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GEOGRAFIA DO AMAPÁ pdf

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GEOGRAFIA DO AMAPÁ 
INSTRUTOR – ASP OF PM FÁBIO CARVALHO 
 
O ESPAÇO NATURAL DO AMAPÁ 
 
Relevo: 
A geomorfologia do Amapá combina formações muito antigas com outras bem jovens, 
divididas por uma estreita faixa de idade intermediária. Existem duas “zonas 
geomorfológicas” principais. Uma delas é a das “Depressões da Amazônia Setentrional”, 
cobrindo mais de 70% do Estado, correspondendo às suas seções central e oeste. Ela se 
compõe da porção oriental do chamado Escudo Guianense e de suas franjas dissecadas. Sua 
morfologia é em parte montanhosa, porém a maior parte é composta por seções levemente 
onduladas. As duas principais porções montanhosas do Escudo Guianense dentro do Amapá 
têm o nome de Serras do Tumucumaque e Lombarda. Alguns dos seus morros ou picos 
superam a altitude de 600 m, sendo que o ponto culminante do Estado do Amapá, localizado 
na Serra do Tumucumaque, alcança 701m. 
As bordas dissecadas do escudo apresentam encostas abruptas e vales profundos que geram 
três grupos de rios relativamente curtos (para os padrões amazônicos): (1) Araguari-Amapari, 
Amapá Grande, Calçoene, Cassiporé e outros, que correm para leste, diretamente para o 
oceano Atlântico; (2) os rios Vila Nova, Maracá, Matapi e Cajari e outros, drenando para o sul e 
desaguando no delta do Rio Amazonas; (3) os rios Iratapuru e Mapari, entre outros, correm 
para oeste e são afluentes da margem esquerda do rio Jari, afluente do Amazonas. Deve-se 
mencionar ainda o rio Oiapoque, que drena as extremidades do platô no oeste do Amapá, com 
seu curso predominantemente para nordeste, desaguando no Oceano Atlântico. O rio 
Oiapoque e o primeiro grupo de rios acima citados, não fazem parte da área de drenagem da 
Bacia Amazônica, constituindo uma bacia distinta, denominada Atlântico Norte, responsável 
por quase dois terços do território do Amapá (98.583,5 km2). O restante (44.870,2 km2) 
enquadra-se dentro dos domínios da Bacia Amazônica propriamente dita. 
 
Altimetria do Amapá 
A outra zona geomorfológica principal do Amapá é chamada de Planície Costeira, a qual 
compreende cerca de 25% do Estado. Trata-se de uma faixa litorânea relativamente estreita, 
baixa e quase sempre plana, que se estende de norte a sul, formada por depósitos fluviais e 
fluviomarinhos a qual ocupa todo o leste do Estado. Em termos geológicos, essa formação é 
muito recente, pois a sua maior parte data do Quaternário, com uma idade máxima de 
100.000 anos, e com uma idade média não muito superior a 15.000 anos. As partes litorâneas 
da Planície Costeira, ao longo do Oceano Atlântico e do delta do rio Amazonas, são formadas 
por depósitos de areia e argila, com partes alagadas, além de bancos de areia, dunas, ilhas, 
pequenas baías e reentrâncias, estuários, meandros, lagoas, litorais rasos e lamacentos, bem 
como lagos temporários e permanentes. É uma paisagem geomorfologicamente jovem, sujeita 
a mudanças perceptíveis ao testemunho humano. 
As águas dos rios que fazem parte deste sistema (como o Amapari-Araguari, o Amapá Grande 
e o Calçoene), vindos das Serras de Tumucumaque e Lombarda, conforme chegam aos 
terrenos mais baixos dessa planície, desaceleram os seus fluxos e formam meandros e 
banhados, em frequente mudança do leito em alguns trechos. A baixa altitude em relação ao 
nível do mar e as inúmeras conexões entre diversos tipos de corpos d´água fazem com que 
muitos trechos da Planície Costeira sejam sujeitos a enchentes, tanto de água doce como 
salgada, esta última decorrente do ciclo das marés. É em tal planície que vive a grande maioria 
dos amapaenses e instalou-se a maior parte dos empreendimentos produtivos do Estado. 
Entre essas duas formações principais ocorre uma sequência de sedimentos da Formação 
Barreiras, de idade geológica Terciária, distribuída numa estreita faixa de norte a sul do Estado. 
Ela se situa nas extremidades desgastadas e fraturadas das terras mais elevadas do Planalto 
https://3.bp.blogspot.com/-AesKyeUhJ28/WFCsmVy5rlI/AAAAAAAAB6Q/J8xF_Zyg7LEQb4auA_5ZC1kl4EqN-FzLQCLcB/s1600/mapa_amapa.gif
das Guianas, na transição para a Planície Costeira. Cobre apenas 5% do Estado e assume, na 
sua maior parte, a forma de cadeias de pequenos morros arredondados, próximos uns dos 
outros, num tipo de paisagem a que os geógrafos chamam “mares de morros”. Sob essa 
sequência geológica encontra-se o principal eixo de ligação terrestre do Amapá (BR-156). 
Notável, entretanto, na geologia do Amapá, são os cinturões de rochas verdes (greenstone 
belt), que ocorrem em domínios geotectônicos antigos (Pré-Cambriano), responsáveis por 
múltiplas ocorrências minerais, com destaque para importantes depósitos de ouro, cromo, 
ferro, manganês, entre outros. Sobre esse aspecto, o Amapá foi o primeiro Estado a abrigar 
um empreendimento de mineração de grande porte na Amazônia, nos idos dos anos 1950, 
para extração de depósitos de manganês na região de Serra do Navio. 
 
Resumindo: 
O relevo do Estado é pouco acidentado, 
Pode ser dividido em 2 grandes regiões: 
a) uma interna, de relevo suavemente ondulado, com alturas médias de 100 a 200m, mas que 
podem atingir extremos de mais de 500m, constituída por rochas cristalinas metamórficas e 
cobertas de floresta densa, onde encontramos os planaltos cristalinos (porção oeste do 
Estado) com grandes extensões de colinas e morros dominados por cristais montanhosos 
como: a Serra do Tumucumaque (540m), Serra Lombarda, Serra Estrela, Serra Agaminuara ou 
Uruaitu, Serra do Naucouru, Serra do Navio, Serra do Irataupuru, Serra das Mungubas, Serra 
da Pancada, Serra do acapuzal, Serra do Culari, Serra do Aru, dentre outras. 
b) A outra porção é formada por região costeira de planície, que se estende até o Atlântico, ao 
leste e até o Amazonas ao sul. Formada por terrenos baixos e alagadiços e por planícies 
aluviais nos baixos e médios cursos dos rios. O relevo do Estado do Amapá é pouco 
acidentado. 
 Clima: 
A classificação oficial do clima do Amapá é “tropical superúmido”. O Estado possui duas 
regiões climáticas principais. Uma delas é “úmida com um ou dois meses secos (setembro e 
outubro)”, e predomina sobre a maior parte do interior do Estado - oeste, sul, norte e toda a 
parte central. A outra é “úmida com três meses secos (setembro, outubro e novembro)”, 
registrada na maior parte do litoral, a leste. A precipitação anual média cai significativamente 
do litoral para o interior. A costa atlântica, incluindo Macapá, registra uma média de 3.250 mm 
de chuva por ano, enquanto Serra do Navio, no coração do Estado, recebe 2.250 mm anuais - 
uma diferença de 1.000 mm para uma distância de cerca de 200 km. Além dessa diferença 
regional, o regime pluviométrico apresenta uma periodicidade (estacionalidade): o período de 
julho a novembro registra os menores índices de chuva, sendo os meses de setembro, outubro 
e novembro os mais secos. De dezembro a junho, registram-se usualmente 20 ou mais dias de 
chuva e pelo menos 250 mm de chuvas por mês. 
Os ventos no Amapá são classificados como moderados e não são raros os registros de 
“calmaria” (ausência de vento). No período estudado por Nimer (1990), as temperaturas 
médias anuais são as seguintes: média geral de 26º C (leste do Estado) e 25º C (restante da 
área), média das máximas de 30,4º C, média das mínimas de 23,1º C. As temperaturas 
máximas absolutas registradas foram de 36º C (leste do estado) e 38º C (nas demais áreas). A 
mínima absoluta registrada foi de 16º C. A umidade relativa média anual fica em torno de 85%. 
Outra característica notável do clima amapaense é a cobertura relativamente densa de nuvens 
sobre muitas partes do seu território. 
Tabela climática Amapá 
 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 
Temperatura média (°C) 25.8 25.6 26.1 26.2 26.4 26.4 26.6 27.1 27.5 27.3 27.1 26.5 
Temperatura mínima 
(°C) 
22.4 22.5 22.6 22.9 22.9 22.5 22.3 22.422.3 21.8 22 22.4 
Temperatura máxima 
(°C) 
29.3 28.8 29.6 29.5 29.9 30.3 31 31.9 32.7 32.9 32.2 30.7 
Temperatura média (°F) 78.4 78.1 79.0 79.2 79.5 79.5 79.9 80.8 81.5 81.1 80.8 79.7 
Temperatura mínima (°F) 72.3 72.5 72.7 73.2 73.2 72.5 72.1 72.3 72.1 71.2 71.6 72.3 
Temperatura máxima 
(°F) 
84.7 83.8 85.3 85.1 85.8 86.5 87.8 89.4 90.9 91.2 90.0 87.3 
Chuva (mm) 461 515 426 479 498 288 149 75 31 31 76 293 
Fonte: Climate-data.org 
Existe uma diferença de 484 mm entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais 
chuvoso. As temperaturas médias, durante o ano, variam 1.9 °C. 
Vegetação: 
A vegetação natural do Amapá, em seu conjunto, tem ao menos duas características notáveis. 
Em primeiro lugar, destaca-se o baixo grau de alterações antrópicas em quase todas as 
formações. A única exceção são os cerrados, principalmente em torno de Macapá, que 
sofreram um elevado nível de modificação em função de atividades humanas no passado e 
ainda comuns no presente (como fogo, transformação em pastagens, reflorestamentos e 
extração de madeira). No entanto, muitos campos cerrados mais afastados de Macapá ainda 
parecem conservar quase integralmente as condições florísticas e fitofisionômicas primitivas. 
Quanto aos campos inundados, ainda relativamente bem preservados, existe a preocupação 
com os efeitos ambientais da pecuária bubalina, em função do regime de criação extensiva, de 
sua resistência e do grande crescimento que os rebanhos demonstraram nos últimos anos. Os 
manguezais do Amapá são, aliás, considerados os mais preservados de todo o litoral brasileiro. 
Florestas nativas pouco ou muito pouco alteradas são a regra comum no Estado. 
 
