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OmniPax Editora Rev Bras Terap e Saúde, 3(1):15-26, 2012 Aplicação da Laserterapia no Tratamento de Queimaduras: uma Revisão Sistemática Laser Therapy Applied to the Treatment of Burns: a Systematic Review Viviane J. Bolfe Azzi∗, Naudimar di Pietro Simões Faculdade IBRATE, Curitiba, PR Resumo: Contextualização: As queimaduras estão entre as mais graves de todas as lesões, com consequências física e emocionais que requerem tratamento multidisciplinar por longos períodos. O Laser de baixa intensidade tem sido empregado para acelerar o processo de cicatrização dessas lesões, porém sua eficácia ainda é discutida. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre a aplicação da Laserterapia no tratamento de queimaduras. Métodos: Análise estruturada de publicações dos últimos cinco anos em periódicos indexados nas bases PUBMED, LILACS, SciELO, PEDro, Chocrane e Periódicos CAPES, usando como palavras-chave de busca: electrotherapy, phototherapy e Laser therapy, combinadas com healing of burns ou wound healing. Resultados: Nove artigos preencheram os critérios metodológicos. Todos utilizaram roedores como amostra. As queimaduras foram realizadas com óleo quente, material incandescente ou vapor d’água. Análise microscópica, microbiológica e de contração da ferida foram enfatizadas. Diferentes comprimento de onda, densidade de energia e modo de aplicação do Laser foram avaliados. Conclusão: O Laser acelera o processo cicatricial, podendo atuar em todas as fases dependendo do comprimento de onda e da densidade aplicada. A aplicação pontual é a mais utilizada, porém deve-se adequar a dose para evitar lesões adicionais. Não há evidências suficientes para embasar a ação bactericida e nem o efeito sistêmico da terapia. Os macrófagos reagem de forma diferente dependendo dos parâmetros da irradiação. Palavras-chave: Queimaduras, Lasers, Cicatrização. Abstract: Background: Burns are among the most serious of all injuries, with physical and emotional consequences that require multi- disciplinary treatment for long periods. The Low-level Laser therapy has been used to accelerate the healing process of these injuries, but its effectiveness remains uncertain. Objective: To conduct a systematic review on the application of Laser therapy in the burns treatment. Methods: Structured analysis of publications of the last five years in indexed journals in the databases PUBMED, LILACS, SciELO, PEDro, Cochrane and CAPES Journals, using as search keywords: electrotherapy, phototherapy and Laser therapy combined with wound healing of burns or healing. Results: Nine researches met the methodological criteria. All rodents used as a sample. The burns were performed with hot oil, incandescent material or boiling water. Microscopic, microbiological and wound contraction analysis were emphasized. Different wavelength, energy density and method of application of the Laser were evaluated. Conclusion: The Laser accelerates the wound healing process and may act in all phases depending on the wavelength and density applied. The punctual ap- plication is most used, but should adjust the dose to prevent additional injuries. There is insufficient evidence to support the bactericidal action or the systemic effect of the therapy. Mast cells react differently depending on the parameters of irradiation. Keywords: Burns, Lasers, Wound healing. 1. Introdução As queimaduras são lesões graves que podem causar a morte, sendo freqüente foco de discus- são e preocupação em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)43, mais de 195.000 mortes anuais estão relacionadas exclusi- vamente a queimaduras oriundas de líquido quente, sólido quente ou chama, com cerca de 95% dos ca- sos ocorrendo em países de baixa e média renda. De acordo com a Sociedade Brasileira de Quei- maduras (SBQ)52, no Brasil ocorrem aproximada- mente um milhão de casos a cada ano, com 200 mil atendidos em serviços de emergência e 40 mil demandando hospitalização. Desses acidentes, dois terços envolvem crianças que passam a conviver com ∗Autor correspondente: vivianebolfe@hotmail.com sequelas, estéticas e funcionais52. As deficiências funcionais são uma preocupação mundial, devido à co-morbidades advindas de estigmas e rejeição43. A queimadura é definida como uma lesão dos te- cidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica, que varia desde um pequeno flic- tena até formas graves, podendo desencadear res- postas sistêmicas proporcionais à extensão e à pro- fundidade19. A gravidade da lesão pode ser classificada de acordo com sua profundidade, sendo especificada por Linde31 como: 1o grau (lesões superficiais; afetam apenas a epiderme; apresentam hiperemia, edema e dor; le- vam 5 a 7 dias para cicatrizar), 2o grau (espessura parcial; classificada como superficial ou profunda; a superficial acomete a derme papilar, apresentando bolhas, umidade e dor acentuada, com mínimo te- cido cicatricial, cicatrização entre 14 a 21 dias; a DOI 10.7436/rbts-2012.03.01.03 ISSN 2177-9910 16 Saito et al. profunda danifica quase toda a espessura da derme, com coloração pálida e menos dor, cicatrização en- tre 3 a 6 semanas ou mais, com tecido cicatricial que pode hipertrofiar-se e contrair-se) ou 3o grau (espessura total, com acometimento de toda a pele e, em alguns casos, podendo se estender até o tecido subcutâneo, músculo e osso; apresenta aspecto es- branquiçado e rígido, necessitando de enxerto para cicatrização). A classificação da queimadura pode não ser pre- cisa no primeiro dia, pois durante a evolução do quadro alterações hemodinâmicas ou infecciosas po- dem aprofundar a lesão. Contudo o acompanha- mento desses fatores é primordial para a condução do tratamento e prognóstico58. Suporte nutricional inadequado, déficit na oxi- genação tecidual, infecção, necrose, ambiente seco, tamanho da ferida, idade do paciente e imunossu- pressão são alguns dos fatores locais e sistêmicos que podem atrasar ou impedir a cicatrização21. Além disso, qualquer alteração no processo de reparo leva à cicatrização patológica, que pode ser agrupada de forma geral em: formação deficiente de tecido ci- catricial, formação excessiva (cicatriz hipertrófica e quelóide) e a formação de contraturas48. Após a lesão inicial, nesse caso, a queimadura, o processo de cicatrização divide-se em três fases, interdependentes e sobrepostas: inflamatória, pro- liferativa e de remodelamento. Na lesão inicial há dano às células e pequenos vasos sanguíneos; as células morrem devido à agressão direta, à defici- ência de oxigênio ou por agentes químicos liberados por outras células lesadas13. A fase inflamatória ou exsudativa inicia logo após a lesão, com formação de rede de fibrina e