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CONSTITUCIONALIDADE DA RESERVA DE VAGAS EM CONCURSOS PÚBLICOS FEDERAIS PARA NEGROS E PARDOS

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CONSTITUCIONALIDADE DA RESERVA DE VAGAS EM CONCURSOS PÚBLICOS 
FEDERAIS PARA NEGROS E PARDOS 
LEI 12.990 de 2014: 
 
CAJAZEIRA, Nivea Bruno Ribeiro 
 
 
RESUMO 
O Supremo tribunal Federal julgou na data 08/06/2018, a constitucionalidade da Lei nº 12.990 de 
2014, lei que reserva 20% (vinte por cento) das vagas para negros e pardos para provimentos de 
cargos em concursos públicos no âmbito da Administração pública Federal. O relator foi o Ministro 
Roberto Barroso tendo como Amicus Curiae Educafro – Educação E Cidadania de 
Afrodescendentes e Carentes. A decisão foi unânime, os ministros votaram com o relator, que fez a 
observação de que a decisão é valida somente para os casos de provimento por concurso público, 
em todos os órgãos dos Três Poderes da União, não se estendendo para os Estados, Distrito Federal 
e municípios, uma vez que a lei se destina a concursos públicos na administração direta e indireta da 
União, e deve ser respeitada a autonomia dos entes federados. 
 
Palavras chave: Constitucionalidade; Lei nº 12.990 de 2014; Cotas Raciais; Princípio da igualdade; 
Ações Afirmativas; Concurso público. 
 
 
INTRODUÇÃO 
A a análise feita pelo Supremo Tribunal Federal acerca da constitucionalidade Lei nº 
12.990 de 2014, a qual reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas em concursos 
públicos, para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração 
pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista controladas pela União é baseado a observar as dimensões do princípio da 
igualdade, amparado no texto constitucional, no disposto do artigo 5º da Constituição Federal de 
1988, o qual prevê que “todos somos iguais perante a lei”. Em âmbito infraconstitucional, a Lei nº 
12.990/2014 é fundamentada pelo Estatuto da Igualdade Racial, Lei nº 12.288/2010 em seu Art 1º 
“Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a 
efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e 
difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica’’. a qual estabelece 
ao Poder Público o dever de promover ações e implementar medidas para garantir à população 
negra a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho inclusive, nas contratações do setor 
público. 
 
 
A decisão foi baseada sob três alegações, 1.Princípio da isonomia, cujo a finalidade e a 
desequiparação promovida pela política de ação afirmativa que se justifica na necessidade de 
superar o racismo estrutural e institucional ainda existente na sociedade brasileira, e garantir a 
igualdade material entre os cidadãos, por meio da distribuição mais equitativa de bens sociais e da 
promoção do reconhecimento da população afrodescendente, vale colocar que: 1.2. A reserva de 
vagas, não viola os princípios do concurso público e da eficiência., pois não isenta da aprovação no 
concurso público, como qualquer outro candidato, o beneficiário da política deve alcançar a nota 
necessária para que seja considerado apto a exercer, de forma adequada e eficiente, o cargo em 
questão. A inclusão fator “raça” como critério de seleção, ao invés de afetar o princípio da 
eficiência, contribui para uma representatividade capaz de garantir que os pontos de vista e 
interesses de toda a população sejam considerados na tomada de decisões estatais. 1.3.O princípio 
da proporcionalidade que em sua tríplice dimensão tem por finalidade equilibrar os direitos 
individuais com os anseios da sociedade, A existência de uma política de cotas para o acesso de 
negros à educação superior não torna a reserva de vagas nos quadros da administração pública 
desnecessária ou desproporcional em sentido estrito, porque, nem todos os cargos e empregos 
públicos exigem curso superior. Ainda quando haja essa exigência, os beneficiários da ação 
afirmativa no serviço público podem não ter sido beneficiários das cotas nas universidades públicas; 
e mesmo que o concorrente tenha ingressado em curso de ensino superior por meio de cotas, há 
outros fatores que impedem os negros de competir em pé de igualdade nos concursos públicos, 
justificando a política de ação afirmativa instituída pela Lei n° 12.990/2014.2. 2. A decisão, do 
Supremo Tribunal Federal, admitiu o modelo da autodeclaração e de critérios subsidiários de 
heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório 
e a ampla defesa, permitiu também a autodeclaração presencial perante a comissão do concurso e 
por fim: 3. A administração pública deve atentar para os seguintes parâmetros: os percentuais de 
reserva de vaga devem valer para todas as fases dos concursos; a reserva deve ser aplicada em todas 
as vagas oferecidas no concurso público (não apenas no edital de abertura); os concursos não 
podem fracionar as vagas de acordo com a especialização exigida para burlar a política de ação 
afirmativa, que só se aplica em concursos com mais de duas vagas; e a ordem classificatória obtida 
a partir da aplicação dos critérios de alternância e proporcionalidade na nomeação dos candidatos 
aprovados deve produzir efeitos durante toda a carreira funcional do beneficiário da reserva de 
vagas. 
 
 
CONCLUSÃO 
O objetivo principal da codificação das ações afirmativas tem como obetivo superar as 
desigualdades sociais existente e assim combater o racismo estrutural tão marcado em nossa 
sociedade. Apesar de já existir o Estatuto da Igualdade Racial que garantem aos afrodescendentes o 
acesso nos de políticas de cotas, era necessário especificar, e foi criada a fim de diversificar a 
composição dos servidores na administração pública, pois é evidenciado que ha presença limitada 
de pessoas negras em determinados cargos, especialmente nos mais reconhecidos ou de Ensino 
Superior. 
 
A lei Lei nº 12.990 de 2014, que reserva 20% (vinte por cento) das vagas para negros e 
pardos tem validade, com duração de dez anos, todavia, será revista e reavaliada de acordo com as 
metas alcançadas 
Portanto é procedente i constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014 que reserva de 20% das 
vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos 
no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da 
autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da 
pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”. 
 
BIBLIOGRAFIA 
BRASIL. Lei do Estatuto da Igualdade Racial, nº 12.288 de 20 de julho de 2010. Institui a 
igualdade Racial. Disponível em: 
 ​http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm 
Acesso em: 15 junho de 2020. 
 
BRASIL. Lei de Cotas no Serviço Público Federal, nº 12.990 de 09 de junho de 2014. Institui a 
reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para 
provimento de cargos efetivos e empregospúblicos no âmbito da administração pública federal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm
Disponível em: ​http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12990.htm Acesso 
em: 15 junho de 2020. 
 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão. ADC 41/DF. Direito constitucional. Ação direta de 
constitucionalidade. Reserva de vagas para negros em concursos públicos. Constitucionalidade da 
lei n° 12.990/2014. Procedência do Pedido. Relator Ministro Roberto Barroso. 8 de junho de 2017. 
Disponível em: ​http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=312447860&ext=.pdf​. 
Acesso em: 15 junho de 2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12990.html
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=312447860&ext=.pdf

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