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Aplicação da Laserterapia no Tratamento de Queimaduras

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OmniPax Editora Rev Bras Terap e Saúde, 3(1):15-26, 2012
Aplicação da Laserterapia no Tratamento de Queimaduras:
uma Revisão Sistemática
Laser Therapy Applied to the Treatment of Burns: a Systematic Review
Viviane J. Bolfe Azzi∗, Naudimar di Pietro Simões
Faculdade IBRATE, Curitiba, PR
Resumo: Contextualização: As queimaduras estão entre as mais graves de todas as lesões, com consequências física e emocionais
que requerem tratamento multidisciplinar por longos períodos. O Laser de baixa intensidade tem sido empregado para acelerar o
processo de cicatrização dessas lesões, porém sua eficácia ainda é discutida. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre a
aplicação da Laserterapia no tratamento de queimaduras. Métodos: Análise estruturada de publicações dos últimos cinco anos em
periódicos indexados nas bases PUBMED, LILACS, SciELO, PEDro, Chocrane e Periódicos CAPES, usando como palavras-chave de
busca: electrotherapy, phototherapy e Laser therapy, combinadas com healing of burns ou wound healing. Resultados: Nove artigos
preencheram os critérios metodológicos. Todos utilizaram roedores como amostra. As queimaduras foram realizadas com óleo quente,
material incandescente ou vapor d’água. Análise microscópica, microbiológica e de contração da ferida foram enfatizadas. Diferentes
comprimento de onda, densidade de energia e modo de aplicação do Laser foram avaliados. Conclusão: O Laser acelera o processo
cicatricial, podendo atuar em todas as fases dependendo do comprimento de onda e da densidade aplicada. A aplicação pontual é
a mais utilizada, porém deve-se adequar a dose para evitar lesões adicionais. Não há evidências suficientes para embasar a ação
bactericida e nem o efeito sistêmico da terapia. Os macrófagos reagem de forma diferente dependendo dos parâmetros da irradiação.
Palavras-chave: Queimaduras, Lasers, Cicatrização.
Abstract: Background: Burns are among the most serious of all injuries, with physical and emotional consequences that require multi-
disciplinary treatment for long periods. The Low-level Laser therapy has been used to accelerate the healing process of these injuries,
but its effectiveness remains uncertain. Objective: To conduct a systematic review on the application of Laser therapy in the burns
treatment. Methods: Structured analysis of publications of the last five years in indexed journals in the databases PUBMED, LILACS,
SciELO, PEDro, Cochrane and CAPES Journals, using as search keywords: electrotherapy, phototherapy and Laser therapy combined
with wound healing of burns or healing. Results: Nine researches met the methodological criteria. All rodents used as a sample. The
burns were performed with hot oil, incandescent material or boiling water. Microscopic, microbiological and wound contraction analysis
were emphasized. Different wavelength, energy density and method of application of the Laser were evaluated. Conclusion: The Laser
accelerates the wound healing process and may act in all phases depending on the wavelength and density applied. The punctual ap-
plication is most used, but should adjust the dose to prevent additional injuries. There is insufficient evidence to support the bactericidal
action or the systemic effect of the therapy. Mast cells react differently depending on the parameters of irradiation.
Keywords: Burns, Lasers, Wound healing.
1. Introdução
As queimaduras são lesões graves que podem
causar a morte, sendo freqüente foco de discus-
são e preocupação em todo o mundo. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS)43, mais de
195.000 mortes anuais estão relacionadas exclusi-
vamente a queimaduras oriundas de líquido quente,
sólido quente ou chama, com cerca de 95% dos ca-
sos ocorrendo em países de baixa e média renda.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Quei-
maduras (SBQ)52, no Brasil ocorrem aproximada-
mente um milhão de casos a cada ano, com 200
mil atendidos em serviços de emergência e 40 mil
demandando hospitalização. Desses acidentes, dois
terços envolvem crianças que passam a conviver com
∗Autor correspondente: vivianebolfe@hotmail.com
sequelas, estéticas e funcionais52. As deficiências
funcionais são uma preocupação mundial, devido à
co-morbidades advindas de estigmas e rejeição43.
A queimadura é definida como uma lesão dos te-
cidos orgânicos em decorrência de um trauma de
origem térmica, que varia desde um pequeno flic-
tena até formas graves, podendo desencadear res-
postas sistêmicas proporcionais à extensão e à pro-
fundidade19.
A gravidade da lesão pode ser classificada de acordo
com sua profundidade, sendo especificada por Linde31
como: 1o grau (lesões superficiais; afetam apenas a
epiderme; apresentam hiperemia, edema e dor; le-
vam 5 a 7 dias para cicatrizar), 2o grau (espessura
parcial; classificada como superficial ou profunda; a
superficial acomete a derme papilar, apresentando
bolhas, umidade e dor acentuada, com mínimo te-
cido cicatricial, cicatrização entre 14 a 21 dias; a
DOI 10.7436/rbts-2012.03.01.03 ISSN 2177-9910
16 Saito et al.
profunda danifica quase toda a espessura da derme,
com coloração pálida e menos dor, cicatrização en-
tre 3 a 6 semanas ou mais, com tecido cicatricial
que pode hipertrofiar-se e contrair-se) ou 3o grau
(espessura total, com acometimento de toda a pele
e, em alguns casos, podendo se estender até o tecido
subcutâneo, músculo e osso; apresenta aspecto es-
branquiçado e rígido, necessitando de enxerto para
cicatrização).
A classificação da queimadura pode não ser pre-
cisa no primeiro dia, pois durante a evolução do
quadro alterações hemodinâmicas ou infecciosas po-
dem aprofundar a lesão. Contudo o acompanha-
mento desses fatores é primordial para a condução
do tratamento e prognóstico58.
Suporte nutricional inadequado, déficit na oxi-
genação tecidual, infecção, necrose, ambiente seco,
tamanho da ferida, idade do paciente e imunossu-
pressão são alguns dos fatores locais e sistêmicos
que podem atrasar ou impedir a cicatrização21. Além
disso, qualquer alteração no processo de reparo leva
à cicatrização patológica, que pode ser agrupada de
forma geral em: formação deficiente de tecido ci-
catricial, formação excessiva (cicatriz hipertrófica e
quelóide) e a formação de contraturas48.
Após a lesão inicial, nesse caso, a queimadura,
o processo de cicatrização divide-se em três fases,
interdependentes e sobrepostas: inflamatória, pro-
liferativa e de remodelamento. Na lesão inicial há
dano às células e pequenos vasos sanguíneos; as
células morrem devido à agressão direta, à defici-
ência de oxigênio ou por agentes químicos liberados
por outras células lesadas13.
A fase inflamatória ou exsudativa inicia logo após
a lesão, com formação de rede de fibrina e migra-
ção de neutrófilos, linfócitos e, mais tardiamente, os
macrófagos, resultado da microcirculação dos teci-
dos reagindo à lesão e tendo como objetivo remover
tecidos desvitalizados20.
