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LICITAÇÃOES E CONTRATOS

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LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO 
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA 
Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
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I - APRESENTAÇÃO 
Olá a todos! Muito prazer, meu nome é Carlos Antônio Corrêa de Viana 
Bandeira. 
Sou Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
(PUC-SP), em 1994, e cursei Economia Moderna pela George Washington 
University (GWU), em Washington, D.C., Estados Unidos da América, em 2008. 
Já fui Advogado atuante na Área Cível e Empresarial, Juiz de Direito, Juiz 
Eleitoral, Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional Substituto, 
Coordenador-Geral Jurídico da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) 
e Conselheiro Fiscal de sociedades de economia mista do governo federal. 
Atualmente, com muita satisfação, sou Procurador da Fazenda Nacional e 
Professor do Ponto dos Concursos. 
Por tudo, devo constante gratidão a Deus! E quero dizer que será uma 
grande honra estudarmos juntos para o concurso da Câmara dos Deputados! 
Apresento a todos vocês nosso curso de Licitações e Contratos para 
Analista Legislativo da Câmara dos Deputados, em Teoria e Exercícios 
comentados. 
II - MATÉRIAS E CRONOGRAMA DE AULAS 
O edital pede, basicamente: “IV LICITAC�ÕES E CONTRATOS. 1 
Modalidades, tipos, regimes, dispensa, dispensabilidade, inexigibilidade. 2 
Contratos, convênios, acordos e ajustes.” 
Seguiremos o edital para abordar a parte teórica das leis, decretos e 
também das normas internas da Câmara dos Deputados, em matéria de 
Licitações e Contratos, da seguinte forma: 
1) Aula 01: Licitações (Parte 1); e exercícios comentados; 
2) Aula 02: Licitações (Parte 2); Contratos; Convênios; Acordos; Ajustes; 
normas internas da Câmara dos Deputados; e exercícios comentados. 
III - MÉTODO DE ENSINO E DICAS DE ESTUDO 
As aulas serão divulgadas de acordo com as regras do Ponto dos 
Concursos (www.pontodosconcursos.com.br), com parte teórica, resumos, 
exercícios comentados e exercícios repetidos. 
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DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 01 
PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA 
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Sabemos que o concurso será elaborado pelo Centro de Seleção e de 
Promoção de Eventos (CESPE), órgão que integra a Fundação Universidade de 
Brasília (FUB). Por isso, o nosso principal foco será estudarmos questões 
elaboradas por essa banca. 
Também considero que existem questões muito boas de outras bancas, 
algumas das quais resolvi integrar em nossa programação de exercícios 
comentados. 
Adianto que há questões que foram desmontadas, por motivos didáticos. 
Pessoal, qualquer tipo de dúvida ou comentário, sintam-se à vontade para 
se dirigir ao espaço destinado à nossa aula, no forum de dúvidas, por favor. 
Ou, se preferirem, entrem em contato conosco, escrevendo para 
carlosbandeira@pontodosconcursos.com.br, que teremos o maior prazer em 
responder as mensagens. 
IV - SAUDAÇÕES 
É isso aí, Turma! Vamos à matéria de Licitações e Contratos! 
Desejo-lhes pleno sucesso, felicidades e muito boa sorte nos estudos e 
nas provas! 
Abraços, 
Carlos Bandeira 
 
 
AULA 01 - TEORIA 
Dever de licitar. Competência legislativa. 
Procedimento vinculado e ato administrativo 
formal. Tríplice finalidade. Princípios. Licitação 
dispensada. Dispensa de Licitação. 
Inexigibilidade de Licitação. 
 
1. ALCANCE DA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS 
Pessoal, nossa aula de hoje será sobre licitações. 
Devemos saber que cada órgão da chamada “máquina governamental” de 
qualquer esfera pública do Brasil precisa, via de regra, fazer licitação, para 
poder celebrar contratos com terceiros, visando suprir as necessidades 
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próprias e da coletividade, adquirindo ou vendendo bens, ou contratando a 
execução de obras e serviços diversos. 
O fundamento para licitar está no art. 37, inciso XXI, da Constituição 
Federal (CF), mas o principal diploma legal que rege essa matéria, com 
“status” de normas gerais, é a Lei de Licitações e Contratos (LLC), Lei no 
8.666, de 21 de junho de 1993. 
LLC: 
“Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e 
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos 
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as 
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios.” 
 
2. DEVER CONSTITUCIONAL DE LICITAR 
Pessoal, esse é outro detalhe importante que precisamos lembrar sobre a 
matéria: a Administração Pública em geral possui o dever 
constitucional de licitar. Trata-se de uma obrigação prevista no art. 37, 
inciso XXI, da CF. 
CF: 
“37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
.................................... 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a 
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todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de 
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da 
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.” 
Essa regra constitucional possui exceção?! Sim! As exceções devem 
estar descritas em lei, como diz o próprio inciso XXI, que acabamos de ler. 
ATENÇÃO: quando a lei autorizar a contratação sem licitação, 
estaremos diante das chamadas contratações diretas. Mais à 
frente, vamos falar bem sobre elas! 
� Ex.: o art. 24, da LLC, descreve hipóteses de dispensa de 
licitação, dentro as quais: “III - nos casos de guerra ou grave 
perturbação da ordem”. 
� Outro exemplo: o art. 25, da LCC exemplifica hipóteses de 
inexigibilidade de licitação, que são situações em que a 
competição é inviável (impraticável). 
CUIDADO: licitação dispensada ≠ ≠ ≠ licitação dispensável ≠≠≠ 
licitação inexigível! 
• Licitação dispensada: o legislador dispensou a realização de 
licitação em algumas situações. 
• Licitação dispensável: a competição é possível, mas a lei admite 
a dispensa em certos casos. 
• Licitação inexigível: a competição é inviável, por motivos 
fáticos. 
Essa foi apenas uma pequena introdução sobre o assunto. Mais adiante, 
vamos abordá-lo com maior ênfase! 
 