migra- ção de neutrófilos, linfócitos e, mais tardiamente, os macrófagos, resultado da microcirculação dos teci- dos reagindo à lesão e tendo como objetivo remover tecidos desvitalizados20. A fase proliferativa é dividida em três subfases e é responsável pela formação do tecido de granu- lação. A primeira subfase é a reepitelização que ocorre pela migração de queratinócitos das bordas e anexos remanescentes; a segunda é a fibroplasia, na qual ocorre proliferação de fibroblastos e produ- ção de colágeno, elastina e outras proteínas, cons- tituindo a cicatriz; a terceira é a angiogênese que ocorre paralelamente à fibroplasia, onde os novos vasos darão suporte à formação da nova matriz34. Já na fase de remodelamento ou maturação ocorre a substituição do colágeno tipo 3 pelo tipo 1, ab- sorção de água e diminuição do número de vasos sanguíneos. Essa etapa pode continuar por meses ou anos, em geral, de 6 meses a 2 anos4, com a estrutura do novo tecido se alterando lentamente32. Os mastócitos também participam do processo de cicatrização e, seu papel nas diferentes fases, tem sido estudado e demonstrado em modelos in vitro e in vivo 37. Levi-Schaffer e Kupietzky30 de- monstraram que os mastócitos, por meio da hista- mina e da interleucina-4, influenciam a migração e a proliferação de fibroblastos que apresentamre- ceptores para tais substâncias28,54. Outros estudos indicam que os mastócitos localizados na epiderme podem modular a resposta inflamatória35, desem- penhar um papel importante na neoangiogênese41, na formação de tecido de granulação e na síntese de colágeno42, e participar da remodelação do te- cido durante a cicatrização da ferida22. Mello, Sampedro e Piccinini40 alertam que as fa- lhas mais relevantes no processo cicatricial ocorrem nos primeiros estágios, produzindo edema acentu- ado e redução da angiogênese e de elementos celula- res, como leucócitos, macrófagos e fibroblastos. Di- ante desse quadro, e com base em estudos prévios, os autores supracitados indicam a Laserterapia de baixa intensidade como um recurso importante de intervenção nessa fase. O Laser (Light Amplification by Stimulated Emis- sion of Radiation) utilizado para bioestimulação com- preende comprimentos de onda de 330 a 1100nm, potência menor que 500mW e dosagens menores que 35J/cm2, conhecidos como Laser terapêutico, de baixa potência ou de baixa intensidade46. São características do Laser a monocromaticidade, a co- erência e a colimação, sendo a primeira considerada fundamental para a efetividade terapêutica32. Os efeitos advindos da radiação Laser dependem da conversão fotoquímica da energia absorvida por fotorreceptores (cromóforos) específicos, que podem ser enzimas, membranas ou substâncias, como a melanina, a porfirina, a hemoglobina e o citocromo C oxidase. Ao absorverem a luz, tais estruturas as- sumem estado eletrônico excitado que desencadeia quatro ações primárias: mudanças do estado redox e aceleração da transferência de elétrons; alterações estruturais e da atividade bioquímica pela excitação transitória dos cromóforos; aumento da produção de superóxido; geração de oxigênio molecular24. O autor ressalta ainda que, na sequência, reações se- cundárias são geradas como alterações dos parâme- tros da homeostasia celular (pH, Ca2+, AMPc, ATP e outros), que acontecem horas e até dias após irra- diação, como resposta da transdução do fotossinal e da amplificação ao núcleo das células irradiadas. Parizzotto44 indica que, além da via de estimu- lação do citocromo C oxidase, considerado fotorre- ceptor primário, há receptores secundários que ab- sorvem energia por intermédio do campo eletromag- nético, havendo uma espécie de ressonância desses campos com as biomoléculas, alterando cargas es- pecíficas de membranas e proteínas. O principal representante dos fotorreceptores secundários seria o colágeno, devido sua propriedade piezoelétrica e Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 17 piroelétrica. Guirro e Guirro19 elencam ainda efeitos bioquí- micos destinados ao Laser, como liberação de subs- tâncias pré-formadas como histamina, serotonina e bradicinina, bem como a interferência na produ- ção de substâncias como prostaglandinas e endor- finas, relacionando os mesmos à ação antiinflama- tória e analgésica do recurso. Pesquisas experimen- tais, em animais de laboratório, indicam o Laser como bioestimulador na cura de feridas, resultando em rápida cicatrização de queimaduras47, aumento da síntese de colágeno e aceleração da contração da ferida23, melhora da resistência da cicatriz à tra- ção, devido ao aumento evidente na deposição do colágeno33, reepitelização precoce com aumento da reação fibroblástica, considerável tecido de granu- lação e maior concentração de colágeno no tecido cicatricial9, diminuição significante de células in- flamatórias e do edema, com maior proliferação de miofibroblastos38. Alguns estudos in vitro também demonstraram o efeito bioestimulador do Laser sobre a secreção de citocinas, de fatores de crescimento e de prolifera- ção de diferentes células26,57,49,50. El Sayed e Dy- son15 mostraram que os mastócitos da pele podem ser ativados e o seu número total aumentado com a estimulação por certos comprimentos de onda rela- cionados ao Laser. Os autores demonstraram ainda que este aumento não depende da frequência de pulso do Laser, contudo a degranulação é afetada por tal parâmetro16. Pinheiro45 enfatiza que durante a última década, muitas pesquisas têm demonstrado a ação benéfica de fontes luminosas no tratamento de vários tipos de queimaduras, especialmente do Laser, mas o au- tor alerta que muitos discordam de tais efeitos, pro- vavelmente devido aos protocolos amplamente va- riáveis e métodos de avaliação não padronizados. Nesse contexto, é imprescindível a análise crítica e comparativa de tais estudos buscando direcionar a intervenção com base nas evidências científicas. Além disso, por ser um recurso físico amplamente utilizado pelos fisioterapeutas, a divulgação de sua ação no tratamento de queimaduras enfatiza e justi- fica a inserção desse profissional na equipe respon- sável por tais pacientes. Assim, este artigo tem por objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a aplicação da Lasertera- pia no tratamento de queimaduras. 