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Analise de Custo

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CUSTO PADRÃO 
 Existem diversos conceitos sobre custo padrão, sendo os mais importantes o conceito de custo padrão ideal e custo padrão 
corrente. Custo padrão ideal ( atualmente está um pouco em desuso) é o valor conseguido com o uso das melhores matérias –primas 
possíveis, com a mais eficiente mão de obra viável, a 100% de capacidade da empresa, apenas considerando as paradas de 
manutenção. Custo padrão corrente é o custo que se calcula o quanto deve custar normalmente um produto se a produção se pauta por 
um perfeito rigor técnico, dentro das possibilidades de produção da empresa onde se levanta tal tipo de custo. 
 
O custo padrão corrente é mais “cientifico” e muito mais usual, no sentido de que faz a união entre aspectos teóricos e práticos da 
produção, enquanto o custo estimado só levaria em contas os práticos, podendo por isso nunca apontar defeitos ou ineficiência e o 
custo padrão ideal é uma maneira extremamente teórica. Daqui para frente quando falarmos em custo padrão estaremos nos referindo 
ao custo padrão corrente. O custo padrão predeterminado, tende por base medidas científicas de: 
 - Materiais – levando se em consideração qualidade, quantidade e preço 
 - Mão de obra – levando se em consideração salário padrão e tempo padrão 
- Gastos Gerais de produção – levando se em consideração os investimentos ideais em função da dimensão e rateios ideais. 
 
FINALIDADE E UTILIDADES DO CUSTO-PADRÃO 
 A grande finalidade do custo-padrão é o controle dos custos, apontar ineficiência e defeitos na linha de produção. 
 O grande objetivo é o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria Ter ocorrido; sendo uma 
técnica auxiliar nas empresas. A utilização eficaz e eficiente deste tipo de custo implica em uma boa analise de custo real, para se 
extrair, da comparação de ambos, as divergências existentes. 
 
O custo padrão tem por finalidade de servir como elemento de base para elaboração do orçamento de produção, já que o custo padrão 
é normalmente fixado com base na suposição de melhoria de aproveitamento dos fatores de produção. 
 
A utilização do custo padrão possibilita aumento de trabalho em relação aos comparativos com o custo real e suas devidas conclusões; 
mas de uma outra parte simplifica a contabilização dos estoques por valores já fixados, sem a necessidade da apuração do custo real 
para seu registro o que agiliza a elaboração dos relatórios mensais. 
 Uma outra grande finalidade do custo-padrão, decorrente da adoção de qualquer base de comparação fixada para efeito de 
controle, é o efeito psicológico sobre o pessoal. E este pode ser positivo ou negativo, dependendo da forma de tratamento dispensada à 
implantação. 
 Podem ser fixadas metas difíceis mas não impossíveis, será muito utilizado como um desafio para todos, mas se for fixado com 
base no conceito ideal, as pessoas saberão que apesar dos esforços será impossível de atingir, fazendo com que as pessoas se 
desmotivem. 
 
 Uma outra finalidade é decorrente da obrigação que cria na empresa de registro e controle não só dos valores em reais de 
custos, mas também das quantidades físicas de fatores de produção utilizados. 
 
FIXAÇÃO DO PADRÃO 
 
 O padrão deve ser feito em base fixadas em valores e quantidades, quer de materiais, mão-de-obra, kWh, horas-máquinas e etc. 
 
 A fixação do custo padrão depende de um trabalho em conjunto do engenharia de produção e da contabilidade de custo. Onde a 
engenharia de produção terá o papel de levantamento das fixações físicas dos fatores de produção e cabe a contabilidade de custo a 
valorização destes itens. 
 
 Esta fixação não precisa ser imposta totalmente à empresa. É comum a existência de padrões apenas para certos produtos ou 
departamentos ou para certos tipos de custos . Sendo que o custo padrão é uma forma de controle, instala-se tal controle onde se julga 
necessário, não obrigatoriamente em toda a fábrica. 
 
