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Resumo Realidade Social, Política e Econômica

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Resumo de Realidade Social, Política e Econômica
 Brasil Império, por Boris Fausto: 1822 – 1889
 O Império Brasileiro do ponto de vista político se divide comumente em três fases:
· 1° Reinado: corresponde àquele em que Dom Pedro I foi imperador, e foi até 1831;
· Regência: período esse que vai até 1840;
· 2° Reinado: período em que o Brasil é governado por Dom Pedro II, que termina em 1889, com a proclamação da república. 
 Poderíamos dizer, numa linguagem direta, que a independência não saiu de graça, pois o novo país foi obrigado a pagar uma indenização para Portugal, não para gerar riquezas ao Brasil, mas para compensar Portugal pela perda de sua colônia, mas como não havia recursos brasileiros para atender a negociação, foi feita uma primeira dívida externa do Brasil independente com a Inglaterra. Será que o Brasil simplesmente não trocou de dono? Isto não quer dizer que com a independência houve só uma troca de dono, porquê isso? Porque a independência, principalmente a constituição de uma nação brasileira, de um estado brasileiro que tivesse seus órgãos de representação, suas instituições, seus poderes e suas relações com o mundo externo.
 Houve luta, principalmente na Bahia, mas foi o processo mais pacífico do que toda a turbulência nos outros países da América Latina que marcou a emancipação. Para a elite do império, manter a escravidão era uma tarefa das mais importantes, e daí todo o esforço para não dividir o imenso continente que era o Brasil, mas isso dá pelo menos algumas pistas para entendermos como o Brasil manteve sua formação geográfica única desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Mas como se explica o fato de termos sido por muitos anos, uma monarquia no meio das repúblicas? Se deu exatamente pela força com que veio a monarquia, e é uma força que não caiu do céu, é uma força muito ligada à vinda de Dom João VI e toda corte para o Brasil, quando a colônia, de alguma maneira, se transformou em metrópole. 
 Então houveram monarquias iguais aquelas monarquias da Europa, as grandes monarquias, como a francesa, espanhola e inglesa, mas não propriamente, pois uma das principais razões da diferença entre o Brasil e essas monarquias é o fato de que no Brasil não houve a chamada “aristocracia de sangue” e este era um instrumento político muito importante porque assim o imperador criaria toda uma corte a seus serviços. Formou-se uma assembleia, chamada de Constituinte, pois esta iria aprovar a constituição do Brasil, mas houve uma grande desavença entre os membros eleitos na assembleia e Dom Pedro I, resultando na dissolução da assembleia, em outras palavras, Dom Pedro mandou os deputados para casa e ficou com a missão de dar ao Brasil sua primeira constituição, dessa forma, podemos notar que a primeira constituição brasileira nasceu de uma forma autoritária, porque ela foi imposte de cima para baixo pelo monarca à sociedade. Essa época foi muito marcada pela divisão entre portugueses e brasileiros em virtude do controle do país, a disputa entrou no controle do exército, tendo em vista interesses com a sucessão do reino de Portugal, Dom Pedro I acabou voltando para a Europa em 1831.
 A regência foi um período em que o Brasil foi governado por algumas pessoas da elite enquanto se esperava a maioridade de Dom Pedro II, uma das coisas mais importantes que ocorreram na regência foi a tentativa de descentralizar o poder no Brasil, então, os regentes procuraram atender os interesses das grandes províncias, Rio de Janeiro e São Paulo, e as que começavam a crescer, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e umas poucas mais. A regência terminou por pressão, principalmente das elites das grandes províncias, que perceberam a necessidade de ter um comando centralizado, essas elites pressionaram no sentido de que fosse decretada antecipadamente a maioridade de Dom Pedro II, que tinha 14 anos, e com isso, Dom Pedro foi considerado maior, subiu ao trono e começou no país o período chamado 2° reinado. Foi no início do 2° reinado que surgiram dois partidos, o liberal e o conservador. O partido conservador era formado principalmente por “burocracia imperial”, isto é, altos funcionários da corte se aliaram a grande cafeicultura, os grandes produtores de café do Rio de Janeiro. 
 O partido liberal era formado por gente de outras províncias, São Paulo, Rio Grande do Sul e em parte Minas Gerais, durante um certo tempo, os liberais foram menos centralizados, fizeram mais poderes para as províncias do que os conservadores, que apostavam muito na força da corte e na força dada ao imperador. Várias coisas foram feitas no sentido de fazer uma maior entrada do país na integração financeira, que se fez principalmente através do primeiro grande avanço de um sistema de bancos no país. A integração espacial geográfica se fez uma revolução no país, a estrada de ferro. A região nordeste teve uma expansão da rede ferroviária muito ligada a uma empresa inglesa chamada “Great Western”, que uniu várias partes de Pernambuco e Bahia, mas por razões de ordem econômica, o centro da expansão ferroviária foi o centro-sul do país. 