2. Metodologia As publicações analisadas foram retiradas das bases de dados eletrônicos PUBMED, LILACS, Sci- ELO, PEDro, Chocrane e Periódicos CAPES, usando como palavras-chave de busca: electrotherapy, pho- totherapy e laser therapy, combinada com healing of burns ou wound healing. O levantamento bibliográfico restringiu-se às pu- blicações dos últimos cinco anos (junho de 2007 a junho de 2012), em língua inglesa ou portuguesa. Os critérios de inclusão abrangeram: investigação da relação entre alguma modalidade de Laserterapia e tratamento de queimaduras, processo de amos- tragem aleatória dos pacientes ou pesquisa experi- mental, comparação entre grupo com intervenção e grupo controle. Foram excluídos os estudos que apresentaram associação de queimadura com alguma outra alteração, como diabetes ou infecção indu- zida, bem como técnicas de aplicação não compa- tíveis com a prática fisioterapêutica. Os artigos foram analisados na íntegra por meio de roteiro estruturado com a apresentação dos se- guintes itens: amostra, delineamento da pesquisa, desfechos avaliados, características da intervenção e resultados. 3. Resultados Após consulta às bases de dados e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão propostos, 9 arti- gos foram classificados para análise. Na Tabela 1 os estudos são apresentados de forma a facilitar a comparação no que se refere aos desfechos avali- ados, características da intervenção, profundidade da lesão e resultados. Mello, Sampedro e Piccinini40 compararam os efeitos da aplicação do Laser HeNe no modo varre- dura e no modo pontual em queimaduras por óleo vegetal. Sessenta e dois ratos machos foram divi- didos em três grupos: grupo experimental 1 (modo varredura a 4J/cm2), grupo experimental 2 (pontual na mesma intensidade, em quatro pontos previa- mente demarcados) e grupo controle (sem interven- ção). Foram realizadas coletas histológicas aos 3o, 7o, 14o e 21o dias após a lesão, avaliando as altera- ções na pele como infiltrado inflamatório e neutrofí- lico, fibras colágenas, ulceração do epitélio, áreas de hiperqueratose, colônias bacterianas, entre outros. O grupo tratado com Laser varredura obteve cura total da lesão após 14 dias de tratamento, apresen- tando a pele com estrutura normal, enquanto os de- mais grupos apresentaram melhora apenas após 21 dias. No grupo tratado com Laser pontual foi ob- servado a presença de neutrófilos no 14o dia, suge- rindo uma nova inflamação. Os autores justifica- ram tal reação como uma possível consequência do emprego de intensidade muito alta para esse modo de aplicação. Meirelles et. al.39 utilizaram 55 animais para avaliar os efeitos do comprimento de onda do Laser nas queimaduras de terceiro grau. A lesão foi rea- lizada por meio de contato com um instrumento in- 18 Saito et al. Tabela 1: Resumo dos estudos que aplicaram Laser para o tratamento de queimaduras. Autores Desfechos avaliados Características Profun Resultados da intervenção didade (efeitos) Mello et al. 40 Análise histológica e re- epitelização. Compara- ção entre método de var- redura epontual 632,8nm; 4J/cm2, contínuo, var- redura, diário, 21 dias. 632,8nm; 4J/cm2, contínuo, pontual, diá- rio, 21 dias 1o grau Melhores resultados pelo mé- todo varredura; reepitelização completa no 14o dia Meirelles et al. 39 Análise histológica e re- epitelização Comparação entre Laser com 660nm e 780nm 660nm, 5J/cm2, contínuo, pon- tual, diário, 21 dias. 780nm, 5J/cm2, contínuo, pontual, diá- rio, 21 dias 3o grau Melhora da cicatrização; La- ser 660nm melhores resulta- dos nas fases iniciais; grupo 780nm resultados ao longo do período de estimulação Chagas- Oliveira et al. 12 Análise histológica. Com- paração entre Laser com 660nm e 780nm 660nm, 5J/cm2, contínuo, pon- tual, diário, 7 dias. 780nm, 5J/cm2, contínuo, pontual, diá- rio, 7 dias. 2o grau Laser 660nm apresentou me- lhores resultados. Bayat et al. 7 Número de mastócitos nas fases de cicatrização. Comparação entre duas densidades de energia La- ser. 632,8nm, 1,2J/cm2, contínuo, pontual, diário, 30 dias. 632,8nm, 2,4J/cm2, contínuo, pontual, diário, 30 dias. 3o grau Aumento do número de mas- tócitos durante a fase infla- matória; Laser 1,2J/cm2 au- mento no 7o dia. Vasheghani et al. 56 Número de mastócitos nas fases de cicatrização. Comparação entre duas densidades de energia La- ser. 632,8nm, 1,2J/cm2, contínuo, pontual, diário, 30 dias. 632,8nm, 2,4J/cm2, contínuo, pontual, diário, 30 dias. 2o grau Aumento do número de mas- tócitos durante as fases in- flamatória e proliferativa e redução de mastócitos na fase de remodelamento; Laser 2,4J/cm2 aumento significa- tivo no 16o dia. Vasheghani et al. 55 Análise microbiológica e macroscópica (contração) da ferida 890nm, 0,396J/cm2, pulsado a 80Hz, pontual, 3x/ semana, 20 dias 3o grau Aceleração do processo de contração da ferida, com maior número de lesões fechadas ao final do ex- perimento; sem diferenças quanto à microbiologia Ezzati et al. 18 Análise microbiológica e macroscópica (contração) da ferida 890nm, 2,3J/cm2, pulsado a 3KHz, pontual, 3x/ semana, 28 dias. 890nm, 11,7J/cm2, pul- sado a 3KHz, pontual, 3x/ se- mana, 28 dias 3o grau Diminuição da incidência de Staphylococcus epidermidis, Lactobacillus e difteria em nos grupos tratados; La- ser 11,7J/cm2 acelerou o processo cicatricial Ezzati et al. 17 Análise microbiológica e macroscópica (contração) da ferida 890nm, 2,3J/cm2, pulsado a 3KHz, pontual, 3x/ semana, 28 dias. 890nm, 11,7J/cm2, pul- sado a 3KHz, pontual, 3x/ se- mana, 28 dias 2o grau Diminuição da incidência de Staphylococcus aureus com Laser 2,3J/cm2; La- ser 11,7J/cm2 acelerou o processo cicatricial Khoshvaghti et al. 25 Número de mastócitos nas fases de cicatrização 890nm, 0,924J/cm2, pulsado a 80Hz, pontual, 3x/ semana, 20 dias 3o grau Redução do número de mas- tócitos durante as fases de proliferação e remodelamento Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 19 candescente. Os ratos foram divididos em três gru- pos: Laser 660nm, Laser 780nm e controle, sendo sacriticados após 3, 5, 7, 14 e 21 dias de estimula- ção. Os autores verificaram que o emprego de Laser 660nm resultou no aparecimento de quantidades maiores de células inflamatórias, tanto aguda como crônica, o que foi eficaz para estimular o desenvolvi- mento de tecido de granulação, aumentar o número de fibroblastos e de fibras de colágeno, bem como acelerar a neovascularização. Estas características foram observadas nas fases iniciais do processo de cura, e provavelmente estão relacionadas aos efei- tos de energia Laser a nível celular. Posteriormente, o efeito foi mais evidente na reepitelização, iniciada no 14o dia nos grupos bioestimulados, e na deposi- ção e organização da matriz do colágeno. No 21o dia, a reepitelização completa foi verificada nesse grupo. O Laser 780 nm também apresentou efeitos positi- vos sobre o processo de granulação, a deposição de matriz de colágeno, a atividade fibroblástica, a pro- liferação e a neovascularização nos dias 3, 5 e 7. Efeitos positivos sobre a inflamação foram visuali- zados entre os dias 5 e 7. A maturação do tecido de granulação pode ser claramente vista no 21o dia. Os pesquisadores chamam a atenção para a