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DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS Prof.ª ELAINE GROPP FF SISTEMA HEMATOLÓGICO LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA (LMC) LMC • 15% das leucemias no adulto (principalmente 40 a 55 anos), muito rara em crianças. • Incidência: 1 a 2 casos por 100.000 hab/ano. • Sexo: Homens > Mulheres. • Início da doença ocorre de 5 a 10 anos antes do diagnóstico pelos sintomas clínicos. • Diagnóstico precoce → melhor prognóstico, maior chance de remissão completa. • Diagnóstico precoce é dificultado por: – Sinais e sintomas pouco conclusivos (inexpecíficos); – Exames laboratoriais mal realizados; – Interpretação equivocada dos achados laboratoriais: • Confusão com quadro infeccioso bacteriano • Evolução laboratorial desconsiderada LMC • Doença mieloproliferativa clonal (célula afetada é uma stem cell pluripotente comprometida com a linhagem mieloide). • Apresenta leucocitose às custas de granulocitose com presença de células em vários graus de maturação. • Causa genética (85% dos casos): translocação 9;22 → cromossomo Philadelphia (Ph1). CROMOSSOMO PHILADELPHIA • Translocação entre o cromossomo 9 e o 22 → t (9q;22q) (q34;q11). • Junção dos genes bcr-abl no cromossomo 22 → formação de um cromossomo híbrido → produção de uma proteína quimérica anormal. – bcr (breakpoint cluster region) → gene que marca a parada de transcrição. – abl (vírus da leucemia murina de Ableson) → é um protooncogene. Sequência bcr-abl → liberação do oncogene CROMOSSOMO PHILADELPHIA A TRANSLOCAÇÃO LEVA A DIFERENTES GENES HÍBRIDOS (cromossomo não quebra sempre no mesmo lugar) e diferentes proteínas quiméricas: RNAm QUIMÉRICOS TIROSINA-QUINASES QUIMÉRICAS: p 210 (210 Kda): presente nas LMC ao diagnóstico. p 190 (190 Kda): presente em 50% das LLA. p 230 (230 Kda): muito rara. OBS: Alteração em proteínas que inibem o controle da replicação celular. LMC – Quadro clínico • Início assintomático → quadro piora com evolução da doença: – Emagrecimento, irritabilidade; – Adinamia, fraqueza (se anemia); – Suscetibilidade à infecções; – Sangramentos, petéquias; – Dor óssea; – Desconforto abdominal (se esplenomegalia); – Hiperviscosidade sanguínea (leucocitoses extremas). LMC – EVOLUÇÃO CLÍNICA • Doença não tratada apresenta 3 fases: – Fase crônica: evolução lenta: dura de 3 a 5 anos após início da doença. – Fase acelerada: duração aproximada de 6 meses (pcte não responde mais ao tto → anemia e leucocitose refratárias). Leucócitos dobram a cada 5 dias. ▪ Crise blástica: anormalidades cromossômicas secundárias, além da t(9;22) → evolução para leucemia aguda: ❑ Mieloide = 63% evolui para LMA (M0 a M7), mas é raro encontrar blastos com bastão de Auer. ❑ Linfoide = 32% evolui para LLA-L1 ou LLA-L2. ❑ Mista = 5%. Morte em cerca de 4 semanas. HEMOGRAMA ▪ WBC: geralmente entre 50.000 e 300.000/L (100% tem leucocitose, exceto após tratamento). ▪ Anemia NORMO/NORMO ou MACRO condicionada ao número de leucócitos (geralmente leve em 80%). ▪ Podem ser vistos eritroblastos. ▪ Trombocitose em 60% dos casos (acima de 500.000/L), mas pode também cursar com trombocitopenia (10%) ou plaquetas normais (30%). ▪ Toda a linhagem granulocítica pode estar presente (de NT até blasto), predominando mielócitos e neutrófilos (mais mielo que meta e raros