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5 Tratados Internacionais

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Direito Internacional
Tratados Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
1. Generalidades sobre os Tratados Internacionais:
Desenvolvimento da sociedade internacional e preferência pelos Estados pelos tratados:
A partir do momento em que passamos a contar com um maior desenvolvimento da sociedade internacional, a prática da realização dos tratados internacionais passou a ser algo mais intenso e, portanto, neste contexto internacional, os tratados internacionais passaram a ser a fonte do DIP mais importante.
Importante dizer que os tratados passaram a ser a fonte mais importante não porque exista uma hierarquia sobre a fontes do DIP, mas em razão de que a celebração dos tratados internacionais passou a significar no contexto contemporâneo da sociedade internacional.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Justificativa para que os Estados passassem a preferir os tratados internacionais para tratar das suas relações com conexões internacionais:
O caráter solene dos tratados internacionais, pois estes instrumentos são sempre realizados de modo escrito e, portanto possuem condição de ofertar maior estabilidade e segurança jurídica entre as partes (Estados e ORGs) que estão celebrando o tratado internacional.
Costumes estão sendo preteridos:
Em razão desta postura dos Estados em externar uma preferência pelos tratados internacionais, percebe-se no âmbito das relações internacionais um fenômeno onde os costumes passam a ser preteridos entre os membros da sociedade internacional.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Fenômeno da codificação do DIP:
Em razão da flagrante preferência dos Estados pelos tratados internacionais que, passou a ocorrer de modo mais intenso no contexto pós 2ª Guerra Mundial, podemos dizer que o DIP tem sofrido um fenômeno de codificação. Referido fenômeno se opera a partir de um movimento de institucionalização dos costumes nos tratados internacionais, ou seja, normas que até então somente compunham uma fonte costumeira do DIP, hoje passaram a compor a fonte dos tratados internacionais.
Exemplo do fenômeno da institucionalização dos costumes de DIP: o princípio da pacta sunt servanda, acrescido do princípio da boa-fé que foi institucionalizado no Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969.
TRATADOS INTERNACIONAIS
O princípio da pacta sunt servanda está previsto no art. 26 da CVT/1969 - Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (Dec. 7.030/2009).
 Referido princípio refere-se aos fundamentos do DIP, ou seja, o motivo pelo qual os Estados Soberanos cumprem os tratados internacionais, conforme a redação abaixo : 
“Pacta sunt servanda. Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.”
P.S: apenas para o referido dispositivo, em verdade, contempla a teoria objetivista temperada (agrega vontade das partes que compõem o tratado, bem como um valor objetivo que está acima de qualquer ordenamento jurídico e possui dimensão universal) para justificar a obrigatoriedade e a legitimidade dos Estados Soberanos sobre o cumprimento dos tratados internacionais.
TRATADOS INTERNACIONAIS
2. Breve histórico sobre os tratados internacionais:
Existem alguns marcos principais sobre o Direito dos Tratados:
Primeiro marco: Tratado de Westfália de 1648:
Fim da Guerra dos 30 anos;
Fim do poder religioso católico na Europa;
Princípio do equilíbrio do poder das nações europeias;
Igualdade jurídica entre as nações europeias;
Consolidação da Soberania como elemento constitutivo do Estado, mais semelhante ao que se tem hoje.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Segundo marco: Tratado de Viena de 1815:
Fim do poder de Napoleão Bonaparte na Europa;
Redesenhou o mapa político na Europa e firmou aliança com a burguesia;
Princípio da Proibição do Tráfico Negreiro;
Princípio da Liberdade de Navegação em rios europeus;
Neutralidade da Suíça.
		
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terceiro marco: Carta de Direitos da ONU 1945:
Decreto Executivo nº. 19.841/45 internalizado pelo direito brasileiro.
A Carta de Direitos da ONU é importante pois traz limites que precisam ser respeitados por todos os tratados internacionais:
Busca da paz entre os povos;
Igualdade de direitos entre os homens;
Compromisso de concretização dos direitos humanos;
Autodeterminação dos povos;
Igualdade de Soberana entre os Estados;
Princípio da não-intervenção;
Princípio da não-utilização da força;
Princípio da solidariedade. Limites que acabaram sendo constitucionalizados entre nós – art. 4º da CF/88
TRATADOS INTERNACIONAIS
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
TRATADOS INTERNACIONAIS
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
TRATADOS INTERNACIONAIS
ONU: paz, concretização dos DH, solidariedade, autodeterminação, cidadania e exercício de democracia.
Sobre a questão da formação da ONU, é necessário que se faça uma relação com o fenômeno da codificação dos tratados, pois este último passa a ocorrer com mais ênfase no contexto pós formação da ONU em 1945 em São Francisco.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Esse fenômeno ocorre, em grande parte, em razão da estratégia traçada pela ONU em sua Carta de Direitos. A estratégia se refere a busca de cooperação internacional entre os Estados membros da ONU, para juntos (por isso o princípio da solidariedade ganha importância nesse cenário), promoverem compromissos internacionais entre os Estados para que estes internalizem esses compromissos e construam políticas públicas internas em suas jurisdições e territórios para tratar de concretizar os direitos humanos como forma de busca de tentar amenizar conflitos e, consequentemente, promover a autodeterminação dos povos, que deve se operar em nível coletivo e individual. Esta estratégia foi a construída para que a paz fosse buscada no mundo. 
Importante lembrar que essa atuação foi completamente diferente da traçada ao final da 1° GM quando da formação da Liga das Nações (estratégia de mera diplomacia).
TRATADOS INTERNACIONAIS
Decreto nº. 19.841/45
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS
a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e
a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla.
E para tais fins
praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e
unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum,
a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos.
Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução dêsses objetivos.
Em vista disso, nossos respectivos Governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas.
TRATADOS INTERNACIONAIS
CAPÍTULO I
 PROPÓSITOSE PRINCÍPIOS
 Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são:
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz;
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal;
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
TRATADOS INTERNACIONAIS
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns.
Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas de acordo com a presente Carta.
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
TRATADOS INTERNACIONAIS
5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII.
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
TRATADOS INTERNACIONAIS
Quarto marco: Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969:
Foi recepcionada pelo direito interno brasileiro por meio do Decreto Executivo nº. 7.030/09. Decreto Legislativo nº. 496/2009 do Congresso Nacional
Vigor da CVT: 
“Artigo 84 da CVT: Entrada em vigor. 
1. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia que se seguir à data do depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou de adesão.
2. Para cada Estado que ratificar a Convenção ou a ela aderir após o depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou a adesão, a Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após o depósito, por esse Estado, de se instrumento de ratificação ou adesão.” 