A fase proliferativa é dividida em três subfases
e é responsável pela formação do tecido de granu-
lação. A primeira subfase é a reepitelização que
ocorre pela migração de queratinócitos das bordas
e anexos remanescentes; a segunda é a fibroplasia,
na qual ocorre proliferação de fibroblastos e produ-
ção de colágeno, elastina e outras proteínas, cons-
tituindo a cicatriz; a terceira é a angiogênese que
ocorre paralelamente à fibroplasia, onde os novos
vasos darão suporte à formação da nova matriz34.
Já na fase de remodelamento ou maturação ocorre
a substituição do colágeno tipo 3 pelo tipo 1, ab-
sorção de água e diminuição do número de vasos
sanguíneos. Essa etapa pode continuar por meses
ou anos, em geral, de 6 meses a 2 anos4, com a
estrutura do novo tecido se alterando lentamente32.
Os mastócitos também participam do processo
de cicatrização e, seu papel nas diferentes fases,
tem sido estudado e demonstrado em modelos in
vitro e in vivo 37. Levi-Schaffer e Kupietzky30 de-
monstraram que os mastócitos, por meio da hista-
mina e da interleucina-4, influenciam a migração
e a proliferação de fibroblastos que apresentamre-
ceptores para tais substâncias28,54. Outros estudos
indicam que os mastócitos localizados na epiderme
podem modular a resposta inflamatória35, desem-
penhar um papel importante na neoangiogênese41,
na formação de tecido de granulação e na síntese
de colágeno42, e participar da remodelação do te-
cido durante a cicatrização da ferida22.
Mello, Sampedro e Piccinini40 alertam que as fa-
lhas mais relevantes no processo cicatricial ocorrem
nos primeiros estágios, produzindo edema acentu-
ado e redução da angiogênese e de elementos celula-
res, como leucócitos, macrófagos e fibroblastos. Di-
ante desse quadro, e com base em estudos prévios,
os autores supracitados indicam a Laserterapia de
baixa intensidade como um recurso importante de
intervenção nessa fase.
O Laser (Light Amplification by Stimulated Emis-
sion of Radiation) utilizado para bioestimulação com-
preende comprimentos de onda de 330 a 1100nm,
potência menor que 500mW e dosagens menores
que 35J/cm2, conhecidos como Laser terapêutico,
de baixa potência ou de baixa intensidade46. São
características do Laser a monocromaticidade, a co-
erência e a colimação, sendo a primeira considerada
fundamental para a efetividade terapêutica32.
Os efeitos advindos da radiação Laser dependem
da conversão fotoquímica da energia absorvida por
fotorreceptores (cromóforos) específicos, que podem
ser enzimas, membranas ou substâncias, como a
melanina, a porfirina, a hemoglobina e o citocromo
C oxidase. Ao absorverem a luz, tais estruturas as-
sumem estado eletrônico excitado que desencadeia
quatro ações primárias: mudanças do estado redox
e aceleração da transferência de elétrons; alterações
estruturais e da atividade bioquímica pela excitação
transitória dos cromóforos; aumento da produção
de superóxido; geração de oxigênio molecular24. O
autor ressalta ainda que, na sequência, reações se-
cundárias são geradas como alterações dos parâme-
tros da homeostasia celular (pH, Ca2+, AMPc, ATP
e outros), que acontecem horas e até dias após irra-
diação, como resposta da transdução do fotossinal
e da amplificação ao núcleo das células irradiadas.
Parizzotto44 indica que, além da via de estimu-
lação do citocromo C oxidase, considerado fotorre-
ceptor primário, há receptores secundários que ab-
sorvem energia por intermédio do campo eletromag-
nético, havendo uma espécie de ressonância desses
campos com as biomoléculas, alterando cargas es-
pecíficas de membranas e proteínas. O principal
representante dos fotorreceptores secundários seria
o colágeno, devido sua propriedade piezoelétrica e
Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 17
piroelétrica.
Guirro e Guirro19 elencam ainda efeitos bioquí-
micos destinados ao Laser, como liberação de subs-
tâncias pré-formadas como histamina, serotonina
e bradicinina, bem como a interferência na produ-
ção de substâncias como prostaglandinas e endor-
finas, relacionando os mesmos à ação antiinflama-
tória e analgésica do recurso. Pesquisas experimen-
tais, em animais de laboratório, indicam o Laser
como bioestimulador na cura de feridas, resultando
em rápida cicatrização de queimaduras47, aumento
da síntese de colágeno e aceleração da contração da
ferida23, melhora da resistência da cicatriz à tra-
ção, devido ao aumento evidente na deposição do
colágeno33, reepitelização precoce com aumento da
reação fibroblástica, considerável tecido de granu-
lação e maior concentração de colágeno no tecido
cicatricial9, diminuição significante de células in-
flamatórias e do edema, com maior proliferação de
miofibroblastos38.
Alguns estudos in vitro também demonstraram
o efeito bioestimulador do Laser sobre a secreção de
citocinas, de fatores de crescimento e de prolifera-
ção de diferentes células26,57,49,50. El Sayed e Dy-
son15 mostraram que os mastócitos da pele podem
ser ativados e o seu número total aumentado com a
estimulação por certos comprimentos de onda rela-
cionados ao Laser. Os autores demonstraram ainda
que este aumento não depende da frequência de
pulso do Laser, contudo a degranulação é afetada
por tal parâmetro16.
Pinheiro45 enfatiza que durante a última década,
muitas pesquisas têm demonstrado a ação benéfica
de fontes luminosas no tratamento de vários tipos
de queimaduras, especialmente do Laser, mas o au-
tor alerta que muitos discordam de tais efeitos, pro-
vavelmente devido aos protocolos amplamente va-
riáveis e métodos de avaliação não padronizados.
Nesse contexto, é imprescindível a análise crítica
e comparativa de tais estudos buscando direcionar
a intervenção com base nas evidências científicas.
Além disso, por ser um recurso físico amplamente
utilizado pelos fisioterapeutas, a divulgação de sua
ação no tratamento de queimaduras enfatiza e justi-
fica a inserção desse profissional na equipe respon-
sável por tais pacientes.
Assim, este artigo tem por objetivo realizar uma
revisão sistemática sobre a aplicação da Lasertera-
pia no tratamento de queimaduras.
2. Metodologia
As publicações analisadas foram retiradas das
bases de dados eletrônicos PUBMED, LILACS, Sci-
ELO, PEDro, Chocrane e Periódicos CAPES, usando
como palavras-chave de busca: electrotherapy, pho-
totherapy e laser therapy, combinada com healing of
burns ou wound healing.
O levantamento bibliográfico restringiu-se às pu-
blicações dos últimos cinco anos (junho de 2007 a
junho de 2012), em língua inglesa ou portuguesa.
Os critérios de inclusão abrangeram: investigação
da relação entre alguma modalidade de Laserterapia
e tratamento de queimaduras, processo de amos-
tragem aleatória dos pacientes ou pesquisa experi-
mental, comparação entre grupo com intervenção
e grupo controle. Foram excluídos os estudos que
apresentaram associação de queimadura com alguma
outra alteração, como diabetes ou infecção indu-
zida, bem como técnicas de aplicação não compa-
tíveis com a prática fisioterapêutica.
Os artigos foram analisados na íntegra por meio
de roteiro estruturado com a apresentação dos se-
guintes itens: amostra, delineamento da pesquisa,
desfechos avaliados, características da intervenção
e resultados.
