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TCC DOUGLAS ATUALIZADO 19-11

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faculdade joaquim nabuco
direito
douglas lustosa do nascimento
O Excesso Exculpante
recife
2019
douglas lustosa do nascimento
o excesso exculpante
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário Joaquim Nabuco – UNINABUCO Campus Recife.
Prof(a). Orientador(a): Milena Trajano.
recife
2019
Cometer injustiça é pior que sofrê-la.
Platão
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e a minha orientadora Profª. Drª. Milena Trajano, pela sabedoria e que, em um momento inoportuno me aceitou de braços abertos. Gostaria também deixar resgistrado o agradecimento a minha Mãe e a minha querida filha Valentina, pois sem eles seria impossível adquirir forças para concluir esse inestimável trabalho. 
RESUMO
No nosso direito penal, o excesso sempre estará submetido a uma punição estatal. Assim sendo, aquele que age em defesa de um direito penalmente tutelado, seu ou de outrem, acaba por extrapolar os limites da proporcionalidade, responderá a titulo de dolo ou culpa os danos causados pelo seu excesso. Contudo, Parte doutrina vem defendendo a modalidade do excesso exculpante como forma de exclusão de antijuridicidade, pois as causas resultantes desse instituto comprova que o agente no momento da conduta, agiu de forma psicologicamente alterada, isso porque, a consequências resultantes das agressões sofridas de forma injustificada, faz com que o agente movido pelo medo, pavor e do fator surpresa, não tenha no momento da ação, pelas lesões sofridas, a plena capacidade de entender a desproporcionalidade de defender o direito seu o ou de outrem penalmente tutelado. 
Palavras – Chave: Legítima defesa. Excesso Exculpante. Medo. Exclusão de antijuridicidade.
ABSTRACT
	In our criminal law, excess will always be subject to state punishment. Therefore, the person who acts in defense of a criminally protected right, his or others, ends up going beyond the limits of proportionality, will respond by way of intent or guilt the damage caused by its excess. However, the doctrine has been advocating the modality of excusive excess as a form of exclusion of anti-juridicity, because the causes resulting from this institute proves that the agent at the time of the conduct acted in a psychologically altered manner, because the consequence resulting from aggressions suffered unjustified, makes the agent moved by the influence of fear, dread, shock and surprise factor, not have at the time of the action, the injuries suffered, the full understanding to understand the disproportionate to defend his or her right. , criminally protected.
Keywords: Self defense. Exculpant Excess. Fear. Exclusion of anti-juridicity.
SUMÁRIO
	
iNTRODUÇÃO 
O instituto do Excesso Exculpante na legítima defesa, causa supralegal permissiva, figura no polo do direito brasileiro como causa de excludente de antijuricidade frente a um fato contrário ao direito, elemento este subjetivo, posto que, carrega consigo um valor positivo de uma conduta objetivamente reprovável.
A legitima defesa configura uma das mais antigas causas de excludente de antijuricidade perante todas as legislações penais vigentes. Não obstante, o instituto tem como corolário a preservação de um bem jurídico, que se encontra em direito seu ou de outrem, em perigo atual ou eminente, usando os meios moderados para repelir a injusta agressão sofrida, do qual chamamos: Animus defendendi.
O conceito de legitima defesa, contextualiza-se com o tempo e surge com o homem através do instinto e da vontade de repelir uma injusta agressão sofrida como vingança. Naqueles tempos não havia meios de se proporcionar a força ou de preocupar-se com a justiça, havia naqueles tempos a conduta moral de assegurar direitos objetivamente ou subjetivamente pretendidos, e de se fazer jus a honra subjetiva (Direito Pessoal). Para os estudiosos, a legitima defesa se concretiza com o intuito de penalizar o agressor, subdividindo-se a pena em períodos: a vingança privada, a vingança divina, a vingança pública e o período humanitário. Com o passar do tempo, surge o Talião, onde não seria mais arbitraria a represália por parte dos indivíduos que se encontrasse com o direito turbado, sendo o Estado responsável em dosimetrar a pena pela injusta agressão sofrida: olho por olho, dente por dente. Mas adiante, surge o Código de Hamurábi, onde trazia conceitos e princípios do Talião e que tinha como objetivo, assemelhar o povo juridicamente e garantir uma cultura comum.
A legitima defesa baseia-se na exclusão da antijuricidade do fato acometido, posto que, a permissividade da conduta que se amolda num fato descrito em lei, deixa de ser crime porque a conduta repressiva não é ilícita, de modo que, a reprovação do ordenamento jurídico incidiu sobre a ilicitude do fato, ou ao menos, seja a descrição a título de culpa. A teoria do tipo é um fecho de elementos descritivos na legislação penal, é o princípio de toda corroboração jurídico-penal objetiva ou subjetivamente é o que falamos de tipicidade. 
É deste bojo que surge para o direito Penal Brasileiro a modalidade do Excesso Exculpante, que para muitos não se trata de apenas uma exclusão de ilicitude do ato praticado, trata-se de inexistência de crime.
