Escrituração Contábil no Setor Público

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CONTABILIDADE 
PÚBLICA 
AVANÇADA
Aline Alves
Escrituração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 n Reconhecer a fi nalidade da escrituração das entidades.
 n Identifi car o tratamento dos lançamentos diários durante o exercício 
fi nanceiro no setor público. 
 n Realizar os registros contábeis que compreendem a abertura e o 
fechamento do exercício fi nanceiro.
Introdução
Você sabia que os registros contábeis ou de escrituração têm o mesmo 
significado? 
A escrituração busca controlar os fluxos patrimoniais, resultantes 
das mutações do patrimônio, tornando indispensável escriturar todos os 
acontecimentos contábeis que, de alguma forma, causem modificações 
qualitativas ou quantitativas na composição patrimonial. 
Neste texto, você vai identificar o objetivo da escrituração e demons-
trar os lançamentos ocorridos desde a abertura até o encerramento do 
exercício financeiro. 
Regras de escrituração
A escrituração contábil realizada nas entidades de direito público deve respeitar 
a legislação, conforme a lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964) e os regulamentos 
da lei complementar nº 101/00 (BRASIL, 2000).
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Os métodos para a aplicação do registro contábil relativo aos atos e fatos que possam 
modificar o patrimônio das empresas do setor público podem ser verificados mediante 
a NBC T 16.5 – Registro contábil (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008), 
que foi aprovada rela Resolução CFC nº 1.132/2008, revogada a partir de 1º/1/2017 
mediante a NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL, divulgada no Diário Oficial da União 
de 4/10/2016, Seção 1.
Para todo registro realizado, obrigatoriamente deve haver um documento 
que comprove sua existência. Os documentos comprobatórios podem ser 
classificados em caixa e extracaixa. No caixa estão vinculados documentos 
que confirmam recebimentos e pagamentos realizados em moeda, sendo ele 
realizado normalmente pelas áreas financeiras. Já a segunda classificação 
comporta documentos que justificam os lançamentos que tenham ausência 
de fluxos de numerário.
O fato administrativo é que cria a obrigatoriedade do lançamento contábil 
por meio de sistemas. Você pode visualizar essa relação na Figura 1:
Figura 1. Fato administrativo.
Fonte: Slomski (2003).
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A escrituração possui comprovantes que são considerados como apoio na 
sua composição, sendo eles: fluxos econômicos e transferências de registros 
contábeis.
Para compor os fluxos econômicos, são consideradas as mutações rela-
cionadas aos bens, direitos e obrigações. Elas podem ocorrer:
 n Entre Estado e terceiros, como mediante pagamento de fornecedores 
ou pagamento de salários. Dessa forma, são considerados fluxos eco-
nômicos externos.
 n Entre vários setores pertencentes ao mesmo Estado, por exemplo: 
troca dos materiais do estoque para os setores de destino, ou seja, de 
consumo, de modo que esses são considerados fluxos econômicos 
internos.
Para as transferências de registros contábeis, você deve considerar atos 
de essência administrativa aqueles que possuem como fim:
 n Corrigir equívocos de lançamentos contábeis que foram aplicados 
antecipadamente, realizados por intermédio de estorno, transferência 
ou complementação, mediante a Resolução CFC nº 1.437/13, revogada 
pela NBC TSP Estrutura Conceitual (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, 2016).
 n Dissolver ou unificar valores que podem abranger uma ou várias 
contas para mais de uma conta. Por exemplo: agrupar, mediante conta 
Resultado Patrimonial do Exercício, as possíveis alterações ativas e 
passivas.
Entre os preceitos do registro contábil, você pode incluir este: é preciso que a entidade 
do setor público tenha critérios para os registros contábeis, que podem ser elaborados 
manualmente, por meio de sistemas ou em formato eletrônico, devendo possuir uma 
ordem cronológica precisa.
