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LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 1 I - APRESENTAÇÃO Olá a todos! Muito prazer, meu nome é Carlos Antônio Corrêa de Viana Bandeira. Sou Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1994, e cursei Economia Moderna pela George Washington University (GWU), em Washington, D.C., Estados Unidos da América, em 2008. Já fui Advogado atuante na Área Cível e Empresarial, Juiz de Direito, Juiz Eleitoral, Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional Substituto, Coordenador-Geral Jurídico da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e Conselheiro Fiscal de sociedades de economia mista do governo federal. Atualmente, com muita satisfação, sou Procurador da Fazenda Nacional e Professor do Ponto dos Concursos. Por tudo, devo constante gratidão a Deus! E quero dizer que será uma grande honra estudarmos juntos para o concurso da Câmara dos Deputados! Apresento a todos vocês nosso curso de Licitações e Contratos para Analista Legislativo da Câmara dos Deputados, em Teoria e Exercícios comentados. II - MATÉRIAS E CRONOGRAMA DE AULAS O edital pede, basicamente: “IV LICITAC�ÕES E CONTRATOS. 1 Modalidades, tipos, regimes, dispensa, dispensabilidade, inexigibilidade. 2 Contratos, convênios, acordos e ajustes.” Seguiremos o edital para abordar a parte teórica das leis, decretos e também das normas internas da Câmara dos Deputados, em matéria de Licitações e Contratos, da seguinte forma: 1) Aula 01: Licitações (Parte 1); e exercícios comentados; 2) Aula 02: Licitações (Parte 2); Contratos; Convênios; Acordos; Ajustes; normas internas da Câmara dos Deputados; e exercícios comentados. III - MÉTODO DE ENSINO E DICAS DE ESTUDO As aulas serão divulgadas de acordo com as regras do Ponto dos Concursos (www.pontodosconcursos.com.br), com parte teórica, resumos, exercícios comentados e exercícios repetidos. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 2 Sabemos que o concurso será elaborado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE), órgão que integra a Fundação Universidade de Brasília (FUB). Por isso, o nosso principal foco será estudarmos questões elaboradas por essa banca. Também considero que existem questões muito boas de outras bancas, algumas das quais resolvi integrar em nossa programação de exercícios comentados. Adianto que há questões que foram desmontadas, por motivos didáticos. Pessoal, qualquer tipo de dúvida ou comentário, sintam-se à vontade para se dirigir ao espaço destinado à nossa aula, no forum de dúvidas, por favor. Ou, se preferirem, entrem em contato conosco, escrevendo para carlosbandeira@pontodosconcursos.com.br, que teremos o maior prazer em responder as mensagens. IV - SAUDAÇÕES É isso aí, Turma! Vamos à matéria de Licitações e Contratos! Desejo-lhes pleno sucesso, felicidades e muito boa sorte nos estudos e nas provas! Abraços, Carlos Bandeira AULA 01 - TEORIA Dever de licitar. Competência legislativa. Procedimento vinculado e ato administrativo formal. Tríplice finalidade. Princípios. Licitação dispensada. Dispensa de Licitação. Inexigibilidade de Licitação. 1. ALCANCE DA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS Pessoal, nossa aula de hoje será sobre licitações. Devemos saber que cada órgão da chamada “máquina governamental” de qualquer esfera pública do Brasil precisa, via de regra, fazer licitação, para poder celebrar contratos com terceiros, visando suprir as necessidades LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 3 próprias e da coletividade, adquirindo ou vendendo bens, ou contratando a execução de obras e serviços diversos. O fundamento para licitar está no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal (CF), mas o principal diploma legal que rege essa matéria, com “status” de normas gerais, é a Lei de Licitações e Contratos (LLC), Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. LLC: “Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.” 2. DEVER CONSTITUCIONAL DE LICITAR Pessoal, esse é outro detalhe importante que precisamos lembrar sobre a matéria: a Administração Pública em geral possui o dever constitucional de licitar. Trata-se de uma obrigação prevista no art. 37, inciso XXI, da CF. CF: “37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: .................................... XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 4 todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.” Essa regra constitucional possui exceção?! Sim! As exceções devem estar descritas em lei, como diz o próprio inciso XXI, que acabamos de ler. ATENÇÃO: quando a lei autorizar a contratação sem licitação, estaremos diante das chamadas contratações diretas. Mais à frente, vamos falar bem sobre elas! � Ex.: o art. 24, da LLC, descreve hipóteses de dispensa de licitação, dentro as quais: “III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem”. � Outro exemplo: o art. 25, da LCC exemplifica hipóteses de inexigibilidade de licitação, que são situações em que a competição é inviável (impraticável). CUIDADO: licitação dispensada ≠ ≠ ≠ licitação dispensável ≠≠≠ licitação inexigível! • Licitação dispensada: o legislador dispensou a realização de licitação em algumas situações. • Licitação dispensável: a competição é possível, mas a lei admite a dispensa em certos casos. • Licitação inexigível: a competição é inviável, por motivos fáticos. Essa foi apenas uma pequena introdução sobre o assunto. Mais adiante, vamos abordá-lo com maior ênfase! EM RESUMO: • PRINCÍPIO DO DEVER CONSTITUCIONAL DE LICITAR serve para todos os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), inclusive para as respectivas Administrações indiretas! • ALCANCE DO PRINCÍPIO: obras, serviços, compras e LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 5 alienações. • EXCEÇÕES: somente a LEI pode fazer exceções a esse princípio! Pessoal, vamos dar mais uma conferida na Constituição para falar sobre o tema de competência legislativa, emmatéria de licitações e contratos! De volta à Constituição, outro detalhe importante que precisamos nos deter é que não é somente a União que pode legislar sobre licitações e contratos, já que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também podem fazer lei sobre esse assunto! Vamos conferir?! 3. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Regras sobre competência legislativa, em matéria de licitações e contratos: • UNIÃO: possui competência para legislar sobre normas gerais de licitações e contratos em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive em relação às empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 22, XXVII, da CF). CF: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: .................................... XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o, III;”. LLC: “Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.” LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 6 • ESTADOS: podem legislar sobre questões específicas de licitações e contratos, por delegação da União. Essa delegação somente pode ser dada por meio de lei complementar (art. 22, parágrafo único, da CF). CF: “Art. 22. ........................................................................................ .................................. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.” • ESTADOS: ainda podem editar as chamadas normas complementares às normas gerais da União, sobre a mesma matéria, valendo-se da competência prevista no art. 24, § 2o, da CF. Cuidado para não confundir norma complementar com lei complementar! São coisas diferentes! A norma complementar estadual irá tratar adicionalmente sobre o assunto já legislado pela esfera federal, sendo que lei complementar é um tipo de lei com quorum especial. CF: “Art. 24. ........................................................................................ .................................. § 2o A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.” • MUNICÍPIOS: podem criar normas complementares às normas gerais da União e às normas específicas do Estado a que pertencer, em matéria de licitação e contratos, no uso da competência prevista no art. 30, inciso II, da CF. CF: “Art. 30. Compete aos Municípios: ............................... II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;”. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 7 • DISTRITO FEDERAL: possuem as mesmas competências que os Estados e os Municípios. CF: “Art. 32. ........................................................................................ .................................. § 1o Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.” Novamente, um resumo das competências constitucionais para licitações e contratos: UNIÃO ��� NORMAS GERAIS que servirão para todos os entes da Federação. ESTADOS ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas gerais da União. ESTADOS ��� NORMAS ESPECÍFICAS, por delegação da União, que deve ser feita por meio de lei complementar. MUNICÍPIOS ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas gerais da União. MUNICÍPIOS ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas específicas do Estado a que pertencer. DISTRITO FEDERAL ��� possui as mesmas competências para legislar que os Estados e os Municípios. Na prática, em relação a licitações e contratações, o Distrito Federal pode editar: ��� NORMAS SUPLEMENTARES às normas gerais da União. ��� NORMAS ESPECÍFICAS, por delegação da União, que deve ser feita por meio de lei complementar. Existem outras normas gerais, além da LLC? Respondo: sim! Vejamos: LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 8 a. Lei do Pregão: Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, que “Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências”; b. Lei para Licitação e Contratação de Serviços Publicidade: Lei no 12.232, de 29 de abril de 2010, que “Dispõe sobre as normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá outras providências”. Obs.: iremos comentar sobre ambas na Aula 02. 4. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA O que dizer sobre as empresas públicas e as sociedades de economia mista, em matéria de licitações e contratos?! Primeira coisa: sabemos que as empresas públicas e as sociedades de economia mista fazem parte da Administração indireta dos entes da Federação. É por meio delas que o Poder Público pode exercer, excepcionalmente, atividades econômicas. Sujeição às normas gerais: como diz o próprio art. 22, inciso XXVII, da CF (cf. item 3, acima), as empresas públicas e as sociedades de economia mista de todos os entes da Federação também devem se sujeitar aos princípios de licitações e contratos da Administração Pública, nos termos do art. 173, § 1o, III! CF: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: .................................... XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o, III; .................................... LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 9 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1o A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: ....................................... III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;” E como a LLC tratou desse tema? Respondo: o art. 119, da LLC, estabeleceu que as sociedades de economia mista e as empresas públicas de todos os entes da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) devem editar REGULAMENTOS PRÓPRIOS que se sujeitem às regras da LLC! LLC: “Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamentepela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei. Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.” Em resumo: EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: de todas as unidades da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) devem editar regulamentos próprios que se sujeitem às normas da LLC, os quais devem ser publicados na imprensa oficial, após aprovados pela autoridade competente. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 10 5. PROCEDIMENTO VINCULADO E ATO ADMINISTRATIVO FORMAL Antes de mais nada, para compreendermos um pouco mais o que é uma licitação, na prática, precisamos visualizar o seguinte: os atos praticados pela Administração, na procura de um vencedor em uma licitação, devem ser registrados em documentos, os quais deverão ficar armazenados dentro de um processo administrativo, que deve ser aberto justamente para essa finalidade. E, a forma desses atos deve obedecer a um procedimento previsto na lei. Essas conclusões são extraídas da própria LLC: a licitação é um procedimento vinculado, constituído por uma sequência de atos previstos em lei (art. 4o, caput), destinados à seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e esse procedimento vinculado caracteriza-se como ato administrativo formal, de acordo com a definição prevista no art. 4o, parágrafo único, da LLC. LLC: “Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1o têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.” PROCEDIMENTO VINCULADO: atos e fases da licitação devem ser feitos de acordo com o procedimento previsto em lei. ATO ADMINISTRATIVO FORMAL: o procedimento licitatório é um ato administrativo formal. 6. TRÍPLICE FINALIDADE A licitação possui tríplice finalidade (art. 3o, caput, da LLC): LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 11 a) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia: assegurar e proteger a participação de todos os interessados na competição; b) permitir a melhor contratação possível: é o que chamamos de busca pela proposta mais vantajosa para a Administração, de acordo com os parâmetros legais; c) permitir a promoção do desenvolvimento nacional sustentável: envolve o desenvolvimento socioeconômico do País, o bem-estar da população, a independência tecnológica do País, a busca do pleno emprego, etc. LLC: “Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” TRÍPLICE FINALIDADE: ��� garantir a observância do princípio constitucional da isonomia; ��� permitir a melhor contratação possível (vantajosidade para a Administração); ��� permitir a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 7. PRINCÍPIOS Eis os princípios explícitos no art. 3o, caput, da LLC, comuns a qualquer das modalidades licitatórias: legalidade; impessoalidade; moralidade; igualdade, publicidade; probidade administrativa; vinculação ao instrumento convocatório (pode ser edital ou carta convite); julgamento objetivo. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 12 LLC: “Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” 7.1 LEGALIDADE/PROCEDIMENTO FORMAL O princípio do procedimento formal (art. 4o, parágrafo único, da LLC) está ligado ao princípio da legalidade, já que a Administração deve praticar os atos e as fases do procedimento licitatório com a fiel observação das normas legais, sob pena de tornar o processo licitatório passível de nulidade. A realização de um ato licitatório sem a observação da lei constitui violação a esses princípios, devendo ser apurada a responsabilidade do servidor que lhe der causa. Há alguma exceção para esses princípios?! Respondo: as formalidades consideradas desnecessárias, ou seja, que não causem prejuízo efetivo aos licitantes devem ser desconsideradas, pois constituirão mero formalismo. Nesse caso, a Administração poderá invocar o princípio de que não há nulidade sem que haja prejuízo para as partes, muito utilizado nos processos judiciais, o qual corresponde à expressão francesa “pas de nullité sans grief” (“não existe nulidade sem prejuízo”). Muito bem, se por acaso cair essa na prova, você já sabe que a nulidade pode ser superada se não causar um prejuízo efetivo para os licitantes! O controle da legalidade dos atos praticados com base na LLC estão sujeitos a ampla fiscalização: • por qualquer licitante; • por qualquer contratado; • por qualquer pessoa física ou jurídica; • pelo Tribunal de Contas competente. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 13 LLC: “Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto. § 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.” 7.2 IMPESSOALIDADE Pelo princípio da impessoalidade, previsto no art. 37, caput, da CF, o administrador não pode se afastar da finalidade principal dos atos previstos na LLC: o atingimento do interesse público. É fácil de gravar se entendermos que esse princípio está associado ao princípio da finalidade. Se o administrador deixar de procurar o interesse púbico, haverá desvio de finalidade. CF: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. 7.3 MORALIDADE O princípio da moralidade, também previsto no art. 37, caput, da CF, impõe que o administrador haja, na condução dos atos da Administração, com decoro, probidade, boa-fé, honestidade. CF: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 14 Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. 7.4 IGUALDADE ENTRE OS LICITANTES Embora expressamente prevista no art. 3o, caput, da LLC, a igualdade de tratamento dos licitantes no processo licitatório não é absoluta! Isso mesmo! Vejamos o porquê: no Direito existe uma máxima que traduz esse princípio como princípio da isonomia, que pressupõe o tratamento igual entre os iguais, e o tratamento desigual entre os desiguais, na medida de sua desigualdade. Sobre esse aspectos, devemos destacar situações especiais de preferência, como critério de desempate: • Bens ou serviços: produzidos no País; produzidos ou prestados por empresas brasileiras; ou produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. • Margem de preferência: é aplicada para “desempate técnico” na participação de microempresas e empresas de pequeno porte em licitações (MEs e EPPs). LLC: “Art. 3o ........................................................................................ .................................. § 1o É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 15 e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I - (Revogado pela Lei no 12.349, de 2010) II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.” Dentre esses assuntos que falei agora, quero destacar que, autorizadamente pela Constituição 1 , o Estatuto da ME e EPP (Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; LCP no 123), atribuiu tratamento diferenciado e favorecido a licitantes que se enquadrem no conceito de ME e EPP, inclusive na parte de licitações. Explano, no quadro a seguir, sobre o funcionamento dessa margem de preferência. ATENÇÃO: MARGEM DE PREFERÊNCIA para as MEs e EPPs no desempate técnico! Pelo Estatuto da ME e EPP, o enquadramento é feito de acordo com a receita bruta do interessado: • Microempresa (ME): deve ter receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00, sendo que, no caso de início de atividade no próprio ano-calendário, esse limite será proporcional ao número de meses 1 “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: ................................................ IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.” LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 16 em que houver exercido a atividade, inclusive as frações de meses. • Empresa de pequeno porte (EPP): deve ter receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (idem, com relação ao início de atividades no próprio ano- calendário). O enquadramento ou o desenquadramento não pode prejudicar ou alterar contratos em curso celebrados pela ME ou EPP (art. 3o, § 3o, da LCP no 123). Muito bem! Agora, vamos conferir o que diz a LCP sobre essa margem de preferência nas competições licitatórias! LCP no 123: “Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. § 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada. § 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço. Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate, proceder-se-á da seguinte forma: I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado; II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito; III - no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pequeno porte que se encontrem nos LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 17 intervalos estabelecidos nos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta. § 1o Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput deste artigo, o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do certame. § 2o O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial não tiver sido apresentada por microempresa ou empresa de pequeno porte. § 3o No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada será convocada para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento dos lances, sob pena de preclusão.” 7.5 PUBLICIDADE Por esse princípio, os atos da licitação devem ser feitos de forma aberta ao público, desde os avisos de abertura, conhecimento do edital e anexos, exame da documentação e abertura de propostas dos interessados, bem como o fornecimento de cópias de qualquer ato doprocesso licitatório. LLC: “Art. 3o ........................................................................................ .................................. § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. .................................. Art. 43. ......................................................................................... § 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.” LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 18 .................................. Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente.” Audiência pública para licitações de grande vulto: o art. 39, da LLC, que acabamos de nos referir, trata das licitações com valor estimado superior a R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais). Uma questão importante: na conhecida obra “Direito Administrativo Brasileiro”, inaugurada por HELY LOPES MEIRELLES (Malheiros Editores, SP, 37a edição, 2010, página 288), defende-se que o julgamento das propostas pode ser feito em recinto fechado, “sem a presença dos interessados, para que os julgadores tenham a necessária tranquilidade na apreciação dos elementos em exame e possa discutir livremente as questões a decidir.” E, de acordo com a mesma doutrina, após as análises das propostas, deve-se seguir para a divulgação do resultado (aplicação do princípio da publicidade), visando propiciar aos interessados a interposição de recursos e a adoção de medidas judiciais cabíveis. Pessoal, quero frisar para vocês que a importância da publicidade no processo licitatório é muito grande! Sem a publicidade correta, o processo torna-se passível de nulidade! Mas, ao mesmo tempo, quero esclarecer que o único momento de “portas fechadas” seria o da reunião da comissão para discutir e julgar as propostas LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 19 internamente. Esclareço: depois dessa “discussão interna”, a comissão deverá reabrir “as portas”, e aplicar seguimento ao processo licitatório, com a necessária divulgação do julgamento das propostas. 7.6 PROBIDADE ADMINISTRATIVA Na verdade, esse dever é comum a todos os administradores públicos, para todos os níveis de atividade da Administração, de ser honesto e íntegro na execução das atividades administrativas. Foi expressamente incluído no art. 3o, da LLC. A violação desse princípio caracteriza a famosa improbidade administrativa. Essa situação está prevista, inclusive, na Constituição, com a previsão de uma série de sanções, na forma da lei! CF: “Art. 37. ........................................................................................ .................................. § 4o Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” 7.7 VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO O princípio da vinculação ao instrumento convocatório (edital ou carta convite) está ligado ao princípio da legalidade, já que os atos e as fases do procedimento licitatório devem obedecer fielmente às normas previstas no edital ou no convite, que, por sua vez, não podem contrariar a legislação, sob pena de contaminar o procedimento licitatório de vício de nulidade. ATENÇÃO: edital ≠≠≠ carta convite, mas ambos são instrumentos convocatórios de licitações! • Edital: • Carta convite: LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 20 Tamanha é a importância do instrumento convocatório para a licitação, que se criou a seguinte frase: “o edital é a lei interna do certame licitatório”! No caso de convite, a importância é a mesma! LLC: “Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113. § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.” 7.8 JULGAMENTO OBJETIVO O julgamento das propostas deve obedecer aos critérios objetivamente previstos no edital ou no convite. Com isso, é reduzida a margem de julgamento subjetivo na licitação. LLC: “Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 21 § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes. ........................................ Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatórioe de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.” PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LICITAÇÃO: • LEGALIDADE; • IMPESSOALIDADE; • MORALIDADE; • IGUALDADE; • PUBLICIDADE; • PROBIDADE ADMINISTRATIVA; • VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO; e • JULGAMENTO OBJETIVO. 8. SIGILO NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS Esse tipo de sigilo está ligado ao princípio da igualdade entre os licitantes, já que estaria prejudicada a igualdade se algum dos licitantes conhecesse com antecedência a proposta de outro concorrente. Se essa regra for violada, pode ser anulado o processo licitatório, além de configurar a prática do ilícito penal previsto no art. 94, da LLC. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 22 LLC: “Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.” 10. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR Vejamos uma coisa: lembram-se como uma licitação termina? Ela se encerra com a homologação e a adjudicação. Somente depois disso, é que pode vir o contrato. Então, vamos raciocinar sobre o assunto: pelo princípio da adjudicação compulsória ao vencedor, o resultado da licitação corresponde a um dever absoluto para a Administração de adjudicar com o vencedor da licitação?! Isso mesmo! Explico mais: por esse princípio, se a Administração for realmente contratar o objeto licitado, não poderá contratar com outra pessoa senão com o próprio vencedor do certame licitatório! Ou seja: o vencedor possui direito à adjudicação, mas não ao contrato imediato! LLC: “Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação; III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos; IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 23 fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital; VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.” ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR: o vencedor possui direito à adjudicação, mas não ao contrato imediato! Turma! Convido vocês para ver como a LLC trata do objeto da licitação! 11. OBJETO DA LICITAÇÃO Para compreender melhor o assunto, tenham em mente que o objeto da licitação precisa ser bem delimitado no edital. Por quê?! Respondo: caso contrário, será passível de nulidade, pois: • dificultará a apresentação de propostas; • comprometerá a lisura (boa-fé) do julgamento; e • complicará a execução do futuro contrato. Outra pergunta-chave é: qualquer tipo de gasto ou alienação está sujeita à LLC?! Respondo: negativo, pelo art. 2o, da LLC, as licitações devem ser feitas para a realização de obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros. LLC: “Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 24 qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.” Ainda quanto ao objeto, guardem os seguintes conceitos: • Licitação por itens: o objeto é licitado em partes autônomas, desde que seja viável e esteja previsto no edital, para atender ao princípio da eficiência e da economicidade. • Licitação por lote único: o objeto será indivisível na licitação, desde que comprovadamente seja mais vantajoso para Administração. • Silêncio do edital: no silêncio, a licitação será por lote único (objeto indivisível), caso em que as propostas parciais devem ser desclassificadas. LLC: “Art. 23. ........................................................................................ ......................................... § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala. § 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação.” EM RESUMO: • LICITAÇÃO POR ITENS: o objeto é licitado em partes autônomas, desde que seja viável e esteja previsto no edital, para atender ao princípio da eficiência e da economicidade. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 25 • LICITAÇÃO POR LOTE ÚNICO: o objeto é indivisível na licitação. • SILÊNCIO DO EDITAL: a licitação será por lote único, devendo as propostas parciais ser desclassificadas. 12. EXCEÇÕES LEGAIS AO DEVER DE LICITAR A lei pode fazer exceções ao dever constitucional de licitar, por expressa autorização do art. 37, XXI, da CF. E o CESPE está habituado a pedir questões sobre essas situações! As exceções existentes são chamadas por: • licitações dispensadas; • licitações dispensáveis; e • licitações inexigíveis. Como entender a diferença entre elas, de uma maneira bem prática?! Respondo, nos quadros a seguir! LICITAÇÃO DISPENSADA: a Administração deve deixar de realizar a licitação! LICITAÇÃO DISPENSÁVEL: a Administração pode deixar de realizar a licitação! LICITAÇÃO INEXIGÍVEL: a licitação é inviável! Existem algumas regras comuns aos casos de dispensa de licitação previstas nos arts. 17, §§ 2o e 4o, e 24, incisos III a XXXI; de licitações inexigíveis do art. 25, da LLC; e de retardamento de obra ou serviço previsto no art. 8o, parágrafo único, da LLC, que obrigam a Administração a: • FAZER COMUNICAÇÃO à autoridade superior: dentro do prazo de 3 dias. • OBTER RATIFICAÇÃO da autoridade superior a ser PUBLICADA na imprensa oficial: em5 dias, após a comunicação. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 26 • CONDIÇÃO DE EFICÁCIA: esse procedimento deve ocorrer dentro dos prazos indicados (3 dias + 5 dias), como condição de eficácia do ato. ATENÇÃO: enquanto não for feita a ratificação, que possui efeito de homologação, seguida de publicação, o contrato não pode ser celebrado, sob pena de responsabilização do servidor que o fizer! Outro detalhe importante, é que, além da ratificação, o processo deve ser instruído com as exigências do parágrafo único do art. 26, da LLC (parágrafo único): • Caracterização da situação EMERGENCIAL ou CALAMITOSA que justifique a dispensa, quando for o caso. • RAZÃO DA ESCOLHA do fornecedor ou executante. • JUSTIFICATIVA DO PREÇO. • Documento de APROVAÇÃO dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. Para que isso? Respondo: o legislador apontou quais são os elementos que devem ficar obrigatoriamente registrados em cada processo, a fim de viabilizar futuro exame, inclusive por parte da fiscalização. LLC: “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 27 II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço. IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.” LLC: “Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução. Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.” Então, para memorizar, como condição de eficácia, deve ser previamente observado o procedimento descrito no quadros abaixo: COMUNICAÇÃO À AUTORIDADE SUPERIOR: prazo de 3 dias! � RATIFICAÇÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR + PUBLICAÇÃO: prazo de 5 dias! Superfaturamento (art. 25, § 2o, da LLC): outro detalhe importante é que, em qualquer dos casos de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. Seguindo, vamos para as situações previstas para contratação direta (sem licitação), começando pela licitação dispensada. 13. LICITAÇÃO DISPENSADA A seguir, listamos os casos de licitação dispensada previstos no art. 17, da LLC, para alienação de bens da Administração Pública, subordinada à LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 28 existência de interesse público devidamente justificado, e precedida de avaliação, nos casos de: a. Imóveis (art. 17, inciso I, da LLC): � para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais: depende de autorização legislativa; � para todos, inclusive as entidades paraestatais: depende de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, sendo DISPENSADA A LICITAÇÃO nos casos de: “a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 29 i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;”. b. Móveis (art. 17, inciso II, da LLC): � para todos: depende de avaliação prévia e de licitação, sendo DISPENSADA A LICITAÇÃO nos casos de: “a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.” Atenção: regra de dispensa de licitação para doação com encargo! LLC: “Art. 17. ....................................................................................... ....................................... § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado;”. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 30 c. Concessão de título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis (art. 17, § 2o, incisosI e II, da LLC): � para a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; � para pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares), sendo que, nesse caso, ficam também dispensadas de autorização legislativa, mas devem ser submetidas aos requisitos do art. 17, § 2o- A, da LLC. A seguir, listamos mais dois casos de licitação dispensada, previstos em outros diplomas legais: a. Contratação direta de consórcio público pela Administração direta ou indireta pelos entes da Federação consorciados, de acordo com o art. 2o, § 1o, inciso III, da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005 (Lei dos Consórcios Públicos). CONCEITO: � Consórcio público: é pessoa jurídica formada por entes da Federação, constituída como uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica privada sem fins econômicos. Lei do Consórcios Públicos: “Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências. § 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. § 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 31 situados os Municípios consorciados. § 3o Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS. Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais. § 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá: .............................. III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.” b. Contratação direta da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), pela Administração Pública para realizar atividades relacionadas ao seu objeto, com licitação dispensada pelo art. 5o, da Lei no 12.304, de 2 de agosto de 2010, que autorizou o Poder Executivo federal a criar a PPSA. 13. LICITAÇÃO DISPENSÁVEL Todas as hipóteses de dispensa de licitação estão previstas nos incisos I a XXXI do art. 24, da LLC. Logo, trata-se de um rol taxativo (“numerus clausus”)! Vejamos cada uma das hipóteses, com alguns comentários. Optei por transcrever cada inciso, para facilitar a familiarização com os termos e a própria consulta. 