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Direito Internacional Domínio Público Internacional DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL Contempla : As zonas polares O mar O espaço aéreo Zonas Polares Zonas Polares Introdução: Pólo norte (Ártica) e o Pólo Sul (Antártica) Há muito interesse dos Estados nessas áreas em razão de questões como navegação e recursos minerais Nenhum Estado pode exercer poder de exploração econômica, MAS, apenas para fins científicos O DIP tem influência nessas regiões regulando questões terrestres aéreas e de navegação para disciplinar o uso de recursos O DIP dirige seus interesses sobre essas áreas, inclusive por questões de defesa dos Estados Despontam interesses de cientistas, meteorologistas e climatólogos, mas hoje existem questões de interesse econômico, de navegação marítima, aérea, pescas e exploração de recursos minerais Pólo Norte (Ártica) Pólo norte (região Ártica) (Sibéria, Alaska, Norte do Canadá e Groenlândia – Dinamarca) Existe menos interesse dos Estados sobre ele em razão de sua natureza muito simplória, pois o que existe nele é pouca massa terrestre e muita água congelada de maneira quase permanente que se dissolve em algumas épocas e com o calor fica a navegação mais facilitada Deixa as rotas marítimas mais fácil de ser navegadas Em razão de escassez nessa área acabou por tornar-se rota aérea, corredor aéreo para economizar distância entre Europa e Oriente Existem ilhas no entorno e quando as águas se liquidificam a pesca fica facilitada e a comunicação com indígenas, povos que habitam aquela região, fica mais fluida Povos sem nacionalidade definida, nômades por natureza É uma área de livre trânsito Há na verdade é um alto-mar congelado e por isso rege-se pela Convenção do Mar da ONU de 1982 Pólo Sul (Antártica) Imensa ilha no extremo sul do planeta É o único território terrestre do mundo internacionalizado É o lugar onde os Estado cooperam para pesquisas ao contrário do Pólo Norte há interesse dos Estados em razão da sua exploração econômica Tratado da Antártica de 1959 (Argentina, Austrália, África do Sul, Bélgica, Chile, França, Japão, Nova Zelândia, EUA, Noruega, Rússia, Reino Unido e Irlanda) Brasil entrou no tratado em 1975 decreto legislativo 56/1975 e decreto executivo 75.963/75 Finalidade do tratado: Utilizar a Antártica para fins pacíficos e realização de pesquisas científicas Manter liberdade de investigação científica e a cooperação para este fim Preâmbulo do tratado: o tratado já inicia com o reconhecimento de interesse de toda a humanidade e que continue sendo utilizada para fins pacíficos e sem discórdias internacionais O tratado fala que os Estados renunciam a qualquer soberania a área Existe regime de não-militarização, de manobras militares, de exercícios de treinamento, de experiências com armas O Brasil já enviou várias expedições à Antártica desde de 1982 e são monitoradas pelo Ministério das Relações Exteriores com participação de universidades (USP) MAR Introdução: É a parte líquida da Terra ¾ da superfície da Terra é de agua No mar a humanidade encontrou o rumo do descobrimento e do progresso Existe uma indivisibilidade geográfica do mar e um conflito entre a diversidade jurídica das águas Em razão desse conflito isso se impõe regulamentação e implicações jurídicas Antes do DIP existia uma soberania dos Estados sobre as águas do mar Ex.: Portugal no séc. XVII dizia que como tinha descoberto muitos territórios e inúmeras porções de alto-mar, esses territórios pertenciam ao seu domínio exclusivo A lógica era a de que quanto mais se explorava mais se descobria e até tinha justiça nisso, MAS, isso começou a ser questionado por Países da Europa para se ter um mar livre, franqueado à exploração marítima e comércio de todas as bandeiras para se ter comércio com o oriente De origem costumeira, passou a iniciar uma regulamentação por tratados 1ª Conferência Internacional da ONU sobre direito do mar em 1958 (86 Estados) Tratou de mar territorial, alto-mar e de conservação de recursos vivos no alto-mar 2ª Conferência Internacional da ONU sobre direito do mar em 1960 (88 Estados) Tratou de uma questão absoluta sobre o que se convencionou na primeira conferência 3ª Conferência Internacional da ONU sobre direito do mar (164 Estados) Nesta o que ocorreu foi reafirmar o mesmo conteúdo com mais Estados 4ª Conferência da ONU sobre direito do mar 1982 – decreto brasileiro 1530/95 – chamada Convenção de Montego Bay (Jamaica) O preâmbulo da Convenção já fala em conciliar as questões sobre o uso do mar por consenso para a manutenção da paz e progresso de todos os povos do mundo Os problemas do mar, do espaço oceânico estão inter-relacionados e devem ser considerados num todo Promover uma ordem econômica internacional justa e equitativa para desenvolvimento dos países Águas interiores Mar territorial Zona contígua Zona econômica exclusiva Alto-mar Águas interiores Águas interiores: são todas as águas dentro do território de um Estado até o mar territorial São os portos, as baías, recortes mais acentuados das costas, bem como solo, subsolo e espaço aéreo O DIP está preocupado com as