Entrada em vigor 27.01.1980 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Comissão designada pela ONU: a CVT foi criada por meio de iniciativa da própria ONU na tentativa de promover uma certa uniformização sobre os tratados internacionais e, desta forma, tentar equacionar a forma como os Estados celebram os tratados entre si.
Objeto: estabelecimento de regras sobre uniformização da realização dos tratados e estabelecimento de regras para tratar dos mecanismos de solução dos conflitos que possam surgir da celebração dos tratados.
Codificação geral: grande marco que indica o fenômeno de início de superação dos costumes, pois princípios que antes compunham a fonte dos costumes, agora passaram a compor os tratados, como o caso da pacta sunt servanda com boa-fé (cumpra-se o pacto) e rebus sic stantibus (enquanto durarem as coisas). 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Princípios consignados: pacta sunt servanda ( art. 26 da CVT) e rebus sic stantibus (art. 62, 1, b da CVT).
Art. 26. “Pacta sunt servanda. Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.”
Art. 62. “Mudança fundamental de circunstâncias. 
1. Uma mudança fundamental de circunstâncias, ocorrida em relação às existentes no momento da conclusão de um tratado, e não prevista pelas partes, não pode ser invocada como causa para extinguir um tratado ou dele retirar-se, salvo se:
a) a existência dessas circunstâncias tiver constituído condição essencial do consentimento das partes em obrigarem-se pelo tratado; e;
b) essa mudança tiver por efeito a modificação radical do alcance das obrigações ainda pendentes de cumprimento em virtude do tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Autoridade da CVT: 
Regra: em regra as normas da CVT são normas com força de jus cogens, ou seja, normas imperativas gerais de DIP, portanto com força obrigatória.
Exceção: mas os Estados não podem celebrar tratados com normas contrárias às normas da CVT? Depende. Poderão celebrar tratados com normas contrárias às normas da CVT desde que estas normas não sejam contrárias à normas que estejam na CVT que sejam jus cogens. 
Exemplo: em regra a CVT diz que não pode haver denúncia dos Estados do tratado, a não ser que o próprio tratado disponha que a denúncia poderá ser possível. Art. 56 da CVT. Em regra não haverá denúncia, exceto se o tratado dispuser que poderá haver denúncia (forma de extinção unilateral).
TRATADOS INTERNACIONAIS
“Artigo 56. Denúncia, ou Retirada, de um Tratado que não Contém Disposições sobre Extinção, Denúncia ou Retirada.
1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua extinção, e que não prevê denúncia ou retirada, não é suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que:
a) se estabeleça terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denúncia ou retirada; ou;
b) um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do tratado.” 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Definição de tratado: o art. 2 da CVT dispõe sobre a definição de tratado.
“Artigo 2. Expressões empregadas. 
a) “tratado” significa um acordo concluído por escrito entre Estados e regido pela Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;” 
TRATADOS INTERNACIONAIS
O artigo estabelece condições de validade:
Acordo internacional: comunhão de vontades entre Estados, portanto o livre consentimento deve estar presente, sendo peça fundamental do ato.
Forma: concluído por escrito, ou seja, extremamente solene.
Matéria: qualquer matéria, desde que se respeite os limites consignados na Carta da ONU.
Observação sobre a matéria: não poderá abordar o direito interno dos Estados, em razão da necessidade de respeito ao princípio da Soberania.
Objeto: o objeto dos tratados precisa ser conforme o direito, ou seja, precisa ser lícito e possível, o que significa que não poderá haver um tratado que seja contrário às normas jus cogens (normas imperativas gerais sobre o DIP).
TRATADOS INTERNACIONAIS
Vícios do consentimento: a CVT detalha de modo muito dedicado a questão sobre os vícios que podem eivar o livre convencimento das partes envolvidas em uma relação convencional, portanto o tema acerca da liberdade é de fundamental importância para o conjunto da CVT.
Regra: livre consentimento: deve ser sempre o consenso livre entre as partes envolvidas em um tratado para que a adoção do texto seja realizada da forma mais legítima possível. 
Exceção: convencimento viciado - porém, exceções como osvícios, que são atos não desejáveis no trato das relações convencionais podem existir e quando evidenciados são tratados de forma bem detalhada pela CVT.
Nulidade: coação representante/coação Estado
Anulabilidade: executivo celebra contrário ao direito interno/erro/dolo/corrupção
TRATADOS INTERNACIONAIS
Os vícios na CVT são tratados de duas grandes formas:
Nulidade: Os vícios que ensejam nulidade e portanto produzem efeitos temporais ex tunc (retroagem a data do ocorrido).
P.S. Seção 2: Nulidades de tratados (art. 46 a 53) - CUIDADO!!! 
Embora a seção 2 trate de nulidades - alguns artigos terão efeitos distintos
Ex.: Coação do representante do Estado (art. 51 da CVT), há ocorrência de ameaça ou força. (efeito ex tunc) 
“Artigo 51
Coação de Representante de um Estado 
Não produzirá qualquer efeito jurídico a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado que tenha sido obtida pela coação de seu representante, por meio de atos ou ameaças dirigidas contra ele.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
São casos de nulidade:
Coação do próprio Estado (art. 52 da CVT), há ocorrência de ameaça ou força. Ex.: o Acordo de Munique entre Alemanha e Tchecoeslováquia em 1938 para forçar a invasão do território sob pena de bombardeio. 
“Artigo 52
Coação de um Estado pela Ameaça ou Emprego da Força 
É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou o emprego da força em violação dos princípios de Direito Internacional incorporados na Carta das Nações Unidas.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Anulabilidade: Os vícios que ensejam anulabilidade e portanto produzem efeitos temporais ex nunc (a partir de então)
São casos de anulabilidade:
Chefe do Executivo: (Chefe de Estado) que celebra tratado contrariando as regras dos seu direito interno, mas não trata-se de quaisquer normas, mas sim de uma norma que se refira à conclusão do tratado (regras de processo legislativo, por exemplo), Art. 46 da CVT.
“Artigo 46
Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados 
1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental. 
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Erro sobre determinada situação: ou seja, foi um engano sobre uma certa regra, foi uma regra que o Estado parte julgou que existisse no tratado que celebrou quando na verdade determinada norma não existia. Trata-se de um erro essencial para a celebração do tratado. Art. 48 da CVT.
“Artigo 48
Erro 
1. Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado se o erro se referir a um fato ou situação que esse Estado supunha existir no momento em que o tratado foi concluído e que constituía uma base essencial de seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Dolo: foi uma ato de fraude de um outro Estado negociador, ou seja, um determinado Estado negociador pratica uma fraude para fazer com que um outro Estado negociador celebre um determinado tratado. Art. 49 da CVT.