A INFLUÊNCIA DAS VARIAÇÕES DE PREÇOS 
 
 Existem diversas alternativas para se fixar o padrão de uma empresa, mas todas elas possui desvantagens se 
falarmos de altas inflações. Uma delas é o uso de preços estimados para o próximo período, quando se trata de países 
inflacionarias esta alternativa sempre existirá um erro na previsão, principalmente se falarmos em estudos anuais. 
 A empresa também poderia trabalhar com base num padrão fixado à base dos preços da data em que é elaborado; mas 
quando comparado com o real, haveria então uma componente de grande diferença trazida pela mudança de preços, dada pela inflação 
do período. 
 
 Uma outra forma de seria a adoção dos preços da data da fixação do padrão quando da comparação com o real, ser deduzida 
da variação líquida apenas a divergência entre a variação de preço do item em questão e a inflação propriamente dita. 
 
 Uma outra forma é fazer a fixação do custo-padrão em termos de uma moeda fictícia, como o IGP ou ainda em algum índice 
determinado pela empresa. 
 
 Como última alternativa a ser discutida pode ser colocada a de fazer com que o período de validade do padrão seja 
extremamente reduzido, para evitar essas complicações. O único problema é que padrões de curta vida não dão uma idéia melhor da 
evolução da empresa ao longo do exercício. 
 
A CONTABILIZAÇÃO DO CUSTO-PADRÃO 
 
 O custo padrão não precisa ser obrigatoriamente inserido na contabilidade. Pode esta trabalhar com base apenas nos valores 
reais, e toda a comparação entre padrão e real ser feita à parte, extracontabilmente, relatórios especiais. 
 
 Pode haver a completa inserção dos valores padrão na contabilização, a partir até do extremo de já se registrar dessa forma 
as compras, as folhas de pagamentos, etc. com as diferenças apuradas em contas especiais. 
 
 O custo padrão na contabilidade, passará a existir contas que terão que registrar as variações entre real e padrão. As 
variações terão que ser eliminadas, sendo que as possibilidades mais corretas segundo os princípios de contabilidade geralmente 
aceitos é a sua distribuição, de tal forma que, para balanço, todos os valores de estoques e de custos de produtos vendidos voltem a 
seus valores reais. 
 
Quadro Comparativo: Custeio Variável e Custeio por Absorção 
 
Exemplo: 
 Produção = 100 unidades 
 Custo Variável unitário = R$ 10,00 / un. 
 Custo Fixo Total = R$ 300,00 
 Despesas Operacionais = R$ 100,00 
 Preço de Venda = R$ 20,00 / un. 
 Venda no período apurado = 50 unidades 
 
Resolução: 
Venda: R$ 20,00 x 50 un. = R$ 1.000,00 
Custos Variáveis: R$ 10,00 x 50 un. = R$ 500,00 
Custos Fixos: R$ 300,00 / 100 un. = R$ 3,00 por unidade. 
 
DRE VARIÁVEL R$ ABSORÇÃO R$ 
Receita Líquida 1.000,00 1.000,00 
(-) C.P.V. (500,00) (650,00) 
Lucro Bruto 500,00 350,00 
(-) Despesas Operacionais (100,00) (100,00) 
(-) Custos Fixos (300,00) ----0----- 
Lucro Líquido 100,00 250,00 
 
Venda: R$ 20,00 x 50 un. = R$ 1.000,00 
Custos Variáveis: R$ 10,00 x 50 un. = R$ 500,00 
Custos Fixos: R$ 300,00 / 100 un. = R$ 3,00 por unidade. 
 
Custeio Variável: 
 
 O C.P.V é formado somente pelos custos Variáveis. 
Veja também que os Custos Fixos são levados integralmente para o resultado no 
período. 
 
