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Apostila de Atualidades - PM PA

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ATUALIDADES – PROFESSORES: WALTER & ROGÉRIO SILVA 
 
A AMAZÔNIA: Fatos sociais, políticos e econômicos relevantes 
Com cerca de 4,8 milhões de quilômetros quadrados, a 
Amazônia brasileira abrange mais da metade do território 
nacional. É definida, segundo alguns, pelo domínio da floresta 
Amazônica com o clima equatorial, e, segundo outros, pelo 
domínio da bacia amazônica, a mais densa bacia hidrográfica do 
globo. 
Trata-se de uma parte da Amazônia sul-americana 
definida como Pan-Amazônia, região que ocupa cerca de 6,5 
milhões de quilômetros quadrados e abrange enormes áreas do 
Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guianas. 
 
 
 
A natureza ainda domina nessa área, sendo responsável 
pelos traços mais marcantes da paisagem — a floresta e os rios, 
principalmente. Mas o processo de ocupação e povoamento tem 
sido intenso nas últimas décadas, com a conseqüente 
modificação dos aspectos naturais. 
Apesar da intensificação da ocupação humana nos 
últimos anos, a Amazônia brasileira ainda é uma região de baixas 
densidades demográficas, as menores do país. E a economia 
regional tem por base atividades primárias: a agropecuária, que 
constitui o setor econômico mais importante desde a década de 
1970; o extrativismo vegetal, que foi a atividade básica dessa 
região até aquela década; e a mineração, atividade que se 
tornou mais importante nas últimas décadas do século XX, após 
a descoberta de grandes reservas minerais. 
Em resumo, a Amazônia brasileira é uma grande região 
e com baixo povoamento quando comparada as outra, mas em 
franco processo de ocupação. A ocupação mais intensiva iniciou-
se com a construção de Brasília (1957-1960) e a conseqüente 
abertura de estradas, como a Belém—Brasília, que 
facilitaram o acesso à região. Nos anos 1970, essa ocupação se 
acelerou com a abertura de novas rodovias (Transamazônica, 
Perimetral Norte, BR-364, do Mato Grosso a Rondônia, e outras) 
e a concessão de incentivos fiscais a grandes empresas, mesmo 
estrangeiras, para lá adquirirem terras e investirem na 
agropecuária. O projeto Radam foi importante para mapear a 
região e aumentar os conhecimentos sobre seus recursos 
minerais. 
O governo brasileiro continua tentando atrair o capital 
estrangeiro para a Amazônia, oferecendo sociedade em 
empreendimentos industriais e de mineração, como a exploração 
da serra dos Carajás e a construção de ferrovias e portos a fim de 
escoar esses minérios para o mercado internacional. Além de 
construir várias hidrelétricas na Amazônia, como forma de 
garantir o suprimento de energia elétrica. 
Outra importante tentativa de promover o 
desenvolvimento econômico da região foi a criação da Zona 
Franca de Manaus, em 1967. Trata-se de uma área de livre 
comércio ao redor da capital do Amazonas, onde os produtos 
industrializados importados não pagam impostos alfandegários. 
Criada com a finalidade de industrializar essa cidade e áreas 
vizinhas, o resultado foi um relativo crescimento industrial que 
utiliza pouca mão-de-obra por empregar tecnologia moderna. 
Além disso, as fábricas aí instaladas são apenas linhas de 
montagem, empresas que somente montam produtos cujas 
peças já vêm prontas do exterior. 
Os principais bens aí produzidos — televisores, 
aparelhos de som e motos — empregam tecnologia estrangeira, 
além de encarecerem o produto para o consumidor (que em sua 
maioria está no Centro-Sul), por causa dos custos do transporte. 
Ademais, essa zona fez crescer as importações brasileiras e 
contribuiu para aumentar a dívida externa. 
O processo de ocupação recente da Amazônia 
brasileira, em síntese, é predatório: em busca de lucros fáceis, 
grandes projetos agropecuários, subsidiados pelo governo 
federal, depredam a floresta, exterminam nações indígenas, 
destroem a fauna, exploram intensamente a força de trabalho 
que utilizam e desencadeiam conflitos violentos com os 
pequenos proprietários de terra e posseiros. Essa é a Amazônia 
de hoje, bem diferente daquela imagem romântica da "floresta 
impenetrável", do ser humano convivendo harmoniosamente 
com o meio natural, da predominância da coleta extrativa. 
 
A INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA 
 
A Amazônia é de todos? 
A internacionalização da Amazônia, é um fato que vem 
sendo discutido a partir dos meados da década de 80, quando 
alguns políticos de países de primeiro mundo, discutindo sobre o 
pagamento da dívida externa do Brasil, pensaram no pagamento 
com reservas naturais, indústrias, etc. 
Foi mais fortemente discutida no final dos anos 90, 
inclusive pelo ex-presidente do EUA George W. Bush, que falou 
sobre a Internacionalização da Amazônia em alguns de seus 
discursos para presidência. Estamos passando por um caso que 
muitos acham incorreto, como brasileiros, mas outros têm uma 
opinião contrária, de que a Amazônia seja um patrimônio de todo 
mundo, que todos deveriam comandá-la. 
Na medida em que a Amazônia ia sendo revelada ao 
Brasil através dos inúmeros inventários e levantamentos de 
seus recursos naturais, minerais e energéticos, a década de 80 e 
90 assistia à entrada em operação de inúmeros projetos de 
impacto, no setor de mineração e eletricidade. 
O projeto Trombetas, pela Companhia Vale do Rio Doce, 
para exploração da bauxita; da Grande Carajás, para exploração 
do minério de ferro; da Albrás-Alunorte, em Vila do Conde, para 
https://www.coladaweb.com/geografia/recursos-naturais
 
produção de alumina e alumínio metálico; de Tucuruí, no rio 
Tocantins, para produção de cerca de 4 milhões de quilowatts; e 
o das hidrelétricas de Balbina, no rio Uatumã, e de Samuel, no rio 
Jamari. 
Esse panorama que contribuiu para a expansão 
demográfica e da fronteira agrícola, pecuária, mineral e 
industrial, deu origem, também, às tensões sociais, conflitos de 
terras, disputas de posse e invasões de áreas indígenas. 
A situação engendrou também, pelo atraso de uma 
política nacional de preservação, o quadro atual caracterizado 
pela atuação de madeireiras predatórias, poluição fluvial, 
garimpeiros clandestinos, falsos missionários, contrabando das 
riquezas da biodiversidade florestal e pelo narcotráfico, 
favorecido pelos 1600 km de fronteira de uma linha imaginária, 
com insignificante presença civil ou militar – a fronteira aberta à 
guerrilha, ao narcotráfico, ao contrabando de armas e 
à biopirataria. 
(...) 
...esse fato de que a Amazônia é de todos têm muitas 
opiniões, não sabemos que seria correto distribuir um 
patrimônio florestal internacional situado no Brasil. Ao início, 
falam de um salvamento da Amazônia e da economia brasileira. 
À outro lado, o caso de a Amazônia ser internacionalizada poderá 
ocorrer uma imensa destruição ambiental, pois muitos desses 
países procuram apenas a exploração da Amazônia, como os 
Portugueses fizeram com a riqueza ambiental brasileira na época 
da colonização. 
Esse ainda é um fato a muito ser discutido, mas 
certamente, praticamente todos os brasileiros devem ter uma 
opinião negativa à esse caso. 
 
Texto completo em: 
https://www.coladaweb.com/geografia-do-brasil/a-internacionalizacao-da-amazonia 
 
AMAZÔNIA NO CONTEXTO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL PÓS-50 
O planejamento regional para integração da Amazônia 
foi deflagrado em 1953, com a criação da Superintendência do 
Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA). O órgão 
federal tinha o objetivo de coordenar os planos governamentais 
para a região. A lei que criou o SPVEA definiu a Amazônia 
Brasileira, que abrangia os estados do Pará e Amazonas, os então 
territórios do Acre, Amapá, Guaporé (atual Rondônia) e Rio 
Branco (atual Roraima), além de parte dos estados do Maranhão 
(a oeste do meridiano de 44° W), de Goiás (ao norte do paralelo 
de 13° S, área que corresponde ao atual Estado de Tocantins) e 
Mato Grosso (ao norte do paralelo de 16° S). 
 
, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A região correspondia, grosso modo, à porção da 
Amazônia Internacional localizada em território brasileiro. Não 
era, contudo, uma região natural, masuma região de 
planejamento, pois a sua delimitação decorria de um ato de 
vontade política do Estado. As regiões naturais são limitadas por 
fronteiras zonais, ou seja, por faixas de transição entre 
ecossistemas contíguos. As regiões de planejamento, ao 
contrário, são delimitadas por fronteiras lineares, que definem 
rigorosamente a área de exercício das competências 
administrativas. 
O planejamento regional para a Amazônia ganhou novo 
impulso após a transferência da capital federal e a construção da 
rodovia Belém—Brasília. Em 1966, no quadro da política de 
integração nacional do regime militar, o SPVEA era extinto e, no 
seu lugar, criava-se a Superintendência para o Desenvolvimento 
da Amazônia (Sudam). O novo órgão de planejamento ganhou 
um poderoso braço financeiro, com o estabelecimento do Banco 
da Amazônia (Basa), destinado a financiar empreendimentos 
privados dirigidos para o Grande Norte. 
A lei que criou a Sudam redefiniu a Amazônia Brasileira, 
que passava a se denominar Amazônia Legal. 
Em 1977, com o desmembramento do Mato Grosso do 
Sul, foram ampliados os limites da região de planejamento. A 
Amazônia Legal passou a abranger a totalidade do Estado do 
Mato Grosso, perfazendo superfície de 5,2 milhões de km2, 
cerca de 61% do território brasileiro. 
 
