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Streptococcus pneumoniae Streptococcus pneumoniae • Classificação • Alfa hemolítico: causa hemólise parcial em meio Ágar sangue; • Não agrupável pela classificação de Lancefield – ausência do carboidrato C • Características gerais • Cocos Gram-positivos • Encapsulados • Diplococos (forma de lança) • Imóveis • Anaeróbios facultativos • Alguma cepas são capnofílicas • Também chamado de Pneumococo (informal) Streptococcus pneumoniae • Epidemiologia • Os seres humanos são os hospedeiros naturais de pneumococos; • Uma proporção (5-50%) da população sadia alberga organismos virulentos na orofaringe; • As infecções pneumocóccicas não são consideradas transmissíveis. • Em indivíduos jovens e sadios, a resistência é elevada, e a doença ocorre mais frequentemente quando fatores predisponentes estão presentes. Streptococcus pneumoniae • Sorotipos • Existem mais de 85 tipos antigenicamente distintos de S. pneumoniae; • Identificados de acordo com diferenças antigênicas capsulares (cápsula polissacarídica) detectados pela reação de Quellung; Procedimento: • É adicionado um antisoro tornando a cápsula (que é fixa) visível microscopicamente; • Identificar os sorotipos é fundamental para estudos clínicos e epidemiológicos; • Sorotipos mais isolados: 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F Streptococcus pneumoniae • Patogenicidade • PNEUMONIA – principal infecção causada pelo S. pneumoniae na comunidade; • Quadro clínico: • Manifestação súbita de calafrios, febre, tosse e dor pleural; • O escarro apresenta coloração “ferruginosa” vermelha ou marrom; • A Bacteremia ocorre em 15-25% dos casos; • A recuperação espontânea pode iniciar-se em 5-10 dias, sendo acompanhada pelo desenvolvimento de anticorpos anticapsulares; Streptococcus pneumoniae • SINUSITE • OTITE MÉDIA Streptococcus pneumoniae • BRONQUITE PURULENTA • PERICARDITE Streptococcus pneumoniae • MENINGITE 15% dos casos de meningite em crianças 30 a 50% dos casos de meningite em adultos Streptococcus pneumoniae • Fatores de virulência • Capsula polissacarídica - ação antifagocitária; • Ácido lipoteicóico - ativa o complemento e induz a produção de citocinas inflamatórias, contribui para a resposta inflamatória, bem como para a síndrome do choque tóxico que ocorre em alguns pacientes imunocomprometidos; • IgA protease – inativa anticorpos IgA (mucosa), aumentando a capacidade de o organismo colonizar a mucosa do trato respiratório superior; • Neuraminidase – promove a colonização do S. pneumoniae pela exposição dos receptores das células hospedeiras Streptococcus pneumoniae • Fatores de virulência • Hialuronidase - Enzima produzida pela maioria dos isolados de S. pneumoniae, degrada ácido hialurônico, importante constituinte do tecido conjuntivo. • Sorotipos produtores de elevadas concentrações de hialuronidases rompem mais facilmente a barreira hematoencefálica e disseminam mais eficazmente; • Estudos têm mostrado que pneumococos isolados de pacientes com meningites e meningoencefalites apresentam um aumento significante da atividade da hialuronidase quando comparados com isolados causando otite média purulenta; • Indicando a importância da hialuronidase na patogênese da meningite Streptococcus pneumoniae • Fatores de virulência • Pneumolisina – é uma toxina formadora de poros na membrana celular. É uma enzima citoplasmática que é liberada devido à ação da autolisina de superfície do S. pneumoniae. • Diminuir a atividade bactericida e migração de neutrófilos e impede o movimento ciliar das células epiteliais respiratórias humanas, comprometendo a depuração bacteriana; • Estimula a produção de mediadores inflamatórios como TNF-alfa, interleucina - 1β e óxido nítrico pelos monócitos humanos; • Inibe a proliferação de linfócitos e síntese de anticorpos, e ativa a via