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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO MATEUS SENNA BRITO MENDES AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL-CONTEXTUALIZAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA DOMÓTICA EM SEGURANÇA, CONFORTO E EFICIENCIA EM UTILIZAÇÃO DE RECURSOS. Santa Inês/MA 2018 MATEUS SENNA BRITO MENDES AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL-CONTEXTUALIZAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA DOMÓTICA EM SEGURANÇA, CONFORTO E EFICIÊNCIA EM UTILIZAÇÃO DE RECURSOS. Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do grau de Tecnólogo em Tecnologia em Construção de edíficios do Instituto Federal De Educação Ciência E Tecnologia Do Maranhão. Orientador: Doutor Aristóteles de Almeida Lacerda Neto. Santa Inês/MA 2018 MENDES, Mateus Senna Brito. AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL-CONTEXTUALIZAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA DOMÓTICA EM SEGURANÇA, CONFORTO E EFICIENCIA EM UTILIZAÇÃO DE RECURSOS. Mateus Senna Brito Mendes - MA, 2018. Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do grau de Tecnólogo em Tecnologia em Construção de edifícios do Instituto Federal De Educação Ciência E Tecnologia Do Maranhão. Orientador: Doutor Aristóteles de Almeida Lacerda Neto. 1. Automação residencial 2. Domótica 3. Residência. Dedico aos meus pais, por suporte que recebi durante a elaboração desse trabalho AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais Cesar Holanda Cutrim Mendes e Maria Aurinete Brito Mendes, por todo suporte que recebi durante o curso, Leonardo Oliveira Barros por me motivar e ajudar durante os momentos difíceis desta trajetória, aos amigos que fiz nesta instituição e ao Hip-Hop. RESUMO Este trabalho apresenta o estudo dos benefícios da utilização da automação residencial nos quesitos de segurança, conforto e economia de recursos, bem como sua contextualização e exposições de situações que favorecem seu uso. Com a constante evolução tecnológica, permitiu-se a introdução de sistemas eletrônicos em residências com o objetivo de integrar os meios do edifício, buscando entregar uma melhor qualidade de vida para seus usuários. Todavia, por se tratar de produtos e serviços direcionados ao público em geral, notou-se a necessidade de se elaborar uma contextualização de seus benefícios, assim como exemplificar seu funcionamento. Para tanto, examinou-se trabalhos realizados por estudiosos da área juntamente com serviços prestados por empresas do ramo. O estudo verificou que com a utilização da automação residencial garante benefícios que agregam um controle maior sobre quem frequenta a edificação, também gera uma maior praticidade para realização de tarefas dentro do prédio, além de haver a possibilidade de economia ou até mesmo reutilização de recursos usados no dia a dia de um lar. Palavras-chave: Automação residencial. Domótica. Residência. Usuário. Segurança. Conforto. Eficiência ABSTRACT This work presents the study of the benefits of the use of home automation in the questions of safety, comfort and resource saving, as well as its contextualization and expositions of situations that favor its use. With the constant technological evolution, it was allowed the introduction of electronic systems in residences with the objective of integrating the media of the building, seeking to deliver a better quality of life for its users. However, because these are products and services aimed at the general public, it was noted the need to elaborate a contextualization of its benefits, as well as to exemplify its operation. In order to do so, we have examined works done by scholars of the area together with services provided by companies in the field. The study verified that with the use of home automation guarantees benefits that add a greater control over who attends the building, also generates a greater practicality to perform tasks within the building, besides the possibility of saving or even reutilization of used resources in the day to day of a home. Key words: Home automation. Domotic. Residence. User. Safety. Comfort. Efficiency LISTA DE FIGURAS Figura 1 - possibilidade de influência no custo final do empreendimento ao lo ......... 22 Figura 2 - Esquema gráfico genérico de um processo de projeto tradicional ............ 23 Figura 3 - Pré-projeto de Automação residencial ...................................................... 25 Figura 4 - projeto Automação residencial. ................................................................. 26 Figura 5 - Detalhamento de flat adaptado com a aplicação da dómotica .................. 26 Figura 6 - Componentes de sistemas de segurança privada (adaptado) .................. 28 Figura 7 - Dados de crimes ocorridos em residências no estado de São Paulo ........ 30 Figura 8 - "Mapa do crime" do estado de São Paulo ................................................. 30 Figura 9 - Diagrama de Venn em relação ao conforto ambiental .............................. 36 Figura 10 - Diagrama adaptado níveis de conforto ................................................... 39 Figura 11 - Sistema de aspiração centrazilado ......................................................... 43 Figura 12 - Etiqueta para edificação .......................................................................... 46 Figura 13 - Proporcões do custo total de um edíficio ................................................ 48 Figura 14 - Distribuição da energia gerada por placas fotovoltaicas ......................... 49 Figura 15 - Rotina simplificada da irrigação automatizada ........................................ 51 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Relaçao entre Sistemas e Subsistemas adaptado de Teza (2012) .......... 16 Tabela 2 - MERCADO GLOBAL DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ......................... 19 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - SUBSISTEMAS DE CONTROLE PATRIMONIAL CONTROLÁVEIS POR SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 DEFINIÇÃO E FUNCIONAMENTO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ................. 13 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ........ 13 2.2 APRESENTAÇÃO DE DIFERENTES CONCEITOS DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ...................................................................................................... 14 2.2.1 O que é Automação Residencial para este trabalho ................................. 15 2.3 CLASSIFICAÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ................................ 15 2.4 RELEVÂNCIA DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NO ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO ............................................................................................. 18 3 MODELOS DE PROJETO DE INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL .......................................................................................................... 20 3.1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DO PROJETO ..................................................... 20 3.2 PROCESSO DO PROJETO ............................................................................ 21 3.3 MODELOS DE APLICAÇÃO ........................................................................... 24 4 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NO QUESITO SEGURANÇA ............................................................................................................ 28 4.1 APRESENTAÇÃO DE DIFERENTES CONCEITOS DE SEGURANÇA .......... 28 4.1.1 O que é segurança residencial para este trabalho ....................................29 4.2 RELEVÂNCIA DA SEGURANÇA NO ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO ...............................................................................................................................29 4.3 APLICAÇÃO DA DOMÓTICA NO QUESITO SEGURANÇA ........................... 31 4.4 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DA DOMÓTICA NO QUESITO SEGURANÇA 33 5 BENEFÍCIOS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NO QUESITO CONFORTO ...... 36 5.1 O QUE É CONFORTO AMBIENTAL PARA ESTE TRABALHO ...................... 36 5.1.1 Conceito de conforto segundo Jacqueline C. Vischer ............................... 38 5.2 RELEVÂNCIA DO CONFORTO NO ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO ...............................................................................................................................39 5.3 APLICAÇÃO DA DOMÓTICA PARA O CONFORTO ................................. 40 5.3.1 Exemplos de aplicação da automação residencial para o conforto ........... 41 6 EFICIENCIA ENERGÉTICA, ECONOMIA E REUTILIZAÇÃO DE RECURSOS .... 45 6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EFICIENCIA ENERGÉTICA ................................ 45 6.2 EFIIENCIA ENERGÉTICA E AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ........................... 47 6.3 REAPROVEITAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS ATRAVÉS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL .............................................................................. 