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MANDADO DE SEGURANÇA AV1

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
Ticio de Tal, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do documento de identidade Registro Geral-RG nº…., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas-CPF/MF nº…., residente e domiciliado na Rua… , nº… Bairro…, Cidade…/Estado… CEP:… , local indicado para receber intimações (art.39 do CPC), vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no inciso LXIX do art.5º, da CF/1988, art.282 do CPC e em conformidade com o art.1º, e ss. da Lei 12.016/2009 impetrar
 MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
Em face em face do Governador do Estado X, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I- DOS FATOS
O Impetrante Tício de Tal, com trinta e dois anos de idade, pretende candidatar-se a cargo de médico, mediante concurso público, organizado pelo Estado X, tendo, inclusive, sido aprovado na prova e prova de títulos, foi chamado para a realização do exame médico mas foi reprovado pois segundo informação do edital do concurso há uma limitação de nomeação e posse dos candidatos que possuem tatuagem. Inconformado apresenta um requerimento ao responsável pelo o concurso, que aduz o interesse público que tatuagem não combina com a serenidade do cargo médico.
Mas não há previsão legal para o estabelecimento de vedação por existência de tatuagem, sendo norma constante do edital do concurso.
II- DA CONCESSÃO DE PEDIDO DE LIMINAR
O regulamento do Mandado de Segurança , dispõem que a liminar será concedida, suspendendo-se o ato que deu motivo ao pedido, quando for relevante o fundamento do pedido e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida conforme o artigo O art.7º, III, da Lei 12.016/2009.
A importância do fundamento pode ser compreendida como a legitimidade do direito invocado ou, na expressão latina, “fumus boni iuris”. Enquanto que a ineficácia da medida, caso não seja deferida de imediato, refere-se ao chamado “periculum in mora”.
III- DO DIREITO
Conforme o art.37, caput e inciso I, da Constituição Federal vigente há a determinação de que a administração pública direta e indireta de qualquer dos entes federativos, inclusive os estados-membros, devem respeitar, dentre outros princípios a legalidade, bem como assegurar que os cargos, empregos e funções públicas sejam acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei. Além disso, o art.37, inciso II, da CF/88 estabelece que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, não havendo, para o caso em tela, previsão legal para a vedação do candidato por possuir tatuagem. 
Logo, o edital, sob responsabilidade do Governador do Estado X, que exige como requisito para inscrição no respectivo concurso público a limitação de nomeação e posse de candidatos tatuados, observa-se que houve uma criação de barreiras arbitrárias para impedir o acesso do candidato ao cargos públicos ferindo os princípios constitucionais da isonomia e da razoabilidade.
Vale salientar que o STF julgou inconstitucional a proibição de tatuagens a candidatos a cargo público estabelecida em leis e editais de concurso público. Foi dado provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 898450, com repercussão geral reconhecida, em que um candidato a soldado da Polícia Militar de São Paulo foi eliminado por ter tatuagem na perna. “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”, foi a tese de repercussão geral fixada.
O ministro destacou que a tatuagem, por si só, não pode ser confundida como uma transgressão ou conduta atentatória aos bons costumes. Segundo ele, a tatuagem passou a representar uma autêntica forma de liberdade de manifestação do indivíduo, pela qual não pode ser punido, sob pena de flagrante violação dos princípios constitucionais. Para o ministro Fux, o respeito à democracia não se dá apenas na realização de eleições livres, mas também quando se permite aos cidadãos se manifestarem da forma que quiserem, desde que isso não represente ofensa direta a grupos ou princípios e valores éticos.
Desse modo, conforme demonstram as provas pré-constituídas colacionadas em petição inaugural (art.6º, da Lei 12.016/2009) pelo Impetrante, este tem direito líquido e certo de participar do concurso, e, portanto, o edital deve ser incidentalmente declarado inconstitucional, afastando-se sua aplicação e anulando o ato coator praticado, autorizando-se que o Impetrante realize o exame médico e seja nomeado.
IV- DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer o Impetrante que Vossa Excelência:
1-conceda, a medida liminar, a segurança requerida, com a expedição do competente ofício determinando que a autoridade coatora suspenda o ato abusivo previsto no edital do concurso e cumpra as determinações legais (art.9º, da Lei 12.016/2009), assegurando-se ao Impetrante o direito de realizar o exame médico;
2-acate as provas que demonstram o direito líquido e certo do impetrante que acompanham a presente petição inicial, confirmando a prova pré-constituída como exigência no mandado de segurança (cópia do ato impugnado);
3-determine a notificação da autoridade coatora para prestar informações no prazo legal de 10 dias, entregando-lhe a segunda via da petição inicial acompanhada dos documentos reproduzidos por cópia (art.7º, I da Lei 12.016/2009)
4-intime pessoalmente o representante judicial da pessoa jurídica à qual está vinculada a autoridade coatora, nos termos do art.7º, II, da Lei 12.016/2009;
5-determine a oitiva do membro do Ministério Público para oferecer parecer (art.12, caput, da Lei 12.016/2009;
6- Fixe multa, nos termos do parágrafo único do art.14 do Código de Processo Civil.
Requer ao final, ao concessão definitiva da segurança e a ratificação da liminar deferida assegurando-se o direito liquido e certo (especificar) do impetrante.
V- VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de R$ 1000,00 (mil reais).
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e Data
Advogado/OAB/… nº….

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