13.1 DISPENSA EM RAZÃO DO VALOR “Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;” LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 32 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;” � Inciso I: o valor de 10% para convite corresponde a R$ 15.000,00. � Inciso II: o valor de 10% para tomada de preços corresponde a R$ 150.000,00. � Proibição de fracionamento: o TCU determinou a abstenção de fracionamento de aquisições frequentes ou contratação sistemática de determinados serviços, com base nesses dois incisos, cujos valores ultrapassassem o limite de R$ 15.000,00. Ex.: é proibido fazer várias compras pequenas de um determinado bem, cujo total ultrapasse o valor previsto da dispensa, pois caracteriza violação ao dever de licitar. � Essas hipóteses (incisos I e II) não precisam cumprir o art. 26, da LLC. � Os valores para esse tipo de dispensa podem aumentar para até 20% para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas (art. 24, parágrafo único, da LLC). CONCEITOS: � Agência executiva: é a autarquia ou fundação pública assim qualificada por ato do Chefe do Poder Executivo. Com essa qualificação, é possível a celebração de contrato de gestão com o órgão supervisor, que, na esfera federal, pode ser um Ministério. � Consórcio público: é pessoa jurídica formada por entes da Federação, constituída como uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica privada sem fins econômicos. ATENÇÃO: o valor da dispensa de licitação nos casos do art. 24, incisos I e II e parágrafo único, da LLC, pode ser ainda maior para consórcios públicos com três ou mais entes públicos consorciados! • Dobro: quando o consórcio for formado por três entes da Federação. Ex.: 20% dobre o dobro de R$ 150.000,00 = 20% LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 33 sobre R$ 300.000,00 = R$ 60.000,00. • Triplo: quando o número de entes do consórcio for maior do que três. Ex.: 20% dobre o triplo de R$ 150.000,00 = 20% sobre R$ 450.000,00 = R$ 90.000,00 LLC: “Art. 23. ......................................................................................... ........................................ § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.” 13.2 GUERRA OU GRAVE PERTURBAÇÃO DA ORDEM “III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;” � Guerra: a declaração de guerra é competência privativa da União (art. 21, inciso II, da CF), por ato presidencial (art. 84, inciso XIX, da CF), mediante referendo ou autorização do Congresso Nacional (art. 49, inciso II, da CF). � Grave perturbação da ordem: situação interna de intenso desequilíbrio social e político que afete a paz. � Art. 24, inciso IV: não confundir as hipóteses, pois a do inciso IV é menos grave (urgência ou calamidade pública). 13.3 URGÊNCIA/CALAMIDADE PÚBLICA (CONTRATO EMERGENCIAL) “IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;” LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIAE EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 34 � Urgência: deve ser demonstrada uma situação que não possa aguardar a demora dos trâmites de uma licitação. � Interesse público: situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares. � Prazo máximo do contrato emergencial: 180 dias, consecutivos e ininterruptos, vedada a prorrogação contratual. � Inércia na adoção tempestiva de medidas para licitar: o Tribunal de Contas da União (TCU) não tem aceito dispensa nos casos de inércia em licitar anteriormente à dispensa, diante da comprovada preexistência da necessidade administrativa. 13.4 LICITAÇÃO DESERTA “V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;” � Desinteresse (LICITAÇÃO DESERTA): pode ser que não surjam interessados no objeto da licitação. Nesse caso, pode ser feita a dispensa da licitação! � Desclassificação de todas as propostas ou inabilitação de todos os licitantes (LICITAÇÃO FRACASSADA): outra situação é a ausência de vencedor na licitação. Nesse caso, antes de fazer a contratação direta, deve-se dar uma nova chance para apresentar documento ou nova proposta (art. 48, § 3o, da LLC)! Não é possível, portanto, fazer a dispensa da licitação no caso da licitação fracassada. Já vi isso ser cobrado em concurso! ATENÇÃO: licitação deserta ≠≠≠ licitação fracassada! � Licitação deserta: nesse caso, é admissível a dispensa de licitação (art. 24, inciso V, da LLC)! � Licitação fracassada: gera a necessidade de abertura de prazo para apresentação de documentação (em caso de inabilitação de todos os licitantes) ou nova proposta (em caso de LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 35 desclassificação de todas as propostas). LLC: “Art. 48. ........................................................................................ ................................................ § 3o Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.” 13.5 INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO “VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;” � União: essa é uma possibilidade que pode ser utilizada apenas pela União. 13.6 INCOMPATIBILIDADE COM PREÇOS DE MERCADO “VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;” � Prazo de 8 dias úteis ou 3 dias úteis (convite) para renovação das propostas: o texto oficial está errado, pois não é o parágrafo único, mas o § 3o do art. 48, da LLC, que permite a renovação da proposta, antes de tornar possível a dispensa da licitação. 13.7 CONTRATAÇÃO DIRETA DE ÓRGÃO OU ENTIDADE PÚBLICA LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 36 “VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;” � Criação anterior à vigência da LLC: para ser contratado por esse fundamento, o órgão ou entidade deve ter sido criado antes da vigência da LLC, ocorrida em 22 de junho de 1993. � Finalidade específica: outro requisito é que o órgão ou entidade deve ter sido criado para a finalidade de produzir bens ou prestar serviços para a Administração. Ex.: o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) foi criado pela Lei no 4.516, de 1o de dezembro de 1964, com vinculação e ao Ministério da Fazenda para a “execução, com exclusividade, por processos eletromecânicos ou eletrônicos, de todos os serviços de processamento de dados e tratamento de informações, necessários aos órgãos do Ministério da Fazenda a execução de serviços congêneres que venha a contratar com outros órgãos da administração federal, estadual ou municipal; a prestação do processamento técnico a êsses mesmos órgãos, no campo de sua especialidade.” � Preço compatível com o de mercado: esse é um requisito para viabilizar a contratação direta sob esse fundamento. 