50 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 53 8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 54 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 55 10 11 1 INTRODUÇÃO Desde o início dos tempos o ser humano investe seu tempo e recursos, focando no desenvolvimento de novas técnicas, criação de novas ferramentas e sofisticação do estilo de vida atual, visando não somente a sobrevivência, mas também o conforto e bem-estar. Com a revolução industrial, o planeta foi palco de um desenvolvimento tecnológico nunca visto antes, evoluções essas que ultrapassaram as fronteiras dos campos industriais e invadiram as casas e vidas de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Computadores de vários tamanhos e modelos, telefones celulares, rede wireless de internet são exemplos práticos do resultado de toda esse desenvolvimento. Um outro exemplo bastante pertinente é a automação residencial. Segundo Muratori e Del Bó (2010), de acordo com a Asociación Española de Domótica, CEDOM, a domótica é definida como a adição a uma residência de automatização e controle, pode meio de equipamentos que possam se comunicar e interagir entre si além de poderem receber pré-programações e possíveis alterações. Todavia, esta tecnologia muitas vezes não é conhecida popularmente, fazendo necessário uma contextualização de situações em que a domótica pode ser aplicada de forma eficaz, bem como uma contextualização de seus benefícios, para assim, facilitar o esclarecimento a respeito dos ganhos com o uso da automação residencial. De acordo com a delimitação temática até aqui apresentada, este trabalho visa apresentar os benefícios das aplicações da automação residencial nas questões referentes a conforto, segurança e economia através da eficiência energética e de reutilização de recursos, bem como contextualiza-las, e estabelecem-se, ainda, os seguintes objetivos específicos: -Definir o que é e como funciona a automação residencial; -Modelos de projetos de instalação de sistemas de automação residencial; -Mostrar as vantagens de utilização da automação no quesito segurança; -Asseverar os proveitos da utilização da automação no ponto de vista do conforto; -Verificar os ganhos obtidos relacionados a eficiência energética, e reutilização de recursos hídricos; 12 A metodologia utilizada na formação desta monografia deu-se por revisão bibliográfica com natureza explanatória e descritiva, apresentando os resultados do estudo de maneira qualitativa. Para alcançar o seu objetivo central, este trabalho encontra-se organizado em 7 capítulos, sendo esta introdução o primeiro deles. No Capítulo 2, são apresentados as definições e conceitos de domótica, bem como sua funcionalidade. O capítulo 3 é introduzido modelos de projeto de aplicação de sistema de automação residencial. No capítulo 4, é apresentado os principais benefícios da automação residencial, em relação a proteção e defesa da edificação, já o Capítulo 5 descreve sobre o conforto gerado pela aplicação do sistema, no Capítulo 6 se encontra comentários a respeito da eficiência energética, economia e reutilização de recursos, e, o capítulo 7 com as respectivas considerações finais. 13 2 DEFINIÇÃO E FUNCIONAMENTO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL Neste capítulo é comentado a evolução histórica da automação residencial, assim como também é encontrado suas definições, classificações, além de contextualiza-la em relação ao atual momento socioeconômico. 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL A tecnologia utilizada na automação residencial foi antes introduzida na sociedade por meio das fabricas, principalmente após a revolução industrial ocorrida entre os séculos XVIII e XIX. Aproximadamente um século depois, e, já sendo utilizada em edifícios comerciais, a automação finalmente chega nas casas. “As primeiras incursões nestas tecnologias datam do final da década de 1970, quando surgiram nos Estados Unidos os primeiros módulos “inteligentes”, cujos comandos eram enviados pela própria rede elétrica da residência” (MURATORI; DAL BÓ,2011, p. 71). No início, com a tecnologia disponível na época, era possível atingir somente operações pouco complexas, como ligar as luzes por exemplo. Segundo BOLZANI (2004), uma das maiores dificuldades neste processo de “franqueamento” da tecnologia de automação da indústria para a residência se dava pelo espaço que os equipamentos exigiam, não seria possível. Hora, analisemos, a área que em uma grande corporação pode ser facilmente cedida para o acolhimento da aparelhagem, edifício que prioriza a produção a estética, torna-se algo inconveniente para um proprietário de residência, que teria que disponibilizar m² de seu terreno para o acolhimento de toda a estrutura eletrônica. Até que, nos anos 90, aproveitando as grandes inovações e a popularização das novas tecnológicas como o computador e a internet, algumas empresas, em advento também, da diminuição do preço dos componentes, começaram a investir e oferecer o serviço de domótica similar ao que é disponível hoje em dia. “Esses fatores permitiram elevar o projeto [ ... ] de seu nível convencional para um nível onde todas as suas funções desenvolvidas estejam integradas e trabalhando em conjunto. ” (BOLZANI, 2004, p. 48). Sendo o fator mais revolucionário a integração entre os sistemas de aquecimento, eletrodomésticos e a luz. Atualmente, a automação residencial se encontra num estágio bem mais avançado que a trinta anos atrás quando empresas como a X10 CORP. começaram 14 a investir e comercializar o sistema, a variedade de opções juntadas com os benefícios tragos pelo serviço como conforto e segurança e a popularização do serviço tornaram a automação de um edifício uma possibilidade cada vez mais corriqueira no presente. 2.2 APRESENTAÇÃO DE DIFERENTES CONCEITOS DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL Dada a devida contextualização histórica, torna-se imprescindível a definição de automação residencial. Por se tratar de uma tecnologia no âmbito da engenharia civil, torna-se uma ferramenta de cunho mundial, gerando, assim, variadas definições e nomenclaturas por diferentes autores e estudiosos ao redor do globo. A automação residencial “é o conjunto de serviços proporcionados por sistemas tecnológicos integrados como o melhor meio de satisfazer asnecessidades básicas de segurança, comunicação, gestão energética e conforto de uma habitação. ” (MURATORI; DAL BÓ,2011, p. 70). Assim como concretizou a “popularização” do sistema nas residências, a caracterização de um sistema de automação residencial está intrinsecamente relacionada com a condição de integração dos sistemas de segurança, iluminação, multimídia, dentre outros. Apesar de serem tratados como sinônimos, o termo domótica acaba sendo o mais preciso, pois retrata a utilização de hardwares com a característica de interação e intercomunicação entre eles, que executam comandos predeterminados que podem ser alterados de acordo com a vontade dos proprietários do sistema, sem excluir nenhum sistema, diferente da automação residencial que por definição, acaba não regendo sobre sistemas de sonorização ou comunicação, por exemplo (MURATORI; DAL BÓ, 2011). Ainda se tratando de estudos nacionais, Wortmeyer, Freitas e Cardoso (2005) além de pactuarem com a descrição de Automação residencial como uma tecnologia que acrescenta e potencializa o conforto ambiental, segurança, economia com os custos do edifício, dentre outros benefícios, ainda valoriza o imóvel economicamente, tornando-o mais rentável e atrativo em uma situação de intenção de venda pelo proprietário. Autores internacionais conseguem também definem a domótica. “Um sistema HA é uma integração das tecnologias atuais de hardware e software” (SHIANG LIANG, 15 CHEN FU, LIN WU, 2002, 1101, tradução nossa1). Ainda discorrem sobre fatores não muito explorados no Brasil, como a utilização da automação residencial em edifícios onde residem idosos ou com necessidades especiais. Pessoas com idade mais avançada possuem suas habilidades motoras reduzidas, em outros casos, homens, mulheres e crianças com deficiência também encontram dificuldades para realizar atividades consideradas “corriqueiras”, como ascender uma luz ou fechar um portão, com a aplicação de sistemas domóticos se agrega uma redução de trabalho humano necessário, tendo em mente que atividades como as citadas anteriormente podem ser executadas em uma casa automatizada simplesmente com o uso de um controle remoto, ou até mesmo um smartphone. 2.2.1 O que é Automação Residencial para este trabalho Para fins explicativos, este trabalho terá a definição de automação residencial como a dada por WORTMEYER, FREITAS E CARDOSO (2005, p. 1065) A automação residencial representa o emprego de tecnologias ao ambiente doméstico (incluindo residências, condomínios, hotéis), com o objetivo de propiciar conforto, praticidade, produtividade, economia, eficiência e rentabilidade, com valorização da imagem do empreendimento e de seus usuários 2.3 CLASSIFICAÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL Desde o surgimento da tecnologia, a partir do século XVIII até os dias atuais, a domótica vem passando por processos evolutivos e adaptativos, fazendo assim surgir diferentes maneiras de aplicação do sistema. “Os sistemas envolvidos no processo de Automação Residencial podem ser classificados em três níveis de interação, onde a complexidade está ligada ao grau de automatização dos sistemas e a intensidade ao qual o usuário terá que interagir com o sistema. ” (TEZA, 2002, p. 31). Sendo essas categorias, segundo Teza (2002) classificadas como sistemas autônomos, integração de sistemas e, por fim, a residência inteligente. Todavia, antes da descrição das classificações da domótica é necessária ser feita a distinção entre sistema e subsistema. Subsistema é uma atividade a qual pode- se aplicar o uso da domótica atua, já o sistema é a categoria, um quesito no qual um 1 Ha é uma abreviação de Home Automation que na língua portuguesa entende-se com Automação residencial. 