presença de adipócitos em áreas mais superficiais das feri- das nos animais irradiados, independente do com- primento de onda. Com base em estudos prévios, sugerem que tal fenômeno se deve à transforma- ção de células adiposas em fibroblastos do tecido de granulação, uma vez que estes, bem como os mi- ofibroblastos, osteoblastos, condroblastos e adipó- citos, têm uma origem comum e partilham de uma capacidade de se diferenciar em outros tipos de cé- lulas de mesma origem. Dessa forma, os autores concluem que ambos os protocolos de estimulação são eficazes na cicatrização de queimaduras de ter- ceiro grau, enfatizando os melhores resultados do Laser 660nm nas fases iniciais e do Laser 780nm no decorrer do processo experimental. Chagas-Oliveira et. al.12 também compararam os comprimentos de onda de 660nm e 780nm de ra- diação Laser, contudo em queimaduras de segundo grau. Utilizaram 45 animais divididos em dois gru- pos tratados e um controle, com a lesão sendo pro- duzida por aplicação de vapor d’água em área pré estabelecida. Os animais foram sacrificados aos 3, 5 e 7 dias pós-queimadura. No 3o dia, o grupo estimu- lado com Laser 660nm apresentou maior número de células de inflamação crônica do que de aguda, pequeno número de fibroblastos e leve a moderada deposição de colágeno e neoangiogênese. No 5o dia, observou-se aumento do número de fibroblastos, da deposição de colágeno, do tecido de granulação e da angiogênese, com aumento de células de inflamação aguda. No dia 7, a inflamação aguda foi intensa, o número de fibroblastos, a deposição de colágeno e neogênese foi moderada, e a formação de tecido de granulação variou de moderada a intensa. Os ani- mais estimulados com Laser 780nm apresentaram, no 3o dia, ligeira inflação aguda, pequena quanti- dade de fibroblastos e de tecido de granulação, mo- derada deposição de colágenos e discreta neoangi- ogênese. Após 5 dias, verificaram aumento na in- flamação aguda, na extensão do tecido de granu- lação, na angiogênese e na deposição de colágeno. No 7o dia, observaram poucas células inflamatórias agudas e crônicas, pequeno número de fibroblastos, moderada quantidade de tecido de granulação e de colágeno, e intensa neoangiogênese. Em nenhum dos grupos foi observada reepitelização no período tratado. Dessa forma, os pesquisados concluíram que o Laser 660nm apresentou melhores resultados nas fases iniciais de cura, enquanto o Laser 780nm teve efeitos benéficos durante todo o período expe- rimental, com crescimento de tecido recém-formado semelhante à derme normal. Na perspectiva de investigar a ação do Laser so- bre o número de mastócitos nas fases de cicatri- zação, Bayat et. al.7 dividiram 60 ratos em dois grupos tratados com Laser e um controle, além da utilização de 5 ratos sem lesão como linha de base. Foi utilizado um Laser com comprimento de onda de 632,8nm, com duas densidades de energia distin- tas: 1,2J/cm2 e 2,4J/cm2, durante 30 dias. A quei- madura foi realizada via aplicação de vapor d’água. A análise morfométrica considerou três tipos de mas- tócitos representando diferentes estágios de degra- nulação (45): tipo 1 – células intactas; tipo 2 – cé- lulas com extrusão de alguns grânulos, mas com a maior parte dos contornos celulares intactos; tipo 3 - células com degranulação mais extensa e ge- neralizada, apresentando desintegração parcial ou completa de seu contorno. Sete dias após a lesão, o número de mastócitos tipo 1, bem como o número total de mastócitos, foi maior no grupo estimulado com 1,2J/cm2 que nos demais grupos. Dezesseis dias após a lesão, não foram observadas diferenças entre os grupos. Trinta dias após a lesão, o nú- mero total de mastócitos no grupo estimulado com 2,4J/cm2 foi maior que no grupo sem lesão. Dessa forma, os autores concluíram que a aplicação do La- ser em queimaduras de terceiro grau aumenta sig- nificativamente o número totalde mastócitos du- rante a fase de inflamação, especialmente quando aplicado doses menores. Vasheghani et. al.56 também observaram o com- portamento do número e da granulação dos mas- tócitos irradiados por Laser He-Ne (632,8nm, con- tínuo, pontual) em queimaduras de segundo grau por vapor d’água. Os 65 ratos adultos foram dividi- dos em 5 grupos denominados: (1) placebo-exposto (queimadura sem tratamento), (2) Laser com inten- sidade de 1,2J/cm2, (3) Laser com intensidade de 20 Saito et al. 2,4J/cm2, (4) creme de nitrofurazona a 0,2% e (5) controle – sem queimadura. A aplicação de Laser foi realizada diariamente nos dois grupos tratados, bem como a aplicação de nitrofurazona. A pele in- tacta dos ratos foi utilizada para linha de base. Os mastócitos foram avaliados por meio da contagem do número de células intactas e degranuladas. Não houve diferenças significativas do número de mas- tócitos tipo 2 e 3, ou no total do número de mastó- citos, entre os grupos estudados no 7o e 16o dias. Após o 16o dia, o número de mastócitos tipo 1 foi maior no grupo Laser 2,4J/cm2 e no grupo placebo- exposto quando comparado ao controle. Trinta dias após a lesão, o número de mastócitos tipo 1, 2 e 3 no grupo placebo-exposto foi maior do que nos de- mais grupos. Já o número total de mastócitos no grupo placebo-exposto foi mais elevado que o grupo controle, enquanto que nos grupos tratados tal nú- mero foi menor. Os autores concluíram que o Laser de baixa frequência aumentou o número de mastó- citos intactos durante as fases inflamatória e proli- ferativa da cicatrização, e diminuiu o número total de mastócitos na fase de remodelamento, indicando que tal resultado pode ser benéfico no fechamento de feridas e na redução da formação excessiva de tecido fibrótico. Dando continuidade aos estudos com Laser de baixa potência, Vasheghani et. al.55 analisaram a ação do Laser pulsado (80Hz) na cicatrização de quei- maduras de terceiro grau por vapor d água. Para tanto, utilizaram 48 ratos divididos em grupo 1 (La- ser pulsado a 80Hz, 890nm, 0,396J/cm2) e grupo 2 (placebo), com aplicações 3 vezes por semana. Em cada animal foram realizadas 3 queimaduras, sendo a primeira tratada com Laser (grupo 1) ou trata- mento placebo (grupo 2), a segunda recebeu apli- cação tópica de nitrofurazona a 0,2% e a terceira considerada controle do respectivo grupo. Todas as lesões foram examinadas clinicamente e microbio- logicamente nos dias 8, 12 e 20 após a intervenção. Os resultados mostraram que a taxa de contração (fechamento) da ferida foi mais rápida no grupo tra- tado com Laser (17,66±1,86 dias) do que no con- trole (19,66±0,81 dias). A análise microbiológica demonstrou não haver diferença no tipo (Epiderme aureus, S. aureus e Pseudomonas aeruginosa) ou na classe dos microorganismos presentes nos gru- pos estudados. Além de demonstrarem o benefício