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PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICIPIO Y, entidade sindical regularmente constituída, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede rua.., município...,cidade..., estado... atuando como substituto processual de seus filiados , vem, por seu advogado com endereço profissional na rua..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 106, do CPC/2015 com fundamento nos artigos 5º, LXXI da CRFB/88 e o artigo 8º, III da CRFB/88 e artigo 40, § 4º da Constituição da República, vem impetrar: MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO em face de ato omissivo do PREFEITO DO MUNICIPIO Y, com endereço na..., bairro..., cidade..., estado..., pelos fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos: DOS FATOS O Impetrante é entidade sindical de base, que congrega os Servidores Públicos Municipais e pretende, através do presente Mandado de Injunção, obter pronunciamento mandamental que assegure a obtenção de aposentadoria especial aos servidores processualmente substituídos “cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física” conforme preconiza o artigo 40 § 4º, III, da Constituição Federal, ante a omissão legislativa em editar a Lei Complementar para regulamentar o exercício do direito. Trata-se da defesa de interesse ou direito coletivo da categoria representada pela entidade sindical ou, pelo menos, de interesse ou direito de parte da categoria, senão, de direitos individuais homogêneos dos servidores interessados, porque decorrentes de origem comum hipóteses que, indistintamente, alcançam legitimidade ativa extraordinária ao sindicato, porquanto pleiteia, em nome próprio, direito alheio, assim autorizado no artigo 6º, do Código de Processo Civil. A exigida autorização legislada vem da Constituição Federal, cujo artigo 8º, III, atribui aos sindicatos a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, tal que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que os sindicatos têm legitimidade processual para atuar na defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada. Impende consignar por oportuno que tais servidores públicos exercem atividade profissional em estação de tratamento de esgoto do Município Y, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos a saúde, por conseguinte, em razão das atividades por eles desempenhadas, poderiam requerer aposentadoria especial, com base no artigo 40, § 4º da Constituição Federal de 1988, contudo mediante a ausência de lei complementar que regulamente a contagem diferenciada do tempo de serviço dos servidores públicos para fins de aposentadoria especial. Portanto, em razão da mora legislativa, esses servidores são obrigados a permanecer, durante muito mais tempo, expostos a essas condições prejudiciais, o que acarreta danos irreversíveis a sua saúde. Assim, impossibilitados de exercer o direito fundamental à aposentadoria especial em razão da falta da lei regulamentadora, de forma que não houve alternativa senão a impetração do presente remédio constitucional. DOS FUNDAMENTOS Diante dos fatos expostos, não há dúvidas quanto ao cabimento da presente medida, encontrando o impetrante amparo no artigo 5º, inciso LXXI, da CRFB/88 e na Lei 12.016/09, que prevê a concessão de mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais. Mediante a ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito previsto na Constituição Estadual em seu artigo 126, § 4º,III, torna inviável o exercício do direito à aposentadoria especial aos servidores públicos municipais que laboram em condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física, razão pela qual o mandado de injunção coletivo é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada, mediante a existência dessa norma de eficácia limitada ainda não regulamentada, que impede o exercício de um direito em caso concreto. Assim a competência legislativa das pessoas politicas para editar sobre norma social, em especial, acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos seria concorrente conforme dispõe o artigo 24, XII da CRFB/88. Desta forma com a ausência de norma de caráter geral expedida pela União haverá competência plena o chefe do executivo local para propositura da lei, tendo o município autonomia para legislar sobre aposentadoria especial de seus servidores no exercício da competência supletiva de acordo com os artigos 24, §3º, c/c art. 30, II da CRFB/88. Na verdade, o mandado de injunção busca neutralizar as consequências lesivas decorrentes da ausência de regulamentação normativa de preceitos constitucionais revestidos de eficácia limitada, cuja incidência - necessária ao exercício efetivo de determinados direitos neles diretamente fundados - depende, essencialmente, da intervenção concretizadora do legislador. Nesta mesma linha de entendimento o ilustre doutrinador... “...................................................................................................... ..............................................................................................” (Nome, obra, data, pág.) Com efeito, não é só o direito à aposentadoria especial que resta prejudicado, mas também um outro direito social fundamental que na está na base do reconhecimento do direito ao estabelecimento de regras e critérios diferenciados quando se trate de servidor submetido a condições de trabalhos especiais: o direito à saúde na forma do artigo 6° da CRFB/88. Assim como o princípio da isonomia dispondo o artigo 5°, caput, CRFB/88 que de igual modo, constitui fundamento para o reconhecimento de um direito à aposentadoria especial, na medida em que, mediante o estabelecimento de requisitos e critérios diferenciados busca-se igualar o trabalhador que labora em condições especiais ao trabalhador que labora em condições normais. Trata-se, portanto, de garantir uma igualdade real, e não meramente formal, a partir da aplicação do princípio de que se deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais Cabe ressaltar que em vários julgados, o Supremo Tribunal Federal determinou que, enquanto existir omissão do Presidente da República no que tange ao artigo 40, § 4º da CRFB/88, deve ser aplicado o artigo 57, caput, e § 1º, da Lei 8.213/1991, que prevê a aposentadoria especial para os trabalhadores que cumprirem as exigências legais. Nesse sentido é a jurisprudência do Egrégio Tribunal. MANDADO DE INJUNÇÃO - NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à http://www.jusbrasil.com/legislacao/1033694/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10727627/inciso-lxxi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada. MANDADO DE INJUNÇÃO - DECISÃO - BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.APOSENTADORIA - TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS - PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR - ARTIGO 40, § 4º, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral - artigo 57, § 1º, da Lei nº8.213/91. (STF - MI: 758 DF, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 01/07/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-182 DIVULG 25-09-2008 PUBLIC 26-09-2008 EMENT VOL-02334-01 PP-00037 RDECTRAB v. 15, n. 174, 2009, p. 157-167) A Constituição Federal assegura a aposentadoria especial tanto para os trabalhadores submetidos ao Regime Geral de Previdência, quanto aos servidores públicos (artigos 201, § 1°, e 40, § 4°, da CF). Em ambos os casos, o direito ampara aqueles que laboram em condições especiais, que prejudiquem a saúde e a integridade física e aos portadores de deficiência. A única diferença está em que, no caso dos servidores públicos, com as alterações introduzidas pela Emenda Constitucional 47/2005, incluiu-se na previsão também os servidores que exercem atividades com risco de vida. A eficácia do direito está na dependência da edição de lei complementar, até agora inexistente. Ocorre que, a própria Constituição Federal, mediante a Emenda Constitucional nº 20/1998, estabeleceu que, enquanto não for publicada a lei complementar a que se refere o artigo 201, § 1°, para aqueles que laboram em atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física será aplicado o disposto nos artigos 57 e 58, da Lei 8.213/1991, na redação vigente na data de publicação da emenda. Desse modo, para os trabalhadores submetidos ao Regime Geral de Previdência Social, que laboram em condições prejudiciais à saúde e à integridade física, a aposentadoria especial encontra regramento provisório que permite o exercício do direito constitucionalmente assegurado. Considerando que o objetivo do legislador constituinte, em ambos os casos foi um só, isto é, de dar proteção ao direito social à saúde e efetividade ao princípio da isonomia, além de promover a dignidade da pessoa humana, tem-se por razoável a aplicação provisória do mesmo regramento contido nos artigos 57 e 58, da Lei nº 