16 subsistema atuaria. Por exemplo: SEGURANÇA seria um sistema, já alarmes e monitoramento seriam subsistemas. (Teza, 2002). Abaixo encontra-se uma tabela, com alguns tipos de sistemas com seus respectivos subsistemas: Tabela 1 - Relação entre Sistemas e Subsistemas adaptado de Teza (2012) SISTEMA SUBSISTEMA CONTROLE DE ILUMINAÇÃO Controle de ascendimento de luzes e economia de energia. ENTRETENIMENTO Home Theater, áudio e vídeo distribuídos. SEGURANÇA Circuito fechado de TV, alarmes, monitoramento, controle de acesso, reconhecimento facial, alarme de vazamento e incêndio. HOME OFFICE Telefonia e redes domésticas. AR CONDICIONADO E AQUECIMENTO Controle de temperatura do ambiente. SERVIÇOS INTELIGENTES Portas e cortinas automáticas, centrais de vácuo, reconhecimento de voz. FUNCIONALIDADES AUXILIARES Estações climáticas, irrigação de jardins e hortas. Fonte: do autor. Tendo-se definido os conceitos de sistema e subsistema, pode-se descrever as classificações da automação residencial. Os sistemas autônomos são os menos desenvolvidos. Por meio de configurações prévias, eles podem controlar as atividades de um subsistema ou até mesmo um aparelho. Contudo, trata-se de um sistema incapaz de possibilitar que dois ou mais componentes se relacionem. Os subsistemas e dispositivos trabalham de maneira individual. Ainda segundo Teza (2002), conforme citador por Barboza da IBM, os sistemas autônomos possuem a desvantagem de não assegura um retorno das informações enviadas, "Se eu dou um comando para o dispositivo apagar a luz do quarto, por exemplo, não há como saber se ele conseguiu realizar essa tarefa." (TEZA, 2002, 31). Em um outro nível se encontra a integração de sistemas. Esses que, diferente dos sistemas autônomos, já são desenvolvidos para suportar a integração de subsistemas variados. Porém, possuem uma limitação em relação a sua funcionalidade, não existe a possibilidade de uma configuração pelo usuário, os 17 subsistemas apenas funcionam de acordo com o que foram pré-estabelecidos em sua programação. Teza (2002). No nível mais avançado de um sistema de automação residencial estão as denominadas “Casas inteligentes” ou “residências inteligentes” que, além de compartilhar a característica comum com os outros sistemas mais simples de efetuar operações programadas previamente, ainda possuem a capacidade de “compreender” o ambiente de funcionamento, e, indicando de forma automática cenários de iluminação, som ambiente, climatização, dentre outros, por exemplo. ” A “inteligência” de uma casa e do seu espaço envolvente está na integração adequada do(s) sistema(s) de domótica utilizado(s) com os diversos dispositivos e sistemas existente” (ALVEZ; MOTA, 2003, p. 1). De acordo com Teza (2002) o sistema deixa de se tornar um simples telecomando remoto para transformar-se em um genuíno gerenciador. Bolzani (2004) comenta que, a casa inteligente possuí quatro variáveis que estão constantemente se relacionando: O sistema domótico, a tarefa, o usuário e o ambiente. Para fins didáticos, podemos explicar o funcionamento da residência inteligente com a seguinte situação: Em uma casa (ambiente), que está sujeita a alterações naturais tais como mudança de luminosidade, umidade e temperatura, que se relaciona com o usuário do sistema direta ou indiretamente( diretamente pelas alterações do usuário no sistema, como ligar ou desligar um ar condicionado ou de uma lâmpada através da interface do sistema, e indiretamente, por exemplo, pelo o seu comportamento dentro do ambiente captado pelos sensores do sistema). Com sua “inteligência”, o sistema de automação residencial analisa todas as variações e sugere situações automaticamente como a alteração de temperatura ou a abertura de uma cortina automatizada. Outra função seria a possibilidade de o usuário não estar presente no edifício, e em caso de chuva ou mal tempo pode-se controlar os comandos da casa, tanto remotamente, pela seleção de comando, é possível fechar as janelas, ou até mesmo através da “consciência” dos sistemas inteligentes. Por se tratarde um sistema altamente complexo, é de suma importância que para a instalação de uma casa inteligente, tenha-se um projeto bem elaborado em conjunto com os projetos, arquitetônicos, estruturais, dentre outros, com os interesses do usuário bem definidos para que se possibilite a realização de um sistema eficaz. A comunicação entre o construtor e/ou instaladores e proprietários é a chave para o sucesso de uma boa instalação e aplicação de Automação Residencial, pois depende de um excelente estudo de dimensionamento e caracterização dos produtos. Um processo de comunicação de Qualidade 18 auxiliará o construtor e o instalador a compreender as necessidades daqueles que morarão na residência. (TEZA, 2002, p. 32) Comparando os sistemas um a um, percebe-se que suas respectivas complexidades se relacionam com as necessidades do usuário. Um sistema autônomo pode ajudar em tarefas mais simples, porém possuí a limitação de não ser compatível com a relação entre os subsistemas. A integração de sistemas possibilita ao usuário uma maior possibilidade de funções, principalmente, devido a possibilidade de interação entre os dispositivos e/ou subsistemas presentes, todavia restringem o usuário de fazer alterações de sua escolha no sistema. Já a residência inteligente proporciona ao usuário o maior número de possibilidades de funcionamento, devido a sua constante análise do ambiente e das ações dos residentes, sendo gerenciando tanto automaticamente como pelo o usuário, torna-se possível o controle da residência de forma remota. O usuário pode ativar sprinklers, ascender ou desligas luzes, ligar uma bomba, fechar portões e cortinas, dentre várias outras possibilidades. Ressaltando que para uma eficiência maior de toda essa complexidade da inteligência do sistema é necessário clarificar aos responsáveis pelo projeto e execução do sistema da casa inteligente as necessidades requeridas pelos usuários do imóvel, evitando dessa forma, o mal funcionamento do serviço trazendo então, frustrações para as pessoas que convivem nos ambientes do sistema. 2.4 RELEVÂNCIA DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NO ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO A automação residencial seguiu a evolução que ocorreu em todo o âmbito tecnológico nos últimos anos, e em conjunto com isso, se ocorreu um processo de popularização dos sistemas domóticos. Esses, segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial, ou AURESIDE, são o resultado de cinco fatores principais: O primeiro fator seriam os dispositivos móveis. Por terem se tornado produtos eletrônicos essenciais para a rotina de uma pessoa, e, tendo sua integração nos sistemas domóticos, geram um ar mais futurístico e de praticidade para a automação residencial. O segundo fator é a modernização do mercado de construção civil. Hoje em dia, para todas as responsáveis pela construção de imóveis, a automação residencial 19 é encarada como um atrativo para atração de clientes. O terceiro fator é caracterizado pela praticidade. A conveniência encontrada nas residências inteligentes gera aos consumidores a ânsia pela possibilidade de controle de vários subsistemas de diferentes ambientes da casa. O quarto fator é denominado pela AURESIDE como “Eficiência Energética”. Incentivos fiscais como o IPTU verde garantem abates em taxas para proprietários que praticam medidas sustentáveis para seus edifícios. A domótica pode auxiliar este processo. O fator de número 5 representa as melhorias tecnológicas. Com a evolução continua das tecnologias, e, por consequência, da automação residencial, o desenvolvimento de novos sistemas tendem a garantir cada vez mais usuários. A AURESIDE ainda disponibiliza números dos valores movimentados pela domótica nos últimos anos, assim como projeções para o futuro. Os dados fornecidos encontram-se na tabela abaixo: Tabela 2 - MERCADO GLOBAL DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL ANO VALOR (EM BILHÕES DE DÓLARES) AUMENTO EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR (%) 2013 4.41 - 2014 5.77 30.84 2020 (PROJEÇÃO) 12.81 122.01 Fonte: AURESIDE Analisando os dados da tabela 1, verifica-se que no ambiente econômico, a automação residencial se posiciona em um patamar de extrema valorização e expansão, o que representa a eficiência e sucesso dos sistemas. 20 3 MODELOS DE PROJETO DE INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL Este capítulo apresenta a definição, histórico e a importância do projeto na área da automação residencial, bem como suas etapas e modelos de aplicação. 