 Isso naturalmente esteve muito ligado ao comércio do café, ao escoamento para se chegar aos portos e daí exportar para seus consumidores. A primeira região de expansão de produção do café foi a região do Vale do Paraíba, na sua parte da província do Rio de Janeiro. Depois de 1860 aproximadamente, na grande região cafeeira do oeste paulista, ocorreu um grande avanço, a tal ponto que nós chegamos a ter numa última década do império, um quadro de exportações do Brasil em que o café representava 60% dessas exportações, isso significa entre outras coisas, a crise de uma outra produção que tinha sido muito importante no Brasil colônia, o açúcar. 
 Uma frase muito comum no Brasil Império é a seguinte: “O Brasil é o café, e o café é o negro”. Isso quer dizer que a produção se baseava muito no trabalho escravo. No quadro internacional, o sistema escravista entrou em crise por que a Inglaterra começou a se industrializar e o comércio de escravos deixou de ser interesse dos ingleses, eles procuravam criar um mercado internacional de mão de obra livre, então foi iniciado o combate à escravidão, sobretudo no comércio do Atlântico, e ao realizar essa política, os ingleses necessariamente iriam se confrontar com os interesses da elite brasileira que vivia essa escravidão, mas na realidade os brasileiros não tinham a menor intenção nem os grandes proprietários nem os negociantes de escravos de acabar com o tráfico de escravos e muito menos com a escravidão no Brasil.
 Por volta de 1850 o Brasil foi levado oficialmente a seguir o tráfico internacional de escravos, a história do 2° reinado está cheia de fatos importantes, inclusive no plano político externo, porque foi nesse período que o Brasil se lançou na Guerra do Paraguai, que também é conhecida como a guerra da Tríplice Aliança, porque envolveu três países aliados contra o Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai. O resultado do conflito foi um verdadeiro desastre, o Paraguai foi arrasado, a população masculina caiu muito, além do mais houveram milhares de brasileiros e argentinos mortos no conflito. Os homens que viveram o final do século XIX tinham uma consciência que hoje nós não temos, de que houve um Brasil antes da Guerra do Paraguai e um Brasil depois disso. Primeiro houve uma maior consciência de que havia um problema grave, a escravidão, porque muitos escravos foram lutar na guerra, alguns quiseram lutar e outros foram obrigados, em sua maioria, a lutar, e a contradição entre o soldado negro e escravo se tornou muito forte, isso é uma consequência em parte da Guerra do Paraguai. Existe uma outra coisa que nasceu com essa guerra, que foi o fortalecimento do exército brasileiro. 
 A abolição da escravatura se deu ainda no reinado de Dom Pedro II, pela mão da Princesa Isabel, que estava transitoriamente com as funções de imperatriz.
Lei n° 3.353 de 13 de maio de 1888
 A Princesa Imperial regente emNome de sua Majestade o Imperador Dom Pedro II faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou ela sancionou a lei seguinte: 
 Art. 1° - É decretada extinta a escravidão no Brasil.
 Trecho da Lei Áurea
 É importante considerarmos na abolição da escravatura o fato de que se ela representou um avanço da forma que foi feita, deixou muitos problemas, porque não se levou em conta se houve o interesse de inserir o negro na sociedade brasileira. Alguns fatores foram muito importantes para explicar a marginalização do negro depois da abolição, entre eles, lembremos que os grandes proprietários de São Paulo fizeram uma opção pelo imigrante europeu, principalmente nos primeiros tempos, o imigrante italiano. É que o negro ficou relegado das atividades marginais, do quase desemprego ao subemprego, é muito desvalorizada a vítima de um preconceito bastante pesado, e também não teve a oportunidade de encontrar o caminho da escola e da instrução, tudo isso deixa o negro numa situação ambígua na sociedade, que gerou a ideia de que não existe preconceito no Brasil (kkkkkkkkkkkkjjj que galera sonhadora), quando de fato esse preconceito existe (amém, alguém sensato) e em boa parte responsável por essa não integração do negro como cidadão.
 Resumo: Parte 1 de 6 
República Velha, por Boris Fausto: 1889 – 1930
 O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil decreta: 
 Art. 1° - Fica proclamada provisoriamente e decretada como forma de governo da Nação Brasileira a República Federativa.
 Art. 2° - As províncias do Brasil, reunidas pelo laço da federação, ficam constituindo os Estados Unidos do Brasil.
 Trecho da Proclamação da República
 A proclamação da república se deveu a duas forças muito diferentes do ponto de vista ideológico, uma dessas forças é representada pelos partidos regionais, principalmente o PRP (Partido Republicano Paulista). Essas elites estavam preocupadas com seus interesses em cada região, afinal, seu maior sonho era fazer uma república que fosse pouco centralizada, quer dizer, que o poder tomasse os estados e se tornasse amplo. Já os militares foram a outra força que se deu origem à república, tinham concepções diferentes dessas, a ideia de uma república centralizada e muitas vezes mais autoritária, os militares estavam preocupados com a unidade nacional. 
 Essa luta foi ganha pelas eleições, nos primeiros tempos, os militares predominaram, basta pensar nos governos do Marechal Deodoro da Fonseca e do Ministro da Guerra Floriano Peixoto, mas logo depois se formou uma república civil. A maior prova de que os civis triunfaram é a Constituição Republicana, que foi aprovada em 1891, era o modelo da República Federativa do Brasil, isto é, o Brasil ficava dividido em vários estados e reunidos numa federação desses estados e além disso, essa constituição, seguindo bastante o modelo americano, criou uma divisão de três poderes:
· Executivo: Executava as leis;
· Legislativo: Cria as leis;
· Judiciário: Julga conflitos entre cidadãos ou interpreta a constituição.