1. TEORIA DA TIPICIDADE
Antes de termos uma ampla análise dos fatores que corrobora para o excesso exculpante na legitima defesa, far-se-á necessário dirimir a teoria da tipicidade penal, pois sem está, se quer podemos concluir o que podemos chamar de crime sobre uma perspectiva da exclusão da antijuridicidade no excesso exculpante. Partindo dessa premissa, podemos observar que o nosso ordenamento penal, não só disciplina as normas contidas como incriminadoras, mas também aquelas hipóteses em que se autorizam a prática de determinada conduta que figura no polo das normas permissivas ou de justificação, sobre determinado fato típico.
A primeira etapa a ser aferida para incidência da incidência da tipicidade, é a realização da conduta humana que se enquadra em uma das normas descritas na lei penal como incriminadora, e sendo estas condutas proibitivas e enquadrando-as nas possíveis consequências jurídicas, surge para o sistema jurídico-penal o Jus puniendi (direito de punir). Assim, conforme os ensinamentos de JESUS: 
O legislador descreve as condutas consideradas nocivas à ordem jurídica. Essa definição legal da conduta proibida pela ordem jurídico-penal, sem qualquer elemento valorativo, é a tipicidade. Esse é praticado pelo sujeito a par de varias circunstâncias, de natura objetiva ou subjetiva, ocasionais ou preparadas, variáveis segundo as condições determinadoras do comportamento. Assim, o tipo legal não pode descrever todos os elementos e circunstâncias do fato concreto, traduzindo-se numa definição incompleta, pois o legislador não pode prever todos os detalhes da conduta, que variam de um para outro. Em face disso, o tipo legal fundamental deve conter apenas os elementos necessários para individualizar a conduta considerada nociva, postergando a um plano secundário as outras circunstâncias que, ou servem para exacerbar ou diminuir a pena, ou são subsídios de sua dosagem. (JESUS, 2013, pag. 301).
Todavia, o fato tipo se perfaz através da conduta humana que, ligada ao nexo de causalidade concorda com um fato descrito na lei, que vincula a uma conduta punível e se a molda a um enquadramento legal. Ensina JESSUS (2013, pag. 300) “para o que haja a eventualidade jurídica do dever de imposição da sanção penal, é necessário que o agente pratique um fato típico e antijurídico”. Desse modo, são elementos do fato típico: a conduta dolosa ou culposa; o resultado; o nexo de causalidade; a tipicidade. 
1.1 Da conduta excessiva no dolo e na culpa
Conduta é um comportamento humano, comissivo ou omissivo, voluntariae consciente, voltado a uma finalidade tipicamente reprovável ao sistema jurídico penal. 
Desse modo, sob o conceito da tipicidade penal, pode-se esclarecer que, jamais existiria crime sem que o agente tenha exteriorizado a vontade consciente e voluntaria, de praticar uma conduta penalmente reprovável. Leciona GOMES (2017, pag. 253), “não existe crime sem conduta (nullum crimen sine actio), isso porque, ninguém será punido pelo que pensa, ou seja, ninguém será punido pela fase cognitiva”.
O fato praticado dolosamente prevê os elementos essências do tipo penal, principalmente quanto ao resultado. Assim, a vontade do agente consiste em executar a ação típica de forma objetiva, para concretizar a vontade em alcançar o fim desejado. Vejamos o que disciplina o artigo 18 do código penal:
 Art. 18 - Diz-se o crime:
        I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Na visão de CAPEZ: 
Consciência (conhecimento do fato que constitui a ação típica) e vontade (elemento volitivo de realizar esse fato). Aníbal Bruno inclui dentre os componentes do conceito de dolo a consciência da ilicitude 
do comportamento do agente. Contudo, para os adeptos da corrente finalista, a qual o CP adota, o dolo pertence à ação final típica, consti tuindo seu aspecto subjetivo, ao passo que a consciência da ilicitude pertence à estrutura da culpabilidade, como um dos elementos necessários à formulação do juízo de reprovação. Portanto, o dolo e a potencial consciência da ilicitude são elementos que não se fundem em um só, pois cada qual pertence a estruturas diversas. (CAPEZ, 2011, pag. 223).
Desse modo, podemos realçar que o excesso na conduta dolosa é voluntária e proposital, isso porque o agente quer ultrapassa os limites que a lei autoriza, e agindo com esse animus, praticará um delito tipicamente reprovável, e por ele responderá como crime autônomo. Contudo, no que pese o excesso exculpante, pode-se dizer que, embora se pratique uma conduta tipicamente reprovável, o agente não quer o resultado, isso porque o excesso na conduta decorre da profunda alteração de ânimo do agente, isto é, o medo, o pavor, o desespero, a surpresa, as lesões decorrente da injusta agressão sofrida fazem com que, reduzam o grau de discernimento do agente no momento da ação, sendo assim, sua conduta involuntária. 