EM RESUMO: 
• PRINCÍPIO DO DEVER CONSTITUCIONAL DE LICITAR serve 
para todos os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios), inclusive para as respectivas Administrações 
indiretas! 
• ALCANCE DO PRINCÍPIO: obras, serviços, compras e 
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alienações. 
• EXCEÇÕES: somente a LEI pode fazer exceções a esse princípio! 
Pessoal, vamos dar mais uma conferida na Constituição para falar sobre o 
tema de competência legislativa, emmatéria de licitações e contratos! 
De volta à Constituição, outro detalhe importante que precisamos nos 
deter é que não é somente a União que pode legislar sobre licitações e 
contratos, já que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também podem 
fazer lei sobre esse assunto! Vamos conferir?! 
 
3. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
Regras sobre competência legislativa, em matéria de licitações e 
contratos: 
• UNIÃO: possui competência para legislar sobre normas gerais de 
licitações e contratos em todas as modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, inclusive em relação às empresas públicas e 
sociedades de economia mista (art. 22, XXVII, da CF). 
CF: 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
.................................... 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e 
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido 
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista, nos termos do art. 173, § 1o, III;”. 
LLC: 
“Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as 
entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas 
sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.” 
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• ESTADOS: podem legislar sobre questões específicas de licitações e 
contratos, por delegação da União. Essa delegação somente pode ser dada 
por meio de lei complementar (art. 22, parágrafo único, da CF). 
CF: 
“Art. 22. ........................................................................................ 
.................................. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste 
artigo.” 
• ESTADOS: ainda podem editar as chamadas normas complementares 
às normas gerais da União, sobre a mesma matéria, valendo-se da 
competência prevista no art. 24, § 2o, da CF. Cuidado para não confundir 
norma complementar com lei complementar! São coisas diferentes! A 
norma complementar estadual irá tratar adicionalmente sobre o assunto 
já legislado pela esfera federal, sendo que lei complementar é um tipo de 
lei com quorum especial. 
CF: 
“Art. 24. ........................................................................................ 
.................................. 
§ 2o A competência da União para legislar sobre normas gerais não 
exclui a competência suplementar dos Estados.” 
• MUNICÍPIOS: podem criar normas complementares às normas gerais 
da União e às normas específicas do Estado a que pertencer, em matéria 
de licitação e contratos, no uso da competência prevista no art. 30, inciso 
II, da CF. 
CF: 
“Art. 30. Compete aos Municípios: 
............................... 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;”. 
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• DISTRITO FEDERAL: possuem as mesmas competências que os Estados 
e os Municípios. 
CF: 
“Art. 32. ........................................................................................ 
.................................. 
 
§ 1o Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas 
reservadas aos Estados e Municípios.” 
Novamente, um resumo das competências constitucionais para 
licitações e contratos: 
UNIÃO ��� NORMAS GERAIS que servirão para todos os entes da 
Federação. 
 
ESTADOS ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas gerais da União. 
ESTADOS ��� NORMAS ESPECÍFICAS, por delegação da União, que 
deve ser feita por meio de lei complementar. 
 
MUNICÍPIOS ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas gerais da 
União. 
MUNICÍPIOS ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas específicas do 
Estado a que pertencer. 
 
DISTRITO FEDERAL ��� possui as mesmas competências para legislar 
que os Estados e os Municípios. Na prática, em relação a licitações e 
contratações, o Distrito Federal pode editar: 
��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas gerais da União. 
��� NORMAS ESPECÍFICAS, por delegação da União, que deve ser feita 
por meio de lei complementar. 
Existem outras normas gerais, além da LLC? Respondo: sim! 
Vejamos: 
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a. Lei do Pregão: Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, que “Institui, 
no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos 
do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação 
denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá 
outras providências”; 
b. Lei para Licitação e Contratação de Serviços Publicidade: Lei no 
12.232, de 29 de abril de 2010, que “Dispõe sobre as normas gerais 
para licitação e contratação pela administração pública de serviços de 
publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá 
outras providências”. 
Obs.: iremos comentar sobre ambas na Aula 02. 
 
4. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
O que dizer sobre as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista, em matéria de licitações e contratos?! 
Primeira coisa: sabemos que as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista fazem parte da Administração indireta dos entes da 
Federação. É por meio delas que o Poder Público pode exercer, 
excepcionalmente, atividades econômicas. 
Sujeição às normas gerais: como diz o próprio art. 22, inciso XXVII, da 
CF (cf. item 3, acima), as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista de todos os entes da Federação também devem se sujeitar aos princípios 
de licitações e contratos da Administração Pública, nos termos do art. 173, § 
1o, III! 
CF: 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
.................................... 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e 
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e 
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o, III; 
.................................... 
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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou 
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1o A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens 
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
....................................... 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e 
alienações, observados os princípios da administração pública;” 
E como a LLC tratou desse tema? Respondo: o art. 119, da LLC, 
estabeleceu que as sociedades de economia mista e as empresas públicas de 
todos os entes da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) 
devem editar REGULAMENTOS PRÓPRIOS que se sujeitem às regras da 
LLC! 
LLC: 
“Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações 
públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamentepela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão 
regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas 
às disposições desta Lei. 
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no 
âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de 
nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, 
sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.” 
Em resumo: 
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: de 
todas as unidades da Federação (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) devem editar regulamentos próprios que se sujeitem às 
normas da LLC, os quais devem ser publicados na imprensa oficial, após 
aprovados pela autoridade competente. 
 
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5. PROCEDIMENTO VINCULADO E ATO ADMINISTRATIVO FORMAL 
Antes de mais nada, para compreendermos um pouco mais o que é 
uma licitação, na prática, precisamos visualizar o seguinte: os atos 
praticados pela Administração, na procura de um vencedor em uma licitação, 
devem ser registrados em documentos, os quais deverão ficar armazenados 
dentro de um processo administrativo, que deve ser aberto justamente para 
essa finalidade. 
E, a forma desses atos deve obedecer a um procedimento previsto na lei. 
Essas conclusões são extraídas da própria LLC: a licitação é um 
procedimento vinculado, constituído por uma sequência de atos previstos 
em lei (art. 4o, caput), destinados à seleção da proposta mais vantajosa para a 
Administração e esse procedimento vinculado caracteriza-se como ato 
administrativo formal, de acordo com a definição prevista no art. 4o, 
parágrafo único, da LLC. 
LLC: 
“Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos 
ou entidades a que se refere o art. 1o têm direito público subjetivo à fiel 
observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, 
podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde 
que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos 
trabalhos. 
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza 
ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da 
Administração Pública.” 
 