A seguir você pode conhecer alguns dos requisitos do registro contábil 
no setor público:
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 n Comparabilidade: deve permitir uma verificação da situação do patri-
mônio, podendo averiguar sua equivalência ou disparidade em relação 
a outras empresas.
 n Compreensibilidade: significa que os dados apresentados por meio 
das demonstrações contábeis devem ser evidenciados com clareza aos 
seus usuários, facilitando o entendimento.
 n Confiabilidade: o registro dos dados contábeis precisa ser confiável e 
seguro para auxiliar os usuários na tomada de decisão.
 n Fidedignidade: significa que todo o lançamento processado deve de-
monstrar informações autênticas ao fato que lhe originou.
 n Imparcialidade: significa que os dados contábeis não devem beneficiar 
interesses de entidades ou de agentes.
 n Integridade: fica determinado que as informações prestadas e registra-
das precisam identificar os acontecimentos do patrimônio no montante, 
no qual não pode ser desprezada qualquer informação relacionada ao 
fato gerador.
 n Objetividade: a escrituração precisa apresentar a real situação patri-
monial na aplicação de procedimentos técnicos contábeis determinados 
antecipadamente por meio de regras, não podendo ocorrer benefícios 
particulares que resultem em divergências na informação que foi gerada.
 n Representatividade: é preciso que os dados escriturados da contabi-
lidade tenham aspectos importantes.
 n Tempestividade: os fatos do patrimônio necessitam ser lançados no 
instante em que acontecerem, e sua publicação deve ocorrer rapidamente, 
atendendo aos usuários.
 n Uniformidade: as informações precisam ser registradas mediante um 
padrão, de modo que sigam a classificação, a verificação e a demonstra-
ção, ou seja, que tenham compatibilidade, independentemente de serem 
originadas por outra empresa. Assim, elas possibilitam a equiparação e 
a compreensão da situação da entidade pública em diferentes momentos.
 n Utilidade: é necessário que a escrituração transmita informações úteis 
aos usuários.
 n Verificabilidade: significa que a informação e o registro realizado 
na contabilidade devem oportunizar a identificação da sua devida 
legalidade.
 n Visibilidade: indica que os dados registrados precisam ser divulga-
dos para a população de forma clara e transparente, demonstrando o 
resultado da gestão e a situação real da entidade pública com relação 
ao seu patrimônio.
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Classificação contábil
Para a classifi cação, você deve primeiramente separar a documentação 
contábil, ou seja, qualquer documento que possa ser utilizado no apoio da 
escrituração contábil, como livros, registros ou conjuntos que auxiliem na 
composição.
A denominação e a codificação das contas dispostas no Plano de Contas 
da entidade indicarão onde os comprovantes devem ser registrados após a 
classificação deles em conformidade com a contabilidade. O processo de 
codificação é realizado na documentação que possui origem no fluxo eco-
nômico externo, composto por pagamentos e recebimentos, e também nos 
documentos oriundos do fluxo econômico interno, por exemplo, comprovantes 
de extracaixa.
Os documentos que serão registrados no sistema contábil precisam ser 
organizados por data, ou seja, você deve reunir todos os comprovantes por 
dia. Eles precisam ser aglomerados por meio dos seguindo métodos:
 n Unificar a documentação relacionada a partidas exatas, contornando as 
contas de razão sintético, ou seja, de modo resumido e preciso, conforme 
estão descritas no Plano de Contas.
 n Organizar por conjuntos e subconjuntos; dentro de cada um deles deverá 
haver documentos que tenham desdobramentos de primeiro e segundo 
graus, e assim sucessivamente.
É determinado pela NBC T 16.5 (CONSELHO FEDERAL DE CONTA-
BILIDADE, 2008) que:
5. A entidade do setor público deve mantersistema de informação contábil 
refletido em plano de contas que compreenda:
(a) a terminologia de todas as contas e sua adequada codificação, 
bem como a identificação do subsistema a que pertence, a natureza 
e o grau de desdobramento, possibilitando os registros de valores e a 
integração dos subsistemas;
(b) a função atribuída a cada uma das contas;
(c) o funcionamento das contas;
(d) a utilização do método das partidas dobradas em todos os registros 
dos atos e dos fatos que afetam ou possam vir a afetar o patrimônio das 
entidades do setor público, de acordo com sua natureza de informação; 
(Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13) 
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(f) tabela de codificação de registros que identifique o tipo de tran-
sação, as contas envolvidas, a movimentação a débito e a crédito e os 
subsistemas utilizados.
