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Trabalho alfabetização e letramento

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FACULDADE SÃO BRAZ
FRANCIS ANDRÉA TEILO
A importância do trabalho com Letramento no
Processo de Alfabetização
Curitiba
2019
FRANCIS ANDRÉA TEILO
A importância do trabalho com Letramento no 
Processo de Alfabetização
Resenha sobre o “Letramento e Alfabetização - As muitas Facetas” da Autora Magda Becker Soares, livre-docente em educação, Professora titular emérita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador do centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE) e autora de diversos artigos e livros sobre o ensino da língua escrita e de Português.
 Orientadora: Andréia Alves Correa
 Turma 6 – PEDAGOGIA
 Curitiba
2019
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INTRODUÇÃO
A autora Magda Soares no texto "Letramento e alfabetização: as muitas facetas" procura diferenciar a definição de alfabetização e letramento, considerando o letramento importante e realça a importância dos métodos no ensino da alfabetização.
O texto apresentado trata de um momento em que a Autora teve a percepção que a anos atrás já havia tratado de forma sútil em uma outra obra de sua autoria do conceito de Letramento, e que após quase duas décadas observou que as questões pertinentes ao tema continuavam atuais e sem solução definida.
DESENVOLVIMENTO
A autora faz uma análise e chega ao resultado ou movimento que propõe de “progressiva invenção da palavra e do conceito de letramento” que na sua visão resulta na conjuntura atual de “reinvenção da alfabetização” (conceitos da autora).
Com base nas suas reflexões e com o objetivo de defender a sua proposta que os processos de Alfabetização e de Letramento não podem ser separados na prática e nem na teoria pedagógica. 
Nesse artigo, a professora Magda Soares defende que, embora Letramento e Alfabetização sejam conceitos diferentes, são dois processos que devem ser trabalhados simultaneamente na escola e que esses dois conceitos apresentam diferenças fundamentais, pois estão relacionados com concepções distintas de ensino de língua.
Desta forma, temos as seguintes definições: Letramento aparece sempre ligado à compreensão de leitura e escrita como práticas sociais, que privilegia a visão de língua que usamos a todo instante quando nos comunicamos. Enquanto a Alfabetização está ligada à concepção de escrita como sistema ordenado pelas regras gramaticais ou de escrita como código (necessidade de decifrar).
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Na década de 1980, ocorreu quase que ao mesmo tempo um avanço no aprendizado do sistema da escrita em alguns países, inclusive no Brasil “a invenção do letramento”, como em outros países, como a França a illetrisme e também em Portugal com a literancia, assim esses fenômenos foram criados para se diferenciar da Alfabetização (alphabetisation). Na mesma época ocorreu esse mesma distinção na EUA e na Inglaterra com a literacy. Para Barton (1994,.6), também foi neste mesmo período que o novo campo de estudos de alfabetização passou a existir e também no final da década dos anos de 1970, que a Unesco (Organização da Nações Unidas para a educação, a Ciência e a Cultura) propôs a ampliação do conceito de literate para functionally literate. Com isso, houve uma avaliação a nível internacional sobre o domínio de competências de leitura e de escrita e que essas fossem além do medir a capacidade de saber ler e escrever.
Podemos constatar que existe uma coincidência histórica com relação ao momento que ocorreram as práticas sociais de leitura e de escrita nos países acima mencionados. Contudo, temos que destacar que existe uma diferença muito grande de desenvolvimento entre esses países, como no caso do Brasil que esta em desenvolvimento perto de potencias desenvolvidas como EUA, França e Inglaterra. Entretanto, todos esses países em algum momento tiveram as suas dificuldades com a sua população de forma independente da questão da aprendizagem básica da escrita. Podemos exemplificar o que ocorreu na França, onde jovens e adultos do chamado quarto mundo (parte da população desfavorecida) tiveram precário domínio das competências de leitura e de escrita, com isso ocorreu uma dificuldade na inserção no mundo social e profissional, pois existia uma mentalidade que a alfabetização em geral era reservado a trabalhadores imigrantes que eram analfabetos da língua francesa. Ocorreu um processo semelhante nos EUA nesta mesma época dos anos 80, onde NAEP (National Assessment of Educational Progress /Avaliação Nacional do Progresso Educacional), fez uma pesquisa nas escolas e constatou que jovens graduados não tinham domínio de leitura demandadas de práticas sociais e profissionais. Assim, Kissch & Jungeblut (1986, p. 2), através dessa pesquisa sobre habilidades de leitura da população jovem norte-americana, concluíram que o problema não estava no não saber ler e escrever (illiterancy) e sim no não domínio de competências de uso da leitura e da escrita (literancy).