Custeio por Absorção: 
 
 O C.P.V é formado pelos custos Variáveis + Custos Fixos considerados 
 proporcionalmente a quantidade vendida: 
a diferença de resultados ocorre devido a: 
Custo Fixo do Período: R$ 3,00 un. x 50 un. = R$ 150,00 
Refere se á quantidade não vendida 
 
 Pode-se entender pelos resultados obtidos com este exercício, o porque do 
Imposto de Renda Brasileiro não aceitar o Custeio Variável e sim somente o Custeio 
porAbsorção. O segundo favorece o resultado da empresa, e quanto maior o resultado, 
maior será a contribuição para o Imposto de Renda. 
 
Custeio Variável (ou Direto) 
 
Só são apropriados à produção os custos variáveis. Os custos fixos são jogados diretamente à conta de resultados (juntamente com as 
despesas) sob a alegação (fundamentada) de que estes ocorrerão independentemente do volume de produção da empresa. Isto quer 
dizer, que mesmo que a empresa não produzir, os custos fixos ocorrerão. 
O Custeio Variável é indicado para a tomada de decisões. 
 
Aplicações 
 
- Um vez que os custos variáveis são inevitavelmente necessários, sua dedução da receita indentifica a Margem de 
Contribuição do produto, sem nenhuma interferência de manipulação devido aos critérios de rateio dos custos fixos. 
- Identificação da quantidade de unidades a serem vendidas, para que um projeto seja viabilizado. 
- Fornecimento de informações gerenciais, por haver relação entre o lucro e o volume de produção. 
 
1.1.2 Vantagens x desvantagens 
 
 Vantagens 
- Destaca o Custo Fixo(que independe do processo fabril) 
- Não ocorre a prática do rateio, por vezes errôneo. 
- Evita manipulações 
- Fornece o Ponto de Equilíbrio. 
Desvantagens 
- Não é aceito na elaboração do Balanço Patrimonial, pois fere princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
- O valor dos Estoques não mantém relação com o Custo Total. 
Para determinar o resultado pelo custeio variável devemos antes de tudo entender o conceito de margem de contribuição. 
Margem de contribuição = Vendas - Custos/despesas variáveis. Através deste conceito tem a faculdade de tomar bem mais 
facilmente visível a potencilidade de cada produto, como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e 
depois formar o lucro propriamente dito. 
 
MÉTODO DE CUSTEIO ABC 
 
1 CONCEITOS BÁSICOS 
 
O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas 
pelo uso do rateio, necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que tange ao sistema de custeio por absorção. 
Poderia ser tratado como uma evolução dos sistemas já discutidos, mas sua relação direta com as atividades envolvidas no processo 
configura mero aprofundamento do sistema de custeio por absorção. 
Martins (2003, p. 87), informa que o Custeio Baseado em Atividades “é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente 
as distorções provocadas pelo 
rateio arbitrário dos custos indiretos”. 
Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causa/ação, ou 
seja, procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor. 
A idéia básica é atribuir primeiramente os custos às atividades e posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos. Sendo 
assim, primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada atividade causou, atribuindo-lhes estes custos, e posteriormente 
verificam-se como os portadores finais de custos consumiram serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos definidos. 
 Conforme Eller (2000, p.82), “o Custeio Baseado em Atividades parte da premissa de que as diversas atividades 
desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas atividades”. 
Segundo Martins (2003, p.96) para atribuir custos às atividades e aos produtos utilizam-se de direcionadores. 
Martins (2003, p.96) ensina ainda que “há que se distinguir dois tipos de direcionador: ... direcionador de custos de recursos, e os 
...direcionadores de custos 
de atividades” (grifado). 
O citado autor continua afirmando que “o primeiro identifica a maneira como as atividades consomem recursos e serve para custear as 
atividades”. Afirma ainda que “o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para custear produtos”. 
Nakagawa (2001, p.42), conceitua atividade “como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, 
métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos”. 
Assim para o estudo do método ABC deve-se ponderar sobre as atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma 
mercadoria ou um serviço. 
 