 
Vegetação Amapá 
O caráter relativamente remoto do Amapá, aliado a uma população pequena e concentrada, 
contribuiu para esse notável grau de preservação da integridade ecológica de grandes 
extensões das comunidades vegetacionais nativas. Quando se realizou o Zoneamento 
Ecológico e Econômico do Amapá, que começou em meados da década de 1990, a 
interpretação das imagens de satélite (por meio de técnicas de sensoriamento remoto) 
revelou que o total de florestas nativas perdidas do Amapá, desde a década de 1970, fora 
pouco acima de 1%. O grupo executor do Zoneamento descobriu que toda a vegetação nativa 
do Amapá, e não apenas as suas florestas, foi a menos alterada entre todos os Estados 
amazônicos. 
Um segundo aspecto notável da vegetação nativa do Amapá é que o seu alto grau de 
diversidade está distribuído em áreas relativamente próximas entre si. Em muitos lugares, uma 
linha reta imaginária traçada da costa atlântica para o interior, de leste para oeste, em poucas 
dezenas de quilômetros atravessa manguezais, restingas, campos inundados, cerrados, 
florestas ciliares e florestas de palmeiras, até chegar às primeiras formações mais densas de 
florestas. Como a distância é sempre uma variável importante em quaisquer 
empreendimentos na Amazônia, em virtude das dificuldades logísticas inerentes aos 
deslocamentos na região, essa combinação de variedade ecológica com proximidade, faz do 
Amapá um local ideal para programas de pesquisas em biologia e ecologia, especialmente 
sobre diversidade genética, biológica e ecossistêmica. É, também, um facilitador de atividades 
https://2.bp.blogspot.com/-ulouaaooSKI/WFCtQk2fKGI/AAAAAAAAB6c/LB8OlDo060YwLKS6HgghnKGoM_wlAibQwCLcB/s1600/7.jpg
de turismo ecológico e projetos de educação ambiental. O Amapá é um verdadeiro 
laboratório. 
A cobertura florística nativa do Amapá apresenta uma forte correlação com as duas zonas 
morfológicas em que o Estado é dividido. Existem pelo menos seis grandes tipologias de 
vegetação (ou comunidades vegetacionais) a serem destacadas: florestas tropicais úmidas 
latifoliadas de folhagem permanente; cerrados (ou campos naturais, ou campos cerrados); 
manguezais; restingas costeiras; lagoas e alagados de água doce ou salgada, (ou “campos 
inundados”, ou “campos de várzea”); e as florestas de palmeiras. 
Para quem viaja ao norte de Macapá pela BR-156, que atravessa a Planície Costeira, a 
paisagem se apresenta como uma combinação de cerrados, entremeados em suas partes mais 
baixas por matas ciliares densas, florestas de palmeiras e freqüentes “ilhas” de florestas 
densas (geralmente localizadas em meandros fluviais abandonados). Para o leste, mais longe 
da estrada, ou então mais ao norte, nos arredores da cidade de Amapá, os cerrados fazem 
contato com os campos inundados, que, por sua vez, são substituídos pelas restingas e pelos 
manguezais. Essas duas tipologias litorâneas, no entanto, não podem ser avistadas por quem 
viaja pela rodovia. Seu acesso somente é possível por estradas secundárias em sentido leste 
(algumas das quais particulares), ou seguindo os rios até o litoral. A região, cortada pelos 
últimos 150 km da BR-156, antes de chegar à cidade de Oiapoque, é dominada por contínuas 
florestas de terra firme, situadas em pontos mais altos. A mesma tipologia ocupa os terrenos 
situados às margens da BR-210, trecho inacabado da chamada “Perimetral Norte”, e do último 
trecho da linha férrea Santana-Serra do Navio, o que pode ser apreciado por quem viaja por 
elas. 
As florestas do Amapá se subdividem em pelo menos cinco categorias básicas, de acordo com 
a sua localização: montanas, sub-montanas, ciliares (ou aluviais), de terras baixas não-
inundáveis e as de terras baixas inundáveis. As diferentes classes de florestas têm estruturas e 
floras variadas. No entanto, são insuficientemente estudadas, sendo que os poucos inventários 
realizados até o presente momento são, em geral, baseados em amostras relativamente 
pequenas. No seu conjunto, os cinco tipos de florestas cobrem cerca de 80% do Amapá, a 
oeste, norte, centro, centro-sul e partes do leste, compondo, assim, a vegetação dominante do 
Estado. 
Os cerrados (ou savanas) do Amapá subdividem-se em dois tipos: “parque” (com numerosos 
arbustos e árvores baixas) e “abertos” (com menor incidência de arbustos e árvores baixas). Os 
dois tipos têm um estrato herbáceo permanente. Esses cerrados ocorrem nas seções bem 
drenadas da Planície Costeira, longe do mar. Cobrem apenas cerca de 6% da área do Estado e 
têm sido usados historicamente para os mesmos fins dados aos cerrados mais secos (e muito 
mais extensos) do Brasil central: pastagens naturais para bovinos, agricultura de pequena 
escala e exploração florestal. Eles são a formação vegetal de maior impacto e exploração do 
Estado, em função da pecuária, dos extensos reflorestamentos com árvores exóticas (pinus e 
eucalipto), da coleta de madeira para queima e de outras pressões oriundas da “Grande 
Macapá” e de várias cidades menores situadas na Planície Costeira. 
Os manguezais e as restingas localizadas junto ao litoral atlântico e à foz do rio Amazonas. 
Juntos, eles cobrem cerca de 11% do Amapá. Os manguezais marinhos se instalam em 
depressões e lamaçais litorâneos saturados por sais, sujeitos à influência das marés. Formam 
comunidades densas, de folhagem permanente, de plantas lenhosas, gramíneas e herbáceas 
especializadas, resistentes à salinidade do solo. As restingas são comunidades compostas 
principalmente por gramas e ervas (por vezes contendo árvores e arbustos de pequeno porte), 
localizadas em terrenos litorâneos um pouco mais elevados (como dunas), bem drenados, em 
geral arenosos, menos saturados por sais e fora do alcance das marés. Ao longo do tempo, as 
restingas tendem a substituir os manguezais, à medida que novos depósitos marinhos e 
fluviomarinhos ampliam os terrenos não recobertos regularmente por marés. 
As restingas e os manguezais formam duas comunidades vizinhas, por vezes denominadas 
“formações pioneiras”, As florestas de palmeiras são formações associadas aos terrenos 
influenciados por água doce, seja ao longo dos meandros dos rios ou nos terrenos planos e 
alagadosda Planície Costeira. Diversas espécies de palmeiras (como açaizeiro e buritizeiro) 
adaptam-se à água doce parada ou em lento movimento, a qual forma bosques relativamente 
densos que conseguem nascer e prosperar mesmo em águas com até 50 cm de profundidade. 
Ainda não há estimativas quanto ao percentual de área ocupado por este tipo de floresta, mas 
é possível afirmar que sua representatividade é pequena, apesar de sua marcante expressão 
fisionômica na paisagem. 
Os campos inundados (ou “campos de várzea”) formam uma área relativamente extensa 
(cobrem cerca de 8% da área do Estado) marcada por um complexo labirinto de lagos de água 
doce e salobra, por vezes interligados por meio de canais e furos. A flora é composta 
principalmente por gramas e ervas, mas existem também ilhas de florestas densas, florestas de 
palmeiras e até de manchas de cerrados (em terrenos mais drenados). 
Diferentes pontos do Estado são ocupados por sistemas de transição, marcados pela zona de 
contato entre tipos distintos de vegetação. Exemplos desse tipo de situação podem ser 
observados quando as florestas densas dos terrenos mais elevados se estendem até as 
altitudes mais baixas da Planície Costeira, o que faz contato com o cerrado ou quando estes 
margeiam os campos inundados e as restingas. Dependendo dos fatores do meio (chuvas, 
inundações, fogo), estes sistemas podem se apresentar instáveis, quando se justifica a 
designação de “Área de Tensão Ecológica”. Nesta condição, verifica-se normalmente o avanço 
de um tipo vegetacional em detrimento do outro. Essas áreas cobrem cerca de 3% da área do 
Estado. 
Resumindo: 
Formações florestais 
a) Floresta Densa de Terra Firme: Ocupa aproximadamente 70% do espaço 
amapaense, concentra-se na porção Oeste do Estado. É o tipo de vegetação mais expressivo 
do Estado. Destaca-se pela sua alta biodiversidade. 
Ainda não apresenta um quadro crítico de devastação, tendo em vista a abrangência territorial 
desse ecossistema. 
As espécies que se destacam são: angelim, acapu, sucupira, castanha do Brasil, sapucaia, 
matamatás, breus, louros, copaíba, cipó titica, etc... 
 
