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FACULDADE ARAGUAIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E COACHING AFONSO HENRIQUE STOKO COMO O ESTRESSE OCUPACIONAL DE COLABORADORES OPERACIONAIS IMPLICA NA QUEDA DA PRODUTIVIDADE Goiânia-2020 AFONSO HENRIQUE STOKO COMO O ESTRESSE OCUPACIONAL DE COLABORADORES OPERACIONAIS IMPLICA NA QUEDA DA PRODUTIVIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do curso de Pós-graduação em MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coaching da Faculdade Araguaia, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em MBA. Orientador: Prof. Msc. Cárbio Almeida Waqued Goiânia-2020 AFONSO HENRIQUE STOKO COMO O ESTRESSE OCUPACIONAL DE COLABORADORES OPERACIONAIS IMPLICA NA QUEDA DA PRODUTIVIDADE Trabalho de Conclusão de Curso DEFENDIDO e APROVADO em ____ de ________ de 2020, pela Banca Examinadora do Curso de MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coaching, constituída pelos membros: ______________________________ Prof. Msc. Carbio Almeida Waqued - Orientador – ______________________________ Prof. Msc. Álvaro de Melo Filho - Banca Examinadora – DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, minha família em especial meus pais Eleuza Rodrigues e Carlos Aguinaldo, ao meu filho Yan Nicollas e meu companheiro de todos os dias Antônio Célio. SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................................05 ABSTRACT..............................................................................................................................05 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................07 2 CONCEITOS BÁSICOS.......................................................................................................08 2.1 ESTRESSE OCUPACIONAL............................................................................................08 2.2 SETOR OPERACIONAL E O DEVER DO FUNCIONÁRIO..........................................09 2.3 FATORES ESTRESSANTES E TRAUMAS DO FUNCIONARIO.................................10 3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................12 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................................13 4.1 ANÁLISE DOS DADOS DA PRIMEIRA ETAPA – PERFIL..........................................13 4.2 ANÁLISE DOS DADOS DA PRIMEIRA ETAPA - VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL ................................................................................................................................20 4.3 ANALISE DE DADOS SEGUNDA ETAPA – SATISFAÇÃO NO TRABALHO E PESSOAL.................................................................................................................................22 4.4 ANALISE DE DADOS SEGUNDA ETAPA – SINTOMAS E SENSAÇÕES ................23 4.5 TESTE DE LIPP – ISSL INVENTÁRIO DE SINTOMAS DE ESTRESSE PARA ADULTOS DE LIPP................................................................................................................24 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................26 REFERENCIAS....................................................................................................................... 28 COMO O ESTRESSE OCUPACIONAL DE COLABORADORES OPERACIONAIS IMPLICA NA QUEDA DA PRODUTIVIDADE Afonso Henrique Stoko 1 Cárbio Almeida Waqued 2 RESUMO Para uma organização ser totalmente bem-sucedida, é indispensável que tenha sempre os melhores serviços e funcionários a favor da mesma. Os funcionários têm um papel muito importante em uma organização, seja lá qual for do tipo ou segmento que atua. Diante disso, ter em seu quadro de funcionários uma equipe produtiva irá trazer bastante benefícios aos empreendedores. Além de aperfeiçoar recursos e tempo, uma produção alta na empresa faz com que a equipe pense de forma mais inteligente, buscando novidades e entregando mais com menos. Mas, atualmente o estresse vem ganhando espaço nas instituições ocasionando queda na produtividade dos trabalhadores do setor operacionais. Os funcionários se apresentam estarem abatidos, inaproveitados e manipulados dia após dia no ambiente de trabalho e em suas relações de trabalho, constante insegurança, incertezas, insatisfações, comunicações ineficientes, feedbacks negativos, inexistência de treinamento e falta de suporte tecnológico adequado, são alguns dos principais problemas que mais afetam a produtividade. Todas essas causas são consequências do estresse ocupacional que os funcionários são inseridos diariamente, sendo altamente imprescindível lidar com essas contendas constantes decaindo no nível de produtividade. Com isso, o objetivo do presente trabalho é verificar como a queda da produtividade está ligada ao estresse ocupacional dos colaboradores do setor operacional. Através de questionários, analises de perfis, e entrevistas, foi possível qualificar o estresse presente nos servidores. E assim, sugerir uma melhoria no modelo de gestão, bem como, uma atenção à saúde dos funcionários. Palavras-chave: Estresse ocupacional; Produtividade; Setor operacional. HOW THE OCCUPATIONAL STRESS OF OPERATIONAL EMPLOYEES IMPLIES A DROP IN PRODUCTIVITY ABSTRACT In order to have a fully successful organization, it is indispensable to always have the best services and employees in favor of it. Employees play a very important role in an organization, whatever its type or segment. Therefore, having a productive team in your staff will bring a lot of benefits to the entrepreneurs. Besides improving resources and time, a high production in the company makes the team think in a more intelligent way, looking for news and delivering more with less. But, currently the stress has been gaining space in the institutions causing a drop in productivity of workers in the operating sector. The employees are down, unused and manipulated day after day in the work environment and in their work relations, constant insecurity, uncertainties, dissatisfactions, inefficient communications, negative feedbacks, lack of training and lack of adequate technological support, are some of the main problems that 1 Acadêmico do curso de MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coaching – Faculdade Araguaia. E-mail: afonsoew@gmail.com 2 Professor, mestre, orientador do curso de MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coaching– Faculdade Araguaia. E-mail: carbiowaqued@gmail.com mailto:afonsoew@gmail.com mailto:carbiowaqued@gmail.com most affect productivity. All these causes are consequences of the occupational stress that employees are subjected to on a daily basis, and it is highly essential to deal with these constant disputes, which are declining in the level of productivity. With this, the objective of this work is to verify how the drop in productivity is linked to the occupational stress of employees in the operating sector. Through questionnaires, profile analysis, and interviews, it was possible to qualify the stress present in the servers.And thus, suggesting an improvement in the management model, as well as an attention to employees' health. Keywords: Occupational stress; Productivity; Operational sector. 