Sob o aspecto da culposa, faz-se necessário saber quais os elementos da caracterização da conduta culposa, procedendo-se assim, um juízo de valorização, otimizando a conduta do autor com aquela de um agente mediano e prudente, na mesma situação. Na lição de CAPEZ:
É a possibilidade de qualquer pessoa dotada de prudência mediana prever o resultado. É elemento da culpa. Conforme anota Mirabete, a rigor, porém, quase todos os fatos naturais podem ser previstos pelo homem (inclusive de uma pessoa poder atirar-se sob as rodas do automóvel que está dirigindo). É evidente, porém, que não é essa previsibilidade em abstrato de que se fala. Se não se interpreta o critério de previsibilidade informadora da culpa com certa flexibilidade, o resultado lesivo sempre seria atribuído ao causador. Não se pode confundir o dever de prever, fundado na diligência ordinária de um homem qualquer, com o poder de previsão. Diz-se, então, que estão fora do tipo penal dos delitos culposos os resultados que estão fora da previsibilidade objetiva de um homem razoável, não sendo culposo o ato quando o resultado só teria sido evitado por pessoa extremamente prudente. Assim só é típica a conduta culposa quando se puder estabelecer que o fato era possível de ser previsto pela perspicácia comum, normal dos homens. (CAPEZ, 2011, pag. 232).
Nessa diapasão, o dever objetivo de cuidado é o comportamento imposto pelo ordenamento jurídico a todas as pessoas, visando o regular e pacífico convívio social. No crime culposo, tal dever é desrespeitado pelo agente com a pratica de uma conduta descuidada, a qual fundada em injustificável falta de atenção, emana de sua imprudência, negligencia ou imperícia. 
Desse bojo observa-se que, o excesso na modalidade culposa, decorre da falta do poder de observância do agente em situações que, agindo de maneira negligente, imprudente e imperito, pode-se gerar uma conduta tipicamente reprovável, e embora o agente não queira o resultado, mas responderá a titulo de culpa pelos danos causados. É o que alguns doutrinadores chamam de excesso na falta do cuidado objetivo.
1.2 Do resultado
Resultado é o alcance de um fim desejado provocado por um comportamento humano em desfavor de um bem juridicamente tutelado. Ensina CAPEZ, (2011, pag. 177) “O resultado é a alteração do mundo exterior, provocada pela conduta do agente (a morte do individuo no homicídio, a conjunção carnal no estupro, a subtração da coisa móvel no furto)”. 
Nem todas as infrações penais necessariamente se produz com resultado naturalístico, isso porque há crimes que se produzem sem a necessidade da alteração do mundo exterior, como é o caso dos crimes formais e os crimes de mera conduta. Deste bojo, sobre a ótica do fim alcançado, há três espécies crimes que merecem menção, os que se produzem resultado naturalístico (matérias), e os de mera atividade (formais e de mera conduta), vejamos: Os crimes matérias, o fim alcançado só se produz com o resultado naturalístico. Exemplo: Homicídio, que se consuma com a morte do agente. Código penal, art. 121 (FALTA A CITAÇÃO); já os crimes formais, são aqueles que o resultado é possível, porém irrelevante para o direito penal, uma vez que o resultado se consuma antes e independente de sua produção. Exemplo: Ameaça, que se consuma com a simples conduta, pouco importa se o resultado produziu ou não. Código penal, art. 147 (FALTA A CITAÇÃO); enquanto os crimes de mera conduta, são delitos que não admitem de hipótese alguma o resultado naturalístico. Exemplo: Porte ilegal de arma de fogo, que se consuma com o simples porte e independe dos danos causados. Código Penal, art. 14 (FALTA A CIRAÇÃO). Assim, o tipo é um fecho de elementos descritivos contido na norma penal incriminadora, pois não basta que a conduta seja típica, é necessário que o fato seja antijurídico para que a conduta seja relativamente reprovável a título de dolo ou culpa. Ensina JESUS: 
Portanto, a tipicidade é a descrição abstrata que expressa os elementos da conduta lesiva. Todavia, o tipo legal não se confunde com o fato concreto. Este é praticado pelo sujeito a par de várias circunstâncias, de natureza subjetiva ou objetiva, ocasionais ou preparadas, variáveis segundo as condições determinadoras do comportamento. (JESUS, 2013, pag. 301).
 O resultado naturalístico estará presente somente nos crimes matérias consumado. Se tentado o crime, ainda que material, não haverá resultado. 
1.3 Nexo de causalidade
A expressão denominda nexo de causalidade ou nexo casual, refere-se tão somente a ligação entre a conduta e o resultado. Todavia, o código penal em seu art. 13, preferiu adotar a expressão “relação de casualidade”.
Disciplina o art. 13, em seu caput do código penal: 
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Todavia, a relação de causalidade é a junção formada entre a conduta pratica pelo autor e o resultado por ele produzido, que por meio desta, verifica-se se o resultado foi ou não provacado pela conduta, autorizando se presente no caso, a configuração da tipicidade. Ensina JESUS: 
A mata B a golpes de faca. Há comportamento humano (atos de desferir facadas) e io resultado (morte). O primeiro elemento é a causa; o segundo,é o efeito. Entre um e outro há uma relação de causalidade, pois a vítima faleceu em consequência dos ferimentos produzidos pelos golpes de faca. Ao estabelecer esse liame o juíz não irá indagar se o sujeito agiu acobertado por uma causa de exclusão de antijuridicidade ou da culpabilidade. Verificará apenas se a morte foi produzida pelo comportamentodo agente, pois a ilicitude e a culpabilidade presupõem a imputação do fato a um sujeito. Somente após apreciar a existência do fato típico, no qual se inclui o nexo casual entre a conduta e o evento, é que fará juízo de valor sobre a ilicitude e a culpabilidade. (JESUS, 2013, pag. 287).