b) Floresta de Várzea: 
Configuram um ambiente primário florestal, de alto porte em plantas trepadeiras e epífitas. 
É o segundo maior ambiente florestado do Estado. O estrato emergente é formado por árvores 
de 30 a 35m de altura. 
Ex. o Açaí, Bacaba, andiroba, buriti, Ucuúba ou Virola, seringueira, ubuçu, arumã, etc... 
Economicamente é pressionada pela extração seletiva de madeiras, de palmitos e de outros 
elementos típicos. Representa cerca de 4,8% do Estado, compreende o canal do Norte do Rio 
Amazonas e áreas dos principais rios da região sujeitas à inundações por ocasião do 
movimento das marés. 
c) Mata de Igapó: 
São representados por áreas disjuntas, de difícil precisão de seus limites e dimensões, com 
grandes limitações naturais em termos de uso e ocupação, e por conseqüência, não 
ressentindo, até o momento de grandes pressões. Caracteriza-se pelo regime de alagamento 
permanente ou pelo menos com alto grau de encharcamento do solo durante a maior parte do 
ano. 
Manguezal: 
Ocupa parte do litoral do Estado. Vegetação pneumatófila (raízes aéreas), Solos halófilos (com 
influência salina). Ocorre na Costa amapaense de influência salgada (devido ao Oceano 
Atlântico). Espécies típicas: mangal, tintal, siriubal,etc... 
A catação indiscriminada do caranguejo gera problema ambiental. 
É um dos ecossistemas mais ativos, pois participa intensamente no aumento da produtividade 
primária dos mares e estuários, constituindo berçário de espécies marinhas, crustáceos, 
peixes, aves, dentre outros. 
Cerrado: 
É um ambiente não amazônico. Sua presença nesta região é consequência de drásticas 
alterações climáticas que marcaram a história. Sua vegetação é do tipo savanítica (cobertura 
vegetal aberta), Vegetação esparsa, estrato herbáceo-arbustivo. 
Presença de capões (porção de mata isolado no meio dos campos). Características 
morfológicas: raízes profundas, troncos retorcidos com casca grossa e solos ácidos. 
Árvores típicas: Sucuuba, barbatimão, Murici-vermelho, caimbé, Caju, Murici-branco, etc... 
Ocupa 6,0% do estado em uma faixa norte-sul. 
Algumas críticas vêm sendo levantadas contra o projeto CHAMPION (CHAMFLORA)instalado 
neste ecossistema, principalmente quanto à utilização de agrotóxicos no manejo da vegetação 
de pinnus e eucaliptos (vegetação exótica) em substituição à vegetação original e conseqüente 
contaminação dos mananciais, lagos e igarapés. 
 
Campo de várzea (ou inundáveis): Ambiente influenciado pelo regime pluvial sazonal, e de 
marés cíclicas. Os campos de Várzea são influenciados pelas águas das chuvas e pelo regime de 
marés. 
Áreas deprimidas, interligadas por uma intensa rede de canais com inúmeros pequenos lagos 
temporários ou permanentes. 
Ocorre com maior intensidade na região que vai do Rio Araguari até o Cabo Orange, no 
Oiapoque. 
Hidrografia: 
 
 
Bacias Hidrográficas do Amapá 
O Estado possui uma rica e vasta rede hidrográfica com concentração de lagos ao norte do Rio 
Araguari, (região de lagos - com cerca de 300 Km²). 
O estado possui uma rica rede fluvial, com rios caudalosos e perenes, sendo grande parte 
deles constituintes da Bacia Hidrográfica Amazônica, e outros, como é o caso do rio Oiapoque, 
formando bacias secundárias conhecidas como bacias do Norte ou do Amapá. 
As bacias hidrográficas dos rios Araguari, Oiapoque e Jari, são as maiores do estado. 
https://1.bp.blogspot.com/-DNDICM_BUBQ/WFCs8pEDmzI/AAAAAAAAB6Y/2KI5VOfJQh4UuvuUa5sdz8dcqmtVwo8JACLcB/s1600/6.gif
Nos últimos anos o potencial hidrelétrico das bacias amapaenses tem sido explorado com a 
construção de usinas hidrelétricas, duas construídas no rio Araguari (Cachoeira Caldeirão e 
Ferreira Gomes, que junto com a usina de Coaraci Nunes formam o conjunto de usinas 
hidrelétricas do Araguari), e uma no rio Jari, a usina de Santo Antônio. 
Os lagos têm sua origem em antigas depressões limitadas por barreiras, que foram se 
formando pela deposição de sedimentos que estancaram a água. 
À medida que a sedimentação continua, esses lagos deverão tornar-se, mesmo que muito 
lentamente, cada vez mais rasos. 
O grande problema da região dos lagos é a degradação (rebanho bubalino) compactação dos 
solos, pisoteamento do gado, a salinização das águas dos lagos, a erosão dos solos, a 
devastação de trechos para abertura de pastos, dentre outros. 
 
