477 do CC.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, 
pode exigir o implemento da do outro.
Diante disso, imagine que você contrate um pintor para pintar a sua casa e que fique con-
vencionado o pagamento da metade no início do serviço e a outra metade ao final do serviço. 
Se o pintor pedir a metade restante no meio da pintura, sem ter cumprido com a sua parte, 
você em sua defesa, para não pagar a segunda metade, alega a exceção do contrato não 
cumprido.
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Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição 
em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, 
pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete 
ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Caso o contrato seja celebrado, mas haja fundado receio de seu futuro descumprimento, 
por força da diminuição posterior do patrimônio da parte contrária, é preciso que se faça algo 
para resguardar o interesse dos contratantes.
O art. 477 do CC representa uma forma de proteção aos interesses daquele que, por força 
da relação obrigacional, deve cumprir a prestação antes da parte contrária que teve o patri-
mônio diminuído.
O tema do quadro a seguir costuma ser abordado em provas:
CLÁUSULA SOLVE ET REPETE  decorre do princípio da autonomia de vontade e significa uma cláusula inse-
rida no contrato que obriga o contratante a cumprir a sua obrigação, mesmo diante do descumprimento da obri-
gação do outro, para que possa questionar o descumprimento e exigir perdas e danos. Ou seja, trata-se de uma 
renúncia ao direito de opor a exceção do contrato não cumprido.
Para finalizar a parte teórica de hoje vamos abordar a Teoria da Imprevisão, consagrada 
nos art. 478 a 480 do CC.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sen-
tença que a decretar retroagirão à data da citação.
Tal teoria consiste no reconhecimento de que a ocorrência de um acontecimento novo e 
imprevisível, com impacto na base econômica do contrato, justificaria a sua revisão ou reso-
lução. Entretanto, para que tal acontecimento influencie as bases do contrato, o contrato deve 
ser de execução continuada ou de trato sucessivo, ou seja, de médio ou longo prazo, uma vez 
que se mostraria inútil nos de consumação instantânea.
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A teoria da imprevisão não é aplicada aos contratos de execução instantânea.
Conclui-se que está implícito na teoria da imprevisão a cláusula rebus sic stantibus (“en-
quanto as coisas ficarem como estão”) que defende a permanência do equilíbrio contratual 
durante todo o período em que for celebrado.
Um exemplo seria o caso do empreiteiro com dificuldades de concluir a obra contratada, 
em razão de uma alta exagerada e imprevisível do custo dos materiais.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condi-
ções do contrato.
Nos termos do art. 479 do CC, depreende-se o princípio da conservação do negócio jurí-
dico desde que se restabeleça o equilíbrio contratual perdido com o acontecimento extraor-
dinário e imprevisível.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que 
a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade ex-
cessiva.
Temos a possibilidade de revisão do contrato no art. 480 do CC.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questões da FGV – OAB
Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019) Maria decide vender sua mo-
bília para Viviane, sua colega de trabalho. A alienante decidiu desfazer-se de seus móveis 
porque, após um serviço de dedetização, tomou conhecimento que vários já estavam con-
sumidos internamente por cupins, mas preferiu omitir tal informação de Viviane. Firmado o 
acordo, 120 dias após a tradição, Viviane descobre o primeiro foco de cupim, pela erupção 
que se formou em um dos móveis adquiridos. Poucos dias depois, Viviane, após investigar 
a fundo a condição de toda a mobília adquirida, descobriu que estava toda infectada. Assim, 
25 dias após a descoberta, moveu ação com o objetivo de redibir o negócio, devolvendo os 
móveis adquiridos, reavendo o preço pago, mais perdas e danos. 
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
a) A demanda redibitória é tempestiva, porque o vício era oculto e, por sua natureza, só podia 
ser conhecido mais tarde, iniciando o prazo de 30 (trinta) dias da ciência do vício.
b) Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, deveria a adquirente reclamar abatimento 
no preço, em sendo o vício sanável.
c) O pedido de perdas e danos não pode prosperar, porque o efeito da sentença redibitória se 
limita à restituição do preço pago, mais as despesas do contrato.
d) A demanda redibitória é intempestiva, pois quando o vício só puder ser conhecido mais tar-
de, o prazo de 30 (trinta) dias é contado a partir da ciência, desde que dentro de 90 (noventa) 
dias da tradição.
Questão 2 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2015) Por meio de contrato verbal, 
João alugou sua bicicleta a José, que se comprometeu a pagar o aluguel mensal de R$ 100,00 
(cem reais), bem como a restituir a coisa alugada ao final do sexto mês de locação. Antes de 
esgotado o prazo do contrato de locação, João deseja celebrar contrato de compra e venda 
com Otávio, de modo a transmitir imediatamente a propriedade da bicicleta. 
Não obstante a coisa permanecerna posse direta de José, entende-se que 
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Teoria do Contrato
DIREITO CIVIL
a) O adquirente Otávio, caso venda a bicicleta antes de encerrado o prazo da locação, deve 
obrigatoriamente depositar o preço em favor do locatário José.
b) João não pode celebrar contrato de compra e venda da bicicleta antes de encerrado o pra-
zo da locação celebrada com José.
c) É possível transmitir imediatamente a propriedade para Otávio, por meio da estipulação, no 
contrato de compra e venda, da cessão do direito à restituição da coisa em favor de Otávio.
d) É possível transmitir imediatamente a propriedade para Otávio, por meio da estipulação, no 
contrato de compra e venda, do constituto possessório em favor de Otávio.