A Corrente majoritaria brasileira, prevalece o entendimento que, o estudo da relação de casualidade tem relevância apenas aos crimes materias, isso porque, nesses delitos o tipo penal descreve a produção de uma conduta juntamente com o resultado naturalistico, exigindo-se a produção deste último para a sua consumação. Quanto aos crimes formais e de mera conduta, embora o resultado naturalístico possa ocorrer ou não, é dispensável o resultado, pois, os crimes nessas duas modalidades se consumam com a simples conduta praticada pelo o autor do delito. 
1.4 Da teoria da Tipicidade
A tipicidade lastreasse sob os comandos do princípio do art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal, que diz: 
 Não há crime sem lei anterior que defina, nem pena sem prévia cominação legal. 
Desse bojo, extraísse o princípio da reserva legal, que fica outorgada à lei descrever os fatos previstos como crimes, limitando o interprete da lei fazer qualquer julgamento abstrato, senão pelo princípio da reserva legal. Isto é, fica limitado á lei abordar os comportamentos humano que se enquadre no tipo penal incriminador. Em síntese, o princípio da legalidade extrai-se da frase em latim: Nullum crimen nulla poena sine lege (não existe crime, sem lei anterior que o defina).
Todavia, quando o Estado quer coibir um comportamento humano, requerendo e preservar algum bem jurídico, descreve precisamente o modelo de conduta que quer reprovar em um tipo penal, lançando um modelo de medida sancionadora como forma de repreensão estatal. Noutros termos, a tipicidade é a suposição da adequação jurídico-penal que recai sobre determinado comportamento humano, em contrapartida, quando o comportamento humano não se insere numa adequação jurídico-penal não há que falar em existência de crime.
2. CONCEITO HISTORICO DA LEGITMA DEFESA
Antes de abordarmos o instituto do excesso exculpante, far-se-á necessário compreender as suas hipóteses de aceitação, bem como, o necessário entendimento em que momento podermos suscitar o adequado cabimento do instituto na legitima defesa. 
Há posicionamentos divergentes entre alguns doutrinadores a respeito do instituto da legitima defesa, isso porque, para alguns, a legitima defesa não possui historicidade, pois o homem já nasce com o instinto de se defender. Para outros, a história da legitima defesa é um dos institutos jurídicos mais importantes em toda nascente do direito penal contemporâneo, uma vez que traz valores históricos entre os principais povos. 
1.1 A Legitima defesa no direito de Israel
A legítima defesa é datada desde os tempos mais remotos. Na antiguidade a legítima defesa ainda em seu estado embrionário, já encontrava uma regulamentação entre os Israelitas, na lei de Moisés, escrito no livro da Torá, a legítima defesa era encontrada de forma marcante entre os princípios religiosos e humanísticos. Porém, a legítima defesa só era aceitável desde que essa conduta fosse justificada pela injusta agressão, e que essa repulsa fosse em igualdade ao ataque sofrido. 
Ainda no direito mesopotâmico, o código de Hamurabi já se legislava sobre o direito da legítima defesa, definindo de maneira mais objetiva sua funcionalidade, reprimindo o ato criminoso e passando suas consequências pelo princípio do “olho por olho e dente por dente”.
1.2 A Legitima defesa no direito Grego
Já na Grécia, existia um tribunal que era assentado pelos nobres a quem recaía o julgamento dos crimes ocorrido contra seus cidadãos. Permitindo ainda que os cidadãos utilizassem da legitima defesa a honra, a contra-ataques violentos e até mesmo em favor de terceiros. 
1.3 A Legitima defesa no direito no direito Egípcio 
 Na cultura egípcia os homens guardavam a obrigação de se protegerem entre si, se fortalecendo e se prevenindo contra qualquer ato criminoso. Assim, legitima defesa era instituída por meio das leis as quais puniam qualquer cidadão que se omitisse ou deixasse de prestar ajuda a qualquer um que estivesse sofrendo agressão. 
1.4 A Legitima defesa no direito Romano
Para os Romanos, o reconhecimento da legitima defesa se concebia através da retaliação da violência pela violência como um direito universalmente reconhecido. Segundo Guerrero:
No Direito Romano, para que a defesa fosse legítima, não bastava o caráter injusto da agressão: exigia-se que essa ainda não houvesse cessado, pois se o ataque desaparecesse, o direito de defesa deixaria de existir dando lugar ao excesso, porque neste caso, se estaria diante de uma vingança (GUERRERO,1997, p. 64).