 A primeira república fez continuação dos últimos anos do Império, manteve o voto só para as pessoas alfabetizadas, mas ao mesmo tempo, abriu um instrumento que digamos assim, convida a fraude eleitoral, pois era a existência do voto secreto, mas como o voto seria posteriormente aberto a todo mundo, haveria a possibilidade de cidadãos serem pressionados a votar em determinados candidatos.
 O Brasil do século XIX não era muito diferente do Brasil de hoje em termos geográficos, só que haviam vastas regiões do Brasil que não estavam ocupadas, estavam bem limitadas no mapa, mas não havia uma ocupação real, como por exemplo, o oeste de São Paulo possuía regiões ocupadas por índios no início do século XX. Há uma frase muito comum na época da primeira república (fim do século XIX até 1930) de que o Brasil é um país essencialmente agrícola, quer dizer, vamos nos fixar em atividades agrícolas e vamos esquecer tudo mais.
 A primeira república se dispunha de agricultura destinada à exportação, todo o eixo, assim o crescimento econômico está voltando para a produção de determinados bens que seriam vendidos no exterior, do ponto de vista da população da produção, houve um grande impulso na região centro-sul e sul do país, o centro-sul basicamente por causa do café, e o sul por causa da instalação das pequenas propriedades, que foi uma coisa muito característica do Paraná, Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul. A partir de 1880 surgiu a produção de borracha, ocorreu principalmente no norte do país, na Amazônia e por algum tempo trouxe uma grande transformação daquela área, a borracha até 1910 foi o segundo produto de exportação, perdia apenas para o café, mas havia superado o açúcar. A borracha gerou uma riqueza muito grande, porque havia uma busca enorme de borracha, primeiro pela entrada da bicicleta e depois com o surgimento do automóvel.
 A paisagem do norte do país mudou muito com a borracha, porque aquela riqueza concentrada permitiu o desenvolvimento nas mãos de uns poucos e sobretudo uma alteração da fisionomia urbana de Manaus e de Belém, até que surgiu a grande crise da borracha por volta de 1910 quando as plantações inglesas de regiões da Malásia começaram a concorrer fortemente com o produto brasileiro. Haviam regiões do Brasil que progrediram muito, mas também haviam amplas regiões no campo que eram extremamente pobres, com populações que ficaram à margem de todo esse progresso que ia se realizando no centro-sul e no sul do país, é o caso de quase todos os estados da região nordeste, essa população servia de mão de obra para grandes proprietários. Dos movimentos do campo, o mais importante foi o de Canudos, que se instalou no norte da Bahia, perto da cidade de Jeremoabo entre 1893 até sua liquidação em 1897. O Arraial é uma figura urbana, Antônio Conselheiro, e Canudos era uma forma comunitária de melhores condições de sua existência, dar mais sentido. O governo da república que poderia ter a compreensão desse fenômeno e tratava de uma outra maneira, resolveu liquidá-lo. 
 “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até seu esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 05, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados”.
 Trecho de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha
 O Rio de Janeiro passou por uma grande transformação, a avenida Rio Branco foi aberta no início da república e foram feitas também muitas transformações que envolveram sacrifícios para pessoas pobres que moram no centro da cidade e que tiveram que se deslocar com outros meios, favelas estavam começando a crescer nos morros. 
 Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e até certo ponto no Recife e em Salvador, surgiram fábricas, todas elas de fundo de quintal, mas também grandes construções, que mudaram a fisionomia das cidades, por exemplo em São Paulo surgiram os bairros operários, onde antigamente haviam chácaras. 
 Esse impulso no caso de São Paulo foi muito gerado através da própria atividade cafeeira e do negócio do café, porque gerou uma grande expansão econômica, uma urbanização, as cidades cresceram muito, e São Paulo criou, assim, o mercado para os produtos industriais, foi por essa via que as indústrias começaram a crescer no país. 
 Desde o século XIX, por volta de 1870, começou um fenômeno que nós chamamosde imigração em massa para o Brasil, esse movimento teve uma parte concentrada no sul, onde já havia uma velha imigração alemã, sendo que agora viriam principalmente colonos italianos, a outra parte foi concentrada e estabelecida na região centro-sul do país, especialmente em São Paulo, porque essa imigração na Europa existia em condições de pobreza, que levavam as pessoas a quererem fazer a América, isso de um lado, e de outro os fazendeiros de café necessitavam de mão de obra, e com o fim da escravidão foi feito um esquema para atrair imigrantes da Europa, especialmente para as fazendas de Café em São Paulo. Os imigrantes que vieram para o Brasil em grande número foram os principais responsáveis pela introdução de ideias que genericamente podemos chamar de ideias anarquistas, que representaram realmente um pequeno grupo, mas que era influente nos meios operários, especialmente o anarquismo brasileiro, o anarco sindicalismo pretendia reforçar o papel do sindicato, transformá-lo num órgão revolucionário e fazer a ação dos sindicatos ser socialmente revolucionária no Brasil, mas é preciso lembrar que entre essas pretensões e a realidade do país existe uma grande distância, então os anarquistas na realidade, foram defensores dos direitos dos trabalhadores. Oito horas de trabalho e igualdade de salário entre mulheres e homens, coisas desse tipo eram muito importantes, e estávamos próximos da realidade e ao mesmo tempo da revolução. 