A OCUPAÇÃO PÓS 64 
As políticas territoriais para a Amazônia, sob o regime 
militar, concebiam a região como espaço de fronteira, num triplo 
sentido. 
Na condição de fronteira política, o Grande Norte 
abrangia largas faixas pouco povoadas adjacentes aos limites do 
Brasil com sete países vizinhos. 
Essas faixas configuravam "fronteiras mortas", ou seja, 
áreas de soberania formal mas não efetiva do Estado brasileiro. 
O empreendimento da "conquista da Amazônia" tinha a 
finalidade de construir as bases para o exercício do poder 
nacional nas faixas de fronteiras. 
Na condição de fronteira demográfica, o Grande Norte 
deveria ser povoado por excedentes populacionais gerados no 
Nordeste e no Centro-Sul. As rodovias de integração — a Belém—
Brasília, a Transamazônica, a Brasília—Acre e a Cuiabá—
Santarém — destinavam-se a orientar os fluxos migratórios para 
a "terra sem homens". 
Na condição de fronteira do capital, o Grande Norte 
deveria atrair volumosos investimentos transnacionais e 
nacionais voltados para a agropecuária, a mineração e a 
indústria. Sob a coordenação da Sudam, a Amazônia Legal 
transformou-se em vasto cenário de investimentos incentivados 
por recursos públicos. 
Os projetos privados viabilizavam-se por meio de 
mecanismos de renúncia tributária e concessão de empréstimos 
subsidiados. Os projetos minerais e industriais concentraram-se 
em Belém e seus arredores e na Zona Franca de Manaus (ZFM). 
Os projetos florestais e agropecuários, mais numerosos, 
concentraram-se no Mato Grosso e sobre o eixo da Belém—
AMAZONIA LEGAL 
 
https://www.coladaweb.com/drogas/narcotrafico
https://www.coladaweb.com/biologia/ecologia/biopirataria
https://www.coladaweb.com/geografia-do-brasil/a-internacionalizacao-da-amazonia
 
Brasília, abrangendo o atual Estado do Tocantins, o sul do Pará e 
o oeste do Maranhão. Os incentivos totalizavam, em geral, 
metade dos recursos necessários para os projetos agropecuários. 
O desmatamento e a formação de pastagens extensivas eram 
classificados como benfeitorias, assegurando o direito aos 
incentivos. 
Em meados da década de 1970, a Sudam passou a 
aprovar somente megaprojetos, em glebas gigantes de, no 
mínimo, 25 mil hectares. Sob a política de incentivos, 
multiplicaram-se os latifúndios com áreas superiores a 
300 mil hectares. A propaganda oficial alardeava a 
iminente transformação da Amazônia em pólo exportador de 
produtos agroindustriais, com Belém assumindo a condição de 
maior porto exportador de carne do mundo. 
Até 1985, mais de 900 projetos foram aprovados pela 
Sudam. A legislação vigente nesse período determinava que a 
devolução dos recursos públicos recebidos por projetos 
cancelados não envolveria juros ou correção monetária. Desse 
modo, em ambiente econômico inflacionário, abandonar 
projetos incentivados tornou-se negócio altamente lucrativo. 
As políticas que orientaram a "conquista" geraram um 
conflito entre dois tipos de ocupação do espaço geográfico. O 
povoamento tradicional, gerado pelo extrativismo, consistia 
numa ocupação linear e ribeirinha, assentada na circulação fluvial 
e na rede natural de rios e igarapés. O novo povoamento 
consistia numa ocupação areolar, polarizada pelos núcleos 
urbanos em formação e pelos projetos florestais, agropecuários 
e minerais. 
Esse conflito expressou-se, de um lado, como tensão 
social envolvendo índios, posseiros e grileiros, Desde a década de 
1970, as disputas pela terra configuraram um "arco de violência" 
nas franjas orientais e meridionais da Amazônia. 
De outro lado, o conflito expressou-se pela modificação 
antrópica das paisagens e pela degradação progressiva dos 
ecossistemas naturais. Um "arco da devastação", que apresenta 
notáveis sobreposições com o "arco de violência", assinala os 
vetores da ocupação recente do Grande Norte. Nos estados do 
Tocantins, Pará e Maranhão, a devastação antrópica atinge 
formações de cerrados, da Floresta Amazônica e da Mata dos 
Cocais. No Mato Grosso e em Rondônia, manifestase com 
intensidade nos cerrados, na Floresta Amazônica e nas largas 
faixas de transição entre esses domínios, onde se descortinam 
manchas de florestas com babaçu. 
 
USINA HIDROELÉTRICA DE TUCURUÍ 
 
 
 A Usina de Tucuruí está localizada no Rio 
Tocantins, no município de Tucuruí, na mesorregião Sudeste do 
Pará, (a cerca de 300 km ao sul de Belém), com uma capacidade 
geradora instalada de 8.370 MW. 
 Em potência instalada, Tucuruí é a segunda maior 
usina hidroelétrica 100% brasileira, ficando apenas atrás da usina 
de Belo Monte. Seu vertedouro, com capacidade para 110.000 
m³/s, é o segundo maior do mundo. A construção foi iniciada em 
24 de novembro de 1974. A primeira fase foi inaugurada nos anos 
1980 e a segunda em meados de 2010 totalizando os 8.370 MW. 
 A UHE Tucuruí é a principal usina integrante do 
Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo 
responsável pelo abastecimento de grande parte das redes: da 
CELPA (no Pará), da CEMAR (no Maranhão) e da CELTINS (no 
Tocantins). Em períodos de cheia no rio Tocantins, a Usina de 
Tucuruí também complementa a demanda do restante do país 
através do SIN. Um sistema de eclusas e um canal de 5,5 km 
possibilita a navegação fluvial entre a montante e jusante da 
usina. 
 A barragem de Tucuruí, de terra, tem 11 km de 
comprimento e 78 m de altura. O desnível da água varia com a 
estação entre 58 e 72 m. O reservatório tem 200 km de 
comprimento e 2.850 km² de área quando cheio. Quando o nível 
é mínimo (62 m), a área alagada diminui em cerca de 560 km². A 
usina está ligada à rede nacional pela linha de transmissão entre 
Presidente Dutra (Maranhão) e a Usina Hidrelétrica de 
Sobradinho, via Boa Esperança (Piauí). 
 
O LAGO DE TUCURUI E A COMPENSAÇÃO FINANCEIRA AOS 
MUNICÍPIOS 
 A Compensação Financeira pela Utilização de 
Recursos Hídricos (CFURH,) corresponde aos royalties hídricos 
pagos aos prefeitos que administram populações residentes em 
áreas de lagos de hidrelétricas. No Pará, oito prefeituras das 
cercanias da usina de Tucuruí recebem royalties proporcionados 
pelo caudaloso Rio Tocantins: Novo Repartimento, Goianésia do 
Pará, Jacundá, Nova Ipixuna, Breu Branco, Tucuruí, Itupiranga e 
Marabá. As cotas-partes são distintas porque variam conforme a 
extensão alagada. 
 No caso da hidrelétrica de Tucuruí, 
diferentemente do que muitos pensam, quem recebe mais 
royalties da Eletronorte não é a Prefeitura de Tucuruí, mas, sim, 
a de Novo Repartimento. Embora a casa de máquinas esteja no 
município que dá nome à usina (e, por isso, Tucuruí beneficia-se 
de milhões em taxas e impostos), a maior área alagadado 
reservatório está em Repartimento são 1.441.30 km². Neste 
município estão 41% da extensão do lago. 
 
 
 
 
A Prefeitura de Tucuruí recebe 17,7% dos royalties 
porque é com esse percentual de suas terras que o município 
contribui para a formação do lago, 621,62 km². Marabá é o 
município que menos empresta terras, contribuindo apenas com 
43,57 km². (Observe acima, o mapa do lago e o quadro abaixo, 
com a arrecadação dos oito municípios em 2018) 
 
 
 
ECLUSAS DE TUCURUÍ 
Para viabilizar a navegação na Hidrovia Araguaia-
Tocantins é necessária a construção de sistema de transposição 
do desnível de 72 metros criado pela Hidrelétrica de Tucuruí, 
através da construção de duas eclusas e um canal intermediário. 
Obstáculo, até então, decisivo ao desenvolvimento 
econômico da região, as barreiras naturais que impediam a 
precária navegação pelo Rio Tocantins foram submersas pelo 
reservatório criado pelo barramento de Tucuruí. Foi dado o 
primeiro passo para a transformação do Araguaia-Tocantins em 
importante hidrovia, com futura capacidade de transporte 
prevista para 130 milhões de toneladas métricas por ano. As 
obras de infra-estrutura iniciais desse sistema de transposição 
foram executadas, juntamente com a construção da 1ª etapa da 
usina hidrelétrica. 
 O arranjo de transposição contém duas eclusas de 
grande desnível, com 210m de comprimento e 33m de largura 
cada uma, tendo 36,50m de desnível máximo operacional de 
navegação na de montante e 35m na eclusa de jusante, situadas 
nas extremidades de um canal intermediário com 5,5km de 
extensão e largura mínima de 140m na base, e é essencialmente 
formado por um longo dique à direita no sentido de montante 
para jusante. Este canal permitirá manobras de comboio e 
tornará a operação de uma eclusa independente da outra. 
 A eclusa de montante terá uma porta tipo mitra (um 
par de folhas) a montante e uma porta guilhotina, com 
contrapesos, a jusante, com 33m de vão livre e 23,5m de altura, 
ambas. A eclusa de jusante terá duas portas tipo mitra, com 33m 
de vão livre e altura de 7,50m e 42m, respectivamente a 
montante e jusante. 
 
ECLUSAS DE TUCURUÍ: caminho de saída 
 Por Lucio Flavio Pinto* Brasil 25/4/2011 
Quatro meses depois de inaugurado, o sistema de 
transposição da barragem da hidrelétrica de Tucuruí ainda é um 
mistério para os paraenses, que esperaram durante quase 30 
anos pela conclusão da obra. Seu custo é impressionante: R$ 1,6 
bilhão. 
Equivale à maior obra de engenharia hidráulica do 
mundo: as duas portas de aço que protegem das grandes cheias 
do Mar do Norte o porto de Rotterdam, na Holanda, o maior da 
Europa. Mas ainda está longe de permitir a navegabilidade da 
bacia do Araguaia-Tocantins, que drena 10% do território 
brasileiro, em seus 2,4 mil quilômetros de extensão. 
 