“Artigo 49
Dolo 
Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela conduta fraudulenta de outro Estado negociador, o Estado pode invocar a fraude como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Corrupção: é pagamento de vantagem, de dinheiro, de um Estado-Parte para que outro Estado-Parte celebre determinado tratado. Art. 50 da CVT.
“Artigo 50
Corrupção de Representante de um Estado 
Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Classificação:
Os tratados podem sofrer várias classificações, a partir de vários pontos de vista.
Quanto ao número de partes:
Bilaterais:
Multilaterais:
Quanto ao procedimento usado para conclusão: 
Bifásicos (strictu sensu): 
Unifásicos (forma simplificada):
Quanto à natureza da norma:
Tratado-lei: 
Tratado-contrato:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Os tratados podem sofrer várias classificações, a partir de vários pontos de vista.
Quanto ao número de partes: refere-se ao número de partes que estão celebrando o tratado
Bilaterais: é o tratado celebrado entre duas partes, ou entre dois grupos, por exemplo o Tratado de Versalhes 1919 (Vencedores (Tríplice Entente – Inglaterra, França e Rússia)) e vencidos (Tríplice Aliança –Alemanha, Áustria e Itália)
Multilaterais: celebrado por várias partes que pretendem uma formalização solene para consagrar a convergência de ideias e interesses de várias partes, ONU, OEA, Mercosul, etc.
Classificação
TRATADOS INTERNACIONAIS
Quanto ao procedimento usado para conclusão: visa analisar a quantidade de fases no âmbito do DIP.
Bifásicos (strictu sensu) ou solene: duas fases internacionais para conclusão do tratado. (assinatura e ratificação). Basicamente utilizados nos multilaterais.
Unifásicos (forma simplificada): só exige uma fase internacional. Ocorre por troca de notas. Ocorre para ajustes de acordos econômicos (complementos por protocolos do Mercosul), para acordos acerca de pesquisa acadêmica entre Rússia, Alemanha e Bélgica para ajustes de seus nacionais no Brasil. 
OBS: NÃO HÁ PREVISÃO CONSTITUCIONAL PARA ESTA PRÁTICA INTERNACIONAL.
Classificação
TRATADOS INTERNACIONAIS
Quanto à natureza da norma: analisa a natureza da norma que é celebrada no tratado, ou seja, para qual a sua finalidade.
Tratado-lei: são tratados normativos, ou seja, celebram normas de observação de caráter geral e abstrato, como por exemplo a CVT. 
OBS: TRATADO DOTADO DE ABSTRAÇÃO E GENERALIDADE. Como se fosse uma lei no direito interno. Exemplo, Carta da ONU.
Tratado-contrato: tem a finalidade de regular uma situação concreta específica, uma espécie de contrato. 
OBS: TEM CARÁTER DE ESPECIFICIDADE E CONCRETUDE. Como se fosse um contrato entre duas partes no direito interno. Exemplo, tratados de pesquisas acadêmicas e tecnológicas.
Classificação
TRATADOS INTERNACIONAIS
 Fundamento do tratado:
Princípio da Pact Sunt Servanda acrescida de boa-fé. Art. 26 da CVT.
“Observância de Tratados
Artigo 26
Pacta sunt servanda 
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
 Efeitos (tempo art. 28 da CVT e espaço e art. 29 da CVT):
Regra: ex nunc (referente ao tempo) e em todo o território nacional do Estado-Parte (referente ao espaço).
Exceção: ex tunc (referente ao tempo) e em parte de um determinado território nacional de um Estado-Parte (referente ao espaço).
TRATADOS INTERNACIONAIS
Efeitos (tempo art. 28 da CVT e espaço e art. 29 da CVT):
“Aplicação de Tratados
Artigo 28
Irretroatividade de Tratados 
A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, suas disposições não obrigam uma parte em relação a um ato ou fato anterior ou a uma situação que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado, em relação a essa parte.
Artigo 29
Aplicação Territorial de Tratados 
A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, um tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
 Interpretação dos tratados:
A CVT estabelece algumas formas para a interpretação dos tratados internacionais. Art. 31 CVT.
Boa-fé: em razão do próprio princípio da pact sunt servanda vir acompanhada do princípio da boa-fé, este imperativo torna-se vetor de interpretação das normas do tratado. Art. 31, 1.
Sentido comum: os dispositivos dostratados devem ser interpretados pelo sentido comum das palavras, sem que a eles sejam acrescidos valoração e outros significados. Art. 31, 1.
Sentido contextual: os dispositivos do tratado devem ser interpretados no contexto em que os mesmos foram criados, para contemplar as sua próprias finalidades e preâmbulos. Art. 31, 2.
Sentido especial: se os dispositivos do tratado tiverem que ser interpretados de modo diferente do significados das palavras constantes nele, isso deve ser expresso do próprio tratado, ou seja, o próprio tratado deve dar um sentido especial as palavras constantes dele. Art. 31, 4.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Interpretação de Tratados
Artigo 31
Regra Geral de Interpretação 
1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. (Boa-fé e Sentido comum)
2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos: (Sentido contextual)
a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do tratado; 
b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado. 
3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: OBS: crítica, pois estes expedientes não compõem o tratado principal celebrado entre as partes.
a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas disposições; 
b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação; 
c)quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. 
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das partes. (Sentido especial)
“Interpretação de Tratados"
TRATADOS INTERNACIONAIS
Análise democrática das fases de elaboração dos tratados internacionais:
Primeiro ponto: (solene)
O processo de elaboração dos tratados internacionais, no contexto atual, não se trata apenas de uma análise formal, mesmo que a formalidade e a solenidade sejam questões intrínsecas da sua natureza, inclusive para que se cumpra o seu fim primeiro de promover estabilidade e confiança dos Estados da Sociedade Internacional na celebração dos tratados internacionais.
Processo e Fases de Elaboração dos Tratados Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
Segundo ponto: (fluidez do poder)
O processo sob análise formal: é uma série de formalidades, de atos todos concatenados que têm por finalidade estabelecer a comunhão das vontades das partes celebrantes, representando uma pluralidade de vontades em fases internacionais e internas envolvendo os Estados (executivo e legislativo) para a consecução de seus interesses comuns e, portanto atingirem suas necessidades de desenvolvimento nas mais diversas áreas. 
Processo e Fases de Elaboração dos Tratados Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
O processo sob análise formal: é uma série de formalidades, de atos todos concatenados que têm por finalidade estabelecer a comunhão das vontades das partes celebrantes, representando uma pluralidade de vontades em fases internacionais e internas envolvendo os Estados (executivo e legislativo) para a consecução de seus interesses comuns e, portanto atingirem suas necessidades de desenvolvimento nas mais diversas áreas.