 Depois da 1° Guerra Mundial, o que aconteceu do ponto de vista das ideologias no Brasil e também na maioria dos países ao redor do mundo foi o declínio do anarquismo, os anarquistas não trouxeram soluções e ganhos efetivos para os trabalhadores e por outro lado, iniciou-se a Revolução Russa em 1917, a chamada Revolução Bolchevique, movimento que era adversário dos anarquistas na medida que ele dava muita importância a um socialismo de estado, no Brasil isso deu origem à formação do Partido Comunista do Brasil (PC do B) em 1922, a organização dos trabalhadores nesse período (1890 – 1930) foi bastante frágil, mas houveram alguns momentos de grande efervescência, esses momentos se concentraram entre os anos de 1960 e 1961, quando e em consequência da carestia, houveram greves importantes em São Paulo e Rio de Janeiro, começando a acumular sintomas da crise da 1° república, um desses sintomas foi o chamando “Movimento Tenentista”, que representou uma expressão de insatisfação dentro do exército e em menor escala na marinha, contra o sistema ligado, essa insatisfação dos tenentes se devia pelo fato de que eles queriam uma república centralizada e unificada, que não favorecesse os estados maiores. 
 O destacamento militar que percorreu aproximadamente 24 mil km no território brasileiro foi chefiada por Luiz Carlos Prestes e pelo líder comunista, uma figura hoje menos conhecida, Miguel Costa, por volta de 1927, o movimento terminou e perdeu de certo modo seu caminho, grande parte se exilou na Bolívia e Argentina, e outros foram presos.
 O tenentismo ficou mais ou menos entre parênteses. São Paulo e Minas Gerais fizeram uma aliança, a época da Política do Café com Leite perdurou ao longo da 1° república até quase o fim, São Paulo teve uma forte predominância, pois tinha como base econômica o café, e Minas Gerais também teve essa predominância, o leite é um fator econômico importante nas atividades agrícolas e pastoris do estado, mas é preciso tomar cuidado e pensar em todo o ponto de vista político, a aliança era São Paulo e Minas Gerais. 
 Muito da disputa política e dos acordos políticos passaram por São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e parte de outros estados da região nordeste que deram apoio a essa aliança chamada de Liberal, que perdeu as eleições de 1930, em 01 de março de 1930 Getúlio Vargas foi derrotado pela fraude. 
 O que houve a essa altura foi um fato de um setor da oposição se reunir numa parte da aliança liberal, nesses momentos, muito mais partes não se conformaram com o resultado das eleições e resolveram apelar para uma revolução, precisa-se naturalmente de força armada e eles foram buscar velhos inimigos deles, a grande maioria dessas elites da aliança liberal haviam combatido os tenentes, e agora se tornava uma carta importante. 
 A revolução triunfou rapidamente na região nordeste, onde ela teve colaboração popular, mas o Rio Grande do Sul era o coração da mesma, que teve êxito e formou uma coluna do exército e uma brigada militar, que percorreu os estados da região sul saindo do Rio Branco em sua travessia por Santa Catarina e Paraná, até chegar à capital da república, onde houve a tomada de poder.
 Resumo: Parte 2 de 6
Era Vargas, por Boris Fausto: 1930 – 1945
 "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história."
 Trecho da Carta-Testamento de Gétúlio Vargas
 Getúlio Dornelles Vargas foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. De origem gaúcha, Vargas foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo. Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo seguintes, caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo. Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário, esposa do líder comunista Luís Carlos Prestes, para o governo nazista.
 Criou a Justiça do Trabalho em 1939, instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas. Investiu muito na área de infraestrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar. Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do "Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás. 
Entre os principais críticos do governo, estava Carlos Lacerda, membro da UDN, que por meio dos órgãos de imprensa acusava o governo de promover a “esquerdização” do Brasil e praticar corrupção política. Essa rixa entre Vargas e Lacerda, ganhou as páginas dos jornais quando, em agosto de 1954, Carlos Lacerda escapou de um atentado promovido por Gregório Fortunato, guarda pessoal do presidente. A polêmica sob o envolvimento de Vargas no episódio serviu de justificativa para que as forças oposicionistas exigissem a renúncia do presidente. Mediante a pressão política estabelecida contra si, Vargas escolheu outra solução. Na manhã de 24 de agosto de 1954, Vargas atentou contra a própria vida disparando um tiro contra o coração. Na carta-testamento por ele escrita, Getúlio denunciou sua derrota perante “grupos nacionais e internacionais” que desprezavam a sua luta pelo “povo e, principalmente, os humildes”. Depois dessa atitude trágica, a população entrou em grande comoção. Vargas passou a ser celebrado como um herói nacional que teve sua vida ceifada por forças superiores à sua luta popular. 