 
 
Pelo contrário: as duas eclusas vão tornar proibitiva a 
navegação nesse trecho para as pequenas embarcações, que 
fazem o transporte no baixo Tocantins. Para poder ter acesso aos 
elevadores hidráulicos e ao canal de concreto, com 5,5 
quilômetros de extensão (percurso que será feito em uma hora), 
a embarcação precisará contar com defensas para se proteger 
das muralhas laterais das câmaras, que têm 140 metros de 
extensão. 
Terão que dispor ainda de cabos de amarração para 
ficarem engatadas aos cabeçotes flutuantes e rádio do tipo VHF, 
necessário para a comunicação com o operador da eclusa. Só 
farão a eclusagem as embarcações legalizadas junto à autoridade 
marítima e cujo condutor seja aquaviário, devidamente 
legalizado. 
A esmagadora maioria das embarcações em operação 
na região não atende a essas exigências e nem possui condições 
para preenchê-las, por seu custo, proibitivo para esse tipo de 
negócio. As providências são necessárias para proteger tanto as 
embarcações que atravessarem o sistema de transposição como 
as instalações das eclusas. 
O problema é que ninguém pensou na navegação local, 
nem no habitante nativo da área sob a influência da barragem, 
que é visto apenas como elemento decorativo da paisagem. O 
 
objetivo é atender grandes e poderosos clientes, como os 
mineradores e os produtores de grãos. 
 
Hidrelétrica de Tucuruí recebe autorização para operar eclusas 
A Agência Nacional de Águas (ANA) concedeu nesta 
sexta-feira a outorga para direito de uso da água para a operação 
das eclusas da usina hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins 
(PA), na divisa dos municípios de Tucuruí e Breu Branco. A 
autorização foi publicada no “Diário Oficial da União”. 
BRASÍLIA – A Agência Nacional de Águas 
(ANA) concedeu nesta sexta-feira a outorga para direito de uso 
da água para a operação das eclusas da usina hidrelétrica de 
Tucuruí, no Rio Tocantins (PA), na divisa dos municípios de 
Tucuruí e Breu Branco. A autorização foi publicada no “Diário 
Oficial da União”. 
As eclusas, inauguradas em novembro de 2010, foram 
construídas para permitir a navegabilidade pelo rio após a 
construção da barragem da hidrelétrica, que criou um desnível 
de 72 metros. As duas eclusas são interligadas por um canal 
intermediário com 5,5 quilômetros de extensão e 140 metros de 
largura. 
As estruturas são as primeiras da hidrovia Araguaia-
Tocantins. A obra permite a navegação entre o Centro-Oeste e o 
Norte do país e deverá ser utilizada como rota de escoamento de 
grãos e minérios. 
De acordo com a ANA, as eclusas de Tucuruí são as 
maiores do país, com capacidade para 32 operações por dia. 
Valor Online — publicado 19/08/2011 última modificação 15/03/2019 
 
OBRA DO DERROCADA DO PEDRAL DO LOURENÇO DEVE 
COMEÇAR EM 2020 
 
 
A obra de derrocamento do Pedral do Lourenço, licitada 
em 2016 no valor de 520 milhões , e que permitirá a 
navegabilidade do Rio Tocantins, está prevista para iniciar no 
final de 2020. A informação foi dada pelo Departamento Nacional 
de Infraestrutura de Transportes (DNIT), durante 11º Seminário 
Internacional de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário 
Interior, realizado nesta terça-feira (22), em Brasília. O valor do 
contrato para a realização da obra é de R$ 656 milhões, a ser 
executado pelo consórcio DTA O’ Martins. Atualmente o 
empreendimento está entrando na fase do projeto executivo de 
engenharia e da finalização dos estudos ambientais. A obtenção 
do licenciamento prévio concedido pelo Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve 
sair no primeiro semestre do próximo ano. 
 
 
 
 
 
Fonte 23/10/2019: https://www.portosenavios.com.br/noticias/navegacao-e-
marinha/derrocamento-do-pedral-de-lourenco-deve-comecar-em-2020-preve-dnit 
 
USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE 
 
 A Usina de Belo Monte está localizada na famosa Volta 
Grande do Rio Xingu, no município de Altamira, na mesorregião 
sudoeste do estado Pará. Sua potência instalada é de 11233 MW 
mas, tem uma produção anual média de 4500 MW, o que 
representa aproximadamente 10,0% do consumo nacional. A 
usina de Belo Monte é a quarta maior hidrelétrica do mundo, 
atrás apenas das chinesas Três Gargantas (20300MW) e Xiluodu 
(13800MW) e da brasileira/paraguaia Itaipu (14000 MW), sendo 
a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira. 
https://www.portosenavios.com.br/noticias/navegacao-e-marinha/derrocamento-do-pedral-de-lourenco-deve-comecar-em-2020-preve-dnit
https://www.portosenavios.com.br/noticias/navegacao-e-marinha/derrocamento-do-pedral-de-lourenco-deve-comecar-em-2020-preve-dnit
 
 
 
O reservatório da usina tem uma área de 478 km². Seu 
custo foi estimado pelo Consórcio Norte Energia em 26 bilhões 
de reais. O contrato de concessão foi assinado em agosto de 2010 
e as obras iniciaram em fevereiro de 2011. O início de operação 
da primeira turbina ocorreu em abril de 2016 e somente em 
novembro de 2019, foi acionada a última turbina da usina, dando 
início à plena operação do empreendimento que pode atender 
até 60 milhões de consumidores de 17 estados, ao final das 
obras, Belo Montehavia exigido cerca de R$ 40 bilhões de reais 
em investimentos públicos e privados. 
 Desde seu início, o projeto de Belo Monte encontrou forte 
oposição de ambientalistas brasileiros e internacionais, de 
algumas comunidades indígenas locais e de membros da Igreja 
Católica. Essa oposição levou a sucessivas reduções do escopo do 
projeto, que originalmente previa outras barragens rio acima e 
uma área alagada total muito maior. Em 2008, o CNPE decidiu 
que Belo Monte seria a única usina hidrelétrica do Rio Xingu. 
 
A FAMOSA VOLTA GRANDE DO RIO XINGU E AS TERRAS 
INDIGENAS 
 
 
 
Vantagens da Usina Hidrelétrica de Belo Monte 
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte vai trazer as seguintes 
vantagens: 
• Produção de mais de 11.000 MW de Energia Elétrica é 
essencial do ponto de vista de Engenharia Elétrica para 
evitar futuros apagões e garantir o crescimento da 
Economia. 
• A energia gerada é suficiente para abastecer as casas de 
26 milhões de pessoas, uma população equivalente a 
área Metropolitana de São Paulo. 
• A Energia Hidrelétrica é abundante, barata e limpa, uma 
excelente opção se comparada as Usinas Nucleares 
(que são caras e perigosas) ou então as Usinas a Carvão, 
Petróleo e Gás (que são poluentes). 
• Os índios da região vão ter uma fonte de energia mais 
barata e mais ecológica. 
• Novas Linhas de Transmissão vão tornar o Sistema 
Energético Brasileiro mais eficiente segundo 
profissionais de Engenharia Elétrica. 
• O lago da Hidrelétrica de Belo Monte pode servir para 
criação de Fazendas de Peixes. 
• A usina de Belo Monte vai gerar muitos empregos na 
região, entre eles Engenheiros Elétricos e Técnicos de 
todo tipo. 
• O impacto ambiental das árvores cortadas para o lago 
será compensado a longo prazo pela geração de energia 
mais limpa que emite menos carbono. 
• Haverá muita Compensação Ambiental no longo prazo. 
 
Desvantagens da Usina Hidrelétrica de Belo Monte 
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte vai trazer as seguintes 
desvantagens: 
• A criação do enorme lago da usina de Belo Monte vai 
inundar várias cachoeiras e trechos onde os peixes se 
reproduzem, obrigando estes animais a procurar outros 
lugares afastados. 
• O lago também influenciará pássaros e animais tais 
como macacos que vivem nas árvores da região. 
• A diminuição da oferta de peixes e grandes animais 
terrestres vai reduzir a oferta de carne na dieta dos 
índios, como alternativa terão de ir caçar mais longe. 
• O lago poderá inundar algumas aldeias indígenas, 
algumas das quais existem a centenas de anos. 
• Patrimônios históricos tais como Pinturas Rupestres e 
ossos de dinossauros ficarão perdidos para sempre 
embaixo das águas. 
• Trechos onde antes os índios navegavam agora poderão 
ficar inacessíveis por causa das represas. 
• Centenas de Quilômetros da Floresta Amazônica vão ter 
que ser cortados para que o lago da Hidrelétrica de Belo 
Monte possa ser enchido. 
• Haverá muito Impacto Ambiental no curto prazo. 
 
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 
 A construção de grandes hidrelétricas na Amazônia tem 
sido apresentada como indispensável para garantir o 
crescimento do país. No entanto, exemplos recentes de 
instalação dessas usinas na maior floresta tropical do mundo 
estão mostrando que, na realidade, elas não passam de uma falsa 
solução – e estão longe de ser limpas ou sustentáveis. 
 Inundação de áreas imensas com sérios impactos 
ambientais, atropelamento de direitos humanos, impactos 
profundos na biodiversidade e nas comunidades tradicionais, 
migrações e crescimento urbano desordenado, denúncias de 
http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/ciencia/usinas-nucleares/
 
superfaturamento, etc. São alguns exemplos que têm 
caracterizado a construção de hidrelétricas na região. Além de 
todos esses problemas, as usinas instaladas em áreas de floresta 
tropical emitem quantidades consideráveis de gases de efeito 
estufa – dióxido de carbono e metano – como resultado da 
degradação da vegetação alagada e do solo. Com todos esses 
impactos na balança, é impossível classificar as hidrelétricas 
como energia limpa, a geração é considerada limpa, mas a obra 
como um todo é geradora de impactos sociais e ambientais. 
 