do Laser pulsado no tratamento de queimaduras de terceiro grau, os autores salientam que o estudo de- monstra mínimo (ou zero) efeito sistêmico do Laser, uma vez que se houvessem efeitos sistêmicos refe- rentes à cicatrização, não existiria diferença entre a lesão tratada e a controle, no mesmo rato. Ezzati et. al.18 também analisaram a ação do Laser pulsado na cicatrização de queimaduras de terceiro grau, com foco para diferentes densidades de energia. Um Laser de 890nm, pulsado a 3KHz, foi aplicado pontualmente, 3 vêzes porsemana, por 28 dias, sendo um grupo irradiado com 2,3J/cm2 e outro com 11, 7J/cm2. Setenta e quatro ratos foram queimados com vapor d’água em dois locais distintos, denominados como queimadura proximal e distal, sendo que a lesão proximal foi conside- rada controle e a distal recebeu ou não interven- ções. Assim, formou-se 4 grupos: (1) placebo – quei- madura distal recebeu aplicações com Laser desli- gado; (2) Laser 2,3J/cm2; (3) Laser 11,7J/cm2 e (4) nitrofurazona a 0,2%. A análise microbiológica de- monstrou diminuição na incidência de Staphylococ- cus epidermidis, Lactobacillus e difteria nos grupos submetidos à Laserterapia, sendo que no grupo 3 tal resultado foi observado na avaliação do 7o dia. Referente à contagem de unidades formadoras de colônias (CFU), os pesquisadores verificaram con- tagem menor de Lactobacillus no grupo 3 (Laser 11,7J/cm2) em comparação ao grupo 1 (placebo), bem como de S. epidermidis no grupo 4 (nitrofura- zona) em relação ao grupo 1. No 15o dia, foi ob- servada contagem menor de S. epidermidis nas le- sões tratadas com nitrofurazona quando compara- das às respectivas queimaduras controle. A compa- ração macroscópica entre as lesões distais e próxi- mas do mesmo grupo demonstrou que, na primeira semana, não foram encontradas diferenças; na se- gunda semana, a taxa de contração das feridas tra- tadas do grupo 2 (Laser 2,3J/cm2) foi maior que nas lesões controle; nas semanas 3 e 4, a taxa de con- tração do grupo 3 aumentou significativamente em relação ao seu controle; o grupo 4 também teve sua taxa de contração aumentada na última semana. Já nas comparações entre os grupos, os autores obser- varam o aumento da taxa de contração no grupo 4 quando comparado ao grupo 1, na terceira se- mana; além disso, nos grupos 3 e 4, a taxa de con- tração também foi maior que o grupo 1 e o grupo 2 na 4a semana após a lesão. Diante dos resulta- dos, os pesquisadores concluíram que a irradiação de uma queimadura de terceiro grau com Laser de 890nm, pulsado a 3KHz e densidade de energia de 11,7J/cm2 aumentou significativamente a taxa de contração de feridas, em comparação com queima- duras de controle. Além disso, atentam para o mí- nimo efeito inibitório da Laserterapia aplicada sobre a flora microbiana. Ezzati, Bayat e Khoshvaghti17 aplicaram os mes- mos parâmetros de radiação Laser do estudo ante- rior (890nm, pulsado a 3KHz, pontual, 3 vêzes por semana, por 28 dias) mas agora em queimaduras de segundo grau. Assim, realizaram 2 queimadu- ras de segundo grau no dorso de 67 ratos e os di- vidiram em quatro grupos: (1) placebo; (2) Laser a 2,3J/cm2; (3) Laser a 11,7J/cm2 e (4) nitrofura- zona a 0,2%. Nesse estudo, a queimadura proxi- Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 21 mal recebeu a intervenção, enquanto que a distal foi considerada controle. A análise microbiológica demonstrou redução do Bacillus subtilis no grupo 2 quando comparado ao grupo 1, na coleta de 7o dia. Apesar da redução, no 15o dia, tal bacilo ainda foi encontrado no grupo 2, enquanto que nos gru- pos 3 e 4 não foi observada colonização. No 28o dia, Staphylococcus aureus não foi encontrado no grupo 3, apresentando diferença significativa com o grupo 1. Quanto a contagem de unidades formado- ras de colônias, não houve diferenças entre os gru- pos. Referente ao fechamento (contração) da ferida, na primeira semana, não foi verificada diferença en- tre os grupos. Nas semanas seguintes (2a e 3a se- manas), a Laserterapia com 11,7J/cm2 aumentou a taxa de contração das feridas em comparação com o grupo placebo (grupo 1). Também houve aumento da taxa de contração no grupo 3 quando compa- rado ao grupo 2. Na 4a semana não foi observado diferença entre os grupos experimentais. Na com- paração intragrupo (queimadura proximal × distal), nenhuma diferença foi encontrada nas três primei- ras semanas. Na 4a semana, o grupo irradiado com 11,7J/cm2 aumentou significativamente a taxa de contração da lesão quando comparado com as quei- maduras controle. As lesões do grupo 4 também apresentaram comportamento semelhante. Os au- tores concluíram que o Laser pulsado, 890nm, com densidade de energia de 11,7J/cm2 acelera a cica- trização de queimaduras de segundo grau, com pos- sibilidade de redução adicional na flora bacteriana. Khoshvaghti, Zibamanzarmofrad e Bayat25 pro- puseram verificar a ação do Laser pulsado sobre o número e a degranulação de mastócitos em queima- duras de terceiro grau. Utilizaram 48 ratos dividi- dos em dois grupos: (1) Laser 890nm, 0,924J/cm2, pulsado a 80Hz, pontual, 3 vêzes por semana, 20 dias; e (2) placebo. Cada rato teve 3 lesões em seu dorso, sendoa primeira tratada com Laser (grupo 1) ou placebo (grupo 2); a segunda com nitrofurazona a 0,2%, 3 vêzes por semana; e a terceira conside- rada controle das demais. Quatro dias após a lesão, o número de mastócitos tipo 1, tipo 2 e tipo 3, bem como o número total de mastócitos na lesão tratada com Laser foi menor que nas demais queimaduras. Pós 8 dias de tratamento, o número total de mas- tócitos continuou significativamente menor nos lo- cais tratados com Laser do que nas demais lesões. No 13o dia, o número de mastócitos tipo 1 e tipo 2 foram significativamente menores nas queimaduras tratadas com Laser quando comparado aos demais locais analisados. Os pesquisadores, embasados nos resultados apresentados e em pesquisas ante- riores, concluíram que a proliferação e a degranula- ção dos mastócitos é sensível à densidade de ener- gia e comprimento de onda do Laser de baixa po- tência. Assim, o Laser pulsado aplicado mostrou-se capaz de diminuir o número total de mastócitos du- rante as fases de proliferação e de remodelamento da ferida, possibilitando a redução da proliferação fibroblástica. 