clássica do SC; • Aumenta o processo inflamatório, rompe o epitélio do trato respiratório facilitando o acesso do S. pneumoniae para o sangue. Streptococcus pneumoniae • Fatores de virulência • Proteína A de aderência (PsaA) – presente em todos os sorotipos. Tem como função realizar o transporte de magnésio e zinco dentro do citoplasma da bactéria; • Proteína A ligadora de colina (CbpA) – pertence a uma família de proteínas ligadoras de colina presentes na superfície do S. pneumoniae. Promove aderência e invasão às células epiteliais respiratórias; • PspC liga-se à proteína regulatória do complemento, fator H, que inibe a ativação da via alternativa Streptococcus pneumoniae • Fatores de virulência • Proteína A de superfície (PspA) - é essencial para virulência do S. pneumoniae, sorologicamente variável e está presente em todos os sorotipos. • Interfere na ativação e deposição da fração C3 do SC, e como consequência a fagocitose mediada pela opsonização do SC é prejudicada; • Esta proteína funciona como um receptor para lactoferrina e por isso é essencial para aquisição de ferro para o S. pneumoniae; Streptococcus pneumoniae • Os fatores que diminuem a resistência, predispondo os indivíduos à infecção por S. pneumoniae, são: • Intoxicação por álcool ou fármacos, ou outro comprometimento cerebral capaz de deprimir o reflexo de tosse e aumentar a aspiração de secreções; • Anomalias do trato respiratório (p. ex., infecções virais), acúmulo de muco, obstrução brônquica e lesões do trato respiratório causadas por irritantes (que perturbam a integridade e movimentação do revestimento mucociliar); • Dinâmica circulatória anormal (p. ex., congestão pulmonar e insuficiência cardíaca); Streptococcus pneumoniae • Esplenectomia - é a remoção cirúrgica, completa ou parcial, do baço; • E certas doenças crônicas, como anemia falciforme e nefrose. • Traumatismo cefálico que provoque perda de fluido espinal pelo nariz predispõe à meningite por S. pneumoniae. Streptococcus pneumoniae • Tratamento • A maioria dos pneumococos são sensíveis às penicilinas e a eritromicina • Em infecções pneumocóccicas severas, a penicilina G é o fármaco de escolha, • Em infecções pneumocóccicas brandas, a penicilina V oral pode ser utilizada. • Em pacientes alérgicos à penicilina, a eritromicina ou um de seus derivados de ação prolongada, por exemplo, azitromicina, podem ser utilizados. • A vancomicina é o fármaco de escolha para pneumococos resistentes à penicilina Streptococcus pneumoniae • Profilaxia • Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente: Inclui antígenos de 23 sorotipos de pneumococos: • 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F e 33F - Não é administrada em crianças menores de 2 anos. • É uma vacina segura e relativamente efetiva, conferindo proteção de longa duração. • Uma dose de reforço é recomendada para: • Indivíduos acima de 65 anos que receberam a vacina há mais de 5 anos e apresentavam idade abaixo de 65 anos quando receberam a vacina; • Indivíduos asplênicos com idade entre 2 e 64 anos; • infectados por HIV, submetidos a quimioterapia contra câncer, ou recebendo fármacos imunossupressores para prevenir a rejeição de transplante. Streptococcus pneumoniae • Profilaxia • Vacina Pneumocócica Conjugada uma proteína carreadora (toxoide diftérico) - contém o polissacarídeo capsular dos sete sorotipos pneumocóccicos mais comuns. • É administrada em crianças com idade abaixo de 2 anos. • É efetiva e previne de infecções bacteriêmicas, como meningite, e infecções de mucosas, como otite média. • A imunização das crianças reduz a incidência de doença pneumocóccica em adultos, uma vez que as crianças correspondem à principal fonte do organismo para os adultos, e a imunização reduz a taxa de portadores entre as crianças. FIM
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