PROCEDIMENTO VINCULADO: atos e fases da licitação devem ser 
feitos de acordo com o procedimento previsto em lei. 
ATO ADMINISTRATIVO FORMAL: o procedimento licitatório é um ato 
administrativo formal. 
 
6. TRÍPLICE FINALIDADE 
A licitação possui tríplice finalidade (art. 3o, caput, da LLC): 
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a) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia: 
assegurar e proteger a participação de todos os interessados na competição; 
b) permitir a melhor contratação possível: é o que chamamos de 
busca pela proposta mais vantajosa para a Administração, de acordo com os 
parâmetros legais; 
c) permitir a promoção do desenvolvimento nacional sustentável: 
envolve o desenvolvimento socioeconômico do País, o bem-estar da população, 
a independência tecnológica do País, a busca do pleno emprego, etc. 
LLC: 
“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa 
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com 
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, 
da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação 
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são 
correlatos.” 
 
TRÍPLICE FINALIDADE: 
��� garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia; 
��� permitir a melhor contratação possível (vantajosidade para a 
Administração); 
��� permitir a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável. 
 
7. PRINCÍPIOS 
Eis os princípios explícitos no art. 3o, caput, da LLC, comuns a qualquer 
das modalidades licitatórias: legalidade; impessoalidade; moralidade; 
igualdade, publicidade; probidade administrativa; vinculação ao instrumento 
convocatório (pode ser edital ou carta convite); julgamento objetivo. 
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LLC: 
“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e 
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios 
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da 
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo 
e dos que lhes são correlatos.” 
 
7.1 LEGALIDADE/PROCEDIMENTO FORMAL 
O princípio do procedimento formal (art. 4o, parágrafo único, da LLC) 
está ligado ao princípio da legalidade, já que a Administração deve praticar 
os atos e as fases do procedimento licitatório com a fiel observação das 
normas legais, sob pena de tornar o processo licitatório passível de nulidade. 
A realização de um ato licitatório sem a observação da lei constitui 
violação a esses princípios, devendo ser apurada a responsabilidade do 
servidor que lhe der causa. 
Há alguma exceção para esses princípios?! Respondo: as 
formalidades consideradas desnecessárias, ou seja, que não causem 
prejuízo efetivo aos licitantes devem ser desconsideradas, pois 
constituirão mero formalismo. Nesse caso, a Administração poderá invocar o 
princípio de que não há nulidade sem que haja prejuízo para as partes, 
muito utilizado nos processos judiciais, o qual corresponde à expressão 
francesa “pas de nullité sans grief” (“não existe nulidade sem prejuízo”). Muito 
bem, se por acaso cair essa na prova, você já sabe que a nulidade pode ser 
superada se não causar um prejuízo efetivo para os licitantes! 
O controle da legalidade dos atos praticados com base na LLC estão 
sujeitos a ampla fiscalização: 
• por qualquer licitante; 
• por qualquer contratado; 
• por qualquer pessoa física ou jurídica; 
• pelo Tribunal de Contas competente. 
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LLC: 
“Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais 
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas 
competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos 
interessados da Administração responsáveis pela demonstração da 
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da 
Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto. 
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica 
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes 
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação 
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.” 
 
7.2 IMPESSOALIDADE 
Pelo princípio da impessoalidade, previsto no art. 37, caput, da CF, o 
administrador não pode se afastar da finalidade principal dos atos previstos na 
LLC: o atingimento do interesse público. 
É fácil de gravar se entendermos que esse princípio está associado ao 
princípio da finalidade. Se o administrador deixar de procurar o interesse 
púbico, haverá desvio de finalidade. 
CF: 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência (...)”. 
 
7.3 MORALIDADE 
O princípio da moralidade, também previsto no art. 37, caput, da CF, 
impõe que o administrador haja, na condução dos atos da Administração, com 
decoro, probidade, boa-fé, honestidade. 
CF: 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
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Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência (...)”. 
 
7.4 IGUALDADE ENTRE OS LICITANTES 
Embora expressamente prevista no art. 3o, caput, da LLC, a igualdade de 
tratamento dos licitantes no processo licitatório não é absoluta! Isso mesmo! 
Vejamos o porquê: no Direito existe uma máxima que traduz esse princípio 
como princípio da isonomia, que pressupõe o tratamento igual entre os 
iguais, e o tratamento desigual entre os desiguais, na medida de sua 
desigualdade. 
Sobre esse aspectos, devemos destacar situações especiais de 
preferência, como critério de desempate: 
• Bens ou serviços: produzidos no País; produzidos ou prestados por 
empresas brasileiras; ou produzidos ou prestados por empresas que 
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. 
• Margem de preferência: é aplicada para “desempate técnico” na 
participação de microempresas e empresas de pequeno porte em 
licitações (MEs e EPPs). 
LLC: 
“Art. 3o ........................................................................................ 
.................................. 
§ 1o É vedado aos agentes públicos: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas 
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu 
caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e 
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da 
sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância 
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, 
ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 
8.248, de 23 de outubro de 1991; 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, 
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras 
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e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local 
de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências 
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o 
da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. 
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será 
assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: 
I - (Revogado pela Lei no 12.349, de 2010) 
II - produzidos no País; 
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e 
no desenvolvimento de tecnologia no País.” 
Dentre esses assuntos que falei agora, quero destacar que, 
autorizadamente pela Constituição 1 , o Estatuto da ME e EPP (Lei 
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; LCP no 123), atribuiu 
tratamento diferenciado e favorecido a licitantes que se enquadrem no 
conceito de ME e EPP, inclusive na parte de licitações. Explano, no quadro a 
seguir, sobre o funcionamento dessa margem de preferência. 
ATENÇÃO: MARGEM DE PREFERÊNCIA para as MEs e EPPs no 
desempate técnico! 
Pelo Estatuto da ME e EPP, o enquadramento é feito de acordo com a 
receita bruta do interessado: 
• Microempresa (ME): deve ter receita bruta igual ou inferior a R$ 
360.000,00, sendo que, no caso de início de atividade no próprio 
ano-calendário, esse limite será proporcional ao número de meses 
 