3. Resultados
Após consulta às bases de dados e aplicação dos
critérios de inclusão e exclusão propostos, 9 arti-
gos foram classificados para análise. Na Tabela 1
os estudos são apresentados de forma a facilitar a
comparação no que se refere aos desfechos avali-
ados, características da intervenção, profundidade
da lesão e resultados.
Mello, Sampedro e Piccinini40 compararam os
efeitos da aplicação do Laser HeNe no modo varre-
dura e no modo pontual em queimaduras por óleo
vegetal. Sessenta e dois ratos machos foram divi-
didos em três grupos: grupo experimental 1 (modo
varredura a 4J/cm2), grupo experimental 2 (pontual
na mesma intensidade, em quatro pontos previa-
mente demarcados) e grupo controle (sem interven-
ção). Foram realizadas coletas histológicas aos 3o,
7o, 14o e 21o dias após a lesão, avaliando as altera-
ções na pele como infiltrado inflamatório e neutrofí-
lico, fibras colágenas, ulceração do epitélio, áreas de
hiperqueratose, colônias bacterianas, entre outros.
O grupo tratado com Laser varredura obteve cura
total da lesão após 14 dias de tratamento, apresen-
tando a pele com estrutura normal, enquanto os de-
mais grupos apresentaram melhora apenas após 21
dias. No grupo tratado com Laser pontual foi ob-
servado a presença de neutrófilos no 14o dia, suge-
rindo uma nova inflamação. Os autores justifica-
ram tal reação como uma possível consequência do
emprego de intensidade muito alta para esse modo
de aplicação.
Meirelles et. al.39 utilizaram 55 animais para
avaliar os efeitos do comprimento de onda do Laser
nas queimaduras de terceiro grau. A lesão foi rea-
lizada por meio de contato com um instrumento in-
18 Saito et al.
Tabela 1: Resumo dos estudos que aplicaram Laser para o tratamento de queimaduras.
Autores Desfechos avaliados Características Profun Resultados
da intervenção didade (efeitos)
Mello et al. 40 Análise histológica e re-
epitelização. Compara-
ção entre método de var-
redura epontual
632,8nm; 4J/cm2, contínuo, var-
redura, diário, 21 dias. 632,8nm;
4J/cm2, contínuo, pontual, diá-
rio, 21 dias
1o grau Melhores resultados pelo mé-
todo varredura; reepitelização
completa no 14o dia
Meirelles
et al. 39
Análise histológica e re-
epitelização Comparação
entre Laser com 660nm e
780nm
660nm, 5J/cm2, contínuo, pon-
tual, diário, 21 dias. 780nm,
5J/cm2, contínuo, pontual, diá-
rio, 21 dias
3o grau Melhora da cicatrização; La-
ser 660nm melhores resulta-
dos nas fases iniciais; grupo
780nm resultados ao longo
do período de estimulação
Chagas-
Oliveira et al. 12
Análise histológica. Com-
paração entre Laser com
660nm e 780nm
660nm, 5J/cm2, contínuo, pon-
tual, diário, 7 dias. 780nm,
5J/cm2, contínuo, pontual, diá-
rio, 7 dias.
2o grau Laser 660nm apresentou me-
lhores resultados.
Bayat et al. 7 Número de mastócitos
nas fases de cicatrização.
Comparação entre duas
densidades de energia La-
ser. 632,8nm, 1,2J/cm2,
contínuo, pontual, diário,
30 dias.
632,8nm, 2,4J/cm2, contínuo,
pontual, diário, 30 dias.
3o grau Aumento do número de mas-
tócitos durante a fase infla-
matória; Laser 1,2J/cm2 au-
mento no 7o dia.
Vasheghani
et al. 56
Número de mastócitos
nas fases de cicatrização.
Comparação entre duas
densidades de energia La-
ser. 632,8nm, 1,2J/cm2,
contínuo, pontual, diário,
30 dias.
632,8nm, 2,4J/cm2, contínuo,
pontual, diário, 30 dias.
2o grau Aumento do número de mas-
tócitos durante as fases in-
flamatória e proliferativa e
redução de mastócitos na
fase de remodelamento; Laser
2,4J/cm2 aumento significa-
tivo no 16o dia.
Vasheghani
et al. 55
Análise microbiológica e
macroscópica (contração)
da ferida
890nm, 0,396J/cm2, pulsado a
80Hz, pontual, 3x/ semana, 20
dias
3o grau Aceleração do processo de
contração da ferida, com
maior número de lesões
fechadas ao final do ex-
perimento; sem diferenças
quanto à microbiologia
Ezzati et al. 18 Análise microbiológica e
macroscópica (contração)
da ferida
890nm, 2,3J/cm2, pulsado a
3KHz, pontual, 3x/ semana, 28
dias. 890nm, 11,7J/cm2, pul-
sado a 3KHz, pontual, 3x/ se-
mana, 28 dias
3o grau Diminuição da incidência de
Staphylococcus epidermidis,
Lactobacillus e difteria em
nos grupos tratados; La-
ser 11,7J/cm2 acelerou o
processo cicatricial
Ezzati et al. 17 Análise microbiológica e
macroscópica (contração)
da ferida
890nm, 2,3J/cm2, pulsado a
3KHz, pontual, 3x/ semana, 28
dias. 890nm, 11,7J/cm2, pul-
sado a 3KHz, pontual, 3x/ se-
mana, 28 dias
2o grau Diminuição da incidência
de Staphylococcus aureus
com Laser 2,3J/cm2; La-
ser 11,7J/cm2 acelerou o
processo cicatricial
Khoshvaghti
et al. 25
Número de mastócitos
nas fases de cicatrização
890nm, 0,924J/cm2, pulsado a
80Hz, pontual, 3x/ semana, 20
dias
3o grau Redução do número de mas-
tócitos durante as fases de
proliferação e remodelamento
Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 19
candescente. Os ratos foram divididos em três gru-
pos: Laser 660nm, Laser 780nm e controle, sendo
sacriticados após 3, 5, 7, 14 e 21 dias de estimula-
ção. Os autores verificaram que o emprego de Laser
660nm resultou no aparecimento de quantidades
maiores de células inflamatórias, tanto aguda como
crônica, o que foi eficaz para estimular o desenvolvi-
mento de tecido de granulação, aumentar o número
de fibroblastos e de fibras de colágeno, bem como
acelerar a neovascularização. Estas características
foram observadas nas fases iniciais do processo de
cura, e provavelmente estão relacionadas aos efei-
tos de energia Laser a nível celular. Posteriormente,
o efeito foi mais evidente na reepitelização, iniciada
no 14o dia nos grupos bioestimulados, e na deposi-
ção e organização da matriz do colágeno. No 21o dia,
a reepitelização completa foi verificada nesse grupo.
O Laser 780 nm também apresentou efeitos positi-
vos sobre o processo de granulação, a deposição de
matriz de colágeno, a atividade fibroblástica, a pro-
liferação e a neovascularização nos dias 3, 5 e 7.