promielo e blastos) → desvio à esquerda frequentemente não escalonado. ▪ Pode aparecer pseudo-Pelger-Huët. ▪ Até 10% de blastos (se mais, evolução da doença e pior prognóstico). ▪ Muito comum ter basofilia e/ou eosinofilia (podem ser vistos também precursores) → aumento indica prognóstico ruim. ▪ Linfócitos e monócitos geralmente diminuídos. LEUCÓCITOS: 385.000/mm3 BLASTO: 1% PROMIELÓCITOS: 10% MIELÓCITOS: 21% METAMIELÓCITOS: 14% BASTONETES: 19% SEGMENTADOS: 25% EOSINÓFILOS: 2% BASÓFILOS: 2% LINFÓCITOS: 4% MONÓCITOS: 2% Desvio à esquerda não - escalonado HEMOGRAMA (Fase crônica) Observar a plaquetose e a presença de macroplaquetas HEMOGRAMA (Fase crônica) ➢ Para diferencial: contar pelo menos 200 células na objetiva de imersão. HEMOGRAMA (Fase crônica) HEMOGRAMA (Fase crônica) HEMOGRAMA (Fase acelerada) Observar a plaquetose e a presença de maior número de blastos (>10%) HEMOGRAMA (Fase acelerada) Observar a presença de maior número de blastos (>10%) HEMOGRAMA (Fase acelerada) Observar aumento de blastos, basofilia e eosinofilia. HEMOGRAMA (Crise blástica) Blastos > 20%, basofilia intensa. LMC – Diagnóstico confirmatório • Mielograma – Hipercelular (série granulocítica) – Blastos 5 a 10% • Citogenética – Pesquisa do Cromossomo Ph - t(9;22) • Biologia Molecular – Pesquisa do gene BCR-ABL MIELOGRAMA - EXEMPLO LMC – Citogenética Pesquisa da t (9;22) por FISH LMC - Tratamento Pcte < 65 anos TMO-alogênico - Chance de cura: 60 a 70 % em 5 anos - 20 % mortalidade - 15 % recaída Pcte 65 anos ou + Mesilato de Imatinibe (ou dasatinibe, nilotinibe), a-INF, citarabina, hidroxiureia, bussulfam (+ tóxico) - 70 a 90% remissão clínica e hematológica - 5 a 15% remissão citogenética - Sobrevida média 10 anos - Efeitos colaterais intensos LMC - Tratamento • MESILATO DE IMATINIBE, DESATINIBE E NILOTINIBE: inibidores da tirosina-quinase: • Impede que proteína quimérica seja transcrita. • Induz apoptose nas células que expressam BCR-ABL. • Mantém paciente na fase crônica (pode até normalizar o hemograma). • Boa perspectiva de associação com outras drogas. Pacientes intolerantes ao IMATINIBE → HIDROXIUREIA, INTERFERON ALFA, BUSSULFAM: remissão clínica e hematológica, melhora a qualidade de vida, mas não impede a progressão da doença. EFEITOS ADVERSOS DO IMATINEBE, DESATINIBE E NILOTINIBE: • Distúrbios gastrointestinais (diarreia, náuseas e vômitos). • Retenção de líquido, podendo resultar em edema: → Dasatinibe pode causar derrames pleurais (em 22% pctes). • Nilotinibe pode provocar arritmias. • Raramente, ocorre mielossupressão significativa, podendo exigir suporte transfusional, redução da dose ou interrupção do fármaco. • Hepatotoxicidade. INTERAÇÕES DO IMATINEBE, DESATINIBE E NILOTINIBE: • A enzima hepática CYP3A4 do citocromo P450 constitui a principal enzima responsável pelo metabolismo destes fármacos. • Cetoconazol (inibidor da CYP3A4) → favorece efeitos tóxicos do imatinibe, desatinibe e nilotinibe. • Rifampicina (indutor da CYP3A4) → reduz a eficácia do imatinibe, imatinibe, desatinibe e nilotinibe. • O imatinibe (substrato competitivo da CYP3A4) pode inibir o metabolismo da sinvastatina e aumentar sua concentração plasmática em 3,5 vezes. • Alcalinização do pH no TGI (antiácidos, inibidores bomba de prótons, alimentos): reduz absorção e efeitos do imatinibe, desatinibe e