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Definição •Consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. •Os distúrbios ácido-base e de oxigenação estão associados a maior risco de disfunção de órgãos e sistemas e óbito em pacientes internados. TIPOS DE AMOSTRAS •Amostras arteriais: –punção arterial ou por aspiração de um cateter colocado na artéria. •Amostras capilares: Swan Ganz –análises de gases no sangue (UTI). •Amostras venosas: –avaliar o estado de oxigenação venosa mista. Parâmetros relacionados à oxigenação •paO2 (a) – tensão do oxigênio arterial: –Indicador da captação do O2 nos pulmões (hiperoxemia e hipoxemia). –Alta: toxicidade. –Baixa: inadequação na captação do O2 Exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares e depende diretamente: - Da pressão parcial de oxigênio no alvéolo; - Da capacidade de difusão pulmonar; - Da existência de Shunt anatômicos; - Da relação ventilação / perfusão pulmonar. Valores normais: 80-100 mmHg • < 80: Hipoxemia • > 100 mmHg: Hiperoxia PaCO2 = exprime a eficácia da ventilação alveolar. • Valores normais: 35-45 mmHg • < 35: Hipocapnia • > 45 mmHg: Hipercapnia •SaO2 – saturação arterial de oxigênio: –% da Hb oxigenada em relação à quantidade de Hb capaz de transportar O2 .–Alta (normal): utilização suficiente; risco de hiperóxia. –Baixa: captação de O2 diminuida. Classificação da hipoxemia •PaO2 : 70 < hipoxemia leve > 60 •60 ≤ hipoxemia moderada > 50. •50 ≤ hipoxemia acentuada > 40. •40 ≤ hipoxemia grave. Classificação da hipercapnia •PaCO2: entre 45 e 50 hipercapnia leve. •entre 50 e 55 hipercapnia moderada. •entre 55 e 60 hipercapnia grave. Parâmetros ácido-básicos • pH(a) – pH do sangue arterial: –Indica acidez ou alcalinidade da amostra. • pCO2 (a) – tensão do dióxido de carbono: –Indica hipercapnia e hipocapnia no sangue. –Reflexo da adequação da ventilação alveolar em relação à taxa metabólica. • cHCO3 – bicarbonato real: –[ ] de HCO3 no plasma. pH •pH: indicador do estado ácido – básico do organismo. –Determina se está presente uma acidose ou uma alcalose. –Sempre que há tendência a desvios do equilíbrio ácido– básico, o organismo intensifica a atuação dos mecanismos de compensação na tentativa de impedir grandes desvios do pH. Valores normais da gasometria Arterial Venosa pH 7,35-7,45 7,33-7,43 PaO2 70-100 mmHg 25-40 mmHg PaCO2 35-45 mmHg 41-50 mmHg HCO3 20-30 mEq/l 22-29 mEq/l BE -2 +2 -4 a +1 SatO2 ↑ 90 – 100% 65 – 85% #venoso → pobre em O2. Olhar PaO2 para saber se a gasometria é venosa. Curva de Dissociação da Oxiemoglobina • É uma representação gráfica de como a disponibilidade do oxigênio (PaO2) afeta a reação química reversível do oxigênio com a hemoglobina(HbO2). Fatores que alteram essa curva: - temperatura -pH -PaCO2 -2,3 –difosfoglicerato (DPG) •Para níveis de PaO2 abaixo de 60 mmHg, pequenas variações promovem grandes aumentos da SaO2 •Em condições normais, uma PaO2 de 60mmHg corresponde 90% de SaO2 •PaO2 70 mmHg – SaO2 94,5. Formula da PaO2 ideal PaO2= 109 – (0,42 x idade) #quanto mais jovem o paciente, mais O2 ele precisa. • pH ↓ , PaCO2↑, Temp. ↑, 2,3 DPG ↑= Menor afinidade (hipoxemia) •pH ↑, PaCO2 ↓, Temp. ↓, 2,3 DPG ↓ =Maior afinidade (hipóxia) Curva deslocada para esquerda • ↑ a afinidade da Hb pelo O2 Libera pouco para os tecidos. → hipóxia • Alcalose, hipocapnia,hipotermia, • redução dos níveis de 2,3 DPG Curva deslocada para direita: • ↓ da afinidade da Hb pelo O2 Libera O2 mais facilmente. → hipoxemia • Hipercapnia, acidose, hipertermia • aumento do 2,3 DPG. # Hipóxia → diminuição de sangue nos TECIDOS! Hipoxemia → Diminuição de O2 no SANGUE! Interpretação da gasometria Arterial Envolve quatro passos: •Passo 1: o pH •Passo 2: definir o DAB → PaCO2 e o HCO3 •Passo 3: observar sinais de compensação •Passo 4: avaliar oxigenação a partir da PaO2 e da SaO2 São duas causas que levam à Acidose: (pH < 7,35) em uma gasometria: → aumento na quantidade de ácido no sangue (↑da PaCO2) ou, - redução de bases no sangue (queda do HCO3). São duas causas que levam à Alcalose: (pH >7,45) em uma gasometria: → aumento na quantidade de bases no sangue (↑do HCO3) ou, - queda na quantidade de ácido no sangue (queda da PaCO2) Outros conceitos importantes: •Os pulmões são responsáveis pelas variações da PaCO2 no sangue. → Componente respiratório. •Os rins são responsáveis pelas variações do HCO3 no sangue. → Componente metabólico. Acidose Respiratória • Caracteriza-se por um PH baixo e um PCO2 alto, ou seja: → PH < que 7,35 (ACIDOSE) → PaCo2 > que 45 mmHg (HIPERCAPNIA) → Uma PCO2 alta indica que o paciente está hipoventilando. Causas: → Lesão no Centro Respiratório (AVE, TCE, tumor); → Depressão no Centro Respiratório (intoxicações, anestésicos, sedativos, lesões, narcóticos); → Obstrução de Vias Aéreas (Asma, DPOC, secreção, corpo estranho); → Infecções agudas (Pneumonias); → Edema Pulmonar; → SDRA, Atelectasias, Pneumotórax; →Trauma torácico, deformidades torácicas