águas do mar aberto Nas águas interiores o Estado exerce plenamente a sua soberania pois essas águas estão restritas ao limite que está antes do mar territorial É o limite da linha seca até o mar territorial 12 milhas náuticas (22 quilômetros) da linha seca ao mar territorial Questões sobre soberania: Nas águas interiores não se reconhece direito de passagem inocente, como ocorre no mar territorial As embarcações ingressam por meio de autorização Na área onde é possível a passagem inocente o Estado tem o direito de tomar todas as medidas necessárias para: Fiscalizar o que julgar conveniente à defesa de seu território Exercer controle para evitar infrações ou punir infrações contra sua legislação que foram cometidas no seu território ou no mar territorial Mar territorial Conceito: faixa marítima que banha o litoral de um Estado e onde até um limite pré-fixado exerce suas competências e jurisdição -É uma zona intermediária entre a terra firme e a zona contígua -É uma zona de domínio exclusivo do Estado -Finalidade: necessidade de segurança, conservação e defesa do Estado ribeirinho e motivos econômicos (pesca e navegação) -12 milhas náuticas das águas das aguas interiores até zona contígua -É parte pertencente, integrante ao território do Estado 1 Milha náutica = 1 852 metros Passagem inocente: é a navegação no mar territorial sem o fim de penetrar nas águas interiores Não há escalas, é para navegação sem ancorar Norma costumeira, mas que a Convenção tratou É para navegação de embarcação mercante em tempo de paz Não é para navegação de embarcação militar É o trânsito inofensivo dos navios estrangeiros mercantes OBS: se não fosse o direito de passagem inocente a navegação no mundo seria impraticável Essa passagem deve ser contínua, muito breve, sem ataque ao Estado soberano Se o ataque ocorrer acaba a inofensividade, ou seja, a passagem que era inocente deixa de ser inocente Jurisdição penal do Estado costeiro não será exercida a bordo de navio estrangeiro que passe pelo mar territorial, salvo: Se a infração cirnam tiver consequências para o Estado costeiro; Se a infração for de tal natureza que possa perturbar a paz do paz ou ordem no mar territorial; Se a assistência das autoridades locais tiver sido solicitada pelo capitão do navio ou pelo representante diplomático ou funcionário consular do Estado de bandeira; Se essas medidas forem necessárias para a repressão do tráfico ilícito de estupefacientes ou de substâncias psicotrópicas. Zona Contígua Conceito: é a zona que situa-se do mar territorial até 12 milhas do alto-mar A partir da zona contígua já alto-mar Nesta área o Estado pode: -Exercer fiscalização que for conveniente na defesa de seu território -Exercer controle ou punir infrações aos seus regulamentos (aduaneiros, fiscais, sanitários, imigração e de segurança que tenham sidopraticadas em seu domínio terrestre e mar territorial) -Essa vigilância é para impedir que outras forças adentrem no mar territorial e para perseguir atos praticados no espaço terrestre ou no mar territorial Em suma: Zona contígua em sua fatia o Estado exerce 3 tipos de competência: A) aduaneira e fiscal (prevenindo ou punindo infrações e fraudes ao seus regulamentos) B) segurança (em seus múltiplos aspectos, como saúde, navegação e interesse militar) C) conservação e explicação das riquezas animais e minerais. Estreitos São acidentes geográficos naturais (passagens marítimas) que fazem comunicar dois mares entre si. Corredores de água integrantes do mar territorial de um ou mais Estados, e que beneficiam a navegação internacional entre áreas do alto-mar ou zona econômica exclusiva. Situações jurídicas diversas: Quando o estreito une um mar interno a um mar livre (Estreito de Kertch - une o Mar Negro ao Mar de Azof) Quando ele liga dois mares livres (estreito de Magalhães - liga o Atlântico e o Pacífico, estreito Sund e os Belts - liga o Báltico ao Mar do Norte, Estreito de Dardanelos e Bósforo, que legal o Mar Negro ao Adriático, e o estreito de Gibraltar - liga o Atlântico com o Mediterrâneo. Convenção de Montego Bay - Decreto nº. 1.560 de 1995 ARTIGO 38 Direito de passagem em trânsito 1. Nos estreitos a que se refere o artigo 37, todos os navios e aeronaves gozam do direito de passagem em trânsito, que não será impedido a não ser que o estreito seja formado por uma ilha de um estado ribeirinho desse estreito e o seu território continental e do outro lado da ilha exista uma rota de alto mar ou uma rota que passe por uma zona econômica exclusiva, igualmente convenientes pelas suas características hidrográficas e de navegação. ARTIGO 39 Deveres dos navios e aeronaves durante a passagem em trânsito 1. Ao exercer o direito de passagem em trânsito, os navios e aeronaves devem: a) atravessar ou sobrevoar o estreito sem demora; b) abster-se de qualquer ameaça ou uso da força contra a soberania, a integridade territorial ou a independência política dos Estados ribeirinhos do estreito ou de qualquer outra ação contrária aos princípios de direito internacional enunciados na Carta das Nações Unidas: c) abster-se de qualquer atividade que não esteja relacionada com as modalidades normais de trânsito contínuo e rápido, salvo em caso de força maior ou de dificuldade grave; d) cumprir as demais disposições pertinentes da presente Parte. 