Buscar

RESUMO ATIVIDADES FÍSICAS, RECREAÇÕES E JOGOS

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL -UAB
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E A DISTÂNCIA – NECAD
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO -CCSE
CURSO DE PEDAGOGIA – MODALIDADA A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: ATIVIDADES FÍSICAS, RECREAÇÕES E JOGOS.
Profa. Profª. Márcia Cristina dos Santos Bandeira.
 
 Bruna Guimarães Baia
 
RESUMO
 
 IGARAPE-MIRI – PA
 2019
RESUMO DO TEXTO – O JOGO ENQUANTO PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE: CONTEXTOS E SABERES. (1 UNIDADE).
Baia_ Bruna Guimarães - UEPA
O jogo faz parte da trajetória humana desde tempos imemoriais. Assim
como a escrita, a linguagem e outras tantas invenções, o jogo é fruto da
criatividade dos seres humanos e sempre foi (é e será) utilizado para buscar
perguntas e encontrar respostas sobre a própria existência humana e suas
imensas possibilidades de desafos no viver.
Diversos autores entendem o jogo como elemento integrante da cultura
dos povos. Nesse sentido, jogos, brincadeiras e brinquedos sempre estiveram
presentes na história da humanidade.
Sabemos que desde a antiguidade os seres humanos jogavam e brincavam entre si. Assim, diferentes povos ao longo da história da humanidade deixaram registrados em murais, desenhos, esculturas e pinturas, aspectos variados da vida cotidiana onde a presença dos jogos e brinquedos e brincadeiras são elementos que geralmente caracterizam crianças e indivíduos ali representados.
Essas e outras evidências nos mostram que o jogo acompanhou não apenas a evolução histórica, mas esteve presente em todas as civilizações. Assim, encontramos jogos do Egito, da Grécia, da Índia, da China, de Angola, da Espanha e é claro, do Brasil. Por exemplo, a amarelinha, empinar papagaios ou jogar pedrinhas têm registros na Grécia e no Oriente comprovando a universalidade dos jogos infantis.
Ao abordar a etimologia das palavras Lúdico e Jogo, percebemos que
o prefxo latino Lud refere-se à ideia que integra acontecimentos como jogo,
divertimento, recreação, e precede nomes latinos como Ludus, ou, em português, como lúdico, ludibriar, ludibrioso. A ideia é sempre a de dissimular, ludibriar, fazer de conta, divertir etc. Quanto ao verbo jogar, vem do latim Joco, que também signifca zombar, simular, gracejar, brincar etc. Por sua vez, a palavra jogo corresponde ao latino Jocus, referente a gracejo, pilhéria, graça etc., substituindo, no latim vulgar a denominação clássica Ludus. Portanto, tanto jogo, quanto lúdico, tem a mesma origem e signifcavam a mesma coisa em latim. 
Assim, podemos observar que o jogar é pleno de sentidos e signifcados
e suas possibilidades de interpretação e compreensão são amplas e uma
imensidade de conexões pode ser feita. Nos processos de convivência grupal, a prática de jogos revela porções consideráveis das personalidades daqueles que integram o grupo, ou seja, é possível, numa atividade onde a dinamicidade do lúdico esteja presente, observarmos o outro com toda a sua carga de emoção, vida, sentimento e individualidade. o jogo é elemento constituinte de nossa subjetividade, pois é resultado de nossa inserção no mundo, através das
nossas ações sobre um determinado contexto, sobre uma determinada
fração do complexo real que vivenciamos, todos e todas em nossa humana
existência.
Nossa dimensão humana, signifcado e sentido de nossas interações com o mundo, com a prática de jogos, alimentam nossas possibilidades de estarmos motivados e capazes de ousarmos na perspectiva da criação de outras formas de ver/olhar/agir e sentir no “espaço/tempo” de nossa existência terrena.
A partir do que foi mencionado sobre o brincar nos mais diferentes
enfoques, podemos perceber que ele está presente em todas as dimensões
da existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças. A
criança brinca porque brincar é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação são vitais para o desenvolvimento do potencial infantil. Para manter o equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar. Essas atividades lúdicas tornam-se mais signifcativas à medida que a criança se desenvolve, inventando, reinventando e construindo.
Existem inúmeras relações de jogos, em que estes são classifcados por
faixa etária, por área de desenvolvimento, por tipo de estímulo, pela origem,
pela utilização ou não de objetos etc. Existe também um tipo de classifcação
que se encontra na memória de cada um de nós: são aqueles jogos com que
nossos pais e avós brincaram na infância, e que nos transmitiram. Jogos que não foram tirados de livros nem ensinados por um professor, mas sim transmitidos pelas gerações anteriores à nossa ou aprendidos com nossos colegas. Os jogos que aconteciam na rua, no parque, na praça, dentro de casa ou no recreio da escola. Estes são os Jogos Tradicionais.
Por outro lado, o brinquedo mudou com o tempo, ao longo dos séculos.
Nas sociedades pré-industriais, o brinquedo era peça artesanal, minuciosa,