nilotinibe. • Policitemia vera (PV) • Trombocitemia essencial (TE) • Mielofibrose (MF) • Síndrome mielodisplásica (SMD) • Leucemia mielomonocítica crônica (LMMC) OUTRAS DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS Neoplasias adquiridas causadas por mutação no DNA de um ou vários cromossomos em células tronco multipotentes POLICITEMIA VERA - PV - Caracterizada principalmente pelo aumento no nº de eritrócitos → muitos pacientes também apresentam superprodução de granulócitos e plaquetas. - Incidência maior em idosos (> 60 anos) de ambos os sexos. - Prognóstico é bom, com sobrevida de 10-16 anos. - Evolução comum para mielofibrose. - Alguns casos evoluem para LMA ou SMD. - Fazer diagnóstico diferencial com policitemias reativas (secundárias, benignas): viajantes para locais de altitude, usuários de EPO, fumantes, cardiopatas. POLICITEMIA VERA ACHADOS CLÍNICOS → resultam da hiperviscosidade, hipervolemia e hipermetabolismo: - Queimação nas palmas das mãos e plantas dos pés, além de vermelhidão nessas áreas, - Hipertensão, - Prurido após banho quente, - Rubor de face, - Cefaleia, - Dispneia (falta de ar), - Turvação da visão, - Sudorese noturna, - Hemorragia ou trombose arterial ou venosa, - Esplenomegalia,- Gota, - Úlcera péptica. POLICITEMIA VERA ACHADOS LABORATORIAIS: - Viscosidade sanguínea alta. - Hemograma: - Aumento no RBC, HB e HT. - Trombocitose e Neutrofilia (50%), podendo estar acompanhada de basofilia. - Podem aparecer precurssores do neutrófilo e/ou do basófilo. - Exames séricos: - Vitamina B12 elevada. - Ácido úrico sérico alto. - Eritropoetina sérica (EPO) está baixa ou ausente. - Ferro pode estar reduzido. - Mielograma: hipercelular, com proeminência de megacariócitos, aumento da quantidade de gordura, aumento das fibras de reticulina em cerca de 40% dos casos, ao diagnóstico, e ferro medular diminuído em 95% dos pacientes. POLICITEMIA VERA PV- Hemograma sem “praia” - TRATAMENTO: Venessecção (sangrias), medicamentos mielossupressores (hidroxiuréia, bussulfan, interferon, outros). POLICITEMIA VERA Anemia ferropriva secundária ao tto da PV com sangrias TROMBOCITEMIA ESSENCIAL - TE TROMBOCITEMIA ESSENCIAL - Caracterizada pelo aumento no nº de plaquetas → proliferação de megacariócitos e superprodução de plaquetas (>600.000/µL). - Deve ser feito diag. diferencial com PV, LMC, MF, SMD e com condições reativas benignas que também podem apresentar trombocitose. - Pode evoluir para mielofibrose após 10-20 anos. - 5% evoluem para LMA. FAZER DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM OUTRAS CAUSAS REATIVAS BENIGNAS DE TROMBOCITOSE ACHADOS CLÍNICOS: - Pode ser assintomático. - Trombose ou hemorragia são comuns. - Sensação de queimação nas mãos e pés. - Esplenomegalia (40%) ou atrofia esplênica por trombose. TROMBOCITEMIA ESSENCIAL ACHADOS LABORATORIAIS: Hemograma: - Trombocitose (>500.000 plaquetas/mm3) - Plaquetas grandes anormais (macroplaquetas), anisocitose plaquetária, formas bizarras, podem ser agranulares e haver fragmentos circulantes de megacariócitos no SP. - WBC geralmente normal ou discreta leucocitose. - Pode haver basofilia em alguns pacientes. Mielograma: - MO normocelular ou moderadamente hipercelular com evidente proliferação de megacariócitos grandes ou gigantes, aparecendo geralmente em agrupamentos ou dispersos pela