Pororoca: 
Consiste num fenômeno peculiar do Estado. Ocorre quando há o encontro das forças 
contrárias da maré do Oceano Atlântico, proveniente da Corrente do Golfo que vem das 
regiões caribenhas, e o fluxo das águas doces dos Rios do Estado por ocasião das luas cheias. 
O fenômeno natural é um dos espetáculos mais edificantes da natureza que conjuga beleza e 
força, no encontro das águas do mar com as águas do Rio. Etimologicamente, a pororoca 
significa “grande onda” na língua indígena; há outra vertente que explica que o termo é 
oriundo de um termo indígena onomatopéico “poroc-poroc”, referência ao barulho da força 
das ondas. É uma onda que ocorre em épocas de grande marés oceânicas. Tais ondas de águas 
doce, formam-se em rios e baias pouco profundas, onde existe uma grande variação entre a 
maré alta e maré baixa, com maior propensão da massa líquida dos oceanos, força que na 
Amazônia é sentida, calculadamente, há cerca de mil quilômetros. 
Infelizmente, o fenômeno da pororoca vem sendo prejudicado pela redução do volume de 
água do leito dos rios, provocado dentre outros fatores, pela abertura de canais em 
propriedades rurais, em alguns casos os canais são mais largos que o leito do rio; pela 
construção de grandes hidrelétricas, e o consequente represamento das águas; além das 
mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global. 
População: 
A maior parte da população habita na fachada oriental (leste). 
A populaçãodo Amapá, apesar de ainda ser a segunda menor entre todos os Estados 
brasileiros (2007), vem crescendo de forma rápida. O Amapá vem registrando as maiores 
médias anuais de crescimento populacional, comparado a todos os outros Estados do país 
(5,77% entre 1991 e 2000 e 3,17% entre 2000 e 2007). O Estado é também o que mais vem 
crescendo em concentração urbana na Amazônia Legal, atingindo em 2007 uma taxa de 90%. 
Isso se associa a uma distribuição espacial desequilibrada da população, com 76,2% dos 
habitantes residindo em apenas dois municípios, fortemente urbanizados, Macapá e Santana. 
Com exceção desses dois municípios, a densidade populacional continua muito baixa, 
chegando a apenas 4,11 habitantes/km2 em 2007 para a totalidade do Estado, e ficando em 
menos de 2 habitantes/Km2 em seis dos 16 municípios. 
Suas cidades mais populosas são Macapá, Santana e Laranjal do Jari (mais de 70% de todo a 
população). 
O Amapá é o Estado Brasileiro que mais recebe imigrantes, a maioria vindo do Pará (Marajó), 
Maranhão, e outros estados do Nordeste. 
Principais atrativos econômicos para a migração: Criação da ALCMS, Implantação do estado do 
Amapá, comércio e extrativismo mineral (implantação de grandes projetos de exploração 
mineral). 
Consequências do excessivo crescimento populacional: urbanização anômala, expansão 
horizontal acelerada da cidade, crescimento das atividades informais, aumento do 
desemprego, problemas relacionados à moradia, saúde, educação, violência urbana, ocupação 
descontrolada das área de ressacas, etc. 
O Amapá é o penúltimo estado em número populacional do país, com 766.679 habitantes, 
segundo uma estimativa divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). O estado fica à frente somente de Roraima, com cerca de 505 mil 
habitantes. A capital Macapá é a cidade mais populosa do estado, com mais de 456 mil 
moradores. Os dados são referentes a 1º de julho de 2015, a partir de uma pesquisa feita 
anualmente. 
O levantamento do IBGE foi publicado nesta sexta-feira (28), no Diário Oficial da União. Em 
todo o país, a estimativa aponta que o Brasil tenha 204.450.649 habitantes. Em 2014, o 
instituto havia estimado a população em 202 milhões no país, e 750.912 no estado. 
Macapá é o município mais populoso do estado, com 456.171 habitantes; seguido de Santana, 
com 112.218. Pracuúba é onde vivem menos pessoas, com 4.531 habitantes, de acordo com a 
estimativa. 
A projeção das populações é feita anualmente a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) 
e serve de base para o repasse de recursos do orçamento aos municípios. 
Confira a população por município do Amapá, segundo o IBGE: 
1º - Macapá - 456.171 
2º - Santana - 112.218 
3º - Laranjal do Jari - 45.712 
4º - Oiapoque - 24.263 
5º - Porto Grande - 19.669 
6º - Mazagão - 19.571 
7º - Tartarugalzinho - 15.212 
8º - Vitória do Jari - 14.364 
9º - Pedra Branca do Amapari - 13.988 
10º - Calçoene - 10.163 
http://g1.globo.com/tudo-sobre/amapa
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/macapa.html
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/brasil-tem-204-milhoes-de-habitantes-segundo-o-ibge.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/santana-ap.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/pracuuba.html
http://g1.globo.com/tudo-sobre/amapa
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/laranjal-do-jari.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/oiapoque.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/porto-grande.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/mazagao.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/tartarugalzinho.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/vitoria-do-jari.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/pedra-branca-do-amapari.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/calcoene.html
11º - Amapá - 8.622 
12º - Ferreira Gomes - 6.901 
13º - Cutias - 5.407 
14º - Itaubal - 4.949 
15º - Serra do Navio - 4.938 
16º - Pracuúba - 4.531 
Aspectos Econômcos do Amapá 
A IMPLANTAÇÃO DA ALCMS 
 A implantação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana pelo Governo Federal em 
1991, constituiu o principal elemento de uma nova dinâmica 
 é juridicamente controlada pela SUFRAMA possui suspensão de impostos de Importação e dos 
Impostos sobre Produtos Industrializados, e sobre as mercadorias estrangeiras que nela 
entram. 
fomentou um crescimento populacional acelerado do Amapá, atraindo migrantes 
principalmente das ilhas do Pará, Maranhão e de outros Estrados do Nordeste 
 Acelerou o processo desorganizado de urbanização 
MODERNIZAÇÃO E CRESCIMENTO: ALGUNS “GRANDES PROJETOS PÚBLICOS E 
PARTICULARES” 
 A descoberta do manganês no Amapá remonta a 1934, quando o Engenheiro Josalfredo 
Borges , a serviço do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, assinalou 
ocorrência de minério de manganês no vale do Rio Amapari. 
 Com esse objetivo, o Governo do Amapá abriu concorrência internacional que atraiu vários 
grupos, inclusive estrangeiros, sendo declarada vencedora a Indústria e Comércio de Minério 
do Amapá-ICOMI, empresa brasileira sediada em Belo Horizonte –MG. 
 celebrou-se o contrato em 06/06/50, que no entanto só foi editado em 09/04/1953(após 
aprovação do tribunal de Contas da união e ratificação pelo Congresso nacional), 
estabelecendo-se a vigência de 50 anos a contar de 02/05/1953 
ICOMI 
 ICOMI se associou, em 1949, à empresa americana Bethlehem Steel Corporation, mas 
atendendo às exigências estabelecidas no contrato de concessão, a companhia brasileira 
manteve o controle acionário do empreendimento. Em 1954 começaram a ser construídos as 
instalações industriais, a ferrovia e o embarcadouro localizado em Santana na foz do Rio 
Matapi. No ano seguinte iniciaram-se os trabalhos de urbanização e saneamento e a 
construção de duas vilas residenciais destinadas aos empregados da ICOMI: uma em Serra do 
Navio (subdividida em Vila Primária- onde residiriam os operários -; Vila Intermediária - 
gerentes e chefes imediatos; e staff- altos dirigentes e coordenadores) e outra em Santana(Vila 
Amazonas, organizada de modo semelhante), em projetos concebidos pelo arquiteto Oswaldo 
Arthur Bratke. 
 A Estrada de Ferro do Amapá cuja construção foi iniciada em março de 1954 e concluída em 
fins de setembro de 1956, serviu de escoamento (transporte) da produção de minério de 
manganês das jazidas de Serra do Navio ao Porto de Santana, situado à montante da cidade de 
Macapá, na margem esquerda do canal norte do Rio Amazonas O primeiro embarque de 
minério ocorreu em 10 de janeiro de 1957 Quando se percebeu que o minério de alto teor 
começava a diminuir rapidamente em função do voraz ritmo de exploração, novos projetos 
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/ferreira-gomes.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/cutias.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/itaubal.html
adicionais foram realizados buscando o aproveitamento maior de minérios de baixo teor de 
manganês tais como: 
I - USINA DE PELOTIZAÇÃO - Este projeto permitiu a recuperação de minério de granulometria 
mais finos, não aceitáveis pelo mercado, mas que aglomerados, permitiram o aproveitamento 
deste finos de manganês, que até a implantação deste projeto, eram considerados como 
rejeitos; 
CAEMI 
O GRUPO CAEMI: do Quadrilátero Ferrífero ao Manganês do Amapá A Caemi (Cia Auxiliar de 
Empresas de mineração) 
O Governo federal criou o Território Federal do Amapá , em 1943, e em seguida autorizou a 
concessão da exploração do manganês na Serra do Navio, a partir de 1956, à Industria 
Comércio de Minérios S.A- ICOMI, associação do Grupo CAEMI (Companhia de Assistência a 
Empresas de Mineração) pertencente à Augusto Trajano Antunes,e da Bethlehem Steel (USA) 
 
AMCEL 
Criada em 1974 a AMCEL(Amapá Florestal e Celulose S/A), esteve voltada à produção de 
celulose, e localizava-se no Município de Porto Grande. 
Esta empresa foi vendida pelo Grupo CAEMI à CHAMPION Papel e Celulose em 1996 
A Companhia Docas do Pará arrendou no início de 1992, paraa AMCEL - Amapá Florestal e 
Celulose S/A, 6,3ha no porto, para a instalação de uma indústria que produz cavacos, matéria 
prima da celulose, que atualmente representa 90% do volume das cargas movimentadas pelo 
Porto de Santana 
 
