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Administrativo atividade

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Deve-se atentar, preliminarmente, para a circunstância de que a Constituição da República não conceitua serviço público; tampouco o fazem as leis do Brasil. É mister, destarte, perquirir como a doutrina trata o problema da definição do objeto.
Certo é que não existe um conceito doutrinário consensual de “serviço público”. O que há são escolas ou correntes teóricas que, segundo critérios variados, procuram indicar os elementos relevantes para a identificação ou a conceituação de uma atividade como “serviço público”.
De um modo geral, os principais administrativistas aludem assim designados critério subjetivo, critério material e critério formal como elementos úteis ou necessários à identificação ou definição dos serviços públicos. A adoção de um critério isoladamente, ou a combinação de critérios, conduz a uma gama bastante variada de definições.
Convém registrar que a expressão “serviço público” pode ser utilizada em um sentido subjetivo, quando se refere ao conjunto de órgãos e entidades que desempenham atividade administrativa, ou em um sentido objetivo, quando se refere a uma determinada coleção de atividades. Cumpre também, apontar a existência de definições amplas e definições restritas de serviço público, assim considerado conforme o aspecto de atividades que nelas incluam.
Não é rara a expressão “serviço público” ser empregada em um sentido subjetivo (ou orgânico), simplesmente como sinônimo de “administração pública em sentido formal”. Quando isso ocorre à expressão “serviço público” não se refere a qualquer atividade específica, e sim ao conjunto de órgãos e entidades que desenvolvem atividades administrativas as mais variadas, ou seja, a todo o aparelhamento administrativo do Estado.
Encontramos exemplos nítidos desse uso da expressão “serviço público” no próprio texto constitucional, como ocorre no art. 37, XII, e no art.40, parágrafo 1°, III.
Em sentido objetivo (ou material) a expressão “serviço público” reporta uma determinada atividade, ou a um conjunto de atividades. As atividades abrangidas pela expressão variarão conforme os critérios que cada autor, ou escola doutrinária leve em consideração. De todo modo, o certo é que a expressão “serviço público” em sentido objetivo sempre se refere a atividades – sejam quais forem -, e não aos órgãos, entidades ou pessoas que as realizem.
Portanto, o critério subjetivo ou orgânico dá relevância ao prestador do serviço; só considera serviço público aquele prestado diretamente pelos órgãos e entidades estatais, integrantes da administração pública. Por outro lado, o critério objetivo ou material confere relevância à atividade, em si mesma considerada, segundo esse critério, as atividades de importância crucial para o grupo social, das quais depende a própria existência deste, devem ser tidas por serviço público; as atividades que visam a satisfação de necessidades coletivas fundamentais deveriam, portanto, ser prestadas como serviços públicos.
O critério formal da relevância ao regime jurídico sob o qual é desenvolvida a atividade exige que os serviços públicos sejam prestados sob o regime jurídico de direito público, portanto, orientados pelo princípio da supremacia do interesse público (que assegura prerrogativas especiais para a sua prestação) e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público (que resulta em restrições não existentes no exercício de atividades privadas).
Não é difícil perceber que, hoje, nenhum administrativistas pode defender a necessidade de serem atendidos, simultaneamente, os três critérios para que uma atividade seja considerada serviço público. Basta passarmos nas modalidades de delegação de serviços públicos a particulares (desatendem ao critério subjetivo), ou lembrarmos que há serviços não essenciais, como loterias, que são prestados sobre regime jurídico de direito público (desatendem ao critério material). Ainda há serviços essenciais que podem ser prestados como serviço privado, ou seja, podem ser exploradas por particulares sob regime jurídico de direito privado, a exemplo dos serviços privados de educação e de saúde.
Portanto, atualmente, os administrativistas costumam utilizar para definir serviço público um dos critérios acima expostos, ou a combinação de dois deles, mas não exigem o atendimento aos três, conjuntamente, como ocorria na época em que era hegemônica a “escola do serviço público”.

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