Fortalecimento de democracia:
As fases complexas sobre a celebração dos tratados internacionais, hoje, significam um grande avanço acerca de fortalecimento democracia, em especial sobre fluidez de poder que foi delimitada ao Chefe de Estado no contexto atual. Há uma releitura da base do Estado centralizada nas mãos do Chefe de Estado, bem como uma valorização, não só da separação dos poderes para a proteção dos direitos, mas também para a valorização da atividade do Legislador.
Processo e Fases de Elaboração dos Tratados Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
Fases de celebração dos tratados internacionais:
São 4 fases
São 2 internacionais (CVT) / São 2 internas (CF/88)
1° Externa: Negociação, adoção do texto e assinatura (Chefe de Estado ou plenipotenciário)
2° Interna: Aprovação parlamentar (referendo pelo legislativo interno dos Estados por decreto legislativo)
3º Externa: Ratificação (realizada pelo Chefe de Estado por depósito de instrumento) 
4º Interna: Promulgação e Publicação (decreto executivo do PR)
Processo e Fases de Elaboração dos Tratados Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
Negociação e assinatura: (FASE INTERNACIONAL)
Esta é uma fase internacional e, portanto ocorrerá no trato das relações internacionais.
É realizada pelo Chefe de Estado ou por qualquer outro plenipotenciário.
Plenipotenciário: é a pessoa enviada pelo Estado para representá-lo. Este deve se fazer acompanhar de uma Carta de Plenos Poderes. 
OBS: plenipotenciário somente age até a assinatura, pois este ato é de natureza precária, ou seja, a assinatura não obriga juridicamente o Estado.
Processo e Fases de Elaboração dos Tratados Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
Delegações: pessoas com expertise sobre o conhecimento técnico do que será celebrado no tratado e por isso precisam acompanhar o Chefe de Estado ou o Plenipotenciário.
A competência para negociação: decorrer dos dispositivos constitucionais art. 84, VII e VIII CF/88, a delegação aos plenipotenciários decorre destes dispositivos.
Conceito de negociação: é todo ato anterior à assinatura entre as Partes, onde ocorre troca de propostas e acordo de vontades.
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conceito de negociação: é todo ato anterior à assinatura entre as Partes, onde ocorrer troca de propostas e acordo, conjunção de vontades.
Conceito de Adoção do texto convencional: entre a negociação e assinatura existe a adoção do texto. Consiste no consentimento por votação dos Estados. 
Conceito de assinatura: firma, sinal aposto em um documento confirmando um consentimento, que nesta fase é precário (não gera obrigação jurídica para o Estado ainda) após a negociação.
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Classificação da negociação:
Bilateral: feita entre convite e notas diplomáticas (são simples documentos enviados por vias diplomáticas entre os Estados).
Coletiva: feita em congressos, conferências (eventos formais e extremamente solenes para a celebração dos tratados).
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Adoção de texto convencional: após finalizadas as negociações, quando se chega a um texto base final, teremos um instrumento formal do tratado, como se fosse uma espécie de resumo do texto do tratado, um resumo das negociações.
É neste texto final em que as partes externarão o seu consentimento confirmando que concordam com o texto final das negociações do tratado.
Trata-se de um reconhecimento do instrumento do tratado, do resumo do tratado.
Sobre a adoção do texto é importante a regra do artigo 9 da CVT, vejamos:
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Adoção de texto convencional:
“Artigo 9
Adoção do Texto 
1. A adoção do texto do tratado efetua-se pelo consentimento de todos os Estados que participam da sua elaboração, exceto quando se aplica o disposto no parágrafo 2. 
2. A adoção do texto de um tratado numa conferência internacional efetua-se pela maioria de dois terços dos Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, pela mesma maioria, decidirem aplicar uma regra diversa.”
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Adoção de texto convencional:
Pela regra do art. 9 da CVT percebemos que o ideal é que haja consentimento de todos os membros que participaram das negociações do tratado, mas se não for possível o consentimento de todos, aplica-se a regra do quórum de 2/3 dos Estados, exceto se os Estados resolverem aplicar uma regrasobre quórum diferente da regra dos 2/3. Mas vale lembrar que isso dependerá de cada tratado. É um liberdade entre as partes.
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Adoção de texto convencional:
Não confundir a adoção de texto com a assinatura, pois adoção do texto é uma votação, um consentimento das partes sobre o tratado, já a assinatura e o lançamento do sinal, é o sinal aposto por uma pessoa de próprio punho em um documento, no caso do representante do Estado parte no tratado.
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Após a adoção do texto é que ocorre a assinatura, esta sempre tem natureza precária, e quase sempre é ad referendum, ou seja, sempre depende de confirmação do Estado parte para sua confirmação e obrigação definitiva.
“Artigo 10
Autenticação do Texto 
O texto de um tratado é considerado autêntico e definitivo: 
a)mediante o processo previsto no texto ou acordado pelos Estados que participam da sua elaboração; ou 
b)na ausência de tal processo, pela assinatura, assinatura ad referendum ou rubrica, pelos representantes desses Estados, do texto do tratado ou da Ata Final da Conferência que incorporar o referido texto.”
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Ainda existe a possibilidade da rubrica:
Rubrica: É possível ainda o instituto da rubrica, onde o representante do Estado parte assina, mas pende não só do referendo do seu Estado Parte, mas também de uma confirmação de seu Chefe de Estado sobre determinado conteúdo do tratado, discutido nas negociações e consignado no texto final da adoção do texto do tratado.
Assinatura diferida: a doutrina ainda aceita a possibilidade de um Estado realizar uma assinatura diferida para solicitar um prazo maior para pensar sobre a assinatura do tratado. Nesta situação, o representante do Estado ao invés de assinar o tratado, apenas coloca as suas iniciais no documento.
Negociação, adoção de texto e assinatura:
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conceito de referendo parlamentar: é o ato de recepção do tratado internacional para externar o consentimento do poder legislativo sobre o tratado celebrado.
A CVT determina que deverá haver referendo interno por parte do Estado parte do tratado. No caso brasileiro, este referendo ocorre pelo poder legislativo da União, ou seja, Congresso Nacional.
Esta realidade ocorre para conferir maior fluidez na dinâmica de separação dos poderes. Cada Estado trata das suas regras de como o instituto do referendo se operacionalizará.
Para nós, o que vige é o artigo 49, I da CF/88. Referido tema trata-se do chamado direito constitucional internacional.
Os conteúdos do artigo 49 da CF/88 tratam de competências exclusivas do Congresso Nacional, portanto são competências que somente o próprio Congresso Nacional poderá exercer.
Referendo parlamentar: (FASE INTERNA)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Como as competências dos artigo 49 da CF/88 ocorrem por meio de decreto legislativo, não se submetem à apreciação de sanção ou veto do PR, porém, esta regra não consta do artigo 49 da CF/88, mas é possível extrair esta realidade do artigo 48, caput da CF/88.