3.1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DO PROJETO A elaboração de projeto é uma das etapas iniciais do processo de construção de um edifício ou instalação de um sistema domótico. A elaboração de projeto carrega consigo uma grande importância, vide a primordialidade e impacto do mesmo impacto do mesmo. “A etapa do projeto é a que, de forma mais significativa permite agregar valor à edificação, através da proposição inovações, podendo contribuir mesmo para a criação de uma nova cultura. ” (TRAMONTANO et al, 2003 apud MATTAR 2007, p. 72). Segundo Novaes (2001), projeto possuí duas definições diferentes. Uma relacionando-o como um conjunto de elementos gráfico-descritivos, desenvolvidos para atender necessidades especificadas. Outra possível definição trata o projeto como algo ativo, em que o projeto assume um papel processual em que as soluções são construídas e compatibilizadas gradativamente. Pode-se então ser afirmado que o processo possuí um papel de tecnologia devido o detalhamento das informações e as respectivas soluções inseridas nelas, assim como também apresenta um papel de gerenciamento, por sua característica estrutural, divido em etapas e com a participação de componentes com responsabilidades individualizadas em relação a decisões técnicas ou para realização de atividades em um prazo determinado. A ideia de projeto, de acordo com Silva (1991) apud Bordin (2003), está entrelaçada com o processo evolutivo humano e de suas organizações sociais, que, podem ser classificados de quatro diferentes maneiras: primitiva, intermediária, organizada e complexa. Em um nível mais simples, encontra-se a sociedade primitiva, caracterizada pela construção do refúgio pelo próprio utente, geralmente modelada de acordo com a tradição local. Na sociedade privada existe a abolição do processo edificativo pelo próprio usuário, surge o construtor, que possui caráter único de reprodução, os atributos da construção ainda são regidos pela tradição deste processo na região. A 21 sociedade organizada não somente é a primeira a empregar o uso do projeto nos processos construtivos, ainda agrega a esta ferramenta destaque, a qualificando como etapa crucial, o projeto é elaborado de acordo com as necessidades do usuário, fornecendo ao construtor informações em relacionadas ao usuário e aos intuitos do projetista, também inseridos no projeto. Num maior patamar de evolução encontra-se a sociedade complexa, que é a que acaba sendo mais compatível com o atual momento socioeconômico, na qual, o projeto, além de agregar toda a importância presente nas sociedades consideradas organizadas, também é tratado como um documento legal, juridicamente válido, gerando, então um maior grau de profundidade em sua elaboração. (Silva, 1991, apud Bordin, 2003). Os projetos percorrem um trajeto evolutivo juntamente com as sociedades, que, por sua vez, sofreram mutações conforme os marcos históricos foram ocorrendo. “(...) o desenvolvimento do projeto como prática de planejamento tem origem no renascimento italiano (séc. XV e XVI), passa pela revolução industrial (...) e se consolida no século XX” (MATTAR 2007, p. 72). De acordo com Mattar (2007), segundo Fabrício e melado (2002), a segregação entre arte e técnica ocorreu a partir do século XV, desenhos artísticos foram então caracterizados como de cunho abstrato, somentecom aplicações estéticas, já os desenhos técnicos, passaram a ser aqueles que possuíam caráter mais objetivo, a partir de meios alternativos como maquetes, com objetivos como se possibilitar um maior entendimento estrutural de uma edificação. A partir do século XVIII, principalmente como consequência da revolução industrial, as construções apresentavam um grau de complexidade cada vez maior, exigindo assim dos projetos um maior grau de profundidade, o que gerou a inserção de novos elementos como cálculos e em adição apresentou-se uma desmembração do projeto, que passou a ser dividido em partes com características distintas, e envolvendo um maior número de responsáveis. A partir do século XX, a aplicação da tecnologia da informação (TI) trouxe a interação de atuantes ao processo, o que ocasionou na precisão de um sistema de gerenciamento e coordenação, revolucionando a forma de execução do projeto. (Mattar, 2007). 3.2 PROCESSO DO PROJETO 22 Um projeto pode ser encarado como uma ferramenta com características pragmáticas elaborada a partir de uma visão puramente técnica, ou também como a confecção de uma ferramenta onde se permeia a criatividade. Todavia, estas visões se convergem e concordam que a elaboração do projeto é um processo que se dá por meio de um sequenciamento de fases, onde se delimitam primeiramente os problemas, logo após são feitas pesquisas iniciais, um estudo preparatório do projeto é feito em seguida, para assim, finalmente, haver a elaboração do mesmo. (Borges 1998 apud Mattar, 2007). De acordo com Bordin (2003) o valor do total da elaboração do projeto no orçamento de uma construção não condiz com sua responsabilidade, pois, apesar de seu desenvolvimento representar de 3 a 10% de todo o custo da obra, é nele que é definido cerca de 70% a 80% da edificação. Segundo Bordin (2003), Melhado e Agopyan (1995) demostram por meio da figura abaixo a relação entre as etapas de um processo construtivo e a capacidade de influenciar nos custos do imóvel. Figura 1 - possibilidade de influência no custo final do empreendimento ao longo da construção Fonte: MELHADO, AGOPYAN, 1995, 4, apud BORDIN, 2003, p. 29) Analisando o esquema acima, é seguro afirmar que o quanto mais avançada a fase esteja em relação a fase de projeto, menor é a capacidade de se conseguir diminuir o preço total da obra. Assim, o desenvolvimento eficaz de um projeto torna- 23 se crucial para que, além de conseguir angariar uma maior qualidade para as construções, ainda é capaz de representar um barateamento em todo o processo. (Bordin, 2003). Conforme Mattar (2007), o Brasil utiliza principalmente o processo de projeto sequencial, que funciona como uma escada, é preciso que uma etapa seja finalizada para a execução da seguinte, não é permitido um processo paralelo, como por exemplo acontece na proposta do processo simultâneo, comum no setor industrial. Os principais serviços e atividades do processo de projeto sequencial são: Concepção do negócio e desenvolvimento do programa, projetos do produto, orçamentação, projetos para produção, planejamento de obra, projeto “As built” e serviços associados, que são elaboradas e executadas conforme a ordem listrada. (FABRICIO, 2004 apud MATTAR, 2007). A concepção do negócio e desenvolvimento do programa é a primeira etapa do processo, envolvendo a a decisão de construção do edifício, escolha do terreno dentre outras seleções iniciais. Em seguida é executado os projetos do produto, que dão forma ao imóvel, através de projetos arquitetônicos, acústicos, estruturais, de instalações elétricas, hidráulicos, etc. A orçamentação é a terceira fase do projeto, e é constituída pelos custos de toda a construção. Seguindo o orçamento estão os projetos para produção, que, basicamente, são empregados para a escolha dos processos e sequencia do trabalho, em adição a seleção dos materiais necessários, maquinário, dentre outros. Após esta etapa, inicia-se o planejamento da obra, que é responsável pela elaboração do cronograma da construção. O projeto “as built” é a etapa encarregada de acompanhar a obra e realizar possíveis atualizações nos projetos de acordo com o que foi edificado. Por último, encontra-se os serviços associados, que, se resumem a observação dos projetistas à construção e a possíveis problemas de utilização e assistência técnica. (FABRICIO, 2004 apud MATTAR, 2007). A figura abaixo ilustra um esquema de funcionamento do processo de projeto sequencial. Figura 2 - Esquema gráfico genérico de um processo de projeto tradicional 24 Fonte: (Fábricio e Melhado, 2001, apud MATTAR, 2007). Com todas as informações expostas, é possível classificar com principal desvantagem para este processo a limitação para possíveis propostas de alterações, principalmente em etapas mais avançadas, pois resultaria em grandes retrabalhos ou até mesmo a desistência de projetos inteiros devido a sua inviabilidade com as possíveis mudanças. (Fabricio et al, 1998, apud Mattar, 2007). 3.3 MODELOS DE APLICAÇÃO O processo de elaboração de plantas para casas inteligentes vem se alterando com o passar do tempo. De acordo com Bolzani (2004), situações como a melhoria na utilização de recursos energético e as novidades no ramo da arquitetura auxiliam essas mudanças, todavia, dentre os principais fatores, os que apresentam maior impacto em relação a modificação dos projetos de automação de residências, podem ser destacados: A organização do espaço interno e externo com a introdução de novos equipamentos e dispositivos, a possibilidade de grande flexibilidade nas mudanças, conexão aos serviços públicos de telecomunicações, adaptação da rede aos vários moradores, integração dos novos serviços de valor agregado, a configuração das redes interna e externa de comunicações, o gerenciamento dos sistemas de controle da residência e a organização dos sistemas de informática. A empresa GDS Automação Residencial, que presta serviços de automação 25 em residências a mais de seis anos, utiliza os conceitos de pré-projeto e projeto para executar seus serviços. O pré-projeto trata-se de uma planta baixa da edificação onde o cliente consegue visualizar de forma prática e simples os pontos de automação de sua residência. O futuro usuário poderá ainda solicitar a instalação de novos subsistemas antes que o processo seja seguido para a etapa seguinte. Figura 3 - Pré-projeto de Automação residencial Fonte: (GDS AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL, on-line, 2018) Logo após a etapa de pré-projeto ser concluída, inicia-se a produção do projeto em si, que é executado no software AutoCad e usa como base as plantas do imóvel como as de layout, elétrica, luminotécnica, ar condicionado, etc. O projeto contém todas as informações necessárias para que os responsáveis conseguirem realizar a instalação na residência de forma efetiva. É nesta etapa que são estabelecidos de forma definitiva todos os subsistemas e equipamentos que irão ser utilizados. Com esta fase concluída e aprovada pelo solicitador do produto, pode-se dar início a execução do projeto na residência. A figura abaixo ilustra exemplifica esta etapa. 