Registros contábeis e livros
A escrituração contábil faz uso das contas estimadas para realizar os re-
gistros das informações. A escrituração ocorre por meio de livros ou fi chas 
que precisam ser registrados por órgãos setoriais. O registro realizado nos 
livros permite a verifi cação de todas as operações realizadas pela entidade, 
reconhecendo o tipo de atividade realizada, o período em que ocorreu o fato 
e o valor. Além disso, evidenciando com quem ocorreu a transação ou o que 
ela signifi ca para a entidade.
Com relação aos critérios de realização do registro contábil, analise (CON-
SELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008):
6. O registro deve ser efetuado em idioma e moeda corrente nacionais, 
em livros ou meios eletrônicos que permitam a identificação e o seu 
arquivamento de forma segura.
7. Quando se tratar de transação em moeda estrangeira, esta, além do 
registro na moeda de origem, deve ser convertida em moeda nacional, 
aplicando a taxa de câmbio oficial e vigente na data da transação.
8. O Livro Diário e o Livro Razão constituem fontes de informações 
contábeis permanentes e neles são registradas as transações que afetem 
ou possam vir a afetar a situação patrimonial.
9. O Livro Diário e o Livro Razão devem ficar à disposição dos usuários 
e dos órgãos de controle, na unidade contábil, no prazo estabelecido em 
legislação específica.
10. Os registros contábeis devem ser efetuados de forma analítica, 
refletindo a transação constante em documento hábil, em consonância 
com os Princípios de Contabilidade. (Redação dada pela Resolução CFC 
n.º 1.437/13)
11. Os registros contábeis devem ser validados por contabilistas, com 
base em documentação hábil e em conformidade às normas e às técnicas 
contábeis.
12. Os registros extemporâneos devem consignar, nos seus históricos, 
as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso.
13. São elementos essenciais do registro contábil:
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(a) a data da ocorrência da transação;
(b) a conta debitada;
(c) a conta creditada;
(d) o histórico da transação de forma descritiva ou por meio do uso 
de código de histórico padronizado, quando se tratar de escrituração 
eletrônica, baseado em tabela auxiliar inclusa em plano de contas;
(e) o valor da transação;
(f) o número de controle para identificar os registros eletrônicos que 
integram um mesmo lançamento contábil.
14. O registro dos bens, direitos e obrigações deve possibilitar a 
indicação dos elementos necessários à sua perfeita caracterização e 
identificação.
15. Os atos da administração com potencial de modificar o patrimônio 
da entidade devem ser registrados nas contas de compensação.
Os livros utilizados para a escrituração de órgãos públicos são: Diário 
Setorial, Razão Setorial e Registro de Movimento Bancário. Esses livros 
são registrados por meio do órgão central, no qual, pela opção de um sistema 
concentrado, cada órgão realiza lançamentos setoriais que são direcionados 
para a consolidação: Diário Central e Livro de Centralização dos Balan-
cetes Setoriais.
Diário Setorial: é registrado mediante o órgão setorial. Comporta a ela-
boração particular e transparente relativa às fichas de registros remetidas 
com o apoio nas transações decorrentes da ação econômica e financeira e no 
encerramento do exercício. Inclui balancetes que demonstram as modificações 
da conta Mutações Patrimoniais.
O Diário representa um livro que possui ordem cronológica, é considerado impres-
cindível para a entidade pública e obrigatório, pois nele devem ser registradas as 
movimentações que podem afetar de forma qualitativa ou quantitativa a estrutura 
patrimonial.
Analisando Tabela 1, você vai conseguir visualizar um exemplo de Livro 
Diário:
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São Paulo, 02 de janeiro de 2XXX.