2. Os navios de passagem em trânsito devem: a) cumprir os regulamentos, procedimentos e práticas internacionais de segurança no mar geralmente aceitos, inclusive as Regras Internacionais para a Prevenção de Abalroamentos no Mar; b) cumprir os regulamentos, procedimentos e práticas internacionais geralmente aceitos para a prevenção, a redução e o controle de poluição proveniente de navios. Canais internacionais Estreitos e canais internacionais são vias de passagem que unem duas águas através do território de um Estado para facilitar a navegação entre dois mares. Enquanto os estreitos são acidentes geográficos, canais são viam artificiais de passagem criadas por meio do trabalho humano. Regulamentação jurídica dos canais internacionais é feita pelos Estado que a construíram em seu território, salvo se o canal for internacionalizado por tratados ou acordos entre os Estados, como foi o caso dos canais de Suez, do Panamá e de Kiel. Canais não estão sujeitos a servidão de passagem inocente. Estados Arquipélagos art. 46 a 54 da Convenção de Montego Bay Conceito: Estado constituído por totalmente por um ou vários arquipélagos, podem incluir outra ilhas. Arquipélagos: grupo de ilhas, incluindo parte de ilhas, as águas circunjacentes e outros elementos naturais que estejam tão estreitamente relacionados entre si formando intrinsecamente uma entidade geográfica, econômica e política. Ex. Indonésia - liga o oceano Pacífico e o Indico Embarcações públicas brasileiras (a serviço do Brasil) – aplica a lei brasileira onde quer que esteja Embarcações privadas brasileiras – no território brasileiro a lei brasileira em território estrangeiro a lei estrangeira Embarcações públicas estrangeiras – aplica a lei estrangeira Embarcações privadas estrangeiras – aplica a lei brasileira Situação jurídica dos navios: Zona Econômica Exclusiva Conceito: área marítima além do mar territorial até 188 milhas Inovação da Convenção de Montego Bay 1982 Finalidade: exercer direito de soberania sobre recursos naturais vivos ou não vivos Motivação: interesse econômico e preservação e conservação ambiental Observações sobre zona contígua e ZEE Natureza jurídica da zona contígua e da zona exclusiva econômica é sui generis, pois operações como manobras, testes, explosões militares do Estado estrangeiro somente com consentimento do governo brasileiro. A Convenção não colocou a zona contígua e a zona econômica como como parte do mar territorial Apenas deixou conceitos amplos para não incluir estas duas áreas como mar territorial O direito interno dos Estados que regulamenta zona econômica exclusiva para se ter direito de exploração e conservação de recursos naturais vivos e não vivos Plataforma Continental e Fundos Marinhos Planície submersa adjacente à costa, como decorrência da formação particular do leito do mar em certos litorais que se estende a determinada distância a partir da terra e cuja profundidade normalmente não ultrapassa a duzentos metros. Após a plataforma continental se tem a região abissal PARTE VI PLATAFORMA CONTINENTAL ARTIGO 76 Definição da Plataforma Continental 1. A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Espaço aéreo Introdução: até certo tempo o espaço aéreo não tinha muita importância em razão da sua impossibilidade prática Hoje: após desenvolvimento de aeronaves isso passou a ser ponto de atenção para o DIP Convenção de Chicago de 1944: trouxe 5 liberdades do ar aprovados em seus acordos 1ª - liberdade de sobrevoo: liberdade que tem os aviões de um Estado de sobrevoar sem escalas o território de outro 2ª - liberdade de fazer escalas: em caráter comercial para reparações técnicas, como para o reabastecimento de combustível ou reparações em caso de defeitos do equipamento 3ª - liberdade de embarcar: no território de um Estado, mercadorias, passageiros e malas postais que tenham destino o Estado da nacionalidade da aeronave . Ex.: uma aeronave Brasileira embarca na França passageiros com destino ao Brasil 4º liberdade de desembarcar: no território de um Estado, mercadorias, passageiros e malas postais que tenham sido colocadas a bordo no país em que pertence a aeronave. Ex.: uma aeronave brasileira desembarca na França passageiros embarcados no Brasil 5ª - liberdade de embarcar: passageiros, mercadorias e malas postais que se destinem ao território de qualquer Estado que participe da convenção e o direito de desembarcar passageiros e correspondências originários de qualquer outro Estado-contratante OBS: essas liberdades não são concedidas automaticamente aos Estados-partes da Convenção, mas sim por meio de acordos bilaterais Situação jurídica das aeronaves: Públicas brasileiras: (a serviço do Estado brasileiro) – aplica a lei brasileira onde quer que esteja Privadas brasileiras: aplica a lei de onde quer que elas estejam Públicas estrangeiras: aplica a lei do Estado estrangeiro Privadas estrangeiras: aplica a lei brasileira quando no território brasileiro
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