4. Discussão Analisando os resultados foi possível levantar al- gumas características dos trabalhos estudados: 4.1. Quanto ao desenho experimental Todas as pesquisas que fizeram parte deste es- tudo utilizaram ratos machos adultos (120 dias ∼= 4 meses), da raça Wistar, com massa entre 250 e 300 gramas. O número de animais variou entre 45 e 77 ratos, divididos em grupo, o número de animais por grupo, bem como a quantidade e intervalo entre as análises variou de acordo com o objetivo de cada trabalho. Todos os critérios éticos nacionais e in- ternacionais para pesquisa envolvendo animais fo- ram enfatizados e seguidos, tanto na acomodação e alimentação, quanto na coleta do material. A prefe- rência por roedores se deve, provavelmente, à maior facilidade de aquisição desses animais, bem como alojamento dos mesmos. Contudo, as diferenças na estrutura cutânea limitam a comparação dos resul- tados aos humanos, como alerta Baxter5, o que re- quer maior cuidado na interpretação dos resultados e na adequação dos parâmetros aplicados. Comparando-se os modelos de indução de quei- madura, observa-se lesão por óleo vegetal40, por metal aquecido39 e por vapor d’água12,7,56,55,18,17,25. Analisando cronologicamente os estudos, verifica- se que a queimadura por vapor d’água parece ser o método indicado atualmente, provavelmente por se conseguir lesões mais semelhantes entre si quanto à área. Referente ao grau de queimadura, parece haver uma relação entre o diâmetro do cilindro e o tempo de exposição ao vapor d’água. Tal rela- ção é embasada na descrição dos autores quanto aos parâmetros e o grau da lesão desejado: Chagas- Oliveira et. al.12 aplicaram vapor d’água por 20 se- gundos para induzir queimaduras de segundo grau, sem mencionar o diâmetro do cilindro; Bayat et. al.7 e Ezzati et. al.18 utilizaram um cilindro com di- âmetro de 22 mm, aplicando vapor por 7 segundos para provocar lesões de terceiro grau; Vasheghani et. al.56 e Ezzati, Bayat e Khoshvaghti17 também utilizaram um cilindro com diâmetro de 22mm, po- rém aplicado por 3 segundos para queimadura de segundo grau. Já Vasheghani et. al.55 e Khosh- vaght, Zibamanzarmofrad e Bayat25, aplicaram um cilindro com diâmetro de 6mm, por 2 segundos, para lesões de terceiro grau. Dessa forma, pode- se concluir que, quando maior o tempo de exposi- ção, maior o grau de lesão, contudo, se o diâmetro 22 Saito et al. for reduzido, também reduz-se o tempo de exposi- ção para se alcançar a mesma lesão, como pode ser observado nos últimos estudos apresentados. Para confirmar o grau da lesão, todos os autores indicam a realização de estudo histológico. Outra observação relevante nos estudos a par- tir de 2009 foi a indução de duas a três lesões por vapor d’água no dorso do mesmo animal. Isso pos- sibilita uma redução do número de animais neces- sários para o experimento, uma vez que uma das lesões torna-se o controle das demais, bem como permite avaliar a existência de efeitos sistêmicos da radiação Laser. 4.2. Análise das variáveis As análises realizadas para atingir os objetivos de cada estudo se dividem, basicamente, em mi- croscópica e macroscópica. Em seis artigos, apenas a análise microscópica foi realizada40,39,12,7,56,25, sen- do que o objetivo dos três primeiros comportaria um acompanhamento macroscópico do fechamento da lesão. Nos estudos de Vasheghani et. al.55, Ez- zati et. al.18 e Ezzati, Bayat e Khoshvaghi17, tanto a análise microscópica, quanto a macroscópica foi realizada, enfatizando a relação entre o comporta- mento celular e a funcionalidade da macroestru- tura. Três estudos40,39,12 avaliaram microscopicamente a evolução da cicatrização a partir de critérios pré definidos que indicam a presença, ausência e quan- tidade de reepitelização, inflamação aguda, inflama- ção crônica, tecido de granulação, fibroblastos, fi- bras colágenas e neoangiogênese. Em geral, a coleta do material segue um padrão, sendo no 3o, 7o, 14o e 21o dias após a indução da queimadura. Meirelles et. al.40 avaliaram ainda o 5o dia e Chagas-Oliveira et. al.12, por questões metodológicas, finalizaram a pesquisa no 7o dia. A análise histológica dos diferentes estágios de degranulação dos mastócitos, foco de três pesqui- sas7,56,25, segue a graduação de Dyson e Lake14 e a avaliação morfométrica descrita por Young e Dy- son59. Bayat et. al.7) e Vasheghani et. al.56 reali- zaram a coleta do material analisado nos dias 7, 16 e 30 após a lesão; enquanto que Khoshvaghti, Ziba- manzarmofrad e Bayat25 nos dias 4, 8, 13 e 20 pós queimadura. Coincidentemente, os três estudos que fizeram a avaliação clínica do fechamento da lesão, também realizaram a análise microbiológica. Para a ava- liação macroscópica foram utilizadas imagens diá- rias55 ou nos dias 0, 7, 14, 21 e 2818,17 da lesão, posteriormente submetidas à mensuração da área da superfície lesionada e/ou cicatrização, determi- nando um coeficiente utilizado para calcular a taxa de contração da ferida, conforme determinado por Kiyozumi et. al.27. Já a análise microbiológica em- pregou os métodos de rotina para investigar a pre- sença de bactérias classificadas como não patogêni- cas (Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus sa- prophyticus, Bacillus subtilis, Lactobacillus, Strepto- cocci alfa hemolytic e difteria) e como patogênicas (Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Bacilo gram-negativo e Candida). As amostras foram coletadas no 8o, 12o e 20o dia pós-lesão55, 7o e 15o 18 e 7o, 15o e 30o 17. Apesar da diferença nos dias de coletas, observa-se uma sequência aproximada para a observação do desen- volvimento bacteriano, especialmente nas fases ini- ciais de cicatrização. 4.3. Parametrização-procedimento Como os estudos analisados utilizaram três mé- todos distintos para avaliar os efeitos da Lasertera- pia na cicatrização de queimaduras, a comparação dos parâmetros empregados na aplicação e, conse- quentemente, seu resultado fica mais plausível se os mesmos forem agrupados para a discussão. Seguindo os critérios para análise microscópica das células envolvidas no fechamento de uma le- são, Mello, Sampedro e Piccinini40 indicam como principais achados a não observação de necrose de fibras colágenas nos grupos irradiados quando com- parado ao controle, após 3 dias de experimento, in- dicando benefícios já na fase inicial; vacuolização no citoplasma da epiderme com apoptose multifo- cal no grupo varredura, no 7o dia, facilitando a eli- minação precoce de células desnecessárias e, até mesmo, não desejáveis na lesão; ausência de al- terações microscópica no grupo varredura no 14o dia, interpretada como cura do ferimento. Os auto- res ainda enfatizam a importância da frequência de tratamento nesse resultado, uma vez que Lange et. al.29, aplicando os mesmos parâmetros, porém ape- nas 5 vezes por semana, ainda observavam altera- ções no grupo varredura no mesmo período; nessa mesma fase, no grupo Laser pontual notou-sedis- creto edema ao redor das fibras colágenas da derme superficial, com hemorragia e infiltrado mononu- clear, sendo levantada a hipótese de densidade de energia excessiva para a técnica aplicada, uma vez que na forma pontual há maior concentração de radiação em pontos específicos