Questão 3 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2015) José celebrou com Maria um 
contrato de compra e venda de imóvel, no valor de R$100.000,00, quantia paga à vista, ficando 
ajustada entre as partes a exclusão da responsabilidade do alienante pela evicção. A respeito 
desse caso, vindo a adquirente a perder o bem em decorrência de decisão judicial favorável a 
terceiro, assinale a afirmativa correta.
a) Tal cláusula, que exonera o alienante da responsabilidade pela evicção, é vedada pelo or-
denamento jurídico brasileiro.
b) Não obstante a cláusula de exclusão da responsabilidade pela evicção, se Maria não sabia 
do risco, ou, dele informada, não o assumiu, deve José restituir o valor que recebeu pelo bem 
imóvel.
c) Não obstante a cláusula de exclusão da responsabilidade pela evicção, Maria, desconhe-
cendo o risco, terá direito à dobra do valor pago, a título de indenização pelos prejuízos dela 
resultantes.
d) O valor a ser restituído para Maria será aquele ajustado quando da celebração do negócio 
jurídico, atualizado monetariamente, sendo irrelevante se tratar de evicção total ou parcial.
Questão 4 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Visando ampliar sua linha de 
comércio, Mac Geral & Companhia adquiriu de AC Industrial S.A. mil unidades do equipamen-
to destinado à fabricação de churros. Dentre as cláusulas contratuais firmadas pelas partes, 
fez-se inserir a obrigação de Mac Geral & Companhia realizar o transporte dos equipamentos, 
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Teoria do Contrato
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exclusivamente e ao preço de R$100,00 por equipamento, por meio de Rota Transportes Ltda., 
pessoa estranha ao instrumento contratual assinado. 
Com relação aos contratos civis, assinale a afirmativa incorreta.
a) AC Industrial S.A. poderá exigir de Mac Geral & Companhia o cumprimento da obrigação 
firmada em favor de Rota Transportes Ltda.
b) Ao exigir o cumprimento da obrigação, Rota Transportes Ltda. deverá efetuar o transporte 
ao preço previamente ajustado pelas partes contratantes.
c) Somente Rota Transportes Ltda. poderá exigir o cumprimento da obrigação.
d) d) AC Industrial S/A poderá reservar-se o direito de substituir Rota Transportes Ltda., inde-
pendentemente de sua anuência ou de Mac Geral & Companhia.
Questão 5 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2012) Embora sujeito às constantes 
mutações e às diferenças de contexto em que é aplicado, o conceito tradicional de contrato 
sugere que ele representa o acordo de vontades estabelecido com a finalidade de produzir 
efeitos jurídicos. Tomando por base a teoria geral dos contratos, assinale a afirmativa correta. 
a) A celebração de contrato atípico, fora do rol contido na legislação, não é lícita, pois as par-
tes não dispõem da liberdade de celebrar negócios não expressamente regulamentados por 
lei.
b) A atipicidade contratual é possível, mas, de outro lado, há regra específica prevendo não ser 
lícita a contratação que tenha por objeto a herança de pessoa viva, seja por meio de contrato 
típico ou não.
c) A liberdade de contratar é limitada pela função social do contrato e os contratantes de-
verão guardar, assim na conclusão, como em sua execução, os princípios da probidade e da 
boa-fé subjetiva, princípios esses ligados ao voluntarismo e ao individualismo que informam 
o nosso Código Civil.
d) Será obrigatoriamente declarado nulo o contrato de adesão que contiver cláusulas ambí-
guas ou contraditórias.
Questão 6 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2018) Jorge, engenheiro e constru-
tor, firma, em seu escritório, contrato de empreitada com Maria, dona da obra. Na avença, foi 
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Teoria do Contrato
DIREITO CIVIL
acordado que Jorge forneceria os materiais da construção e concluiria a obra, nos termos do 
projeto, no prazo de seis meses. Acordou-se, também, que o pagamento da remuneração se-
ria efetivado em duas parcelas: a primeira, correspondente à metade do preço, a ser deposita-
da no prazo de 30 (trinta) dias da assinatura do contrato; e a segunda, correspondente à outra 
metade do preço, no ato de entrega da obra concluída. Maria, cinco dias após a assinatura da 
avença, toma conhecimento de que sobreveio decisão em processo judicial que determinou a 
penhora sobre todo o patrimônio de Jorge, reconhecendo que este possui dívida substancial 
com um credor que acaba de realizar ato de constrição sobre todos os seus bens (em virtude 
do valor elevado da dívida). 
Diante de tal situação, Maria pode
a) recusar o pagamento do preço até que a obra seja concluída ou, pelo menos, até o momen-
to em que o empreiteiro prestar garantia suficiente de que irá realizá-la.
b) resolver o contrato por onerosidade excessiva, haja vista que o fato superveniente e impre-
visível tornou o acordo desequilibrado, afetando o sinalagma contratual.
c) exigir o cumprimento imediato da prestação (atividade de construção), em virtude do ven-
cimento antecipado da obrigação de fazer, a cargo do empreiteiro.
d) desistir do contrato, sem qualquer ônus, pelo exercício do direito de arrependimento, ga-
rantido em razão da natureza de contrato de consumo.
Questão 7 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2011) Danilo celebrou contrato por 
instrumento particular com Sandro, por meio do qual aquele prometera que seu irmão, Reinal-
do, famoso cantor popular, concederia uma entrevista exclusiva ao programa de rádio apre-
sentado por Sandro, no domingo seguinte. Em contrapartida, caberia a Sandro efetuar o pa-
gamento a Danilo de certa soma em dinheiro. Todavia, chegada a hora do programa, Reinaldo 
não compareceu à rádio. Dias depois, Danilo procurou Sandro, a fim de cobrar a quantia con-
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tratualmente prevista, ao argumento de

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