8.213/1991, aos servidores públicos cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Portanto, busca-se, por conseguinte, mediante mandado de injunção, tornar viável o exercício, pelos servidores públicos que preenchem os requisitos para tanto, do direito consagrado no § 4° do artigo 40 da Constituição, nos termos dos artigos 57 e 58, da Lei nº 8.213/1991. DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, requer: a) a notificação da autoridade coatora, para que, querendo, no prazo legal, preste as informações que entender pertinentes, conforme artigo 7º, I, da Lei nº 12.016/09; b) Intimação Ministério Público. c) que o pedido seja ao final julgado procedente para declarar a omissão normativa do artigo 40, § 4º, da CRFB/88, que inviabilizou o direito á aposentadoria especial; d) a aplicação analógica da Lei nº 8.213/91 em seu artigo 57, caput e § 1º, até que seja sanada a omissão pelo Excelentíssimo Prefeito do Município Y, competente para edição da norma regulamentadora especifica. e) a condenação do impetrado em custas processuais http://www.jusbrasil.com/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91 http://www.jusbrasil.com/topicos/11349904/par%C3%A1grafo-1-artigo-57-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com/topicos/11349949/artigo-57-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com/legislacao/1033694/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10709053/par%C3%A1grafo-4-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10709053/par%C3%A1grafo-4-artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/431394/artigo-40-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 DAS PROVAS Requer a análise das provas anexadas a presente ação. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB nº.../UF PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 3 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X ABC, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., representada por seu administrador..., com endereço na rua..., bairro..., cidade..., Estado..., por seu advogado com endereço profissional na rua..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 106, do CPC/2015, com fundamento no artigo 5º, LXIX da CRFB/88 e artigo 1º da Lei nº 12.016/09, vem impetrar MANDADO DE SEGURANÇA em face de ato ilegal do SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO, com endereço..., integrante da pessoa jurídica de direito público o ESTADO X, pelos fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos: DOS FATOS Trata-se de licitação realizada pela Secretaria de Administração do Estado X, publicado o edital de licitação na modalidade concorrência para projetos básicos e executivos como também para realização de obras de contenção de encostas, na localidade de Barranco Alto. Impende consignar por oportuno que o referido edital exige além de requisitos de habilidade técnica a demonstração de aptidão para desempenho por meio de documentos que comprovem a participação do licitante em obras de drenagem, pavimentação e contenção de encostam que alcancem o montante de R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Vale ressaltar que além deste requisito o edital ainda propõe o da qualificação econômica, exigindo a apresentação de balanço patrimonial e demonstrações contábeis do ultimo exercício social que comprovem a boa qualidade financeira da empresa, além de todas as certidões negativas e de garantia da quantia equivalente a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. Ademais, o edital estabelece como requisito de habilitação do consorcio, um acréscimo de 50% (cinquenta por cento) dos valores exigidos para licitantes individuais. A impetrante interessada em participar da licitação em consorcio se insurgiu contra o referido Edital, posto que o mesmo encontrava-se eivado de uma série vícios, apresentando tempestivamente a impugnação à Administração Publica. Contudo, o impetrado, rejeitou a impugnação, se valendo do argumento de que todas as exigências decorriam de legislação federal. Desta forma, a impetrante, viu-se obrigada a se socorrer do presente remédio constitucional visando assegurar o seu direito, sendo inquestionável que os vícios do edital licitatório constituem ato administrativo de efeito concreto, passível de questionamento por meio de mandado de segurança. DOS FUNDAMENTOS Evidenciado está o cabimento do presente remédio constitucional, considerando o disposto no artigo 1º da Lei 12.016/09, bem como o artigo 5º, LXIX, CRFB/88, diante do ato ilegal/abusivo da autoridade coatora, uma vez que o edital contém inúmeros vícios e exigências totalmente descabidas que violam flagrantemente o direito líquido e certo do impetrante em participar do certame. A licitação é um procedimento administrativo, ou seja, uma série de atos sucessivos e coordenados, voltada, de um lado, a atender ao interesse público, pela escolha do negócio mais vantajoso para a Administração Pública, e de, outro a garantir a Legalidade, princípio de fundamental importância para que os particulares possam disputar entre si, de forma justa, a participação em contratações que as pessoas jurídicasde direito público entendam realizar. Desta forma, a licitação, objetiva selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, devendo obedecer: o Princípio da Isonomia entre os concorrentes, para que se obtenha condições que permitam sindicar a observância dos princípios da Legalidade, da Vinculação ao Edital, da Impessoalidade, da Moralidade, e da Probidade Administrativa, sem o que restam, comprometidas a validade da própria licitação e a consecução de seus objetivos, como definido no caput do art. 3 º da Lei 8.666/93. Com fulcro em tais preceitos legais, é de se saber que os princípios se apresentam como o alicerce das normas que regem os atos administrativos e devem ser obedecidos, sob pena de restar frustrada a validade e eficácia da licitação pública. Dentro do procedimento licitatório é fundamental que se mantenha a transparência, a probidade, a moralidade e os princípios éticos, o princípio da Isonomia, do julgamento igualitário ofertado a todos os licitantes que participam do certame. Em sede doutrinária, por adequar-se perfeitamente ao caso concreto, vale frisar ensinamento do Professor... “........................................................................................... ............................................................................................. ” (nome, obra, data, página) Um processo, desprovido do mais fundamental de todos os princípios, seria fútil e poderia ser comparado a um teatro de fantoches, promovido somente com o escopo de ludibriar os dispositivos legais e legitimar uma irregularidade evidente. Por evidente transparência, deve se observar que o projeto básico e a obra estão sendo licitados em conjunto, violando o que dispõe o art. 7 º, § 2º da Lei 8.666/93 no qual preconiza que a obra deve ser licitada quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do certame. Outrossim, o art. 9º, I da Lei 8.666/93 veda a elaboração de projeto básico e realização da obra pelo mesmo licitante, ocorrendo mais um vicio no edital de licitação. Impende consignar por oportuno que, a documentação relativa à qualificação técnica limita-se a comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, qualidades e prazos com o objeto de licitação conforme dispõe o art. 30 da Le 8.666/93. Portanto a exigência de experiência previa com serviços e valores muito superiores ao do objeto licitado viola este dispositivo acima mencionado. Nesse sentido é a jurisprudência do Egrégio Tribunal: AGRAVO MANDADO DE SEGURAN- ÇA. PROCESSO LICITATÓRIO. INABILITAÇÃO DE CONSÓRCIO. AUSÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO NÃO EXIGIDA NO EDITAL E NEM NA LEI DE REGÊNCIA. DESCABIMENTO. Cinge-se a controvérsia em determinar se o licitante pode exigir, sem previsão expressa, a apresentação do contrato social de empresa cotista de sociedade líder de Consórcio participante da licitação, a fim de apurar a sua habilitação. Como afirmou o d. magistrado prolator da decisão agravada, a comprovação da habilitação deve estar adstrita aos requisitos previstos em lei, o que não é o caso, na medida em que inexiste na Lei de regência ou mesmo no edital da licitação a exigência de apresentação do contrato social de uma empresa que é sócia de outra, integrante do consórcio participante da concorrência. Todavia, no caso entelado, conforme asseverou a d. Procuradoria de Justiça, a hipótese é a da prática comercial de criação de sociedades em que o capital social é concentrado em um dos sócios, sendo a pluralidade destes meramente formal, vez que o sócio minoritário não tem qualquer ingerência na sociedade. Assim, se revela apropriado o entendimento da Comissão de Licitação no que toca à necessidade de apresentação do contrato social da sociedade União Norte Construções e Participações Ltda. Não obstante, ante a inexistência de exigência legal ou editalícia para tanto, descabe a inabilitação de plano do processo licitatório, revelando-se mais adequado conceder prazo para regularização da documentação. RECURSO A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO NOS TERMOS DO ART. 557 §1-A DO CPC” 0042122-38.2014.