7 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo ressaltar a importância de dar mais atenção à saúde mental do trabalhador. O estresse está presente na vida moderna da população. De acordo com uma pesquisa realizada pela União Geral dos trabalhadores – UGT, 73% dos trabalhadores sofrem com esse problema. E com o grande número de casos, a consequência é na piora da qualidade de vida e automaticamente na produtividade no trabalho. Infelizmente, as pessoas não dão tanta importância para esse problema, passando muitas vezes a dizerem que é frescura ou falta do que fazer. Mas o estresse é coisa séria e precisa de uma atenção. Diante de empresários que só pensam em lucros, faz-se necessário uma ênfase sobre a saúde de seus colaboradores retribuindo um suporte necessário. Contudo, sabe- se que não é o fato do empregador dar uma assistência ao empregado que vai garantir a satisfação total. Há também outros fatores que são pessoais do empregado que contribuem para sua insatisfação na qual trataremos mais adiante. Com isso, o presente trabalho tem como proposta fundamental, abordar a relação que o estresse ocupacional ocasiona fazendo a diminuição da produtividade no trabalho. Entretanto, é importante salientar o que é o estresse ocupacional. Segundo Cataldi (2002), o estresse pode ser entendido como uma situação de tensão que desafia ou ameaça o indivíduo a conquistar um objetivo almejado. No ambiente externo, como: frio, calor, condições de insalubridade, periculosidade, o meio social como trabalho, família. E o mundo interno, como: pensamentos e emoções. Todos esses fatores, são capazes de disparar no organismo uma série de reações do sistema nervoso central causando desequilíbrio na homeostase (equilíbrio orgânico) refletindo desconforto e problemas para o trabalhador. Segundo Holmes (1997), Hans Selye foi o primeiro cientista a utilizar o termo estresse na área da saúde, descreveu a síndrome geral de adaptação em três fases, e uma 4ª fase que foi incluída por Lipp (2000). Fase de Alarme: O organismo tem uma reação de fuga ou agressão ao estressor, essa reação pode ser entendida como adaptação. Podem surgir sintomas como taquicardia, tensão crônica, dor de cabeça, sensação de esgotamento, hipocloremia, pressão no peito, extremidades frias, dentre outros. Nessa fase após a experiência estressante é possível o retorno à situação de equilíbrio devido à situação de reação ser reconhecida como saudável ao estresse. Fase de Resistência: Se ocorrer persistência na fase de alarme, o organismo reage se concentrando internamente em um órgão-alvo, provocando a síndrome de adaptação local (SAL). Nessa fase podem surgir sintomas psicossociais como ansiedade, medo, isolamento social, roer unhas, oscilação do apetite, impotência sexual e outros. Fase de Quase Exaustão: 8 Segundo Lipp (2000) o organismo está enfraquecido e não consegue se adaptar ou resistir ao estressor. As doenças começam a aparecer, tais como herpes simples, psoríase, picos de hipertensão e diabete, nos indivíduos geneticamente predispostos. Quando o estressor permanece atuante por muito tempo, ou quando muitas fontes de estresse ocorrem simultaneamente, a reação do organismo progride para a fase de exaustão. Fase de Exaustão: Nessa fase devido ao excesso de atividades e pelo alto consumo de energia do organismo do indivíduo, ocorre a falência do órgão mobilizado na síndrome de adaptação local, manifestando- se sob a forma de doenças orgânicas (LIPP, 2000). O estresse é responsável por um grande desperdício de energia, levando a pessoa ao pânico e a exaustão, provocando um comportamento indeciso, ineficaz, e muitas vezes, terminando em uma desesperança total e generalizada. O desgaste que as pessoas são submetidas nos ambientes e nas relações de trabalho é um dos fatores determinantes nas doenças adquiridas pelos trabalhadores. 2. CONCEITOS BÁSICOS 2.1 Estresse Ocupacional Em 1956, Selye criou o termo "estressor" para descrever as alterações que ocorrem no interior ou no exterior das pessoas, ou seja, a troca de emprego ou de chefe, o barulho, o divórcio, ou o nascimento de um filho. O "estressor" é o agente que, de alguma forma, pressiona o indivíduo e provoca uma alteração ou reação, que resulta em um estado de desequilíbrio, temporário ou definitivo. A esta reação, o autor chamou de "reação-estressora". O estado de "estresse" é o resultante de um acúmulo de reações, que ocorrem a partir de diferentes "estressores". Sempre que tratamos da palavra ocupacional, estamos nos referindo de ocupação, emprego e termos relacionados. Quando nos expomos em debater os distúrbios da ocupação, a principal que aparece é o estresse. O estresse pode ser caracterizado como um desequilíbrio de instabilidade físico e psíquico orgânicos que ocorrem no ambiente de trabalho. Segundo Juliana Spinelli Ferrari, Mestranda em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP, o estresse é estimulado por diversos impulsos que vão desde a condição climática até as emoções e condições de trabalho. Na base da compreensão do conceito de estresse está o desequilíbrio, no caso, na relação entre trabalhador e ocupação. Entende-se, então, estresse como o quadro de respostas pouco adequadas à estimulação física e emocional 9 decorrente das exigências do ambiente de trabalho, das capacidades exigidas para realizá-lo e das condições do trabalhador. Em alguns casos, o estresse ocupacional não tratado pode gerar a síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e psíquico em decorrência do trabalho. Contudo, há muitos estímulos capaz de desencadear o estresse, entre eles, estar em condições com escassez de recursos materiais, requisito físico e psíquico maior do que necessário à função, ambientes de trabalho com problemas de relacionamento interpessoal e que não dão devida saúde, bem-estar e a segurança do trabalhador. Então, em termos gerais, o estresse ocupacional é o desfecho de algum impasse na ocupação. Esses impasses podem aparecer de uma série de motivos que causa o estresse. É um problema muito pessoal e pode ter causas muito específicas, no entanto, é possível situar algumas causas bastante comuns presentes no dia a dia de muitas empresas e profissionais. Sendo elas, rotina de trabalho, problemas de relacionamento interpessoal, problemas da empresa e problemas pessoais. 