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Nos países como a França e EUA, tem sido muito intenso nos últimos anos a discussão sobre problemas de aprendizagem inicial da escrita, o que devemos destacar são dois problemas: o domínio precário de competências de leitura e de escrita necessárias para praticas sociais letradas e as dificuldades no processo de aprendizagem do sistema ou da tecnologia da escrita. Assim, são tratadas de forma independentes, com o reconhecimento que possuem especificidades distintas e não-causalidades entre si.
Outro fato que podemos destacar, foi no Brasil onde esse movimento se deu de forma contrária, a alfabetização mantém sua especificidade no contexto das discussões sobre problemas de domínio de habilidades de uso da leitura e da escrita, isto é, Problemas com Letramento, onde os conceitos de letramento e alfabetização se mesclam e acabam se confundindo, sendo detectado na análise de fontes como os censos demográficos, a produção acadêmica e a mídia ao longo das décadas. 
 Explica a autora que o conceito de alfabetização e letramento entre essas nações são diferentes, visto que nos países considerados "primeiro mundo" a preocupação com o letramento é mais evidente, pois, a desapropriação da habilidade de leitura e escrita para intervenções sociais e profissionais é o alvo de inquietação, o que não os impedem de promover discussões e debates sobre o tema alfabetização. 
Nos países desenvolvidos alfabetização e letramento são tratadas de forma distinta: alfabetizar é a aquisição da leitura e da escrita e letramento é o desenvolvimento da linguagem e a compreensão da sua função social. No Brasil não ocorre isso, cujos conceitos se misturam e confundem-se, perdendo-se a individualidade ou até verdadeiro sentido epistemológico. Os professores tentam trabalhar com técnicas que não dominam e a sua maioria não estão preparados para relacionar o ensino dos métodos com as vivências sociais e culturais, esse despreparo faz com que o ensino e o aprendizado se tornem desestimulante e muitas vezes sem sentido.
Contudo, houve uma progressiva extensão do conceito de Alfabetização até o censo de 1940, era aquela pessoa que declarasse saber ler e escrever (capacidade de escrever o próprio nome) e passando pelo conceito de alfabetizado como aquele capaz de escrever um bilhete simples, isto é, exercer uma prática de leitura e escrita adotado a partir do censo de 1950 até os dias atuais. Com os resultados dessas pesquisas pode-se caracterizar o nível de alfabetização da população e que após alguns anos de 
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aprendizagem escolar, a pessoa terá aprendido a ler e escrever e a fazer uso da leitura e da escrita, verificando-se uma progressão cautelosa na extensão do conceito de alfabetização em direção ao conceito de letramento.
A mídia vem divulgando dados estatísticos que apontam baixo índice de alfabetização (18% em 1991 - Folha de São Paulo), no entanto o número de analfabetos funcionais é generoso, pois parte deles, considerados como "desqualificados" possuíam menos de quatro anos de escolarização. A autora expõe dados como este, como meio de tentar alertar a realidade a qual estamos inseridos, eque nos revela o quanto o educador ainda precisa fazer pelo país. O que ocorre, e que o Brasil tenta importar e copiar as ideias de outros países sem ao menos se preparar e se organizar educacionalmente de forma digna e consciente a sua realidade.