Governo inaugura Belo Monte e dá a largada para a construção 
de novas hidrelétricas 
O governo federal pretende dar sinal verde para a 
construção de novas usinas hidrelétricas. A informação é do 
Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao discursar na 
solenidade de inauguração da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, 
ocorrida hoje, 27, em Vitória do Xingu/PA. O presidente Jair 
Bolsonaro esteve presente à inauguração, que foi marcada pelo 
acionamento da última unidade geradora, a 18ª Unidade 
Geradora da Casa de Força Principal da Usina, que assegura 
11.233,1 megawatts (MW) de capacidade instalada, a maior 
hidrelétrica 100% brasileira. 
“Os investimentos realizados para a implantação de Belo 
Monte movimentaram a economia local e nacional. 
Continuaremos a trabalhar juntos com os demais ministérios, 
estados, municípios e órgãos envolvidos para construir novas 
usinas hidrelétricas, que, a exemplo desta, trazem segurança 
para o sistema elétrico, energia limpa, barata e de qualidade para 
garantir o desenvolvimento regional e nacional”, anunciou o 
Ministro. 
Bento Albuquerque, que considera a conclusão da 
hidrelétrica um marco histórico para o País, falou sobre os 
desafios e superações enfrentados ao longo da construção: 
“deste gigantesco empreendimento de engenharia, que possui 
11.000 (onze mil) MW de geração de energia limpa e renovável, 
que se somam à nossa matriz de energia elétrica, considerada a 
mais limpa e diversificada”. 
Ele destacou que, para transmitir a energia de Belo 
Monte para os centros consumidores, foram construídas as 
maiores linhas de transmissão do País, em que uma delas é a 
segunda mais longa do mundo, conectando o Pará ao Rio de 
Janeiro e a Minas Gerais. Em sua fala, também salientou que a 
produção de energia de Belo Monte representa 7% da 
capacidade total da produção brasileira. “Com todas as unidades 
geradoras da usina funcionando simultaneamente, ela é capaz de 
suprir 10% da demanda do mercado nacional”, afirmou, 
entusiasmado, o Ministro. 
 
Benefícios sociais e redução de impactos ambientais 
Bento Albuquerque enalteceu os diversos benefícios 
advindos da construção de Belo Monte, como a geração de mais 
de 30 mil empregos diretos e da realização de mais de 5 mil ações 
socioambientais nos municípios da região, com aplicação de mais 
de R$ 6 bilhões. “Durante toda a obra e, de agora em diante, por 
toda a operação, os programas socioambientais continuarão 
sendo executados, fiscalizados e acompanhados pelos órgãos 
ambientais, sempre buscando reduzir impactos sobre o meio-
ambiente e maximizar os resultados para a sociedade”, ressaltou. 
O Ministro concluiu sua fala externando sua alegria e 
satisfação com a inauguração de Belo Monte. “Vejo que somos 
testemunhas de mais um capítulo de prosperidade, que contou 
com a visão estratégica, a concepção de uma política energética 
de estado, criada há mais de 40 anos, com o uso da cultura da 
nossa academia, da nossa engenharia, da nossa indústria e da 
capacidade de empreendimentos nacionais”, declarou. “Destaco 
e enalteço – concluiu -, especialmente, os esforços, a 
competência e a bravura de todos que trabalharam direta e 
indiretamente para a realização dessa obra magnífica, por todo e 
qualquer aspecto que seja considerado”. 
 
Belo Monte – História (Fonte: Norte Energia) 
Instalada no rio Xingu, Belo Monte aumentou 
significativamente a eficiência, bem como conferiu maior 
proteção social e ambiental por meio de medidas como a 
redução da área alagada, passando de 1.225 para 478 km². 
Esta gigante do setor elétrico brasileiro é composta por 
duas Casas de Força, onde estão instaladas 24 Unidades 
Geradoras (UGs). Na Casa de Força Principal são 18 Unidades de 
611,11 MW, sendo que cada uma delas é capaz de gerarenergia 
para alimentar uma cidade com 1,5 milhão de habitantes. Na 
Casa de Força Complementar estão outras seis Unidades 
menores, com 38,85 MW cada. 
Belo Monte é classificada como uma “usina a fio 
d’água”*, e conta com dois reservatórios interligados por um 
Canal de Derivação com 20 quilômetros de extensão. Este novo 
arranjo garantiu que nenhuma terra indígena fosse alagada pelo 
empreendimento. O Reservatório Principal possui 359 km2, 
sendo que 228 km2 já eram a própria calha do rio Xingu. Já o 
Reservatório Intermediário abrange 119 km². 
O complexo hidrelétrico conta com outras duas 
importantes estruturas no rio Xingu, ao lado da Casa de Força 
Complementar: o Sistema de Transposição de Peixes (STP) e o 
Sistema de Transposição de Embarcações (STE). Localizado na 
margem esquerda do rio Xingu, o STP possui 1,2 mil metros e 
permite a migração dos peixes através do barramento. Já o STE, 
na margem direita, está em uso desde 2013 e garante a 
navegabilidade entre a Volta Grande do Xingu e o trecho à 
montante da barragem. 
Com o intuito de reduzir o impacto ambiental, o 
reservatório Principal do empreendimento, formado na calha do 
rio Xingu, foi concebido à fio d’água, uma tecnologia moderna e 
preservacionista que atende aos mais rígidos princípios de 
sustentabilidade, respeitando o meio ambiente e as 
comunidades do entorno. 
Junto com o reservatório Intermediário, a área alagada 
do empreendimento totaliza 478 quilômetros quadrados – 
considerada pequena se comparada à área alagada por outros 
empreendimentos hidrelétricos e à capacidade instalada da 
usina. Ambos os reservatórios estão situados entre os municípios 
de Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. A área de abrangência 
da usina ainda contempla outros dois municípios: Anapu e 
Senador José Porfírio. 
Fonte: Ministerio das Minas e Energia em 27/11/2019 
 
 
 
A NOVA FRONTEIRA AGRÍCOLA NA AMAZÔNIA 
A Fronteira agrícola amazônica é uma área de ocupação 
e extensão de atividades ligadas à agropecuária na Amazônia 
legal brasileira. A fronteira abrange áreas do norte, nordeste e 
centro-oeste brasileiro. No meio acadêmico pode ser conhecida 
como Arco do Desmatamento ou Desflorestamento, em função 
da intensa atividade predatória existente na fronteira. 
Embora sua característica fortemente econômica, a 
fronteira influenciou os mais diversos fatores sociais, 
demográficos, políticos e até mesmo culturais. 
A ocupação da fronteira agrícola amazônica começou 
historicamente com a abertura da rodovia Belém-Brasília. Esta foi 
a primeira via rodoviária de ocupação da região. Ao lado da 
rodovia pequenos agricultores foram paulatinamente se 
assentando e ocupando porções de terra. Aos poucos os 
primeiros núcleos urbanos foram surgindo, dando os contornos 
da atual ocupação. 
Os marcos históricos maiores da ocupação da fronteira 
agrícola amazônica se deram com a instalação das demais 
rodovias na década de 1970: a Transamazônica, Cuiabá-Santarém 
e Cuiabá-Porto Velho. Neste período iniciou-se um intenso 
processo de migração de sulistas e nordestinos para a região 
amazônica. Em pouco tempo as áreas adjacentes destas rodovias 
estavam densamente povoadas. 
A fronteira inicialmente centrava-se numa economia de 
pequena lavoura e de extração e venda de madeira não 
processada. A extração e venda da "madeira em tora" foi a 
principal atividade econômica da região por mais de duas 
décadas, até quase a exaustão dos recursos vegetais na região. 
Verdadeiras cadeias industriais e cidades surgiram da atividade 
madeireira. Atualmente toda a cadeia da madeira está 
estagnada, reservando-se a uns poucos locais de extração e 
beneficiamento. 
Na década de 1990 migra para a fronteira as atividades 
ligadas ao plantio em larga escala (agrobusiness) de soja e milho. 
A ocupação da fronteira pela soja e pelo milho deu novos 
contornos a região, que passou a receber grandes investimentos 
em logística e relativa oferta de capitais. 
Paralelamente a extração madeireira e ao plantio de 
soja e milho, a atividade pecuária cresce de forma vertiginosa na 
região Amazônica, acompanhando pari passu a expansão da 
fronteira agrícola. A região chega a ser conhecida por ter "mais 
cabeças de gado que pessoas". 
A fronteira agrícola amazônica influenciou não somente 
em fatores demográficos ou econômicos, mas também deixou 
uma forte e distintiva marca em questões culturais. O exemplo 
disto é a singular diferença que há entre os costumes de 
vestimenta, música, dialeto, culinária e visão de espaço e tempo 
entre as principais capitais da região, Manaus e Belém, e a região 
da fronteira agrícola amazônica. 
Em fatores musicais por exemplo, há uma clara 
preferência por ritmos como o forró e o sertanejo em detrimento 
do brega e do carimbó, ritmos tradicionais do vale amazônico. 
A diferença mais marcante em relação á cultura da 
fronteira diz respeito ao seu modo de falar (ou dialeto). Devido a 
intensa migração de goianos, mineiros, maranhenses, paulistas, 
paranaenses e gaúchos, o dialeto local tornou-se uma mescla dos 
dialetos falados por cada um destes imigrantes. 
No meio acadêmico é conhecido por dialeto da serra 
amazônica (em alusão à localização da fronteira agrícola, nas 
partes mais altas da Amazônia) ou do arco do desflorestamento. 
Este dialeto é muito próximo dos dialetos nordestino, caipira e 
sertanejo, e muito diferente daquele falado no restante da 
Amazônia. 
 
