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A Insurreição Acreana

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A insurreição acreana 
 
 
 
Brasil X Bolívia pelos seringais 
A história do Acre começa a se definir em 1895 quando uma comissão demarcatória foi 
encarregada de definir limites entre Brasil e Bolívia, com base no Tratado de Ayacucho, de 
1867. 
No processo demarcatório foi constatado, no ponto inicial da linha divisória entre os dois 
países (nascente do Javari) que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época 
ocupada por brasileiros. Reconhecida legalmente a fronteira Brasil-Bolívia, em 12 de 
setembro de 1898 a Bolívia quis tomar posse da região então ocupada por seringueiros 
brasileiros, na vila de Xapuri. Os brasileiros não aceitaram e obrigaram os bolivianos a se 
retirar da região. 
No início de 1899 desembarcou em Puerto Alonso o ministro boliviano, Dom José 
Paravicini, com apoio do governo brasileiro, impôs decretos, inclusive o de abertura dos 
rios amazônicos ao comércio internacional, cobrou altos impostos sobre a borracha, 
demarcou seringais e oprimiu os nativos da região. O período dessa atuação ficou na 
história como os "Cem dias de Paravicini". 
A insurreição Acreana ganha seu primeiro ensaio em 1º de maio de 1899, quando 
seringalistas se reúnem no seringal Bom Destino, de Joaquim Vitor, liderados pelo 
jornalista José Carvalho e decidem lutar contra o domínio boliviano, O momento coincidia 
com a viagem de Paravivini para Belém. O Delegado que o substituía, Moisés Santivanez 
foi expulso. Começava a Revolução Acreana. Sem armas ou tiros, os revolucionários 
brasileiros restabeleceram o domínio e criaram a Junta Central Revolucionária. 
Joaquim Galvez e o Estado Independente do Acre 
Em 03 de junho de 1899 entra no cenário da Revolução do Acre o jornalista espanhol Luis 
Galvez, que denuncia nos jornais paraenses uma aliança entre Bolívia e Estados Unidos. 
Os EUA apoiariam militarmente os bolivianos em caso de guerra contra o Brasil. 
Enquanto o governo brasileiro continuava reconhecendo os direitos da Bolívia sobre a 
região, revolucionários decidem pela fundação do Estado Independente do Acre. 
Os revolucionários, em 14 de julho de 1899 - escolhida por ser a data de aniversário da 
Queda da Bastilha durante a Revolução Francesa - concretizam a criação do Estado 
Independente do Acre, com capital na Cidade do Acre, antes chamado Puerto Alonso. Luis 
Galvez, não poderia ser diferente, foi aclamado presidente do novo país. 
Galvez buscou o reconhecimento internacional, elaborou legislação, mas também 
desagradou seringalistas, aviadores e exportadores e acabou sendo deposto em 28 de 
dezembro de 1899 pelo seringalista Antônio de Souza Braga, que não se garantiu no 
comando e devolveu o posto a Galvez, em 30 de janeiro de 1900. Em 15 de março de 1900 
o governo federal enviou força da marinha brasileira para o Acre. Galvez foi destituído e o 
Acre voltou ao domínio Boliviano. 
O governo do Amazonas também tinha pretensões de anexar o Acre ao estado e decidiu 
financiar a expedição Floriano Peixoto ou Expedição dos Poetas, que levou para a área 
boêmios e profissionais liberais de Manaus. Em 29 de dezembro de 1900, em Puerto 
Alonso, os poetas foram derrotados. 
Em 11 de julho de 1901 a Bolívia assina contrato de arrendamento do Acre com 
capitalistas norte-americanos e ingleses, que chegaram para instalar o Bolivian Syndicate, 
para a opinião pública uma ameaça à soberania nacional. O governo federal finalmente 
percebe os riscos e possíveis perdas e interfere, salvando a Amazônia do domínio 
imperialista. 
Revolução Acreana 
Com novo apoio do governo do Amazonas seringueiros e seringalistas revolucionários 
partiram mais uma vez para a luta em 6 de agosto de 1902, em Xapuri. A luta armada se 
estendeu até 24 de janeiro de 1903, data de retomada do poder aos brasileiros e 
reinstalação do Estado Independente do Acre. 
Com a substituição, na República brasileira, de Campos Sales (1898/1902) por Rodrigues 
Alves (1902/1906) muda a postura do governo federal sobre o assunto. A partir das 
negociações do Ministro das Relações Exteriores, Rio Branco, foi estabelecido o Tratado 
de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903, que anexava o Acre ao Brasil. 
Em 8 de setembro de 1909, mediante o Tratado do Rio de Janeiro, foi resolvida também a 
questão de fronteiras como Peru.

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