CODEPA 
(Companhia de Dendê do Amapá) criada em 1981.Esta empresa foi vendida ao grupo paraense 
COPALMA que explora o setor de óleos de dendê. Com área plantada de 5.000 ha 
CADAM 
Em meados de 1991 a CAEMI adquiriu o controle da Caulim da Amazônia S.A., hoje 
denominada CADAM S.A., produtora e exportadora de caulim para revestimento de papéis. 
Localizada no Estado do Pará, mas com suas minas localizadas no Amapá, a CADAM havia 
iniciou suas atividades em 1971. 
A CADAM já pertenceu ao Grupo Mitsui e atualmente pertence à Cia Vale do Rio Doce; explora 
o Caulim (rocha sedimentar orgânica) que é um tipo especial de argila e que pode ser utilizado 
em diversos produtos, entre eles, na indústria farmacêutica, de tintas, e no revestimento do 
papel A exploração é feita no Município de Laranjal do Jari no Morro de Felipe no Amapá, e 
escoada por um mineroduto até o Porto de Munguba, em Monte Dourado; Almerim-PA 
 
JARI FLORESTAL 
Em 1967, a então Jari Indústria e Comercio S/A, como era denominada, foi vendida a um 
magnata norte-americano Daniel Keith Ludwig. A população de Monte Dourado, passou de 
3.000 para 50.000. Outra realidade danosa foi a favela que se formou no entorno do projeto: a 
Vila de Beiradão (hoje transformada no Município de Laranjal do Jarí, considerada uma das 
maiores favelas de palafitas do Brasil), contrastando com a vila de Monte dourado do outro 
lado do Rio Jari, que foi toda planejada, com toda infra-estrutura necessária Implantado no 
Amapá, às margens do Rio Jarí, o projeto cobre uma área de 1,2 milhão de hectares. 
O projeto Jari tinha como objetivo inicial produzir a rizicultura (arroz), bubalinocultura 
(búfalos), suinocultura (porcos) e celulose, no entanto só este último vigorou com eficiência 
uma fábrica de celulose foi projetada para funcionamento em 1978, sendo encomendada e 
construída pelos estaleiros Ishikawagima, na cidade de Kure no Japão, sobre duas plataformas 
flutuantes, que foram rebocadas desde o Japão até Munguba no rio Jarí. Para produzir a 
matéria-prima(a celulose) para a fábrica de papel, foram plantados milhares de árvores 
chamadas de gmelina. Depois de alguns anos concluiu-se que essa planta não se desenvolvia 
satisfatoriamente em clima e solo amazônico, A Estrada de Ferro Jari foi construída para 
transportar a madeira cultivada das áreas plantadas para a fabrica de celulose e também 
madeira nativa de segunda qualidade resultante das áreas desmatadas para implantação da 
floresta cultivada, necessária para a alimentação da usina termoelétrica que gera toda a 
energia do projeto. Dos 220 km projetados inicialmente foram construídos apenas 68 km 
Após 1981, o empresário, desgostoso com várias questões, resolveu suspender o fluxo de 
capital que havia mantido durante tantos anos, e o governo brasileiro, decidiu então convocar 
um grupo de 23 empresas brasileiras para assumir o controle do projeto. 
Augusto Antunes atuou como mediador entre Ludwig e o consórcio brasileiro, tendo 
conseguido resolver o impasse de maneira razoável para todos, o que resultou na tomada de 
posse do empreendimento pelo grupo brasileiro e a constituição, em 22 de janeiro de 1982, da 
empresa Companhia do Jari, que assumiu o controle total do empreendimento inclusive suas 
dívidas em Ienes, relativa ao financiamento das plataformas no Japão. 
No ano de 1996 o balanço financeiro do Grupo Jari apresentou um défict de 60 milhões de 
dólares, o que representou 2/3 dos custos de produção naquele ano, e em razão disso alguns 
anos depois, teve sua administração repassada à outro grupo. Hoje é administrada por um 
grupo paulista (grupo Orsa). Após a compra do projeto em 28 de fevereiro de 2000 
O grupo Caemi, principal empresa privada que assumiu então 40% das ações do Jari, transferiu 
sua parte para o grupo Orsa. 
OUTROS PROJETOS MAIS RECENTES 
Hidrovia do Rio Marajó 
Objetivo: consiste basicamente na Implantação de uma via navegável que cruze a ilha de 
Marajó, da baía do Marajó ao braço sul do rio Amazonas, propiciando uma ligação mais direta 
entre Belém e Macapá 
Vai reduzir o percurso e o tempo entre o Amapá e o Pará, em até 1/3 do atual percurso fluvial 
Via: ligação dos rios Atuá e Anajás: canal artificial com 31,42km, da margem esquerda do rio 
Anajás à margem esquerda do rio Atua 
O Projeto Itajobi (Amapari) 
É uma subsidiária da multinacional Anglogold (uma das maiores mineradoras de ouro do 
mundo). 
Objetivo: é extrair do Amapá 4,5 ton. de ouro por ano 
Localização: Município de Pedra Branca do Amapari 
O projeto pretende explorar o ouro por sete anos, numa área de 800 hectares 
investimento total da ordem dos 60 milhões de dólares 
Preocupações: A primeira preocupação tem a ver com o cumprimento de todas as exigências 
técnicas e legais em relação ao empreendimento. A outra tem a ver com os reflexos trazidos 
para a sociedade nas demais áreas. 
Principal crítica: como será o manejo e utilização de “cianeto” para purificação do ouro 
 