O AVANÇO DA SOJA 
 
A expansão do cultivo da soja no Brasil em direção à 
Amazônia tem gerado discussões e polêmicas quer entre os 
pesquisadores, quer entre os militantes de ONGs e quer entre os 
políticos. Muitas vezes este debate vem desprovido de uma 
compreensão profunda e consistente do significado da expansão 
da produção de soja no Brasil e no cone sul da América. O 
comportamento do mercado mundial é fundamental para que se 
compreenda, simultaneamente, o crescimento das demandas 
internas e externas desta commodity em um mercado 
mundializado. A sua análise demonstra que há um crescimento 
maior das exportações de soja do Brasil em relação ao 
crescimento do consumo no mercado interno. Este processo está 
relacionado à relativa estagnação da produção norte-americana 
e o crescimento do consumo pela China e pela União Européia. 
Outro ponto importante estudado é a construção de uma nova 
geografia da soja no território brasileiro. A expansão da soja em 
direção ao ecossistema do cerrado na região Centro Oeste e 
Nordeste do país, gerou uma nova logística de transportes e a 
implantação de unidades de empresas multinacionais de 
comercialização e industrialização de grãos, que alterou 
profundamente o desenho geográfico da agricultura brasileira. 
Novas rotas, novas estratégias de transportes compõe a 
infraestrutura que articula sistemas modais articulados de 
hidrovias, ferrovias, rodovias e portos. Aborda-se também, a 
relação entre a expansão da soja e sua presença no ecossistema 
da floresta equatorial na Amazônia Legal. O crescimento do 
desmatamento no estado de Mato Grosso nesta última década 
está direta ou indiretamente relacionado com esta expansão, 
embora, esteja relacionado principalmente, à expansão da 
pecuária e à grilagem das terras públicas na fronteira amazônica. 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fronteira_agr%C3%ADcola
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fronteira_agr%C3%ADcola
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agropecu%C3%A1ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia_legal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia_legal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Norte_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nordeste_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro-Oeste_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/BR-010
https://pt.wikipedia.org/wiki/BR-230
https://pt.wikipedia.org/wiki/BR-163
https://pt.wikipedia.org/wiki/BR-364
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_madeireira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agrobusiness
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manaus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9m_%28Par%C3%A1%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forr%C3%B3https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_sertaneja
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carimb%C3%B3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_nordestino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_caipira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_sertanejo
 
A PECUÁRIA AMAZÔNICA E PARAENSE 
Até a década de 1970, a criação de gado bovino na 
Amazônia – leiteiro e de corte – para consumo regional 
desenvolveu-se em poucas áreas de pastagens naturais, 
formadas pelos cerrados e campos. Porém, a partir desse 
período, começaram a se instalar na região poderosas empresas 
agropecuárias, que substituíram grandes trechos de floresta por 
pastos cultivados. 
A pecuária dessas novas áreas é extensiva e destinada 
ao corte. O gado é criado solto nos pastos. A atividade 
apresentou grande crescimento, passando de pouco mais de 1,7 
milhão de cabeças de gado em 1970 para aproximadamente 24 
milhões em 2000. 
 
No rebanho da Região, destaca-se também a criação de 
búfalos. Introduzida nos campos inundados da ilha de Marajó no 
início do século, recentemente passou a ocupar outras áreas do 
estado do Pará. O rebanho de búfalos da Região Norte 
representa mais de 60% do total nacional. Os rebanhos suíno e 
eqüino são pequenos na Região. 
Nas últimas décadas a pecuária da Amazônia teve um 
grande incremento, atraídos principalmente pelo baixo custo da 
terra a região viu a produção pecuária explodir, atualmente o 
Estado do Pará, é possuidor do 5º maior rebanho bovino do País, 
com mais de 20 milhões de cabeças(2014) e em crescimento 
acelerado, o que representa aproximadamente 10 % do rebanho 
nacional, curiosamente São Felix do Xingu com mais de 2 
milhões de cabeças abriga o maior rebanho municipal do Brasil, 
o que equivale a 1% do total nacional, a criação de gado na 
Amazônia apresenta uma pecuária de corte baseada em 
pastagens cultivadas e até considerada de boa produtividade, 
principalmente nas Regiões Sul e Sudeste do estado. Mantido o 
crescimento relativo atual, em alguns anos, o Pará deverá ser 
detentor do maior rebanho bovino do País. Um rebanho bovino 
de mais de 20 milhões de cabeças contrastando com uma 
população humana de 7 milhões de habitantes predestinam o 
Estado do Pará a 
ser o maior exportador de carne bovídea, do País. 
O estado do Pará se destaca com a exportação de gado 
vivo respondendo por 98% das vendas do país, esse dado, só 
reforça o baixo nível de verticalização da cadeia produtiva do 
nosso estado. 
 
 
EXPLORAÇÃO DAS RIQUEZAS MINERAIS 
 
 
 
A importância da mineração tende a crescer cada vez 
mais na Amazônia. Estudos recentes, com o levantamento dos 
recursos minerais da região, demonstraram haver abundância 
de ferro, ouro e manganês, além de boas possibilidades de se 
encontrar cobre, níquel, bauxita e até petróleo e gás natural. 
 Nesse aspecto, destaca-se na região a serra dos Carajás, 
província mineral localizada ao sul de Belém que encerra 
grandes jazidas de vários tipos de minério, 
principalmente ferro. Ao sul de Carajás está Serra Pelada, onde 
se viveu a febre do ouro nos anos 1980, ainda existe ouro por lá. 
 No Amapá, desenvolve-se uma atividade mineradora já 
tradicional na região: a extração do manganês da serra do Navio, 
exportado pelo porto de Santana, em Macapá. Praticamente 
todo o manganês, foi exportado para os Estados Unidos, e a 
empresa exploradora, a Icomi (Indústria e Comércio de Minérios 
S.A.), divide 49% de suas ações com a poderosa empresa norte- 
americana Bethlehem Steel. Em Rondônia explora-se a 
cassiterita (minério de estanho), extraída em áreas próximas à 
cidade de Porto Velho. No projeto Jari explora-se o Caulim. 
(Observe o mapa esquemático na página anterior) 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA A CONSOLIDAÇÃO DA 
MINERAÇÃO NA AMAZÔNIA 
 No contexto da década de 70/80, 
desencadeou-se um processo de transformações das bases 
produtivas do capitalismo industrial. Estas transformações estão 
relacionadas aos reflexos da crise do petróleo de 1973, pois 
ocasionaram a priorização de setores de alta tecnologia nos 
países desenvolvidos como, a robótica, a informática, a 
microeletrônica, a biotecnologia em detrimento de bases 
produtivas para os países periféricos. A transferência dessas 
bases produtivas para os países periféricos relaciona-se ao 
barateamento dos custos de mão-de-obra barata e incentivos 
fiscais como na Amazônia. 
O governo federal, sentindo os reflexos da crise do 
petróleo, assume um papel mais empresarial no que se refere á 
organização e à ocupação do espaço amazônico; implantando 
grandes projetos minero-metalúrgicos. Portanto, o Estado 
brasileiro passa a direcionar os investimentos na Amazônia 
associados ao capital estrangeiro, através da criação de áreas 
 
denominadas de enclaves tecnológicos, como o Projeto Grande 
Carajás. 
 
O PROGRAMA GRANDE CARAJÁS 
O PGC assinalou uma inflexão na economia e na 
organização do espaço geográfico no leste do Pará e no oeste do 
Maranhão (fig. 3). As grandes obras de infra-estrutura 
construídas em poucos anos — a E. F. Carajás (através de 890 
quilômetros), o Porto de Itaqui (capaz de receber graneleiros de 
até 280 mil toneladas, em São Luís) e a hidrelétrica de Tucuruí 
(no Rio Tocantins) — atraíram significativos fluxos migratórios e 
geraram o surgimento de diversos núcleos urbanos. 
No coração do PGC estão as instalações de extração 
dos minérios, o terminal ferroviário de carga e os núcleos 
urbanos da Serra dos Carajás. A Vila de Carajás, no topo da 
serra, foi projetada para abrigar os funcionários da CVRD. 
Paraupebas, no sopé da serra, foi projetada para servir de 
residência à mão-de-obra temporária: os trabalhadores braçais 
que construíram os dois núcleos e as estradas de acesso. 
A estrutura urbana dupla tinha a função de isolar o 
topo da serra, retendo na parte de baixo os fluxos migratórios. 
Nesse quadro, a Vila de Carajás consolidou-se como verdadeira 
cidadela, guardada por um posto da Polícia Federal e uma 
portaria da CVRD. 
No sopé, ao lado do núcleo de Paraupebas, planejado 
para 5 mil habitantes, os fluxos migratórios impulsionaram o 
crescimento espontâneo do povoado de Rio Verde, que já abriga 
mais de 20 mil habitantes. 
 
 
 
 O Projeto Ferro Carajás é a ponta de lança do PGC. 
Gerenciado pela CVRD, ele produz cerca de 35 milhões de 
toneladas anuais de minério, exportadas principalmente para o 
Japão. Ao longo da ferrovia, foram aprovados diversos projetos 
de instalação de indústrias siderúrgicas primárias, de ferro-gusa 
e ferro-ligas. Assim, embrionariamente, aparecem núcleos 
industriais nas áreas de Marabá (PA), nas proximidades das 
reservas de matérias-primas, e da Baixada Maranhense, nas 
proximidades do Porto de Itaqui. 
Esses projetos beneficiam-se dos vastos excedentes 
regionais de mão-de-obra, inicialmente atraídos pelas grandes 
obras de infra-estrutura e que hoje demandam empregos. 
Contudo, na falta de adequado planejamento dos impactos 
ambientais, tendem a gerar inúmeros focos de poluição doar e 
dos rios. Além disso, em virtude da opção pelo uso de carvão 
vegetal para queima nos fornos siderúrgicos, a implantação dos 
núcleos industriais previstos deve acarretar aceleração do 
desflorestamento. 
O Projeto dos Pólos de Alumínio é outra face do PGC. 
Os centros de transformação industrial da bauxita em alumina e 
alumínio localizam-se em Barcarena, nas proximidades de 
Belém, e em São Luís, na área do PGC . A usina de Tucuruí 
fornece as quantidades de energia elétrica necessárias para essa 
transformação. 
As fontes de abastecimento de bauxita, descobertas 
em 1966 pela transnacional canadense Alcan, localizam-se fora 
da área do PGC, na Serra de Oriximiná, no baixo vale do Rio 
Trombetas (reveja a figura 4). Em 1975 foi criada a Mineração 
Rio do Norte (MRN), um consórcio entre a CVRD, a Alcan, a 
anglo-holandesa Billiton-Shell Metais e a Companhia Brasileira 
de Alumínio, do grupo nacional Votorantim. 
A MRN produzcerca de 6 milhões de toneladas anuais 
do minério. Seu pólo de exploração abrange a jazida, um porto 
fluvial no Rio Trombetas e a usina de beneficiamento situada 
junto ao porto. Os minérios seguem, através do Rio Amazonas, 
para as usinas de Barcarena. Na área de extração e 
beneficiamento inicial do minério, a empresa previu a princípio 
construir uma bacia artificial para despejo dos rejeitos. Contudo, 
essa opção foi considerada custosa e abandonada. O 
lançamento dos rejeitos numa lagoa natural, o Lago da Batata, 
provocou assoreamento de mais de um quinto de sua extensão 
por material altamente poluente. 
 