26 Figura 4 - projeto Automação residencial. Fonte: (GDS AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL, on-line, 2018) Outro exemplo de aplicação da domótica é trago por Ferreira (2010), que aplica em um flat uma combinação entre automação e as normas de acessibilidade a edificações presentes na NBR 9050. Figura 5 - Detalhamento de flat adaptado com a aplicação da domótica 27 Fonte: (FERREIRA, 2010, p. 9) O modelo acima tem enfoque na melhoria da qualidade de vida de um portador de paraplegia por meio da automação residencial, com os espaços necessários apontados na NBR 9050, bem como a utilização da automação residencial “propondoum sistema domótico que utilize aplicações de circuito interno de televisão (CFTV), persianas automatizadas, sistemas de alarme de vazamento, controle de luzes, som e vídeo, todos comandados por um controle universal. ” (FERREIRA, 2010, p. 10). A elaboração de um projeto veio se aperfeiçoando ao longo da história da humanidade e atualmente no Brasil é trabalhado como um sistema de sequenciamento de etapas, que buscam uma realização mais eficiente em aspectos técnicos e financeiros em um menor intervalo de tempo para uma obra. O projeto possuí um peso significativo na execução de qualquer construção, e não é diferente na automação residencial, projetos bem elaborados facilitam o trabalho dos executores e ainda facilitam o entendimento do funcionamento das ferramentas para os novos usuários. 28 4 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NO QUESITO SEGURANÇA O capítulo é destinado relacionar a automação residencial e a segurança de uma casa, conceituando a segurança, destacando sua importância nos dias atuais, e demonstrando, por meio de exemplos, como melhorar a segurança de uma residência através da domótica. 4.1 APRESENTAÇÃO DE DIFERENTES CONCEITOS DE SEGURANÇA O conceito de segurança esteve sujeito a consideráveis alterações atreladas, principalmente, à acontecimentos históricos ao redor do globo como conflitos entre países, a guerra fria, etc. Em conjunto com a evolução da definição de segurança, viu- se o surgimento de ramificações, a segurança ambiental que enfoca na preservação da natureza e utilização sustentável dos recursos do meio ambiente, e a segurança patrimonial. (SILVA et al, entre 2015 e 2018). A automação residencial traz, primordialmente, adições para a segurança patrimonial, “ (...) é um conjunto de medidas e práticas de segurança privada, capazes de gerar um estado no qual, o patrimônio de uma organização esteja livre de danos, interferências e perturbações. ” (MARCONDES, 2015). Por se tratar de um benefício alheio a qualquer serviço público, todas as características positivas tragas pela a implantação de sistemas domóticos, são de cunho particular. O esquema abaixo se consta de uma adaptação elaborara por Oliveira (2004) para retratar as diferentes possibilidades dos sistemas de segurança privada: Figura 6 - Componentes de sistemas de segurança privada (adaptado) 29 Fonte: (OLIVEIRA, 2004, p. 7) Verificando os conceitos de segurança apresentados, é explicito que a automação residencial beneficia os usuários do sistema de forma privada, fornecendo uma maior proteção contra danificações, interferências e possíveis perturbações, com o intuito de preservar a integridade dos usuários e da propriedade. 4.1.1 O que é segurança residencial para este trabalho Com o intuito de explicativo, o trabalho adota a definição de segurança residencial como a condição ao qual um edifício se encontra livre de danos e riscos eventuais. Garantindo uma melhor qualidade de vida para os frequentadores do imóvel. 4.2 RELEVÂNCIA DA SEGURANÇA NO ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO O trecho da música “cachimbo da paz” do rapper Gabriel o Pensador, que diz: “A criminalidade toma conta das cidades” é verificada e comprovada estatisticamente. Segundo reportagem publicada pelo jornal Estadão, usando como base dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante o período de um ano, 11,9 milhões de pessoas foram vítimas de algum assalto ou furto. 30 Em 2016, no estado de São Paulo, foram contabilizados 10.905 assaltos a residências. Sabendo- se que, este mesmo ano foi composto por 366 dias, sendo cada dia possuindo 24 horas, matematicamente, obtém a proporção de mais de um crime por hora em um lar paulista. O jornal ainda disponibiliza uma imagem com dados de crimes a residências no estado paulista, comparando os anos de 2015, 2016 e o primeiro terço de 2017. Figura 7 - Dados de crimes ocorridos em residências no estado de São Paulo Fonte: (ESTADÃO, on-line, 2018) A imagem ainda ilustra um “mapa do crime” da área paulista, representando o número de crimes ocorridos para cada 100 mil habitantes. Figura 8 - "Mapa do crime" do estado de São Paulo 31 Fonte: (ESTADÃO,on-line, 2018) Com o alto e ascendente nível de assaltos e furtos em conjunto com outros crimes como abuso infantil e violência doméstica fazem com que os cidadãos cada vez mais busquem alternativas para garantir uma vida mais segura. (OLIVEIRA, 2004, p. 30) “(...) o medo e as notícias de violência difundidos na coletividade estimulam a reação de indivíduos e grupos sociais no sentido de aumentar a defesa de sua propriedade com a restrição da interação e dos movimentos das pessoas, principalmente com o aumento das falhas das instituições em ordenar a convivência social” Levando-se em consideração todo esse cenário de medo e violência, a automação residencial se transforma em uma tecnologia cada vez mais relevante, devido, principalmente, a sua eficácia e a sua característica de inovação tecnológica. Wortmeyer, Freitas e Cardoso (2005) apontam que os sistemas domóticos de segurança patrimonial estão entre os mais procurados entre os usuários atualmente. Diante de todas essas informações é possível confirmar que, a segurança seja, se não o mais importante, um dos principais motivos que levam os consumidores a utilizarem os sistemas domóticos. 4.3 APLICAÇÃO DA DOMÓTICA NO QUESITO SEGURANÇA 32 Devido a flexibilidade das tecnologias e a variedade dos modelos de implantação, atualmente há a disposição diversas alternativas de sistemas domóticos para proteção de uma residência, abrindo assim a possibilidade de utilização de mais de uma opção para abrandar a segurança do imóvel. Bolzani (2004) explica que os sistemas devem, não somente, serem compatíveis, como também complementares entre si, necessitando também realizar quatro pontos tomados como fundamentais: Prevenção ou dissuasão, detecção e alarmes, reconhecimento ou identificação e reação. Para um sistema cumprir a função de prevenção ou dissuasão, deve trabalhar de forma que propicie a abdicação da ação de intrusão. A detecção e alarmes, como o nome acusa, é alcançada pela utilização da domótica para se conseguir detectar ações intrusas e em conjunto com a contingência de acionamento de variados tipos de alarmes. Outro ponto fundamental citado pelo autor é denominado como reconhecimento ou identificação, que é caracterizado pela capacidade do sistema domótico de identificar os usuários. O quarto e último tópico fundamental é o de reação, o sistema de automação residencial precisa executar ações reativos em situação de ação de intrusão. (BOLZANI, 2004). Como já citado previamente, uma das características mais relevantes da residência inteligente é a possibilidade de monitoramento pelo usuário mesmo fora do edifício, aplicando esta tecnologia em prol da segurança do patrimônio, se desenvolve um sistema, intitulado por Pereira (2007) como vigilância eletrônica com monitoramento a distância. “ No caso da ausência de pessoas no local, o sistema deve estar apto a informar o usuário remotamente por meio de mensagens de alerta via rede telefônica, rede de acesso ou outro sistema de conexão com a polícia ou uma agência de segurança particular. ” (BOLZANI, 2004, p. 66). O estudioso em sua obra ainda delimita os subsistemas de segurança patrimonial, que podem ser administrados por uma central de controle (exemplo: computador), em cinco, representados na tabela abaixo: Quadro 1 - SUBSISTEMAS DE CONTROLE PATRIMONIAL CONTROLÁVEIS POR CENTRAL SUBSISTEMA DESCRIÇÃO EXEMPLOS DE DISPOSITIVOS DETECÇÃO PERIMETRAL RESPONSÁVEL PELA DETECÇÃO DA • INFRAVERMELHO ATIVO 33 ENTRADA OU SAÍDA DE INTRUSOS O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.SENSORIAMENTO INTERNO RESPONSÁVEL PELO MONITORAMENTO DA REGIÃO INTERNA DO EDIFÍCIO. • SENSOR DE VIBRAÇÃO CIRCUITO FECHADO DE TELEVISÃO (CFTV) SUPERVISIONANDO PRIMORDIALMENTE O PORTÃO DE ENTRADA, GARAGENS, CORREDORES E OTRAS ÁREAS CONSIDERADAS CRÍTICAS. • CÂMERAS COM LENTES ADAPTADAS CONTROLE DE ACESSO RESPONSÁVEL POR LIBEBAR OU NÃO A ENTRADA DE PESSOAS. • SISTEMAS BIOMÉTRICOS CONTROLE DE RONDAS CONTROLE DE MOVIMENTAÇÃO DO PESSOAL DE SEGURANÇA • CÂMERAS Fonte: do autor. As evoluções das tecnologias relacionadas a automação residencial resultaram no surgimento de um leque de possibilidades para se aplicar com o intuito de proteger um edifício. Todavia é importante que esses sistemas consigam trabalhar em conjunto e complementando suas capacidades. Em sumo, é coerente afirmar que os objetivos que os sistemas de proteção residencial buscam fundamentalmente prevenir uma possível invasão a propriedade, bem como alertar de forma variada em caso de intrusão, também exercem a função de identificar os usuários, etc. Para atingir essas “obrigações”, subsistemas domóticos, controlados por uma central devem atingir, através de dispositivos como câmeras e sensores, objetivos como o controle de entrada e saída de um imóvel, monitoramento interno, dentre outros, garantido assim uma maior segurança para o patrimônio e seus usuários. 