2 IMPORTÂNCIA E UTILIZAÇÃO DO ABC 
 
A importância que se dá à utilização do sistema de custeio ABC é em virtude do mesmo não ser apenas um sistema que dá valor aos 
estoques, mas também proporciona informações gerenciais que auxiliam os tomadores de decisão, como por exemplo, os custos das 
atividades, que proporcionam aos gestores atribuírem responsabilidades aos responsáveis pelas mesmas. 
Um diferencial do sistema de custeio ABC, é que a sua utilização, por exigir controles pormenorizados, proporciona o acompanhamento 
e correções devidas nos processos internos da empresa, ao mesmo tempo em que possibilita a implantação e/ou aperfeiçoamento dos 
controles internos da entidade. 
3 IMPLEMENTAÇÃO DO ABC 
 
A implementação do ABC requer uma cuidadosa análise do sistema de controle interno da entidade. Sem este procedimento que 
contemple funções bem definidas e fluxo dos processos, torna-se inviável a aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz. 
O ABC, por ser também um sistema de gestão de custos, pode ser implantado com maior ou menor grau de detalhamento, dependendo 
das necessidades de informações gerenciais para o gestor, o que está intimamente ligado ao ramo de atividade e porte da empresa. 
 
4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DO CUSTEIO ABC 
 
Para melhor entendimento apresentamos as vantagens e desvantagens da aplicação do método de custeio ABC. 
Como vantagens podemos ressaltar: 
• informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio; 
• adequa-se mais facilmente às empresas de serviços, pela dificuldade de definição do que seja custos, gastos e despesas nessas 
entidades; 
• menor necessidade de rateios arbitrários; 
• atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (similar ao custeio por absorção); 
• obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos; 
• proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos; 
• identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais recursos; 
• identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade; 
• pode ser empregado em diversos tipos de empresas (industriais, comerciais, de serviços, com ou sem fins lucrativos); 
• pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade; 
• pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição; e 
• possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto. 
 
Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens: 
• gastos elevados para implantação; 
• alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados; 
• necessidade de revisão constante; 
• leva em consideração muitos dados; 
• informações de difícil extração; 
• dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa; 
• necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação; 
• dificuldade na integração das informações entre departamentos; 
• falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e acompanhamento; 
• necessidade de formulação de procedimentos padrões; e 
• maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usá-las; 
 
5 EXEMPLO DA APLICAÇÃO DO ABC EM UMA INDÚSTRIA DE MÓVEIS 
 
A indústria, na qual elaborou-se este exemplo, tem o sistema de custeio por absorção implantado para apuração de seus custos e a sua 
forma de produção é contínua, o que segundo MARTINS (2003, p. 144), este tipo de produção é caracterizado pela forma da empresa 
trabalhar, ou seja, será produção contínua, se a empresa produzir produtos iguais e de forma contínua para venda a quaisquerclientes, 
contrário à produção por ordem, onde a produção é feita para atender a um determinado pedido do cliente. 
No entanto, vale ressaltar que a empresa produz e vende toda sua produção, não ficando com unidades em estoques. 
Outra característica importante da empresa é a pouca diversificação de produtos que a empresa trabalha. Os produtos são restritos na 
fabricação de camas, criados e modulados, sem muitas opções de modelos. 
Para que o leitor tenha noções do porte da empresa, aqui tratada, cabe informar que a mesma tem um faturamento médio de R$ 
50.000,00 por mês e conta com uma equipe de 20 empregados. 
 
PRODUÇÃO E PRINCIPAIS PRODUTOS 
 
A empresa produz camas, criados e modulados com alta tecnologia aplicada às matérias-primas e produtos de acabamento final, 
(vernizes importados), conjugados a peças de metal e vidros. 
Toda produção é informatizada e tem um alto grau de equipamentos geridos por softwares específicos. 
 