O PROJETO JARI E MANGANÊS NA SERRA DO NAVIO 
O Projeto Jari, implantado pelo milionário norte-
americano Daniel Ludwig em 1967, ocupa área de 1,6 milhão de 
hectares. O seu objetivo inicial consistia em integrar 
verticalmente atividades florestais, agrícolas, minerais e 
industriais. No início da década de 1980, em dificuldades 
financeiras, foi vendido para um consórcio de mais de duas 
dezenas de grupos empresariais nacionais. 
O enclave — com aeroporto, porto fluvial no Rio Jari, 
junto à boca norte do Rio Amazonas, e rede viária própria — 
estrutura-se em torno dos núcleos urbanos de Almeirim (PA) e 
Laranjal do Jari (AP). A Companhia Florestal Monte Santo 
desenvolveu atividades de silvicultura e produção industrial de 
celulose. A Caulim Amazônia extrai o caulim, utilizado para o 
branqueamento da celulose e exportado. A São Raimundo 
Agroindustrial cultiva arroz em terras de várzea e cria búfalos 
nos campos inundados. 
 
 
Os grandes projetos da Amazônia Oriental 
organizaram-se econômica e geograficamente como enclaves. 
Do ponto de vista econômico, são empreendimentos de 
extração de recursos naturais que servem como matérias-
primas consumidas no exterior. Do ponto de vista geográfico, 
configuraram espaços isolados, servidos por redes viárias e 
núcleos urbanos especializados. 
A Serra do Navio localiza-se na área central do Amapá. 
As suas grandes jazidas de manganês foram descobertas na 
década de 1950, sob controle da Indústria e Comércio de 
Minérios S. A. (Icomi), um consórcio entre a transnacional norte-
americana Bethlehem Steel e uma empresa nacional do Grupo 
Azevedo Antunes. Para viabilizar as exportações do minério, o 
consórcio construiu a E. F. Amapá e o Porto de Santana, nos 
arredores de Macapá (fig. 4). As suas atividades estruturaram-se 
em torno dos núcleos planejados de Serra do Navio, junto às 
jazidas, e de Vila Amazonas, junto ao porto. O enclave da Icomi 
tornou-se o núcleo dinâmico da economia do Amapá. 
 
 
Em quatro décadas, o consórcio extraiu e exportou a 
quase totalidade do minério de alto teor metálico que aflorava 
na superfície e mais da metade do total da reserva. Os altos 
custos de exploração do minério restante e a queda dos preços 
no mercado internacional levaram a transnacional a abandonar o 
consórcio. Atualmente, a Icomi direciona seus investimentos 
para a extração, beneficiamento e exportação do minério de 
cromo da Mina do Vila Nova, em Mazagão, nas proximidades do 
Porto de Santana. 
 
AS COMPANY TOWNS 
A singularidade dos grande projetos como enclaves 
manifesta-se, de modo agudo, no tipo particular de núcleos 
urbanos que geraram: as company towns. Esses núcleos 
planejados — Vila de Carajás e Paraupebas, Oriximiná, Laranjal 
do Jari, Serra do Navio e Vila Amazonas — contrastam com a 
urbanização regional, marcada pelo inchaço das periferias, a 
favelização e a precariedade dos serviços públicos e das infra-
estruturas de saneamento básico. Mas os enclaves funcionam 
como imas, atraindo excedentes populacionais e, muitas vezes, 
gerando depósitos de mão-de-obra de reserva em povoados 
contíguos, que crescem desordenadamente no limiar das áreas 
protegidas. Assim surgiram Rio Verde, junto a Paraupebas, e o 
povoado miserável do Beiradão do Jari. 
 
CASSITERITA 
Também na década de 1950 teve início, em Rondônia, 
a exploração de cassiterita, da qual se extrai o estanho, utilizado 
principalmente na fabricação de latas de conserva. A princípio, 
esse minério era extraído por meio do garimpo, e só a partir dos 
anos 1970 a exploração passou a ser feita e modo industrial. 
Atualmente, a produção brasileira de cassiterita concentra-se 
nos estados de Rondônia, Amazonas e Pará. 
Fonte: Adaptado de IBGE, Atlas nacional do Brasil, 2010. 
 
 
 
A LEI KANDIR E SEUS IMPACTOS NA ECONOMIA PARAENSE 
A Lei Kandir, lei complementar brasileira nº 87 que 
entrou em vigor em 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o 
imposto dos estados e do Distrito Federal, nas operações 
relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS). A lei 
Kandir isenta do tributo ICMS os produtos e serviços destinados 
à exportação. A lei pega emprestada o nome de seu autor, o ex-
deputado federal Antônio Kandir. A Lei no artigo 3º diz: “O 
imposto não incide sobre: operações e prestações que destinem 
ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e 
produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços. 
O texto original da CF-88 estabelecia imunidade do 
ICMS apenas nas exportações de produtos industrializados. 
Assim, a exportação de uma série de produtos semielaborados e 
de todos os produtos primários era tributada pelo ICMS, o que, 
segundo expressiva parcela dos estudiosos da questão fiscal, 
diminuiria a competitividade dos produtos nacionais. Essa visão 
ganhou maior dimensão com a implementação do Plano Real, 
uma vez que a balança comercial brasileira passou a ser 
deficitária. O superávit comercial de US$10,4 bilhões, em 1994, 
transformou-se em déficits de U$3,4 bilhões e US$5,6 bilhões 
em 1995 e 1996, respectivamente. Diante dessas circunstâncias, 
o Deputado Antonio Kandir apresentou o PLP nº 95/1996, que 
foi aprovado pelo Congresso Nacional, durante a sua gestão 
como Ministro do Planejamento do Governo Fernando Henrique 
Cardoso, e transformou-se desde então na 
chamada “Lei Kandir”, substituindo o Decreto-Lei nº 406, de 31 
de dezembro de 1968, diploma legal que estabelecia, até então, 
as principais regras de cobrança do ICMS. 
Assim a lei Kandir gerou perdas importante causadas 
pela base de cálculo tributário para uma unidade federativa do 
Brasil do tamanho que é o Estado do Pará e que, é grande 
exportador de produtos primários. 
 
 
 
Os dados do IBGE nos mostram que o Pará é o 
segundo maior estado do país com uma extensão de 
1.248.042,515 km², dividido em 144 municípios (com a criação 
de Mojuí dos Campos), está situado no centro da região norte e 
tem como limites o Suriname e o Amapá a norte, o oceano 
Atlântico a nordeste, o Maranhão a leste, 
 Tocantins a sudeste, Mato Grosso a 
sul, o Amazonas a oeste e Roraima e a Guiana a noroeste. O 
Estado é o mais populoso da região norte, contando com uma 
população de 7.321.493 habitantes. Sua capital, Belém, reúne 
em sua região metropolitana cerca de 2,1 milhões habitantes, 
sendo a maior população metropolitana da região Norte. 
Segundo o IBGE, quase um quinto da população 
paraense é extremamente pobre. São exatos 1.432.188 
habitantes no Estado, que residem em domicílios com 
rendimento menor ou igual a R$ 70,00 reais por mês. Desse 
total, cerca de 500 mil pessoas têm rendimento nominal mensal 
domiciliar igual à zero. 
A Lei Kandir causou perdas importantes na 
arrecadação de impostos estaduais, apesar de que o governo 
federal ficou comprometido em compensar tais perdas, as 
regras para esta compensação não ficaram tão claras e há um 
impasse entre o governo e os estados sobre este assunto. O que 
ocorre é que o governo apenas estabelece valores parciais para 
compensação e os lança no orçamento público da União. Os 
Estados são obrigados a indenizar as empresas do ICMS cobrado 
sobre insumos usados para as exportações. Parte destes 
recursos é repassada pela União, contudo, o repasse às 
empresas é lento, pois os créditos que elas possuem muitas 
vezes são referentes a um ICMS pago sobre um insumo 
comprado em outro Estado. Estudo do TCErevela que Pará já 
perdeu 21,5 bilhões. As autoridades paraenses 
resolveram se unir em torno daquele que é considerado o maior 
gargalo financeiro sofrido pelo Estado: as perdas causadas pela 
base de cálculo tributário da Lei Kandir e o seu respectivo 
impacto nas contas estaduais relativos aos repasses não 
recebidos daquele que é o quarto maior estado exportador de 
todo o país. 
A pesquisa considera os valores recebidos pelo Pará 
neste período, em forma de ressarcimento e auxílio financeiro 
do Governo Federal, para concluir que a Lei Kandir produziu um 
ônus de 21,5 bilhões de reais para o Estado em termos de 
arrecadação de ICMS sobre o setor exportador. “Esses recursos 
poderiam estar sendo utilizados, com certeza, em benefício do 
maior desenvolvimento do Pará, em segurança pública, saúde, 
educação, construções de moradias, e no bem estar da sua 
população” disse o presidente do TCE. 
Um dos objetivos principais na criação da Lei Kandir 
foi fomentar a economia do Brasil, deixando o valor do minério 
mais competitivo no mercado internacional. O governo 
exonerava o ICMS, mas compensava essa exoneração. 
Nos primeiros anos de Lei Kandir, e exoneração e a compensação 
formavam um casal perfeito, o estímulo na economia estava 
funcionando, mas, com o passar dos anos essa relação foi se 
desgastando. A compensação foi sendo atrasada e 
consequentemente e Lei Kandir deixou de ser cumprida. 
Pelo o que se percebe ex-deputado Antônio Kandir, 
autor da Lei, não levou em consideração a opinião dos Estados 
exportadores e maiores afetados com a Lei. 
O Pará exporta por ano 17,4 milhões de toneladas de 
bauxita sendo o terceiro maior produtor do mundo, e esse é 
apenas um dos minérios extraídos do Estado. O Estado do Pará 
é um dos maiores exportadores de minério do Brasil, e o ICMS é 
uma de suas maiores fontes de receita, o que afeta diretamente 
o desenvolvimento do Estado. Essa exoneração fiscal ao longo 
desses anos de existência da Lei Kandir além de afetar 
diretamente o Estado do Pará, afeta também o equilíbrio do 
Pacto Federativo, que tem como objetivo manter o equilíbrio 
socioeconômico e financeiro entre os estados da Federação, 
diminuindo assim as desigualdades entre eles. 
O não cumprimento da Lei Kandir, já causou ao Estado 
do Pará uma perda superior a 32 bilhões de reais, valor esse que 
poderia estar sendo investido em educação, saúde, e no 
implemento de políticas públicas para a aceleração do 
desenvolvimento do estado, dentre outros. 
 