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO, 1 ª Ementa DES. FERDINALDO DO NASCIMENTO - Julgamento: 23/02/2015 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL Importante observar que, o requisito de habilitação com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) dos valores exigidos ao licitante viola o disposto no art. 33, III, da Lei 8.666/93 que estabelece o teto de 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para o licitante individual. Portanto, restou configurado o direito líquido e certo da impetrante de anulação daquele procedimento viciado pelo edital contrário à legislação. DA CONCESSAO DA LIMINAR O fumus boni iuris constitui condição basilar para a concessão da liminar pretendida. Como bem pode observar Vossa Excelência, pelos fatos e fundamentos jurídicos arrolados, inquestionável é a violação do direito líquido e certo da Impetrante de, como Licitante, ver fluir de acordo com as normas e princípios legais pertinentes à matéria, o processo de Licitação na modalidade de concorrência publicada pela Secretaria de Administração do Estado X. Seu direito foi violado a partir do momento em que foi alijada do certame em dissonância com as regras editalícias, ou seja, foram violadas as regras do edital e a igualdade de tratamento. Portanto, a Autoridade Coatora procedeu de forma a agredir e ignorar a legislação pátria constante da Carta Magna e da Lei n.º 8.666/93. Conforme se depreende, em aguardando ao final o decisum, danos irreparáveis ocorrerão, pois, se não concedida a Liminar acarretar-se a exclusão de licitante que poderia trazer benefícios econômicos à Administração Pública como um todo. Vale ressaltar, que a cada dia que se passa, há a demora prejudicial aos interesses públicos e privados envolvidos no processo licitatório, que amargará dispêndio de tempo, no caso da anulação e elaboração de novo processo. Merece ainda ser demostrado que caso não seja deferida a liminar resultará em prejuízo a Administração Publica se o certame chegar ao fim com a adjudicação do objeto ao licitante vencedor e o inicio das obras, Atendidos os requisitos do art. 7º, II da Lei nº 1533/51, a medida liminar deve ser concedida no sentido de suspender o processo licitatório evitando a contratação ou anulação e, consequentemente, a completa perda do objeto do presente mandamus, para que, na sequência, se proceda à regularização do certame, DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: http://www4.tjrj.jus.br/ejud/consultaprocesso.aspx?N=201400229363&CNJ=0042122-38.2014.8.19.0000 a) a CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR para suspender a licitação até a decisão final; b) a notificação da autoridade coatora, para que, querendo, no prazo legal, preste as informações que entender pertinentes, conforme artigo 7º, I, da Lei nº 12.016/09; c) seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, para que, querendo, ingresse no feito; d) a intimação do Ilustre Membro do Ministério Público, na forma do artigo 12 da Lei nº 12.016/09; e) que o pedido seja ao final julgado procedente para determinar a anulação do procedimento viciado pelo edital contrário a legislação. f) a condenação do impetrado em custas processuais DAS PROVAS Requer a análise das provas anexadas a presente ação. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ ... (...) Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... ADVOGADO OAB/UF n. PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 4 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA TICIO, brasileiro, casado, engenheiro,portador do documento de identidade nº…, inscrito no CPF/MF sob o nº… , residente e domiciliado na Rua… , nº… Bairro… Cidade/Estado, por seu advogado infra assinado, inscrito na OAB nº…, com endereço profissional na Rua…, nº… Bairro… Cidade /Estado, CEP:… , local indicado para receber intimações (art. 106, do CPC/2015), vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art.5º, LXXII, da Constituição Federal de 1988 e Lei 9.507/1997, impetrar HABEAS DATA em face do ato praticado pelo MINISTRO DE ESTADO DE DEFESA, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: DA COMPETÊNCIA O artigo 105, I, “b”, da Constituição Federal, bem como o artigo 20, I, “b”, da Lei 9507/97, estabelece que: “Compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal”. Desse modo, verifica-se que a competência para processamento e julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade é originária do Superior Tribunal de Justiça. DO INTERESSE DE AGIR Nos termos do art.8º, parágrafo, único da Lei 9507/1997, comprovado o interesse de agir do Impetrante, legitimador do presente Habeas Data, pois junta-se cópia do anterior indeferimento do pedido à ficha de informações pessoais, no período em que, impetrante foi monitorado pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, como se verifica nos documentos juntados, a atitude da Autoridade Coatora viola flagrantemente, o direito do Impetrante em ter acesso, às suas informações pessoais e, portanto, de seu pessoal interesse, que estão nos arquivos públicos do período em que foi monitorado e preso para averiguações. DOS FATOS O Impetrante na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações, sendo seus movimentos monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. O Impetrante no ano de 2010, requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas sendo este ato decisório lastreado pelo Ministro de Estado da Defesa, pela necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Resta claro o arbitrário indeferimento por parte do impetrado. Sendo assim, não vislumbrou outra alternativa a não ser a propositura da presente ação para ver satisfeito um direito constitucional que lhe assiste. DO DIREITO Conforme se depreende, o Habeas Data é concedido para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público como estabelece o artigo 5º, LXXII, da CRFB/1988. No mesmo sentido é a redação do art.7º, da Lei 9507/1997. De outra banda o artigo 5º, XIV da CRFB/1988 diz que é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. Ademais, o artigo 37, caput da CRFB/1988, assenta que administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. E certo que houve desrespeito aos dispositivos constitucionais ora elencados, pois ainda que haja ressalva do sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, não se pode confundir a preservação das atividades do Estado, com o direito, também, constitucional de ter-se acesso, somente, às suas informações pessoais, de interesse claramente particular, assim sendo não assegurando ao cidadão o direito a informação como dispõe o artigo 5 º, X da CRFB/1988. A matéria é pacífica e não encanta o debate, valendo conferir ainda a ementa abaixo transcrita: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. OBTENÇÃO DE CERTIDÃO. FISCALIZAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS. INTERESSE PARTICULAR OU COLETIVO. DIREITO À INFORMAÇÃO. SEGURANÇA CONCEDIDA. PROVIMENTO NEGADO. 1. O art. 5º, XXXIII, da CF/88 assegura o direito à informação de interesse particular, como o exercício do direito de petição perante a própria Administração Pública ou a defesa de um direito individual perante o Judiciário, ou de interesse coletivo, como a defesa do patrimônio público, desde que respeitados o direito à intimidade e as situações legais de sigilo. 2. Na espécie, inexiste justificativa para não se conceder a certidão solicitada, pois o caso não envolve informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 3. O não fornecimento da certidão pleiteada constitui ilegal violação de direito líquido e certo do impetrante de acesso à informação de interesse coletivo, assegurado pelo art. 5º, XXXIII, da Constituição Federal e regulamentado pela Lei n. 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação)”. 4. Agravo regimental não provido. STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA AgRg no RMS 29489 RJ 2009/0089431-9 (STJ) - Data de publicação: 30/03/2015 O sigilo estaria preservado assim como o respeito à Lei, pois o acesso pretendido o é somente dos dados pessoais do Impetrante, não havendo pedido para acesso de dados de terceiras pessoas constante dos arquivos públicos do período desejado. Resta patente que o ato denegatório no fornecimento de informações do Impetrante, inclusive com o esgotamento da via administrativa, se mostra ilegal e abusivo, já que é contrário aos dispositivos Constitucionais que garantem o direito de acesso à informação de dados do Impetrante. http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/178338237/agravo-regimental-no-recurso-em-mandado-de-seguranca-agrg-no-rms-29489-rj-2009-0089431-9 http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/178338237/agravo-regimental-no-recurso-em-mandado-de-seguranca-agrg-no-rms-29489-rj-2009-0089431-9 http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/178338237/agravo-regimental-no-recurso-em-mandado-de-seguranca-agrg-no-rms-29489-rj-2009-0089431-9 Desta forma, conforme demonstrado o impetrante teve seu pedido indeferido, conforme documentação em anexo, em todas as instancias administrativas, comprovando o requisito essencial para a impetração da presente ação como dispõe o art. 8º da Lei 9507/97. DO PEDIDO Diante do exposto, requer: a) a notificação da autoridade coatora, para que, querendo, no prazo legal, preste as informações que entender pertinentes, conforme artigo 9º da Lei nº 9.507/97; b) a procedência do pedido de habeas data, para que seja assegurado ao Impetrante o acesso às informações de seu interesse; c) a intimação do Ilustre Membro do Ministério Público, na forma do artigo 12 da Lei nº 9.507/97. DAS PROVAS Requer a análise das provas anexadas a presente ação. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor por extenso) artigo 291, do CPC/2015. Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB/UF n. PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 5 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL... FULANO DE TAL, advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de ____, sob o n. ____, com endereço profissional n rua..., bairro..., cidade..., estado..., vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal, e 647 e seguintes do Códigode Processo Penal, impetrar HABEAS CORPUS em favor de TÍCIA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade n. ____, inscrita no CPF/MF n. ____, residente e domiciliada na rua..., bairro...,cidade..., estado..., contra ato ilegal praticado pelo Delegado de Polícia Titular da Delegacia de Polícia da Capital, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: DOS FATOS No último dia..., o Sr. ..., Delegado de Polícia, ora autoridade coatora, em entrevista à rádio local, determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as meretrizes que circularem na Capital, pois os “bons costumes” deveriam ser “restabelecidos”. Após ouvir a notícia, a paciente, que garante o seu sustento na qualidade de acompanhante, suspendeu o exercício da prática, pois passou a temer a ação da polícia, que vem, de fato, cumprindo a determinação da autoridade policial. DOS FUNDAMENTOS Resta nitidamente cabível a impetração do remédio constitucional de Habeas Corpus, no caso em tela, diante do artigo 5º, LXVIII, da CRFB/88 que afirma que conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. O habeas corpus pode ser considerado como remédio constitucional ou ação constitucional, pois sua gênese está no texto da Constituição Federal de 1988, conforme artigo 5º, inciso LXVIII, como um direito e garantia fundamental. É encarado como cláusula pétria e não pode ser suprimido do bojo da Constituição, nem mesmo por emenda constitucional (artigo 60, § 4º, da CRFB/88). Se considerarmos somente a redação do dispositivo constitucional para a análise da possibilidade de uso do HC, o cabimento poderá ficar limitado apenas às hipóteses de prisão de fato, o que não é correto, conforme os exemplos a seguir, que comportam a impetração do remédio: a) decisão que recebe a denúncia ou queixa, cujo fato descrito não constitua crime; b) sentença condenatória transitada em julgado decorrente de processo manifestamente nulo (deve ser pedida a anulação desde o ato viciado); c) instauração de inquérito policial para apurar fato atípico etc. Os exemplos anteriores podem ser nitidamente identificados no rol de hipóteses trazido pelo artigo 648 do CPP, que delimita, com maior clareza, as possibilidades de impetração de HC: A coação considerar-se-á ilegal: I. quando não houver justa causa; II. quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III. quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV. quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V. quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI. quando o processo for manifestamente nulo; VII. quando extinta a punibilidade. Considerando os fatos acima narrados é possível verificar que a ordem emanada do ilustre Delegado de Polícia constitui ato ilegal, pois impõe à paciente restrição indevida em sua liberdade de locomoção, haja vista que, como é sabido, a prostituição não constitui fato típico. Neste sentido segue a jurisprudência do STF: "HABEAS CORPUS" PREVENTIVO. "TROTTOIR". PROSTITUTAS AMEACADAS DE PRISÃO PELA POLICIA PAULISTA. FATO NOTORIO. RECURSO PROVIDO, PARA DEFERIR SALVO-CONDUTO, A FIM DE QUE AS PACIENTES NÃO SEJAM PRESAS FORA DAS HIPÓTESES E NA FORMA PREVISTA NO ART. 153, PARÁGRAFO 12, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (STF - RHC: 58974 SP, Relator: SOARES MUNOZ, Data de Julgamento: 29/09/1981, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 06-11-1981 PP-11110 EMENT VOL-01233-01 PP-00156 RTJ VOL-00100-03 PP-00581). No Brasil, a prática da prostituição não constitui um fato penalmente punível. Assim, a atividade exercida configura uma conduta lícita, por mais que seja malvista pela sociedade. Age ilicitamente quem incita ou se favorece da prostituição alheia, caso do rufianismo, mas não quem presta diretamente os serviços de ordem sexual. Em outras palavras: crime é explorar as pessoas que se prostituem, mas não a prostituição em si. Trata-se, inclusive, de uma profissão descrita na Classificação Brasileira de Ocupações, no Ministério do Trabalho. A Constituição Federal e os tratados internacionais ratificados pelo Brasil garantem o direito fundamental à liberdade de profissão, de modo que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer” (art. 5º, inc. XIII, da CF/88). Permita-nos trazer a colação entendimento doutrinário sobre o Principio da Dignidade da Pessoa Humana: “Os princípios constitucionais tornaram-se a base de todo o sistema legal de modo a viabilizar o alcance da dignidade humana em todas as relações jurídicas.” (Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 3ª ed. RT, 2006). Nesse sentido a ameaça perpetrada pelo ato ilegal da autoridade coatora “fere de morte” o principio da Dignidade da Pessoa Humana, previsto no artigo 1º, III, da CRFB/88, sendo este principio constitucional base do estado Democrático de Direito. A liberdade de locomoção é um direito fundamental de primeira geração que se goza em defesa da arbitrariedade do Estado no direito de ingressar, sair, permanecer e se locomover no território brasileiro. Este direito encontra-se acolhido no art. 5º, XV, CF onde prevê que é livre a locomoção no território nacional http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/112175738/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730517/inciso-xv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. A liberdade de locomoção é um desdobramento do direito de liberdade e não pode ser restringido de forma arbitrária pelo Estado, de forma que deve-se respeitar o devido processo legal para que haja esta privação. O devido processo legal é um princípio explicito na Constituição Federal cujo objetivo é criar procedimentos para as relações jurídicas oferecendo aos governados uma segurança jurídica quanto aos seus direitos Art. 5º, LIV. Ademais, a privação desta liberdade deve se dar, estritamente, por ordem escrita e fundamentada, nos termos do Art. 93, IX, CF. DO PEDIDO Diante do exposto, requer, após as informações prestadas pela autoridade apontada como coatora, seja concedida a ordem de habeas corpus, determinando-se a expedição de salvo-conduto em favor da paciente, como medida de justiça. VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$... (para fins fiscais) Nesses termos, pede deferimento. Local, data Advogado OAB/UF http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/112175738/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1699445/inciso-ix-do-artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626510/artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728364/inciso-liv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/112175738/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 6 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA. JOÃO, brasileiro, casado, agricultor, residente e domiciliado na Rua Manoel Elias, 313, em Florianópolis-SC, portador da carteira de identidade nº, CPFnº, título de eleitor nº da Zona Eleitoral..., por seu advogado (procuração em anexo), com endereço profissional à Rua..., bairro..., cidade..., estado...,onde receberá as intimações para fins do artigo 106 da Lei 13.105/15, vem, respeitosamente, à presença de V. Excelência, com fulcro nos artigos 5º, inciso LXXIII, da CRFB e 1º, da Lei nº 4.717/65, propor AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR pelo rito comum, em face SR...., SENADOR DA REPÚBLICA, com domicílio profissional no Prédio do Senado Federal, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília – DF, pelos motivos fáticos e jurídicos que passará a expor. DOS FATOS Recentemente, em 15 de abril de 2009, foi amplamente divulgada, pela imprensa em todo o país (docs 02, 03,04, 05 e 06), obra que está se iniciando no gabinete de trabalho do Senador XXXX, em valores que custarão aos cofres públicos mais de 1 milhão de reais. Das notícias ora postas, vê-se que partiu ordem do Gabinete do Senador para abrir licitação para a reforma do gabinete, envolvendo a compra de vários itens suntuosos, voluptuários, como bem se demonstra na reportagem, e, aliás, do que nelas também se vê, sem negativa do ora demandado, vindo este a justificar o clima instável de Brasília e a necessidade de perfeitas condições de atendimento no gabinete de senador das autoridades mais importantes do mundo. Do sistema comprasnet, o sítio eletrônico do Governo Federal, vemos que os objetos da licitação ainda não foram adjudicados, ainda não tendo sido, portanto, os contratos assinados. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO O caso envolve interesse da União que, inclusive, pode vir a atuar ao lado do autor na presente ação, é competente o Foro Federal; contudo, sem privilégio de foro, conforme temos também do Egrégio STJ, abaixo, transitado em julgado em 3/10/2001: O Senhor Ministro Milton Luiz Pereira (Relator): Conforme ensaiado no relatório, plasma-se conhecida situação conflituosa, originária de Ação Popular ajuizada contra o cidadão Fernando Henrique Cardoso ― sem a cogitação de estar no exercício da Presidência da República ― e outros requeridos, dentre eles a União Federal, movida por Autor domiciliado no Estado do Mato Grosso do Sul. Outrossim, na espécie, amoldada a competência territorial ou de foro, vertendo que é relativa e pode ser prorrogada, é defeso ao Juiz a declinação voluntária (Súmula 33/STJ), compreensão essa, à mão forte, prestigiada nos pretórios; como exemplos: "Competência. Ação Popular. Incompetência Relativa. Declaração de Ofício. Inadmissibilidade. I - A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício (Súmula n.º 33-STJ). II - Conflito de que se conhece, a fim de declarar-se a competência do juízo suscitado." (CC 17.312-DF, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, in DJU de2.9.96); "Processual Civil. Ação Popular. Competência. I - Se o ato é de origem federal, é competente para processar e julgar a ação o Juízo Federal. Competência territorial, relativa, que pode ser prorrogada.II - Conflito negativo julgado procedente. Competência do Juízo Federal da 2.a Vara do Paraná." (CC 1.071-DF, Rel.Min. Carlos M. Velloso, in DJU de 28.5.90); "Processual Civil. Conflito Negativo de Competência. Ação Popular Contra a União Federal Foro de Domicílio. 1. Conflito conhecido, na conformidade do parecer do ilustre Subprocurador da República, para declarar competente o Juízo Federal da 18a Vara da Seção Judiciária do Estado de São Paulo, o suscitado." (CC 26.332-RJ, Rel. Min. Peçanha Martins, in DJU de 9.10.2000). No estuário da exposição, quer por tão seja sobre as linhas da opinião ministerial manifestada ou pela aplicação da Súmula 33/STJ ou, com escudo na compreensão pretoriana comemorada ou, por fim, com todos os fundamentos, conhecendo e votando pela procedência do conflito, declaro a competência do Juízo Federal da Primeira Vara Federal - Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso do Sul -, suscitado. É o voto. Ademais, assim o § 2.º do art. 109 da Constituição Federal, prevê a competência da Justiça federal, nos termos do caso em tela, pois, exigir do autor, pessoa de parcos recursos financeiros, que se desloque até Brasília seria um absurdo jurídico e social, dado o desenho especial da ação popular. DO DIREITO É notório o cabimento da presente ação haja vista a previsão legal do artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB e do artigo 1º, da Lei n. 4.717/65, sendo a ação popular o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público. No que tange a legitimidade, esta se encontra perfeitamente atendida por ser o autor cidadão, com plena regularidade de seus direitos políticos (título de eleitor em anexo). É a ação popular uma verdadeira ação da cidadania. Com requisitos postos na Constituição Federal, assim tem assento, no inciso LXXIII de seu art. 5.º: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.” Ademais, os requisitos legais estão presentes nos artigos da Lei n.º 4.717, de 1.965 abaixo transcritos: Art. 1.º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição Federal, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. Ademais, resta configurada a lesividade ao patrimônio público, tendo em vista que a Lei da Ação Popular, em seu artigo 2º, parágrafo único, alínea “d” e “e”, já consignou o desvio de finalidade como vício nulificador do ato administrativo lesivo ao patrimônio público e o considera caracterizado quando o agente pratica ato visando fim diverso do previsto, bem como quando inexiste motivação para a prática do ato, no presente caso, verifica-se que não há qualquer motivo plausível para aos gastos pretendidos pelo réu. Como legítimo instrumento da cidadania, a ação popular imprescinde da demonstração do prejuízo material, posto visar, também, os princípios da administração pública, mormente o da moralidade pública, como já sedimentado junto ao Egrégio Supremo Tribunal Federal: O entendimento sufragado pelo acórdão recorrido no sentido de que, para o cabimento da ação popular, basta a ilegalidade do ato administrativo a invalidar, por contrariar normas específicas que regem a sua prática ou por se desviar dos princípios que norteiam a Administração Pública, dispensável a demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, não é ofensivo ao inc. LXXIII do art. 5.º da Constituição Federal, norma esta que abarca não só o patrimônio material do Poder Público, como também o patrimônio moral, o cultural e o histórico. As premissas fáticas assentadas pelo acórdão recorrido não cabem ser apreciadas nesta instância extraordinária à vista dos limites do apelo, que não admite o exame de fatos e provas e nem, tampouco, o de legislação infraconstitucional.Recurso não conhecido. (RE 170168, DJU de 13/08/1999). No presente caso, então, aliada à real possibilidade iminente de prejuízo ao Erário, temos que o princípio da moralidade está sendo severamente afetado, mormente em época de cortes orçamentários no nosso País, com a previsão de milhões de desempregados, e, ademais, os Presidentes do Senado anteriores já vinham recebendo de há muito tempo autoridades em seu Gabinete, que, certamente, a ninguém envergonhou no tocante às instalações. PRESSUPOSTOS. ILEGALIDADE. LESIVIDADE. 1. A ação popular é meio processual constitucional adequado para impor a obediência ao postulado da moralidade na prática dos atos administrativos. 2. A moralidade administrativa é valor de natureza absoluta que se insere nos pressupostos exigidos para a efetivação do regime democrático. (EResp nº 14.868, DJU de 18/04/2005). Nesse diapasão, a pretensão principal do autor é expressamente amparada pelo artigo 11 da Lei nº 4.717/65, postulando a invalidade do contrato administrativo e condenação dos réus a reparação em perdas e danos. DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR Pretende o autor, após a manifestação do Ministério Público, a concessão da medida liminar, demonstrados os relevantes motivos da ação em defesa do patrimônio público e da moralidade, a fim de evitar danos de enorme gravidade e de difícil reparação, ainda mais no vertente caso em que presentes os requisitos do periculum in mora considerando que uma vez terminado o presente certame e assinado o contrato, ainda haveria outros problemas senão, aliado à extrema dificuldade de reembolso futuro por parte do Político, mas, também, a questão dos direitos de terceiros de boa-fé, e do princípio de vedação de enriquecimento estatal sem justa causa, visto que, uma vez feitas as aquisições e obras, os contratados não mais terão de devolver o dinheiro recebido com a venda de seus produtos, e do fumus boni iuris, pois o ato praticado pelo réu atenta vergonhosamente à moralidade administrativa, princípio expresso a ser seguido na Administração Pública, no caput do art. 37 da Constituição Federal vigente, com itens suntuosos para seu Gabinete, em meio à crise mundial com perda de milhões de postos de trabalho e desaquecimento da Economia brasileira, inclusive. DO PEDIDO Diante do exposto requer a V.Exª.: a) a concessão inaudita altera pars da medida liminar para sustar quaisquer atos das licitações cujo objeto atenderão às despesas objeto desta ação popular, bem como a sustação de qualquer ato que se digne a pagar tais despesas com recursos públicos; b) a citação do réu, nos prazos e termos do inciso IV do art. 7.º da Lei n.º 4.717, de 1965, com cópia da presente, bem como documentos acostados; c) a oitiva do Ministério Público Federal; d) a intimação da União, para, querendo, assim se manifestar, forte no § 3.º do art. 6.º da Lei n.º 4.717, de 1965; e) seja julgado procedente o pedido para anular quaisquer atos administrativos tomados pelo demandado na presente ação visando às despesas objeto da presente ação popular, bem como, caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu, com comunicação ao Ministério Público para as devidas ações penais e de improbidade que entender pertinentes; f) A condenação do Réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos do art. 12 da Lei n.º 4.717, de 1965, bem como nas custas. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Nestes termos, pede deferimento. Local e data Advogado... / OAB/UF n.º... PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 7 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE COMÉRCIO, inscrita no CNPJ nº..., com sede na rua..., bairro..., cidade..., estado..., representada por seu Presidente..., por seu advogado com poderes especiais, conforme procuração em anexo, em cumprimento ao disposto no Art.3º, parágrafo único da lei 9868/99, com endereço profissional na rua..., bairro, cidade, estado, onde recebera as intimações (art. 39, I, CPC), vem com fulcro no Art. 103 da CF e Art.1º da lei 9868/99, propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR pelo rito especial da Lei nº 9.868/99, em face NORMA Nº..., tendo como responsáveis pela aprovação e promulgação do ato impugnado o GOVERNADOR DO ESTADO KWY e ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO KWY esperando que seja recebida e, seguindo as formalidades de estilo do Regimento Interno do STF, seja distribuído em conformidade com seu artigo 66, e ao final declarada a inconstitucionalidade do referido dispositivo, pelos fatos e fundamentos a seguir: DA LEGITIMIDADE A legitimidade ativa da Confederação Nacional do Comércio para a propositura da presente encontra assento artigo 103, IX, CRFB/88 e artigo 2º, IX, da Lei nº 9.868/99, salientando-se que esta confederação demonstra possuir pertinência temática ao caso, considerando que se trata de direito a propriedade privada e livre iniciativa no exercício de atividade de toda categoria do comércio, direito esse que não pode ser exercido em razão da edição da norma questionada. DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Na forma do artigo 102, I, a, CRFB/88 é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. Ressalta-se que trata-se de norma editada pelo Estado KWY, uma vez aprovado pela a Assembleia Legislativa vem gerando efeitos sobre os estabelecimentos comerciais do estado, razão pela qual, dúvida não há quanto a competência originária do STF na presente ação. DO CABIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Como cediço, é cabível ação direta de inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo estadual ou federal contrário à Constituição da República (artigo 102, I, “a”), abrangendo tanto vícios formais, quanto vícios materiais. No caso sob exame, convém ainda registrar que se trata de Diploma Legislativo posterior à promulgação da Constituição Federal, razão pela qual resta atendido o princípio da contemporaneidade entre o ato atacado e o parâmetro constitucional indicado. Deste modo, não há dúvida em relação à adequação da via eleita pelo Requerente. DOS FATOS E FUNDAMENTOS O estado KWY editou ato normativo determinando que os estabelecimentos comerciais como supermercados, hipermercados, shopping center, ficam impedidos de cobrar pelo estacionamento, sob pena de multa e gradação nas punições administrativas. Verificando a edição da norma que determina a gratuidade do estacionamentos privados vinculados aos estabelecimentos comerciais acima mencionados, a Confederação Nacional do Comércio evidenciou a pertinência temática para propositura da presente ação, já que a violação ao fundamentos constitucionais com a edição de tal norma atinge a categoria do Comércio, sendo a requerente parte legitima para a propositura da referida ação, conforme disposto pelo Art. 108, inciso IX da CF. De acordo com o Art.22, inciso I da CF, compete originariamente à UNIÂO legislar sobre direito civil, sendo certo que a edição da norma pelo Estado viola a competência legislativa, pois interfere diretamente no direito de propriedade privada, resguardada pelo Art.5º, inciso XXII da CF. Não restam dúvidas de que ao determinar a gratuidade do estacionamentos o ato normativo adentra no direito de propriedade, e portanto, o fundamento constitucional para a propositura da ADI encontra assento na invasão de competência paralegislar sobre matéria devida à União. Ademais o Art. 170 da CF, estabelece que a todos é dado o direito de exercer atividade econômica, sendo princípio constitucional à livre iniciativa ao trabalho e a atividade econômica. Logo qualquer norma que retire do indivíduo sem justo motivo o exercício de iniciativa viola norma constitucional, o que deve ser revisto por este Egrégio Tribunal. Nese sentido segue jurisprudência: DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. AÇÃO DIRETA DA INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO "OU PARTICULARES" CONSTANTE DO ART. 1º DA LEI Nº 2.702, DE 04/04/2001, DO DISTRITO FEDERAL, DESTE TEOR: "FICA PROIBIDA A COBRANÇA, SOB QUALQUER PRETEXTO, PELA UTILIZAÇÃO DE ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS EM ÁREAS PERTENCENTES A INSTITUIÇÕES DE ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR, PÚBLICAS OU PARTICULARES". ALEGAÇÃO DE QUE SUA INCLUSÃO, NO TEXTO, IMPLICA VIOLAÇÃO ÀS NORMAS DOS ARTIGOS 22, I, 5º, XXII, XXIV e LIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. QUESTÃO PRELIMINAR SUSCITADA PELA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL: a) DE DESCABIMENTO DA ADI, POR TER CARÁTER MUNICIPAL A LEI EM QUESTÃO; b) DE ILEGITIMIDADE PASSIVA "AD CAUSAM". 1. Não procede a preliminar de descabimento da ADI sob a alegação de ter o ato normativo impugnado natureza de direito municipal. Argüição idêntica já foi repelida por esta Corte, na ADIMC nº 1.472-2, e na qual se impugnava o art. 1º da Lei Distrital nº 1.094, de 31 de maio de 1996. 2. Não colhe, igualmente, a alegação de ilegitimidade passiva "ad causam", pois a Câmara Distrital, como órgão, de que emanou o ato normativo impugnado, deve prestar informações no processo da A.D.I., nos termos dos artigos 6º e 10 da Lei nº 9.868, de 10.11.1999. 3. Não compete ao Distrito Federal, mas, sim, à União legislar sobre Direito Civil, como, por exemplo, cobrança de preço de estacionamento de veículos em áreas pertencentes a instituições particulares de ensino fundamental, médio e superior, matéria que envolve, também, direito decorrente de propriedade. 4. Ação Direta julgada procedente, com a declaração de inconstitucionalidade da expressão "ou particulares", contida no art. 1º da Lei nº 2.702, de 04.4.2001, do Distrito Federal. (STF - ADI: 2448 DF , Relator: Min. SYDNEY SANCHES, Data de Julgamento: 23/04/2003, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 13-06-2003 PP- 00008 EMENT VOL-02114-02 PP-00299) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL. ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 22, I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou entendimento no sentido de que invade a competência da União para legislar sobre direito civil (art. 22, I da CF/88) a norma estadual que veda a cobrança de qualquer quantia ao usuário pela utilização de estabelecimento em local privado (ADI 1.918, rel. min. Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney Sanches; ADI 1.472, rel. min. Ilmar Galvão). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. (STF - ADI: 1623 RJ , Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 17/03/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-2011 EMENT VOL-02504- 01 PP-00011) O Professor José Afonso da Silva, em seu curso de Direito Constitucional Positivo ensina: “a liberdade de iniciativa envolve a liberdade de indústria e comércio ou liberdade de empresa e a liberdade de contrato.” Portanto, deve ser declarada a inconstitucionalidade da norma, com efeitos ex tunc, sendo consequência lógica do Estado Democrático do Direito, alicerçado na Supremacia da Constituição, não merecendo, portanto, por todos os motivos expostos a modulação dos efeitos da decisão que de deseja. DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR No caso em questão, presentes estão os requisitos para a concessão da medida, conforme preceitua o Art.10 da lei 9868/99. O fumus boni iuris reside no fato de que o ato normativo interfere diretamente no direito à propriedade privada, violando competência privativa da União. O periculum in mora pode ser constatado no perigo iminente de aplicação de multa e gradação administrativa da punição pelo órgão fiscalizador, bem como, no prejuízo monetário aos estabelecimentos comerciais que sejam sujeitos à lei. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer à Vossa Excelência: 1) a concessão da medida Cautelar suspender o ato normativo nº..., editado pelo estado KWY, até o julgamento em definitivo da presente ação; 2) a notificação do governador do Estado KWY e da Câmara do Estado KWY, para que prestem informações na forma do artigo 6º e parágrafo único, da Lei nº 9.868/99; 3) a oitiva do Advogado-Geral da União para a defesa da norma; 4) a oitiva do Procurador-Geral da República; 5) a procedência do pedido com a declaração de inconstitucionalidade da norma nº... com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante; DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 3º, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB/UF n.º... PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 8 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO POLÍTICO, com representação no Congresso Nacional, por seu Presidente..., CNPJ nº..., com sede na..., bairro..., cidade..., por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., endereço que indica para fins do artigo 106, do CPC/2015, devidamente constituído, conforme procuração com poderes especiais em anexo (Lei nº 9.868/99), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 102, I, a; 103, VIII; da CRFB/88, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR pelo rito especial da Lei nº 9.868/99, em defesa da LEI COMPLEMENTAR 135/2010, conforme especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que passa a expor, esperando que seja recebida e seguindo as formalidades de estilo do Regimento Interno do STF, seja distribuída, e ao final declarada a constitucionalidade da referida lei. DA LEGITIMIDADE A legitimidade ativa do partido político para a propositura da presente encontra assento no artigo 103, VIII, da CRFB/88, e conforme pacificado por esta corte, segundo o Ministro Celso de Mello, independe de pertinência temática “... os partidos políticos tem legitimidade para ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na norma atacada” “O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do vinculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos fins institucionais, que justificam a existência em nosso sistema normativo, dos partidos políticos.” (STF – ADI 1396). Portanto, o Requerente por ser considerado Autor Neutro e Universal encontra-se dispensado de demonstrar Pertinência Temática. DA COMPETÊNCIA Na forma do artigo 102, I, “a”, CRFB/88 é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. DO CABIMENTO Cabe demonstrar a controvérsia judicial sobre a aplicação da norma, uma vez que a ação declaratória de constitucionalidade visa resguardar a ordem jurídica constitucional, de modo a afastar o estado de incerteza ou insegurança jurídica sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, nos termos do artigo 14, III, da Lei nº 9.868/994 e artigo 102, I, “a”, da CRFB/88. Assim,cumpre salientar que alguns tribunais têm afastado a aplicação da Lei Complementar 135/2010 à atos ocorridos anteriormente a existência da citada lei, por reputá-la inconstitucional, supostamente em virtude de afronta ao principio da segurança jurídica e da irretroatividade da lei mais gravosa. DOS FATOS E FUNDAMENTOS Inicialmente cabe salientar a existência da Lei complementar 135, de junho de 2010 que versa sobre a questão de inelegibilidades infraconstitucionais, na forma do disposto no art. 14, § 9º da CRFB/88, sendo prevista sua aplicação até mesmo quando se estiver diante de fatos ocorridos antes do advento do referido diploma legal, sem que isso cause qualquer prejuízo ao principio da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. Permita-nos trazer à baila informações sobre a citada lei complementar: Lei Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010. Altera a Lei Complementar nº 064, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9º do artigo 014 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato. Diante da vigencia da lei, tornou-se possível se afirmar a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da citada lei, apresentando-se divergência nos Tribuanis Eleitorais sobre a aplicação dos dispositivos trazidos pela Lei Complementar 135/2010 a fatos que tenham ocorrido antes do advento do novel diploma de inelegibilidades. Cabe, esclarecer que o TRE de Sergipe, adotou entendimento segundo o qual a lei consitui ofensa aos principios da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica (julgado na integra em anexo), já o TRE de Minas Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o qual a Lei Complementar se aplica às condenações anteriores (julgado na integra em anexo). Portanto, havendo controvérsia sobre a possibilidade de aplicação das hipoteses de inelegibilidade instituidas pela Lei Complementar 135/2010, a atos jurídicos que tenham ocorrido antes do advento do diploma legal, o partido político, nasceu o temor de que surjam questionamentos dos candidatos que vierem a ser impugnados nas eleições de 20xx, sobre a consittucionalidade da aplicação da referida lei, já que a indefenição da questão pode causar grave insegurança jurídica nas eleições vindouras, e assim, o que se pretende com a presente ação e que haja pronunciamento do Excelso Tribunal sobre o tema, e para tanto pretende demonstrar que a aplicação dos dispositivos da lei a situações ocorridas antes da existência desta não ofende o dispositivo nos incisos XXXVI e XL, do artigo 5º, da CRFB. De início, no mérito, cabe ponderar a razoabilidade da expectativa de um indivíduo de concorrer a cargo público eletivo, à luz da exigência constitucional de moralidade para o exercício do mandato (artigo 14, § 9º, CRFB/88), resta afastada em face da condenação prolatada em segunda instância ou por um colegiado no exercício da competência de foro por prerrogativa de função, da rejeição de contas públicas, da perda de cargo público ou do impedimento do exercício de profissão por violação de dever ético-profissional. Assim, não é plausível a tese de ofensa ao princípio da segurança jurídica, posto que nenhum cidadão tem o direito inato e inalienável a se candidatar. Todo e qualquer pedido de registro de candidatura deve passar pelo crivo da Justiça, sendo que aquele momento em que é formalizado o pedido de registro é o marco temporal para a aferição da capacidade eleitoral passiva. Ademais, quanto a presunção de inocência consagrada no art. 5º, LVII, da Constituição Federal, esta deve ser reconhecida como uma regra e interpretada com o recurso da metodologia análoga a uma redução teleológica, que reaproxime o enunciado normativo da sua própria literalidade, de modo a reconduzi-la aos efeitos próprios da condenação criminal, sob pena de frustrar o propósito moralizante do art. 14, § 9º, da Constituição Federal. Acrescente-se aos argumentos que o direito político passivo (ius honorum) é possível de ser restringido pela lei, nas hipóteses que, in casu, não podem ser consideradas arbitrárias, porquanto se adequam à exigência constitucional da razoabilidade. No caso em tela, o princípio da proporcionalidade resta prestigiado pela Lei Complementar nº 135/10, na medida em que: (i) atende aos fins moralizadores a que se destina; (ii) estabelece requisitos qualificados de inelegibilidade e (iii) impõe sacrifício à liberdade individual de candidatar-se a cargo público eletivo que não supera os benefícios socialmente desejados em termos de moralidade e probidade para o exercício de referido munus publico. Assim, o exercício do ius honorum (direito de concorrer a cargos eletivos), em um juízo de ponderação no caso das inelegibilidades previstas na Lei Complementar nº 135/10, opõe-se à própria democracia, que pressupõe a fidelidade política da atuação dos representantes populares. Portanto, a Lei Complementar nº 135/10 também não fere o núcleo essencial dos direitos políticos, na medida em que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos. Neste sentido segue a jurisprudência: ADC nº 29: Ações declaratórias de constitucionalidade cujos pedidos se julgam procedentes, mediante a declaração de constitucionalidade das hipóteses de inelegibilidade instituídas pelas alíneas “c”, “d”, “f”, “g”, “h”, “j”, “m”, “n”, “o”, “p” e “q” do art. 1º, inciso I, da Lei Complementar nº 64/90, introduzidas pela Lei Complementar nº 135/10, vencido o Relator em parte mínima, naquilo em que, em interpretação conforme a Constituição, admitia a subtração, do prazo de 8 (oito) anos de inelegibilidade posteriores ao cumprimento da pena, do prazo de inelegibilidade decorrido entre a condenação e o seu trânsito em julgado.Inaplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade às eleições de 2010 e anteriores, bem como para os mandatos em curso, à luz do disposto no art. 16 da Constituição. Precedente: RE 633.703, Rel. Min. GILMAR MENDES (repercussão geral). PREVENÇÃO - ADI 4578. Por fim, cabe salientar que a inelegibilidade tem as suas causas previstas nos §§ 4º a 9º do artigo 14 da Carta Magna de 1988, que se traduzem em condições objetivas cuja verificação impede o indivíduo de concorrer a cargos eletivos ou, acaso eleito, de os exercer, e não se confunde com a suspensão ou perda dos direitos políticos, cujas hipóteses são previstas no artigo 15 da Constituição da República, e que importa restrição não apenas ao direito de concorrer a cargos eletivos. Diante das considerações acima, Lei Complementar nº 135/10 é constitucional, uma vez que adota medidas necessárias, adequadas e proporcionais, atendendo aos fins moralizadores a que se destina. DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR Torna-se imprescindível, in casu, a concessão de medida cautelar inaudita altera pars (com fulcro no artigo 21, da Lei Federal nº 9.868/99), para que seja declarada a aplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade previstas na lei objeto da presente ação. O fumus boni iuris reside nas razões expendidas, que demonstram a discussão acerca da Lei Complementar. O periculum in mora surge em perfunctória análise. Trata-se de aplicação de norma que diz respeito a cidadania, sendo que sua aplicação exige segurança e certeza, deforma a evitar divergências e descredito a Lei Complementar 135/2010. DO PEDIDO Diante do exposto, requer à Vossa Excelência: 1) a CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR para, liminarmente, suspender os efeitos de quaisquer decisões que, diretaou indiretamente, neguem vigência à lei Complementar 135/2010 por considerá-la inconstitucional, até o julgamento em definitivo da presente ação; 2) a oitiva do Procurador-Geral da República; 3) que sejam solicitadas informações as autoridades competentes; 4) a procedência do pedido com a declaração de constitucionalidade da Lei Complementar 135/2010, no que tange a sua aplicação à fatos ocorridos anteriores a sua existência, com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante. DAS PROVAS Requerer a produção das provas admitidas em direito na forma do artigo 14º, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo cópia das decisões judiciais). DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ .... (valor por extenso) artigo 291, do CPC/2015. Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB/UF n.º... PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049 Semana Aula: 9 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no Congresso Nacional, representado por seu Presidente..., CNPJ nº..., com sede na..., bairro..., cidade..., por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., endereço que indica para fins do artigo 106, do CPC/2015, devidamente constituído, conforme procuração com poderes especiais em anexo (Lei nº 9.868/99), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 103, § 2º, da CRFB/88, sendo também disciplinada nos artigos 12-A a 12-H da Lei nº 9.868/99, alterada pela Lei nº 12.063/2009 que acrescentou à lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999, o Capítulo II-A, propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO com base no artigo 103, §2º, da CRFB/88 e na Lei nº 9.868/99, por omissão do EXMO. SR. GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA em face do descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, , da Constituição Federal, esperando que seja recebida e seguindo as formalidades de estilo, seja distribuída e ao final declarada a mora do Poder competente, que inviabiliza a aplicação da norma constitucional, conforme será demonstrado ao longo da presente petição, nos termos e motivos que passa a expor. DA LEGITIMIDADE A legitimidade ativa do partido político para a propositura da presente encontra assento no artigo 103, VIII, da CRFB/88, e conforme pacificado por esta corte, segundo o Ministro Celso de Mello, independe de pertinência temática “... os partidos políticos tem legitimidade para ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na norma atacada” “O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do vinculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos fins institucionais, que justificam a existência em nosso sistema normativo, dos partidos políticos.” (STF – ADI 1396). Portanto, o Requerente por ser considerado Autor Neutro e Universal encontra-se dispensado de demonstrar Pertinência Temática. DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Na forma do artigo 102, I, “a”, CRFB/88 é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. É certo que frente a omissão legislativa federal que se discute no caso em questão, a competência originária do Supremo Tribunal Federal resta evidenciada. DO CABIMENTO A competência legislativa dos Órgãos Estatais é um poder-dever, porquanto o princípio fundamental do Estado de Direito Republicano exige que o poder político deve ser exercido para a realização não de interesses particulares, mas do bem comum do povo (res publica). Segue-se daí que toda competência dos órgãos públicos, em lugar de simples faculdade ou direito subjetivo, representa incontestavelmente um poder- dever. Assim, ao dispor a Constituição da República que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário são “Poderes da União, independentes e harmônicos entre si” (artigo 2°), reforça o princípio que se acaba de lembrar, pois quando os órgãos estatais constitucionalmente dotados de competência exclusiva deixam de exercer seus poderes-deveres, o Estado de Direito desaparece. Sabe-se ser imprescindível, para o cabimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão a existência de um direito previsto na Constituição Federal que não possa ser exercido por ausência de lei especifica e, no caso em tela, tal direito, pode ser encontrado no artigo 37, X da CRFB/1988. DOS FATOS E FUNDAMENTOS Trata-se de ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão, proposta pelo Partido Progressista com representação no Congresso Nacional, considerando o descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, da Constituição Federal, o qual prevê a revisão geral anual dos servidores públicos, na mesma data e com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina. É nítida a omissão do Governador do Estado de Santa Catarina, do dever de encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que regulamente a revisão geral anual, na mesma data e sem distinção de índices, da remuneração dos servidores públicos dessa unidade da Federação, conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal. Cabe salientar que a última revisão remuneratória ocorrida nesse Estado-membro se deu com a edição da Lei xxx, de 10/10/2003, assim os servidores acumulam, desde então, sucessivas perdas salariais geradas pela inflação, e mesmo após decorrido todo esse tempo, não há qualquer sinal de que o Executivo Estadual pretenda cumprir o ditame ora destacado. Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a determinadas carreiras estaduais como pela ausência, nas leis orçamentárias dos últimos anos, de dotações visando restituir as perdas salariais dos servidores, pretende a presente ação para ver declarada a omissão, tendo em vista a inexistência de norma regulamentadora do art. 37, X, da Carta Magna, pretendendo-se também o estabelecimento do prazo de trinta dias para que o Exmo. Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder Legislativo projeto de lei específico, destinado a fixar ou manter a periodicidade máxima de 12 meses para reajuste dos vencimentos. Considerando os fatos acima expedidos, é nítido o direito que ora se pleiteia, dado o caráter obrigatório da revisão geral anual prevista no inc. X, do artigo 37, da CF/88, sendo certo que deve ser fixado um prazo razoável para que o Governador proponha a lei reclamada, prazo este de acordo com art. 103, § 2º, da Lei Maior, ou ao menos qualquer outro prazo razoável que faça respeitar as garantias constitucionais dos servidores públicos catarinenses. Não restam dúvidas o direito a revisão geral anual dos índices de remuneração e subsídios dos servidores públicos estaduais, sendo esse direito um fortalecer da Garantia de irredutibilidade, sendo certo que a mora do Poder Executivo em propor a lei revisora para cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica, vem gerando sérios prejuízos aos servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto Constitucional assegura a anualidade e a igualdade de condições de todos os servidores, sem distinção, devendo ocorrer por intermédio de lei específica, sob pena de violar o princípio constitucional da igualdade (artigo 5º da CRFB/88). “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO -
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