APURAÇÃO DOS CUSTOS UTILIZANDO O SISTEMA DE CUSTEIO ABC. 
 
Em atendimento ao objetivo deste trabalho, buscou-se estudar a empresa e formatar o sistema de custeio ABC a realidade da 
instituição. 
O primeiro passo para a apuração dos custos pelo método ABC é a identificação das atividades relevantes exercidas na empresa, que 
no presente caso, foram levantadas as seguintes: 
• comprar materiais; 
• receber e movimentar materiais; 
• supervisionar produção; 
• cortar e beneficiar; 
• montagem; e 
• acabamento. 
 
Uma vez levantado as atividades, foram calculados os custos às mesmas, observando o princípio de causa/ação 
Este levantamento foi efetuado levando-se em conta a análise das operações específicas da empresa, além de apontamentos durante o 
funcionamento da entidade e entrevistas com os responsáveis pelos setores. 
Por não se tratar de ponto relevante para entendimento deste assunto, deixamos de apresentar a metodologia dos cálculos dos custos 
por atividades da empresa. Após os levantamentos necessários, concluiu-se sobre os dados do mês de maio/2004, pontuando os 
custos em cada atividade, que ficaram assim distribuídos: 
 
QUADRO 2 - CUSTOS POR ATIVIDADE 
ATIVIDADE CUSTOS (R$) 
Comprar materiais 1.830,14 
Receber e movimentar materiais 2.820,66 
Supervisionar produção 4.050,30 
Cortar e beneficiar 6.348,60 
Montagem 4.862,00 
Acabamento 2.789,00 
TOTAL 22.700,70 
 
Após atribuir os custos às atividades relevantes, procurou-se distribuir estes custos aos produtos, utilizando o mesmo critério da relação 
causal dos custos, ou seja, os custos das atividades serão distribuídos aos produtos em função da utilização de cada atividade pelo 
produto. 
Ressalta-se, no entanto, que em alguns casos foi inevitável não efetuar rateios, para atribuição dos custos, como é o caso da atividade 
de supervisionar produção, que tem como custo, basicamente, o salário do supervisor, que coordena toda a produção. Seria necessário 
anotar horas em que o supervisor esteve em cada atividade, o que tornou-se inviável na relação custo-benefício. 
Os custos unitários e totais, nos portadores finais, ficaram assim distribuídos, supondo-se que no mês de maio de 2004, a produção foi 
de 100 peças, sendo 52 camas de casal, 43 criados e 5 módulos: 
 
QUADRO 3 - RATEIO DOS CUSTOS POR ATIVIDADE 
PRODUTOS CUSTOS UNITÁRIOS (R$) UNIDADES PRODUZIDAS CUSTOS TOTAIS (R$) 
Cama 259,27 52 13.482,03 
Criados 188,94 43 8.124,42 
Modulados 218,85 5 1.094,25 
Total 22.700,70 
 
O quadro 3 demonstra o resultado da atribuição dos custos ao produto, dentro da produção suposta para o mês de maio de 2004. 
Apesar desta empresa escolhida utilizar o método do custeio por absorção, foram trabalhados todos os dados e informações da 
empresa no sentido de implantar o sistema de custeio ABC como forma de mensuração dos resultados e apontamentos de suas 
vantagens e desvantagens. 
Sendo assim, o quadro 4 reflete algumas considerações sobre o resultado da pesquisa no exemplo em análise: 
 
QUADRO 4 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO ABC SOBRE O ESTUDO 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
Conhecimento dos custos dos processos. Dificuldade de implantação completa do sistema. 
Custos mais fidedignos. Necessidade de detalhamento dos controles internos. 
Se for implantado superficialmente se equipara ao custeio por absorção. Dificuldade de envolvimento dos responsáveis dos setores. 
Possibilita revisão do processo de produção. Às vezes exige rateio. 
Atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Tem limitações nas informações gerenciais. 
 