QUESTÃO AGRARIA E MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMAZÔNIA 
Compreender a formação social da Amazônia e em 
especial seus “movimentos” (movimentos sociais), é um exercício 
crítico de compreensão histórica da região. Para tal, é preciso ter 
clareza das diferentes intenções e dos diferentes atores que 
ocupam a região. Neste caso a questão da terra, seja posse ou 
propriedade é fundamental. 
Assim temos de um lado, principalmente os 
empresários, para quem a terra é fonte de lucro, de outro, 
principalmente as populações tradicionais, para quem a terra é 
fonte de vida, de sobrevivência. A partir desse entendimento 
vamos entender os diferentes conflitos que permeiam essa 
questão. Um embate entre aqueles que ávidos pelo lucro causam 
impactos ambientais e aqueles que além de lutar pela posse de 
suas terras, buscam também a proteção da Amazônia e de seus 
ecossistemas, assim a luta dos movimentos sociais são vinculados 
a realidade ambiental da região. Nesse caso devemos ter clareza 
que a formação econômica da Amazônia, passando pelo caráter 
colonial, explorador e predatório até mesmos da ocupação 
recente com Grande Projetos Agropecuários e Minerais, vai 
desencadear uma série de conflitos, envolvendo suas populações 
urbanas, rurais, tradicionais, indígenas, entre outros. Uma 
verdadeira trama envolvendo diversos atores sociais e, mais 
recentemente observamos, estratégias de organização utilizadas 
por esses movimentos visando o enfrentamento a grandes 
projetos econômicos e infraestruturais em curso na região. 
 
No que diz respeito a Questão Agrária, nas últimas 
décadas, o espaço amazônico, vem apresentando graves 
problemas decorrentes de vários fatores, tais como: 
▪ O processo de integração da Amazônia frente 
ao Centro-Sul brasileiro, a partir da década de 60, originando 
uma série de problemas conflituosos na região; 
▪ Os incentivos fiscais viabilizados pelo governo 
federal que permitiram a concentração de terras nas mãos de 
minorias privilegiadas (grandes empresas, fazendeiros, 
latifundiários, etc.), atraídos por incentivos e créditos; 
https://jus.com.br/tudo/orcamento
 
▪ A política oficial da Amazônia que criou, por 
meio de estímulos ao fluxo migratório de “sem terras” para a 
Amazônia já que, provocaram um processo de grilagem de terra 
de maneira a garantir sua exploração, em virtude da descoberta 
de grandes jazidas minerais; 
▪ A intensificação da grilagem de terras e as 
grandes extensões de terras cobiçadas por pessoas que utilizam 
mecanismos fraudulentos, como a grilagem (falsificação de 
títulos de terras), para garantir a apropriação das mesmas; 
intensificando os conflitos em virtude da exploração e 
expropriação da população ali existente. 
▪ Projetos incentivados pela Sudam, voltados 
para a exploração da madeira e agropecuária; 
▪ Projeto Grande Carajás, destinado à extração e 
exportação de minérios; 
▪ Usinas hidrelétricas que exploram o potencial 
hídrico dos rios. As políticas responsáveis por esse planejamento 
regional transformaram a Amazônia em um grande 
investimento de capital. 
▪ Os grandes projetos e a construção de rodovias 
atraíram para a Amazônia grandes fluxos migratórios 
provenientes do Centro-Sul e do Nordeste. 
 
 
Essa “conquista” da Amazônia desencadeou uma 
série de conflitos sociais envolvendo posseiros, grileiros, 
empresários, jagunços, empreiteiros, peões e indígenas. O 
resultado foi um grande número de mortos. 
• Posseiros são agricultores que cultivam pequenos 
lotes, geralmente há muitos anos, mas não possuem o título de 
propriedade da terra. Eles têm a posse da terra, mas não os 
documentos legais registrados em cartórios, que garantem a sua 
propriedade. São vítimas de fazendeiros e empresas. 
• Grileiros são agentes de grandes proprietários de 
terras que se apropriam ilegalmente de extensas porções de 
terras, mediante a falsificação de títulos de propriedade. Com a 
ajuda de capangas e jagunços, expulsam posseiros e índios das 
terras. As terras “griladas” passam ao controle dos novos 
“proprietários”. 
• Empresários são pessoas ou empresas que adquirem 
enormes extensões de terra na Amazônia, algumas vezes com 
títulos de propriedade duvidosos. 
• Jagunços são homens armados, contratados por 
grileiros, empresários ou empreiteiros para patrulhar suas terras 
e expulsar posseiros ou indígenas. 
• Empreiteiros são pessoas que contratam os 
trabalhadores para as grandes fazendas. São também chamados 
de “gatos” ou intermediários. 
• Peões são trabalhadores rurais, recrutados pelos 
“gatos”. Ganham baixos salários e, muitas vezes, trabalham sem 
carteira assinada, não se beneficiando dos direitos trabalhistas. 
Eles se iludem com promessas de um enriquecimento que nunca 
acontece e ficam sempre devendo ao patrão, não podendo 
deixar o emprego. 
As estradas, como o eixo de Belém-Brasília e a 
Transamazônica, atraíram posseiros e grileiros para a Amazônia 
Oriental (“Bico de Papagaio”, o sudeste do Pará, o norte do 
Tocantins e oeste do Maranhão). Essas áreas se transformaram 
no principal foco de violência rural do Brasil, chamando a 
atenção de organizações de direitos humanos. Os municípios 
dessa região ficaram conhecidos como centros de grilagem de 
terras. 
As populações tradicionais constituem o setor mais 
frágil e mais prejudicado com essa ocupação da Amazônia. Os 
índios, por exemplo, são expulsos de suas terras pelos jagunços 
contratados por empresários, pelas hidrelétricas, pela 
derrubada da mata etc. A vida dos povos da florestaestá ligada 
à terra e, sem ela, os grupos se desorganizam. Com a introdução 
da economia moderna, o meio ambiente sofre terríveis 
consequências, como a devastação da floresta por empresas 
madeireiras, mineradoras, agrícolas e pecuaristas. 
Queimadas, desmatamentos, morte de índios, 
violência contra seringueiros e posseiros são fatos que passaram 
a ser discutidos em todas as partes do planeta. A destruição da 
Amazônia e os seus conflitos sociais passaram a ser condenados 
e o governo brasileiro passou a ter mais preocupação com a 
maior floresta equatorial do mundo. 
 
A AMAZÔNIA COMO MANANCIAL DE ÁGUA 
A bacia do rio Amazonas envolve todo o conjunto de 
recursos hídricos que convergem para o rio Amazonas. Essa 
bacia hidrográfica faz parte da região hidrográfica do Amazonas, 
uma das doze regiões hidrográficas do território brasileiro.[1] 
A bacia amazônica abrange uma área de 7 milhões de 
quilômetros quadrados, compreendendo terras de vários países 
da América do Sul (Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, 
Suriname, Bolívia e Brasil). É a maior bacia de regime misto 
(pluvial e nival) do mundo. Sendo regime pluvial, que deriva das 
águas das chuvas e nival que deriva do derretimento das geleiras 
dos Andes. O Rio Amazonas tem mais de 7 Mil afluentes, e possui 
25 mil quilômetros de vias navegáveis. 
De sua área total, cerca de 3,89 milhões de km² 
encontram-se no Brasil,ou seja, 45% do país, abrangendo os 
estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, 
Pará e Amapá. 
http://www.coladaweb.com/biologia/ecologia/queimadas
http://www.coladaweb.com/biologia/ecologia/desmatamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Amazonas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_rio_Amazonas#cite_note-AMBRA-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sul
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peru
https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B4mbia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Venezuela
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guiana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suriname
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Amazonas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roraima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rond%C3%B4nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amap%C3%A1
 
A Bacia Amazônica representa 1/5 da água derramada 
no oceano por todos os rios do planeta. 
 
Formação 
 
 
Mapa mostrando o trajeto do rio Amazonas, seus 
principais afluentes e a área aproximada de sua bacia 
hidrográfica. 
A teoria mais aceita pelos geólogos é de que o rio 
Amazonas formou-se a partir de um grande golfo, que 
originalmente se abria ao Oceano Pacífico. Com a separação do 
super continente Pangeia há 130 Ma (particularmente, a quebra 
do Gondwana, o continente formado antes do Pangeia pela 
junção da África, América do Sul, Antártica, Arábia e Austrália) o 
deslocamento da placa americana para oeste gera a formação 
da cordilheira dos Andes há 65 Ma, esse golfo fechado a oeste, 
se abre para leste pela captura de drenagem vinda do Atlântico, 
tendo o grande rio assim se formado (ver teoria das placas 
tectônicas). 
Sua origem explica o fato de o rio Amazonas apresentar 
inclinação muito pequena. Em todo seu trajeto inclina-se menos 
de cem metros; num trecho de 3 mil quilômetros em território 
brasileiro, a inclinação é de apenas 15 metros. 
Durante muito tempo, considerou-se a desembocadura 
do Amazonas na região de Belém. Hoje, o rio que banha a capital 
paraense (rio Pará) não é considerado como foz do Amazonas, 
fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Tocantins. A foz do 
Amazonas está no lado ocidental da ilha de Marajó. Isso faz com 
que a cidade de Macapá seja considerada a única capital 
banhada pelo rio. O volume d'água despejado pelo rio é tão 
descomunal que a água do mar é doce por vários quilômetros 
além da desembocadura. O rio Amazonas descarrega no Oceano 
Atlântico 20% de toda a água doce que chega nos oceanos. 
A bacia amazônica é formada pelo rio Amazonas e seus 
afluentes. Estes estão situados nos dois hemisférios (no 
hemisfério norte e no hemisfério sul) e, devido a esse fato, o rio 
Amazonas tem dois períodos de chuvas, pois a época das chuvas 
é diferente no hemisfério norte e no hemisfério sul. 
Rio Solimões 
O Rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no 
Peru. Possui 6.868 km, sendo que 3.165 km estão em território 
brasileiro. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m³/s e 
290.000 m³/s na estação de chuvas. É um rio típico de planície, 
ele e muitos de seus afluentes são navegáveis, o que é muito 
importante para a população da Amazônia, que se serve do rio 
como meio de locomoção. 
O rio é divido em três partes: 
• ainda nos países andinos, é chamado de rio Marañon 
• ao entrar no Brasil, é chamado de rio Solimões 
• ao receber as águas do rio Negro passa a ser chamado 
de rio Amazonas 
Seus divisores de águas são:[2] 
• Escudo das Guianas, ao norte. 
• Andes, a oeste. 
• Escudo Brasileiro, ao sul. 
A imagem de satélite mostra o complexo da Região 
Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo. 
A largura média do rio Amazonas é de 
aproximadamente 5 quilômetros. Em alguns lugares, de uma 
margem é impossível ver a margem oposta, por causa da 
curvatura da superfície terrestre. No ponto onde o rio mais se 
contrai – o chamado "Estreito de Óbidos" – a largura diminui 
para 1,5 quilômetro e a profundidade chega a 100 metros. 
As terras amazônicas, como se disse, formam uma 
planície no sentido atual da palavra, ou seja, um território 
formado pela sedimentação. Ao norte e ao sul essa planície é 
limitada pelos escudos das Guianas e Brasileiro, 
respectivamente. Uma divisão elementar das terras da bacia 
amazônica permite classificá-las em: 
• igapó: terras muito próximas aos rios onde está sempre 
alagado apresentando árvores não muito altas e rica 
em espécies vegetais; 
• várzeas: terras próximas ao rio, que são inundadas 
pelas enchentes anuais, ou mesmo diariamente; 
• terras firmes: nunca são alagadas pelas enchentes. 
 