2.2 Setor operacional e o dever do funcionário O setor operacional é o setor mais visível da empresa, é o responsável pela obtenção do lucro do negócio. Podendo ser chamada de setor de produção ou de setor técnico, é setor responsável por administrar todo o processo de transformação dos insumos no produto final. Ele controla a entrada e o consumo de matérias-primas, dá suporte logístico, faz a gestão do uso e da manutenção das máquinas e equipamentos e acompanha os níveis de produtividade da empresa. O setor operacional é aquele que lida com o fazer da empresa. Isso inclui diversas atividades de acordo com o tipo de negócio. Alguns exemplos são a produção, logística, gestão de recursos materiais e vendas. Dessa maneira, ele é o que dá a forma final ao produto ou serviço até a entrega ao cliente. A função do trabalhador dentro do setor operacional é garantir que a operação transcorra sem imprevistos, tendo como meta garantir que a empresa obtenha a maior produção possível aplicando o mínimo de recursos necessário. Podendo realizar uma grande quantidade de tarefas, dependendo da sua área, que normalmente, são tarefas técnicas, as operações de uma empresa, como por exemplo, a produção de bens e logística. 10 2.3 Fatores estressantes e traumas do funcionário Segundo Borges e Dell´Aglio, (2008,p.372), esses eventos podem ser considerados traumáticos (ou simplesmente trauma) quando se trata de uma situação experimentada, testemunhada ou confrontada, na qual houve ameaça à vida ou à integridade física de si própria ou de pessoas a ele afetivamente ligadas. Outros pesquisadores, dentre eles, Garbarino, Kostelny e Dubrow, definiram trauma como um prejuízo, um estado psíquico ou comportamental desorientado, provocado por estresse mental ou emocional ou dano físico, relacionados a eventos que podem provocar medo agudo ou crônico (BORGES e DELL’AGLIO, 2008; SBARDELLOTO et al, 2011, KRISTENSEN et al, 2006). A exposição aos eventos estressores promove ativação dos sistemas endócrino, imunológico e os circuitos neurais específicos. Ou seja, ocorre uma hiperativação do sistema nervoso simpático, “caracterizada pelo aumento da produção da adrenalina (epinefrina), noradrenalina (norepinefrina) e na circulação sanguínea pelos próprios terminais simpáticos e pela medula da suprarrenal’ (KRISTENSEN et al, 2006, p. 2). No TEPT (Transtorno do Estresse pós-traumático) há um aumento na sensibilidade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal – HHA resultando da diminuição do cortisol plasmático e urinário. Assim, a neurobiologia do transtorno, de acordo com os autores, acima citados, caracteriza-se pela diminuição dos níveis basais de cortisol, gerando um aumento na inibição por retroalimentação negativa, secundário ao aumento no número e sensibilidade dos receptores glicocorticoides (KRISTENSEN et al p. 2, 2006). Segundo os autores, as alterações associadas ao TEPT podem modificar a estrutura e o funcionamento encefálico. As áreas funcionais que podem ser prejudicadas após um evento estressor são: córtex pré-frontal, córtex visual de associação, hipocampo, giro cingulado, amígdala e núcleo accumbens. Elas são estruturas importantes na performance de processos integrativos, como as funções executivas, regulação do comportamento emocional, orientação espacial, e interpretação emocional, codificação e armazenamento de informação (MESULAM, 2000 apud KRISTENSEN et al 2006). Apesar de o TEPT ser uma resposta emocional comum após um evento traumático e ser caracterizado como um transtorno de ansiedade pelo DSM-V, dentro de uma perspectiva cognitiva este é definido como um transtorno de memória (BORGES e DELL´AGLIO, 2008). Os critérios de diagnóstico mais usado na avaliação de TEPT é o DSM-IV semelhante aos CID- 10 e o da OMS em sua 10ª edição. 11 Na CID-10 o TEPT aparece no capítulo V onde se encontram os Transtornos Mentais e Comportamentais que vão do F00 ao F99. Mais especificamente no grupo dos transtornos neuróticos, transtorno relacionado com o “estresse” e transtorno somatoformes (F40- F48). Os Fatores predisponentes, tais como certos traços de personalidade (por exemplo compulsiva, astênica) ou antecedentes do tipo neurótico, podem diminuir o limiar para a ocorrência da síndrome ou agravar sua evolução; tais fatores, contudo, não são necessários ou suficientes para explicar a ocorrência da síndrome (MOREIRA, 2006). Os sintomas típicos incluem a revivescência repetida do evento traumático sob a forma de lembranças invasivas (“flashbacks”), de sonhos ou de pesadelos; ocorrem num contexto durável de “anestesia psíquica” e de embotamento emocional, de retraimento com relação aos outros, insensibilidade ao ambiente, anedonia, e de evitação de atividades ou de situações que possam despertar a lembrança do traumatismo. Os sintomas precedentes se acompanham habitualmente de uma hiperatividade neurovegetativa, com hipervigilância, estado de alerta e insônia, associadas frequentemente a uma ansiedade depressão ou ideação suicida (MOREIRA, 2006). No DSM-IV a classificação e nomenclatura para o TEPT segundo Câmara Filho e Sougey (2001) estão em Transtorno de estresse agudo 308.3.Conforme cita Kaplan (2003, p.576), os critérios de diagnósticos para o Transtorno de Estresse Pós-Traumático baseiam-se em Critérios de diagnósticos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, segundo o DSM-IV: Exposição a um evento traumático no qual os seguintes quesitos estiveram presentes: a) A pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram morte ou grave ferimento, reais ou ameaçados, ou uma ameaça à integridade física, própria ou de outros; b) A resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência ou horror. O evento traumático é persistentemente revivido em uma (ou mais) das seguintes maneiras: a) Recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas do evento, incluindo imagens, pensamentos ou percepções. b) Sonhos aflitivos e recorrentes com o evento. c) Agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente (inclui um sentimento de revivência da experiência, ilusões, alucinações e episódios de flashbacks dissociativos, inclusive aqueles que ocorrem ao despertar ou quando intoxicado). d) Sofrimento psicológico intenso quando da exposição a indícios internos ou externos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento traumático; e) Reatividade fisiológica na exposição a indícios internos ou externos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento traumático. 