Efeitos positivos sobre a inflamação foram visuali-
zados entre os dias 5 e 7. A maturação do tecido de
granulação pode ser claramente vista no 21o dia. Os
pesquisadores chamam a atenção para a presença
de adipócitos em áreas mais superficiais das feri-
das nos animais irradiados, independente do com-
primento de onda. Com base em estudos prévios,
sugerem que tal fenômeno se deve à transforma-
ção de células adiposas em fibroblastos do tecido
de granulação, uma vez que estes, bem como os mi-
ofibroblastos, osteoblastos, condroblastos e adipó-
citos, têm uma origem comum e partilham de uma
capacidade de se diferenciar em outros tipos de cé-
lulas de mesma origem. Dessa forma, os autores
concluem que ambos os protocolos de estimulação
são eficazes na cicatrização de queimaduras de ter-
ceiro grau, enfatizando os melhores resultados do
Laser 660nm nas fases iniciais e do Laser 780nm
no decorrer do processo experimental.
Chagas-Oliveira et. al.12 também compararam
os comprimentos de onda de 660nm e 780nm de ra-
diação Laser, contudo em queimaduras de segundo
grau. Utilizaram 45 animais divididos em dois gru-
pos tratados e um controle, com a lesão sendo pro-
duzida por aplicação de vapor d’água em área pré
estabelecida. Os animais foram sacrificados aos 3, 5
e 7 dias pós-queimadura. No 3o dia, o grupo estimu-
lado com Laser 660nm apresentou maior número
de células de inflamação crônica do que de aguda,
pequeno número de fibroblastos e leve a moderada
deposição de colágeno e neoangiogênese. No 5o dia,
observou-se aumento do número de fibroblastos, da
deposição de colágeno, do tecido de granulação e da
angiogênese, com aumento de células de inflamação
aguda. No dia 7, a inflamação aguda foi intensa, o
número de fibroblastos, a deposição de colágeno e
neogênese foi moderada, e a formação de tecido de
granulação variou de moderada a intensa. Os ani-
mais estimulados com Laser 780nm apresentaram,
no 3o dia, ligeira inflação aguda, pequena quanti-
dade de fibroblastos e de tecido de granulação, mo-
derada deposição de colágenos e discreta neoangi-
ogênese. Após 5 dias, verificaram aumento na in-
flamação aguda, na extensão do tecido de granu-
lação, na angiogênese e na deposição de colágeno.
No 7o dia, observaram poucas células inflamatórias
agudas e crônicas, pequeno número de fibroblastos,
moderada quantidade de tecido de granulação e de
colágeno, e intensa neoangiogênese. Em nenhum
dos grupos foi observada reepitelização no período
tratado. Dessa forma, os pesquisados concluíram
que o Laser 660nm apresentou melhores resultados
nas fases iniciais de cura, enquanto o Laser 780nm
teve efeitos benéficos durante todo o período expe-
rimental, com crescimento de tecido recém-formado
semelhante à derme normal.
Na perspectiva de investigar a ação do Laser so-
bre o número de mastócitos nas fases de cicatri-
zação, Bayat et. al.7 dividiram 60 ratos em dois
grupos tratados com Laser e um controle, além da
utilização de 5 ratos sem lesão como linha de base.
Foi utilizado um Laser com comprimento de onda de
632,8nm, com duas densidades de energia distin-
tas: 1,2J/cm2 e 2,4J/cm2, durante 30 dias. A quei-
madura foi realizada via aplicação de vapor d’água.
A análise morfométrica considerou três tipos de mas-
tócitos representando diferentes estágios de degra-
nulação (45): tipo 1 – células intactas; tipo 2 – cé-
lulas com extrusão de alguns grânulos, mas com a
maior parte dos contornos celulares intactos; tipo
3 - células com degranulação mais extensa e ge-
neralizada, apresentando desintegração parcial ou
completa de seu contorno. Sete dias após a lesão, o
número de mastócitos tipo 1, bem como o número
total de mastócitos, foi maior no grupo estimulado
com 1,2J/cm2 que nos demais grupos. Dezesseis
dias após a lesão, não foram observadas diferenças
entre os grupos. Trinta dias após a lesão, o nú-
mero total de mastócitos no grupo estimulado com
2,4J/cm2 foi maior que no grupo sem lesão. Dessa
forma, os autores concluíram que a aplicação do La-
ser em queimaduras de terceiro grau aumenta sig-
nificativamente o número totalde mastócitos du-
rante a fase de inflamação, especialmente quando
aplicado doses menores.
Vasheghani et. al.56 também observaram o com-
portamento do número e da granulação dos mas-
tócitos irradiados por Laser He-Ne (632,8nm, con-
tínuo, pontual) em queimaduras de segundo grau
por vapor d’água. Os 65 ratos adultos foram dividi-
dos em 5 grupos denominados: (1) placebo-exposto
(queimadura sem tratamento), (2) Laser com inten-
sidade de 1,2J/cm2, (3) Laser com intensidade de
20 Saito et al.
2,4J/cm2, (4) creme de nitrofurazona a 0,2% e (5)
controle – sem queimadura. A aplicação de Laser
foi realizada diariamente nos dois grupos tratados,
bem como a aplicação de nitrofurazona. A pele in-
tacta dos ratos foi utilizada para linha de base. Os
mastócitos foram avaliados por meio da contagem
do número de células intactas e degranuladas. Não
houve diferenças significativas do número de mas-
tócitos tipo 2 e 3, ou no total do número de mastó-
citos, entre os grupos estudados no 7o e 16o dias.
Após o 16o dia, o número de mastócitos tipo 1 foi
maior no grupo Laser 2,4J/cm2 e no grupo placebo-
exposto quando comparado ao controle. Trinta dias
após a lesão, o número de mastócitos tipo 1, 2 e 3
no grupo placebo-exposto foi maior do que nos de-
mais grupos. Já o número total de mastócitos no
grupo placebo-exposto foi mais elevado que o grupo
controle, enquanto que nos grupos tratados tal nú-
mero foi menor. Os autores concluíram que o Laser
de baixa frequência aumentou o número de mastó-
citos intactos durante as fases inflamatória e proli-
ferativa da cicatrização, e diminuiu o número total
de mastócitos na fase de remodelamento, indicando
que tal resultado pode ser benéfico no fechamento
de feridas e na redução da formação excessiva de
tecido fibrótico.
Dando continuidade aos estudos com Laser de
baixa potência, Vasheghani et. al.55 analisaram a
ação do Laser pulsado (80Hz) na cicatrização de quei-
maduras de terceiro grau por vapor d água. Para
tanto, utilizaram 48 ratos divididos em grupo 1 (La-
ser pulsado a 80Hz, 890nm, 0,396J/cm2) e grupo 2
(placebo), com aplicações 3 vezes por semana. Em
cada animal foram realizadas 3 queimaduras, sendo
a primeira tratada com Laser (grupo 1) ou trata-
mento placebo (grupo 2), a segunda recebeu apli-
cação tópica de nitrofurazona a 0,2% e a terceira
considerada controle do respectivo grupo. Todas as
lesões foram examinadas clinicamente e microbio-
logicamente nos dias 8, 12 e 20 após a intervenção.