A Transguianense: 
permitirá ligar Macapá à Manaus e Caracas, passando por Caiena, Paramaribo, Georgetown e 
Boa Vista. 
Dos 590 km que separam Macapá de Oiapoque, somente 157 km estão asfaltados. 
A travessia do rio Oiapoque para a cidade francesa Saint Georges (ponte de aproximadamente 
310 m) 
Esta é uma das estratégias que poderá tirar o Amapá do isolacionismo geográfico 
Mineração Pedra Branca do Amapari (MPBA): 
Localizada no Município de Pedra Branca do Amapari, a 15 Km de Serra do Navio, 
cerca de 2,5 milhões de toneladas de ouro ao ano, com reservas 
vida útil de 13 anos , 
com possibilidade de extensão , caso novas reservas sejam localizadas. 
O total de empregos diretos e indiretos deve chegar a cerca de 1.100, 
cerca de 1,3 milhões de arrecadação em impostos por ano, mais de 25 milhões em royalties 
para o Município. 
MMX AMAPÁ: O Sistema MMX Amapá compreende a Mina Amapá e a Estrada de Ferro do 
Amapá. O projeto também prevê a construção de uma planta de ferro gusa, uma unidade de 
produtos semi-acabados e um terminal portuário no município de Santana (Terminal Portuário 
de Santana). 
A Mina Amapá tem potencial para produzir até 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro 
por ano. O início das operações inicou-se no segundo semestre de 2007. A estimativa para a 
produção de ferro gusa é de 2 milhões de toneladas anuais, a partir de abril de 2008. Desse 
total, 500 mil toneladas serão destinadas à produção de semi-acabados e o restante (1,5 
milhão de toneladas) à exportação. O terminal portuário deverá entrar em operação em 
dezembro de 2007 e permitirá o armazenamento de até 500 mil toneladas de minério de ferro 
e a operação de navios do tipo Cape Size (capacidade igual ou superior a 80 mil toneladas). 
Com uma jazida de minério de ferro de padrão “world class” - com mais de 400 milhões de 
toneladas -, o Sistema possui localização privilegiada para exportação, devido a sua 
proximidade aos mercados europeu e norte-americano. A implantação do projeto provocou 
uma forte imigração para a área, sendo os Municípios de Serra do navio e Pedras Branca do 
Amapari os mais atingidos. 
Ponte Binacional Amapá x Guiana Francesa 
A Ponte Binacional sobre o Rio Oiapoque, entre o Amapá e a Guiana Francesa, será aberta 
provisoriamente em janeiro de 2017. A nova agenda foi definida durante a X Reunião da 
Comissão Mista de Cooperação Transfronteiriça França-Brasil, que teve início na terça-feira, 6 
de dezembro, em Caiena, capital da Guiana Francesa. 
A abertura provisória será limitada a carros de passeio e à população da região de fronteira 
compreendida entre o município de Oiapoque, no lado brasileiro, e a cidade de St. Georges de 
l’Oyapock, na Guiana Francesa. A decisãoestá inserida no marco de acordo de circulação 
transfronteiriça. Transportes de cargas e passageiros em linhas internacionais ainda ficarão 
restritos na abertura provisória. 
Durante o encontro também ficou decidido que ocorrerá um dia de simulações da abertura 
provisória da ponte, no dia 16 de janeiro, das 8h às 17h. Na ocasião, serão testados todos os 
dispositivos já concluídos da obra, em ambos os lados. 
Após esse dia de testes, o local deverá ser fechado por alguns dias novamente para possíveis 
ajustes, e terá a abertura provisória prevista para a última semana de janeiro. 
Atualmente, está sendo construído o pátio aduaneiro no lado brasileiro. A construção da 
estrutura é uma das condicionantes para a abertura oficial da ponte, obra que foi finalizada em 
2011. Após essa etapa serão iniciadas as atividades da Receita e Polícia Federal. 
“A obra está em perfeito andamento e, ao longo do próximo semestre, deverá ser concluída. 
No entanto, não há impedimento para que as regiões, governos e embaixadas fechem aqui 
uma estratégia para abertura provisória. Os prazos foram repactuados e as tratativas serão 
feitas com todos os órgãos regionais”, disse o governador Waldez Góes, que lidera a comitiva 
oficial do Amapá, na Reunião da Comissão Mista, em Caiena. 
Segundo o diretor do Departamento de Europa do Itamaraty, o ministro Carlos Perez, a 
abertura provisória tem a finalidade de oferecer oportunidade para que as autoridades de 
ambos os governos ajustem procedimentos de operação conjunta com a ponte, permitindo os 
acertos para abertura plena, posteriormente, para trafego comercial. 
“A ideia é beneficiar, nesse primeiro momento, a população dos municípios vizinhos e, 
paralelamente, a comissão mista continua tratando dos aspectos comercias”, ressaltou. 
As lideranças políticas da Guiana Francesa compactuaram com o novo calendário. Para o 
prefeito da Guiana, Martin Jaeger, a relação da cooperação é um meio de desenvolvimento 
das duas regiões. “Estamos convictos da liberação da ponte para trafego de veículos de 
passeios, realizando uma simulação de abertura, que permitirá um exercício conjunto dos 
países”, destacou. 
Comissão Mista 
A Reunião da Comissão Mista de Cooperação Transfronteiriça França-Brasil, prossegue nesta 
quarta-feira, dia 7, que acontece em Caiena, capital da Guiana Francesa. O encontro visa 
facilitar o intercâmbio entre os países, em uma série de discussões internacionais de 
desenvolvimento socioeconômico. Ainda serão debatidos temas como segurança e defesa, 
cooperação policial e judiciária, luta contra a pesca ilegal, segurança civil, desenvolvimento do 
comércio e atrativos regionais, educação, saúde, agricultura, meio ambiente, cultura e 
pesquisa e inovação. 
Além do governador Waldez Góes, integram a comitiva amapaense secretários e servidores 
Estado, representantes da Federação do Comércio do Estado do Amapá (Fecomércio), 
Sebrae/Amapá, Universidade Estadual do Amapá (Ueap) e Universidade Federal do Amapá 
(Unifap). 
 
 
Aspectos Econômicos: 
Por: Elder de Abreu 
Estudo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios amapaenses apontou que Estado 
iniciou um processo de descentralização da sua economia. A pesquisa foi concluída 
recentemente pela Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Tesouro (Seplan), em 
parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como sempre, os números 
consolidados correspondem aos dois anos anteriores, ou seja, ao ano de 2013. 
A maior participação dos municípios no PIB estadual continua sendo de Macapá, mas este 
percentual reduziu de 66,4%, em 2010, para 64,6%. Em segundo lugar, vem Santana, segunda 
maior cidade do Estado, com participação de 14,4%, seguida de Laranjal do Jari com 4,2%, 
Pedra Branca com 2,8%, Oiapoque com 2,3%, e Porto Grande com 2,1%. Já os cinco menores 
participantes no PIB do Estado são Itaubal, Pracuúba, Cutias do Araguari, Serra do Navio e 
Amapá, que somam 2,9%. 
 A economista Regina Célis, que coordena a equipe técnica da Seplan responsável pelo estudo, 
observa que até 2010 havia uma grande concentração na capital. A partir de então, a 
economia do Estado passa ser melhor distribuída, ou regionalizada, segunda a economista, 
porque novos polos econômicos começaram a surgir. 
 Neste contexto, ajudaram a descentralizar o PIB, as atividades de econômicas geradas a partir 
da produção de energia em Ferreira Gomes, com a Usina Hidrelétrica, e a exploração mineral 
em Pedra Branca do Amapari. Também tem relevância o aumento da produção agrícola dos 
municípios de Porto Grande, Itaubal e Tartarugalzinho. 
 Segundo Regina Célis, o estudo é um retrato dos municípios e, por consequência, da atividade 
econômica do Estado. Ela diz que a pesquisa vai ajudar a nortear políticas públicas para cada 
vez mais desconcentrar a economia e equilibrá-la. Segundo a economista, o Plano Pluri Anual 
(PPA) 2016/2019 foi traçado a partir de alguns dados consolidados do estudo, mesmo quando 
estava em andamento. “O governo teve a preocupação de olhar o potencial de cada município 
focado dentro da sua economia”, afirma. 
 A economista exemplificou com o indicador Renda Per Capita, que mostra a concentração de 
renda anual por morador de cada município. “Temos dois municípios com indústrias fortes, 
que são Pedra Branca, por causa da atividade mineral, com R$ 27,7 mil, e Ferreira Gomes, com 
renda per capita de R$ 26,7 mil, com a indústria de energia elétrica. Mas percebemos uma 
concentração de renda aí, além do desequilíbrio nos indicadores sociais. Então, o Estado já 
sabe que é preciso ter, nesses dois municípios, um setor industrial mais agregativo”. 
 PIB Estadual 
O PIB é o indicador que quantificada as riquezas produzidas, levando em consideração os três 
segmentos econômicos: setor produtivo, indústria, e comércio e serviços. É um indicador que 
leva em consideração aspectos mais econômicos que sociais. No ano de 2013, o indicador 
apontou que o Amapá produziu R$ 12,76 bilhões. Porém quando analisados os setores 
econômicos é que se pode perceber o grande desafio da economia local, que é o desequilíbrio 
entre eles: o setor produtivo representa 2,2% do PIB do Estado, enquanto que a indústria 
contribui com 13,2%, e segmento de Serviços e Comércio com 84,6%. 
 A folha do Estado, que está englobada no terceiro setor, ainda representa 44,3% do PIB, mas 
este percentual representa uma queda de 3,7% em relação à 2010, ano anterior da pesquisa. O 
crescimento de dois mercados, o imobiliário e o da indústria de transformação, foram 
responsáveis pela baixa. O setor primário, onde está a produção de alimentos do Amapá, foi o 
que mais caiu. Até 2009 contribuía com aproximadamente 4%. 
 Segundo a pesquisa, por segmento, os municípios que mais desenvolvem atividades 
econômicas agropecuárias, produção florestal, pesca e aquicultura são Pracuuba, Cutias, 
Amapá, Itaubal e Tartarugalzinho. No setor industrial, lideram: Pedra Branca, com a atividade 
mineral; Ferreira Gomes, com geração de energia; Santana, com a indústria de transformação; 
e Calçoene, com o processamento do pescado. Já no terceiro setor, onde estão o comércio e o 
funcionalismo público, a ordem é: Macapá, Santana, Laranjal do Jari, Vitória do Jari e 
Oiapoque. 
 “O que podemos verificar é a necessidade de melhorar os desempenhos da indústria e da 
produção de alimentos”, observa a economista. Para isto, Célis lembra que o governo lançou 
recentemente medidas para alavancar esses segmentos econômicos. No setor produtivo, 
destacam-se as concessões florestais e as cooperações para dobrar a área de plantio. E na 
indústria, a recente regulamentação da Zona Franca Verde é outro projeto promissor. 
 