Importante lembrar que mesmo depois do referendo realizado pelo Congresso Nacional por meio de decreto legislativo, ainda não há vinculação obrigatória do conteúdo do tratado, nem internamente e nem externamente, pois este resultado ainda depende de ato de ratificação do PR (Chefe de Estado somente) que será realizado junto à secretaria administrativa do tratado.
O referendo pelo CN, em verdade, é uma condição para que o PR possa realizar a ratificação do tratado, de modo a cumprir determinação da CVT.
Referendo parlamentar: (FASE INTERNA)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Do instrumento normativo de recepção do tratado:
Quanto as competências 
art. 48 CF/88: "Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre” :
art. 49 CF/88: É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
(…).
Referendo parlamentar: (FASE INTERNA)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Quanto ao Quorum do instrumento normativo de recepção do tratado:
Art. 47 da CF/88 
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Referendo parlamentar: (FASE INTERNA)
Exceção (pós Emenda 45/2004)
§ 2º e 3º do art. 5º da CF/88
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
 § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.             (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)         (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
TRATADOS INTERNACIONAIS
 SEÇÃO VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Referendo parlamentar: (FASE INTERNA)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Referendo parlamentar: SUBSEÇÃO II DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO (atentar quórum e STATUS)
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Referendo parlamentar:
Tratados normais antes da EC 45/04 – status de lei ordinária;
Tratados normais após a EC 45/04 – status de lei ordinária;
Tratados sobre direitos humanos antes da EC 45/04 – status de norma supra legal para causar um efeito paralisante no ordenamento infraconstitucional;
Tratados sobre direitos humanos após a EC 45/04 – status de norma constitucional
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conceito de ratificação: é o ato final dentro da processualística de realização dos tratados internacionais, onde o Chefe de Estado, externará de modo definitivo, portanto não mais precário e sim agora de maneira vinculada, sua confirmação no cumprimento do Estado-parte sobre o tratado celebrado.
Conceito de ratificação (Hildebrando Accioly): Ato administrativo unilateral por meio do qual o Poder Executivo, devidamente autorizado pelo órgão para isso designado, confirmando a assinatura do acordo, exprime definitivamente, no plano internacional,a vontade do Estado em obrigar-se pelo tratado.
Ratificação: (FASE INTERNACIONAL)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Natureza jurídica: possui natureza jurídica vinculativa. Isso significa que vincula o Estado-parte junto aos demais Estados membros do tratado que foi celebrado. Note que a vinculação jurídica no âmbito internacional e não no âmbito interno do Estado-parte, no caso do Brasil, pois para essa obrigatoriedade sobre este tratado se opere internamente entre nós é necessário o cumprimento da última fase do processo de recepção dos tratados internacionais.
Esta é fase mais importante em âmbito internacional, pois vincula juridicamente o Estado junto ao tratado.
Ratificação: (FASE INTERNACIONAL)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Formas de ratificação: troca de notas (tratados bilaterais) ou depósito de instrumento de ratificação (tratados multilaterais).
Características da ratificação:
Ato externo: ocorre no trato das relações internacionais;
Ato de governo: somente o Chefe de Estado o realiza;
Ato expresso: é sempre por escrito em razão da formalidade do tratado;
Obrigatoriedade: o ato da ratificação gera a obrigatoriedade do Estado-parte com os demais Estados do tratado, pois é um ato de soberania, é um ato de política circunstancial estratégica;
Ratificação: (FASE INTERNACIONAL)
TRATADOS INTERNACIONAIS
Discricionariedade, político e circunstancial: ato do Chefe do Executivo que fica adstrito à oportunidade e conveniência, ato unilateral do PR, em razão de análise de estratégia e conjuntura político-econômica;
Irretratabilidade: em tese, não pode voltar atrás no ato de ratificação. Exceção: se houver rebus sic stantibus (os estado das coisas foram modificados de modo fundamental). O instrumento adequado para a saída é a denúncia. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Ratificação condicional: é a ratificação que ocorre com exigência acerca de quórum para sua ratificação, ou seja, o próprio tratado já determina que somente entrará em vigor quando um quantitativo determinado de Estados realizarem a ratificação. Caso que ocorreu com a própria CVT – Art. 84, 1:
“Artigo 84
Entrada em Vigor 
1. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia que se seguir à data do depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou adesão.” 
Ainda há também o exemplo do TPI – Tratado de Roma (1998) que exigiu 60 ratificações para entrar em vigor.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Ratificações inconstitucionais: 
Regra: uma vez ratificado o tratado não pode ser alegado o seu descumprimento. Pacta Sunt Servanda e boa-fé.
Exceção: se a conclusão do tratado se operou de modo a violar as normas do direito interno sobre a conclusão dos tratados internacionais.
Este é um dos casos de anulabilidade ao qual já nos referimos anteriormente. Vejamos:
 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Ratificações inconstitucionais: 
São casos de anulabilidade:
Chefe do Executivo: (Chefe de Estado) que celebra tratado contrariando as regras dos seu direito interno, mas não trata-se de quaisquer normas, mas sim de uma norma que se refira à conclusão do tratado (regras de processo legislativo, por exemplo), Art. 46 da CVT.
“Artigo 46
Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados 
1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental. 
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Controle de constitucionalidade sobre os tratados:
Sim. É possível.
É possível em sede de controle difuso, bem como é possível em tese de controle concentrado.
Controle difuso – Recurso Extraordinário: Art. 102, III, b, da CF/88.
“SEÇÃO II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;”
Controle concentrado – entendimento do STF, pois pode ser objeto de ADI lei ou ato normativo federal e estadual e, como lei, entenda-se todas as espécies do artigo 59 da CF/88.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Promulgação e Publicação: (FASE INTERNA)
Por último dentro da processualística da internalização dos tratados internacionais, ainda resta a última fase que é da promulgação e da publicação.
Esta fase ocorre no âmbito interno do Estado brasileiro e é ato do Presidente da República.
Será realizada por meio de decreto executivo e por dele é que haverá obrigatoriedade, vinculação interna no Brasil para que se tenha aplicabilidade e executoriedade sobre os seus conteúdos internamente, ou seja, a grosso modo, os brasileiros e as instituições brasileiras somente estarão obrigadas ao cumprimento do conteúdo dos tratados internacionais a partir deste ato do decreto executivo do Presidente da República.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Promulgação e Publicação: (FASE INTERNA)
Sobre a questão da promulgação e da publicação do tratado internacional para que seu conteúdo ganhe obrigatoriedade entre nós (internamente) não há uma regra constitucional explícita da CF/88 que assim determine essa postura, trata-se de uma praxe do Brasil no que se refere às relações internacionais, em especial sobre a processualística de recepção dos tratados internacionais.
“SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Promulgação e Publicação: (FASE INTERNA)
Além da praxe brasileira, cumpre destacar que o mesmo entendimento foi firmado pelo STF na ADI 1480 (Convenção 158 OIT), no que tange às questão sobre o ato que determina a executoriedade e obrigatoriedade dos tratados internacionais no âmbito do direito interno brasileiro.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Registro na ONU
Todos os tratados que forem concluídos deverão ser remetidos ao órgão do Secretariado da ONU por uma questão de controle da ONU, mais no sentido de catalogação dos tratados que são celebrados no mundo. 
Artigo 80
Registro e Publicação de Tratados 
1. Após sua entrada em vigor, os tratados serão remetidos ao Secretariado das Nações Unidas para fins de registro ou de classificação e catalogação, conforme o caso, bem como de publicação.  
2. A designação de um depositário constitui autorização para este praticar os atos previstos no parágrafo anterior.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Formas de Expressão do Consentimento do Estado-parte: art. 11 CVT
Assinatura: sempre precária, pois não vincula juridicamente o Estado ao tratado. É uma firma, sinal aposto em um documento confirmando um consentimento, que nesta fase é precário (não gera obrigação jurídica para o Estado ainda) após a negociação.
Ratificação: sempre definitiva, pois vincula juridicamente o Estado ao tratado. É o ato final dentro da processualística de realização dos tratados internacionais, onde o Chefe de Estado, de modo unilateral, externará de modo definitivo, portanto não mais precário e sim agora de maneira vinculada, sua confirmação no cumprimento do Estado parte sobre o tratado celebrado.
Adesão: é a manifestação unilateral de vontade do Estado que, não participou das fases de elaboração, mas que agora em momento posterior pretende compor o tratado. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Adesão:
Natureza jurídica: vinculativa (precária e definitiva);
Sobre adesão: 
Cabimento: somente caberá se o tratado contar com essa possiblidade;
Cabimento somente nos multilaterais: só ocorre nos tratados multilaterais, pois é impossível ocorrer em bilaterais, dada a própria natureza deste;
Maior questão sobre a adesão: se énecessária a ratificação? Ou melhor, o Estado precisa ratificar a adesão?
Orientação da ONU: sim, é preciso a ratificação.
1º) ou o Estado já faz a adesão com o referendo, com a autorização do seu órgão responsável interno (legislativo) em autorizar a celebração do tratado;
2º) ou o Estado faz a adesão e fica pendente o referendo, a autorização de seu órgão responsável interno (legislativo) em autorizar a celebração do tratado 
Doutrina: diz não ser necessária a ratificação, mas na prática se seguem orientações da ONU.
Necessidade de submissão à apreciação dos demais Estados-Partes para que a adesão seja aceita.
TRATADOS INTERNACIONAIS
“Artigo 15
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Adesão 
O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela adesão: 
a)quando esse tratado disponha que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão;. 
b)quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão; ou 
c)quando todas as partes acordaram posteriormente em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Reservas: são verdadeiras ressalvas unilaterais feitas pelo Estado-parte com a finalidade de modificar efeitos jurídicos de alguns dispositivos do tratado para melhorar sua própria condição em cumprir o tratado. Com as reservas, os Estados literalmente se reservam ao direito não cumprir com determinado regramento do tratado.
Fundamento da reserva: promover uma aproximação entre os interesses entre os Estados, pois pelo desejo da CVT é melhor ter um Estado celebrando um tratado com reserva a não tê-lo celebrando o tratado por não poder realizar reservas.
Exigências: As reservas são verdadeiras condições feitas pelo Estado-parte para realizar a celebração do tratado.
OBS: a doutrina entende que a possibilidade de reserva deve constar do tratado, mas no silêncio, entende ser possível também.
OBS: não cabe nos bilaterais, em razão de sua própria natureza.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conceito de reserva da CVT:
“Artigo 2
Expressões Empregadas 
1. Para os fins da presente Convenção: 
(…)
)“reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado; ”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Limitações ao poder de reserva: Art. 19 da CVT.
“SEÇÃO 2
Reservas
Artigo 19
Formulação de Reservas 
Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que: 
a)a reserva seja proibida pelo tratado; 
b)o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não figure a reserva em questão; ou 
c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Limitações ao poder de reserva: Art. 19 da CVT.
Em especial sobre os limites da reserva importante melhor compreensão sobre a alínea “c”: “c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado.”
A observação é pertinente em razão de que este dispositivo da CVT traz a chamada Teoria da Compatibilidade sobre o instituto da reserva, que determina que o conteúdo aventado em sede de reserva deve ser compatível com a finalidade e o objeto enfrentados no tratado onde se pretende a reserva, para que não haja um desvirtuamento da própria finalidade do tratado.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Necessidade de apreciação pelos demais Estados-Partes sobre a reserva:
Regra: a apreciação é dispensada. Regra do art. 20, 1 , CVT:
“Artigo 20
Aceitação de Reservas e Objeções às Reservas 
1. Uma reserva expressamente autorizada por um tratado não requer qualquer aceitação posterior pelos outros Estados contratantes, a não ser que o tratado assim disponha. ”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Necessidade de apreciação pelos demais Estados-Partes sobre a reserva:
Exceção: necessidade de apreciação pelos demais Estados-Partes do tratado. Regra do art. 20, 2 CVT:
“2. Quando se infere do número limitado dos Estados negociadores, assim como do objeto e da finalidade do tratado, que a aplicação do tratado na íntegra entre todas as partes é condição essencial para o consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo tratado, uma reserva requer a aceitação de todas as partes.”
Essa é a chamada Teoria da Reciprocidade. Nestas situações a reserva somente obriga o Estado reservante e o que aceitou a reserva.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Emendas: são propostas de alteração do texto do tratado.
Regra: todo tratado pode ser emendado. Art. 39 da CVT.
Exceção: se o tratado não permitir. Art. 39 CVT.
“Artigo 39
Regra Geral Relativa à Emenda de Tratados 
Um tratado poderá ser emendado por acordo entre as partes. As regras estabelecidas na parte II aplicar-se-ão a tal acordo, salvo na medida em que o tratado dispuser diversamente.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Emendas:
Existe a necessidade da notificação para os demais Estados?
Regra: sim
Exceção: quando o tratado dispuser de forma diferente
Regra: art. 40 CVT
“Artigo 40
Emenda de Tratados Multilaterais 
1. A não ser que o tratado disponha diversamente, a emenda de tratados multilaterais reger-se-á pelos parágrafos seguintes. 