Os resultados mostraram que a taxa de contração
(fechamento) da ferida foi mais rápida no grupo tra-
tado com Laser (17,66±1,86 dias) do que no con-
trole (19,66±0,81 dias). A análise microbiológica
demonstrou não haver diferença no tipo (Epiderme
aureus, S. aureus e Pseudomonas aeruginosa) ou
na classe dos microorganismos presentes nos gru-
pos estudados. Além de demonstrarem o benefício
do Laser pulsado no tratamento de queimaduras de
terceiro grau, os autores salientam que o estudo de-
monstra mínimo (ou zero) efeito sistêmico do Laser,
uma vez que se houvessem efeitos sistêmicos refe-
rentes à cicatrização, não existiria diferença entre a
lesão tratada e a controle, no mesmo rato.
Ezzati et. al.18 também analisaram a ação do
Laser pulsado na cicatrização de queimaduras de
terceiro grau, com foco para diferentes densidades
de energia. Um Laser de 890nm, pulsado a 3KHz,
foi aplicado pontualmente, 3 vêzes porsemana, por
28 dias, sendo um grupo irradiado com 2,3J/cm2
e outro com 11, 7J/cm2. Setenta e quatro ratos
foram queimados com vapor d’água em dois locais
distintos, denominados como queimadura proximal
e distal, sendo que a lesão proximal foi conside-
rada controle e a distal recebeu ou não interven-
ções. Assim, formou-se 4 grupos: (1) placebo – quei-
madura distal recebeu aplicações com Laser desli-
gado; (2) Laser 2,3J/cm2; (3) Laser 11,7J/cm2 e (4)
nitrofurazona a 0,2%. A análise microbiológica de-
monstrou diminuição na incidência de Staphylococ-
cus epidermidis, Lactobacillus e difteria nos grupos
submetidos à Laserterapia, sendo que no grupo 3
tal resultado foi observado na avaliação do 7o dia.
Referente à contagem de unidades formadoras de
colônias (CFU), os pesquisadores verificaram con-
tagem menor de Lactobacillus no grupo 3 (Laser
11,7J/cm2) em comparação ao grupo 1 (placebo),
bem como de S. epidermidis no grupo 4 (nitrofura-
zona) em relação ao grupo 1. No 15o dia, foi ob-
servada contagem menor de S. epidermidis nas le-
sões tratadas com nitrofurazona quando compara-
das às respectivas queimaduras controle. A compa-
ração macroscópica entre as lesões distais e próxi-
mas do mesmo grupo demonstrou que, na primeira
semana, não foram encontradas diferenças; na se-
gunda semana, a taxa de contração das feridas tra-
tadas do grupo 2 (Laser 2,3J/cm2) foi maior que nas
lesões controle; nas semanas 3 e 4, a taxa de con-
tração do grupo 3 aumentou significativamente em
relação ao seu controle; o grupo 4 também teve sua
taxa de contração aumentada na última semana. Já
nas comparações entre os grupos, os autores obser-
varam o aumento da taxa de contração no grupo
4 quando comparado ao grupo 1, na terceira se-
mana; além disso, nos grupos 3 e 4, a taxa de con-
tração também foi maior que o grupo 1 e o grupo
2 na 4a semana após a lesão. Diante dos resulta-
dos, os pesquisadores concluíram que a irradiação
de uma queimadura de terceiro grau com Laser de
890nm, pulsado a 3KHz e densidade de energia de
11,7J/cm2 aumentou significativamente a taxa de
contração de feridas, em comparação com queima-
duras de controle. Além disso, atentam para o mí-
nimo efeito inibitório da Laserterapia aplicada sobre
a flora microbiana.
Ezzati, Bayat e Khoshvaghti17 aplicaram os mes-
mos parâmetros de radiação Laser do estudo ante-
rior (890nm, pulsado a 3KHz, pontual, 3 vêzes por
semana, por 28 dias) mas agora em queimaduras
de segundo grau. Assim, realizaram 2 queimadu-
ras de segundo grau no dorso de 67 ratos e os di-
vidiram em quatro grupos: (1) placebo; (2) Laser
a 2,3J/cm2; (3) Laser a 11,7J/cm2 e (4) nitrofura-
zona a 0,2%. Nesse estudo, a queimadura proxi-
Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 21
mal recebeu a intervenção, enquanto que a distal
foi considerada controle. A análise microbiológica
demonstrou redução do Bacillus subtilis no grupo
2 quando comparado ao grupo 1, na coleta de 7o
dia. Apesar da redução, no 15o dia, tal bacilo ainda
foi encontrado no grupo 2, enquanto que nos gru-
pos 3 e 4 não foi observada colonização. No 28o
dia, Staphylococcus aureus não foi encontrado no
grupo 3, apresentando diferença significativa com o
grupo 1. Quanto a contagem de unidades formado-
ras de colônias, não houve diferenças entre os gru-
pos. Referente ao fechamento (contração) da ferida,
na primeira semana, não foi verificada diferença en-
tre os grupos. Nas semanas seguintes (2a e 3a se-
manas), a Laserterapia com 11,7J/cm2 aumentou a
taxa de contração das feridas em comparação com
o grupo placebo (grupo 1). Também houve aumento
da taxa de contração no grupo 3 quando compa-
rado ao grupo 2. Na 4a semana não foi observado
diferença entre os grupos experimentais. Na com-
paração intragrupo (queimadura proximal × distal),
nenhuma diferença foi encontrada nas três primei-
ras semanas. Na 4a semana, o grupo irradiado com
11,7J/cm2 aumentou significativamente a taxa de
contração da lesão quando comparado com as quei-
maduras controle. As lesões do grupo 4 também
apresentaram comportamento semelhante. Os au-
tores concluíram que o Laser pulsado, 890nm, com
densidade de energia de 11,7J/cm2 acelera a cica-
trização de queimaduras de segundo grau, com pos-
sibilidade de redução adicional na flora bacteriana.
Khoshvaghti, Zibamanzarmofrad e Bayat25 pro-
puseram verificar a ação do Laser pulsado sobre o
número e a degranulação de mastócitos em queima-
duras de terceiro grau. Utilizaram 48 ratos dividi-
dos em dois grupos: (1) Laser 890nm, 0,924J/cm2,
pulsado a 80Hz, pontual, 3 vêzes por semana, 20
dias; e (2) placebo. Cada rato teve 3 lesões em seu
dorso, sendoa primeira tratada com Laser (grupo 1)
ou placebo (grupo 2); a segunda com nitrofurazona
a 0,2%, 3 vêzes por semana; e a terceira conside-
rada controle das demais. Quatro dias após a lesão,
o número de mastócitos tipo 1, tipo 2 e tipo 3, bem
como o número total de mastócitos na lesão tratada
com Laser foi menor que nas demais queimaduras.
Pós 8 dias de tratamento, o número total de mas-
tócitos continuou significativamente menor nos lo-
cais tratados com Laser do que nas demais lesões.
No 13o dia, o número de mastócitos tipo 1 e tipo 2
foram significativamente menores nas queimaduras
tratadas com Laser quando comparado aos demais
locais analisados. Os pesquisadores, embasados
nos resultados apresentados e em pesquisas ante-
riores, concluíram que a proliferação e a degranula-
ção dos mastócitos é sensível à densidade de ener-
gia e comprimento de onda do Laser de baixa po-
tência. Assim, o Laser pulsado aplicado mostrou-se
capaz de diminuir o número total de mastócitos du-
rante as fases de proliferação e de remodelamento
da ferida, possibilitando a redução da proliferação
fibroblástica.