13.8 COMPROMETIMENTO DA SEGURANÇA NACIONAL “IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;” � Segurança nacional: envolve os interesses do Estado e não eventuais interesses dos ocupantes dos órgãos públicos. � Objeto (art. 1o, do Decreto no 2.295, de 4 de agosto de 1997): prevê a dispensa de “I - aquisição de recursos bélicos navais, terrestres e aeroespaciais; II - contratação de serviços técnicos especializados na área de projetos, pesquisas e desenvolvimento científico e tecnológico; III - aquisição de equipamentos e contratação de serviços técnicos especializados para a área de inteligência”. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 37 � Justificativa: as dispensas devem ser justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante. � Ratificação prévia: compete ao titular da pasta ou órgão que tenha prerrogativa de Ministro de Estado. � Conselho de Defesa Nacional: possui competência para analisar também outros casos de dispensa por motivo de segurança nacional (art. 2o, do Decreto). 13.9 COMPRA OU LOCAÇÃO DE IMÓVEL “X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;” � Destinação: a aquisição ou locação deve atender a finalidades precípuas da administração. � Justificativa: escolha condicionada sobre necessidades de instalação e localização. � Valor de mercado: a dispensa deve ser precedida de avaliação prévia. 13.10 CONTRATAÇÃO DE REMANESCENTE “XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;” � Início de obra: para ocorrer a dispensa, deve ter havido início de execução do contrato. � Ordem de classificação na licitação: deve ser observada. � Condições: devem ser mantidas as mesmas condições que foram oferecidas ao licitante vencedor, e que parou de executar o contrato. ATENÇÃO: não confundir essa situação com a desistência de LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIODA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 38 assinatura do contrato pelo licitante vencedor! � Nesse caso, não houve início de execução, pois o contrato não foi assinado. � A Administração pode tomar duas decisões: • convocar os remanescentes, na ordem de classificação para assinar o contratos nas mesmas condições propostas pelo licitante vencedor; ou • revogar a licitação. LLC: “Art. 64. ........................................................................................ ................................................ § 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.” 13.11 CONTRATAÇÃO DE GÊNEROS PERECÍVEIS “XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;” � Duração provisória: essa forma de dispensa somente pode perdurar pelo prazo necessário para realizar licitação. � Preço do dia: o preço pode variar a cada dia. 13.12 CONTRATAÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE PESQUISA “XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 39 institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético- profissional e não tenha fins lucrativos;” � Instituição brasileira: não pode ser pessoa física, deve ser uma pessoa jurídica nacional regulamente constituída, para as finalidades do inciso. � Reputação: a instituição deve possui reputação ético-profissional, por isso, não pode ser qualquer instituição. � Sem fins lucrativos: a instituição não pode ter fins lucrativos. � Contratação: é vedada a subcontratação, devendo a execução do contrato ser realizada diretamente pela instituição (vedação de terceirização). 13.13 ACORDO INTERNACIONAL “XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;” � Objeto: apenas aquisição de bens ou serviços, sendo vedada a contratação de obras. � Intermediação: desnecessária a intermediação contratual de organismo internacional. 13.14 OBRAS DE ARTE E OBJETOS HISTÓRICOS “XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade;” � Vinculação finalística: o órgão ou entidade a ser contratado deve possuir finalidades vinculadas ao objeto do contrato. 13.15 IMPRESSÕES E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 40 “XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;” � Finalidade específica: o contrato deve ser firmado com órgão ou entidade que integre a Administração Pública, que tenha sido criado para finalidade específica que seja ligada ao objeto da dispensa. Ex.: Imprensa Oficial, ligada à Presidência da República, pode ser contratada sem licitação para a impressão de Diários Oficiais da União. 13.16 AQUISIÇÃO DE COMPONENTES VINCULADOS À GARANTIA “XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;” � Período de garantia: é razoável adquirir componentes ou peças direta e exclusivamente do fornecedor original, durante o prazo de garantia técnica de equipamentos, notadamente quando for condição de manutenção do direito de garantia. 13.17 ABASTECIMENTO DE EMBARCAÇÕES, AERONAVES E TROPAS “XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei;” � Valor máximo para dispensa por esse inciso: R$ 80.000,00. LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 41 13.18 PADRONIZAÇÃO DE MATERIAL MILITAR “XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;” � Não se aplica esse dispositivo para compras de: materiais de uso pessoal e administrativo. 13.19 ASSOCIAÇÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA “XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.” � Requisitos: associação sem fins lucrativos e compatibilidade com o preço de mercado. 13.20 PESQUISA CIENTÍFICA OU TECNOLÓGICA “XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;” � Excluídos: obras e serviços. � Art. 26, parágrafo único, inciso IV: o processo de dispensa deverá conter documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. 13.21 ENERGIA ELÉTRICA E GÁS NATURAL “XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;” LICITAÇÕES E CONTRATOS, PARA TÉCNICO EM PATRIMÔNIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 01 PROFESSOR: CARLOS BANDEIRA Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 42 � Fornecedor único: o TCU entende que, havendo único fornecedor, será hipótese de inexigibilidade de licitação, com fundamento no art. 25, inciso I, da LLC. 13.22 SUBSIDIÁRIAS E CONTROLADAS “XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia
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