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FISIOPATOLOGIA GESTACIONAL


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Faculdade Anhanguera de Anápolis
Acadêmicas: Abia Carvalho, Karla Cristina, Vanusa Patricia (6°P)
Marisa Carvalho de Alencar e Jaíne dos Santos Chaveiro (7°P)
Questões de Fisiopatologia Gestacional
A mulher passa por inúmeras mudanças fisiológicas durante o período gestacional, as quais promovem alterações em todos os sistemas do corpo. Porém, condições patológicas podem vir a ocorrer durante esse período, desta forma o fisioterapeuta deve estar atento às mudanças físicas e funcionais, conhecer e diferenciar os processos fisiológicos e patológicos, estar apto a avaliar e desenvolver condutas voltadas a esse público e compor com autonomia as equipes multidisciplinares de saúde.
De acordo com as alterações patológicas gestacionais e a intervenção fisioterapeutica, responda às questões a seguir:
1. Quais são as principais causas de mortes durante a gestação?
Hipertensão Arterial (HA); Infecção; Hemorragia; Eclâmpsia; Diabetes Melito(DM).
2. Quais critérios são utilizados para caracterizar a HAG (Hipertensão Arterial na Gestação) e a HAIG (Hipertensão Arterial Induzida pela Gravidez)?
A Hipertensão Arterial na Gestação (HAG) é diagnosticada quando se constata pressão arterial diastólica (PAD) de 90 mmHg e pressão arterial sistólica (PAS) de 140 mmHg em pelo menos duas ocasiões com intervalo mínimo de 6 h ou após 1 h de repouso no leito em decúbito lateral (DL). A Hipertensão Arterial Induzida pela Gravidez (HAIG) aparece após a vigésima semana de gestação, em pacientes previamente normotensas. Nem todo aumento da pressão sanguínea registrado em grávidas é caso de HAIG ou pré-eclâmpsia. A pré-eclâmpsia leve: PAS maior ou igual a 140 e/ou PAD maior ou igual a 90 mmHg após 20 semanas de gestação. Pré-eclâmpsia grave: PAS maior ou igual a 160 e/ou PAD maior ou igual a 110 mmHg confirmada em duas medidas com intervalo mínimo de 1 a 2 horas.
3. Como é classificada a hipertensão na gestante? Diferenci-e-as.
Pré-eclâmpsia leve: PAS maior ou igual a 140 e/ou PAD maior ou igual a 90 mmHg após 20 semanas de gestação. Proteinúria: maior ou igual a 300 g/24h.
Pré-eclâmpsia grave: PAS maior ou igual a 160 e/ou PAD maior ou igual a 110 mmHg confirmada em duas medidas com intervalo mínimo de 1 a 2 horas.Proteinúria: maior ou igual a 5,0 g/24 h; edema generalizado; Cianose e/ou edema pulmonar; Iminência de eclâmpsia.
Eclâmpsia: surgimento de convulsões ou coma em gestantes com pré-eclâmpsia.
Hipertensão Arterial crônica (HAC): Hipertensão prévia a gravidez.
Pré-eclâmpsia sobreposta à HAC
Hipertensão transitória: surge durante o trabalho de parto ou o puerpério imediato
Hipertensão gestacional: elevação da PA após a vigésima semana de proteinúria.
4. O que determina uma gravidez molar e quais suas conseqüências?
Em gestantes sem pré-eclâmpsia, a invasão das artérias espiraladas do útero ocorre nos segmentos decidual e miometral, promovendo um remodelando com substituição de células musculares lisas por células do trofoblasto. Essas mudanças são essenciais para o adequado fluxo sanguíneo uteroplacentário. Naquelas que desenvolvem pré-eclâmpsia, a invasão trofoblástica é deficiente, acontecendo apenas no segmento decidual uterino, e isso desencadeia a liberação de um ou mais fatores na circulação sanguínea materna que, por sua vez, agridem o endotélio. A disfunção endotelial acarreta vasoconstrição e redução da perfusão sanguínea para vários órgãos, provocando manifestações clínicas sistêmicas, que, nos casos graves, têm repercussões hepáticas, renais, no sistema nervoso central, no sistema vascular e no de coagulação. Quanto as consequências para o feto, podemos citar o crescimento intrauterino restrito (CIUR), nascimento prematuro e até morte.