1
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados 
os seguintes princípios: 
................................................ 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras 
e que tenham sua sede e administração no País.” 
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em que houver exercido a atividade, inclusive as frações de meses. 
• Empresa de pequeno porte (EPP): deve ter receita bruta 
superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 
(idem, com relação ao início de atividades no próprio ano-
calendário). 
O enquadramento ou o desenquadramento não pode prejudicar ou 
alterar contratos em curso celebrados pela ME ou EPP (art. 3o, § 3o, 
da LCP no 123). 
Muito bem! Agora, vamos conferir o que diz a LCP sobre essa 
margem de preferência nas competições licitatórias! 
LCP no 123: 
“Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, 
preferência de contratação para as microempresas e empresas de 
pequeno porte. 
§ 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas 
apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam 
iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem 
classificada. 
§ 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 
1o deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao 
melhor preço. 
Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, 
ocorrendo o empate, proceder-se-á da seguinte forma: 
I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada 
poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada 
vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o 
objeto licitado; 
II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de 
pequeno porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão 
convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na 
hipótese dos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem 
classificatória, para o exercício do mesmo direito; 
III - no caso de equivalência dos valores apresentados pelas 
microempresas e empresas de pequeno porte que se encontrem nos 
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intervalos estabelecidos nos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei 
Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique 
aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta. 
§ 1o Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput 
deste artigo, o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta 
originalmente vencedora do certame. 
§ 2o O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta 
inicial não tiver sido apresentada por microempresa ou empresa de 
pequeno porte. 
§ 3o No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte 
mais bem classificada será convocada para apresentar nova proposta no 
prazo máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento dos 
lances, sob pena de preclusão.” 
 
7.5 PUBLICIDADE 
Por esse princípio, os atos da licitação devem ser feitos de forma 
aberta ao público, desde os avisos de abertura, conhecimento do edital e 
anexos, exame da documentação e abertura de propostas dos interessados, 
bem como o fornecimento de cópias de qualquer ato doprocesso licitatório. 
LLC: 
“Art. 3o ........................................................................................ 
.................................. 
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao 
público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das 
propostas, até a respectiva abertura. 
.................................. 
Art. 43. ......................................................................................... 
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para 
habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público 
previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada 
pelos licitantes presentes e pela Comissão.” 
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18 
 
.................................. 
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para 
um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 
100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" 
desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com 
uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com 
antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a 
publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 
(dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a 
publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as 
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados. 
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações 
simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista 
para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas 
aquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente 
tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato 
resultante da licitação antecedente.” 
Audiência pública para licitações de grande vulto: o art. 39, da LLC, 
que acabamos de nos referir, trata das licitações com valor estimado superior 
a R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais). 
Uma questão importante: na conhecida obra “Direito Administrativo 
Brasileiro”, inaugurada por HELY LOPES MEIRELLES (Malheiros Editores, SP, 37a 
edição, 2010, página 288), defende-se que o julgamento das propostas pode 
ser feito em recinto fechado, “sem a presença dos interessados, para que 
os julgadores tenham a necessária tranquilidade na apreciação dos elementos 
em exame e possa discutir livremente as questões a decidir.” 
E, de acordo com a mesma doutrina, após as análises das propostas, 
deve-se seguir para a divulgação do resultado (aplicação do princípio da 
publicidade), visando propiciar aos interessados a interposição de recursos e 
a adoção de medidas judiciais cabíveis. 
Pessoal, quero frisar para vocês que a importância da publicidade no 
processo licitatório é muito grande! Sem a publicidade correta, o processo 
torna-se passível de nulidade! 
Mas, ao mesmo tempo, quero esclarecer que o único momento de “portas 
fechadas” seria o da reunião da comissão para discutir e julgar as propostas 
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internamente. Esclareço: depois dessa “discussão interna”, a comissão deverá 
reabrir “as portas”, e aplicar seguimento ao processo licitatório, com a 
necessária divulgação do julgamento das propostas. 
 
7.6 PROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Na verdade, esse dever é comum a todos os administradores públicos, 
para todos os níveis de atividade da Administração, de ser honesto e íntegro 
na execução das atividades administrativas. Foi expressamente incluído no art. 
3o, da LLC. 
A violação desse princípio caracteriza a famosa improbidade 
administrativa. Essa situação está prevista, inclusive, na Constituição, com a 
previsão de uma série de sanções, na forma da lei! 
CF: 
“Art. 37. ........................................................................................ 
.................................. 
§ 4o Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos 
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em 
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” 
 
7.7 VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO 
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório (edital ou 
carta convite) está ligado ao princípio da legalidade, já que os atos e as 
fases do procedimento licitatório devem obedecer fielmente às normas 
previstas no edital ou no convite, que, por sua vez, não podem contrariar a 
legislação, sob pena de contaminar o procedimento licitatório de vício de 
nulidade. 
ATENÇÃO: edital ≠≠≠ carta convite, mas ambos são instrumentos 
convocatórios de licitações! 
• Edital: 
• Carta convite: 
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Tamanha é a importância do instrumento convocatório para a licitação, 
que se criou a seguinte frase: “o edital é a lei interna do certame 
licitatório”! No caso de convite, a importância é a mesma! 
LLC: 
“Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e 
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de 
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o 
pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos 
envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à 
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade 
prevista no § 1o do art. 113. 
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de 
licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o 
segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de 
habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas 
em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as 
falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal 
comunicação não terá efeito de recurso. 
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o 
impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado 
da decisão a ela pertinente.” 
 
7.8 JULGAMENTO OBJETIVO 
O julgamento das propostas deve obedecer aos critérios objetivamente 
previstos no edital ou no convite. Com isso, é reduzida a margem de 
julgamento subjetivo na licitação. 
LLC: 
“Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em 
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, 
os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por 
esta Lei. 
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§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator 
sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que 
indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. 
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no 
edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo 
perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais 
licitantes. 
........................................ 
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a 
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em 
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente 
estabelecidos no ato convocatórioe de acordo com os fatores 
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição 
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.” 
 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LICITAÇÃO: 
• LEGALIDADE; 
• IMPESSOALIDADE; 
• MORALIDADE; 
• IGUALDADE; 
• PUBLICIDADE; 
• PROBIDADE ADMINISTRATIVA; 
• VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO; e 
• JULGAMENTO OBJETIVO. 
 
8. SIGILO NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS 
Esse tipo de sigilo está ligado ao princípio da igualdade entre os 
licitantes, já que estaria prejudicada a igualdade se algum dos licitantes 
conhecesse com antecedência a proposta de outro concorrente. Se essa regra 
for violada, pode ser anulado o processo licitatório, além de configurar a 
prática do ilícito penal previsto no art. 94, da LLC. 
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22 
 
LLC: 
“Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento 
licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.” 
 
10. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR 
Vejamos uma coisa: lembram-se como uma licitação termina? Ela se 
encerra com a homologação e a adjudicação. Somente depois disso, é que 
pode vir o contrato. 
Então, vamos raciocinar sobre o assunto: pelo princípio da 
adjudicação compulsória ao vencedor, o resultado da licitação corresponde a 
um dever absoluto para a Administração de adjudicar com o vencedor da 
licitação?! Isso mesmo! 
Explico mais: por esse princípio, se a Administração for realmente 
contratar o objeto licitado, não poderá contratar com outra pessoa senão com 
o próprio vencedor do certame licitatório! Ou seja: o vencedor possui 
direito à adjudicação, mas não ao contrato imediato! 
LLC: 
“Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância 
dos seguintes procedimentos: 
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à 
habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; 
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes 
inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha 
havido recurso ou após sua denegação; 
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes 
habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, 
ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos 
recursos interpostos; 
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do 
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou 
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23 
 
fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do 
sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente 
registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das 
propostas desconformes ou incompatíveis; 
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os 
critérios de avaliação constantes do edital; 
VI - deliberação da autoridade competente quanto à 
homologação e adjudicação do objeto da licitação.” 
 
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR: o vencedor possui 
direito à adjudicação, mas não ao contrato imediato! 
Turma! Convido vocês para ver como a LLC trata do objeto da licitação! 
 
11. OBJETO DA LICITAÇÃO 
Para compreender melhor o assunto, tenham em mente que o objeto da 
licitação precisa ser bem delimitado no edital. Por quê?! Respondo: 
caso contrário, será passível de nulidade, pois: 
• dificultará a apresentação de propostas; 
• comprometerá a lisura (boa-fé) do julgamento; e 
• complicará a execução do futuro contrato. 
Outra pergunta-chave é: qualquer tipo de gasto ou alienação está 
sujeita à LLC?! Respondo: negativo, pelo art. 2o, da LLC, as licitações devem 
ser feitas para a realização de obras, serviços, inclusive de publicidade, 
compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração 
Pública, quando contratadas com terceiros. 
LLC: 
“Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, 
alienações, concessões, permissões e locações da Administração 
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente 
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e 
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24 
 
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e 
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de 
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a 
denominação utilizada.” 
Ainda quanto ao objeto, guardem os seguintes conceitos: 
• Licitação por itens: o objeto é licitado em partes autônomas, 
desde que seja viável e esteja previsto no edital, para atender ao 
princípio da eficiência e da economicidade. 
• Licitação por lote único: o objeto será indivisível na licitação, 
desde que comprovadamente seja mais vantajoso para 
Administração. 
• Silêncio do edital: no silêncio, a licitação será por lote único 
(objeto indivisível), caso em que as propostas parciais devem ser 
desclassificadas. 
LLC: 
“Art. 23. ........................................................................................ 
......................................... 
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão 
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e 
economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao 
melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à 
ampliação da competitividade sem perda da economia de escala. 
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, 
parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto 
de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação 
distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto 
em licitação.” 
 
EM RESUMO: 
• LICITAÇÃO POR ITENS: o objeto é licitado em partes 
autônomas, desde que seja viável e esteja previsto no edital, para 
atender ao princípio da eficiência e da economicidade. 
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• LICITAÇÃO POR LOTE ÚNICO: o objeto é indivisível na licitação. 
• SILÊNCIO DO EDITAL: a licitação será por lote único, devendo 
as propostas parciais ser desclassificadas. 
 
12. EXCEÇÕES LEGAIS AO DEVER DE LICITAR 
A lei pode fazer exceções ao dever constitucional de licitar, por 
expressa autorização do art. 37, XXI, da CF. E o CESPE está habituado a pedir 
questões sobre essas situações! 
As exceções existentes são chamadas por: 
• licitações dispensadas; 
• licitações dispensáveis; e 
• licitações inexigíveis. 
Como entender a diferença entre elas, de uma maneira bem 
prática?! Respondo, nos quadros a seguir! 
LICITAÇÃO DISPENSADA: a Administração deve deixar de realizar a 
licitação! 
 
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL: a Administração pode deixar de realizar a 
licitação! 
 
LICITAÇÃO INEXIGÍVEL: a licitação é inviável! 
Existem algumas regras comuns aos casos de dispensa de licitação 
previstas nos arts. 17, §§ 2o e 4o, e 24, incisos III a XXXI; de licitações 
inexigíveis do art. 25, da LLC; e de retardamento de obra ou serviço 
previsto no art. 8o, parágrafo único, da LLC, que obrigam a Administração a: 
• FAZER COMUNICAÇÃO à autoridade superior: dentro do prazo 
de 3 dias. 
• OBTER RATIFICAÇÃO da autoridade superior a ser 
PUBLICADA na imprensa oficial: em5 dias, após a comunicação. 
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26 
 
• CONDIÇÃO DE EFICÁCIA: esse procedimento deve ocorrer dentro 
dos prazos indicados (3 dias + 5 dias), como condição de eficácia do 
ato. 
ATENÇÃO: enquanto não for feita a ratificação, que possui 
efeito de homologação, seguida de publicação, o contrato não 
pode ser celebrado, sob pena de responsabilização do 
servidor que o fizer! 
Outro detalhe importante, é que, além da ratificação, o processo deve 
ser instruído com as exigências do parágrafo único do art. 26, da LLC 
(parágrafo único): 
• Caracterização da situação EMERGENCIAL ou CALAMITOSA 
que justifique a dispensa, quando for o caso. 
• RAZÃO DA ESCOLHA do fornecedor ou executante. 
• JUSTIFICATIVA DO PREÇO. 
• Documento de APROVAÇÃO dos projetos de pesquisa aos 
quais os bens serão alocados. 
Para que isso? Respondo: o legislador apontou quais são os elementos 
que devem ficar obrigatoriamente registrados em cada processo, a fim de 
viabilizar futuro exame, inclusive por parte da fiscalização. 
LLC: 
“Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III 
e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 
25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do 
parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro 
de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e 
publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como 
condição para a eficácia dos atos. 
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de 
retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, 
com os seguintes elementos: 
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que 
justifique a dispensa, quando for o caso; 
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27 
 
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; 
III - justificativa do preço. 
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os 
bens serão alocados.” 
 
LLC: 
“Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, 
sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e 
considerados os prazos de sua execução. 
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução 
de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão 
orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou 
comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho 
circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.” 
Então, para memorizar, como condição de eficácia, deve ser 
previamente observado o procedimento descrito no quadros abaixo: 
COMUNICAÇÃO À AUTORIDADE SUPERIOR: prazo de 3 dias! 
� 
RATIFICAÇÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR + PUBLICAÇÃO: prazo 
de 5 dias! 
Superfaturamento (art. 25, § 2o, da LLC): outro detalhe importante é 
que, em qualquer dos casos de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, 
se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano 
causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente 
público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. 
Seguindo, vamos para as situações previstas para contratação direta (sem 
licitação), começando pela licitação dispensada. 
 
13. LICITAÇÃO DISPENSADA 
A seguir, listamos os casos de licitação dispensada previstos no art. 17, 
da LLC, para alienação de bens da Administração Pública, subordinada à 
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28 
 
existência de interesse público devidamente justificado, e precedida de 
avaliação, nos casos de: 
a. Imóveis (art. 17, inciso I, da LLC): 
� para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e 
fundacionais: depende de autorização legislativa; 
� para todos, inclusive as entidades paraestatais: depende de 
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, sendo 
DISPENSADA A LICITAÇÃO nos casos de: 
“a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da 
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o 
disposto nas alíneas f, h e i; 
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do 
inciso X do art. 24 desta Lei; 
d) investidura; 
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer 
esfera de governo; 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de 
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais 
construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de 
programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social 
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; 
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 
6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos 
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal 
atribuição; 
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de 
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de 
âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros 
quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária 
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da 
administração pública; 
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i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de 
terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam 
ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e 
quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os 
requisitos legais;”. 
 
b. Móveis (art. 17, inciso II, da LLC): 
� para todos: depende de avaliação prévia e de licitação, sendo 
DISPENSADA A LICITAÇÃO nos casos de: 
“a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, 
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, 
relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da 
Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a 
legislação específica; 
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; 
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades 
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; 
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da 
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.” 
 
Atenção: regra de dispensa de licitação para doação com 
encargo! 
LLC: 
“Art. 17. ....................................................................................... 
....................................... 
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento 
constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e 
cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada 
a licitação no caso de interesse público devidamente 
justificado;”. 
 
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c. Concessão de título de propriedade ou de direito real de uso de 
imóveis (art. 17, § 2o, incisosI e II, da LLC): 
� para a outro órgão ou entidade da Administração Pública, 
qualquer que seja a localização do imóvel; 
� para pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato 
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos 
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração 
direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 
(um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, 
desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares), sendo 
que, nesse caso, ficam também dispensadas de autorização 
legislativa, mas devem ser submetidas aos requisitos do art. 17, § 2o-
A, da LLC. 
 
A seguir, listamos mais dois casos de licitação dispensada, previstos em 
outros diplomas legais: 
a. Contratação direta de consórcio público pela Administração direta 
ou indireta pelos entes da Federação consorciados, de acordo com 
o art. 2o, § 1o, inciso III, da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005 (Lei dos 
Consórcios Públicos). 
CONCEITO: 
� Consórcio público: é pessoa jurídica formada por entes da 
Federação, constituída como uma associação pública, com 
personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou 
como pessoa jurídica privada sem fins econômicos. 
Lei do Consórcios Públicos: 
“Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos 
para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras 
providências. 
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica 
de direito privado. 
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que 
também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam 
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situados os Municípios consorciados. 
§ 3o Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos 
princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde – 
SUS. 
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos 
entes da Federação que se consorciarem, observados os limites 
constitucionais. 
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público 
poderá: 
.............................. 
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da 
Federação consorciados, dispensada a licitação.” 
b. Contratação direta da Empresa Brasileira de Administração de 
Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), pela 
Administração Pública para realizar atividades relacionadas ao seu 
objeto, com licitação dispensada pelo art. 5o, da Lei no 12.304, de 2 de 
agosto de 2010, que autorizou o Poder Executivo federal a criar a PPSA. 
 
13. LICITAÇÃO DISPENSÁVEL 
Todas as hipóteses de dispensa de licitação estão previstas nos incisos I 
a XXXI do art. 24, da LLC. Logo, trata-se de um rol taxativo (“numerus 
clausus”)! Vejamos cada uma das hipóteses, com alguns comentários. Optei 
por transcrever cada inciso, para facilitar a familiarização com os termos e a 
própria consulta. 
13.1 DISPENSA EM RAZÃO DO VALOR 
 “Art. 24. É dispensável a licitação: 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por 
cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, 
desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou 
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que 
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;” 
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II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) 
do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para 
alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a 
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto 
que possa ser realizada de uma só vez;” 
� Inciso I: o valor de 10% para convite corresponde a R$ 15.000,00. 
� Inciso II: o valor de 10% para tomada de preços corresponde a R$ 
150.000,00. 
� Proibição de fracionamento: o TCU determinou a abstenção de 
fracionamento de aquisições frequentes ou contratação sistemática de 
determinados serviços, com base nesses dois incisos, cujos valores 
ultrapassassem o limite de R$ 15.000,00. Ex.: é proibido fazer várias 
compras pequenas de um determinado bem, cujo total ultrapasse o valor 
previsto da dispensa, pois caracteriza violação ao dever de licitar. 
� Essas hipóteses (incisos I e II) não precisam cumprir o art. 26, da LLC. 
� Os valores para esse tipo de dispensa podem aumentar para até 
20% para compras, obras e serviços contratados por consórcios 
públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por 
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências 
Executivas (art. 24, parágrafo único, da LLC). 
CONCEITOS: 
� Agência executiva: é a autarquia ou fundação pública assim 
qualificada por ato do Chefe do Poder Executivo. Com essa 
qualificação, é possível a celebração de contrato de gestão com o 
órgão supervisor, que, na esfera federal, pode ser um Ministério. 
� Consórcio público: é pessoa jurídica formada por entes da 
Federação, constituída como uma associação pública, com 
personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou 
como pessoa jurídica privada sem fins econômicos. 
ATENÇÃO: o valor da dispensa de licitação nos casos do art. 24, 
incisos I e II e parágrafo único, da LLC, pode ser ainda maior para 
consórcios públicos com três ou mais entes públicos consorciados! 
• Dobro: quando o consórcio for formado por três entes da 
Federação. Ex.: 20% dobre o dobro de R$ 150.000,00 = 20% 
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sobre R$ 300.000,00 = R$ 60.000,00. 
• Triplo: quando o número de entes do consórcio for maior do 
que três. Ex.: 20% dobre o triplo de R$ 150.000,00 = 20% 
sobre R$ 450.000,00 = R$ 90.000,00 
LLC: 
“Art. 23. ......................................................................................... 
........................................ 
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores 
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) 
entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.” 
 
13.2 GUERRA OU GRAVE PERTURBAÇÃO DA ORDEM 
 “III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;” 
� Guerra: a declaração de guerra é competência privativa da União (art. 
21, inciso II, da CF), por ato presidencial (art. 84, inciso XIX, da CF), 
mediante referendo ou autorização do Congresso Nacional (art. 49, inciso 
II, da CF). 
� Grave perturbação da ordem: situação interna de intenso 
desequilíbrio social e político que afete a paz. 
� Art. 24, inciso IV: não confundir as hipóteses, pois a do inciso IV é 
menos grave (urgência ou calamidade pública). 
 
13.3 URGÊNCIA/CALAMIDADE PÚBLICA (CONTRATO EMERGENCIAL) 
 “IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando 
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa 
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, 
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e 
somente para os bens necessários ao atendimento da situação 
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que 
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias 
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou 
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;” 
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� Urgência: deve ser demonstrada uma situação que não possa 
aguardar a demora dos trâmites de uma licitação. 
� Interesse público: situação que possa ocasionar prejuízo ou 
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e 
outros bens, públicos ou particulares. 
� Prazo máximo do contrato emergencial: 180 dias, consecutivos e 
ininterruptos, vedada a prorrogação contratual. 
� Inércia na adoção tempestiva de medidas para licitar: o Tribunal 
de Contas da União (TCU) não tem aceito dispensa nos casos de inércia 
em licitar anteriormente à dispensa, diante da comprovada preexistência 
da necessidade administrativa. 
 
13.4 LICITAÇÃO DESERTA 
 “V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, 
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a 
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições 
preestabelecidas;” 
� Desinteresse (LICITAÇÃO DESERTA): pode ser que não surjam 
interessados no objeto da licitação. Nesse caso, pode ser feita a dispensa 
da licitação! 
� Desclassificação de todas as propostas ou inabilitação de todos 
os licitantes (LICITAÇÃO FRACASSADA): outra situação é a ausência 
de vencedor na licitação. Nesse caso, antes de fazer a contratação direta, 
deve-se dar uma nova chance para apresentar documento ou nova 
proposta (art. 48, § 3o, da LLC)! Não é possível, portanto, fazer a 
dispensa da licitação no caso da licitação fracassada. Já vi isso ser 
cobrado em concurso! 
ATENÇÃO: licitação deserta ≠≠≠ licitação fracassada! 
� Licitação deserta: nesse caso, é admissível a dispensa de 
licitação (art. 24, inciso V, da LLC)! 
� Licitação fracassada: gera a necessidade de abertura de prazo 
para apresentação de documentação (em caso de inabilitação de 
todos os licitantes) ou nova proposta (em caso de 
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desclassificação de todas as propostas). 
LLC: 
“Art. 48. ........................................................................................ 
................................................ 
§ 3o Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as 
propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos 
licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova 
documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas 
neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para 
três dias úteis.” 
 
13.5 INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
 “VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para 
regular preços ou normalizar o abastecimento;” 
� União: essa é uma possibilidade que pode ser utilizada apenas pela 
União. 
 
13.6 INCOMPATIBILIDADE COM PREÇOS DE MERCADO 
 “VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços 
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou 
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, 
casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, 
persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou 
serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou 
dos serviços;” 
� Prazo de 8 dias úteis ou 3 dias úteis (convite) para renovação 
das propostas: o texto oficial está errado, pois não é o parágrafo único, 
mas o § 3o do art. 48, da LLC, que permite a renovação da proposta, 
antes de tornar possível a dispensa da licitação. 
 
13.7 CONTRATAÇÃO DIRETA DE ÓRGÃO OU ENTIDADE PÚBLICA 
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 “VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, 
de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que 
integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim 
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço 
contratado seja compatível com o praticado no mercado;” 
� Criação anterior à vigência da LLC: para ser contratado por esse 
fundamento, o órgão ou entidade deve ter sido criado antes da vigência 
da LLC, ocorrida em 22 de junho de 1993. 
� Finalidade específica: outro requisito é que o órgão ou entidade deve 
ter sido criado para a finalidade de produzir bens ou prestar 
serviços para a Administração. Ex.: o Serviço Federal de 
Processamento de Dados (SERPRO) foi criado pela Lei no 4.516, de 1o de 
dezembro de 1964, com vinculação e ao Ministério da Fazenda para a 
“execução, com exclusividade, por processos eletromecânicos ou 
eletrônicos, de todos os serviços de processamento de dados e tratamento 
de informações, necessários aos órgãos do Ministério da Fazenda a 
execução de serviços congêneres que venha a contratar com outros 
órgãos da administração federal, estadual ou municipal; a prestação do 
processamento técnico a êsses mesmos órgãos, no campo de sua 
especialidade.” 
� Preço compatível com o de mercado: esse é um requisito para 
viabilizar a contratação direta sob esse fundamento. 
 