 Com isso, todo grupo político, jornal e instituição que se pôs contra Getúlio Vargas, sofreu intenso repúdiodas massas. Tal reação veio a impedir a consolidação de um possível golpe de estado. Dessa forma, o vice-presidente Café Filho assumiu a vaga presidencial.
	
	 Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
 Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
 E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, e a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.
 
 Carta-Testamento deixada por Vargas
 
 
 Resumo: Parte 3 de 6
Regime Militar, por Boris Fausto: 1964 – 1985
 O regime político instaurado no país após o 31 de março de 1964 e que durou 21 anos, era de características autoritárias, porém ainda demonstravam uma "aparência democrática", pois ainda eram realizadas votações no Congresso Nacional, que, com atuação limitada, servia apenas para oficializar escolhas em que os parlamentares não tomavam parte. Além disso o povo não escolhia seus representantes políticos, já que essa escolha era feita pelos próprios militares acentuando ainda mais a ideia de falsa democracia. Umas das primeiras ações dos militares a assumirem o poder político do país foi a de baixar o primeiro Ato institucional (AI-1). com esse dispositivo ficou garantido que o presidente obtivesse poderes excepcionais e suspendia direitos e garantias individuais garantidas pela Constituição de 1946, além disso o AI-1 também possibilitou a cassação de direitos políticos. Esse ato foi responsável por retirar da vida política diversos opositores ao regime ditatorial como Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, João Goulart, entre outros.
 O AI-1 estabeleceu a eleição indireta de um novo presidente da república, por votação indireta do congresso nacional, com isso o General Humberto de Alencar Castelo Branco foi eleito presidente, com mandato até 31 de janeiro de 1966. "Humberto Castelo Branco nasceu em Fortaleza, no Ceará, no dia 20 de setembro de 1897. Sua base de educação foi inteiramente militar com períodos de estudo no Colégio Militar de Porto Alegre, Escola Militar de Realengo, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada, Escola de Estado-Maior e Escola de Aviação Militar. Durante a campanha da Itália, feita na Segunda Guerra Mundial, fez parte da Seção de Planejamento e Operações da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Passou ao cargo de subchefe do EMFA (Estado Maior das Forças Armadas), comandante da Escola do Estado-Maior e diretor do departamento de estudos da ESG (Escola Superior de Guerra). Foi promovido a general do Exército (1962), nomeado comandante do 4º Exército, em Recife (1962-1963), e designado chefe do Estado-Maior do Exército (1963-1964). Castelo Branco foi um dos principais articuladores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart. Durante o período de transição, o presidente da Câmara, Paschoal Ranieri Mazzilli, assumiu temporariamente a presidência da República enquanto a alta cúpula militar preparava a substituição definitiva.
· O Governo de Castelo Branco teve vigência de abril de 1964 a janeiro de 1966
· Suspensão dos direitos políticos dos cidadãos; 
· Cassação de mandatos parlamentares;
· Eleições para governadores passam a ser indiretas;
· Dissolução dos partidos políticos e criação da Aliança Renovadora Nacional (Arena), que reuniu os governistas, e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que reuniu as oposições;
· Nova Constituição entrou em vigor (janeiro de 1967);
· Proibição de greves.
Governo Arthur da Costa e Silva  
· Março de 1967 a agosto de 1969;
· Enfrentamento da reorganização política dos setores oposicionistas;
· Radicalização das medidas repressivas (promulgação do Ato Institucional nº 5);
· Costa e Silva foi afastado por motivos de saúde e substituído, durante dois meses, por uma junta militar.
  Governo Emílio Garrastazu Médici 
· Novembro de 1969 a março de 1974;
· O mais repressivo do período ditatorial;
· Organizações clandestinas de esquerda foram dizimadas;
· “Milagre econômico": fase áurea de desenvolvimento do país, com recursos investidos em infraestrutura;
· Crescimento da dívida externa.
  Governo Ernesto Geisel 
· Março de 1974 a março de 1979;
· Crise mundial do petróleo, recessão mundial, escassez de investimentos estrangeiros no país;
· MDB consegue expressiva vitória nas eleições gerais de 1974;
· Início da distensão lenta e gradual;
· Militares extremistas ofereceram resistência à política de liberalização;
· Revogação do AI-5 e restauração do habeas corpus.
 Governo João Baptista de Oliveira Figueiredo 
 
· Março de 1979 a março de 1985;
· Aceleração do processo de liberalização política (aprovação da Lei de Anistia);
· Restabelecimento do pluripartidarismo;
· Resistência de militares extremistas;
· Aumento dos índices de inflação;· Recessão;
· Movimento Diretas Já;
· Colégio Eleitoral (formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal) escolheu o deputado Tancredo Neves como sucessor, que veio a falecer. Em seu lugar assumiu o vice-presidente, José Sarney.