 Fonte: Silva (2011). 
(2) (3) (4)
A
Previsão da receita orçamentária 
Receita orçamentária a realizar
(5) Receita prevista para o 
exercício conforme Lei nº…
(6) (7) (8)
400
A
Dotação orçamentária inicial
Créditos orçamentários 
disponíveis
Créditos disponíveis para o 
exercício conforme Lei nº..
400
A
Bancos com movimento
Variação patrimonial aumentativa
Recebimento de 
receitas correntes
200
A
Receita orçamentária a realizar
Receita orçamentária realizada
Controle da receita realizada
200
 Tabela 1. Modelo de Livro Diário 
Razão Setorial: nesse livro as contas são classificadas de modo que todo 
lançamento realizado no Diário precisa ser informado no Razão, em páginas 
ou em fichas. Você deve saber que o Livro Razão é opcional, porém importante 
e sistemático.
Registro de Movimento Bancário: nele são realizados os registros de 
transações relativas a depósito e emissão de cheque. Deve ser realizado o 
cálculo referente ao saldo da conta bancária, posterior às suas movimentações.
Diário Central: esse possui o mesmo modelo do Diário Setorial, no qual 
devem ser lançadas as transações decorrentes da concentração de balancetes 
de órgãos setoriais. É determinado que, no encerramento do exercício, ba-
lancetes relacionados ao orçamento financeiro e também patrimonial sejam 
solidificados à conta de Mutações Patrimoniais.
Livro de Centralização dos Balancetes: nele são escriturados os dados 
relacionados aos balancetes resultantes dos órgãos setoriais. Eles precisam 
ser registrados mediante fichas, e deve ser considerada uma para cada conta.
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Lançamentos contábeis
Lançamentos contábeis de abertura do exercício 
financeiro
A abertura do exercício fi nanceiro é realizada da mesma maneira que nas 
demais empresas: é feita a abertura dos sistemas fi nanceiro, patrimonial e 
também de compensação. É responsabilidade do setor de contabilidade a 
transferência dos saldos relativos às contas de um exercício para o outro. Você 
deve considerar que os saldos somente podem existir em contas pertencentes aos 
grupos do ativo, do passivo, do patrimônio líquido e também nas relacionadas 
ao monitoramento de credores e devedores.
Posterior à abertura do exercício, é imprescindível que se realize a aprovação 
do orçamento nas entidades do setor público. Nele devem estar demonstrados 
os valores previstos para a estimativa da receita orçamentária e para a definição 
da despesa referente ao orçamento, por meio dos registros contábeis.
Analise a seguir como são realizados os lançamentos relativos à previsão 
da receita do orçamento:
 Fonte: Silva (2011) 
Previsão da receita – sistema orçamentário
Débito 5.2.1.0.1.00.00.00.00 Previsão inicial referente à 
receita bruta orçamentária
Crédito 6.2.1.0.0.00.00.00.00 Receita a realizar
Previsão referente à dedução da receita – sistema orçamentário
Débito 6.2.1.0.0.00.00.00.00 Receita a realizar
Crédito 5.2.1.0.2.00.00.00.00 (-) Previsão inicial referente à dedução 
da receita bruta orçamentária
Definição referente à despesa – sistema orçamentário
Débito 5.2.1.0.1.00.00.00.00 Previsãoinicial referente à 
receita bruta orçamentária
Crédito 6.2.1.0.0.00.00.00.00 Receita a realizar
 Tabela 2. Lançamento da receita orçamentária no início do exercício 
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Lançamentos contábeis ocorridos durante o exercício 
financeiro
Por meio da arrecadação referente à receita orçamentária resultante dos tributos, 
estes são identifi cados pelo fato gerador. Assim, depois que ocorreu o lançamento 
relativo ao crédito a receber e no momento em que acontece o fato gerador 
referente ao recebimento do crédito, esse lançamento deve ser identifi cado como 