Na sociedade Romana, o direito de repulsa na legitima defesa não bastava uma agressão injusta, necessariamente precisava-se do não esgotamento da agressão a um direito tutelado, caso contrário, descaracterizava-se a legitima defesa, passando-se a iniciar uma vingança privada ocasionada pelo excesso defensivo e assim tornando-se o ato ilícito. Outra característica da legitima defesa no direito Romano era a possibilidade de se repelir a injusta agressão cerceando a vida do agressor em casos de defesa patrimoniais, isso porque, para os romanos não existia questionamentos de direitos, onde o poder público em certas ocasiões era consideravelmente ineficiente, como nos casos dos furtos nas zonas rurais.
1.5 A Legitima defesa no direito Germânico 
No direito Germânico, particularmente a legitima defesa derivava-se essencialmente do direito da vingança privada, contanto que a repulsa aferida seja proporcional à injusta agressão sofrida, a qual poderia ser praticada imediatamente ou antecipadamente contra seu agressor, abrindo-se lacunas nesse caso, em que a repulsa também pudesse ser praticada pelos parentescos do ofendido, como justificativa de inibir a paz do agressor. 
1.6 A legitima defesa no direito Brasileiro 
No que pese ao direito comparado das legislações penais dos Estados, tanto das disposições legais, quanto aos princípios que norteiam o direito penal, o código penal do brasileiro tem como base o direito penal germanico, principalmente no que discerne o instituto da legítima defesa, isso porque o direito da autodefesa já era considerado como um direito natural, cujo fim se baseia na moral do indíviduou em contemplar a defesa de um direito seu ou de outrem, amplamente protegido pela tutela estatal. 
Todavia, o primeiro dispositivo legal que disciplinou o dogma da legitima defesa no direito penal brasileiro, só teve apareição no período colonial, merecendo destaque no registro inagural da consolidação das ordenações Filipinas, ou código filipino, disciplinado no 5º livro com a seginte redação: 
Qualquer pessoa, que matar outra, ou mandar matar, morra por ello morte natual. Porém se morte for em sua necessaria defensão, não haverá pena alguma, salvo se nella excedeo a temperança, que devêra, e podéra ter, porque então será punido segundo a qualidade do excesso. E se a morte for por algum caso sem malicia, ou vontade de matar, será punido, ou relevado segundo sua culpa, ou innocencia, que no caso tiver. 
3. DA LEGITIMA DEFESA
A partir do conceito cronológico a despeito do instituto da legitima defesa, podemos destacar a princípio que, somente o poder estatal teria atribuições por meio de seus agentes públicos de promover o castigo do autor de um determinado crime praticado. Contudo, como nem sempre o poder público teria o alcance de promover a segurança daqueles que se encontrasse com o direito ameaçado ou na eminencia do acometimento da lesão de um direito penalmente tutelado, foi que de sobremaneira, o Estado passou a descentralizar esse poder, legitimando a autodefesa do individuo em substituição parcial do poder estatal. 
Nesse sentido, disciplina MASSON: 
De fato, o Estado avocou para si a função jurisdicional, proibindo as pessoas de exercerem a autotutela,impedindo-as de fazerem justiça com as próprias mãos. Seus agentes não podem, contudo, estrar presentes simultaneamente em todos os lugares, razão pela qual o Estado autoriza os indivíduos a defenderem direitos em sua ausência, pois não seria correto deles exigir a instantânea submissão a um ato injusto para, somente depois, buscar a reparação do dano perante o poder judiciário. (MASSON, 2018, pag. 335).
A legitima defesa sendo parte integrada ao direito do homem de proteger seus direitos juridicamente tutelados, e sendo acolhida desde os tempos mais remotos, é um dos modelos mais tradicionais dos fatores justificação para os fatos considerados como infrações penais. Contudo, a legitima defesa deve ser exercida na estrita conformidade com a lei, agindo o agente com as devidas ponderações quanto ao uso dos meios necessário da repulsa defensiva, caso contrário responderá o agente a título de dolo ou culpa, pelo excesso defensivo. 
Desse modo, a doutrina entende que o uso da legitima defesa é causa de excludente de antijuridicidade e fato para uma justificação, isso porque, não pode ser considerada ilícita uma reação em defesa do próprio direito em que estar sendo agredido, ou na eminência de uma agressão injustificada a qual é contraria as exigências do ordenamento jurídico. É a orientação seguida pelo nosso ordenamento jurídico penal, ao disciplinar em seu artigo 23, II, que: não a crime quando o agente pratica o fato em legítima defesa. 
