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Os aspectos da psicologia jurídica 
O início da relação entre Psicologia e o Direito
Para o criminólogo e socialista holandês, Willem Bonger (1943), a relação entre Psicologia e Direito se iniciou a partir da publicação do livro Psychologie Naturelle do médico francês Prosper Despine em 1868. A obra apresentou o estudo sobre o comportamento de pessoas que cometiam crimes graves naquela época. Despine focou sua investigação nos motivos que desencadearam a delinquência e as particularidades psicológicas de cada pessoa. Em muitos dos casos, foi comprovada a inexistência de doenças físicas ou mentais. O que significou que a consciência moral, a conduta, a personalidade, entre outros fatores psicológicos e psiquiátricos deveriam ser examinados para compreensão de um crime.
 E após essa iniciativa, Prosper Despine foi considerado o fundador da Psicologia Criminal – que tinha como objetivo o estudo dos aspectos psicológicos do criminoso. Apenas no final do século XIX, outros estudos e investigações metodológicas sobre o tema começaram a ganhar destaque. Após a criminologia ser o primeiro estudo que relacionava Psicologia e Direito, Emilio Mira y Lopez publicou em 1945 o Manual de Psicologia Jurídica. O sociólogo, médico psiquiatra e médico psicólogo propôs a discussão sobre o papel da Psicologia na análise do comportamento humano, para o auxílio aos juristas em suas decisões em tribunais e nas varas da infância e da família. Embora, como afirma o autor Mira y Lopez, o livro ser voltado ao profissional do Direito, o mesmo foi considerado um marco para atuação profissional de psicólogos na Justiça. Sobretudo, tem sido utilizado até os dias de hoje na aplicação do saber e da prática da Psicologia Jurídica.
O início da Psicologia Jurídica no Brasil
Apesar do cenário internacional apresentado anteriormente, a Psicologia Jurídica teve início no Brasil no século XX, por volta da década de 50. Essa iniciativa, enquanto área de atuação específica ocorreu de forma lenta e informal. Os trabalhos realizados eram voluntários e instrumentalistas voltados à avaliação do comportamento e da psique humana com uso de testes psicológicos. Porém, foi a partir da promulgação da Lei de Execução Penal Brasileira (Lei Federal nº 7.210/84), que os psicólogos passaram a ser reconhecidos legalmente pela instituição penitenciária. O Artigo 7º prevê: “A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por dois chefes de serviço, um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa da liberdade”. Ó reconhecimento da prática da Psicologia Jurídica pelo Conselho Federal de Psicologia ocorreu apenas em 2000, com a Resolução CFP nº 014/00 que prevê: “Atua no âmbito da justiça, colaborando no planejamento e execução de políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência, centrando sua atuação na orientação do dado psicológico repassado não só para os juristas como também aos indivíduos que carecem de tal intervenção, para possibilitar a avaliação das características de personalidade e fornecer subsídios ao processo judicial, além de contribuir para a formulação, revisão e interpretação das leis […]”.
A humanização do jurídico
O direito, pelo menos na modernidade, tem como ideal a justiça, a ser alcançado pela aplicação da lei e das normas que regulam a vida em comunidade. No entanto, o filósofo Michel Foucault (1979) acredita que as práticas jurídicas e judiciárias são uma forma moderna de subjetividade que deveriam ao invés de punir, buscar a reforma psicológica e a correção moral da pessoa. A entrada da psicologia no campo jurídico configura uma necessidade por humanização. O juiz, responsável pelo julgamento, raras vezes possui todos os elementos necessários para determinar a sentença. Para Juan H. del Popolo (1996), a Psicologia Jurídica é uma especialidade da Psicologia. Pois, os materiais de sua descrição, análise, compreensão, crítica e eventual ação estão diretamente relacionados ao comportamento humano. Além disso, sua multiplicidade resultará em um conhecimento específico considerando aspectos sociais, biológicos e de personalidade. Portanto, psicologia jurídica não surgiu para substituir a função dos magistrados e operadores do direito em geral. Mas, sim para subsidiar as decisões, para fornecer uma visão mais humanizada, pautada em critérios cientificamente comprovados e métodos capazes de trazer à tona peculiaridades que podem dar embasamento ao julgamento.
Perspectivas de atuação da Psicologia Jurídica
A atuação de psicólogos no Direito tem predominância na elaboração de laudos, pareceres e relatórios sobre o comportamento humano. De acordo com Popolo (1996), a Psicologia Jurídica produz conhecimento que se relaciona e que tem interseção ao conhecimento produzido pelo Direito. Deste modo, há um diálogo entre si e com outros saberes como Sociologia, Criminologia, entre outros. A Psicologia Jurídica é um dos campos de conhecimento e de investigação dentro da psicologia, com importantes colaborações nas áreas da cidadania, violência e direitos humanos. O termo Psicologia Forense também é utilizado para designar a psicologia jurídica, embora menos utilizado no Brasil. 
 Um dos campos de atuação dentro da psicologia jurídica é a Psicologia Criminal, que se dedica mais propriamente ao Direito Penal. Este tipo de psicólogo é chamado a atuar em processos criminais de diversas formas, como na avaliação de suspeitos, compreensão das motivações do crime e detecção de comportamentos perigosos. O objeto de estudo da psicologia jurídica, assim como toda a psicologia, são os comportamentos que ocorrem ou que possam vir a ocorrer, porém não é todo e qualquer tipo de comportamento. Ela atua apenas nos casos onde se faz necessário um inter-relação entre o Direito e a Psicologia, como no caso de adoções, violência doméstica, novas maneiras de atuar em instituições penitenciarias, entre outros.
 A Psicologia Jurídica emergiu da Psicologia do Testemunho cuja prática, em âmbito internacional, ajudou a consolidar a Psicologia enquanto ciência, dada a necessidade de sua contribuição na comprovação da fidedignidade de testemunhos, principalmente com o surgimento e aplicação dos testes psicológicos, em meados do século XX, assim como o desenvolvimento de estudos sobre os funcionamentos dos interrogatórios, dos delitos, dos falsos testemunhos e falsas memórias etc., colaborando para a criação dos primeiros laboratórios de Psicologia. No Brasil, apesar de a prática psicológica jurídica ser reconhecida apenas no ano 2000, pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP, ela teve início junto ao reconhecimento da profissão, em 1960, por meio de trabalhos voluntários na área Criminal, na avaliação de pessoas em situação prisional e de adolescentes infratores. Em torno de 1979, a atuação do psicólogo na esfera jurídica é estendida à área Civil, desenvolvendo trabalho voluntário e informal com famílias em vulnerabilidade econômico-social, no Tribunal de Justiça de São Paulo.
 A psicologia jurídica, é uma vertente de estudo da psicologia, consistente na aplicação dos conhecimentos psicológicos aos assuntos relacionados ao Direito, principalmente quanto à saúde mental, quanto aos estudos sócio jurídicos dos crimes e quanto a personalidade da Pessoa Natural e seus embates subjetivos. Por esta razão, a Psicologia Forense tem se dividido em outros ramos de estudo, de acordo com as matérias. A Psicologia Jurídica tem diversas ramificações: vai desde o cuidado da saúde mental de funcionários de um tribunal ou fórum até casos de verificação de abuso infantil. Apesar de ser uma área muito ampla, são poucos os psicólogos que se dedicam a ela – o que significa mais possibilidades de carreira para quem busca essa qualificação, militar e a psicologia jurídica e o direito cível.

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