12 Esquiva persistente de estímulos associados com o trauma e entorpecimento da responsividade geral (não presente antes do trauma), indicados por três (ou mais) dos seguintes quesitos: a) Esforços no sentido de evitar pensamentos, sentimentos ou conversas associadas com o trauma; b) Esforços no sentido de evitar atividades, locais ou pessoas que ativem recordações do trauma; c) Incapacidade de recordar algum aspecto importante do trauma; d) Redução acentuada do interesse ou da participação em atividades significativas; e) Sensação de distanciamento ou afastamento em relação a outras pessoas; f) Faixa de afeto restrita (por ex., incapacidade de ter sentimentos de carinho); g) Sentimento de um futuro abreviado (por ex., não espera ter uma carreira profissional, casamento, filhos ou um período normal de vida). Sintomas persistentes de excitabilidade aumentada (não presentes antes do trauma), indicados por dois (ou mais) dos seguintes quesitos: a) Dificuldade em conciliar ou manter o sono(2) irritabilidade ou surtos de raiva b) Dificuldade em concentrar-se c) Hipervigilância d) Resposta de sobressalto exagerada. A duração da perturbação (sintomas dos Critérios B, C e D) é superior a 1 mês. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. De acordo o DSM-IV os efeitos do TEPT podem ser: agudo quando os sintomas podem ter efeitos agudos, com duração dos sintomas inferior a três meses, e crônicos (se a duração dos sintomas for de três meses ou mais). Pode ainda ter início tardio, com manifestações características ocorrendo pelo menos seis meses após o estressor. As alterações das funções cognitivas não integram os critérios diagnósticos do Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT), no entanto, diversos estudos relatam alterações de atenção, memória e funções executivas entre aqueles que desenvolvem o transtorno (KRISTENSEN et al, 2006). 3. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi desenvolvido com dados realizados em uma empresa no ramo alimentício, situada na cidade de Aparecida de Goiânia-GO, com 43 de um total de 51 funcionários da área operacional. Seguiu total formalidade com a autorização da empresa por meio de contato com o setor de recursos humanos e direção da instituição, os participantes foram comunicados sobre a importância do estudo e seu propósito por meio de um Termo de 13 consentimento livre e esclarecido (Anexo 1) e foi composta de representantes de diversos cargos dentro da área operacional: Auxiliares, assistentes, supervisores, analistas, gerente de sessão, produção, administrativosoperacionais e de operação. A pesquisa foi composta por duas etapas com o objetivo de levantamento de dados. A primeira etapa, consiste em um questionário (anexo 2) para ser respondido individualmente com algumas questões para traçar o perfil da amostra. Juntamente foi entregue um segundo questionário (anexo 3) para cada participante contendo questões relacionadas a vida profissional e também a vida pessoal. Na segunda etapa, também foi utilizado questionários estruturadas em três partes. No qual, foram elaboradas uma Escala de Likert para a primeira e segunda parte com as seguintes opções de resposta: "discordo totalmente", "discordo parcialmente", "nem discordo nem concordo", "concordo parcialmente" e "concordo totalmente". As questões foram apresentadas relacionadas à vida pessoal, satisfação na empresa e a relação das causas do estresse foram baseadas em Tanure, Carvalho Neto e Mota (2007). A primeira parte, desenvolvida com um total de 15 questões (tabela 1), buscou estimar o "Índice Global de Satisfação", expondo: a) Tópicos relacionados a razões pessoais, associadas à alacridade com família, amizades e o bem-estar; b) Pontos pertencentes à instituição, das quais relacionadas aos benefícios, colegas de trabalho, líder imediato e Cobrança. Consoante a segunda parte do questionário, realizado com 24 questões (tabela 2), objetivou-se estipular o "Índice Global de Sensações/atitudes", relacionas ao estresse de cada participante da pesquisa. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Análise dos dados da primeira etapa - Perfil A análise dos dados foi feita separadamente com cada informação conforme as respostas dos 43 participantes da pesquisa. Foram criados gráficos conforme serão apresentados abaixo para uma melhor interpretação. 14 Figura 1: Da relação entre a faixa etária. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) No Gráfico 1, os dados mostram que, entre os participantes do grupo masculinos 23,25% (n=10) tem idade entre 30 a 39 anos, 20,97% (n=09) tem idade entre 25 a 29 anos, 16,27% (n=7) tem idade acima de 40 anos, 11,62% (n=5) tem idade entre 20 a 24 anos, 9,30% (n=4) tem idade entre 14 a 19 anos. No grupo das mulheres, 11,62 (n=5) tem entre 25 a 29 anos e 6,97% (n=3) tem idade entre 20 a 24 anos. Foi realizado os cálculos de Qui quadrado utilizando a equação e modelo de teste (figura 1e 2), que consiste em descobrir se existe uma associação entre a variável de linha e coluna (masculino e feminino) em uma tabela de contingência construído a partir de dados da amostra. Figura 2: Equação de Qui quadrado de Pearson Fonte: Karl Pearson (1900) 9,30% 11,62% 20,97% 23,25% 16,27% 0,00% 6,97% 11,62% 0,00% 0,00% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% De 14 a 19 anos De 20 a 24 anos De 25 a 29 anos De 30 a 39 anos Acima de 40 anos Q u an ti fi ca çã o e m % Faixa etária Homens Mulheres https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Pearson 15 Figura 3: Teste Qui Quadrado de Pearson Fonte: Karl Pearson (1900) Ao calcular o Qui quadrado de independência utilizando a equação composta na figura 1, o valor obtido é de 9,39 com 4 graus de liberdade e 0,05% de significância. Conclui-se então que, o Qui quadrado calculado (9,39) é menor do que o tabelado (9,48). Sendo assim, os resultados mostram que não existe diferença significante ao nível de 5% entre homem e mulher referente a faixa etária. Isso significa que o resultado entre masculino e feminino não são associados um ao outro. Figura 4: Da relação entre gênero. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) Os dados do gráfico 2, mostram que 81,39% (n=35) dos participantes são do sexo masculino. Enquanto 18,61% (n=8) integram o sexo feminino. Este índice alto favorece claramente para o aumento de estresse dentro da instituição, pois as mulheres no ambiente de trabalho fortalecem a produtividade e inovação. As mulheres geralmente têm aptidão de fortalecimento da equipe, elas têm capacidade de se envolver através da empatia e facilidade de se concentrar em vários assuntos e realizar vários afazeres ao mesmo tempo. E todos esses benefícios, faz com que o ambiente de trabalho seja mais leve, dinâmico e mais gratificante de estar. 81,39% 18,61% Sexo Masculino Feminino https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Pearson 16 Figura 5: Da relação de nível acadêmico entre homens e mulheres Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) Os dados do gráfico 3 indicam que, dentro do grupo de participantes, em relação ao sexo masculino, 53,48% (n=23) possuem o ensino médio, 20,96% (n=9) possuem ensino superior, 4,65% (n=2) estudaram até o ensino fundamental, e apenas 2,32% (n=1) tem pós-graduação. Os dados revelam também que no sexo feminino, há a mesma porcentagem de 6,97% (n=3) para o ensino médio e o ensino superior, e 4,65% (n=2) para participantes com diploma de pós- graduação. Ao analisar os dados, pode-se levar em consideração uma alta porcentagem no nível acadêmico de ensino médio no sexo masculino. Nessa fase acadêmica, ainda não é muito habitual a prática da leitura e por consequência, o indivíduo deixa de conseguir uma melhora no funcionamento do cérebro, desestimula a criatividade e o senso crítico, além de desauxiliar a prática da empatia por não poder enxergar o mundo de outra maneira. Uma pesquisa feita em 2009 pela universidade de Sussex em Brighton – Reino Unido, revelou que ler por apenas seis minutos já ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse. Esse tempo foi suficiente para que os voluntários diminuíssem a frequência cardíaca e aliviassem a tensão dos músculos. Em uma de suas pesquisas, o neuropsicólogo David Lewis, opinou que: Perder-se em um livro é o maior estágio de relaxamento possível, não importa qual é o livro, apenas o processo de escapar das preocupações do mundo cotidiano já é uma forma de relaxar. É mais do que apenas uma distração, porque ativa a imaginação e criatividade do leitor. Isso nos faz esquecer das preocupação e ansiedades da vida rotineira, enquanto exploramos a história em nossa mente.”. (DAVID LEWIS, 2009). Ao calcular o Qui quadrado de independência, o valor obtido é de 6,21 com 3 graus de liberdade e 0,05% de significância. Conclui-se então que, o Qui quadrado calculado é menor do que o tabelado (7,81). Sendo assim, os resultados mostram que não existe diferença 0,00% 4,65% 53,48% 20,96% 2,32%0,00% 0,00% 6,97% 6,97% 4,65% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% Sem estudo Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior Pós graduação Q u an ti fi ca çã o e m % Nível acadêmico Homem Mulher 17 significante ao nível de 5% entre homem e mulher referente ao nível acadêmico. Isso significa que o resultado entre masculino e feminino não são associados um ao outro. Figura 6: Da relação do estado civil. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) Os dados do questionário apontaram que, 68,11% (n=28) é solteiro, 32,55% (n=14) é casado e 2,32% (n=1) é divorciado. O fato de ter um alto índice de solteiros(as) dentro do número de participantes da pesquisa, auxilia a explicar o aumento de estresse dentro da empresa contribuindo na queda de produtividade do trabalhador. Pois, de acordo com um estudo feito pela Universidade Carnegie Mellon na Pensilvânia, Estados Unidos e publicado na revista Psycho neuro endocrinology, constatou que os casados são menos estressados do que solteiros, divorciados e viúvos. Figura 7: Da relação da quantidade de filhos. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) De acordo com os dados analisados do gráfico 5, 55,81% (n=24) dos participantes não têm filhos; 23,25% (n=10) têm apenas um filho; 16,27% (n=7) têm dois filhos e 4,65% (n=2) 0 20 40 60 80 Solteiro(a) Cadado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) 65,11% 32,55% 2,32% 0,00% Q u an ti fi ca çã o e m % Estado civil 0 20 40 60 0 1 2 3 4 ou mais 55,81%23,25% 16,27% 4,65% 0,00% Q u an ti fi ca çã o e m % Número de filhos Quantidade de filhos 18 tem três filhos. Sendo um índice bom, pois pesquisas apontam que as pessoas com filhos se sentem estressados em média 6 vezes ao dia. Figura 8: Da relação de possuir outro vínculo trabalhista. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) No questionário foi perguntado se o participante havia um outro vínculo trabalhista, seja ele registrado ou autônomo. Os dados indicaram que dentre os 43 participantes, 41,87% possuía um outro meio para auxiliar no sustento de casa. Essa porcentagem é alta dentro de um número pequeno de candidatos, alta e preocupante, pois as conciliações de trabalhos costumam ser muito exaustivo e estressantes. Uma pessoa com dois ou mais empregos ganha mais dinheiro, mas perde qualidade de vida com pouco tempo para relaxar e fazendo uma alimentação nada saudável aumentando o cansaço e o esgotamento. O médico e presidente da ABQV (Associação brasileira de qualidade de vida), Alberto Ogata, diz que: “Podemos afirmar com todo excesso a esse quadro geral será prejudicial e certamente o fato de ter dois empregos agravará essa situação, provocará a aquisição de maus hábitos e intensificará os riscos de saúde decorrentes do trabalho”. 41,87% 58,13% Sim Não 19 Figura 9: Da relação de remuneração. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) Conforme a base de dados analisado através do questionário, pode-se aferir que dentro do grupo masculino, 60,46% (n=26) recebem o salário de R$ 1001,00 a R$ 2000,00, 11,64% (n=5) ganham de R$ 2001,00 a R$ 3000,00, 4,65% (n=2) ganham de R$ 3001,00 a R$ 4000,00, e 2,32% (n=1) recebe acima de R$ 4000,00. Entre o grupo feminino, 11,64% (n=5) ganham de R$ 1001,00 a R$ 2000,00, 4,65% (n=2) ganham de R$ 2001,00 a R$ 3000,00 e 2,32% (n=1) recebe um salário de R$ 3001,00 a R$ 4000,00. Os resultados apurados mostraram uma porcentagem significativamente alta para quem recebe um salário de R$ 1001,00 a R$ 2000,00. Um valor que muito das vezes não é suficiente para suprir as necessidades mensais, ainda mais para quem é chefe de família. Com isso, muitas dessas pessoas acabem se endividando e sendo obrigados a procurarem outros meios para complementar a renda. Nesse quesito de faixa salarial, foi calculado o Qui quadrado de independência, o valor obtido é de 1,47 com 4 graus de liberdade e 0,05% de significância. Conclui-se então que, o Qui quadrado calculado é menor do que o tabelado (9,48). Sendo assim, os resultados mostraram que não existe diferença significante ao nível máximo de 5% entre homem e mulher referente a faixa salarial. Isso significa que o resultado entre masculino e feminino não são associados um ao outro. 