4. Discussão
Analisando os resultados foi possível levantar al-
gumas características dos trabalhos estudados:
4.1. Quanto ao desenho experimental
Todas as pesquisas que fizeram parte deste es-
tudo utilizaram ratos machos adultos (120 dias ∼= 4
meses), da raça Wistar, com massa entre 250 e 300
gramas. O número de animais variou entre 45 e
77 ratos, divididos em grupo, o número de animais
por grupo, bem como a quantidade e intervalo entre
as análises variou de acordo com o objetivo de cada
trabalho. Todos os critérios éticos nacionais e in-
ternacionais para pesquisa envolvendo animais fo-
ram enfatizados e seguidos, tanto na acomodação e
alimentação, quanto na coleta do material. A prefe-
rência por roedores se deve, provavelmente, à maior
facilidade de aquisição desses animais, bem como
alojamento dos mesmos. Contudo, as diferenças na
estrutura cutânea limitam a comparação dos resul-
tados aos humanos, como alerta Baxter5, o que re-
quer maior cuidado na interpretação dos resultados
e na adequação dos parâmetros aplicados.
Comparando-se os modelos de indução de quei-
madura, observa-se lesão por óleo vegetal40, por
metal aquecido39 e por vapor d’água12,7,56,55,18,17,25.
Analisando cronologicamente os estudos, verifica-
se que a queimadura por vapor d’água parece ser o
método indicado atualmente, provavelmente por se
conseguir lesões mais semelhantes entre si quanto
à área. Referente ao grau de queimadura, parece
haver uma relação entre o diâmetro do cilindro e
o tempo de exposição ao vapor d’água. Tal rela-
ção é embasada na descrição dos autores quanto
aos parâmetros e o grau da lesão desejado: Chagas-
Oliveira et. al.12 aplicaram vapor d’água por 20 se-
gundos para induzir queimaduras de segundo grau,
sem mencionar o diâmetro do cilindro; Bayat et.
al.7 e Ezzati et. al.18 utilizaram um cilindro com di-
âmetro de 22 mm, aplicando vapor por 7 segundos
para provocar lesões de terceiro grau; Vasheghani
et. al.56 e Ezzati, Bayat e Khoshvaghti17 também
utilizaram um cilindro com diâmetro de 22mm, po-
rém aplicado por 3 segundos para queimadura de
segundo grau. Já Vasheghani et. al.55 e Khosh-
vaght, Zibamanzarmofrad e Bayat25, aplicaram um
cilindro com diâmetro de 6mm, por 2 segundos,
para lesões de terceiro grau. Dessa forma, pode-
se concluir que, quando maior o tempo de exposi-
ção, maior o grau de lesão, contudo, se o diâmetro
22 Saito et al.
for reduzido, também reduz-se o tempo de exposi-
ção para se alcançar a mesma lesão, como pode ser
observado nos últimos estudos apresentados. Para
confirmar o grau da lesão, todos os autores indicam
a realização de estudo histológico.
Outra observação relevante nos estudos a par-
tir de 2009 foi a indução de duas a três lesões por
vapor d’água no dorso do mesmo animal. Isso pos-
sibilita uma redução do número de animais neces-
sários para o experimento, uma vez que uma das
lesões torna-se o controle das demais, bem como
permite avaliar a existência de efeitos sistêmicos da
radiação Laser.
4.2. Análise das variáveis
As análises realizadas para atingir os objetivos
de cada estudo se dividem, basicamente, em mi-
croscópica e macroscópica. Em seis artigos, apenas
a análise microscópica foi realizada40,39,12,7,56,25, sen-
do que o objetivo dos três primeiros comportaria um
acompanhamento macroscópico do fechamento da
lesão. Nos estudos de Vasheghani et. al.55, Ez-
zati et. al.18 e Ezzati, Bayat e Khoshvaghi17, tanto
a análise microscópica, quanto a macroscópica foi
realizada, enfatizando a relação entre o comporta-
mento celular e a funcionalidade da macroestru-
tura.
Três estudos40,39,12 avaliaram microscopicamente
a evolução da cicatrização a partir de critérios pré
definidos que indicam a presença, ausência e quan-
tidade de reepitelização, inflamação aguda, inflama-
ção crônica, tecido de granulação, fibroblastos, fi-
bras colágenas e neoangiogênese. Em geral, a coleta
do material segue um padrão, sendo no 3o, 7o, 14o
e 21o dias após a indução da queimadura. Meirelles
et. al.40 avaliaram ainda o 5o dia e Chagas-Oliveira
et. al.12, por questões metodológicas, finalizaram a
pesquisa no 7o dia.
A análise histológica dos diferentes estágios de
degranulação dos mastócitos, foco de três pesqui-
sas7,56,25, segue a graduação de Dyson e Lake14 e
a avaliação morfométrica descrita por Young e Dy-
son59. Bayat et. al.7) e Vasheghani et. al.56 reali-
zaram a coleta do material analisado nos dias 7, 16
e 30 após a lesão; enquanto que Khoshvaghti, Ziba-
manzarmofrad e Bayat25 nos dias 4, 8, 13 e 20 pós
queimadura.
Coincidentemente, os três estudos que fizeram a
avaliação clínica do fechamento da lesão, também
realizaram a análise microbiológica. Para a ava-
liação macroscópica foram utilizadas imagens diá-
rias55 ou nos dias 0, 7, 14, 21 e 2818,17 da lesão,
posteriormente submetidas à mensuração da área
da superfície lesionada e/ou cicatrização, determi-
nando um coeficiente utilizado para calcular a taxa
de contração da ferida, conforme determinado por
Kiyozumi et. al.27. Já a análise microbiológica em-
pregou os métodos de rotina para investigar a pre-
sença de bactérias classificadas como não patogêni-
cas (Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus sa-
prophyticus, Bacillus subtilis, Lactobacillus, Strepto-
cocci alfa hemolytic e difteria) e como patogênicas
(Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa,
Escherichia coli, Bacilo gram-negativo e Candida).
As amostras foram coletadas no 8o, 12o e 20o dia
pós-lesão55, 7o e 15o 18 e 7o, 15o e 30o 17. Apesar
da diferença nos dias de coletas, observa-se uma
sequência aproximada para a observação do desen-
volvimento bacteriano, especialmente nas fases ini-
ciais de cicatrização.
4.3. Parametrização-procedimento
Como os estudos analisados utilizaram três mé-
todos distintos para avaliar os efeitos da Lasertera-
pia na cicatrização de queimaduras, a comparação
dos parâmetros empregados na aplicação e, conse-
quentemente, seu resultado fica mais plausível se
os mesmos forem agrupados para a discussão.