AMAZÔNIA ABRIGA O MAIOR AQUIFERO DO MUNDO 
Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de 
abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está 
localizada na parte brasileira da Amazônia e é praticamente 
subutilizada. 
Até dois anos atrás, o aquífero era conhecido como 
Alter do Chão. Em 2013, novos estudos feitos por pesquisadores 
da UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma 
área maior e deram uma nova definição. 
"A gente avançou bastante e passamos a chamar de 
SAGA, o Sistema Aquífero Grande Amazônia. Fizemos um estudo 
e vimos que aquilo que era o Alter do Chão é muito maior do que 
sempre se considerou, e criamos um novo nome para que não 
ficasse essa confusão", explicou o professor do Instituto de 
Geociência da UFPA Francisco Matos. 
Segundo a pesquisa, o aquífero possui reservas hídricas 
estimadas preliminarmente em 162.520 km³ --sendo a maior 
que se tem conhecimento no planeta. "Isso considerando a 
reserva até uma profundidade de 500 metros. O aquífero 
Guarani, que era o maior, tem 39 mil km³ e já era considerado o 
maior do mundo", explicou Matos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_Amaz%C3%B4nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rios
https://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Pac%C3%ADfico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pangeia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gondwana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Africa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sul
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ar%C3%A1bia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Austr%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cordilheira_dos_Andeshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Placas_tect%C3%B4nicas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Placas_tect%C3%B4nicas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9m
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Maraj%C3%B3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macap%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_do_mar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Solim%C3%B5es
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Plan%C3%ADcie
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_rio_Amazonas#cite_note-2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Estreito_de_%C3%93bidos&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plan%C3%ADcie
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedimenta%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto_das_Guianas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto_Brasileiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_de_igap%C3%B3
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A1rzea
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra_firme
http://noticias.uol.com.br/para
 
O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó (PA), 
Amazonas, Solimões (AM) e Acre --todas na região amazônica--, 
chegando até a bacias subandinas. Para se ter ideia, a reserva de 
água equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. "Daria para 
abastecer o planeta por pelo menos 250 anos", estimou Matos. 
 
 
 
O aquífero exemplifica a má distribuição do volume 
hídrico nacional com relação à concentração populacional. Na 
Amazônia, vive apenas 5% da população do país, mas é a região 
que concentra mais da metade de toda água doce existente no 
Brasil. 
Por conta disso, a água é subutilizada. Hoje, o aquífero 
serve apenas para fornecer água para cidades do vale 
amazônico, com cidades como Manaus e Santarém. "O que 
poderíamos fazer era aproveitar para termos outro ciclo, além 
do natural, para produção de alimentos, que ocorreria por meio 
da irrigação. Isso poderia ampliar a produção de vários tipos de 
cultivo na Amazônia", afirmou Matos. 
Para o professor, o uso da água do aquífero deve 
adotar critérios específicos para evitar problemas ambientais. 
"Esse patrimônio tem de ser visto no ciclo hidrológico completo. 
As águas do sistema subterrâneo são as que alimentam o rio, 
que são abastecidos pelas chuvas. Está tudo interligado. É 
preciso planejamento para poder entender esse esquema para 
que o uso seja feito de forma equilibrada. Se fizer errado, pode 
causar um desequilíbrio", disse. 
Mesmo com a água em abundância, Matos tem pouca 
esperança de ver essa água abastecendo regiões secas, como o 
semiárido brasileiro. "O problema todo é que essa água não tem 
como ser transportada para Nordeste ou São Paulo. Para isso 
seriam necessárias obras faraônicas. Não dá para pensar hoje 
em transportar isso em distâncias tão grandes", afirmou. 
 
ECOLOGIA: IMPACTOS AMBIENTAIS, RESERVAS E PARQUES 
ECOLÓGICOS 
As políticas territoriais amazônicas implementadas 
depois da criação da Sudam nortearam-se pela meta geopolítica 
de "conquista" do Grande Norte. O planejamento regional 
elaborado nesse contexto fundamentou-se num conceito 
distorcido de desenvolvimento, que estimula a acumulação de 
capital por grandes empresas e o uso predatório dos recursos 
naturais. Os largos e extensos corredores de devastação 
ambiental e as vastas manchas de desflorestamento, assim 
como a poluição de rios e igarapés pelos subprodutos do 
garimpo, são resultados das opções de planejamento adotadas 
nesse período. 
As políticas amazônicas dissociaram a noção de 
desenvolvimento de seu conteúdo social. A abertura de rodovias 
de integração e a implantação de grandes projetos geraram 
intensos fluxos migratórios para a Amazônia, além de êxodo 
rural, esvaziamento demográfico de várzeas e igarapés e 
urbanização desordenada. A exclusão social materializa-se no 
inchaço das periferias urbanas, nos povoados miseráveis 
nascidos junto a empreendimentos minerais e florestais e no 
surgimento de populações itinerantes, que funcionam como 
reservas de mão-de-obra. 
O novo ciclo de obras viárias na Amazônia, projetadas 
para reforçar o vetor que conecta Belém e São Luís ao Brasil 
central e estabelecer a ligação entre Manaus e Porto Velho, 
ameaça reproduzir, em escala ampliada, os desastres sociais e 
ambientais do ciclo anterior. A alternativa consiste em redefinir 
o sentido do planejamento regional, priorizando o 
desenvolvimento social e a valorização dos ecossistemas 
naturais. A geração de empregos e a exploração sustentável dos 
recursos naturais são as metas a serem perseguidas por um 
planejamento regional renovado. 
 
Um zoneamento Econômico e Ecológico 
O planejamento regional da Sudam, subordinado à sua 
finalidade geopolítica, baseou-se em estudos de pequena escala, 
inadequados para a definição das realidades sociais e vocações 
ecológicas de áreas de médias e pequenas dimensões. Mas um 
planejamento regional voltado para o desenvolvimento 
sustentável não pode abrir mão do reconhecimento dessas 
áreas e suas peculiaridades. 
Atualmente, as imagens de satélite e as técnicas de 
cartografia computadorizada fornecem os meios para a 
elaboração de estudos em média e grande escala, de modo a 
produzir um zoneamento econômico e ecológico do imenso 
espaço amazônico. Ao mesmo tempo, a transformação da 
Sudam em Agência de Desenvolvimento da Amazônia, decidida 
em 2001, reduz o poder dos governadores sobre as verbas 
federais e abre um novo quadro institucional para o 
planejamento regional. 
A "conquista" da Amazônia deixou como herança um 
mosaico complexo no qual vastas áreas de paisagens naturais 
quase intactas intercalam-se com zonas de garimpo com 
enclaves onde se situam os grandes projetos e com corredores 
de devastação. Um zoneamento econômico e ecológico destina-
se a elucidar a organização desse mosaico, criando bases para a 
seleção de políticas específicas para cada área. 
Um passo inicial consistiria em distinguir e cartografar, 
nas escalas adequadas, os espaços de preservação (reservas 
indígenas e unidades de proteção ambiental) e os espaços 
disponíveis para a valorização econômica. Um segundo passo 
consistiria no planejamento das modalidades de uso do solo, 
das instalações de infra-estrutura viária e energética e do 
desenvolvimento urbano dos espaços disponíveis. 
Esse estudo revelaria com nitidez um vasto conjunto de 
áreas críticas produzidas pelas políticas territoriais aplicadas nas 
últimas décadas. Em alguns casos — como nos largos corredores 
http://noticias.uol.com.br/amazonas
http://noticias.uol.com.br/acre
http://noticias.uol.com.br/sao-paulo
 
de ocupação de Rondônia, na Amazônia Ocidental, da Belém—
Brasília e E. F. Carajás, na Amazônia Oriental —, a justaposição 
de áreas críticas revela a necessidade de políticas corretivas 
ousadas, tanto no plano social quanto no ambiental. 
 
Produzindo na floresta 
Os projetos agropecuários e florestais incentivados 
pela Sudam priorizaram atividades predatórias, do ponto de 
vista ambiental, e pouco eficientes, do ponto de vista 
econômico. Essas atividades — a pecuária extensiva e a extração 
madeireira — funcionaram como alavancas de um violento 
processo de concentração fundiária, que constitui a principal 
raiz da pobreza regional. As prioridades de um planejamento 
voltado para o desenvolvimento sustentável são muito 
diferentes. 
A coleta florestal, ao lado da pesca, é a mais antiga base 
da economia regional, fornecendo trabalho e renda para a 
população. Na Amazônia Ocidental, nos estados do Amazonas, 
do Acre e de Rondônia, a extração da borracha nativa continuou 
a ser um dos fundamentos da subsistência das populações 
ribeirinhas. Outros produtos da floresta, coletados 
tradicionalmente, são a castanha-do-pará, a malva, o urucu, o 
guaraná, o cacau e várias frutas silvestres como o açaí, o 
cupuaçu, a pupunha e o bacuri. A economia

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