Economia 
A economia do Amapá é diretamente dependente dos recursos naturais caracterizando-se 
pela exploração de matérias-primas, produtos primários e semi-elaborados. Uma vez 
terminada a exploração de manganês na Serrado Navio, o cavaco de pinos, produzido por uma 
empresa multinacional, representa mais de 50% da exportação total, seguido em importância 
pelo palmito de açaí e pelo pescado. O setor primário é caracterizado por baixo nível 
tecnológico, crédito restrito e por contingente populacional reduzido. O extrativismo vegetal 
(castanha, borracha, açaí e cacau) encontra-se em franca expansão em virtude do apoio de 
políticas governamentais. O setor secundário está concentrado nas atividades do extrativismo 
mineral, da construção civil e da indústria de transformação e tem sua capacidade de 
expansão limitada pela oferta de energia e por outras deficiências em infra-estrutura. 
Excluindo-se algumas grandes empresas, predominam a informalidade e o baixo nível de 
utilização tecnológica. O setor terciário, incluída a administração pública, é o mais 
representativo da economia amapaense, apesar de não ser o principal empregador. As 
atividades de comércio e serviços têm superado a administração pública na geração de 
empregos em anos recentes. De acordo com a Sudam (1998), o Amapá teve, entre 1990 e 
1996, uma taxa média anual de crescimento econômico de 4,4%, sendo este mais acentuado 
entre 1995-96. 
Produto Interno Bruto 
O Amapá possuía em 1998 um Produto Interno Bruto (PIB) de, aproximadamente, R$1,33 
bilhão, o que representava 3,5% do PIB total da Região Norte e 0,2% do PIB total do país 
(Ipea). Em que pese ser pequena sua contribuição para o PIB do Brasil, a economia amapaense 
cresceu acima da média nacional no período entre 1985 e 1998. Essas participações foram 
ampliadas desde 1985, quando eram 2,3% e 0,1% respectivamente (Tabela 6). O setor de 
serviços representava, em 1998, 0,2% do total do Brasil e 4,0% da Região Norte; e a indústria, 
que participava com 3,2% na região Norte, representava 0,1% no total brasileiro. A 
participação da agropecuária foi de 0,2% no Brasil e 1,8% na Região Norte. 
Observa-se que a economia do Amapá está centrada principalmente no setor de serviços, 
responsável pela geração da maior parte do PIB do Estado (70,0%). Dentro desse setor, os 
segmentos de maior destaque foram administração pública, comércio e aluguéis com 
participações de 30,9%, 14,6% e 11,8% do PIB estadual, respectivamente. A indústria vem a 
seguir, com 22,4%. Nesse setor, destaca-se o segmento da construção civil, com 14,7% do PIB 
estadual. Por fim, o setor agropecuário aparece com uma participação de 7,7% na composição 
do PIB do Estado. Analisando a evolução na composição dos setores no PIB do Amapá entre 
1985 e 1998, observa-se que a participação do setor de serviços cresceu nesse período em, 
aproximadamente, 15% na participação do PIB estadual. Os maiores crescimentos ocorreram 
nos segmentos de aluguéis e de administração pública, que aumentaram cerca de 8% cada. A 
participação da indústria apresentou queda significativa, saindo de 40,7% em 1985 para 22,4% 
em 1998, tendo sido 1990 o ano que registrou menor porcentagem. A participação da 
agropecuária apresentou oscilações com picos em 1989 e 1995, tendo passado no período de 
6,2% para 7,7%. 
RECURSOS 
Este é um segmento de suma importância para a economia do Amapá, sendo identificado pela 
vasta extensão de suas terras, densidade de seus rios e pela grandeza de suas florestas, onde 
são avaliados fatores de produção até agora pouco explorados, com possibilidades de 
aproveitamento no setor de transformação industrial, que poderá contribuir para o 
surgimento de valiosas fontes econômicas. Destacam-se na composição da economia do 
estado do Amapá as atividades extrativistas tanto vegetais como minerais. No extrativismo 
vegetal são exploradas a castanha-do-pará, palmito e as madeiras. Entre os minerais mais 
encontrados no estado estão as jazidas de manganês, ouro, caulim e granito. A produção 
agrícola limita-se ao cultivo de arroz e mandioca. Na pecuária predominam as criações de 
búfalo e o gado bovino. O setor industrial dedica-se ao processamento das principais riquezas 
do estado, ou seja, a extração mineral, amadeira e também a pesca. A produção de energia 
elétrica no Amapá supera o seu consumo doméstico. Entre junho de 1993 e julho de 1994, 
foram produzidos 451 milhões de kwh de energia, para um consumo local de 220 milhões de 
kwh. 
Manganês 
Principal riqueza do estado do Amapá, o manganês teve sua exploração iniciada em 1957. Ali 
se encontram as maiores reservas do país, chegando o estado a extrair 80% da produção total 
de manganês do país na década de 60. Suas jazidas foram arrendadas por 50 anos pela Icomi, 
Indústria e Comércio de Mineração, do grupo Bethlehem Steel, que paga royalties de 4 a5% do 
valor do minério extraído ao governo local, sendo as encomendas asseguradas por um 
contrato com o Defense Materials Procurement Agency, órgão governamental norte-
americano. A renda dos royalties do manganês foi destinada à construção da Usina de 
Paredão, para assegurar base energética às indústrias que vierem a ser ali instaladas. A 
mineração do manganês provocou deslocamento de mão-de-obra e contribuiu 
consideravelmente para o aumento da população no estado, antes território administrado 
pelo Governo Federal. Essa empresa construiu uma estrada de ferro com capacidade para 700 
mil toneladas de minério e200 mil toneladas de outros tipos de mercadorias, assim como um 
porto, a que podem ter acesso navios de até 45 mil toneladas. 
Outras riquezas minerais 
 Além do manganês, o Amapá tem também grande reserva de recursos naturais que 
incluiminerais como o ouro, explorado nos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé e Igarapé de 
Leona, além do rico veio existente no rio Gaivota. Diamantes são também muito encontrados 
na região de Santa Maria. A 80 km da capital, Macapá, existe uma jazida de 9,6 milhões de 
toneladas de hematita, com 70% de ferro, explorada pela empresa Hanna Company. 
A região onde hoje se encontra o estado do Amapá foi doada ao português Bento 
ManuelParente, em 1637, com o nome de capitania da Costa do Cabo do Norte. No final do 
mesmoséculo, a região sofreu incursões de ingleses e holandeses, que foram expulsos 
pelosportugueses. No século XVIII, os franceses também reivindicaram a posse da área e em 
1713,o Tratado de Utrecht estabeleceu os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa, os quais 
nãoforam respeitados pelos franceses. Os portugueses construíram então a fortaleza de São 
Josédo Macapá, para proteger seus limites das incursões dos franceses.O povoamento do 
território começou a se intensificar no século XIX, com a descoberta deouro na área e o 
crescimento da extração da borracha, que havia atingido altos preçosinternacionais na época. 
A descoberta de riquezas, no entanto, fez crescer as disputasterritoriais que culminaram com a 
invasão dos franceses em maio de 1895. A Comissão de Arbitragem, em Genebra, em 1º de 
janeiro de 1900, deu a posse da região ao Brasil e oterritório foi então incorporado ao estado 
do Pará com o nome de Araguari. Em 1943, oterritório passou à administração do Governo 
Federal, com o nome de Amapá. Em 1945, adescoberta de ricas jazidas de manganês na serra 
do Navio, revolucionou a economia local.Procedeu-se a nova divisão territorial, passando a 
parte do Amapá ao norte do rio Cassiporé aconstituir o município de Oiapoque. Foi mais uma 
vez desmembrado em dezembro de 1957,com a criação do município de Calçoene e a cessão 
de terras ao norte dos rios Amapá Grandee Mutum. A nova Constituição, promulgada em 5 de 
outubro de 1988, elevou o território do Amapá à categoria de estado da Federação. 
EXTRATIVISMO VEGETAL Madeira 
A densa floresta conta com aproximadamente 9,5 milhões de hectares, com uma reservade 
madeira superior a 1,5 milhões de m³, de grande aceitação comercial nos mercadosnacional e 
internacional. As concentrações de madeiras comercializáveis equivalem a 170 m³por 
habitantes, ressaltando-se também a existência de espécies madeiras com fonte dematerial 
celulósico e semente oleaginosascom alto teor de óleo. Entre as espécies maiscomercializadas 
de madeiras estão: acapú, macacaúba, andiroba, pau mulato, breu, cedro,maçaranduba, 
Angelim, sucupira, etc. 
Entre as sementes oleaginosas que mais se destacam são: andiroba, ucuúba, castanha-do-
Pará, pracaxí, etc. 
AGRICULTURA 
 A atividade agrícola embora seja considerada de maior importância sócio-econômica, uma vez 
que é o suporte básico de qualquer economia no Amapá, ainda écultivada em pequena escala, 
sendo considerada uma cultura de subsistência. A participaçãono abastecimento do mercado 
local é insignificante não havendo excedente para exportação. Alguns fatores foram 
responsáveis por este desempenho negativo da agricultura. Pelosetor público, houve a 
limitação de recursos destinados aos projetos de fomento ao setor decorrente da situação 
financeira imposta pelo governo federal na contenção do déficit públicoque atingiu o Amapá 
de modo contundente influenciando a ação estadual na área rural. Delado do setor privado, a 
incipiente organização dos produtos em associações, cooperativas esindicatos, que restringe o 
seu poder de negociação na busca pelo desenvolvimento de suasatividades, principalmente no 
que se refere a crédito, distribuição e comercialização dosprodutos.Para o suprimento da 
demanda interna, o mercado importa grande do seu consumo. Muitoembora existam boas 
perspectivas de desenvolvimento agrícola tendo e, vista as condiçõesadequadas e bons solos e 
climas, propícios, para o cultivo de culturas temporárias como: arroz,milho, feijão, mandioca, 
legumes, etc... culturas permanentes como: pimentada-do-reino, coco,laranja, limão e outros. 
PROJETO SOJA 
Daniel Popov. de São Paulo 
O Estado do Amapá planta atualmente 14 mil hectares com soja e colhe 38 mil toneladas, 
números tão pequenos que nem ao menos aparecem nos levantamentos de safra da 
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas essa realidade está prestes a mudar. 
Com a inauguração de um terminal de grãos no porto de Santana, localizado no sudeste do 
Estado, a região deve atrair investidores interessados em abrir outros 400 mil hectares para a 
semeadura da oleaginosa na região. 
Quando o navio adentrou o porto de Santana na manhã desta quinta-feira, não demorou a 
receber a sua primeira carga de soja no terminal de grãos recém-inaugurado. Ao todo foram 
embarcados 25 mil toneladas do cereal, produzidos ali mesmo no estado, montante que 
representa quase 66% de toda a produção do Amapá da safra 2016/2017, colhida em 
setembro. “Isso é um marco histórico para o Amapá”, comemora o presidente da Associação 
dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Amapá (Aprosoja-AP), Daniel Sebben. “Esse 
terminal graneleiro representa um divisor de águas na agricultura do Estado.” 
Sebben conta que a ideia inicial do empreendimento era atender a demanda por transporte 
portuário dos produtores de soja e milho do Mato Grosso, de Sorriso, Sinop e região Norte do 
estado. Segundo estimativas realizadas pela Aprosoja-AP a economia no valor do frete destas 
regiões até o porto de Santana pode superar a casa dos 20%. “Agora boa parte da produção 
que era exportada pelos portos de Santos e Paranaguá podem vir para o Amapá e gerar uma 
economia de 20% pelos menos”, reitera Sebben. 
O transporte será realizado através da rodovia BR 163 até o município de Itaituba, no Pará e 
depois segue de balsa pela Hidrovia Tapajós Amazonas até o Porto de Santana. “Além de 
ajudar os produtores de Mato Grosso, o porto incentivará uma grande expansão da agricultura 
do Amapá”, afirma o executivo. 
Ao que parece esse movimento de expansão já começou, e a perspectiva para a safra de soja 
2017/2018, a área passe dos atuais 14 mil hectares para pouco mais de 22 mil. O estado possui 
aproximadamente 400 mil hectares de cerrado para futuras aberturas e expansão, com outros 
600 mil para reserva legal. “São áreas com solo zerado, que precisam ser trabalhados e 
corrigidos. Entretanto nossa produtividade em áreas novas supera as 40 sacas por hectare”, 
relembra. 
Já a expansão total só deve acontecer em cinco anos, depois da abertura das áreas, adaptação 
de cultivares para a região e adequação do calendário de plantio. “Estamos estudando 
adiantar a safra de soja, para produzir duas safras. Hoje, cobrimos a área com braquiária, 
milheto etc, na primeira safra e só depois colocamos a soja.”, conta ele. “Neste próximo ano já 
faremos algumas áreas de teste adiantando a soja e vendo como será o desenvolvimento.” 
Apontando crescimento de 900% na produção nos últimos cinco anos, o setor de plantio de 
soja no Amapá estima arrecadar até R$ 60 milhões em 2017. A produção local ocupa 
atualmente uma área de 19 mil hectares cobrindo quatro municípios: Macapá, Itaubal, Porto 
Grande e Tartarugalzinho. 
A previsão é da Associação de Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja), que destaca o impulso 
na colheita do grão a partir das possibilidades de exportação e estocagem no Porto de 
Santana, a 17 quilômetros de Macapá. 
 