2. Qualquer proposta para emendar um tratado multilateral entre todas as partes deverá ser notificada a todos os Estados contratantes, cada um dos quais terá o direito de participar: 
a)na decisão quanto à ação a ser tomada sobre essa proposta; 
b)na negociação e conclusão de qualquer acordo para a emenda do tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Emendas: Existe a necessidade da notificação para os demais Estados?
“Artigo 40
Emenda de Tratados Multilaterais 
1. A não ser que o tratado disponha diversamente, a emenda de tratados multilaterais reger-se-á pelos parágrafos seguintes. 
2. Qualquer proposta para emendar um tratado multilateral entre todas as partes deverá ser notificada a todos os Estados contratantes, cada um dos quais terá o direito de participar: 
a)na decisão quanto à ação a ser tomada sobre essa proposta; 
b)na negociação e conclusão de qualquer acordo para a emenda do tratado.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Emendas: Existe a necessidade da notificação para os demais Estados?
“Artigo 40
3. Todo Estado que possa ser parte no tratado poderá igualmente ser parte no tratado emendado. 
4. O acordo de emenda não vincula os Estados que já são partes no tratado e que não se tornaram partes no acordo de emenda; em relação a esses Estados, aplicar-se-á o artigo 30, parágrafo 4 (b). 
5. Qualquer Estado que se torne parte no tratado após a entrada em vigor do acordo de emenda será considerado, a menos que manifeste intenção diferente: 
a)parte no tratado emendado; e 
b)parte no tratado não emendado em relação às partes no tratado não vinculadas pelo acordo de emenda.”
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
O tema da terminação dos tratados se refere ao ponto de como é que os tratados terminam, ou seja, trata da sua suspensão ou extinção.
Generalidades: os tratados podem terminar por:
Por vontade comum das partes
Por vontade unilateral de uma parte
Por fatos independentes da vontade das partes
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
A) por ab-rogação: é a revogação total do tratado e poderá ocorrer :
Pela própria disposição do tratado, ao dispor em uma norma que o tratado estará totalmente revogado, ou seja, o próprio tratado disporá sobre essa situação. Art. 54, a, da CVT – situação de extinção e suspensão.
Por vontade das partes envolvidas no tratado em decidir terminar com o tratado, as partes decidem de comum acordo em terminar o tratado, há um consentimento sobre essa realidade entre as partes envolvidas no tratado. Art. 54, b , da CVT. Háum entendimento de que esse consentimento não precisa ser unânime (doutrina).
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
B) Expiração dos termos convencionado: é uma espécie de ab-rogação pré-derteminada.
Nesta situação o próprio tratado já prevê uma data, um termo certo, para tratar da extinção do tratado. Ex: tratados para convencionar empréstimos e, consequentemente, o pagamento das dívidas.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
C) Execução integral do objeto do tratado: neste caso o tratado se extingue quando alcançado o seu objetivo principal, a sua obrigação, quando findo o seu cumprimento da obrigação. Ex: tratado para construção de uma ponte.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
D) Conclusão de tratado posterior: esta é uma situação que envolve a celebração de um tratado posterior a um tratado que já havia sido celebrado anteriormente e, as partes querem celebrar um novo tratado. Art. 59, 1 da CVT. Este caso existem alguns requisitos:
Requisitos:
 -mesmas partes do tratado original;
-mesmo assunto;
-os objetivos iniciais se mostram incompatíveis com os objetivos atuais, há disposições de novas intenções
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
E) Condição resolutiva: pode ser positiva ou negativa, trata-se de uma cláusula sempre expressa. Trata da previsão de certo acontecimento, de um evento futuro e incerto. 
Ex: previsão de cláusula resolutiva de que trata que se houver, por exemplo, diminuição (denúncia) significativa do mínimo estabelecido no tratado sobre as parte ocorrerá a extinção por condição resolutiva. 
Ex: Pacto de Varsóvia (Polônia) 1955, onde os países do leste europeu firmaram uma aliança militar com União Soviética um tratado geral sobre segurança coletiva da Europa, foi um tratado onde previa o fim do tratado se houvesse uma série de denúncias, pois isso esvaziaria a finalidade do tratado. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
F) Suspensão da execução de um tratado: para todos ou para um. Trata-se de uma análise do objeto e da finalidade do tratado, bem como da conduta das partes que estão envolvidas no tratado, é uma análise, por exemplo se há esmero das partes em cumprir com o tratado. Art. 57 da CVT.
Pode ocorrer por disposição do próprio tratado;
Pode ocorrer por decisão das partes (consentimento de todos).
 Pode ser um canal usado como represália, retaliação a determinado Estado-parte.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
G) Impossibilidade superveniente de cumprimento do tratado: trata-se da impossibilidade de um Estado-parte dar cumprimento ao estabelecido pelo tratado. Resulta de destruição ou desparecimento definitivo de um objeto indispensável ao cumprimento do tratado. Art. 61, CVT.
Pode der uma impossibilidade física: perda de um dos elementos constitutivos do Estado. Por exemplo uma guerra, ou seja, com Estado externo ao tratado ao que não se consegue cumprir;
Pode ser jurídica: incompatibilidade na relação entre os Estados. Por exemplo uma guerra entre os Estados que deveriam cumprir o tratado
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
H) Mudança fundamental de circunstâncias: são questões que se referem a vícios de confiança. São circunstâncias que existem no comportamento das partes envolvidas no contrato, acontecimentos, tratativas, interesses entre as partes que se referem à questões sobre quebra de confiança entre as partes. Art. 62, CVT.
Regra: não seria causa de extinção.
Exceção: verdadeira quebra de confiança entre as partes (questão ética)
A) condição essencial do consentimento;
B) modificação radical do alcance das obrigações, ou seja, provas de que as circunstâncias não existiam no momento da celebração, mas que mais tarde se teve conhecimento sobre elas.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
I) Rompimento das relações diplomáticas: serve tanto para relações diplomáticas, como também para relações consulares. Trata-se do levantamento de toda a estrutura diplomática de um determinado Estado no território de outro determinado Estado. Ex: Canadá e Irã setembro de 2012 com relação ao programa nuclear desenvolvido pelo Irã.
	Regra: não afeta os compromissos jurídicos, ou seja, as relações jurídicas, assim os tratados entre os Estados continuam sendo cumpridos. Ex: tratados de financiamentos.
	Exceção: a não ser que a manutenção das relações diplomáticas seja imprescindível para que o cumprimento do tratado se opere. Ex: cumprimento de cartas rogatórias. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
J) Violação grave do tratado: pode ocorrer uma suspensão ou extinção do tratado com relação ao Estado-parte que não está cumprindo o tratado. É a exceção do tratado não cumprido. Há uma violação por agressões, inobservâncias às normas jus cogens e à finalidade do tratado. É a consagração da exceção do tratado não cumprido. Art. 60 da CVT. 