3.1 Conceito e Requisitos 
O principal fundamento para a caracterização do instituto da legitima defesa, baseia-se no princípio de que ninguém pode ser compelido a suportar uma lesão de direitos penalmente protegidos pela tutela estatal. Sua definição se encontra no artigo 25, paragrafo único do código penal brasileiro, que assim dispõe: Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Desse modo, são requesitos da legitima defesa: 
a) agressão injusta, atual ou iminente, que consite em uma agressão contraria ao ordenamento jurídico, não necessariamente a um injusto penal, bastando que o comportamento do agressor contrarie um direito em sentido amplo. Todavia, não basta que a agressão seja injusta, será necessária que ela seja atual, ou seja, que esteja acontecendo, ou que esteja na sua iminecia de acontecimento, que está preste a acontecer. 
b) Legítima defesa própria ou de terceiro, a qual será prória quando o titular da repulsa defensiva é o próprio autor do bem jurídico agredido ou ameçado. De terceiro, quando a defesa visa a proteger bem jurídico alheio.
c) Os meios necessários na reulsa defensiva, são aqueles que no momento da ação do agressor, o agente agredido tinha a sua disposição para repelir a injusta agressão própria ou de um terceiro. 
d) O uso moderado dos meios necessários, caracteriza-se pela medida da proporcionalidade e a suficiência dos meios ultilzados, para fastar a agressão injustificada. 
Ainda nessa mesma esteira, podemos observar que, a escolha dos meios adquados para repelir o mal injusto contra o agressor pode ser desproporcinal, contanto que seja o único no momento disponivél em seu alcance, e que seja empregada no caso concreto, moderadamente na repulsa desferida. 
Ainda obstante, a respeito do caráter objetivo da legitima defesa, é resultante para sua plena caracterização que o bem a ser defendido seja de igual ou de maior proporcionalidade entre o bem jurídico em conflito, sobre pena de configuração de excesso. Exemplo disso, não se pode invocar legitima defesa, aquele que lesiona as vias corporais de outem, pelo simples fato de ser agredido verbalmente por palavras injuriosas. 
Assim, diante do esboço apresentado, conclui-se que a legitima desfesa só se caracterizará como excludente de ilicitude, se os atos praticados forem justificados mediante uma reação imediata a injusta agressão, devendo ser em defesa de um bem juridicamente protegido, em direito próprio ou de terceiro, sendo que os meios de defesa praticados sejam ajustados a uma moderação.
3.2 Da excludente de ilicitude na legitima defesa e seu excesso
A conduta praticada pelo o homem será tipicamente reprovável sob o prisma do instituto penal, quando o fato praticado estiver em desacordo com a norma criminadora e esteja consideravelmente sob o prisma da ilicitude Penal. Assim disciplina o art. 23, II do Código Penal, Parte Geral, no Título II, a excludente de Ilicitude no parâmetro da legitima defesa que consiste em um dos tipos permissivos frente a uma conduta tipicamente reprovável, bem como no que se meça a desproporcionalidade no uso da legítima defesa em seu excesso no paragrafo único do mesmo artigo. que assim dispõe: 
Art. 23, II do Código Penal: 
Não há crime quando o agente pratica o fato: 
II - em legítima defesa. 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Nessa esteira, é mister assentar que, o agente que comete um fato compelido por uma injusta agressão e repele esse mal injusto, estrá acobertado pela justificante de esxludente de antijuridicidade pela legitíma defresa.
Contudo, essa relação de contrariedade com ordenamento jurídico frente a um fato contrário ao direito, poderá ser superada pelas possibilidades coadjuvantes de excludente de antijuricidade, desde que, o autor da ação ou omissão tipicamente reprovável, esteja frente às possibilidades do artigo 23, 
do CPB (Código Penal Brasileiro). 
Quanto à incidência de excludente de ilicitude, o agente não pode se servir do instituto da legitima defesa para extrapole os limites permissvos que a lei autoriza para incidir na descriminante, caso contrário, haverá excesso pela ultrapassagem dos limites necessários em defesa de um bem-jurídico tutelado.
Desta diapasão que dispõe o parágrafo único do artigo supramencionado, que existindo excesso na defesa de um bem jurídico, seu ou de outrem, o autor do fato será responsabilizado pela conduta excedente que sobrevier ação de forma dolosa ou culposa. 
4. DO EXCESSO NA LEGITIMA DEFESA
O excesso na legitima defesa é caracterizado pela ultrapassagem dos limites da proporcionalidade e da razoabilidade que a lei autoriza como um dos requisitos para inclusão do instituto legítimos defesa, ou seja: os meios necessários e o uso moderado dos meios necessários. Assim, o agente que se encontre em situação de uma agressão injustificada e ultrapassa os limites que a lei autoriza como justificante do instituto da legítima defesa, responderá pelo seu excesso de forma dolosa ou culposa. Assim disciplina o artigo 23, parágrafo único do código penal: “O agente, em que qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo seu excesso doloso ou culposo”. 
Desse contexto, ensina JESUS: 
Em face da agressão injusta, o agredido pode conscientemente ultrapassar empregar um meio desnecessário para evitar a lesão do bem. Ex.: o sujeito mata uma criança que se encontre furtando frutas em seu pomar. Nesse caso, ausente um dos requisitos previstos no art. 25 (necessidade de repulsa concreta), responde por homicídio doloso. É possível que, não obstante empregado o meio necessário, o sujeito seja imoderado em sua conduta. Surge o denominado excesso na legítima defesa, que pode ser doloso ou culposo. Se o excesso é doloso, responde pelo fato praticado durante o excesso a título de dolo. Porém, se no momento da conduta o excesso se dá por circunstâncias diversa da pretendida, o a gente responderá a título de culpa. (JESUS, 2013, pag. 334). 