arrecadação de impostos posterior à identifi cação do fato gerador. A arrecadação 
para os cofres públicos pode ocorrer por meio dos seguintes lançamentos:
 Fonte: Silva (2011) 
Recebimento de impostos posterior à identificação 
do fato gerador – sistema patrimonial
Débito 1.1.1.1.1.22.00.00.00.00 Caixa
Crédito 1.1.2.1.1.0.0 Receita orçamentária 
Recebimento referente ao recebimento de tributos
Recebimento de impostos posterior à identificação 
do fato gerador – sistema orçamentário
Débito 6.2.1.0.0.00.00.00.00 Receita a realizar
Crédito 6.2.1.2.0.00.00.00.00 Receita bruta referente a tributos
Referente à arrecadação de tributos
Recebimento de impostos posterior à identificação 
do fato gerador – sistema de compensação
Débito 7.2.1.1.1.1.00.00.00.00 Disponibilidade referente aos recursos
Crédito 8.2.1.0.1..1.00.00.00.00 Disponibilidade referente ao uso dos recursos 
 Tabela 3. Lançamento de rotina durante o exercício financeiro 
Lançamentos contábeis de fechamento do exercício 
financeiro
É preciso que algumas medidas sejam tomadas antes do encerramento do exer-
cício. A contabilização das despesas do orçamento ocorre durante o exercício. 
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Porém, exclusivamente no fechamento dele, para fi ns de constituição do passivo, 
você deve considerar as despesas que foram empenhadas.
Para a escrituração contábil, com relação à despesa empenhada e que 
não foi paga, precisa ser observada a origem do fato que a gerou. Para isso, 
você deve realizar a apuração para a inscrição em “restos a pagar” e con-
siderar aqueles que são incontestáveis para invalidar antes do fechamento 
do exercício.
Com relação aos pagamentos que no encerramento do exercício apresen-
tem situação de pendência, precisam voltar para a posição de “liquidados”, 
gerando assim os restos a pagar. Os restos a pagar que não foram realizados 
no exercício anterior ao exercício de encerramento, portanto não liquidados, 
necessitam ser anulados.
Para que o encerramento ocorra de forma correta, é fundamental a exata aplicação 
financeira da gestão pública para reduzir os métodos de fechamento do exercício. 
A contabilização verídica e apropriada, junto aos lançamentos referentes aos 
acontecimentos contábeis, são essenciais para o fechamento do exercício das 
entidades.
Observe os procedimentos necessários ao encerramento do exercício 
(BAHIA, 2012):
O encerramento do exercício ocorrerá mediante as seguintes etapas: 
1. Cancelamento dos Restos a Pagar.
2. Impressão dos relatórios com pendências para o encerramento.
3. Retorno para situação de liquidado dos pagamentos não 
confirmados.
4. Inscrição dos Restos a Pagar.
5. Transferências dos saldos de QCM/QF.
6. Encerramento das contas de interligação, receitas e despesas.
7. Apuração dos resultados.
8. Impressão final dos relatórios.
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1. Realize a leitura das alternativas 
apresentadas, que tratam sobre 
as normas de escrituração 
contábil. Em seguida, indique a 
única resposta correta: 
a) Dependendo do tipo de 
documentação que será 
registrada na contabilidade, 
poderá ser exigido ou não o 
comprovante que a originou.
b) Os documentos podem ser 
categorizados em caixa e 
extracaixa, nos quais está 
associada a documentação que 
certifica os devidos recebimentos 
e pagamentos realizados.
c) A escrituração contábil aplicada 
em entidades de direito 
público pode ser verificada 
por meio da lei nº 4.369/85 e 
mediante os regulamentos da 
lei complementar nº 101/00.
d) O lançamento contábil 
não possui vínculos com 
o fato administrativo.
e) Na composição dos fluxos 
econômicos, devem ser 
apreciadas exclusivamente as 
variações das obrigações.