Pode existir nos bilaterais e nos multilaterais (decisão unânime).
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminação dos tratados:
L) Denúncia: É a possibilidade de retirada do Estado-parte do tratado por sua própria vontade, por seu ato unilateral de vontade. Não sofre apreciação dos demais. Art. 56, CVT.
Bilaterais: se ocorrido nos bilaterais, extinto será o tratado 
Multilaterais: somente extinto para a parte que se retirou 
Regra sobre denúncia: os tratados tratam da possibilidade da denúncia. Nestas situações os tratados estabelecem prazos e regras para denúncia. Por exemplo: exigem que do momento em que se externa a vontade de sair, ainda se submeta por um determinado prazo, geralmente até mais ou menos 12 meses e cumpra as obrigações financeiras (anuidades) do tratado.
Exceção sobre denúncia: os tratados não tratam da possibilidade da denúncia.
Como se resolve esta situação? Art. 56, CVT, que quer dizer que: ou as partes do tratado acabam consentindo com a possibilidade de reconhecer denúncia, ou o direito de denúncia é deduzido da própria natureza do tratado.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Denúncia no direito interno: a questão é se o PR após ratificar um tratado, para denunciar o mesmo tratado, se ele precisa de autorização do Congresso Nacional. 
Caso concreto: Convenção OIT 158 (22.06.1982) internalizado no Brasil pelo Decreto Legislativo nº. 68/92 (16.09.92) e Decreto executivo nº. 1.855/96 (10.04.96). CONVENÇÃO SOBRE TÉRMINO DA RELAÇÃO DE TRABALHO POR INICIATIVA DO EMPREGADOR – demissões por motivos econômicos.
Gerou enorme discussão junto às relações trabalhistas no Brasil (ADI 1625 - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA - CONTAG e CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT)  e em 20.12.1996 o PR por meio do Decreto executivo 2.100/96 determinou que referido tratado não mais vigoraria entre nós no direito interno. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Consequências após extinção do tratado:
Os Estados ficam liberados e, se houver denúncia, desde que cumpridas suas obrigações sobre a denúncia (prazos e anuidades). Art. 70 da CVT.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
Propositura do problema: a questão é sobre eficácia e aplicação das normas do Direito internacional dentro do espaço do Direito Interno.
O ponto de concentra em duas questões:
Teórica: há hierarquia entre as normas?
Prática: haverá ou não transformação da norma de direito internacional? Se aplicará o direito internacional ou o direito interno?
Resposta: a doutrina oferta soluções, teorias.
Há basicamente duas grandes frentes doutrinárias:
Monista e dualista: o que importa para compreender estas teorias é a necessidade (dualista) ou não (monista) de transformação, após a ratificação, da norma do direito internacional (processo legislativo interno) em um outro instrumento normativo para que ela possa ter eficácia e aplicação no âmbito do direito interno.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
Teoria Dualista (Heinrich Triepel): tratava da teoria da incorporação, ou seja, teoria da transformação. Não há aplicação imediata após a ratificação.É necessário um processo legislativo interno específico para que a norma de direito internacional seja transformada em norma de direito interno. Transformação pelo Legislativo. Importante lembrar que trata da necessidade de transformação pelo Legislativo após a ratificação (ato internacional) feita pelo Estado.
Justificativa: são duas ordens jurídicas distintas, independentes e autônomas e, portanto não há hierarquia entre elas. Assim tratava da necessidade de conversão dessa norma de direito internacional pelo Legislativo interno dos Estados, após a ratificação, para que ela pudesse ser aplicada internamente nos Estados. Construída com base na soberania dos Estados e, justamente por esse motivo, o direito internacional não produz uma ordem jurídica centralizada. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
Teoria Monista: não exige nenhum tipo de incorporação, ou seja, teoria da transformação. Há aplicação imediata após a ratificação. Não é necessário um processo legislativo interno específico para que a norma de direito internacional seja transformada em norma de direito interno após a ratificação feita pelo Estado. 
Justificativa: somente existe uma única ordem jurídica, mas com dois sistemas que possuem uma uma relação de hierarquia entre eles, portanto de dependência, os sistemas se tocam. Mas o problema é: qual sistema é hierarquicamente superior?
Internacional X Interno?
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
Teoria Monista Internacionalista (Hans Kelsen): parte da teoria objetivista, a mesma da justificativa da obrigatoriedade de por qual motivo os Estados cumprem o tratado, ou seja, em razão da existência de um valor/princípios objetivo superior (universal, internacional) a todos os sistemas jurídicos. É o império da norma hipotética fundamental, portanto não qualquer tipo de transformação da norma de direito internacional para o direito interno.
É a teoria mais aceita no mundo. Porque? Maior operacionalização das normas feitas pela da sociedade internacional.
Teoria que relativiza totalmente o poder constituinte, portanto a soberania dos Estados.
Justificativa: maior preocupação com a proteção do direitos humanos.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
Teoria Monista Nacionalista (Friedrich Hegel): parte da teoria da soberania dos Estados, pois valoriza a supremacia da Constituição, do poder constituinte. 
Para ele o direito internacional é consequência do direito interno, justamente em razão de não haver ordem jurídica internacional centralizada, ou seja, o próprio direito internacional só existe em razão do direito interno.
Para ele não há necessidade de transformação da norma de direito internacional para que ela possa ter aplicação dentro do direito interno em razão da própria Constituição poder assim permitir, portanto o sistema superiormente hierárquico é o interno. Não há necessidade de transformação da norma de direito internacional pelo Legislativo após a ratificação, mas isso por força da Constituição.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
E no Brasil?
STF: Teoria Dualista Moderada
1º) a Constituição exige a transformação da norma de direito internacional por meio de processo legislativo, para somente após o PR fazer a ratificação;
2º) a recepção pelo legislativo é um processo que se inicia antes da ratificação, pois é a forma do nosso referendo interno para dar cumprimento à CVT;
3º) para executoriedade, ou seja, obrigatoriedade da norma de direito internacional no âmbito interno do direito brasileiro, é preciso decreto executivo do PR após a ratificação internacional
Art. 49, I, CF/88 e Art. 84, VII CF/88.
Jurisprudência do STF: ADI 1480 movida pelas Confederação Nacional do Transporte e Confederação Nacional da Indústria (também sobre a Convenção 158 da OIT).
TRATADOS INTERNACIONAIS
Conflitos entre o Direito Internacional e o Direito Interno:
E na CVT? Supremacia dos Tratados
“Artigo 27
Direito Interno e Observância de Tratados 
Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46.” 
O Art. 46 fala do erro do PR no processo de conclusão do tratado, por inobservância às regras do direito interno.

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