Nessa seara, observa-se que o excesso dá-se por uma ocorrência relacionada a intensidade de se praticar o ato da repulsa defensiva, o qual o agente diante de uma agressão injustificada não observa os parâmetros legais que a lei permite, para que assim seja afastada a ilicitude da conduta praticada. Portanto, ao analisar o resultado praticado na conduta excessiva, é importante observar ao caso concreto, se no momento da conduta,naquela situação de uma agressão injustificada, o agente agredido agiria com a mesma intensidade e proporcionalidade ao um homem-médio, caso contrário responderá na medida de sua culpabilidade. Porém, se os fatores externos do agente agredido demostre que naquele momento da conduta não era exigido pelas circunstâncias agravadas, o pleno discernimento do agente, será afastadas a ilicitude do fato. 
Ainda nesse contexto é de suma importância esclarecer que, no momento da conduta excessiva que ultrapassa os limites legítimos de defesa, a vítima que até o momento era agredida, se transmutará para agressor, pois o excesso na legítima defesa faz nascer a depender do caso concreto uma conduta ilícita. 
4.1 Do excesso doloso
Dá-se o excesso doloso quando, depois de praticado a repulsa defensiva contra a agressão injustificada, o agente de maneira consciência e voluntaria, continua a repelir a injusta agressão contra ele praticada, provocando uma lesão de maior intensidade a qual seria necessária para afastar o mal injusto. 
Dessa forma, quando um agente diante de uma situação de injusta agressão, defende-se de forma consciente e com o álibi de ultrapassar os limites que a lei autoriza para caracterização da legítima defesa, utilizando de aparatos para sua própria satisfação, responderá pela conduta praticada de forma dolosa pelo excesso praticado. 
Nos ensinamentos de BRUNO: 
O excesso pode ser doloso. O agredido pode, tomado de ira, exceder consciente e voluntariamente, no emprego dos meios, os limites do necessário ou da moderação devida. Falta, então, um dos elementos do instituto, e o resultado será punido, sem mais consideração, como crime, doloso. (BRUNO, 1978, pag. 384). 
Diante dessa percepção, merece uma presciência ao analisar o excesso doloso, pois a sua manifestação só ocorre após que o agente agredido em sua defesa própria ou de outrem, atual ou iminente, cessa os atos do agressor, e de maneira consciente e deliberadamente continua com os atos de repulsa defensiva, o qual será afastado a excludente de antijuridicidade pela legítima defesa. Todavia, deve-se observar que, até o momento da conduta de repulsa defensiva, o agente estava amparado pelo fator de justificação da legítima defesa, e só após os atos contínuos em excesso de maneira dolosa, que será afastada a legítima defesa. 
 Dessa percepção é posicionamento de JESUS: 
É comum dizer que o excesso doloso exclui a legítima defesa. Essa opinião deve ser acatada com reservas. O excesso doloso exclui a legitima defesa a partir do momento em que o agente pratica a conduta constitutiva do excesso, pois antes disso se encontrava acobertado pela descriminante. (JESUS, 2013, pag. 436).
4.2 Do excesso culposo
A figura do excesso culposo ocorre quando o agente repele a injusta agressão de forma negligente, imprudente ou imperito, de modo que, a sua ação ocorre inocentemente a pretensão do resultado alcançado. No mesmo sentido do excesso doloso, ocorre no excesso culposo quanto a exclusão da justificante que afasta o instituto da legítima defesa, ou seja, o agente inicialmente está diante de uma justificante que caracteriza a legítima defesa que afasta a ilicitude do fato, porém a não observância quanto ultrapassagem dos limites da proporcionalidade na repulsa defensiva de modo não intencional e sem as devidas prestezas, ocorrerá o excesso culposo. 
Ensina GONÇALVES: 
Culposo (ou excesso inconsciente, ou não intencional): É o excesso que deriva de culpa em relação à moderação, e, para alguns doutrinadores, também quanto à escolha dos meios necessários. Nesse caso, o agente responde por crime culposo. Trata-se também de hipótese de culpa imprópria. (GONÇALVES, 2007, pag.86). 
Desse modo, o excesso culposo se dará quando não observada os parâmetros que incide na causa de justificação da legítima defesa, onde o agente agredido ultrapassa os limites necessários e de maneira não intencional alcança um resultado não pretendido. Pode-se esclarecer que, o agente no momento da conduta de repulsa defensiva não quer o resultado, mas o fato ocorre pela ausência de prudência e cautela na ação repulsiva de legitima defesa, ocasionando excesso de maneira involuntária, o qual o agente responderá pelo crime acometido de forma culposa. 