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/santana-ap.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/santana-ap.html
http://g1.globo.com/ap/amapa/cidade/macapa.html
Potencial do cerrado do Amapá é abrigar 400 mil hectares para cultivo (Foto: 
Divulgação/Aprosoja) 
O presidente da Aprosoja, Daniel Sebben, disse que atualmente cerca de 50 agricultores no 
Amapá trabalham com o plantio em média escala do grão, mas que o mercado pode ser 
expandido para uma área de até 400 mil hectares, predominantemente no cerrado. 
"Para o Amapá representa um salto na economia, na balança comercial, na relação com os 
outros países e outros estados. Ainda não plantamos nem 5% do potencial do estado, mas 
esses 19 mil hectares são 35% maior que a área cultivada no ano passado", aponta Sebben. 
 
Primeira carga de soja foi exportada para a Europa em setembro de 2016 (Foto: Divulgação/ 
Governo do Amapá) 
A produção de 2016, de acordo com a Aprosoja, girou em torno de R$ 42 milhões, sendo que a 
maior parte do recurso proveniente da exportação do grão foi aplicado no mercado local, com 
a aquisição de equipamentos, contratação de empresas e mão-de-obra. 
"É uma transferência direta de recursos. Em termos de serviço, transporte 100% é contratado 
aqui. Quanto a assistência técnica, nem existiam empresas do tipo no Amapá, hoje tem, com 
agrônomos locais para prestar serviços de consultorias a esses produtores. Além disso, 
compramos todas as peças, material de construção e óleo diesel dentro do estado", completa. 
 
Daniel Sebben, presidente da Aprosoja (Foto: John Pacheco/G1) 
Exportação 
Além da venda da soja para outros estados, os produtores locais realizaram em setembro de 
2016 a primeira exportação do grão para a Europa, com mais de 25 mil toneladas. O produto 
foi embarcado no Porto de Santana com destino ao Porto de Roterdã, na Holanda. 
"Temos um fácil acesso ao porto, o que é bom para nós, hoje estamos no máximo a 200 
quilômetros do porto. A produção de soja do Amapá só é possível em função do porto de 
http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2016/09/ap-faz-primeira-exportacao-de-soja-com-25-mil-toneladas-para-europa.html
Santana, deu viabilidade comercial à exportação. A estrutura compensa o nosso isolamento 
por rodovias para outro estado", argumenta o presidente. 
 
Porto de Santana impulsionou possibilidades de produção (Foto: Divulgação/Prefeitura de 
Santana) 
Outras culturas 
A característica de solo e clima do estado também facilitam o plantio de outros grãos no 
cerrado do Amapá, como o milho, arroz e feijão, que aproveitam as áreas usadas para a soja, 
segundo a associação. 
"Com o clima amazônico, a rotação entre soja e milho foi possível. Podemos fazer uma safra de 
soja em um ano, colhemos e depois plantamos o milho. Elas têm demandas e mercados 
diferentes e se equilibram muito bem", completa Sebben. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/producao-de-soja-no-amapa-pode-movimentar-r-60-
milhoes-em-2017.ghtmlhttps://www.academia.edu/4404888/APOSTILA_DE_HISTA_RIA_E_GEOGRAFIA_DO_ESTATAD
O_DO_AMAPA 
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/indicada1_ap.pdf 
http://www.amapa.gov.br/noticia/0712/ponte-binacional-tera-abertura-provisoria-em-
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http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2015/08/amapa-tem-766679-habitantes-ate-2015-
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http://geografiaeanarquia.blogspot.com.br/2017/03/geografia-do-amapa.ht 
http://gesieldesouzaoliveira.blogspot.com.br/2009/12/resumo-completo-de-geografia-do-
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http://www.mpap.mp.br/meio-ambiente/111-noticias-prodemac/192-clima 
http://www.projetosojabrasil.com.br/amapa-a-nova-fronteira-agricola-do-pais/ 
http://www.amapa.gov.br/noticia/0712/ponte-binacional-tera-abertura-provisoria-em-
janeiro-de-2017 
https://pt.climate-data.org/location/274627/ 
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http://www.amapa.gov.br/noticia/0712/ponte-binacional-tera-abertura-provisoria-em-janeiro-d
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