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% De R$ 501,00 até 1.000,00 De R$ 1.001,00 até R$ 2.000,00 De R$ 2.001,00 até R$ 3.000,00 De R$ 3.001,00 até R$ 4.000,00 Acima de R$ 4.000,00 2,32% 60,46% 11,64% 4,65% 2,32%0,00% 11,64% 4,65% 2,32% 0,00% Q u an ti fi ca çã o e m % Faixa salarial HOMEM MULHER 20 Figura 10: Da relação aos cargos. Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) Conforme os dados analisados, (74,43%) dos trabalhadores atuam em cargos considerados estressantes e fadigosos, nos quais são expostos a um alto nível de pressão e cumprimento de metas cada vez mais audaciosas. Nesses cargos, o ambiente de trabalho é desconfortável, expostos a ruídos dos maquinários e extremamente preenchido com tarefas pesadas, trabalhadores totalmente desprovidos de repousos e com solicitações de horas-extras constantes. Essas características fazem aumentar o estresse do trabalhador trazendo consequências negativas tanto para a saúde do trabalhador, quanto para a produtividade dentro da empresa. O empregador precisa dar um suporte necessário para seus funcionários oferecendo um ambiente de trabalho satisfatório e bem planejado caso queira ver os lucros chegarem ao invés do descontentamento, contrariedade, desgosto e falta de autoestima do funcionário. 4.2 Análise dos dados da primeira etapa - Vida profissional e pessoal Em relação a vida profissional dos participantes, verificou-se que 86% dos participantes da pesquisa admitem que as atividades relativas ao setor operacional são consideradas estressante. Uma das questões do questionário foi: Você acredita que as atividades diárias do setor operacional de alguma forma contribuem para o aumento do estresse? Em resposta, um dos participantes da pesquisa diz: “Sem dúvidas, estamos expostos a um ambiente completamente rotineiro e sem espaço para erros. Existe uma grande pressão que o desemprego 53,50% 20,93% 13,95% 11,62% Ajudante geral, fabricação, montagem e acabamento. Recepção, telefonista, classificador, seleção, inspeção, controle de qualidade, manuntenção de equipamento e PCP. Adm, RH/DP, produção, logística, compras, estoque e limpeza aprendiz. Supervisor, encarregado e gerente. 21 lá fora nos coloca e temos que suportar para poder ter uma renda.”. Um outro participante da pesquisa diz em seu depoimento: “Sim, nosso supervisor cobra muito, é como se nosso serviço nunca está bom o suficiente, meu filho é minha força para continuar”. Conforme análise das respostas obtidas, foi verificado que o setor operacional tem seu lado bipolar. Alguns dos participantes integrantes do operacional jamais trocaria de setor, pois acreditam que o setor operacional é o departamento mais importante da empresa, pois trabalham diretamente com a produção de bens que irá gerar lucros para empresa. Ao serem perguntados de que maneira o estresse pode se evoluir dentro da empresa especificamente no setor operacional, grande parte das respostas diz respeito ao relacionamento entre setores, no qual cada departamento defende somente os próprios interesses e não conseguem florescer a ideia de que um setor sempre depende do outro para funcionar, contribuindo assim para elevar o nível de estresse entre os funcionários. Ao ser exposto a pergunta se o perfil do profissional influencia no estresse, 35 dos 43 participantes disseram que sim, e que o setor operacional necessita de profissionais com perfis dinâmicos e ágeis. “Para o setor operacional, tem que ter pessoas rápidas e com um ótimo raciocínio lógico, se tem pessoas fora desses perfis aqui dentro é porque o RH deixou a desejar”. Depoimento de um participante. Em relação a vida pessoal dos participantes, foi perguntado o que é feito para aliviar o estresse. 33 dos 43 participantes, realizam algum tipo de atividade por hobby, sendo atividades físicas, passeios, cinemas, pescarias e viagens. É notório que essas atividades são fundamentais para aliviar as tensões do estresse causados nos afazeres do trabalho. Ter um Hobby é ter um momento somente para si, onde é possível esquecer pelo menos por um momento dos problemas enfrentados no dia a dia empresarial. A atividade física ajuda a neutralizar a ação dos neurotransmissores que são liberados pelo estresse, porque nosso organismo tem uma fábrica excelente de endorfina. Se fizermos exercícios, quaisquer que sejam eles, por mais de 20 minutos, o nível de endorfina, principalmente no cérebro, aumenta e isso proporciona uma sensação de bem-estar. (MELEIRO,1998). Referente a saúde dos participantes, foi perguntado se fazem uso ou que futuramente poderão fazer uso de medicamentos contra o estresse e/ou doenças relacionadas ao estresse. Foi analisado que (44,1%) dos participantes declararam que já tiveram ou que ainda está tendo constantemente algum problema de saúde relacionado ao 22 estresse com queixas de sintomas como dificuldades em se concentrar, isolamento social, problemas gástricos, enxaqueca, cansaço, entre outros. Há também, participantes que assumiram queda constante na produção por consequência do estresse ocasionado no ambientede trabalho. Em um depoimento apresentado, um trabalhador da linha de produção disse: “Pratico uma alimentação ruim decorrente ao pouco tempo que é disponibilizado para realizar as metas diárias, então é muito comum eu me alimentar de lanches rápidos ao invés comida mesmo. Hoje tenho gastrite por conta disso e faço uso de alguns medicamentos para aliviar os sintomas. Não culpo a empresa pelo meu mal abito alimentar, mas preciso, pois, tenho que voltar logo ao trabalho senão não consigo realizar a meta diária.”. 