Seguindo os critérios para análise microscópica
das células envolvidas no fechamento de uma le-
são, Mello, Sampedro e Piccinini40 indicam como
principais achados a não observação de necrose de
fibras colágenas nos grupos irradiados quando com-
parado ao controle, após 3 dias de experimento, in-
dicando benefícios já na fase inicial; vacuolização
no citoplasma da epiderme com apoptose multifo-
cal no grupo varredura, no 7o dia, facilitando a eli-
minação precoce de células desnecessárias e, até
mesmo, não desejáveis na lesão; ausência de al-
terações microscópica no grupo varredura no 14o
dia, interpretada como cura do ferimento. Os auto-
res ainda enfatizam a importância da frequência de
tratamento nesse resultado, uma vez que Lange et.
al.29, aplicando os mesmos parâmetros, porém ape-
nas 5 vezes por semana, ainda observavam altera-
ções no grupo varredura no mesmo período; nessa
mesma fase, no grupo Laser pontual notou-sedis-
creto edema ao redor das fibras colágenas da derme
superficial, com hemorragia e infiltrado mononu-
clear, sendo levantada a hipótese de densidade de
energia excessiva para a técnica aplicada, uma vez
que na forma pontual há maior concentração de
radiação em pontos específicos e, tal intervenção
poderia ser responsável por um novo processo in-
flamatório identificado pela presença de neutrófilos
passados três dias após a lesão primária32. Com 21
dias de experimento, o grupo controle e o grupo La-
ser pontual também apresentaram fechamento com-
pleto da lesão. Além de confirmar os benefícios do
Laser em melhorar a qualidade e acelerar o processo
cicatricial, a análise desse estudo alerta para a aten-
ção quanto à adequação da densidade de energia de
Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 23
acordo com a técnica aplicada (varredura ou pon-
tual). A partir dos resultados da influência do vetor
de incidência da caneta Laser na intensidade de bi-
oestimulação celular51, a técnica pontual passou a
ser preconizada e a varredura utilizada apenas nos
casos onde a primeira se tornaria dolorosa5. Con-
tudo, a equivalência da densidade de energia entre
as técnicas ainda é um fator pouco esclarecido, uma
vez que a quantificação da dispersão de energia no
modo varredura é dificultada pelas diferenças indi-
viduais e temporais de mover a caneta. Desse modo,
apesar da indicação de cálculos matemáticos para
adequar a densidade de energia ao método, a expe-
riência clínica, a reavaliação constante dos resulta-
dos e, principalmente, a escolha da menor quanti-
dade de energia necessária para se alcançar os re-
sultados, parecem ser o melhor guia terapêutico.
Meirelles et. al.39 também confirmaram os be-
nefícios da radiação Laser na cicatrização de quei-
maduras de terceiro grau, com início evidenciado
no 14o dia e completa maturação na análise do 21o
dia nos animais bioestimulados, fato não observado
proporcionalmente no grupo controle. Referente aos
diferentes comprimentos de onda, objetivo princi-
pal desse estudo, os autores verificaram que o Laser
660nm propiciou melhores resultados nas fases ini-
ciais de cicatrização, com aumento das células in-
flamatórias, tanto agudas quanto crônicas, precur-
soras do tecido de granulação, de fibras colágenas
e da neovascularização. Já, a utilização de ener-
gia Laser de 780 nm trouxe benefícios durante todo
o período experimental, com ênfase na aceleração
da maturação do tecido neoformado em derme. Em
ambos os grupos experimentais, os autores relata-
ram como achado incomum a presença de adipóci-
tos em áreas mais superficiais das lesões, indicando
a transformação de células adiposas em fibroblas-
tos em granulação tecido. Este fenômeno foi enfa-
tizado por Alberts et. al.1 que sugere que miofibro-
blastos, fibroblastos, osteoblastos, condroblastos e
adipócitos, têm uma origem comum e capacidade de
se diferenciar em outros tipos de células de mesma
origem. Mudanças estruturais envolvendo adipó-
citos e fibroblastos foram relatadas por Andrade,
Oliveira-Filho e Fernandes3 e por Tholpady, Aoja-
nepong e Llull53, contudo os autores indicam não
terem conhecimento de estudos anteriores com re-
ferência à capacidade do Laser em induzir a trans-
formação de adipócitos em fibroblastos. Além da
evidência da aceleração do fechamento da lesão com
boa qualidade estrutural, independente do compri-
mento de onda do Laser, a capacidade de estimular
a diferenciação celular sobressai como um foco im-
portante para futuras pesquisas.
Chagas-Oliveira et. al.12 aplicaram os mesmos
parâmetros do estudo acima, porém por 7 dias e em
queimaduras de segundo grau induzidas por vapor
d’água. Os autores observaram resultados similares
aos descritos anteriormente, concluindo que o Laser
660nm mostrou melhores resultados durante as fa-
ses iniciais da cicatrização de feridas, especialmente
no que se refere à quantidade de vasos neoforma-
dos, e que o uso do Laser de 780nm apresentou
efeitos benéficos durante todo o período experimen-
tal. Assim, pode-se determinar que, independente
do grau de lesão, a Laserterapia atua de forma si-
milar na aceleração dos processos cicatriciais inici-
ais. Além disso, a aplicação de Laser com menor
comprimento de onda parece ter maior atuação nas
fases iniciais, provavelmente pela relação entre tal
parâmetro e a penetração tecidual da luz. Maiores
comparações ficam restritas devido ao curto período
de acompanhamento do segundo estudo.
A partir das evidências que os mastócitos e os
macrófagos podem ser estimulados para liberar fa-
tores de crescimento e outras substâncias que pro-
piciam a proliferação de fibroblastos, de células en-
doteliais e de queratinócitos, quando em condições
adversas, influenciando no desenvolvimento do te-
cido de granulação36, a observação de tais células
passou a ter destaque nos estudos de reparo teci-
dual. Nesse intuito, Bayat et. al.7 demonstram que
a aplicação de Laser a 1,2J/cm2 aumenta o número
total, o tipo 1 e o tipo 2 de mastócitos durante a fase
inflamatória da cicatrização de queimaduras de ter-
ceiro grau em comparação com o grupo controle e
com tratado com nitrofurazona. As substâncias bi-
ologicamente ativas liberadas pelos mastócitos têm
capacidade de estimular a reparação de tecidos, in-
cluindo a neoangiogênese, fator importante para a
nutrição das novas células10,6. Além disso, os auto-
res verificaram que tanto o número de macrófagos,
quanto a profundidade de crescimento epidérmico
foram significativamente menor nos grupos tratados
com Laser em relação ao placebo nas avaliações do
16o e 30o dias. Essa evidência pode ser importante
na redução da formação de tecido fibrótico exces-
sivo em cicatrizes e quelóides.
Vasheghani et. al.56 aplicando os parâmetros do
estudo anterior, porém em queimaduras de segundo
grau, observaram os mesmos resultados, demons-
trando a ação do Laser sobre os mastócitos, inde-
pendente da gravidade da lesão.
Khoshvaghti, Zibamanzarmofrad e Bayat25 apli-
caram Laser 890nm pulsado a 80Hz em queimadu-
ras de terceiro grau e verificaram que a população
de mastócitos nos grupos estimulados era inferior
ao controle nos dias 4, 8, 13, e 20 após a lesão.
Os autores observaram ainda uma diminuição nos
mastócitos tipo 1 e tipo 3, bem como o número total
de tais células, no 4o dia. Houve também um de-
créscimo do número de mastócito tipo 2 no 13o dia.