 Resumo: Parte 4 de 6
Redemocratização, por Boris Fausto: 1964 – Dias Atuais
 O governo de Sarney foi responsável pela redemocratização do país houve muitas emendas constitucionais que visaram o fortalecimento das forças democráticas. Por exemplo em maio de 1985 uma emenda estabelecia as eleições diretas para as prefeituras das cidades consideradas como áreas de segurança nacional a emenda também abrandou as exigências para registro de novos partidos desse modo, partidos políticos defensores de ideologias de esquerda que atuavam na clandestinidade puderam se legalizar como por exemplo o PC do B (Partido Comunista do Brasil) e o PCB (Partido Comunista Brasileiro) entre outros. Mas talvez o item mais importante da Emenda constitucional foi à convocação de uma nova constituinte para elaboração de uma nova Carta-Magna, este item para mim foi o maior marco para a redemocratização do nosso país quando houve mudança de um regime político ditatorial para um regime democrático aonde o povo pôde exercer sua cidadania colocando todos os seus anseios em um conjunto de leis que pudessem expressar as suas aspirações e interesses que foram reprimidos e contidos durante décadas no país
 A nova Constituição do Brasil foi promulgada em 1988, porém houve um consenso em torno de algumas questões fundamentais relacionadas com os direitos individuais, políticos e sócias. A Constituição foi chamada de "constituição cidadã" que instituía um estado Democrático ao estabelecer extensas garantias aos cidadãos brasileiros. O governo Sarney não se livrou das crises econômicas, seus planos econômicos, foi uma desgraça, pois o país atravessou uma grave crise sem precedentes, os planos Cruzados, Cruzados II, Bresser e Verão foram todos um fracasso total agravando-se assim no final do governo Sarney em 1987 quando a inflação chegava ao patamar de 1800%. O Brasil completaria a sua transição para a Democracia somente quando 1989 se realizariam as primeiras eleições diretas para presidente. O político alagoano Fernando Collor de Mello, candidato do partido PRN (Partido da Renovação Nacional) disputou o pleito com o candidato do partido dos trabalhadores (PT), o ex sindicalista Luís Inácio Lula da Silva s2, representante das forças populares e de esquerda. Depois de uma acirrada campanha, com a ajuda da toda poderosa Rede Globo de Televisão e de uma acirrada campanha, Collor de Mello venceu o pleito com 35 milhões de votos, cerca de 5 milhões de votos a mais que Lula. Collor assume a Presidência da República em março de 1990.
 A Gestão de Collor durou muito pouco, pois logo depois de sua posse criou um plano econômico arquitetado pela ministra Zélia Cardoso de Mello, que previa uma série de medidas que injetariam recursos na economia com alta de impostos, abertura dos mercados nacionais e a criação de uma nova moeda o Cruzeiro, e entre outras medidas confiscaria as poupanças com valores superiores a 50 mil cruzeiros durante o prazo de 18 meses, uma alienação total que os setores médios e pequenos investidores não aprovaram com isso a sua popularidade abaixou e seu nome começou a ser envolvido em vários escândalos de corrupção conhecido como o esquema PC, o seu próprio irmão o denunciaria. Somado a crise econômica com a política Collor foi pressionado pelos estudantes a sair de seu Cargo, os estudantes saiam de cara pintada de preto sendo então conhecido como os "cara pintada" esse episódio resultou com o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados aprovando o primeiro Impeachment de um líder na história do nosso país. O mandato de Collor foi suspenso em 22 de dezembro 1992 em sessão no Senado suspendendo os seus direitos políticos por 8 anos. Atualmente Fernando Collor exerce a função de Senador da República. 
 Após Collor de 1993 aos dias atuais 2010 o Brasil foi governado por três presidentes, o Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e o atual Luiz Inácio Lula da Silva. Em minha opinião três líderes capacitados e de visão democrática, pacificadores e inteligentes O presidente Itamar não teve muito tempo para fazer o que realmente ele se prontificava mais no final de seu mandato A nova moeda do país o Real foi lançada tendo como mentor o ministro da fazenda Fernando Henrique Cardozo. Que em 1994 foi eleito presidente da República, tomando posse em 1 de janeiro de 1995, Fernando Henrique governou o país por oito anos consecutivos se tornando o primeiro presidente do Brasil a ser reeleito com a emenda Constitucional que criou a reeleição para os cargo eletivos do Executivo. O fim de seu mandato foi marcado por uma crise no setor energético, que ficou conhecida como crise do apagão. Mas alguns dos programas sociais criados no governo de Fernando Henrique são até hoje usado como A bolsa escola, Bolsa Alimentação e o vale Gás, os salários dos funcionários Públicos também não tiveram reajustes significativos, uma forma de evitar a inflação e controlar os gastos, o governo de Fernando Henrique Cardoso teve fim no dia 1º de janeiro de 2003, com a posse do nosso LULA.
 Em 06 de outubro de 2002, no 1º turno das eleições, Lula é o mais votado e disputa o 2º turno com o Tucano José Serra, em 27 de outubro de 2002 Lula é finalmente consagrado vencedor e é eleito o novo presidente do Brasil o país inicia uma fase diferente de sua História um representante dos trabalhadores e do partido de esquerda assume o poder.