13.8 COMPROMETIMENTO DA SEGURANÇA NACIONAL 
 “IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança 
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da 
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;” 
� Segurança nacional: envolve os interesses do Estado e não eventuais 
interesses dos ocupantes dos órgãos públicos. 
� Objeto (art. 1o, do Decreto no 2.295, de 4 de agosto de 1997): 
prevê a dispensa de “I - aquisição de recursos bélicos navais, terrestres e 
aeroespaciais; II - contratação de serviços técnicos especializados na área 
de projetos, pesquisas e desenvolvimento científico e tecnológico; III - 
aquisição de equipamentos e contratação de serviços técnicos 
especializados para a área de inteligência”. 
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� Justificativa: as dispensas devem ser justificadas quanto ao preço e à 
escolha do fornecedor ou executante. 
� Ratificação prévia: compete ao titular da pasta ou órgão que tenha 
prerrogativa de Ministro de Estado. 
� Conselho de Defesa Nacional: possui competência para analisar 
também outros casos de dispensa por motivo de segurança nacional (art. 
2o, do Decreto). 
 
13.9 COMPRA OU LOCAÇÃO DE IMÓVEL 
 “X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento 
das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de 
instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço 
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;” 
� Destinação: a aquisição ou locação deve atender a finalidades 
precípuas da administração. 
� Justificativa: escolha condicionada sobre necessidades de instalação e 
localização. 
� Valor de mercado: a dispensa deve ser precedida de avaliação prévia. 
 
13.10 CONTRATAÇÃO DE REMANESCENTE 
 “XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou 
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que 
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as 
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto 
ao preço, devidamente corrigido;” 
� Início de obra: para ocorrer a dispensa, deve ter havido início de 
execução do contrato. 
� Ordem de classificação na licitação: deve ser observada. 
� Condições: devem ser mantidas as mesmas condições que foram 
oferecidas ao licitante vencedor, e que parou de executar o contrato. 
ATENÇÃO: não confundir essa situação com a desistência de 
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assinatura do contrato pelo licitante vencedor! 
� Nesse caso, não houve início de execução, pois o contrato não foi 
assinado. 
� A Administração pode tomar duas decisões: 
• convocar os remanescentes, na ordem de classificação 
para assinar o contratos nas mesmas condições 
propostas pelo licitante vencedor; ou 
• revogar a licitação. 
LLC: 
“Art. 64. ........................................................................................ 
................................................ 
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o 
termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no 
prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes 
remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual 
prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro 
classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade 
com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da 
cominação prevista no art. 81 desta Lei.” 
 
13.11 CONTRATAÇÃO DE GÊNEROS PERECÍVEIS 
 “XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros 
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos 
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no 
preço do dia;” 
� Duração provisória: essa forma de dispensa somente pode perdurar 
pelo prazo necessário para realizar licitação. 
� Preço do dia: o preço pode variar a cada dia. 
 
13.12 CONTRATAÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE PESQUISA 
 “XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental 
ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento 
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institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, 
desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos;” 
� Instituição brasileira: não pode ser pessoa física, deve ser uma 
pessoa jurídica nacional regulamente constituída, para as finalidades do 
inciso. 
� Reputação: a instituição deve possui reputação ético-profissional, por 
isso, não pode ser qualquer instituição. 
� Sem fins lucrativos: a instituição não pode ter fins lucrativos. 
 
� Contratação: é vedada a subcontratação, devendo a execução do 
contrato ser realizada diretamente pela instituição (vedação de 
terceirização). 
 
13.13 ACORDO INTERNACIONAL 
 “XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo 
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as 
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder 
Público;” 
� Objeto: apenas aquisição de bens ou serviços, sendo vedada a 
contratação de obras. 
� Intermediação: desnecessária a intermediação contratual de 
organismo internacional. 
 
13.14 OBRAS DE ARTE E OBJETOS HISTÓRICOS 
 “XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos 
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou 
inerentes às finalidades do órgão ou entidade;” 
� Vinculação finalística: o órgão ou entidade a ser contratado deve 
possuir finalidades vinculadas ao objeto do contrato. 
 
13.15 IMPRESSÕES E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMÁTICA 
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 “XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários 
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, 
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica 
de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a 
Administração Pública, criados para esse fim específico;” 
� Finalidade específica: o contrato deve ser firmado com órgão ou 
entidade que integre a Administração Pública, que tenha sido criado para 
finalidade específica que seja ligada ao objeto da dispensa. Ex.: Imprensa 
Oficial, ligada à Presidência da República, pode ser contratada sem 
licitação para a impressão de Diários Oficiais da União. 
 
13.16 AQUISIÇÃO DE COMPONENTES VINCULADOS À GARANTIA 
 “XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional 
ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o 
período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses 
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável 
para a vigência da garantia;” 
� Período de garantia: é razoável adquirir componentes ou peças direta 
e exclusivamente do fornecedor original, durante o prazo de garantia 
técnica de equipamentos, notadamente quando for condição de 
manutenção do direito de garantia. 
13.17 ABASTECIMENTO DE EMBARCAÇÕES, AERONAVES E TROPAS 
 
“XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o 
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e 
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta 
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas 
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, 
quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a 
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não 
exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta 
Lei;” 
� Valor máximo para dispensa por esse inciso: R$ 80.000,00. 
 
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13.18 PADRONIZAÇÃO DE MATERIAL MILITAR 
 “XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com 
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver 
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de 
apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer 
de comissão instituída por decreto;” 
� Não se aplica esse dispositivo para compras de: materiais de uso 
pessoal e administrativo. 
 
13.19 ASSOCIAÇÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 “XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, 
sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou 
entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou 
fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado.” 
� Requisitos: associação sem fins lucrativos e compatibilidade com o 
preço de mercado. 
 
13.20 PESQUISA CIENTÍFICA OU TECNOLÓGICA 
 “XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente 
à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela 
Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a 
pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;” 
� Excluídos: obras e serviços. 
� Art. 26, parágrafo único, inciso IV: o processo de dispensa deverá 
conter documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os 
bens serão alocados. 
 
13.21 ENERGIA ELÉTRICA E GÁS NATURAL 
 “XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia 
elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou 
autorizado, segundo as normas da legislação específica;” 
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� Fornecedor único: o TCU entende que, havendo único fornecedor, 
será hipótese de inexigibilidade de licitação, com fundamento no art. 25, 
inciso I, da LLC. 
 
13.22 SUBSIDIÁRIAS E CONTROLADAS 
 “XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade 
de economia

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