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Caso concreto 3 proc civil iii

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Caso concreto 3 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
1) Marcos Antônio ingressou com uma ação declaratória em face do plano de saúde Vida Saudável, responsável por atender importante parcela da população brasileira, visando obter reconhecimento da abusividade de determinada cláusula que impede o tratamento de pacientes com doenças infectocontagiosas. Diante da repercussão social do julgado, a associação de portadores de HIV solicitou seu ingresso como amicus curiae, o que foi prontamente autorizado pelo juiz da causa. Diante do caso indaga-se:
 a) Poderá a associação atuar como se parte fosse?
 Não poderá atuar como se parte fosse, ingressando como amicus curiae tendo em vista que vem a juízo para dar mais amplitude a discussão, assim como representatividade. Conforme entende o STF no informativo 656 e na ADI 3615, relatora Carmen Lúcia. Vem apenas para auxiliar o julgador com informações das quais possui domínio em virtude de sua formação técnica. De forma alguma confunde-se com a figura do Assistente, que demonstra interesse jurídico e comparece ao processo para auxiliar uma das partes. O NCPC redimensionou esta figura, inserindo-a no capítulo destinado a Intervenção de Terceiros e aumentando sua aplicação até então reservada às ações constitucionais.
Jurisprudência:
REQUERIMENTO DE INTERVENÇÃO DE AMICUS CURIAE. Representação por inconstitucionalidade. Art. 30, § 1º, da Lei municipal nº 209, de 04 de abril de 2012, do Município de São João da Barra, estabelecendo que "os servidores abrangidos por essa Lei e que atualmente sejam regidos pelo regime celetista passam automaticamente para o regime estatutário, ficando os respectivos empregos públicos transformados em cargos públicos". Acórdão julgou procedente a representação. Embargos de declaração pendentes de julgamento. Requerimento do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de São João da Barra - SISPUSBA - na qualidade de amicus curiae. O Supremo Tribunal Federal, guardião da ordem constitucional (CF/88, art. 102), assentou orientação de que, via de regra, o requerimento deve ocorrer no prazo das informações (Lei nº 9.868/1999, artigos 6º e 7º, § 2º), todavia, reconheceu, por maioria e excepcionalmente, a possibilidade de admitir o requerimento em período posterior, com o fim de garantir que o controle abstrato de normas seja subsidiado por novos argumentos e diferentes alternativas de interpretação, observada a relevância do tema (ADI 2548). Deferimento do pedido de admissão do Sindicato na qualidade de amicus curiae.
(TJ-RJ - ADI: 00368375920178190000, Relator: Des(a). JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, Data de Julgamento: 24/10/2018, OE - SECRETARIA DO TRIBUNAL PLENO E ORGAO ESPECIAL)
Doutrina: 
O amicus curiae (art. 138 do CPC/2015) é terceiro admitido no processo para fornecer subsídios instrutórios (probatórios ou jurídicos) à solução de causa revestida de especial relevância ou complexidade, sem, no entanto, passar a titularizar posições subjetivas relativas às partes – nem mesmo limitada e subsidiariamente, como o assistente simples. Auxilia o órgão jurisdicional no sentido de que lhe traz mais elementos para decidir. Daí o nome de “amigo da corte”.
O amicus curiae não assume a condição de parte. E sua intervenção não se fundamenta no interesse jurídico na vitória de uma das partes, diferenciando-se, sob esse aspecto inclusive da assistência. Por isso, ele não assume poderes processuais sequer para auxiliar qualquer das partes. Ainda que os seus poderes sejam definidos em cada caso concreto pelo juiz (art. 138, § 2º, do CPC/2015), na essência serão limitados à prestação de subsídios para a decisão
A participação do amicus curiae, com o fornecimento de subsídios ao julgador, contribui para o incremento de qualidade das decisões judiciais. Amplia-se a possibilidade de obtenção de decisões mais justas – e, portanto, mais consentâneas com a garantia da plenitude da tutela jurisdicional (art. 5º, XXXV, da CF/1988). Por outro lado, sobretudo nos processos de cunho precipuamente objetivo (ações diretas de controle de constitucionalidade; mecanismos de resolução de questões repetitivas etc.), a admissão do amicus é um dos modos de ampliação e qualificação do contraditório (art. 5º, LV, da CF/1988).
O ingresso do amicus curiae no processo pode derivar de pedido de uma das partes ou do próprio terceiro. Pode também ser requisitado de ofício pelo juiz. Portanto, essa é uma modalidade de intervenção que tanto pode ser espontânea (voluntária) quanto provocada (coata).
O presente texto constitui síntese do que expus em “Amicus curiae – comentários aos art. 138 do CPC”, em Breves comentários ao novo CPC (orga. Teresa Wambier, F. Didier Jr., E. Talamini e B. Dantas), São Paulo, Ed. RT, 2015, p. 438-445.
Objetivas: 
2) Indique, dentre as alternativas abaixo, o requisito extrínseco de admissibilidade dos recurso em geral (Promotor de Justiça/ MG – 2005):
 d) inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer.
3) De acordo com o Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta (Juiz de Direito – SC – 2009): 
d) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem anuência do recorrido, desistir do recurso;

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