 A autora defende a indissociabilidade de alfabetização e letramento. Isto é, a escola deve trabalhar com os dois processos simultaneamente para evitar o fracasso escolar. Não basta apenas alfabetizar, mas ensinar os aspectos da língua como código, também é preciso trabalhar a língua em seus usos sociais. Explica que o fracasso escolar estava relacionado ao fato de a escola privilegiar apenas o processo de alfabetização. O ensino de língua tinha como base a relação entre o sistema fonológico e o gráfico, ou seja, entre os sons que pronunciamos e as letras que usamos para registrar esses sons.
No seu texto Magda Soares, procura expor as diversas facetas inclusas na concepção de alfabetização, revelando a existência de aspectos psicológicos, sociolingüísticos e culturais que precisam ser considerados.
Alfabetizar é a técnica de aquisição da língua (oral e escrita) cujo processo é estático, ou seja, com tempo estipulado ou prazo para o aprendizado. No entanto, o desenvolvimento da linguagem (letramento) é um processo contínuo, no decorrer das nossas vidas poderemos ter a possibilidade de aprimorá-lo, acrescendo novas construções e conhecimentos. No caso do aluno que pratica a leitura tende a saber escrever, porém nem sempre compreende o significado e o sentido da escrita. A Autora busca explicar a diferença entre um aprendizado meramente mecânico e outro com compreensão e sentido.
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Mesmo com as diferenças conceituais entre alfabetização e letramento, elas estão relacionadas no momento em que a aquisição do código, da escrita (a técnica) e o seu desenvolvimento (o letramento) permitirão que a criança construa esquemas utilizando-se dos códigos para relacioná-los a uma função social, um objetivo, um sentido. A técnica é tão importante quanto o seu desenvolvimento. A relação estabelecida entre letras e sons precisa ser compreendida pelos discentes, para isso o conhecimento técnico precisa ser ensinado de forma significativa sendo necessário, o conhecimento das letras, sílabas, palavras, sinais e sons, e a relação destes conteúdos com as vivências sociais e culturais transformando o aprendizado. Com o tempo os educandos vão descobrindo a importância da escrita e da oralidade no cotidiano, compreendendo sua função social, são alguns exemplos: escrever cartas e bilhetes, ler histórias, receitas, correspondências, números de casas, jornais, interpretar sinais de trânsito, cantar entre tantos outros, são uma das inúmeras funções sociais que o aprendizado da leitura e da escrita nos oferecem. Para entender o nosso meio é necessária a compreender esses códigos, que abrirão as portas da comunicação e da expressão que a linguagem nos proporciona.
O conceito de alfabetização não é igual para todas as sociedades, a cultura influencia na formação do conceito de alfabetização. Em algumas nações, um adulto que não se encontrar alfabetizado pode ser um problema, para outras não. Tem várias civilizações que utilizam outros conhecimentos para exercerem diferentes funções sociais.
Os especialistas têm interesse sobre o tema alfabetização, por exemplo, pode ser explicado pela sua complexidade e multiplicidade de facetas que o abrange: facetas psicológicas, psicolingüísticas, sociolingüísticas e lingüísticas. Devido essa variedade de enfoques, uma conceitualização de alfabetização fica difusa e quase sempre não acolhe seus verdadeiros interesses.
A faceta psicológica busca explicar como se procede a inteligência, que fatores psicológicos, biológicos e neurológicos interferem no seu desenvolvimento e na sua origem. 
A faceta psicolingüística, dentro do aspecto cognitivo, "analisa problemas como a caracterização da maturidade lingüística da criança para a aprendizagem da leitura e 8
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da escrita". Deve ser considerada sua importância devido ao fato de promover melhor compreensão com relação à fase em que a criança está apta para a alfabetização. 
A faceta sociolingüística corresponde aos usos sociais da língua, isto é, a sua função social. Ao estabelecer um primeiro contato com a escola, a criança, em muitos casos, já possui um contato com a língua que nem sempre é aproveitada pela instituição. Para falar, nos utilizamos recursos não estabelecidos na escrita; gestos, expressões, etc. Como a criança se comunica? Qual a finalidade da oralidade e da escrita para ela? Em que momento ela sente a necessidade da fala? Essas questões são básicas na tentativa de compreensão funções sociais no processo de alfabetização. Considerando a realidade social e cultural do aluno.