e, tal intervenção poderia ser responsável por um novo processo in- flamatório identificado pela presença de neutrófilos passados três dias após a lesão primária32. Com 21 dias de experimento, o grupo controle e o grupo La- ser pontual também apresentaram fechamento com- pleto da lesão. Além de confirmar os benefícios do Laser em melhorar a qualidade e acelerar o processo cicatricial, a análise desse estudo alerta para a aten- ção quanto à adequação da densidade de energia de Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 23 acordo com a técnica aplicada (varredura ou pon- tual). A partir dos resultados da influência do vetor de incidência da caneta Laser na intensidade de bi- oestimulação celular51, a técnica pontual passou a ser preconizada e a varredura utilizada apenas nos casos onde a primeira se tornaria dolorosa5. Con- tudo, a equivalência da densidade de energia entre as técnicas ainda é um fator pouco esclarecido, uma vez que a quantificação da dispersão de energia no modo varredura é dificultada pelas diferenças indi- viduais e temporais de mover a caneta. Desse modo, apesar da indicação de cálculos matemáticos para adequar a densidade de energia ao método, a expe- riência clínica, a reavaliação constante dos resulta- dos e, principalmente, a escolha da menor quanti- dade de energia necessária para se alcançar os re- sultados, parecem ser o melhor guia terapêutico. Meirelles et. al.39 também confirmaram os be- nefícios da radiação Laser na cicatrização de quei- maduras de terceiro grau, com início evidenciado no 14o dia e completa maturação na análise do 21o dia nos animais bioestimulados, fato não observado proporcionalmente no grupo controle. Referente aos diferentes comprimentos de onda, objetivo princi- pal desse estudo, os autores verificaram que o Laser 660nm propiciou melhores resultados nas fases ini- ciais de cicatrização, com aumento das células in- flamatórias, tanto agudas quanto crônicas, precur- soras do tecido de granulação, de fibras colágenas e da neovascularização. Já, a utilização de ener- gia Laser de 780 nm trouxe benefícios durante todo o período experimental, com ênfase na aceleração da maturação do tecido neoformado em derme. Em ambos os grupos experimentais, os autores relata- ram como achado incomum a presença de adipóci- tos em áreas mais superficiais das lesões, indicando a transformação de células adiposas em fibroblas- tos em granulação tecido. Este fenômeno foi enfa- tizado por Alberts et. al.1 que sugere que miofibro- blastos, fibroblastos, osteoblastos, condroblastos e adipócitos, têm uma origem comum e capacidade de se diferenciar em outros tipos de células de mesma origem. Mudanças estruturais envolvendo adipó- citos e fibroblastos foram relatadas por Andrade, Oliveira-Filho e Fernandes3 e por Tholpady, Aoja- nepong e Llull53, contudo os autores indicam não terem conhecimento de estudos anteriores com re- ferência à capacidade do Laser em induzir a trans- formação de adipócitos em fibroblastos. Além da evidência da aceleração do fechamento da lesão com boa qualidade estrutural, independente do compri- mento de onda do Laser, a capacidade de estimular a diferenciação celular sobressai como um foco im- portante para futuras pesquisas. Chagas-Oliveira et. al.12 aplicaram os mesmos parâmetros do estudo acima, porém por 7 dias e em queimaduras de segundo grau induzidas por vapor d’água. Os autores observaram resultados similares aos descritos anteriormente, concluindo que o Laser 660nm mostrou melhores resultados durante as fa- ses iniciais da cicatrização de feridas, especialmente no que se refere à quantidade de vasos neoforma- dos, e que o uso do Laser de 780nm apresentou efeitos benéficos durante todo o período experimen- tal. Assim, pode-se determinar que, independente do grau de lesão, a Laserterapia atua de forma si- milar na aceleração dos processos cicatriciais inici- ais. Além disso, a aplicação de Laser com menor comprimento de onda parece ter maior atuação nas fases iniciais, provavelmente pela relação entre tal parâmetro e a penetração tecidual da luz. Maiores comparações ficam restritas devido ao curto período de acompanhamento do segundo estudo. A partir das evidências que os mastócitos e os macrófagos podem ser estimulados para liberar fa- tores de crescimento e outras substâncias que pro- piciam a proliferação de fibroblastos, de células en- doteliais e de queratinócitos, quando em condições adversas, influenciando no desenvolvimento do te- cido de granulação36, a observação de tais células passou a ter destaque nos estudos de reparo teci- dual. Nesse intuito, Bayat et. al.7 demonstram que a aplicação de Laser a 1,2J/cm2 aumenta o número total, o tipo 1 e o tipo 2 de mastócitos durante a fase inflamatória da cicatrização de queimaduras de ter- ceiro grau em comparação com o grupo controle e com tratado com nitrofurazona. As substâncias bi- ologicamente ativas liberadas pelos mastócitos têm capacidade de estimular a reparação de tecidos, in- cluindo a neoangiogênese, fator importante para a nutrição das novas células10,6. Além disso, os auto- res verificaram que tanto o número de macrófagos, quanto a profundidade de crescimento epidérmico foram significativamente menor nos grupos tratados com Laser em relação ao placebo nas avaliações do 16o e 30o dias. Essa evidência pode ser importante na redução da formação de tecido fibrótico exces- sivo em cicatrizes e quelóides. Vasheghani et. al.56 aplicando os parâmetros do estudo anterior, porém em queimaduras de segundo grau, observaram os mesmos resultados, demons- trando a ação do Laser sobre os mastócitos, inde- pendente da gravidade da lesão. Khoshvaghti, Zibamanzarmofrad e Bayat25 apli- caram Laser 890nm pulsado a 80Hz em queimadu- ras de terceiro grau e verificaram que a população de mastócitos nos grupos estimulados era inferior ao controle nos dias 4, 8, 13, e 20 após a lesão. Os autores observaram ainda uma diminuição nos mastócitos tipo 1 e tipo 3, bem como o número total de tais células, no 4o dia. Houve também um de- créscimo do número de mastócito tipo 2 no 13o dia. Com base nas evidências de Beukelman et. al.8 a redução de componentes do processo inflamatório, 24 Saito et al. tais como da desgranulação dos mastócitos pode afetar positivamente o processo de cicatrização de feridas. Comparando este estudo com os dois an- teriores que aplicaram Laser visível (632,8nm) no modo contínuo, verifica-se a influência divergente dessa terapia no comportamento dos macrófagos, onde, especialmente nas fases iniciais, os macrófa- gos parecem reagir de acordo com as características do fotoestímulo. Contudo, ainda há necessidade de maiores detalhes experimentais para se estabelecer quais parâmetros são cruciais