Lula em sua posse fala uma frase que nunca mais saiu da minha mente ele diz :- "E eu, durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganhei o meu primeiro diploma de presidente da República do meu país" 
 Na área econômica a gestão de Lula é caracterizada pela estabilidade econômica e por uma balança comercial superavitária, durante seu governo o índice na geração de emprego aumentou em todo o país, Lula é considerado o melhor presidente do Brasil postado na data folha em 2009 com 76% de popularidade. A sua trajetória de homem político cresceu ao longo de sua militância. Lula é um dos principais ícones da Redemocratização brasileira por toda sua luta e história.
 Tendo como base o conceito de Democracia, é muito contraditório quando paramos para rememorar o passado do nosso país, quando o Brasil vivenciou 21 anos de ditadura (1964 a 1985) se analisarmos esta época o povo não escolhia os Presidentes nem os Governos e o Congresso Nacional não podia controlar os Generais Presidentes, o povo vivia oprimido, os sindicatos, as universidades e os jornais eram todos vigiados.
 Resumo: Parte 5 de 6
A Trajetória dos Direitos Humanos
 A problemática dos direitos humanos encontra seus fundamentos basilares nas origens remotas da longa tradição ocidental – abarcando inclusive aspectos e conteúdos de tradições orientais. De fato, quando falamos nas bases remotas da noção de direitos humanos somos reportados a uma sabedoria perene, a uma construção histórica que soma contribuições de muitos povos e diversas culturas. Neste ponto, e em linhas bem gerais, podemos dizer que a perspectiva dos direitos humanos remete ao legado do judaísmo, do budismo, da filosofia grega, do movimento de Jesus, da  tradição do islã etc. De maneira mais pontual, a compreensão acerca dos direitos humanos alcança maior significado e representação no contexto do período do Renascimento e, posteriormente, no desenvolvimento do pensamento moderno, com os filósofos e pensadores naturalistas, a debaterem e discernirem sobre os direitos naturais do homem. Mas é no século XX, sob os impactantes horrores da segunda grande guerra – drasticamente sintetizados nas bombasnucleares lançadas covardemente sobre Hiroshima e Nagasaki e na perversidade do holocausto –, que se constrói, sob a chancela da ONU, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Na dinâmica de reconstrução da trajetória histórica dos direitos humanos, torna-se irresistível a menção à singular e decisiva contribuição da tradição cristã. 
 É precisamente na beleza e profundidade da tradição do cristianismo que nos deparamos com princípios elementares a compor a ética do amor e da compaixão, compreendendo a vida como dom e realidade sagrada. Herdeira e guardiã de princípios essenciais, sustentáculos da noção de direitos humanos, a longa tradição cristã instaura uma nova concepção do humano, pautada na dignidade inerente e inalienável de toda criação que é divina. Assim, os princípios do cuidado e do perdão, as dimensões da solidariedade, da fraternidade, da paz e da justiça encontram fundamento, amparo e inspiração no horizonte cristão.
 Apontando para uma análise histórica e mais detalhada, no período medieval, a questão dos direitos humanos não ganhou corpo. A sociedade estratificada e dividida era alavancada pelas relações de vassalagem e dominação inscritas nos feudos. Garantias – direito à terra, à vida, à dignidade, à liberdade –, sob a ótica de um código e sistema legal, não abarcavam qualquer visibilidade. Neste contexto, a liberdade do pensar, representar e reproduzir estava excluída, tendo em vista uma ampla massa de iletrados e analfabetos. O declínio do medievo aponta para o ressurgimento de algumas aspirações e expectativas. O interesse pelas artes, cultura e equilíbrio de formas – na poesia, pintura, dramaturgia – retomam lugar nas preocupações humanas. Artistas e pensadores, como Erasmo de Roterdã e Giovanni Pico della Mirandola, anunciam, com o humanismo, um homem culto, apegado às artes, ao conhecimento e às sensibilidades. O direito à expressão da arte e da cultura anuncia um novo caminhar da humanidade e suas formas de representação de si, da sociedade e da natureza. Nas artes, homens como Leonardo Da Vinci, sugerem a apreciação do belo, da liberdade e da criatividade. As transformações sociais e econômicas, em período renascentista, revelam um novo tempo a delinear as relações humanas e culturais. É tempo de florescer do comércio, das navegações, de tomadas de outros territórios. 
 Mudanças econômicas são acompanhadas por transformações na ordem política e nas representações legais. A noção do Estado Moderno a comandar relações e controlar “o estado de natureza“ – como sugerirá Thomas Hobbes – insurge com força e vitalidade, indicando novas formas de regulação de existência e da relação entre as pessoas. 
 A perspectiva do humano, portador de uma liberdade natural, concede centralidade e uma nova visão de mundo. O humano passa a ser o centro das preocupações, o conhecimento alcança relevância e a racionalidade torna-se imprescindível na condução das ações. Um novo campo ético está formatado, indicando que o ser humano é portador de direitos fundamentais e inalienáveis. Os germes desta nova concepção acompanharão a sociedade pelos próximos séculos, implicando códigos de lei, formas de se relacionar com o Estado e em coletividade – estando, já neste tempo, a liberdade e o pensamento em foco e evidência. No ambiente intelectual dos séculos XVII e XVIII, como reflexo e desdobramento de movimentos históricos – expressivamente no contexto do Iluminismo –, despontam pensadores a tecer novas percepções sobre o humano e suas relações sociais e políticas.  Articula-se, no pensamento de Hobbes, John Locke, Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Kant etc., a noção política de direitos naturais do homem e do cidadão, a serem regulados e garantidos pelo Estado. 