Com base nas evidências de Beukelman et. al.8 a
redução de componentes do processo inflamatório,
24 Saito et al.
tais como da desgranulação dos mastócitos pode
afetar positivamente o processo de cicatrização de
feridas. Comparando este estudo com os dois an-
teriores que aplicaram Laser visível (632,8nm) no
modo contínuo, verifica-se a influência divergente
dessa terapia no comportamento dos macrófagos,
onde, especialmente nas fases iniciais, os macrófa-
gos parecem reagir de acordo com as características
do fotoestímulo. Contudo, ainda há necessidade de
maiores detalhes experimentais para se estabelecer
quais parâmetros são cruciais para o reparo teci-
dual.
Vasheghani et. al.55 aplicaram Laser 890nm,
pulsado a 80 Hz, em queimaduras de terceiro grau
e analisaram a flora bacteriana e a taxa de contra-
ção da ferida. Os resultados mostraram que o La-
ser aplicado acelera a cicatrização das lesões, re-
sultado não foi encontrado em estudo prévio reali-
zado por Cambier et. al.11 com os mesmos parâ-
metros, porém no modo contínuo de aplicação do
Laser. Como a principal diferença entre os dois es-
tudos foi o modo de aplicação (pulsado versus con-
tínuo), então concluiu-se que a razão para a sig-
nificativa aceleração da cicatrização de queimadu-
ras observada pode ser a seleção da freqüência de
pulso. O efeito da frequência do pulso sobre a de-
granulação de mastócitos foi foco da pesquisa de El
Sayed e Dyson16. Em tal estudo, queimaduras fo-
ram irradiadas com Laser 820nm, pulsado a 2,5,
20, 292, ou 20000Hz, e os resultados mostraram
que a degranulação dos mastócitos é dependente
da frequência, sendo que apenas as freqüênciasde
20 e de 292Hz apresentaram significância. Pou-
cos foram os microorganismos presentes nas lesões,
dificultando a comparação entre os grupos (Laser
versus controle) e impossibilitando a conclusão so-
bre qualquer efeito estimulante ou inibitório do La-
ser. Outro ponto enfatizado pelos pesquisadores foi
a falta de evidência dos efeitos sistêmicos do La-
ser, uma vez que das três lesões feitas no mesmo
rato, a taxa de contração foi acelerada apenas na
tratada. Ezzati et. al.18 aplicaram Laser 890nm,
pulsado a 3KHz, comparando densidades diferentes
(2,3J/cm2 e 11,7J/cm2) e verificaram aumento sig-
nificativo na taxa de contração da ferida nos grupos
tratados com Laser, quando comparado ao placebo
em todas as fases de reparo. Além disto, verifica-
ram que os efeitos do Laser 2,3 J/cm2 foram mais
evidentes na fase inicial do processo de cicatrização
de queimaduras, enquanto que o Laser 11,7J/cm2
aumentou a taxa em todo o processo. A redução da
ação do Laser 2,3J/cm2 nas fases finais de cicatri-
zação pode ser justificada pela capacidade de pene-
tração dependente da densidade de energia empre-
gada, como relatado por Allendorf et. al.2 que suge-
riram que a penetração do Laser no tecido associada
ao debridamento correto da escara estão envolvidos
na cura de feridas. As feridas que não são debrida-
das podem não permitir a penetração da quantidade
máxima de luz até o tecido alvo. A diferença esta-
tisticamente significativa encontrada no fechamento
das lesões tratadas com Laser (distal) e as controle
(proximal) rejeita o provável efeito sistêmico da te-
rapia. Apesar da baixa frequência de microorganis-
mos nas lesões, foi possível verificar uma redução
da incidência de Staphylococcus epidermidis, Lacto-
bacillus e difteria nas lesões irradiadas. Porém tais
resultados são considerados pouco evidentes para
comprovar o efeito inibitório do Laser pulsado sobre
a flora microbiana.
Ezzati, Bayat e Khoshvaghti17 aplicaram os mes-
mos parâmetros, porém em queimaduras de segundo
grau e observaram os mesmos resultados quando à
aceleração da contração da ferida, à flora bacteriana
e aos efeitos sistêmicos.
5. Considerações Finais
As evidências científicas analisadas referente à
ação do Laser no tratamento de queimaduras, ape-
sar de limitadas quanto ao número e tipo de amos-
tra utilizada (roedores), permitem levantar as se-
guintes considerações:
• independente do grau da lesão, o Laser ace-
lera o processo cicatricial, trazendo com isso
benefícios relacionados à barreira mecânica e
a homeostasia;
• aplicações com menor comprimento de onda
são mais efetivas nas fases iniciais de cicatri-
zação, enquanto que comprimento maiores pa-
recem estimular as células durante todo o pro-
cesso e, com maior ênfase, na fase de matura-
ção. Tal fato pode estar relacionado com a ca-
pacidade de penetração da luz, mesmo ponto
levantado quando a utilização de doses mais
elevadas determinaram melhores resultados nas
fases finais da cicatrização.
• a aplicação diária parece acelerar a contração
da ferida quanto comparada com aplicações
que respeitem o intervalo clínico, ou seja, 5
vêzes por semana e intervalo nos finais de se-
mana.
• o modo de aplicação pontual é a escolha da
grande maioria dos pesquisadores, provavel-
mente pela maior segurança em dosar a ener-
gia em cada ponto irradiado. No entanto, um
dos estudos chama a atenção para a correta
seleção da dose, uma vez que doses excessivas
podem provocar novas lesões.
• o Laser no modo pulsado tem sido enfatizado
nas pesquisas mais recentes e as evidências
Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 25
sugerem que a frequência do pulso pode ser
crucial no processo de cicatrização, portanto
maiores estudos são necessários.
• o efeito sistêmico da Laserterapia não pode ser
comprovado devido à baixa taxa de infecção
das lesões.
• a ação do Laser sobre a atividade dos mastóci-
tos denota mais uma via de investigação refe-
rente às estruturas envolvidas na cicatrização
de lesões. Além disso, os indícios apontam di-
ferenças na reação de tais células dependente
do comprimento de onda e do modo de aplica-
ção da terapia.
Assim, comprova-se os benefícios da Lasertera-
pia no tratamento de queimaduras, ressaltando a
necessidade da continuação dos estudos para tor-
nar essa prática cada vez mais difundida e emba-
sada cientificamente. Além disto, a divulgação de
relatos de casos e experiências clínicas devem ser
enfatizados para diminuir a lacuna determinada pe-
las diferenças na estrutura cutânea entre os ani-
mais de laboratório e os humanos.
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Notas Biográficas
Viviane J. Bolfe Azzi é graduada em Fisioterapia (UFPF), pós-
graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional (Faculdade IBRATE),
Mestre (UNIMEP).
Naudimar di Pietro Simões é graduada em Fisioterapia (UTP),
tem formação em Dermoestética pelo Instituto Nielograno, é pós-
graduada em Metodologia da Ciência (Fac. Espírita do Paraná),
Mestre em Tecnologia em Saúde (PUC-PR), e Doutoranda em Me-
dicina e Cirurgia (UFPR).
	Introdução
	Metodologia
	Resultados
	Discussão
	Quanto ao desenho experimental
	Análise das variáveis
	Parametrização-procedimento
	Considerações Finais

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