Conforme os ensinamentos de GRECO: 
Da mesma forma que o excesso doloso, no excesso culposo o agente responderá por aquilo que ocasionar depois de ter feito cessar a agressão que estava sendo praticada contra sua pessoa. Percebe-se que, nessa hipótese, podemos cogitar da chamada descriminante putativa. A situação de agressão só existia na mente do agente que, por erro quando à situação de fato, supõe que ainda será agredido e dá continuidade ao ataque. Aplica-se, portanto, no caso de excesso culposo, a regra contida no art. 20, § 1º, do Código Penal. Se o erro for escusável, haverá isenção de pena; se inescusável, responderá o agente pelas penas correspondentes ao delito culposo. É a chamada culpa imprópria. (GRECO, 2016, pag. 436). 
Desta senda conclui-se que, para os fatos ocasionados pela conduta iminente de uma suposta agressão ocasionada pela descriminante putativa, o agente por erro, acredita veemente que será agredido e repele uma suposta agressão a qual é ilusória. Neste caso, aplica-se o art. 20, § 1º do código penal, pelo excesso culposo. Se escusável o erro, a o agente não haverá pena, portanto, se inescusável, o agente responderá pela conduta praticada a titulo de culpa. 
5. O EXCESSO EXCULPANTE NA LEGITIMA DEFESA
5.1 O excesso exculpante na legislação brasileira
O excesso sempre esteve relacionado a legítima defesa, seja ela de forma criminalizadora, ou como uma justificante para afastar uma excludente de antijuridicidade relacionada a uma causa permissiva. Assim foram lecionadas pelos legisladores nos códigos de penal de 1832 e 1840 como circunstância do crime. 
No código de 1940, houve projeto reformador que passou a punir o excesso na legitima defesa de forma dolosa, porém a depender da circunstâncias que recaia a conduta, poderia ser interpretado a repulsa excessiva em duas vertentes, a primeira poderia ocorrer uma condição de diminuição de pena e a segunda poderia recair em uma circunstância de isenção total de pena.
Todavia, na legislação penal de 1964, o legislador trouxe expressamente em quais circunstâncias o excesso exculpante recairia sobre a legitima defesa, a qual disciplinou com a seguinte redação em seu artigo 3º, § 1º: Não é punível o excesso quando resulta de escusável medo, surpresa, ou perturbação de animo, em face da situação. (colocar citação).
Contudo, com a reforma do código penal de 1984, foi retirado de sua parte dispositiva as situações que lecionavam o momento que surgia o excesso escusável na legitima defesa, passando a adotar o direito penal comparado Italiano e incluindo em seu texto as seguintes causas que recaia a conduta excessiva: Legitima defesa putativa exculpante (art. 20, § 1º); Excesso punível a titulo de dolo e da culpa (art. 23, parágrafo único); A legitima defesa justificante (art. 25). Embora haja omissão pátria legislativa quanto o instituto do excesso exculpante na legítima defesa, não podemos considerar que tal fato prejudique no todo a admissibilidade do enquadramento jurídico do instituto do excesso exculpante na legítima defesa, isso porque, há uma corrente majoritária que adota tal enquadramento em certas ocasiões com causa de exclusão de antijuridicidade. 
*O reconhecimento do excesso exculpante na legítima defesa deve-se ser analisada em partes, isso porque, parte da doutrina critica e entende que o excesso exculpante em certos casos, alimenta uma possível justificativa para se criar uma possível causa de descriminante influenciada. Em outros termos, o agente que se encontre em situação de legitima defesa, poderá ultrapassar os limites que a lei autoriza de forma voluntaria e consciente, sobre a influência de exclusão de antijuridicidade pelo estado da legitima defesa exculpante. 
Embora o tema seja bastante acirrado pela doutrina, e queainda seja aceitável a crítica quanto o não embasamento do excesso exculpante em certas ocasiões, a controvérsia que se faz sobre o instituto do excesso exculpante na legítima defesa está sobre relação de proporcionalidade defensiva, frente a uma violenta ação contra um bem jurídico plenamente tutelado. Dessa forma entende-se que, o agente que se encontre em situação de violenta agressão, pelo estado que se encontre e pelas circunstâncias que se agravaram, era inexigível que o agente naquele momento tivesse a plena capacidade de entender a exasperação da desproporcionalidade do ato defensivo. 
Diante da possibilidade do enquadramento do excesso exculpante, 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suas considerações finais deve ser um texto livre de citações. O autor da monografia deve expor a síntese dos seus resultados, deve contemplar o senso crítico e realizar um fechamento sobre a hipótese sugerida no ínicio do texto, deve evidenciar se o objetivo geral foi correspondido. Não podemos nomear de CONCLUSÃO, pois o trabalho houve contribuições, mas não está findado, ou seja, é possível de ser revisitado e expandido em uma oportunidade futura. 
REFERÊNCIAS (Conforme ABNT)
Sempre em ordem alfabética, seguindo o sistema autor-data
BRUNO, Aníbal. Direito Penal: parte geral. 3ª ed. introdução, norma penal, fato punível. Rio de Janeiro: Forense, 
1978, tomo 1°, p. 384
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal: parte geral. 13ª ed. ver. E atual. São Paulo: Saraiva, 2007, (Coleção sinopses jurídicas; v: 7)
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 18ª ed., Rio de Janeiro: Impetus, 2016, v.1, p. 463
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