 Neste ponto, não cabe ao Estado conceder os direitos, que são naturais – à vida, à liberdade e à propriedade privada – mas apenas garantir a justiça, como o tutor dos direitos. Situa-se no contexto do Iluminismo e sob inspiração da Declaração dos Direitos de Virgínia, de 1776 – Luta de Independência dos Estados Unidos da América – a elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte da França, em 1789. 
 O pensamento iluminista passa a inspirar as revoluções – tal como a Revolução Francesa. Sistema de privilégios e estratificação estariam banidos. O lema igualdade, fraternidade e liberdade acompanham a Era Moderna. Os princípios de democracia, da participação livre do homem em sua coletividade, o Estado, a salvaguardar a medida de todos os direitos e garantias, estavam lançados: a humanidade decreta a liberdade como o princípio primeiro, reprimindo formas arraigadas de tirania e opressão. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU, em 1948 é, sem dúvida, um documento do mundo contemporâneo, que aglutina e representa o desenvolvimento de concepções forjadas ao longo da história ocidental, sendo, então, muito mais do que uma resposta à banalização do mal – no conceito de Hannah Arendt – promovida pelos terríveis eventos da Segunda Guerra. A Declaração foi à resposta histórica à tirania, às formas de imperialismo e supressão à dignidade humana no período da guerra. Novamente, a questão humana ganha a centralidade – a perspectiva da dignidade é a preocupação dos Estados e das Organizações Internacionais, soerguidas no pós-guerra. No período de 1960 – fase de nascimento de ditaduras na América Latina –, movimentos internacionais, liderados por estudantes e intelectuais, retomam temas cruciais, concedendo-lhes maior diversidade e amplitude ética. Pensadores passam a questionar o poder do Estado e seu papel na sociedade. É fase da guerra fria: a questão do socialismo e do pensamento de esquerda fomenta críticas à desigualdade social e à tirania do Estado. Movimentos intelectuais representam a condição da natureza, da mulher, das etnias, dos homossexuais, das crianças e adolescentes. Os direitos humanos embrenham-se na condição dos direitos sociais, civis e políticos. 
O respeito às “minorias” e a resistência a todas as formas de repressão e subsunção indicam que novas relações estabelecidas com Estado são crucias para a retomada da dignidade e da liberdade humanas, em um cenário internacional favorável a novos debates e reflexões, sempre referendando as diferenças, o respeito à condição humana e sua capacidade de escolha, firmando a capacidade civilizatória.
 Transportando a análise histórica para o cenário brasileiro, torna-se possível ponderar que o período da ditadura militar, ainda que de toda a opressão e totalitarismo, esteve tomado por processos de resistência e questionamento ao status quo. Seguindo representações internacionais, movimentos pela redemocratização da sociedade brasileira, por um Estado de Direito e de Garantias plenas, sugestionam que a sociedade e a comunidade reforçam a imprescindibilidade de leis a preconizarem a justiça e defesa a um Sistema de Garantia de Direitos. Após lutas e caminhadas, a Constituição Brasileira desponta como o ápice das aspirações de uma sociedade a amadurecer para a integralidade de todos os direitos fundamentais do humano. 
 Claramente, como desdobramento da Constituição, novos códigos despontam: ECA, Estatuto do Idoso, Lei Orgânica da Saúde e da Assistência Social etc.  Movimentos sociais impulsionam a aprovação de leis que protegem e salvaguardam crianças, idosos e mulheres. A preocupação com a ecologia reforça o direito do humano ao acesso responsável aos recursos da natureza, como direito fundamental e inviolável. A questão do índio ganha um Código, defendendo o direito à terra, à vivência da cultura, enfatizando a dignidade étnica. A amplitude dos movimentos e da defesa de direitos implica novas formas de relacionamento com o Estado: esferas de participação popular e da comunidade recriam-se, garantindo-se, legalmente, o direito do cidadão a definir os rumos da política de sua cidade, Estado e País. O princípio da democracia alcança total amplitude e conotação. Ser livre éparticipar, decidir e opinar. O direito, a lei, a participação popular, a abertura dos espaços do Estado, a visibilidade política entorna o caldo democrático conquistado pela sociedade brasileira no período pós-ditadura. Não obstante toda trajetória já percorrida, a proposta dos direitos humanos compõe-se como uma pauta civilizatória em aberto, na medida em que a miséria material e espiritual, a ausência de democracia real, a falta de oportunidades e possibilidades existenciais, o não acesso à produção cultural etc ainda marcam e definem muitas vidas humanas. É preciso frisar que os direitos humanos são universais, indivisíveis e interdependentes. Enquanto houver um único sujeito que tenha sua condição de ser humano aviltada toda civilização sofre.
 Resumo: Parte 6 de 6
 ACABOU ESSE TABACOOOOOOOOOOOOOOOO 
 Bons estudos rsrs

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