2. Com relação às características 
do registro contábil, verifique as 
alternativas apresentadas e aponte a 
que considerar correta: 
a) Quando se trata de visibilidade, 
os registros e os dados devem ser 
disponibilizados somente para 
as entidades do setor público, 
para usarem como comparativos 
com outras empresas.
b) Com relação à verificabilidade, 
deve haver um monitoramento 
no setor contábil a fim de realizar 
os controles precisos com relação 
à certificação da documentação 
que apoiou tais registros.
c) A tempestividade corresponde 
à apresentação dos 
acontecimentos relacionados 
ao patrimônio que devem ser 
mantidos em sigilo e poderão 
ser publicados somente 
no próximo exercício.
d) A confiabilidade defende 
que não é necessária a 
verificação de documentos.
e) A imparcialidade significa 
que as informações contábeis 
precisam gerar privilégios 
às entidades públicas.
3. Conforme o conteúdo relativo à 
classificação contábil, analise e 
identifique a resposta correta:
a) Por meio da codificação das 
contas apresentadas pelo 
Plano de Contas, é impossível 
saber onde os documentos 
devem ser registrados.
b) Na classificação, é preciso 
que sejam separados todos 
os documentos que servirão 
como base para a escrituração.
c) A codificação não é realizada 
nos documentos que 
possuem procedência no 
fluxo econômico externo.
d) A documentação que será 
registrada deve obrigatoriamente 
estar ordenada por mês 
para facilitar os lançamentos 
na contabilidade.
e) A NBC T 16.5 estabelece que a 
entidade pública deve ter um 
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sistema de informação contábil 
espelhado no Plano de Contas, 
no qual, por exemplo, se possa 
compreender sobre a isenção do 
processo de partidas dobradas.
4. Sobre os livros e registros contábeis, 
analise as alternativas e indique a 
única situação correta: 
a) O processo de escrituração 
acontece por meio de livros ou 
fichas que devem ser registrados 
mediante órgãos setoriais.
b) A escrituração feita em livros 
restringe a análise de algumas 
transações feitas pela entidade.
c) A NBC T 16.5 determina que os 
registros contábeis precisam ser 
realizados de forma sintética.
d) A aplicação do registro 
contábil deve obedecer à 
NBC T 16.5, que tem como 
requisito a escrituração sempre 
em moeda estrangeira.
e) Na consideração dos elementos 
fundamentais do registro 
contábil, encontramos somente 
a conta que deve ser creditada 
e o valor da transação.
5. Leia com atenção as alternativas 
relativas aos livros usados nas 
entidades do setor público e 
assinale a opção correta: 
a) O regime misto compreende a 
junção de dois princípios, o de 
competência e o orçamentário.
b) No regime misto, o resultado 
financeiro oriundo do exercício 
utiliza a receita registrada 
e, por consequência, faz 
a arrecadação dela.
c) O Brasil possui o regime misto, 
que reconhece caixa para 
despesas e competência para 
receitas no momento em 
que ocorrer seu recebimento, 
contudo elas são registradas 
conforme o fato gerador.
d) Na execução da receita, são 
realizados os registros das 
mutações do patrimônio, 
contudo é utilizado o orçamento 
como um indicador de 
desempenho relevante.
e) O Diário Setorial comporta a 
elaboração individual e clara com 
relação às fichas dos registros 
expedidos mediante o apoio 
nas operações resultantes da 
atividade econômica e financeira 
e no fechamento do exercício.
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BAHIA. Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. Manual de encerramento do exercício. 
5. ed. Salvador: SEFAZ, 2012. Disponível em: <https://www.sefaz.ba.gov.br/scripts/
default/manual_encerramento_fiplan_5ed_2012.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2016.
BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>. Acesso em: 11 nov. 2016.
BRASIL. Lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Brasília, DF, 2000. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Norma brasileira de contabilidade: NBC TSP 
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<http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.doc>. Acesso em: 04 dez. 2016.
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nova contabilidade pública. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SLOMSKI, Valmor. Manual da contabilidade pública: um enfoque na contabilidade 
municipal, de acordo com a lei de responsabilidade fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Leituras recomendadas
ANGÉLICO, João. Contabilidade pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resoluções e Ementas do CFC: ITG 2000 - Es-
crituração Contábil. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/
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