A faceta lingüística refere-se ao processo de transformação da fala para escrita, da forma sonora (fonemas) para a gráfica (grafemas). Esta faceta parece um pouco mais complexa por que requer construções e reconstruções de esquemas para exercer um certo domínio da fala, e da escrita como expressão de sons. Segundo Lemle, esse aprendizado deveria obedecer a etapas e não ocorrer por meio de seleções aleatórias de fonemas-grafemas como ocorre no processo de alfabetização.
O processo de alfabetização compreende diversas facetas por este motivo não deve ser vista de forma fragmentada, mas integrada. Alfabetizar é uma atividade que deve ser tratada com seriedade, pois requer formação adequada para os educadores-alfabetizadores de modo que consiga compreender noções das vivências sócio-culturais e psicológicas do aluno. Todos esses aspectos devem estar intricados, entrelaçados no processo de aprendizagem dos códigos para que o discente seja capaz de relacionar, interagir, atribuir sentidos e significados na sua relação com a linguagem e seu desenvolvimento.
A aprendizagem da leitura e escrita devem estar relacionadas com as práticas sociais de seus alunos tornando a alfabetização um exercício significativo que estará intrinsecamente acompanhada do letramento. No entanto, ainda ocorrem à separação entre esses dois aspectos: alguns docentes ensinam a leitura e a escrita, sem procurar relacioná-las às vivências de seus alunos tornando o aprendizado vazio, mecânico, limitado e estático.
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A autora destaca a importância da alfabetização, e que alguns profissionais querem tornar as práticas mais significativas por meio do letramento e esquecem da importância das técnicas que a alfabetização oferece para o aprendizado da leitura e da escrita. Por este motivo é que ambas devem estar relacionadas para que o aprendizado adquira algum sentido. 
Os educadores precisam compreender que a alfabetização e letramento podem caminhar juntas sem que percam seus conceitos próprios. Surgirão novas didáticas, novas teorias, novas tecnologias e precisamos ter mais cuidado com as interpretações para não nos perdermos no caminho dando preferência ao atual e esquecendo os benefícios dos outros processos e das outras facetas.
É necessário que todos nós busquemos meios para tentar melhorar a nossa realidade, para isso é imprescindível rever a situação atual em que se encontra a alfabetização e a educação, além da criação de creches e escolas é fundamental melhoria na formação dos educadores para que se tornem questionadores, pesquisadores, provocadores e ativos. 
CONCLUSÃO
Podemos concluir diante do exposto no texto, que nesse trabalho cientifico apresentado, devemos destacar quatros propostas da autora a seguir citadas:
“Primeira - A necessidade de reconhecimento da especificidade da alfabetização, entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema da escrita, alfabético e ortográfico;
Segunda – A importância de que a alfabetização se desenvolva num contexto de letramento;
Terceira – O reconhecimento de que tanto a alfabetização quanto o letramento têm diferentes dimensões, ou facetas, a natureza de cada uma delas demanda uma metodologia diferente, de modo que a aprendizagem inicial da língua escrita exige múltiplas metodologias, algumas caracterizadaspor ensino direto, explicito e sistemático;
Quarto – A necessidade de rever e reformular a formação dos professores das séries iniciais do ensino fundamental, de modo a torna-los capazes de enfrenar o grave e reiterado fracasso escolar na aprendizagem inicial da língua escrita nas escolas brasileiras”. 
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Assim, concluímos que a educação necessita de mais prática, visto que já possuímos teorias demais, estamos cansados de ouvir os mesmos discursos que o problema do país é a educação, então ao invés de apontar o que é um fato, vamos trabalhar para corrigir as falhas.
BIBLIOGRAFIA
SOARES, Magda Becker (2003), Artigo Cientifico – Letramento e Alfabetização: As muitas facetas, publicado na Revista Brasileira de educação, Abril 2004.

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