4.3 Analise de Dados segunda etapa – Satisfação no trabalho e na vida pessoal Na segunda etapa da pesquisa, foi apresentado um questionário no qual foram expostas questões referente a satisfação tanto no trabalho, quanto referente à vida pessoal de cada participante. O modelo de resposta é de acordo com a escala de Likert, onde as opções de respostas variam entre: "Discordo totalmente", "Discordo parcialmente", "Nem discordo nem concordo", "Concordo parcialmente" e "Concordo totalmente". Tabela 1 – Índice de satisfação no trabalho e na vida pessoal Fonte: Dados da pesquisa (2020) com questões adaptadas de Tanure, Carvalho Neto e mota (2007). 23 De acordo com os dados apresentados, a análise mostrou que referente a vida pessoal, na generalidade dos casos, (38,40%) dos participantes consideram concordar totalmente, (31,78%) nem discorda nem concorda, (30,23%) discorda parcialmente, (27,32%) discorda totalmente e (20,91%) concorda parcialmente. Com isso, os resultados mostraram também, que em relação a vida familiar (relacionamentos e filhos), há uma ótima satisfação, diferentemente da dividas, hábitos alimentares e saúde, no qual houve uma porcentagem de discordância de satisfação muito grande nessas relações. Referente ao grau de satisfação no trabalho, (47,84%) discorda totalmente, seguidos de (32,22%) que nem concorda nem discorda, (22,09%) discorda parcialmente, (11,16%) concorda parcialmente e (6,97%) concorda totalmente. Ou seja, há uma negação grande em relação ao trabalho, mais especificamente referente a remuneração, benefícios nível de cobrança e metas estabelecidas. Esse nível alto de insatisfação na vida profissional propaga claramente o nível de estresse e por consequência, a queda na produtividade. 3.4 ANALISE DE DADOS SEGUNDA ETAPA – SINTOMAS E SENSAÇÕES Ainda na segunda etapa, foi apresentado um questionário conforme abaixo na tabela 2, as questões em tese tiveram o objetivo de analisar o padrão de sintomas e sensações que estão interligadas ao estresse. Tabela 2: Indicação de sintomas e sensações interligadas ao estresse. Fonte: Dados da pesquisa (2020) com questões adaptadas de Tanure, Carvalho Neto e mota (2007). 24 Ao realizar uma análise dos dados da tabela 2, chegou à conclusão que (39,11%) concordam parcialmente sentirem os sintomas associadas ao estresse, em seguida de (28,00%) que nem concorda nem discorda. Ou seja, esse grupo quem nem concorda e nem discorda, sequer reconhecem sentir os sintomas. Referente ao sintoma depressão, (58,13%) discorda totalmente, seguido de (34,88%) de quem discorda parcialmente, sendo um índice muito bom, porém há alarme quanto a isso, pois há um índice muito alto em relação aos participantes que concordam sentirem os sintomas que antecedem a depressão, tais como: Irritabilidade, nervosismo, ansiedade, angustia, dores musculares, insônia, fadiga, entre outros. Em relação aos medos, há também um grande índice dos que concordam, o medo do desemprego por exemplo, vem em razão do grande número de colapso que afeta de forma impiedosa o emprego dos brasileiros. Por consequência, há também um grande número de quem tem medo do futuro, em razão de não saberem como será o amanhã. Nesses casos, é necessário que haja fôlego, equilíbrio e positividade. 3.5 Teste de LIPP – ISSL inventário de sintomas de estresse para adultos de Lipp Foi realizado o teste de Lipp, com o intuito de mapear possíveis níveis de estresse ou até mesmo se está propenso a este. Feito através de um questionário (anexo 3) com algumas opções de sintomas no qual é verificado em qual das quatro fases de estresse o participante se encontra (Alerta, resistência, Quase-exaustão, Exaustão) e se o estresse é de natureza somática na área física ou psicológico (LIPP, 2000). Para descrever em qual fase de estresse que os participantes se encaixava, foram utilizados uma frequência juntamente com a porcentagem que podem ser observados a seguir na tabela 3. Tabela 3: Fase de estresse apresentados pelos participantes Fase Frequência Porcentagem Alerta 13 30,2% Resistência 19 44,1% Quase-exaustão 2 4,7% Exaustão 1 2,3% Sem estresse 8 18,6% TOTAL 43 100,0% Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) 25 Constatou-se que, (18,6%) dos resultados não mostravam indícios de estresse e (81,4%) exibiam os sintomas, reforçando uma frequência maior de estresse na fase da resistência e uma menos frequência na fase de exaustão (2,3%). Geralmente, a fase de resistência é a que mais se concentra em pacientes com estresses, nessa fase é muito comum apresentar sintomas com problemas com a memória, irritabilidade, cansaço constante, tontura e falta de paciência. Assim, é praticamente impossível manter uma boa produtividade dentro da área operacional, já que é fundamental possuir características completamente opostas a essas mencionadas. Com isso, pode-se concluir que os trabalhadores do setor operacional estão possuindo uma queda na produtividade em razão de estarem no nível de resistência do estresse, fase em que os sintomas comprometem e dificultam a realização das tarefas diárias. A relação da tendência de sintomas do estresse entre físicos e psicológicos, encontra a seguir na tabela 4. Tabela 4: Predominância dos sintomas do estresse. Fase Sintomas Físicos Sintomas psicológicos Alerta 9 4 Resistência 2 17 Quase-exaustão 0 2 Exaustão 0 1 Porcentagem 31,42% 68,58% Fonte: Afonso Henrique Stoko (2020) A análise possibilitou a observação dos sintomas do estresse em dois aspectos, sendo, sintomas físicos e sintomas psicológicos. Notou-se que, de acordo com os dados, em todas as fases, houve o predomínio de sintomas psicológicos. Gerando maiores impasses e transtornos do que sintomas físicos, pois dentro de um setor operacional problemas psicológicos como ansiedade, depressão, angustia, sensibilidade emotiva e insônia por exemplo, é de certa forma mais catastróficos do que problemas físicos como Diarreia, alteração de peso e tensões musculares. 