para o reparo teci- dual. Vasheghani et. al.55 aplicaram Laser 890nm, pulsado a 80 Hz, em queimaduras de terceiro grau e analisaram a flora bacteriana e a taxa de contra- ção da ferida. Os resultados mostraram que o La- ser aplicado acelera a cicatrização das lesões, re- sultado não foi encontrado em estudo prévio reali- zado por Cambier et. al.11 com os mesmos parâ- metros, porém no modo contínuo de aplicação do Laser. Como a principal diferença entre os dois es- tudos foi o modo de aplicação (pulsado versus con- tínuo), então concluiu-se que a razão para a sig- nificativa aceleração da cicatrização de queimadu- ras observada pode ser a seleção da freqüência de pulso. O efeito da frequência do pulso sobre a de- granulação de mastócitos foi foco da pesquisa de El Sayed e Dyson16. Em tal estudo, queimaduras fo- ram irradiadas com Laser 820nm, pulsado a 2,5, 20, 292, ou 20000Hz, e os resultados mostraram que a degranulação dos mastócitos é dependente da frequência, sendo que apenas as freqüênciasde 20 e de 292Hz apresentaram significância. Pou- cos foram os microorganismos presentes nas lesões, dificultando a comparação entre os grupos (Laser versus controle) e impossibilitando a conclusão so- bre qualquer efeito estimulante ou inibitório do La- ser. Outro ponto enfatizado pelos pesquisadores foi a falta de evidência dos efeitos sistêmicos do La- ser, uma vez que das três lesões feitas no mesmo rato, a taxa de contração foi acelerada apenas na tratada. Ezzati et. al.18 aplicaram Laser 890nm, pulsado a 3KHz, comparando densidades diferentes (2,3J/cm2 e 11,7J/cm2) e verificaram aumento sig- nificativo na taxa de contração da ferida nos grupos tratados com Laser, quando comparado ao placebo em todas as fases de reparo. Além disto, verifica- ram que os efeitos do Laser 2,3 J/cm2 foram mais evidentes na fase inicial do processo de cicatrização de queimaduras, enquanto que o Laser 11,7J/cm2 aumentou a taxa em todo o processo. A redução da ação do Laser 2,3J/cm2 nas fases finais de cicatri- zação pode ser justificada pela capacidade de pene- tração dependente da densidade de energia empre- gada, como relatado por Allendorf et. al.2 que suge- riram que a penetração do Laser no tecido associada ao debridamento correto da escara estão envolvidos na cura de feridas. As feridas que não são debrida- das podem não permitir a penetração da quantidade máxima de luz até o tecido alvo. A diferença esta- tisticamente significativa encontrada no fechamento das lesões tratadas com Laser (distal) e as controle (proximal) rejeita o provável efeito sistêmico da te- rapia. Apesar da baixa frequência de microorganis- mos nas lesões, foi possível verificar uma redução da incidência de Staphylococcus epidermidis, Lacto- bacillus e difteria nas lesões irradiadas. Porém tais resultados são considerados pouco evidentes para comprovar o efeito inibitório do Laser pulsado sobre a flora microbiana. Ezzati, Bayat e Khoshvaghti17 aplicaram os mes- mos parâmetros, porém em queimaduras de segundo grau e observaram os mesmos resultados quando à aceleração da contração da ferida, à flora bacteriana e aos efeitos sistêmicos. 5. Considerações Finais As evidências científicas analisadas referente à ação do Laser no tratamento de queimaduras, ape- sar de limitadas quanto ao número e tipo de amos- tra utilizada (roedores), permitem levantar as se- guintes considerações: • independente do grau da lesão, o Laser ace- lera o processo cicatricial, trazendo com isso benefícios relacionados à barreira mecânica e a homeostasia; • aplicações com menor comprimento de onda são mais efetivas nas fases iniciais de cicatri- zação, enquanto que comprimento maiores pa- recem estimular as células durante todo o pro- cesso e, com maior ênfase, na fase de matura- ção. Tal fato pode estar relacionado com a ca- pacidade de penetração da luz, mesmo ponto levantado quando a utilização de doses mais elevadas determinaram melhores resultados nas fases finais da cicatrização. • a aplicação diária parece acelerar a contração da ferida quanto comparada com aplicações que respeitem o intervalo clínico, ou seja, 5 vêzes por semana e intervalo nos finais de se- mana. • o modo de aplicação pontual é a escolha da grande maioria dos pesquisadores, provavel- mente pela maior segurança em dosar a ener- gia em cada ponto irradiado. No entanto, um dos estudos chama a atenção para a correta seleção da dose, uma vez que doses excessivas podem provocar novas lesões. • o Laser no modo pulsado tem sido enfatizado nas pesquisas mais recentes e as evidências Aplicação da laserterapia no tratamento de queimaduras 25 sugerem que a frequência do pulso pode ser crucial no processo de cicatrização, portanto maiores estudos são necessários. • o efeito sistêmico da Laserterapia não pode ser comprovado devido à baixa taxa de infecção das lesões. • a ação do Laser sobre a atividade dos mastóci- tos denota mais uma via de investigação refe- rente às estruturas envolvidas na cicatrização de lesões. Além disso, os indícios apontam di- ferenças na reação de tais células dependente do comprimento de onda e do modo de aplica- ção da terapia. Assim, comprova-se os benefícios da Lasertera- pia no tratamento de queimaduras, ressaltando a necessidade da continuação dos estudos para tor- nar essa prática cada vez mais difundida e emba- sada cientificamente. Além disto, a divulgação de relatos de casos e experiências clínicas devem ser enfatizados para diminuir a lacuna determinada pe- las diferenças na estrutura cutânea entre os ani- mais de laboratório e os humanos. Referências [1] Alberts, B.; Zurro, D.; Lewis, J.; Raff, M.; Roberts, K. & Watson, J.D., Biology Cellular and Molecular. 3a edição. New York, USA: Garland, 1994. [2] Allendorf, J.D.; Besseler, M.; Huang, J.; Kayton, M.L.; Laird, D.; Nowygrod, R. & Treat, M.R., Helium-neon laser irradiation atfluences of 1, 2, and 4 J/cm2 failed to accele- rate wound healing as assessed by both wound contracture rate and tensile strenght. Lasers in Surgery and Medicine, 20(3):340–245, 1997. 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Notas Biográficas Viviane J. Bolfe Azzi é graduada em Fisioterapia (UFPF), pós- graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional (Faculdade IBRATE), Mestre (UNIMEP). Naudimar di Pietro Simões é graduada em Fisioterapia (UTP), tem formação em Dermoestética pelo Instituto Nielograno, é pós- graduada em Metodologia da Ciência (Fac. Espírita do Paraná), Mestre em Tecnologia em Saúde (PUC-PR), e Doutoranda em Me- dicina e Cirurgia (UFPR). Introdução Metodologia Resultados Discussão Quanto ao desenho experimental Análise das variáveis Parametrização-procedimento Considerações Finais
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