5. Quais são os fatores de risco determinantes para a evolução da pré-eclâmpsia?
História familiar de pré-eclâmpsia; Pré-eclâmpsia em gestação prévia; Doença vascular crônica; HAC; Gestações múltiplas; Diabetes; Doença renal; Mola hidatiforme; Gestante adolescente ou idosa; Polidrâmnio; Hidropisia fetal; Ocupação fora de casa em condições que exigem muito esforço físico ou psíquico; Descendência africana.
6. De quais características é composta a tríade clássica da pré-eclâmpsia?
A fisiopatologia da pré-eclâmpsia é caracterizada por vasos pasmo generalizado com hipovolemia que são mais relevantes do que aumento de PA. A redução tecidual é secundária aos vasos pasmos arteriolar e a lesão endotelial, que elevam a resistência periférica total e a PA. Dessa maneira, na HAIG ocorrem alterações em todos os órgãos.
7. Em que se baseia a conduta ambulatorial na forma leve e grave da pré-eclâmpsia?
Na conduta ambulatorial na forma leve da pré-eclâmpsia, deve-se:
· Solicitar exame de urina de rotina e dosagem de proteína urinaria, entrograma, dosagem de ácido úrico, ureia, creatinina e contagem de plaquetas;
· Realizar consultas quinzenais até a 34ª semana e, a partir daí semanais, com rastreamento para identificação de crescimento contagem restrito (CIUR);
· Recomendar repouso de pelo menos 2h durante o dia, em DL, e repouso noturno com limitação das atividades físicas;
· Prescrever dieta normossódica, normocalórica e hiperproteíca, com pelo menos 1g de proteína/Kg de peso corporal materno por dia e suplementação com sulfato ferroso e ácido fólico;
· Tranquilizar a paciente, esclarecendo-a sobre a doença.
Forma Grave: a internação da paciente é obrigatória. É fundamental observar sinais e sintomas que caracterizam o agravamento do quadro, além de registrar o peso diário; prescrever repouso em DL; controlar o volume urinário (VU); avaliar, com exames complementares, as funções renais e hepáticas; as séries vermelhas e branca do sangue, a coagulação, o aparelho cardiovascular, o fundo do olho e o estado psíquico e neurológico da paciente.
8. Qual a importância de se monitorar a pressão arterial mesmo antes do período gestacional?
E essencial aferir a PA antes da gravidez ou da 20ª semana de gestação. O desconhecimento da PA na primeira metade da gravidez a diferenciação entre HAC e HAIG sobreposta.
9. Como é realizado o pré-natal?
O controle se faz por meio de consultas quinzenais, até 34ª semanas, e semanais, a partir daí. Os exames complementes nos casos não complicados são: hemograma, dosagem plasmática de ureia, creatinina, ácido úrico, exame de urina de rotina e urocultura. O exame de fundo de olho ajuda na definição do tipo e da doença. A avaliação cardiológica é indispensável nas formas graves. A avaliação fetal deve ser realizada como orientado anteriormente.
10. Quais condutas terapêuticas devem ser empregadas na forma leve e grave da Hipertensão Arterial Crônica na gravidez e como deve ser a intervenção fisioterapêutica nas síndromes hipertensivas, tanto para o paciente restrito ao leito quanto para aquele apto a realizar exercícios terapêuticos.
Forma Leve: a paciente deve ficar em repouso no leito durante pelo menos 2h por dia, após as refeições, em DL. Devem ser controlados os fatores adicionais que geram o prognostico: obesidade, excesso de sal, trabalho, hábitos impróprios (fumar, ingerir bebidas alcoólicas e fazer uso de drogas ilícitas), excessos físicos e psicológicos. Os valores da PA devem ser mantidos abaixo de 100 mmHg. O uso de diurético não e aconselhável durante a gestação, devendo ser empregado somente em casos específicos na gravidez, uma vez que podem prejudicar o feto.
Forma Grave: a paciente deve ser internada em qualquer época da gravidez para avaliação clínica dela e das condições fetais, escolha da medicação adequada e correta posologia. Duas complicações, particularmente, preocupam na crise hipertensiva o deslocamento prematuro da placenta e a pré-eclâmpsia sobreposta.
Conduta: realizar toda a propedêutica materna e fetal citada anteriormente, considerando a possibilidade de alta somente após obtenção do controle de PA e com um esquema terapêutico definido.
A avaliação da paciente e do feto deve ser constante, sendo indicada a interrupção da gravidez quando não houver resposta ao tratamento, quando se observar evidência de lesão em órgão terminal,quando se constatar sofrimento fetal e, finalmente, se o feto estiver maduro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Livro em Anexo)
(Capítulos 8 e 9) BARACHO. Elza. Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher