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Envelhecimento 
Cutâneo 
 
 02 
 
 
 
1. A Pele 4 
A Epiderme 5 
Derme Subjacente 6 
Camada Papilar 6 
Camada Reticular 7 
Hipoderme 7 
 
2. Envelhecimento Cutâneo 9 
Tipos de Envelhecimento 10 
Envelhecimento Intrínseco 11 
Fatores de Envelhecimento Extrínseco 12 
Tabaco 13 
Álcool 14 
Movimentos Musculares 14 
Radicais Livres 14 
Bronzeamento Artificial 14 
Alimentação 14 
Prevenção 15 
 
3. Antioxidantes e a Prevenção 
ao Envelhecimento Precoce 18 
Vitamina A e Retinóides 19 
Vitamina E 19 
Vitamina C 20 
Vitamina D 22 
Outras Vitaminas 23 
Enzimas Antioxidantes 24 
Esfoliação 24 
Polifenóis 25 
Fitoesteróis 26 
 
4. Referências Bibliográficas 28 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
1. A Pele 
 
 
Fonte: NEOSiAM 2020 
 
á mais de 150 anos, a pele foi 
descrita como um envoltório 
com função de revestimento e pro-
teção a órgãos mais complexos. 
Durante os últimos anos, no 
entanto, estudos têm demonstrado 
que a pele também é um órgão funci-
onalmente sofisticado. Suas intera-
ções celulares e moleculares são 
complexas e ocorre renovação e re-
paro de seus componentes a todo o 
momento. É um tecido altamente 
dinâmico, capaz de responder a 
alterações no ambiente externo e 
interno e isto permite que muitas 
das manifestações do organismo se 
expressem por alterações cutâneas. 
O controle hemodinâmico, o 
equilíbrio hidro-eletrolítico, a ter-
morregulação, o metabolismo ener-
gético, o sistema sensorial e a defesa 
contra agressões externas depen-
dem da sua viabilidade. 
Sofrendo continuamente re-
novação, a pele é o maior (com cerca 
de dois metros quadrados) e o mais 
pesado (tendo cerca de três a quatro 
quilogramas) órgão do organismo 
humano. 
A pele recobre a superfície de 
aproximadamente 2 m2 do corpo, 
H 
 
 
5 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
sendo o maior órgão do corpo hu-
mano e a principal barreira física 
contra o meio externo. Embora a 
pele desempenhe diversas funções 
vitais de comunicação e controle que 
garantem a homeostase do orga-
nismo, por muitos anos este órgão 
foi considerado apenas uma barreira 
contra agentes externos. Estas fun-
ções foram resultados da evolução 
de uma estrutura complexa que em-
volve diversas camadas, cada uma 
com propriedades particulares. As 
principais camadas da pele incluem 
a epiderme, derme e a hipoderme. 
 
A Epiderme 
 
A epiderme é formada por 
camadas de células diferenciadas 
pela morfologia, grau de maturação 
e profundidade. As mais superficiais 
são justapostas umas às outras e 
cobertas por queratina. Daí segue a 
sua denominação histológica: tecido 
epitelial pavimentoso (ou escamoso) 
estratificado queratinizado. As célu-
las da camada mais profunda da epi-
derme, a camada basal, dividem-se 
continuamente. Durante um perío-
do de 60 dias estas células sofrem 
mitose e seu conteúdo é modificado 
na medida em que atravessam as 
camadas superiores até chegarem a 
mais superficial, onde morrem. A 
camada queratinizada de células 
mortas varia desde as regiões mais 
delicadas como as pálpebras, até as 
mais espessas como as plantas dos 
pés. 
As principais funções da 
epiderme são: 
• Proteção - devido à grande 
presença de queratina. 
• Absorção de raios ultravioletas 
do sol - função desempenhada 
pelos melanócitos presentes 
na epiderme. 
• Combate micro-organismos 
que penetram na pele huma-
na. Esta função é realizada 
pelas células de Langerhans, 
presentes na epiderme – Pos-
sibilita a sensação do tato, 
através das células de Merkel. 
 
Ela é formada por cinco sub-
camadas de células chamadas que-
ratinócitos. Estas células, produzi-
das na camada basal mais interna, 
migram em direção à superfície da 
pele, amadurecendo e experimen-
tando uma série de mudanças. Este 
processo, conhecido como querati-
nização (ou cornificação), faz com 
que cada uma das sub-camadas seja 
distinta. 
1. Camada basal (ou stratum 
basale): A camada mais inter-
na, onde os queratinócitos são 
formados. 
2. Camada espinhosa (ou stra-
tum spinosum): Os queratinó-
citos produzem queratina (fi-
bras de proteína) e se tornam 
fusiformes. 
 
 
6 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
3. Camada granular (stratum 
granulosum): A queratiniza-
ção começa - as células produ-
zem grânulos duros e à medida 
que eles empurram para cima, 
estes grânulos se transformam 
em queratina e lipídios epidér-
micos. 
4. Camada lúcida (stratum luci-
dium): As células são bem 
comprimidas, aplainadas e 
não se distinguem umas das 
outras. 
5. Camada córnea (ou stratum 
basale): A camada mais exter-
na da epiderme, com uma mé-
dia de 20 subcamadas de 
células mortas aplainadas de-
pendendo de onde seja a pele 
do corpo. Estas células mortas 
se desprendem regularmente 
num processo conhecido por 
descamação. A camada córnea 
também abriga os poros das 
glândulas sudoríparas e as 
aberturas das glândulas sebá-
ceas. 
 
Derme Subjacente 
 
Entre a epiderme e a derme, 
há uma área de transição, deno-
minada membrana basal, que as une 
firmemente. Os hemossideromas lo-
calizados inferiormente nos querati-
nócitos e melanócitos permitem que 
a membrana se fixe à epider-me, 
enquanto sua face inferior se fixa à 
derme através das fibrilas de anco-
ragem da derme papilar. 
 
 
Fonte: Maximus Odont. e Estética 
 
A derme é constituída prin-
cipalmente de tecido conjuntivo on-
de a epiderme se apoia e se une ao 
tecido celular cutâneo ou hipo-
derme. Apresenta espessura variável 
de acordo com a região onde se 
encontra e tem no máximo 3mm na 
planta dos pés. A superfície externa 
é irregular, observando-se saliências 
chamadas de papilas dérmicas. Es-
sas papilas são mais frequentes nas 
zonas sujeitas à pressão e atrito. A 
derme tem origem mesodérmica, e é 
constituída pela camada papilar su-
perficialmente e pela camada reti-
cular, mais densa e mais profunda. 
 
Camada Papilar 
 
É a camada mais superficial, 
delgada, constituída por tecido com-
juntivo frouxo que forma as papilas 
 
 
7 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
dérmicas. Nesta camada foram des-
critas fibrilas especiais de colágeno, 
que se inserem por um lado na 
membrana basal e pelo outro pene-
tram profundamente na derme. Es-
sas fibrilas contribuem para prender 
a derme na epiderme. O entre-
laçamento entre a epiderme e a der-
me é chamado de rete apparatus. 
 
Camada Reticular 
 
É a camada mais espessa, 
constituída por tecido conjuntivo 
denso e contem estruturas derivadas 
da epiderme incluindo glândulas, 
folículos pilosos e glândulas sebá-
ceas. Ambas as camadas contêm 
muitas fibras do sistema elástico 
responsável em parte, pela elas-
ticidade da pele. Possuí vasos san-
guíneos, vasos linfáticos e nervos. 
A derme contém os anexos 
cutâneos, os vasos sanguíneos e lin-
fáticos, os nervos e as terminações 
nervosas sensoriais, que podem ser 
livres ou encapsuladas. Terminações 
nervosas livres, arranjadas em cesto, 
circundam os folículos pilosos e 
funcionam como mecanorrecep-
tores. Terminações nervosas livres, 
em forma de bulbo e com trajeto 
tortuoso, situam-se paralelamente à 
junção dermo-epidérmica. Elas de-
vem servir como mecanorreceptores 
e nociceptores (receptores para dor). 
 
Hipoderme 
 
De acordo com a definição da 
sociedade brasileira de dermato-
logia é a terceira e última camada da 
pele, formada basicamente por cé-
lulas de gordura. Sendo assim, sua 
espessura é bastante variável, com-
forme a constituição física de cada 
pessoa. Ela apoia e une a epiderme e 
a derme ao resto do seu corpo. Além 
disso, a hipoderme mantém a tem-
peratura do seu corpo e acumula 
energia para o desempenho das 
funções biológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
 
 
 
 9 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
2. Envelhecimento Cutâneo 
 
 
Fonte: Alto Astral 
 
s fatores do envelhecimento 
são causados por mudanças 
funcionais que ocorrem com o 
avanço da idade.Na pele ocorre por 
acúmulo de danos moleculares nas 
células epiteliais e existem dois pro-
cessos que podem ocasioná-lo, o 
envelhecimento intrínseco como a 
fisiologia genética e o envelheci-
mento extrínseco que ocorre por a-
cúmulos no DNA causados por ex-
posições excessivas aos raios solares 
ultravioletas e fatores externos. 
O envelhecimento do organis-
mo de forma geral se relaciona ao 
fato de as células somáticas do corpo 
começarem a morrer e não serem 
substituídas por novas, como acon-
tece na juventude. Isso está ligado, 
entre outros fenômenos, ao envelhe-
cimento celular. Fisiologicamente, o 
envelhecimento está associado à 
perda de tecido fibroso, à taxa mais 
lenta de renovação celular e à re-
dução da rede vascular e glandular. 
A função de barreira que mantém a 
hidratação celular também fica 
prejudicada. 
Dependendo da genética e do 
estilo de vida, as funções fisiológicas 
normais da pele podem diminuir em 
50% até a meia-idade. Como a pele é 
O 
 
 10 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
o órgão que mais reflete os efeitos da 
passagem do tempo, sua saúde e sua 
aparência estão diretamente relacio-
nadas aos hábitos alimentares e ao 
estilo de vida escolhido. A radiação 
ultravioleta, o excesso de consumo 
de álcool, o abuso de tabaco e a 
poluição ambiental, entre outros, 
são fatores que “aceleram” o traba-
lho do relógio biológico provocando 
o envelhecimento precoce. Além 
disso, o aumento do peso corporal e 
dos níveis de açúcar no sangue tam-
bém colabora para a pele envelhecer 
antes do tempo. 
 
Tipos de Envelhecimento 
 
Quando jovem, o processo de 
reparação tecidual acontece de for-
ma rápida; com o passar dos anos, o 
processo torna-se mais lento, evi-
denciando então o envelhecimento. 
Comparando um indivíduo com 11 
anos essa reparação celular, após os 
danos celulares, é quase perfeita; 
sendo que, aos 50 anos, esse pro-
cesso de reparação diminui, acele-
rando o processo de envelhe-
cimento. 
Há vários fatores que inter-
ferem no envelhecimento, como os 
defeitos genéticos, o surgimento de 
doenças e a expressão de genes do 
envelhecimento, que favorecem a 
longevidade ou reduzem a duração 
da viva. 
As alterações do envelhe-
cimento podem ocorrer na epiderme 
bem como na derme. Na epiderme 
ocorre diminuição do número de 
queratinócitos, afinamento e dimi-
nuição da taxa de proliferação das 
células desta camada, sendo as alte-
rações na derme as principais mani-
festações inestéticas ocorridas na 
pele com o envelhecimento: flacidez 
e rugas. A microcirculação também 
torna-se comprometida devido a 
alterações funcionais e morfológicas 
dos vasos sanguíneos presentes 
nesta região. 
Com o envelhecimento, a pele 
tende a se tornar delgada, enrugada, 
seca e escamosa. 
Embora a espessura real da 
camada córnea não seja muito 
alterada, ela se torna mais perme-
ável, permitindo a passagem mais 
rápida de substancias através dela. 
Além disso, as fibras colágenas da 
derme tornam se mais grossas e as 
fibras elásticas perdem parte de sua 
elasticidade reduzindo desta forma a 
tonicidade da pele. 
Observam-se dois tipos de em-
velhecimento: envelhecimento in-
trínseco caracterizado por altera-
ções clínicas, histológicas e fisio-
lógicas, as quais ocorrem na pele, 
não exposta ao sol, de indivíduos 
idosos, e envelhecimento extrínseco 
que é caracterizado pela exposição 
 
 11 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
da pele à radiação solar, gerando 
fotoenvelhecimento. 
 
Envelhecimento Intrínseco 
 
Envelhecimento cutâneo in-
trínseco ou cronológico: é aquele de-
corrente da passagem do tempo, 
determinado principalmente por fa-
tores genéticos, estado hormonal e 
reações metabólicas, como estresse 
oxidativo. Nele estão presentes os 
efeitos naturais da gravidade ao 
longo dos anos, como as linhas de 
expressão, a diminuição da espes-
sura da pele e o ressecamento cu-
tâneo. 
 
 
Fonte: Estudo Kids 
 
Os principais fatores que 
contribuem para o envelhecimento 
intrínseco são: 
Fatores hormonais: (diminuição 
dos níveis de estrógeno e proges-
terona): Equilíbrio é fundamental 
quando se fala de hormônios. Dimi-
nuindo os níveis hormonais com o 
envelhecimento, acelera-se a dete-
rioração da pele. Em mulheres, a 
variação nos níveis de estrogênio 
durante a menopausa é responsável 
por mudanças cutâneas signifi-
cativas: o seu declínio prejudica a 
renovação celular da pele, resul-
tando em afinamento das camadas 
epidérmicas e dérmicas. A redução 
nos níveis dos hormônios pela 
menopausa altera as camadas da 
pele. A camada córnea da epiderme 
torna-se reduzida e frouxa. Sem o 
mesmo nível de estímulo hormonal, 
ocorre redução da síntese de colá-
geno e da quantidade de fibras elás-
ticas. Ocorre redução da capacidade 
de retenção de água pelas células e 
desacelera a atividade das glândulas 
sudoríparas e sebáceas. 
Nos primeiros cinco anos de 
climatério a mulher perde de 30% a 
40% do colágeno total do orga-
nismo. Depois desse período a perda 
é mais lenta (2% de colágeno ao 
ano). 
A diminuição do estrógeno 
provoca, entre outras alterações: 
• Diminuição da atividade mito-
tica (capacidade de regenera-
ção da pele); 
• Diminuição da síntese de colá-
geno (flacidez e rugas); 
• Diminuição de resistência a 
choques mecânicos (hemato-
mas); 
• Concentração de queratina 
(espessamento de pés, joelho e 
cotovelo). 
 
 
 12 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
Fatores genéticos: certas pessoas 
envelhecem mais rapidamente do 
que outras, sugerindo que exista 
uma predisposição genética que in-
fluencia o processo de envelhe-
cimento. Indivíduos com pele bran-
ca tendem a apresentar sinais de 
envelhecimento mais cedo que os 
indivíduos negros. 
 
Estresse oxidativo: desempenha 
papel central na iniciação e na com-
dução de eventos que causam o em-
velhecimento da pele. Ele altera os 
ciclos de renovação celular, causa 
danos ao DNA que promovem a 
liberação de mediadores pró-infla-
matórios, que, por sua vez, desen-
cadeiam doenças inflamatórias ou 
reações alérgicas na pele. Além dis-
so, células do sistema imunológico, 
chamadas langerhans, diminuem 
com o envelhecimento. Isto afeta a 
capacidade da pele de afastar o 
estresse ou as infecções que podem 
prejudicar sua saúde. Com o avançar 
da idade, diminui-se a imunidade, 
aumentando a incidência de infec-
ções, malignidades e deterioração 
estrutural. 
 
Níveis elevados de açúcar no 
sangue e glicação: glicose é um 
combustível celular vital. No entan-
to, a exposição crônica à glicose po-
de afetar a idade do corpo por um 
processo chamado de glicação. Ela 
pode ocorrer pela exposição crônica 
ao açúcar exógeno, nos alimentos, 
ou endógeno, como no caso do dia-
betes. A consequência principal des-
se processo é o estresse oxidativo 
celular, tendo como consequência o 
envelhecimento precoce. 
 
Fatores de Envelhecimento 
Extrínseco 
 
O envelhecimento extrínseco é 
um tipo de envelhecimento cutâneo 
em que os fatores influentes não são 
a idade, mas sim fatores externos ao 
organismo. Inicialmente, denomi-
nou-se de fotoenvelhecimento, pois 
se acredita, ainda hoje, que o prin-
cipal agente causal é a radiação, no-
meadamente, a radiação ultravioleta 
(UV) e infravermelha (IV). 
No entanto, existem inúmeros 
fatores hoje conhecidos e com-
provados como influentes e gerado-
res de alterações significativas ao 
nível cutâneo conduzindo a manifes-
tações clínicas de envelhecimento, 
designadamente, fatores como o ta-
baco, a poluição ambiental, o estilo 
de vida (exercício físico, alimen-
tação, consumo de álcool), o stress 
fisiológico e físico. 
A radiação ultravioleta (UV) é 
uma radiação emitida pelo sol, e 
constituinte do espetro eletromag-
nético, tendo a mesma velocidade 
que a radiação visível variando ape-
 
 13 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
nas em comprimento de onda, pois 
possuium comprimento de onda 
mais curto do que a radiação visível. 
A primeira, UVA, é a que tem 
maior comprimento de onda, estan-
do ligada principalmente ao bron-
zeamento. Incide com a mesma 
intensidade ao longo de todo o dia e 
de todo o ano. Subdivide-se em 
UVA-I e UVA-II, sendo que é a UVA-
II que causa maior dano, pois possui 
um comprimento de onda mais 
curto (320-340 nm), tendo uma 
maior capacidade de penetração 
(menor comprimento de onda, 
maior profundidade de penetração 
cutânea). 
A radiação UVB é uma radia-
ção menos penetrante, no entanto, 
pode ser mais carcinogénica, pois 
tem um comprimento de onda me-
nor que a UVA. Ao contrário da radi-
ação UVA, esta radiação tem inten-
sidade variável ao longo do dia, com 
o pico entre as 10h e às 16h. 
 
 
Fonte: Rádio Planetário 
 
A radiação solar não apresenta 
apenas efeitos maléficos, uma vez 
que dependemos dela diariamente a 
fim de podermos garantir a home-
ostasia do nosso corpo. 
É necessária para a produção 
de melanina e de vitamina D, esti-
mulação da circulação, ação bacte-
ricida, e também melhoria do 
humor. 
 
Tabaco 
 
O tabaco possui uma com-
posição complexa, conhecendo-se 
cerca de 3800 compostos, uma parte 
da sua totalidade. Acredita-se que o 
tabaco exerça alterações ao nível cu-
tâneo por dois mecanismos princi-
pais: atuando diretamente ao nível 
epidérmico afetando a integridade 
da epiderme e indiretamente, atra-
vés do contato com a pele pela cor-
rente sanguínea. Devido ao movi-
mento constante de contração de 
músculos labiais exercido pela ação 
de fumar, há um agravamento das 
rugas em torno dos lábios. 
O calor da chama e o contato 
da fumaça com a pele provocam o 
envelhecimento e a perda de elas-
ticidade cutânea. Além disso, o fumo 
reduz o fluxo sanguíneo da pele, 
dificultando a oxigenação dos teci-
dos. A redução deste fluxo parece 
contribuir para o envelhecimento 
precoce da pele e para a formação de 
 
 14 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
rugas, além de dar à pele uma 
coloração amarelada. 
 
Álcool 
 
Altera a produção de enzimas 
e estimula a formação de radicais 
livres, que causam o envelheci-
mento. A exceção à regra é o vinho 
tinto que, se consumido modera-
damente, tem ação antirradicais li-
vres, pois é rico em flavonoides e em 
resveratrol, potente antioxidante. 
 
Movimentos Musculares 
 
Movimentos repetitivos e con-
tínuos de alguns músculos da face 
aprofundam as rugas, causando as 
chamadas marcas de expressão, co-
mo as rugas ao redor dos olhos. 
 
Radicais Livres 
 
São uns dos maiores causa-
dores do envelhecimento cutâneo. 
Os radicais livres se formam dentro 
das células pela exposição aos raios 
ultravioleta, pela poluição, estresse, 
fumo etc. Acredita-se que os radicais 
livres provocam um estresse oxida-
tivo celular, causando a degradação 
do colágeno (substância que dá 
sustentação à pele) e a acumulação 
de elastina, que é uma característica 
da pele fotoenvelhecida. Os radicais 
livres são cada vez mais reconhe-
cidos como umas das principais 
causas do envelhecimento e doenças 
degenerativas associadas à idade. O 
radical livre é qualquer espécie quí-
mica capaz de existência indepen-
dente, que possui um ou mais elé-
trons desemparelhados, que por ra-
zões quânticas, esta molécula tende 
a emparelhar este elétron com outro 
de alguma outra molécula e por isso 
os radicais livres tornam-se tão 
reativos. 
 
Bronzeamento Artificial 
 
A Sociedade Brasileira de 
Dermatologia condena formalmente 
o bronzeamento artificial que pode 
causar o envelhecimento precoce da 
pele (rugas e manchas) e a formação 
de câncer da pele. A realização desse 
procedimento por motivações este-
ticas é proibida no Brasil desde 
2009. 
 
Alimentação 
 
Uma dieta não balanceada 
contribui para o envelhecimento da 
pele. Existem elementos que são es-
senciais e devem ser ingeridos para 
repor perdas ou para suprir neces-
sidades, quando o organismo não 
produz a quantidade diária sufici-
ente. O excesso de açúcar também 
“auxilia” a pele a envelhecer mais 
depressa. 
 
 15 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
Prevenção 
 
Com base nas evidências 
atualmente disponíveis, o envelheci-
mento da pele parece ocorrer em pa-
ralelo com o decréscimo da síntese 
de colágeno e/ou aumento da ativi-
dade da enzima colagenase. A 
Ciência tem evoluído de maneira a 
prevenir o envelhecimento precoce 
e, até mesmo, retardar o envelhe-
cimento fisiológico, tanto pela utili-
zação de produtos cosméticos com 
funções de umectação e regeneração 
celular, bem como pelo emprego da 
terapia ortomolecular e técnicas 
avançadas utilizando-se de tec-
nologias específicas como, por 
exemplo, o laser. 
Com a evolução da Ciência 
Cosmética, é preciso conhecer mais 
profundamente os fatores que po-
dem potencializar os efeitos destes 
produtos. 
A preocupação primordial dos 
formuladores cosméticos tem sido 
com o tecido epidérmico, o fino em-
rugamento do estrato córneo e a 
transformação de ceratinócitos em 
células escamosas. Entretanto, as 
grandes mudanças histológicas as-
sociadas ao envelhecimento ocor-
rem na derme. Assim, são de par-
ticular importância a perda de vas-
cularidade (ou suprimento de san-
gue) e a notável incapacidade de 
formar a matriz dérmica. 
Como já mencionado, o sol 
tem um papel importante no em-
velhecimento prematuro da pele. 
Porém, além dele, outros fatores po-
dem fazer com que a pele envelheça 
mais rápido do que deveria, por isso, 
é importante investir na prevenção. 
Conhecer fatores que contri-
buem para o envelhecimento preco-
ce é essencial para a prevenção, al-
gumas medidas preventivas são: 
 
Uso de protetor solar: Dia-
riamente, mesmo em dias de frio ou 
chuva, aplicar um protetor solar 
com FPS 30 (ou superior) não ape-
nas no rosto, mas em toda a pele que 
não esteja coberta por roupa: mão, 
pescoço, nuca, orelhas, pés e braços. 
 
 
Fonte: Zoom 
 
No caso da prática de esportes, 
inclusive natação, o produto precisa 
ser resistente à água. Se houver 
muita exposição solar ou suor 
excessivo, o produto deve ser reapli-
cado regularmente, de preferência a 
cada 3 horas. 
 
 16 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
Além do filtro solar outras 
medidas podem e devem ser adota-
das, uso de chapéu, óculos e evitar se 
expor ao sol em horários em que o 
sol está mais forte auxilia a preven-
ção do envelhecimento. 
Hidratação: Ingerir no mínimo 
dois litros de água por dia, pois ela 
hidrata o organismo e facilita a eli-
minação de toxinas que contribuem 
para o envelhecimento da pele. 
 
 
Fonte: JusBrasil 
 
Manter a pele limpa: Limpar a 
pele duas vezes ao dia, pela manhã e 
à noite. O acúmulo dos resíduos de 
suor, da poluição, da maquiagem e 
de outras substâncias provoca a 
obstrução dos poros e o surgimento 
de rugas. 
Usar produtos adequados: Usar 
sempre um demaquilante e jamais 
dormir sem remover a maquiagem. 
Demaquilantes são mais eficazes 
que os sabonetes para retirar a ma-
quiagem. O hábito de dormir maqui-
ada obstrui os poros e impede a pele 
de respirar, o que provoca oleosi-
dade e envelhecimento precoce. 
Um estilo de vida adequado 
pode beneficiar mesmo pessoas que 
já apresentam sinais de envelhe-
cimento precoce, nunca é tarde para 
começar, uma boa alimentação, 
água, exercício físico, repouso e 
equilíbrio sempre vão trazer bene-
fícios a nossa saúde e uma pele mais 
bonita e saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
3. Antioxidantes e a Prevenção ao Envelhecimento 
Precoce 
 
Fonte: eCycle 
 
s antioxidantes são agentes 
responsáveis pela inibição e re-
dução das lesões causadas pelos 
radicais livres nas células. Uma 
ampla definição de antioxidante é: 
“qualquer substância que, presente 
em baixas concentraçõesquando 
comparada a do substrato oxidável, 
atrasa ou inibe a oxidação deste 
substrato de maneira eficaz”. 
Dois tipos de antioxidantes 
têm essa função. Os de prevenção 
impedem a formação de radicais 
livres e os de reparo favorecem a 
remoção de danos da molécula de 
DNA e a reconstituição das mem-
branas celulares danificadas. O me-
canismo de ação desses dois tipos de 
antioxidantes permite classificá-los 
em Antioxidantes de prevenção e 
Antioxidantes de reparo. 
A eficiência dos sistemas de 
proteção tende a decrescer com a 
idade, indicando que a geração de 
RL e o declínio das defesas antio-
xidantes devem ser considerados 
contribuidores potenciais importan-
tes para o processo de envelhe-
cimento. Desta forma, há neces-
sidade de suprir o organismo com 
substancias anti radicais livres, os 
antioxidantes, quando este não esti-
O 
 
 19 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
ver conseguindo, por si só defender-
se de quantidade de radicais livres 
formados. 
Para reforçar a proteção na-
tural, faz-se uso de compostos exó-
genos como enzimas, antioxidantes 
(incluindo algumas vitaminas e me-
tais) e compostos fenólicos, limi-
tando-se as reações oxidativas. 
 
Vitamina A e Retinóides 
 
A vitamina A é essencial no 
nosso organismo. Participa em mui-
tas funções, assinaladamente, na 
diferenciação e manutenção de teci-
dos, visão (retinaldeído), reprodu-
ção (retinol) entre outras funções. 
Só por si e ao nível cutâneo, 
esta possui capacidade antioxidante, 
ação despigmentante, normaliza o 
processo de queratinização e pro-
move um aumento da concentração 
de colágeno. No entanto, quando ad-
ministrada na prática, esta não pos-
sui ação, pois é extremamente 
oxidável perdendo facilmente a sua 
eficácia terapêutica. Existem, contu-
do, compostos biologicamente ati-
vos e derivados da vitamina A (for-
ma natural) que possuem uma ativi-
dade forte, podendo ser usados na 
clínica – os retinóides. 
Existem ainda várias outras 
estruturas químicas denominadas 
de segunda geração, no entanto, não 
têm grande aplicabilidade no que 
respeita a aplicação tópica na pele. 
Contrariamente a outros in-
gredientes, os retinóides não funcio-
nam como esfoliantes, que atuam à 
superfície da pele, estes atuam em 
zonas mais profundas como a der-
me. Atuando a nível dérmico pro-
porcionam uma estimulação da ati-
vidade do “motor” do sistema tegu-
mentar, estimulando a regeneração 
de células e de hormonas aí sinte-
tizadas, aumentando a atividade e 
renovação da pele proporcionando 
melhores resultados. 
 
Vitamina E 
 
A vitamina E ou também de-
nominada de tocoferol é o antioxi-
dante lipídico existente em maior 
quantidade na pele, sendo am-
plamente usado em formulações 
tópicas. Atua por prevenção da 
peroxidação lipídica, funcionando 
como um humectante natural e anti-
inflamatório. 
 
 
Fonte: Tua Saúde 
 
 20 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
A família é constituída por 
quatro formas de tocoferóis (α-
tocoferol, β-tocoferol, γ-tocoferol e 
δ-tocoferol) e quatro formas de 
tocotrienóis (α-tocotrienol, β-toco-
trienol, γ-tocotrienol e δ-tocotri-
enol). 
A forma mais concentrada a 
nível cutâneo é a forma de α-to-
coferol, conseguindo encontrar-se 
em concentrações 5 a 10 vezes supe-
riores à de γ-tocoferol. Sendo pro-
duzido ao nível das glândulas sebá-
ceas, estas iniciam a sua atividade 
com a puberdade, havendo a sua 
produção até aos 50 a 60 anos na 
mulher e no homem até aos 70 anos. 
Justifica-se que após esta idade seja 
viável uma suplementação alimen-
tar com vitamina E. 
Quando administradas as for-
mas ativas de vitamina E estas 
atuam, opostamente aos retinóides 
como antioxidantes, promovendo 
uma redução da oxidação da pele, 
que está na base de todo o processo 
de envelhecimento cutâneo. 
Estudos demonstraram que a 
aplicação tópica de formulações 
contendo Vitamina E, mais espe-
cificamente, D-α-tocoferol, apresen-
taram capacidade de proteção com-
tra os raios UV, para além de terem 
a capacidade de reduzir a infla-
mação (que desenvolve eritema e 
rubor) após exposição solar, sendo 
já hoje usado em algumas formu-
lações comerciais, como cremes hi-
dratantes e calmantes. Para, além 
disso, formulações contendo DL-α-
tocoferol com lecitina apresentam a 
capacidade de reduzir rugas e len-
tigos ou sinais provocados pelo sol. 
 
Vitamina C 
 
À semelhança da vitamina E, 
também a vitamina C ou ácido 
ascórbico é um potente 
antioxidante, diferenciando-se desta 
por ser hidrossolúvel. A vitamina C 
tem múltiplas funções ao nível 
cutâneo, estando amplamente 
distribuída em todas as camadas da 
pele, funcionando como 
antioxidante e cofator de múltiplas 
enzimas. Estudos indicam que a 
vitamina C está implícita na 
estimulação da renovação proteica 
da derme, incentivando a produção 
de colágeno por funcionar como o 
cofator enzimático, melhorando a 
cicatrização e firmeza da pele .Um 
estudo de 1997 indica que a vitamina 
C promove a produção de 
componentes lipídicos essenciais à 
renovação da epiderme .Para além 
de promover a regeneração da 
vitamina E uma vez que a vitamina 
C (no citoplasma), pode reduzir a 
forma oxidada da vitamina E (na 
membrana celular) regenerando a 
sua atividade, podem ainda ser 
usadas em formulações multivitamí- 
 
 21 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
nicas pela sua ação sinérgica. 
A descoberta do ácido ascór-
bico (Vitamina C, ácido Cevitâmico) 
foi originada dos estudos realizados 
para detectar a substância existente 
nas frutas e verduras, que impedia a 
proliferação do escorbuto. A deno-
minação de ácido ascórbico foi atri-
buída para referir-se à sua função na 
prevenção do escorbuto. O termo 
vitamina C deve ser utilizado como 
descrição genérica para todos os 
compostos que exibem atividade 
biológica qualitativa de ácido ascór-
bico. 
A vitamina C é um antio-
xidante classificada como cosme-
cêuticos com o propósito de prevenir 
e tratar a pele danificada pelo sol. 
Isto, porém, será possível se a 
capacidade de penetração possa 
atingir camadas mais profundas da 
epiderme. O estrato córneo faz parte 
da epiderme e é a principal barreira 
para permeação de substâncias 
ativas na pele, devido ser uma região 
que contém muitos lipídios, organi-
zados em camadas lamelares dificul-
tando desta forma a difusão de 
ativos. 
A camada córnea é formada de 
queratinócitos cercados por cama-
das lipídicas, sendo uma camada 
que possui baixa permeabilidade, 
visto que a estrutura é altamente 
ordenada pelos queratinócitos e 
pelas suas camadas lipídicas. Os 
queratinócitos, chamados também 
de corneócitos quando se encontram 
na camada córnea, transformam-se 
em células sem núcleos, achatadas e 
mortas, que conferem a propriedade 
de barreira da pele. 
Portanto, é o estrato córneo 
que limita a entrada das drogas. 
Tendo em vista aspecto abordado 
entende-se que para obter eficácia 
um ativo aplicado por via tópica 
depende, não só das suas pro-
priedades farmacológicas, mas tam-
bém da sua disponibilidade no local 
de ação. A maioria dos fármacos que 
são utilizados no tratamento de pro-
blemas dermatológicos tem como 
local de ação os tecidos mais pro-
fundos da pele. Assim, o fármaco 
necessita permear o estrato córneo 
para chegar ao seu local de ação. 
Com relação às vias de per-
meação os apêndices da pele apenas 
constituem 0,1% da superfície pelo 
que se estima se a via trans-
epidérmica a principal via de per-
meação de fármacos. Assim, a ab-
sorção percutânea via transepi-
dérmica envolve a difusão através do 
estrato córneo, das células viáveis da 
epiderme e, finalmente, das cama-
das superiores da derme até a micro-
circulação. O passo determinante da 
absorção cutânea é a permeação 
através do estrato córneo. As pro-
teínas desta camada constituem 
 
 22 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
uma camada descontinua, enquantoque a fase lipídica é continua. 
Teoricamente, existem então 
duas vias potenciais de passagem: a 
transcelular e a intercelular. Contu-
do, em ambas as vias de permeação 
a estrutura do estrato córneo obriga 
o fármaco a se difundir através das 
bicamadas lipídicas intercelulares. 
Estudos experimentais indicam que 
a permeação da maioria dos com-
postos através da camada córnea 
está dependente, quer da sua 
lipoficidade quer do seu tamanho 
molecular. 
A vitamina C exerce uma ação 
anti-oxidante sobre a pele, prote-
gendo-a da ação dos radicais livres, 
que favorecem o envelhecimento. 
Além disso, o uso tópico da vitamina 
C estimula por reações químicas no 
metabolismo a formação de colá-
geno e consequentemente a forma-
ção de novo tecido. 
O mecanismo de ação pelo 
qual a vitamina C atua na síntese de 
colágeno é complexa e ainda não 
está totalmente esclarecido. Recen-
temente ficou demonstrado que a 
vitamina C tópica aumenta nível de 
RNA dos colágenos I e III. A vita-
mina C para humanos (ácido ascór-
bico) pode ser somente obtida de ali-
mentos, como o das frutas cítricas. A 
luz solar e a poluição ambiental po-
dem depletar a vitamina C presente 
na epiderme (25) e, como a vitamina 
C é um potente antioxidante, parece 
razoável que se obtenha benefícios 
aumentando suas concentrações na 
pele. 
As preparações de vitamina C 
são instáveis, por isso devem ser 
mantidas em recipientes herméticos 
e em embalagens resistentes à luz 
para evitar exposição aos raios UV 
ou ao ar. O uso da vitamina C tópica 
como um fotoprotetor foi estudado 
in vitro e in vivo, demonstrando seus 
efeitos na prevenção da queimadura 
solar em células e diminuindo o 
eritema pós-exposição tanto para as 
radiações UVA quanto UVB. 
A adição de vitamina C tópica 
para qualquer protetor solar anti-
RUVA ou RUVB mostrou melhor 
proteção solar que quando compara-
do ao uso do protetor solar isolado. 
Além disso, o uso da vitamina C tó-
pica nos produtos para uso “depois 
do sol” foi eficaz na remoção das 
espécies reativas induzidas pelo UV. 
 
Vitamina D 
 
A vitamina D é sintetizada ao 
nível cutâneo na forma ativa de 
vitamina D3. Esta síntese inicia-se 
com o colesterol onde os quera-
tinócitos sintetizam inicialmente o 
7-dihidrocolesterol, convertendo-o 
posteriormente em colecalciferol ou 
vitamina D3. Esta é uma reação 
mediada pela radiação UV. Esta 
 
 23 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
vitamina está implícita em múltiplas 
funções, tais como a homeostasia do 
cálcio, efeitos imunorreguladores, 
participando também na regulação 
da apoptose, sendo também cito-
protetora. 
Existem estudos que demons-
tram uma eficácia marcada no tra-
tamento da psoríase, dermatite ató-
pica e outras doenças, sendo em 
muitos países o tratamento primário 
da psoríase. Neste estudo compro-
vou-se que a vitamina D, devido à 
sua atividade antioxidante e estimu-
ladora da produção de colágeno con-
tribui para uma melhoria da rapidez 
do processo de cicatrização, melho-
rando igualmente situações de hi-
perpigmentação e também o aspeto 
de uma pele envelhecida. 
 
Outras Vitaminas 
 
Existem outros compostos, 
como a vitamina F, H (ou biotina), 
vitaminas do complexo B, que revê-
lam algum interesse de exploração 
ao nível cutâneo. Contudo, e devido 
à escassez de informação de estudos 
em humanos, é viável agrupá-las 
nesta mesma categoria. 
A vitamina F, facilmente em-
contrada nos óleos alimentares (de 
trigo, soja ou milho, por exemplo) 
nos ácidos gordos insaturados, pode 
revelar vantagem da utilização na 
pele. Estes ácidos gordos insatu-
rados existem normalmente como 
constituintes do cimento interce-
lular e na membrana, podendo a sua 
alteração devido à idade, estar im-
plícita com a alteração da estrutura 
lipídica da pele. Daí podem ser for-
necidos através da dieta norma-
lizando a estrutura lipídica da pele 
contribuindo para uma manutenção 
da homeostasia da mesma. 
Quanto à vitamina H ou bio-
tina, encontrada, por exemplo, na 
gema do ovo, é uma vitamina hi-
drossolúvel funcionando como co-
enzima de carboxilases, como por 
exemplo, a acetil-Coenzima A carbo-
xilase. Em crianças ou adultos, a sua 
carência conduz a alopécia, derma-
tite eritematosa, levando também a 
uma alteração ao nível do processo 
de queratinização - a hiperquera-
tose. Indivíduos com deficiência nos 
níveis de biotina apresentam lesões 
cutâneas infetadas por Candida 
albicans. Um estudo comprova que 
defeitos no metabolismo da biotina 
conduzem a anormalidades neuro-
lógicas, acidose metabólica mas 
também rash cutâneo. Desta forma, 
acredita-se que uma compensação 
tópica com vitamina H possa com-
tribuir de igual forma para a manu-
tenção da homeostasia cutânea, uma 
vez que a sua falta conduz de alguma 
forma a distúrbios dérmicos. No que 
respeita às vitaminas do Complexo B 
estas são um conjunto de vitaminas 
 
 24 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
que possuímos geralmente em dé-
ficit, implícitas no metabolismo de 
proteínas pelo que a nível cutâneo o 
seu déficit pode contribuir para a 
diminuição dos níveis de colágeno e 
elastina. Alguns exemplos são a 
tiamina ou vitamina B1, riboflavina 
ou vitamina B2, vitamina PP, B3 ou 
niacina, entre outras. 
Um outro composto é o DMAE 
ou dimetilaminoetanol, relativa-
mente recente, este é um composto 
análogo da vitamina B e precursor 
da acetilcolina. Num estudo realiza-
do, um gel contendo 3% desta 
molécula foi aplicado durante 16 
semanas tendo sido demonstrado 
eficácia evidente contra o envelhe-
cimento cutâneo, melhorando as 
rugas da testa e o contorno do lábio. 
Para, além disso, poderá possuir 
também propriedades anti-inflama-
tórias e capacidade de aumento da 
firmeza cutânea. 
 
Enzimas Antioxidantes 
 
Há um interesse cada vez 
maior na possível aplicação de enzi-
mas antiradicalares como a catalase, 
ou a superóxido dismutase nos cos-
méticos. Atualmente existem alguns 
estudos que pretendem relacionar a 
diminuição das espécies oxidantes 
da pele, com a melhoria significativa 
do envelhecimento cutâneo. 
Estas enzimas possuem a 
capacidade de neutralizar espécies 
oxidantes, recorrendo a diversos 
mecanismos (dependendo da enzi-
ma em questão), justificando assim 
a possível aplicabilidade em nível de 
cosméticos, dado que, tal como refe-
rido anteriormente, uma das pos-
síveis causas do envelhecimento 
possa ser o aumento do número de 
espécies oxidantes. 
Exemplo de um estudo de apli-
cabilidade, realizado em 2010 pro-
vou que reduzindo as espécies oxi-
dantes denominadas neste de ar-
NOX na pele, recorrendo a uma em-
zima artificial, semelhante à supe-
róxido dismutase, é possível melho-
rar os níveis de colagénio melho-
rando desta forma o aspeto fisio-
lógico da pele. 
Outra vertente é a procura 
destas enzimas antioxidantes em 
compostos de origem fitoterápica. 
Existem estudos que sugerem a oli-
veira (Olea europaea) como possível 
planta a ser aplicada dado a sua 
riqueza a nível de enzimas antioxi-
dantes, de exemplo, a polifenolo-
xidase, ascorbato-peroxidase e gua-
iacol-peroxidase. 
 
Esfoliação 
 
Com o passar do tempo, mês-
mo que aplicado diariamente um 
produto de limpeza, é comum que a 
 
 25 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
pele ganhe alguma espessura deven-
do por isso ocasionalmente utilizar 
um método de esfoliação. A pele 
aumenta a sua espessura, pois com a 
idade o processo de renovação celu-
lar que normalmente ocorre em 27 
dias passa a decorrer durante 45 a 
60 dias, ou seja, há uma renovação 
mais lenta e menos eficaz. 
Surgem assim os AHA (α-hi-
droxiácidos) e os BHA (β-hidroxiá-
cidos), compostos provenientes de 
frutos e plantas respectivamente, 
como o ácido glicólico ou láctico que 
possuem a capacidade de inibirem a 
hiperqueratinização, promovendo 
uma melhoria da microcirculação e 
uma renovação celular maiseficaz 
contribuindo clinicamente para uma 
pele mais suave, funcionando como 
um peeling natural. 
Os BHA, mais lipofílicos, ori-
ginários de plantas, mostram ser um 
tratamento eficaz no fotoenvelhe-
cimento, melhorando o aspeto vi-
sual da pele pela sua ação esfoliante 
e por penetrar lentamente na pele, 
assegura menos efeitos adversos. 
Quanto aos AHA, proveni-
entes de frutos, são capazes de exfo-
liarem a superfície celular (usados 
em peeling’s) contribuindo para au-
mentar o teor de compostos hidra-
tantes endógenos. Uma vez que não 
penetram os poros, podem ser usa-
dos numa pele com tendência ao 
desenvolvimento de acne. 
Os AHA mais comuns são: 
Ácido láctico: Extraído do leite, é 
usado predominantemente em for-
mas sintéticas. Esfolia a superfície 
da pele, podendo causar irritação. 
Ácido glicólico: É a molécula 
menor do grupo dos AHA. Não pos-
sui cor ou cheiro, sendo hidros-
solúvel. 
Ácido mandélico: É uma das 
exceções do grupo dos AHA pos-
suindo atividade antibacteriana. 
Em concentrações abaixo de 
5% atuam como hidratantes, emoli-
entes não possuindo atividade anti-
envelhecimento. Esta só é obtida 
quando usados em concentrações 
compreendidas entre 11 e 30 %, 
onde têm ação exfoliante promoven-
do a renovação da epiderme. 
 
Polifenóis 
 
Os flavonóides, inicialmente 
denominados de “polifenóis das 
plantas”, podem ser administrados 
na dieta através de vegetais, estando 
também presentes no vinho tinto. 
A sua ação anti-idade está 
associada à ação antioxidante, anti-
inflamatória e cicatrizante que pos-
sui. Os flavonóides demonstram 
também efeitos protetores contra a 
radiação UV. 
Dentro do grupo dos poli-
fenóis, destacam-se igualmente as 
procianidinas também denomina-
 
 26 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
das de “taninos condensados”, que 
demonstraram função protetora do 
colágeno e elastina evitando a sua 
degradação e estimulam a prolife-
ração dos folículos capilares. Pode 
ser encontrado em extratos de chá 
verde e de cacau. 
 
Fitoesteróis 
 
Provenientes da soja (Glicine 
max), os fitoesteróis têm sido fre-
quentemente usados na menopausa 
devido aos efeitos semelhantes que 
possuem aos estrogénios. Tal como 
já referido a menopausa conduz a 
uma diminuição dos níveis de es-
trogénios (17β- estradiol) podendo 
assim, com estes compostos, fazer a 
compensação hormonal de uma for-
ma natural. No entanto, este efeito 
cinge-se às isoflavonas de soja. 
Da soja é possível obter três 
produtos com objetivos distintos: o 
óleo de soja, com capacidade hidra-
tante e emoliente, muitas vezes as-
sociado a cremes hidratantes, asiso-
flavonas ricas em fitoestrogénios 
que atuam de forma compensatória 
na menopausa e a proteína da soja, 
que tem ação inibidora da elastase e 
estimuladora da síntese de tropo-
elastina. Desta forma é possível ini-
bindo a elastase, prevenir a destru-
ição das fibras de elastina (processo 
associado ao envelhecimento cutâ-
neo), podendo estas últimas ser apli-
cadas com efeito antienvelheci-
mento. 
Existem muitas classes de ati-
vos antienvelhecimento que pode 
ser incorporados aos cosméticos, 
com a possibilidade de benefício 
clínico, tais como: vitaminas, mine-
rais, botânicos, peptídeos e fatores 
de crescimento. No entanto, são 
pouquíssimos os estudos clínicos 
controlados e randomizados. 
De qualquer forma, esses pro-
dutos podem ser úteis e parece não 
causar efeitos adversos. 
Lamentavelmente, o papel do 
marketing, da mídia e até de pro-
fissionais mal intencionados tem 
sido colocado muito acima do valor 
da ciência e da pesquisa, demons-
trando desinteresse da indústria de 
cosméticos e farmacêutica pela rea-
lização de estudos clínicos de boa 
qualidade. 
Não existe a melhor técnica ou 
a mais indicada para aquele grau de 
envelhecimento, e sim aquela que se 
enquadra ás necessidades do pa-
ciente, levando em consideração sua 
disponibilidade e seu estilo de vida. 
O ideal é a associação de proce-
dimentos disponíveis antienvelhe-
cimento respeitando as etapas com-
forme as complexidades das alte-
rações de envelhecimen
 
 
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ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
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