O sistema de custeio ABC apresenta diversas vantagens que devem ser cuidadosamente analisadas pelas empresas, com o sentido de 
serem tirados proveitos de suas informações, colocando a entidade em uma posição privilegiada. 
Cabe aos gestores da empresa analisar qual a real necessidade da empresa e qual a sua condição em implantar determinado tipo de 
custeio em detrimento de outro, contudo, vale ressaltar, que dentre os sistemas analisados nesse artigo, o ABC sobressai por diminuir 
as distorções causadas pelo rateio. 
Contudo a necessidade imposta pelo mercado, os custos de implantação e acompanhamento, o recurso humano necessário, os 
produtos envolvidos, as necessidades dos gestores etc. devem ser analisados para que se dimensionem as vantagens e desvantagens 
para cada instituição. 
 
RKW 
A sigla representa as iniciais de um antigo conselho governamental para 
assuntos econômicos (Reinchskuratorium fuer Winrtschaftlichtkeit) que existiu 
na Alemanha, o qual, segundo Martins (2000, p.236): “seria semelhante ao 
antigo Conselho Interministerial de Preços”. Nesse método, são apropriados 
aos produtos não somente os custos de produção, como também todas as 
despesas da empresa, inclusive as financeiras (MARTINS, 2000, p. 236; 
PADOVEZE, 2005b, p. 149). 
O custeio RKW é o método que aloca todos os custos e despesas fixas e variáveis e custos diretos e 
indiretos aos produtos fabricados. Ou seja, todos os custos e despesas (administrativas, tributárias, 
financeiras e de vendas) são apropriados aos produtos de forma integral. 
A alocação dos custos aos produtos é simples em empresas com um único produto. Porém a grande 
maioria das empresas fabrica mais de um produto e, nesta situação, a alocação dos custos fixos aos 
produtos necessita maiores considerações, necessitando de técnicas e métodos mais sofisticados. 
O método dos centros de custos, RKW ou método das seções homogêneas é provavelmente a técnica de 
alocação de custos aos produtos mais usada no Brasil e no mundo, e sua sistemática representa 
perfeitamente os procedimentos da contabilidade de custos tradicional. 
O RKW é um sistema de duas fases: na primeira, divide-se a empresa em centros de custos e distribuem-
se todos os itens de custos a serem alocados aos produtos nestes centros, através de bases de rateio, 
conseguindo-se, desta forma, os custos totais do período para cada centro de custos. 
Na segunda fase, os custos são alocados dos centros produtivos, ou seja, aqueles que trabalham 
diretamente com a produção, aos produtos. Para isto, os custos dos centros auxiliares de bases de rateio, 
ditas secundárias. Em seguida, os custos acumulados nos centros de custos produtivos são alocados aos 
produtos. As principais bases de rateio empregadas são a hora de mão-de-obra direta, horas-máquina e 
custo de mão-de-obra direta. Em sistemas mais sofisticad os, os custos dos centros são atribuídos aos 
produtos lançando-se mão de várias bases de rateio. 
A primeira fase do método funciona bem em ambientes modernos de fabricação, propiciando as 
informações de quanto foi despendido e quais centros de custos são os responsáveis pelo gasto. Porém, 
na determinação dos custos dos produtos e, principalmente, na localização das perdas para o processo 
de melhoria, deixa muito a desejar, porque não trabalha com atividades e, então, é difícil a diferenciação 
entre custos e per das nos vários centros de custos. Assim sendo, há certa dificuldadeno uso deste 
método para o apoio ao melhoramento constante do processo produtivo. 
 
Margem de Contribuição 
 
Margem de contribuição é o resultante da dedução dos custos variáveis das receitas operacionais obtidas pela empresa. Caso a 
empresa apenas deseje obter a sua Margem de Contribuição que lhe permita apurar qual seria o seu Ponto de Equilíbrio, basta apenas 
deduzir todos os custos variáveis e as despesas variáveis de sua Receita de Vendas apuradas no período, obtendo-se assim o seu 
valor monetário ou em percentual. 
 
Entretanto, para poder-se obter a Margem de Contribuição, a empresa deverá possuir todos os seus 
custos devidamente apurados de forma correta e segura, pois deles dependem da confiabilidade do valor 
encontrado. 
Para obter-se a Margem de Contribuição Unitária de cada produto vendido pela empresa, esta deverá 
apurar todos os custos variáveis relativos a cada um, com absoluta confiabilidade para que possa apurar 
assim sua margem, permitindo sua comparação com os demais produtos, selecionando aqueles que lhe 
ofereçam maior rentabilidade e excluindo os de menor retorno. 
Toda empresa precisa, de forma sempre presente e constante, conhecer de forma correta e confiável qual 
é o seu Ponto de Equilíbrio. 
Se preferir numa fórmula, isso tudo fica assim: 
Margem de Contribuição = Valor das Vendas - (custos variáveis + despesas variáveis de vendas ) 
TEmos ainda o ponto de equilibrio financeiro (relacionados ao fluxo de caixa) e ponto de equilibrio 
economico (relacionado ao resultado) 
 
1 -TIPOS DE CUSTEIO 
 
 Sistemas e Métodos de custeio refere-se à forma de apuração do custo dos produtos. Eles podem ser: 
- Custeio por Absorção 
- Custeio Variável ou Direto 
- Custo Padrão (Standard) 
- ABC (Custeio Baseado em Atividades) 
 
CUSTEIO POR ABSORÇÃO 
No Brasil, o método de Custeio por Absorção é amplamente aceito. Segundo Paulo Viceconti este é o único aceito pela Auditoria 
Externa, porque atende aos Princípios Contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação. Conclui ainda que 
este é o único aceito pelo Imposto de Renda Brasileiro. 
 
Já Eliseu Martins descreve que a Auditoria Externa tem-no como básico. Apesar a não ser totalmente lógico e de muitas vezes falhar 
como instrumento gerencial, é aceito para fins de avaliação de estoques (para apuração do resultado e para o próprio balanço). Conclui 
também que o Imposto de Renda costumeiramente o admite. 
O Custeio por Absorção consiste na apuração de todos os custos, fixos e variáveis, à produção do período. Os gastos que não 
pertencem ao processo produtivo (despesas) são excluídas. 
A distinção principal no Custeio por Absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas 
imediatamente contra o resultado do período, e tratamento igual só recebem os custos dos produtos vendidos. Já os custos dos 
produtos em elaboração e os custos dos produtos acabados e não vendidos estarão ativados nos estoques destes produtos. 
Princípio da Realização da Receita 
Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem ou serviço para terceiros (fisicamente e documentalmente). 
 Princípio da confrontação 
As despesas devem ser reconhecidas à medida em que são realizadas as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente) 
Princípio da Competência 
 
As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos a que competirem, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato 
gerador. 
 
 
ANÁLISES DAS VARIAÇÕES 
 
 As variações de materiais diretos começam com a subdivisão de variações de quantidade e preço. A de quantidade é a 
diferença de quantidade entre padrão e real vezes o preço- padrão. A outra é a diferença de preço entre padrão e real vezes a 
quantidade-padrão. 
 Sempre que existem as duas variações, dizemos que existe variação mista, muitas vezes agregadas na de preço, para efeito 
práticos. 
 O importante do custo-padrão não é a quantificação dessas variações, mas a localização das causas da sua existência e a 
tentativa de sua erradicação. 
 
Causas das variações de materiais 
 
 - Qualidade da matéria-prima usada, que sendo inferior a recomendada, provocou maior consumo 
- Baixa qualidade da mão de obra que aumentou esse consumo; 
- Máquinas mal preparadas ou reguladas que provocaram estragos na matéria prima usada 
- Problemas técnicos, como evaporação em excesso, deterioração por mal acondicionamento 
- Entre outros 
Os motivos de variação de preços desfavoráveis poderiam ser diversos dentre eles: 
 
- Compra mal feita por deficiência do setor de compra; 
- Compra mal feita por deficiência do depto. De controle e programação da produção que não previu o item 
adequadamente e obrigou a aquisição na base da correria; 
- Imposição do depto. de vendas para entrega rápida do produto, fazendo com que o depto. de compras não 
pudesse conseguir um melhor preço; 
- Determinação da diretoria para comprar de outro fornecedor para não ficar na mão de um único fornecedor; 
 
 
Causas de variações de mão de obra 
 
 Poderiam ser: 
- Ineficiência da mão de obra; 
- Uso de pessoal que não o adequado para a tarefa; 
- Ineficiência de pessoal treinado pra substituir o pessoal em férias; 
- Falta de pessoal nessa faixa no mercado, tendo sido contratado ao preço que foi possível; 
- Padrão em horas muito justo, válido apenas para pessoal de extrema habilidade, do qual a empresa possua 
talvez um único elemento. 
 
 
 Variações de custo indiretos de fabricação 
 
 A variação total de CIF pode ser subdividida em duas: a de volume e a de custos, esta pode ainda ser separada em variação 
de eficiência e de custos propriamente dita. A de volume é devida aos custos fixos, e origina-se na produção real diferente, em 
quantidade, da variação de padrão. A de eficiência deriva de um uso diferente de insumos ou fatores de produção daquele que seria 
desejável pelo padrão para uma determinada quantidade fabricada. A variação de custos é representada pelo comportamento dos CIF, 
acima ou abaixo do que deveriam, já considerado o volume real de produção. 
 
 A variação de volume só existe no custeio por absorção. Todas essas variações podem ser analisadas ou por unidade ou no 
seu total. 
 
CONTABILIZAÇÃO DO CUSTO PADRÃO 
 Existe diversas formas de contabilizar o custo padrão, onde a mais simples faria com que a conta de produção recebesse os 
custos valores reais, mas transferisse os produtos a padrão. Podendo fazer todos os lançamentos de forma simples: pelos dados reais 
debita a produção e pelos valores do padrão credita-a em função dos bens elaborados, e também pelo padrão dá baixa dos vendidos. 
Facilitando a emissão de relatórios mensais. 
 
 Uma outra forma mais complexa, incluiria a separação entre real e padrão, a partir das próprias aquisições dos 
fatores de produção. Onde a produção recebesse os custos a padrão já usado na própria aquisição dos insumos, antes mesmo 
de sua utilização. 
 Em ambos os produtos acabados e o custo dos produtos vendidos são tratados a valores padrão. E as diferenças em contas 
específicas ou englobadas, devendo no final do exercício ser descarregadas de tal forma que os estoques e o CPV estejam a valores 
reais, a não ser que a diferença entre estoques a padrão e a real seja mínima, quando se admite toda a variação em resultado. 
 Custo padrão difundiu-se no mundo inteiro, principalmente nos países com baixa inflação. Nos países com alta inflação, como 
antigamente no Brasil, os custos padrões se desatualizavam muito depressa e era necessário que fosse constantemente revisados.Por isso o melhor critério, quando se trata de situação inflacionaria, é o uso do custo padrão corrigido mensalmente pela 
desvalorização da moeda. O uso de um índice, exemplo o IGP ou o IPC ou ainda o uso de uma outra moeda mais forte exemplo o dólar, 
guarda um problema relacionado com a defasagem entre a sua oscilação e a da inflação. 
 As multinacionais utilizam este método como grande ferramenta de comparativo do real com o previsto, principalmente quando é 
necessário enviar os relatórios de fechamento do trimestre para as matrizes, nas quais exigem uma mesma padronização ( ou de 
acordo com o GAAP – normas americanas da contabilidade ou do NIC – normas internacionais da contabilidade, muito utilizadas nas 
empresas européias) mas como esta oscilação não é a mesma da oscilação da inflação ocorre variações.

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