passando a ser produzido em escala na sociedade industrial para atender
a demanda cada vez maior dos centros urbanos onde prevalece a lógica do
consumo.
O tradicional convive com o moderno, pois vivemos numa sociedade fragmentada, na qual coexistem o passado, o presente e o futuro. Nesse contexto, o convívio com outras pessoas - pais, avós, tios, primos, vizinhos - está fcando escasso ou mesmo “desaparecendo”, fazendo com que se percam algumas das formas mais fortes de transmissão e perpetuação das tradições: a oralidade, a vivência de práticas lúdicas do cotidiano social (jogos e brincadeiras) e o domínio das técnicas de produção de brinquedos caseiros. O brinquedo é produto de cada sociedade e por isso apresenta os traços culturais específcos de cada povo.
Criar brinquedos a partir do reaproveitamento de materiais descartados
é um dos fazeres que constituem o contexto lúdico, ainda presente em alguns
grupos de crianças, seja na zona urbana ou rural, desde o tempo de nossas
bisavós, que, privilegiadas por um meio ambiente rico e diverso, forjavam
novas maneiras de ser e fazer a partir do que dispunham nesse universo.
Diante dessa realidade, detectamos a necessidade de resgatar, registrar e revitalizar os jogos, brincadeiras e brinquedos tradicionais, considerando-os como parte integrante da cultura local, parte de seu patrimônio imaterial, que transmitido de geração em geração, expressam diferentes valores e concepções.
Na sociedade contemporânea,grande parte dos jogos tradicionais infantis – sapatinho branco, ciranda cirandinha, cabra-cega, barra manteiga, queimada, jogo de pião, pedrinhas, amarelinha, entre outros, que encantam e fazem parte do cotidiano de várias gerações de crianças, estão desaparecendo devido à influência da televisão, dos jogos eletrônicos e das transformações do ambiente urbano, ou seja, as ruas e as calçadas deixaram de ser os espaços para a criança brincar. Nesse sentido, este texto pretende observar tais aspectos, abordando o universo lúdico infantil e considerando ainda a contribuição oferecida por depoimentos de escritos dos viajantes estrangeiros, dos folcloristas e de obras literárias referentes a esse assunto. 
Ligados ao folclore, possuem as características de anonimato,
tradicionalidade, transmissão oral, conservação e mudança. As brincadeiras
tradicionais possuem, enquanto manifestações da cultura popular, a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver a convivência social. Na Idade Média, os brinquedos e os jogos, paulatinamente, vão sendo associados às idades da vida. O cavalo de pau corresponde à segunda infância, faixa etária entre 3 e 7 anos; o pião, representado por um rapaz que necessitava de força e agilidade para participar desse jogo. os brinquedos e jogos que, na atualidade, são considerados típicos de crianças como: jogo de pedrinha, amarelinho, pião, cabra-cega, entre outros,em épocas passadas, eram compartilhados com o mundo dos adultos.
Com a descoberta da infância, os brinquedos e os jogos que, em épocas remotas eram utilizados em cultos e rituais religiosos e que integravam os laços coletivos da comunidade, passaram por transformações e tornaram-se monopólios do universo infantil. A linguagem infantil também foi enternecida pela ação da ama negra, que reduplicou a sílaba tônica dando às palavras um especial encanto: cacá, pipi, bumbum, dindinho, mimi, neném, dodói, tatá.
As crianças brasileiras receberam influências de diversas culturas lúdicas do mundo, particularmente, a portuguesa. Jogos e brincadeiras tradicionais coexistem com novas modalidades de brincar trazidos pela tela da TV, vídeo game, computador, ampliando o seu universo lúdico e dando novas oportunidades àqueles que começam a descobrir o mundo. o brincar transformou-se ao longo do tempo e os instrumentos é que modifcaram para, provavelmente atender ao dinamismo do mundo globalizado.
Devemos ressaltar, em primeiro lugar, que os jogos tradicionais ilustram a cultura local e que o resgate da mesma é muito importante para o nosso patrimônio lúdico. O jogo tradicional é memória, mas é também presente: se observarmos em detalhe o jogo da criança de hoje em comparação aos jogos infantis do começo do século, constataremos que existem, obviamente, grandes diferenças. A televisão e a tecnologia dos brinquedos modernos mudaram, sem dúvida, a brincadeira infantil. A falta de espaço e de segurança nas ruas também modifcaram algumas brincadeiras. Amarelinha, pião, papagaio, barra-manteiga, esconde-esconde e inúmeras outras brincadeiras estão hoje presentes no lúdico, muitas vezes sob uma outra forma ou com outra denominação. Mas o conteúdo continua sendo o mesmo.
Finalmente, devemos destacar o papel fundamental que o Jogo Tradicional tem como instrumento para o desenvolvimento das capacidades físicas, motoras, sociais, afetivas, cognitivas, linguísticas nas crianças, e sociabilidade, como por exemplo, as brincadeiras de roda como vemos no quadro abaixo, infelizmente, um brincar quase que totalmente esquecido neste século.

Continue navegando