medula. Os megacariócitos têm citoplasma abundante e núcleos hiperlobulados. TROMBOCITEMIA ESSENCIAL TROMBOCITEMIA ESSENCIAL TROMBOCITEMIA ESSENCIAL TRATAMENTO: - Mielossupressão citotóxica (quimioterapia). - Aférese de plaquetas → tto a curto prazo. - Aspirina. TROMBOCITEMIA ESSENCIAL MIELOFIBROSE MIELOFIBROSE - Sinonímias: mielofibrose idiopática, mieloesclerose, metaplasia mieloide agnogênica. - Doença secundária à hiperplasia de monócitos e/ou megacariócitos anormais → fatores de crescimento derivados de monócitos, plaquetas e megacariócitos estimulam fibroblastos → FIBROSE GENERALIZADA E PROGRESSIVA DA MEDULA ÓSSEA. - Desenvolvimento de hematopoese no baço e fígado → hematopoese extramedular → Hepatoesplenomegalia maciça. - Estabelecimento insidioso principalmente em indivíduos idosos. - 1/3 dos pacientes têm história prévia de PV. - Alguns tem história prévia de TE. - 10-20% evoluem para LMA. - Sobrevida mediana → 3 a 6 anos (morte por infecção, ICC, LMA). Medula óssea na mielofibrose Medula óssea normal MIELOFIBROSE MIELOFIBROSE ACHADOS CLÍNICOS: - Fraqueza, cansaço; - Esplenomegalia: desconforto abdominal; - Anorexia e perda de peso; - Febre, sudorese noturna; - Sangramentos; - Dor óssea; - Gota. ACHADOS LABORATORIAIS: Hemograma: - Anemia (HB<10 g/dL) NORMO/NORMO comum em 60% dos casos, podendo haver leve reticulocitose. - Pode ter policromasia e pecilocitose com dacriócitos e eliptócitos é comum. - Presença ocasional de precursores do neutrófilo (até blastos), das plaquetas (megacariócitos) e do eritrócito (eritroblastos). - Plaquetas e leucócitos quase sempre elevados no início da doença (portadores de PV ou TE), mas valores geralmente caem com a progressão da doença → trombocitopenia e leucopenia. - Plaquetas com morfologia alterada (granulação anormal, macroplaquetas). - Pode ter monocitose e/ou basofilia. - Pode ter pseudo-Pelger-Huët. Exames séricos: - Níveis baixos de Folato, albumina e colesterol. - Níveis altos de Vit B12, ácido úrico e LDH. Mielograma: MO hipocelular de difícil obtenção por aspiração → fazer biópsia. Frequentemente apresenta elevado número de megacariócitos e tecido fibrótico. MIELOFIBROSE Poiquilocitose (dacriócitos), megacariócitos e blastos no SP MIELOFIBROSE CASO • Paciente, 72 anos com diagnóstico de Anemia refratária (SMD). • Fez hemograma para acompanhar a doença e descobriu-se que se tratava de uma mielofibrose. É muito raro raro encontrar em imersão na objetiva de 100X, os quatro componentes citológicos da MIELOFIBROSE: 1. Basófilo 2. Eritroblasto 3. Blasto 4. Dacriócito MIELOFIBROSE MIELOFIBROSE TRATAMENTO: • TMO • Paliativo → redução dos efeitos da anemia e da esplenomegalia e do hipermetabolismo: ▪ Transfusão de SG, ▪ Folato, ▪ Hidroxiureia, alopurinol, ▪ Esplenectomia. SÍNDROME MIELODISPLÁSICA – SMD (mielodisplasias) ▪ Incidência maior em idosos (> 60 anos) e em ambos os sexos. ▪ Observam-se alterações nas 3 linhagens (granulocítica, eritrocítica e/ou megacariocítica): insuficiência progressiva da MO, com anormalidades → HEMATOPOESE INEFICAZ: ▪ Citopenias no SP (bi ou pancitopenia) → hematopoese extramedular comum. ▪ MO hipercelular (apoptose na MO é comum). ▪ Pode evoluir para LMA (40%) ou para falência medular (30%). ▪ Alguns pacientes evoluem para leucemia mielomonocítica crônica (LMMC). ▪ Prognóstico variável, a