severas; → P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; → Distensão abdominal severa; → Doenças Neuromusculares; → TEP; → Fadiga e falência da musculatura respiratória. Alcalose Respiratória • Caracteriza-se por um PH alto e um PCO2 baixo, ou seja: → PH > que 7,45 (ALCALOSE) → PaCo2 < que 35 mmHg (HIPOCAPNIA) → Uma PCO2 baixa indica que o paciente está hiperventilando. Causas: → Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes; → Hiperventilação por VM; → Lesões do SNC, tumores, encefalites, hipertensão intracraniana; → Alcalose pós acidose. Acidose Metabólica * As anormalidades na concentração de HCO3- (Bic) podem alterar o pH do sangue. - O distúrbio ácido-básico que mais frequentemente se observa na prática clínica é a acidose metabólica. → PH < 7,35 e HCO3 < 22 mEq/L = Acidose Metabólica. → Na acidose metabólica leve, as manifestações clínicas são aquelas decorrentes da própria intoxicação. - Nos casos de acidose mais grave (pH < 7,.2, bicarbonato < 13 mEq/L), podem ser produzidos efeitos diretos cardiovasculares (diminuição da contratilidade miocárdica), respiratórios (taquipneia e DR), gastrointestinais ( dor abdominal, náuseas e vômitos) e no SNC (coma). - A administração de HCO3- por via venosa está indicada quando o pH < 7.25, na maioria dos casos. → É importante avaliar a etiologia da acidose metabólica, pois algumas vezes estes deficits são volêmicos e podem ser corrigidos apenas com volemia. Causas: →Insuficiência Renal; → Cetoacidose diabética; →Ingestão excessiva de ácidos; → Perdas excessivas de bases (diarréias); → Elevação de ácido láctico na glicogenólise muscular (aumento do trabalho respiratório); → Hipóxia (insuficiência respiratória, choque cardíaco); → Hipertermia, doenças infecciosas, anorexia. Alcalose Metabólica * PH > 7,45 e HCO3 > 28 mEq/L = Alcalose Metabólica. -Causas: → Oferta excessiva de bicarbonato; → Perda de suco gástrico por vômitos; → Uso abusivo de diuréticos e corticosteróides; → Insuficiência respiratória crônica (retentores crônicos de CO2). → Irritabilidade, confusão mental semelhante a intoxicação alcoólica. Resposta Compensatória (RC) •DAB – alteração no pH. •sanguíneo pH sanguíneo depende da relação HCO3 /PaCO2 .•Relação básico/ácido. •DAB respiratório, o organismo estabelecerá uma resposta compensatória metabólica visando manter o equilíbrio. •DAB metabólico – resposta compensatória respiratória. Sendo assim, estabelecem-se 3 regras básicas: 1- .Distúrbio respiratório é compensado por alteração metabólica e vice-versa. 2- Uma acidose é compensada por uma alcalose e vice-versa. 3- 3. Com exceção dos distúrbios leves, a resposta compensatória raramenteé capaz de corrigir totalmente o pH para a faixa normal. A resposta compensatória evita apenas grande variação de pH – fatal. Altera o pH para próximo da faixa normal. #OBS: pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação #Só está compensado o distúrbio se o pH volta ao normal! • Se o problema é no pulmão, quem irá compensar é o rim, em 24hrs. • Se o problema é no rim, o pulmão responde em 20 minutos. DAB mistos Os dois levam ao mesmo distúrbio - DAB misto é diferente de acidose mista ou alcalose mista. DAB misto: Presença de acidose e alcalose simultaneamente. Presença de duas doenças no mesmo paciente. Considerações... - Na acidose respiratória, a persistente elevação do CO2, repercute a nível renal e após um período de 12 a 48 horas ocorre diminuição da eliminação renal de HCO3- com maior eliminação de H+ na urina. - O aumento da reabsorção renal de HCO3- constitui o principal mecanismo de compensação renal à acidose respiratória. - O HCO3- elevando-se no sangue, tenderá a normalizar o pH. - A acidose respiratória compensada apresentará pH normal ou próximo do normal, PCO2 elevada e HCO3- elevado. - Numa insuficiência pulmonar, devido a hipóxia ou ao aumento de trabalho muscular respiratório, a produção de ácido láctico pode estar aumentada, e este é tamponado no plasma pelo bicarbonato, com consequente diminuição dos seus níveis, diminuindo ainda mais o pH e levando a uma Acidose Mista. - Na hipocapnia de longa duração, a eliminação renal de bicarbonato está aumentada, levando a correção do pH do sangue. A alcalose respiratória compensada apresentará um pH normal ou próximo do normal com níveis de bicarbonato baixos. - A associação de alcalose respiratória e alcalose metabólica, Alcalose Mista Na acidose metabólica, a compensação ocorrerá pela hiperventilação alveolar secundária ao aumento de H+ no plasma e no líquor, levando a uma diminuição da PCO2. Essa hiperventilação tenderá a corrigir o pH do sangue. - Na alcalose metabólica, o mecanismo de compensação não é tão eficiente. Embora o aumento de HCO3- no líquor deprima a respiração, sua passagem pela barreira liquórica é muito lenta. Daí o fato de que a depressão respiratória não ser observada com freqüência na clínica.
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