4.4 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DA DOMÓTICA NO QUESITO SEGURANÇA Com toda a tecnologia disponível, é possível desenvolver uma variada quantidade de sistemas domóticos com características próprias, adaptando-se as vontade e necessidades dos usuários. “No planejamento de segurança patrimonial é 34 necessário considerar que determinados indivíduos necessitam de proteção adicional em relação aos demais pelos postos que ocupam, ou que determinado patrimônio possui valores altos (...)” (MOREIRA, 2007, p. 158). O simulador de presença na residência e a LogicHome podem ser destacadas como exemplos de sistema domóticos de segurança residencial. O simulador de presença na residência é um projeto proposto por Dornelas (2016) que visa a elaboração de um sistema que, através de configurações previamente definidas pelo usuário, possua a capacidade de simular a presença de alguma pessoa dentro da residência, com o intuito de prevenir a invasão indevida na propriedade. O sistema é composto por quatro etapas que podem ser ativadas ou não, dependendo das ações da pessoa invasora. A etapa um independe de ação invasiva, o sistema é configurado para que execute a ação de ligar e desligar luzes externas em diferentes horários do dia. A segunda parte só é ativada caso haja a detecção de tentativa de invasão por meio de sensores estrategicamente arranjados na região externa da edificação, com intervalos de tempo curtos, é acionado o sistema de iluminação interna em diferentes cômodos da casa, passando assim a impressão de habitantes dentro da moradia. Em uma situação cujo o invasor ignore os sinais e continue com a cometer o crime, outros sensores, ainda na região externa do imóvel, identificarão sua presença, dessa vez, o sistema liga a televisão do lar, criando assim outra forte impressão de ocupação, e se, mesmo após todos esses sinais, a tentativa de intrusão ao imóvel continuar, sensores dentro da edificação enviaram o sinal para a central de controle, ativando assim um alarme sonoro. Outro exemplo de sistema de automação residencial foi comentado por Beleza (2009) é um resultado da parceria entre a empresa LogicHome e o Instituto Pedro Nunes, instituição da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. O produto comercializado pela empresa foca, além de controle e detecção de ações intrusivas, em outros vértices como o gerenciamento de fatores de segurança técnica tais como vazamento de gás ou inundação e o acesso remoto. Além de agregar outros fatores não relacionados à segurança. A desvantagem de utilizar o sistema LogicHome deve-se ao fato que somente a empresa possui a capacidade de providenciar um suporte técnico, pois todo o sistema e os dispositivos utilizados foram desenvolvidos pela própria empresa, podendo trazer algum tipo de desconforto ao usuário. 35 Possibilidades de utilização da domótica para agregar segurança a um imóvel como o simulador de presença na residência e o LogicHome demonstram a utilidade e a proteção extra que é possível conseguir, acarretando aos seus usuários uma maior sensação de proteção, diminuindo a preocupação e tornando seus estilos de vida mais leves e menos preocupados. 36 5 BENEFÍCIOS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NO QUESITO CONFORTO Neste capítulo é exposto o tema conforto, e sua relação com a automação residencial, destacando as definições de conforto, com sua respectiva relevância no atual contexto socioeconômico, também explica como alcançar um novo estágio de conforto através da automação residencial e ainda exemplos de aplicação. 5.1 O QUE É CONFORTO AMBIENTAL PARA ESTE TRABALHO A definição de conforto ambiental é tratada como algo de muita complexidade. Todavia, Rybczynski (1996) e Schmid (2005), representam o conforto como algo a ser conquistado através do acrescimento de atributos. Os autores afiram que, com essa característica, o conforto teve sua definição modificada ao longo do tempo. No que se diz respeito ao conforto ambiental, de acordo com [Rybczynski 1996, p. 48, apud SILVA; SANTOS, XXI?] “ela começa com uma visão da casa como um ambiente para o aparecimento da vida interior” o que constata a subjetividade do significado deste termo. Numa tentativa de “materialização” da definição, Schmid (2005) conectou o conforto ambiental com características fisiológicas como saúde, depois são adicionados outros elementos como o bem-estar e satisfação. Atualmente, a construção civil retrata o conforto ambiental como uma relação entre três pontos protagonistas: conforto térmico, lumínico e acústico. Sendo que, para a conquista de um ambiente confortável é necessário que haja uma harmonia entre eles. Figura 9 - Diagrama de Venn em relação ao conforto ambiental 37 Fonte: autor A imagem acima representa a relação entre os componentes para existir o conforto ambiental, representado por “C.A” na figura, em caso de ausência de qualquer um dos itens, não haverá conforto, pois, o ambiente terá a presença de algum desconforto, seja ele de origem lumínica, acústica ou térmica, sendo válido destacar que o desconforto pode ser proporcionado tanto pela falta ou pelo excesso de um elemento. O conforto térmico pode ser definido como o alcance de um ambiente em garantir que seus ocupantes não sejam expostos a condições de temperatura extremas, gerando o bem-estar. A ausência desta característica em uma pessoa pode gerar problemas como de disposição e até mesmo saúde. Labaki e Bartholomei (2001) exemplificam situações que acarretam em uma sensação de desconforto térmico, dentre elas podemos destacar presença em ambientes com calor em demasia ou frio em excesso, escassez de ventilação adequada alto grau de umidade. O conforto lumínico é obtido quando um ambiente está provido de iluminação de qualidade em quantidade suficiente, gerando um bem-estar visual, que, em sua ausência, propiciam o surgimento de dificuldades em orientação espacial, garantia de manutenção da segurança física e outras atividades que são somente garantidas com uma boa disponibilidade para o sentido da visão, além de poder surgir patologias como dores de cabeça. (LABAKI; BARTHOLOMEI, 2001). O conforto acústico é igualável com o conforto lumínico e térmico quando o sentido é equilíbrio. Um ambiente é considerado confortável acusticamente quando 38 consegue impedir o surgimento de ruídos, que, como informa Mateus (2008), trata-se da presença de sons que fazem com quea pessoa exposta possua sensações desagradáveis. Em suma, pode se afirmar que, o conforto ambiental, que é disponível diante a presença de um bem-estar sonoro, térmico e luminoso, é regido, fundamentalmente pelo equilíbrio e harmonia, o excesso é um fator que vai em oposição ao estabelecimento de um ambiente confortável. 5.1.1 Conceito de conforto segundo Jacqueline C. Vischer A utilização do termo “conforto” para expressar as necessidades que os ocupantes de um ambiente possuem se deu a partir do momento em que foi reconhecido que as exigências habitantes de uma edificação possuem mais aspectos do que simplesmente saúde e segurança. É necessário um suporte ambiental que consiga proporcionar a sensação de satisfação. O conforto pode ser escalado em três diferentes níveis, denominados de conforto físico, conforto psicológico e conforto funcional (VICHER, 2007). Em um degrau mais básico está o conforto físico, e é o que mais se remete a palavra conforto. Esta categoria está relacionada com condições padrões de saúde e segurança, adicionada com medidas que previnam a exposição dos ocupantes do local a situações como temperaturas extremas ou barulhos desacerbados. O ambiente deve dar o devido suporte para os usuários através do conforto. No nível mais elevado dentre os três, encontra-se o conforto psicológico. Sendo ele o mais difícil de ser descrito pois se trata da conexão entre aspectos psicossociais ao design ambiental. O conforto funcional se encontra entre os outros dois níveis de conforto descritos por Vicher (2007), funcionando justamente como a relação entre eles. O conforto funcional prega que quanto mais confortável um ambiente, mais produtivo serão os habitantes deste local. Partindo desta premissa, o oposto também é valido, quanto menor for o conforto provido para os ocupantes, menos produtivos serão os ocupantes daquele espaço. Essa categoria geralmente é aplicada para ambientes de trabalho. O esquema a seguir é uma adaptação do diagrama elaborado por Vicher (2007) e representa a relação entre os três níveis de conforto ambiental 39 correlacionando eles com os limites fundamentais para se evitar o desconforto. “Cada nível é mensurável separadamente, embora todos precisem ser considerados para que o conforto seja entendido em contexto. ” (VISCHER, 2007,p. 23). Figura 10 - Diagrama adaptado níveis de conforto Fonte: (VISCHER, 2007, p. 26, tradução nossa) 5.2 RELEVÂNCIA DO CONFORTO NO ATUAL CONTEXTO SOCIOECONÔMICO A sensação de se sentir confortável, segundo Krause et al (2005) pode ser a primeira sensação buscada por uma pessoa. Em sua obra, é utilizado o exemplo de um bebê, que, quando se sente confortável consegue ter um sono suave ou brincar tranquilamente, todavia, a partir do momento que a comodidade vai se esvaindo sua irritação começa a surgir e a criança começa a transmitir sinais de desagrado. O ser humano tem dificuldade em descrever, quando está confortável, os aspectos ou os limites desta condição, agora, em situação contrária, o diagnóstico do desconforto é praticamente instantâneo, o ambiente está muito quente, frio em excesso, muito ruído, falta de iluminação, dentre outros. “Depreendemos daí que só existe um conforto, global, indefinível, mas várias fontes, independentes (mas capazes de se somarem) de desconforto. Assim, o que nos preocupa na realidade não é o conforto, mas o desconforto”. (KRAUSE ET AL, 2005, p. 6). 40 Com a evolução das tecnologias, diferentes e inovadores estilos de vida surgem, como por exemplo o Home Office que tem por definição o uso do espaço doméstico como ambiente de trabalho parcial ou integralmente, em alguns ou em todos os dias da semana. O site Abcasa (2017) informa que segundo o IBGE, aproximadamente 53% da população nacional exercem algum tipo de trabalho em tempo parcial, em 2010, esse valor era de 23%, mostrando a evolução e a relevância desta forma de trabalho. De modo que as pessoas estejam cada vez mais passando tempo dentro de suas resistências, é natural que busquem por um ambiente mais confortável, prático e eficiente, visando uma maior produtividade e uma rotina menos estressante, fazendo com que a utilização da automação residencial em edifícios com esta característica ainda mais relevante. 