depender do tipo. ▪ Deve ser feito cuidadoso diagnóstico diferencial com carências vitamínicas (ácido fólico, B12, ferro, piridoxina), disfunção tiroidiana, renal, hepática, doenças autoimunes, infecciosas (hepatite, citogemgalovírus, etc) e hemoglobinúria paroxística noturna. SMD SMD – CLASSIFICAÇÃO (OMS) • AR (Anemia Refratária: necessários pelo menos 6 meses de anemia não relacionada a outras causas); • Síndrome do 5q- (mais comum em mulheres acima de 60 anos, importante displasia do setor megacariocítico, bom prognóstico); • ARSA (Anemia Refratária com Sideroblastos em Anel: >20% de Sideroblastos em Anel no estudo do ferro medular); • CRDM (Citopenia Refratária com Displasia de Multilinhagens); • AREB-I (Anemia Refratária com Excesso de Blastos I – Blastos entre 5 e 10%); • AREB-II (Anemia Refratária com Excesso de Blastos II – Blastos entre 10 e 20%); • Subtipos inclassificáveis. ACHADOS CLÍNICOS: ▪ Anemia crônica refratária à tratamento, ▪ Infecções recorrentes, ▪ Sangramentos. SMD ACHADOS LABORATORIAIS: Hemograma: - Bi ou Pancitopenia. - Anemia macrocítica (80%), anisocitose ou dimorfismo eritrocitário → MACRO-NORMO ou MACRO-MICRO (quando anemia sideroblástica secundária). - Normocromia ou hipocromia, pecilocitose discreta a intensa (dacriócitos, esquizócitos, eliptócitos, equinócitos, acantócitos, ponteado basófilo, corpos de Howel-Jolly, outras). - Eritroblastos podem estar presentes (alguns são multinucleados, podem apresentar assincronismo de maturação núcleo-citoplasma, hemoglobinização anormal (células em bolha, ligados por pontes internucleares). - Contagem de reticulócitos é sempre baixa. - Frequentemente há leucopenia, devido granulocitopenia (50%). - Podem aparecer neutrófilos e precursores do neutrófilo com ou sem displasias: - Hipogranulares: com pouca granulação (dificulta identificação). - Hipergranulares (semelhantes a GT). - Pseudo Pelger Huët pode estar presente. - Núcleos anômalos. - Tamanhos anormais. - Monocitose pode estar presente (com ou sem displasias) → pode indicar evolução para LMMC. - Blastos no SP indicam pior prognóstico → pode indicar evolução para LMA. - 90% dos casos têm plaquetopenia, 10% plaquetose. - Anisocitose plaquetária (PDW alterado), macroplaquetas, alterações de granulação, presença de precursores (micromegacariócitos, megacarioblastos com núcleos anômalos). SMD ACHADOS LABORATORIAIS: Mielograma: • Medula hipercelular(eventualmente normocelular) com displasias de um ou todos os setores. • Série eritrocítica pode apresentar hiperplasia com diseritropoese, hemoglobinização anômala, dissociação de maturação núcleo-citoplasma ou ninhos de eritroblastos. O ferro medular deve sempre ser avaliado e a presença de sideroblastos em anel (>5 grânulos de ferro em torno de 1/3 do núcleo do eritroblasto) em > 15% dos sideroblastos caracteriza a ARSA. • O setor granulocítico pode estar hiperplásico com metamielócitos gigantes, neutrófilos hipo ou hipergranulares e alterações pseudo Pelger-Huët. • Os megacariócitos podem ser displásicos, micromegacariócitos ou, no caso da Síndrome 5q-, podendo haver megacariócitos uni ou bilobulados e micromegacariócitos • O número de blastos pode estar aumentado. SMD SMD – Trombocitopenia, leucopenia, anemia (pecilocitose, anisocitose, hipocromia). • Granulócito hiposegmentado e hipogranular → Pseudo- Pelger. • Anisocitose: hemácias variando de micrócitos a macrócitos. • Pecilocitose eritrocitária com presença de eliptócitos, dacriócitos, equinócitos, acantócitos, estomatócitos, corpúsculo de Howell-Jolly. SMD – Pseudo Pelger-Huët e alterações eritrocitárias (pecilocitose, anisocitose, anisocromia). SMD – PRESENÇA DE PRECURSORES ERITROCITÁRIOS SMD – Pseudo Pelger-Huët, precursores eritrocitários e presença de cordão intercelular. CASO: • Paciente 96 anos, apresentou no hemograma algumas células classificadas como “linfomatosas”. • Se tratavam, na verdade de células blásticas mieloides em uma SMD em transformação leucêmica. • BLASTOS PLEOMÓRFICOS‼️ Blastos pleomórficos em SMD em transformação para LMA. LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA CRÔNICA – LMMC LMMC - Comum em idosos (média 70 anos), mas existe um subtipo juvenil raro. - Pacientes apresentam elevado número de monócitos e promonócitos no sangue (pelo menos 1.000/mm3), podendo ser bem mais elevado → leucocitose. - Existe a presença de células anormais (displásicas) na medula óssea, mas a quantidade de blastos é inferior a 20%. - Pode evoluir para LMA (de 15% a 30%). - Devido à displasia, a LMMC já foi considerada um tipo de SMD, mas devido a principal característica das SMD ser a leucopenia, atualmente a LMMC é classificada a parte. LMMC ACHADOS CLÍNICOS: ▪ Hepato e esplenomegalia→ desconforto abdominal. ▪ Anemia. ▪ Fadiga. ▪ Falta de ar. ▪ Palidez. ▪ Infecções. ▪ Hemorragias e hematomas. ▪ Perda de apetite e perda de peso, ▪ Febre. LMMC ACHADOS LABORATORIAIS: • Monocitose absoluta persistente no SP (superior a 1.000/mm3 ou a 10%) → leucocitose • Presença de promonócitos e eventuais blastos. • < 20% de blastos (incluindo mieloblastos, monoblastos ou promonócitos) no SP ou na MO → excluir LMA. • Displasia em uma ou mais linhagens celulares; • Ausência do cromossomo Phi ou do gene de fusão BCR/ABL → excluir LMC. • Pode haver eosinofilia; • A MO pode apresentar hiperplasia monocítica ou granulocítica. • Quando a hiperplasia granulocítica é proeminente, fica difícil distinguir a população de monócitos normais dos mielócitos, já que os mielócitos podem apresentar-se hipo ou desgranulados. • Pode ocorrer a presença de discreta anemia e de macroplaquetas, assim como alterações displásicas nestas células também. LMMC (monócitos maduros e promonócitos) • Uma das células hematológicas mais difíceis para classificação. • O promonócito é uma célula intermediária, que apresenta cromatina um pouco mais condensada que o monoblasto, e geralmente exibe sobreposições (dobras). • Citoplasma é basofílico devido à sua grande riqueza de polirribossomos, e pode conter um número variável, embora geralmente escasso, de granulações azurofílicas. LMMC - promonócitos LMMC - Promonócitos Monócitos anômalos e promonócitos em LMMC CASO: • Paciente 65 anos, apresentou 85.000 leucócitos/mm3, com 98% de monócitos e promonócitos anômalos, apresentando grânulos e alterações morfológicas. CASO: • Paciente diagnosticado erroneamente com leucemia aguda, devido o hemograma apresentar 98% de “blastos” e 80.000 leucócitos/mm3. • Tratava-se na verdade de uma LMMC e não eram blastos e sim, monócitos anômalos e promonócitos. • São leucemias com tratamentos diferentes!
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