26 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com encerramento desta pesquisa, considera-se que o objetivo foi atingido. Este trabalho teve como objetivo descobrir se a queda na produtividade dos trabalhadores do setor operacional está sendo influenciado pelo estresse, como também identificar o nível de estresse dos colaboradores e as diferenças entre os sexos. Uma conjectura levantada desde o início foi de que, os colaboradores do setor operacional estão tendo uma queda na produtividade quando se encontram com estresse ocupacional. Esta hipótese foi confirmada, pode-se concluir que os trabalhadores do setor operacional estão possuindo uma queda na produtividade em razão de estarem no nível de resistência do estresse, fase em que os sintomas presentes nesse nível comprometem e dificultam a realização das tarefas diárias que são necessárias. Uma questão levantada também foi que, a relação negativa na produtividade não está sendo interferida pela vida pessoal do trabalhador. (76,7%) dos participantes praticam alguma atividade como hobby, fazendo o nível de estresse diminuir. Com isso, é possível afirmar que o estresse vem do lado profissional e não pessoal, fazendo assim, obter as consequências na queda da produtividade. É notório que o setor operacional é composto pela grande maioria de sexo masculino,visto que as tarefas diárias são mais braçais e as mulheres tendem a possuírem um pouco mais de dificuldades quanto a isso. Com isso, fica indisponível a hipótese de as mulheres possuir uma produtividade melhor do que os homens, pelo fato de não haver quantidade suficientes nessa pesquisa para distinguir entre as diferenças existentes. Em relação aos homens produzirem menos que o normal quando estão sob estresse, pode ser explicado pelo fato de terem que carregar o fardo de serem chefes de famílias. Os momentos prazerosos são momentâneos, pois breve estarão preocupados com os problemas, muitas vezes impossíveis de se resolver. Diferentemente da criança, o adulto não consegue ver alegria em tudo, o homem chefe de família por sua vez, tende a alcançar sempre a perfeição, e tendem ter a obrigação de serem responsáveis pelas contas, alimentação e bem-estar da família. Dessa forma, é totalmente explicável a questão de produzirem menos quando estressados, muita cobrança dele mesmo aumenta o nível de estresse que aumenta a falta de atenção e concentração no trabalho e que por consequência, diminui a produtividade. No entanto, vale ressaltar que os depoimentos apresentados não foram apenas de frustrações e reclamações do setor operacional, houve também depoimentos que gera 27 gratificação e orgulho do setor, e que comprovam que o trabalho operacional não é sempre doentio. É de suma importância explicar que os resultados aqui apresentados não condizem, absolutamente, com a opinião de todos os participantes. O presente trabalho apresenta a convicção de 43 ocupantes de cargos operacionais de diferentes posições, no qual, cada um auxiliou com seus próprios pontos de vista. Por fim, chega-se à conclusão de que, independentemente da dificuldade de determinar o real motivo, há um grande índice de estresse no setor operacional, ocasionando danos produtivos tanto para a empresa quanto para o funcionário. Dessa forma, a empresa juntamente com o departamento de recursos humanos, deve providenciar um avanço no modelo de gestão, com intuito de melhoria da empresa e equipes de trabalho para que os objetivos da instituição sejam atingidos de forma mais eficiente e com um ambiente saudável e satisfatório para seus funcionários. 28 REFERÊNCIAS BONAMIN. O estresse e as doenças. Ciência hoje, 17(99): 25-30. 1994. CORTEZ, Maghelly. O estresse e suas implicações fisiológicas. Folha Médica, 103 (4), 175- 181. 1991. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos humanos. 4 Ed. São Paulo: Editora Atlas, 1999. ______. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. FERRARI, Juliana Spinelli. Estresse Ocupacional. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/stress-ocupacional.htm JEX, Steve M. (1998). Stress and job performance. Londres: Sage Publications. LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina, Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2003. LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. (1996). Pesquisas sobre stress no Brasil: Saúde, ocupações e grupos de risco. Campinas: Papirus. ______. O Stress está dentro de você. 2. ed. São Paulo: Contexto; 2000. ______. Mecanismos neuropsicofisiológicos do stress – teoria e aplicações clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2003. MARTINS, Leonardo Fernandes. Estresse ocupacional e esgotamento profissional entre profissionais da atenção primária à saúde. Dissertação (Mestrado em Psicologia) — Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011. NAKAMURA, J. Doenças do trabalho. Revista Equipe Obra. ed. 35, 2011 Nakayama, M. K. (1997). Estresse ocupacional relacionado com modos de gestão e cultura organizacional: um estudo empírico. Rio de Janeiro. ENANPAD – Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração. TANURE, Betânia, Carvalho Neto. (2007). Muito Estresse, (In)Satisfações e Infelicidades: um Retrato dos Altos Executivos. Natal. Anais do I Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (EnGPR). Da ANPAD 1997. ROCHA, Anna Carolina Florêncio Da. O estresse no ambiente de trabalho. Rio de Janeiro: Pedagogia em Foco, 2005. SELYE, Hans. (1956). Stress of life. Nova York, McGraw-Hill. https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/stress-ocupacional.htm 29 ANEXO 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Declaro, por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado (a) e/ou participar na pesquisa referente ao artigo cientifico intitulado (a): como o estresse ocupacional de colaboradores operacionais implica na queda da produtividade, desenvolvida (o) por Afonso Henrique Stoko, aluno do curso de MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coaching, da Faculdade Araguaia. Fui informado (a) que poderei contatar / consultar a qualquer momento que julgar necessário através do telefone nº (62) 98167-1120 ou e-mail afonsoew@gmail.com. Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa. Fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas gerais é de finalidade obrigatório para conclusão de curso. Fui também esclarecido (a) de que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), do Conselho Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde. Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de questionários e entrevistas semiestruturada a ser gravada a partir da assinatura desta autorização. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pelo (a) pesquisador (a). Fui ainda informado (a) de que posso me retirar desse (a) estudo / pesquisa / programa a qualquer momento, sem prejuízo para meu acompanhamento ou sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos. Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Goiânia-GO, ______de _________________de _______ _________________________________________________________ Assinatura do(a) participante: _________________________________________________________ Assinatura do(a) pesquisador(a): 30 ANEXO 2 31 ANEXO 3
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