5.3 APLICAÇÃO DA DOMÓTICA PARA O CONFORTO A praticidade e o conforto proporcionados pela tecnologia domótica estão entre os motivos mais relevantes pela procura de sua utilização. Para exercer estas funções, os sistemas de automação residencial se compõem de diferentes técnicas de aplicações e estratégias. Dentro destas características pode se apontar os sistemas de rastreamento e percepção, que, segundo Bolzani (2004), de acordo com Demirdjian (2001), possuem a capacidade de rastreamento dos usuários e objetos dentro do edifício, prevendo o comportamento dos ocupantes a partir de suas respectivas posições e movimentações. Em uma eventual utilização deste sistema domótico, a interação entre o usuário e edifício será conduzida de uma maneira radicalmente diferente em relação aos modelos convencionais. “Assim, no ambiente residencial, a interação não mais será por chaves, botões ou outros meios convencionais, mas sim entendendo outras ações humanas como a voz, postura, movimentos e expressões faciais. ” (BOLZANI, 2004, p. 24). Para ser possível a execução de tais características, é necessário ser aplicado um mecanismo de informação geométrica, que, segundo Bolzani (2004), para gerar um maior conforto aos ocupantes da edificação, devam atender três aspectos em especial: Parâmetros físicos para as interfaces com o usuário, sistema simplificado de controle de dispositivo, interfaceamento simples. 41 Os sistemas de parâmetros físicos para as interfaces com o usuário são responsáveis por possuírem a capacidade de seguir o usuário quando o mesmo se movimenta dentro da residência, assim como transferir as informações coletadas para o acesso do utilizador. Os sistemas simplificados de controle de dispositivos precisam, fundamentado em todo o conhecimento geográfico do ambiente de posicionamento do usuário, identificar e selecionar todos os componentes para a realização de um processo. Finalmente, o interfaceamento simples é responsável por entregar ao usuário uma interface de controle dos sistemas de automação residencial simples, clara e editável. (Bolzani, 2004). A capacidade que uma casa pode ter de, além de executar funções que gerem aos usuários conforto, praticidade e comodidade, ainda prever suas intenções pode ser sumarizada em prática e interessante. Outro modelo de aplicação da automação residencial em prol do bem-estar do usuário está presente nos sistemas de iluminação, que conseguem controlar as luzes de forma integral, podendo ascende- las, desliga-las, ou controlar a intensidade, criando assim cenários de iluminação que podem destacar detalhes arquitetônicos de um cômodo, ou adaptar-se da melhor forma para se assistir um filme ou ler um livro, gerando assim um maior conforto visual para os utilizadores. (Bolzani, 2004). Um outro sistema que merece destaque é o HVAC (sistema de ventilação, ar condicionado e aquecimento) que, por meio de sensores e de preferências estabelecidas pelo o usuário, coleta informações térmicas do local, e utiliza os dados para controlar a temperatura ambiente por meio de aquecedores e resfriadores. De acordo com Bolzani (2004), estes dispositivos podem ainda, ser ligados a sistemas controladores de janelas e portas, para que além de garantir o conforto, possa também ser capaz de conseguir uma maior eficiência energética, como por exemplo, se abrindo uma janela ao invés de se ligar um ventilador. 5.3.1 Exemplos de aplicação da automação residencial para o conforto Da mesma maneira que a evolução tecnológica foi capaz de gerar umavariedade de sistemas que, potencializam a segurança do imóvel, o mesmo pode ser dito para sistemas que abrangem o campo do conforto e comodidade dos usuários sendo que sua escolha de um determinado sistema passa, primordialmente pelos anseios e necessidades dos ocupantes da residência. 42 Como exemplo, foi publicado pela AURESIDE (2015) um artigo técnico apresentado por um boletim da ABD2 um caso prático do desenvolvimento de um sistema de um cliente que estaria se mudando de um apartamento de solteiro para outro com quatro quartos e 230m² para morar com sua nova família. Na nova residência foram implementados um sistema domótico de iluminação que integra as luzes, telas de projeção e persianas, elaborando cenários de iluminação nos ambientes. Ainda também foi disponibilizado uma central de Home Theater que é responsável por todo o controle de áudio e vídeo que disponibiliza som ambiente em todos os cômodos sociais. Além de garantir uma maior comodidade para os usuários. A implementação da automação em sua residência garantiu ao proprietário uma valorização de seu imóvel em conjunto com uma satisfação pessoal. Outro modelo de sistema domótico é conhecido como controle do acesso residência, que, de acordo com Ferreira (2010), se trata de um sistema cujo o usuário possui uma “chave” eletrônica, que não necessariamente significa um objeto físico, ao invés disso pode ser utilizado informações como impressão digital, reconhecimento de voz ou facial, que, por se tratarem de condições individuais, tornam-se impossíveis de serem copiados, elevando a segurança do local. Esse sistema possibilita que o utilizador não precise carregar uma porção de chaves convencionais, pois a chave eletrônica permite o acesso a todas as portas da edificação. O controle do acesso residência ainda possui a opção de ser integrado a outros sistemas domóticos, adicionando-o um número maior de funções tais como o controle de cenários de iluminação do sistema, como exemplo ascendendo parcialmente as luzes e ligando a televisão, além da possibilidade de desarmar o sistema de segurança do edifício, caso possua algum instalado. Uma terceira de possibilidade dentre os sistemas domóticos, potencializando a praticidade dos seus usuários é a central de aspiração a vácuo, que corresponde a uma rede de tubos que pode ser implantada tanto no piso como na parte interior das paredes, que, quando ligados, funcionam de modo a transportar sujeira da residência até uma central de armazenamento, usualmente localizados na área de serviço ou até mesmo na garagem, Esse método, além de prático e eficiente, pois remove 100% do pó aspirado, ainda traz benefícios a saúde dos moradores da edificação pois elimina bactérias, fungos e outros elementos prejudiciais à saúde presentes no conteúdo 2 ABD- Associação Brasileira de Designers de Interiores 43 aspirado. (MATTAR, 2007). A imagem abaixo ilustra o sistema instalado e seu modo de funcionamento. Figura 11 - Sistema de aspiração centrazilado Fonte: (SCHIMITZ-GÜNTER, 1999, apud MATTAR, 2007, p. 66) O controle de portas e cortinas podem ser classificados como um dos maiores fornecedores de praticidade, devido sua função. Segundo Osório et al (2010) este sistema é responsável pelo controle de acionamento de persianas, cortinas e portas, podendo assim, abri-las ou fecha-las de acordo com a necessidade e interesse do usuário. Outra função bastante interessante é a de o sistema também informar ao usuário, mesmo em situações ao qual o mesmo se encontre fora de sua residência, da situação de alguma porta ou janela tenha sido deixada aberta, o usuário pode ser contactado, por exemplo, por meio de seu aparelho celular, o serviço também proporciona o envio de imagens do local. Outras funções de ordem rotineira podem ser automatizadas. Limpeza de piscina, acionamento de bombas, irrigação, controle de sauna, monitoramento de agua e gás, são exemplos de algumas destas possibilidades. (OSÓRIO et al, 2010). A capacidade que a automação residencial tem de gerar situações de conforto, bem-estar e praticidade através de métodos como controle de acesso a residência, de portas, cortinas e de iluminação, valoriza ainda mais a utilização deste 44 sistema, o caracterizando como um sistema, que, acima de tudo, garante a melhoria do estilo de vida de seus usuários. 45 6 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, ECONOMIA E REUTILIZAÇÃO DE RECURSOS É exposto neste capítulo do trabalho os benefícios com edificações que valorizam a eficiência energética e como pode ser alcançada por meio da automação residencial, além de comentar a respeito da reutilização de recursos hídricos e ainda apresenta exemplos do uso da domótica para que se gere um reaproveitamento da água. 6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A eficiência energética em edificações é uma pratica alvejada tanto por profissionais do ramo de construção civil, como pelos frequentadores da construção. “Eficiência Energética pode ser definida como uma atividade técnico-econômica, que tem por objetivo propiciar um uso otimizado de matéria prima fornecida pela natureza. ” (CASTRO, 2015, p. 8). Ainda segundo Castro (2015), a relevância da eficiência energética teve seu início nos anos 70 com o problema do choque de petróleo que alavancou as maiores crises de energias já acontecidas. Para lidar com esta situação, líderes de todo o globo passaram a readequar o gerenciamento e estratégias de utilização de seus recursos energéticos fazendo com que surgisse medidas e técnicas de uso energéticos mais econômicos e eficientes. Uma década depois, outro problema de escala mundial foi posto em pauta, os impactos ambientais derivados do uso de combustíveis fósseis, o que resultou na elaboração do Protocolo de Kyoto em 1997 que se trata de um grande acordo internacional com o enfoque na redução da emissão de dióxido de carbono (CO2), o que fez-se tornar necessário o desenvolvimento de técnicas compactuantes com o conceito de eficiência energética. (CASTRO, 2015) Procurando sistemas mais eficientes, vários países iniciaram sistemas de pesquisa e desenvolvimento como por exemplo a Espanha, que fundou o Instituto para Diversificação e Economia Energética (IDAE), que executa projetos com técnicas de racionalização de energia. Por sua vez, o Canadá possuí o National Action Programo on Climate, com programas que valorizam a conservação de energia em vários campos, como setor de transportes e construção civil. O Brasil também elaborou programas visando otimizar a eficiência da energia consumida no país como 46 o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), Programa Nacional de Conservação de Petróleo e Derivados (CONPET), e o ESCOS, que se trata de um grupo de estudos focados em desenvolver sistemas de conservação de energia. (CASTRO, 2015). O estado brasileiro ainda possuí um outro programa que merece destaque, que é o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (PROCEL EDIFICA), instituído no ano de 2003. Desde sua fundação, a PROCEL EDIFICA promove o uso consciente de energia elétrica juntamente com o incentivo a exploração eficiente de recursos como água, ventilação e luz, buscando a diminuição de desperdício e de impactos ambientais. O programa se baseia em quatro categorias básicas: envoltória, iluminação, condicionamento de ar e aquecimento de água (CASTRO, 2015). O programa possuí um sistema de etiquetagem para classificar os edifícios através de dois regulamentos, o Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética (RTQ), que impõe requisitos técnicos para a verificação da eficiência energética. O Regulamento de Avaliação da Conformidade do Nível de Eficiência Energética (RAC), funciona com um sistema de ranking, avaliandoa eficiência energética de uma edififação, sendo A a nota mais alta, representando a maior eficiência e tendo como E a avaliação mais baixa, representando o sistema menos eficiente. A imagem abaixo é um exemplo com avaliação de um edifício pela PROCEL EDIFICA: Figura 12 - Etiqueta para edificação 47 Fonte: (Castro, 2015, p. 17) 6.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL A utilização da automação residencial expande seus benefícios além da segurança e conforto “O controle de consumo de energia elétrica é outra vantagem para o morador que instala um sistema de automação em sua casa. ” (WORTMEYER; FREITAS E CARDOSO 2005, p. 1066). Com aplicação da domótica, a energia será somente consumida apenas quando necessária e onde for preciso (Wortmeyer; Freitas E Cardoso, 2005). Estes sistemas devem ser encarados como investimento, e não simplesmente objetos de luxo, pois, de acordo com Mattar (2007), a princípio, os sistemas responsáveis pela otimização da eficiência energética, representam um custo inicial maior se 48 comparados com os sistemas convencionais, todavia, devido sua produtividade, estes sistemas garantem uma economia que paga o valor do investimento em um prazo entre dois e cinco anos, gerando lucro desta data em diante. De acordo com Mattar (2007), segundo a American Society for Heating, Refrigeration & Air-conditioning Engineers (ASHARAE) demostraram a proporção de custo total de um edifício representados no gráfico abaixo: Figura 13 - Proporções do custo total de um edifício Fonte: adaptado Mattar (2007) Analisando os dados ilustrados acima constata-se que o valor para manter uma edificação é bem superior ao valor para construí-la, o que deixa explicito a economia que pode ser alcançada através do processo de automação alvejando um imóvel autossustentável. Ainda segundo o autor, a maiorias dos sistemas domóticos atuais de gerenciadores de energia estão envolvidos somente em tarefas como a programação de prazos, redução da demanda e programação de períodos de tempo. Entretanto, em residências inteligentes há um sistema mais complexo ”(..) há a análise do consumo de energia em tempo real (...) Controlando a energia de acordo com a utilidade, há uma possibilidade de reduzir não somente o uso da energia; mas também de diminuir os custos financeiros” (EHRLICH, 2006 apud MATTAR, 2007, p. 55). Como opções de sistemas de automação de uma residência, visando, 49 prioritariamente, uma melhor eficiência energética estão: - Produção de energia através de placas fotovoltaicas; - Aquecimento da água através da energia solar; - Iluminação por sensores de presença; - Iluminação com programadores horários; - Outros sistemas. Muitos dos sistemas domóticos como alarmes, monitoramento, iluminação de segurança, etc., possuem a necessidade de um fornecedor de energia constante. Para isso é necessário a implantação de elementos externos como bateria ou fontes alternativas de energia em situações cujo as concessionárias de energia elétrica não consigam fornecer eletricidade. Dentre as melhores alternativas, está a implantação de placas solares para geração de energia. De acordo com Navarro (2002), citado por Mattar (2007), a energia solar, por si só, é capaz de prover todas as precisões de energia de uma residência. A empresa japonesa OM Solar, que possuem um sistema de energia fotovoltaica disponível para implantação em qualquer residência, afiram que, a implementação de energia solar causa um impacto de 15% dentro do orçamento de uma obra, porém podem acarretar em uma economia que pode chegar até 75% da conta de energia elétrica. Mattar (2007). Figura 14 - Distribuição da energia gerada por placas fotovoltaicas Fonte: (SCHIMITZ-GUNTER, 1999 apud MATTAR, 2007,p. 57) 50 A figura acima ilustra um corte que demonstra a distribuição da energia solar bem como a capacidade de funcionar simultaneamente com a fornecedora pública de energia elétrica. As placas fotovoltaicas ainda podem exercer a função de aquecedores de água, através de um sistema domótico pode ser configurado para que o sistema de aquecimento de água possa ser controlado pelas placas de energia solar, sendo utilizada somente em situações de precisão ou em horário pré-definidos. A iluminação por sensores de presença ou por programadores horários são sistemas de automação que também potencializam a eficiência energética de uma edificação pelo simples fato das lâmpadas estarem ativas quando realmente for necessário, caso que, além gerar economia de energia ainda prolonga a vida útil das lâmpadas. Mattar (2007). Outros sistemas que vão além dos setores de energia solar e iluminação também podem acarretar em um acréscimo de eficiência de energia em uma casa. Conforme Bolzani (2004), controles de portas e persianas que fazem surgir a possibilidade de um melhor uso da luz natural, racionalizando o uso de energia, porém sem o uso desacerbado para que não haja uma carga excessiva sobres os sistemas responsáveis pelo conforto térmico. 6.3 REAPROVEITAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS ATRAVÉS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL Geralmente é ignorado a quantidade de água utilizada em atividades diárias de uma residência. O lavar de carros, motos, calçadas e louças, o regar de plantas, o lavar de louças e banhos, se somados, representam um enorme volume hídrico consumido usualmente notado quando é preciso pagar a conta para a concessionária hidráulica. Felizmente a automação residencial está composta de sistemas capazes de, não somente gerenciem o consumo ou desperdício da água como também possibilitem a reutilização dos recursos hídricos. Como exemplo destes mecanismos, encontra-se o sistema de abastecimento de água e gás, que, de acordo com Bolzani (2004), pode meio da automatização de sensores e bombas permitem um controle sob a vazão, temperatura e pressão dos elementos, permitindo além de um controle de pressão do sistema, controle de 51 qualidade provido pela companhia de saneamento (através de detectores biodegradáveis de microrganismos), configuração de temporização dos sistemas de irrigação, a possibilidade de reuso da água em um estado não potável para lavagens de áreas como quintais, também pode ser utilizada em caso de incêndio, como material para esfriar sistemas de ar condicionado e até ser reaproveitada em descargas de banheiros. Desta forma, se aproveita ao máximo os recursos hídricos, aumentando a efetividade e diminuindo consideravelmente o desperdício. (BOLZANI, 2004). Outra forma de reciclagem dos bens aquosos é o sistema de irrigação automatizada construído com arduino para aproveitar a água proveniente de ar condicionado e aplica-la na irrigação de um jardim. Método elaborado por SANTOS et al (2017?), que consiste em um processo de captação da água solta por um aparelho de ar-condicionado e direcionada a um reservatório. Na parte superior do reservatório é instalado um sensor para comensurar sua distância em relação ao conteúdo hídrico armazenado. O sistema determina como irá funcionar a irrigação de acordo com as informações obtidas pelo sensor que podem ser definidas em níveis baixo, intermediário e alto. No nível baixo o sistema de irrigação não é acionado devido a escassez de agua no reservatório. Em seu nível intermediário, a irrigação automatizada é iniciada de acordo com as configurações pré-programadas. Já o nível alto funciona como método de proteção do sensor, quando alcançado, um alarme sonoro é ativado. A imagem abaixa ajuda a compreensão de funcionamento do sistema. (SANTOS et al, 2017?). Figura 15 - Rotina simplificada da irrigação automatizada. 52 Fonte: (Santos et al, 2017?, p. 5) Com a constante evolução tecnológica, é cada vez mais necessário o desenvolvimento e uso de práticas que se
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