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Marisa Dias de Oliveira
Saúde da Fam
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tenção Básica:
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 Saúde da Fam
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45
Unidade 3
Estratégias e Tecnologias Vol-
tadas a Saúde Da Família
Nesta unidade, falaremos das estratégias 
e tecnologias voltadas para o Programa Saúde da 
Família, atualmente nomeado como Estratégia de 
Saúde da Família, bem como entraremos em con-
tato com os conceitos e formulários utilizados pelas 
equipes de saúde para alimentação do banco de da-
dos do Ministério da Saúde.
Boa leitura!
47
Para que se abranjam as estratégias e tecno-
logias voltadas para a Saúde da Família, cabe descre-
ver as práticas anteriormente utilizadas.
O programa se constitui de uma estratégia de 
reforma incremental do Sistema Único de Saúde no 
Brasil, tendo em vista que o programa aponta para 
mudanças importantes na forma de remunerações das 
ações de saúde, nas formas de organização dos serviços 
e nas práticas assistenciais no plano local, e, portanto, 
no plano de descentralização (PHYSYS, 1998).
A ESF tem como base para a promoção de 
saúde da família: a integralidade, a territorialização 
e a continuidade das ações em saúde. Esta estraté-
gia visa tanto prestar assistência na unidade de saú-
de quanto desenvolver tradicionalmente as ações de 
saúde no domicílio, numa perspectiva de ação inte-
gral em que todos os membros da família são acom-
panhados. O programa intervém sobre os fatores de 
risco aos qual a população está exposta e ainda es-
timula a organização da comunidade para o efetivo 
exercício do controle social.
A visita domiciliar deve fazer parte da ESF 
e é uma ação que necessita de instrumentos de re-
gistro para informação, avaliação e pesquisa, possi-
bilitando avaliar o contexto do individuo e a família, 
observar a realidade da mesma e o que pode estar 
interferindo na não melhora do quadro existente no 
individuo e/ou família. 
48
3.1. Sistema de Informação da Atenção 
Básica – Siab
O SIAB é um sistema idealizado para agre-
gar e processar as informações sobre a população 
acompanhada pelas Equipes de Saúde da Família, 
Saúde Bucal e Agentes Comunitários de Saúde. Es-
sas informações são recolhidas em fichas de cadas-
tramento e de acompanhamento e analisadas a partir 
dos relatórios de consolidação dos dados. Os relató-
rios emitidos pelo SIAB permitem que se conheça a 
realidade sociossanitária da população acompanhada 
e se avalie a adequação dos serviços de saúde ofere-
cidos (DATASUS, 2012).
O Sistema de Informação da Atenção Bási-
ca – SIAB - foi implantado para o acompanhamento 
das ações e dos resultados das atividades realizadas 
pelas equipes do Programa Saúde da Família. O 
SIAB foi desenvolvido como instrumento gerencial 
dos Sistemas Locais de Saúde e incorporou em sua 
formulação conceitos como território, problema e 
responsabilidade sanitária, completamente inserido 
no contexto de reorganização do SUS no país, o 
que fez com que assumisse características distintas 
dos demais sistemas existentes. Tais características 
significaram avanços concretos no campo da infor-
mação em saúde. Dentre elas, destacamos: microes-
pacialização de problemas de saúde e de avaliação 
49
de intervenções; utilização mais ágil e oportuna da 
informação; produção de indicadores capazes de co-
brir todo o ciclo de organização das ações de saúde 
a partir da identificação de problemas; consolidação 
progressiva da informação, partindo de níveis me-
nos agregados para mais agregados. Principal instru-
mento de monitoramento das ações do Programa 
Saúde da Família tem sua gestão na Coordenação de 
Acompanhamento e Avaliação/DAB/SAS (CAA/
DAB/SAS), cuja missão é monitorar e avaliar a aten-
ção básica, instrumentalizando a gestão e fomentar/
consolidar a cultura avaliativa nas três instâncias de 
gestão do SUS. (DATASUS)
Com o aumento das famílias atendidas pelo 
PSF e o número de agentes comunitários de saúde au-
mentado, foi estabelecido este sistema porque os dados 
coletados e arquivados manualmente, se tornou inefi-
ciente para o aproveitamento dos mesmos. (MS, 2003)
Com a implantação desse sistema foram 
apresentados vários formulários que fazem parte de 
uma Equipe de Saúde da Família, e, para que estes 
produzam o efeito esperado, precisamos nos atentar 
para algumas explicações referentes aos dados que 
devem ser coletados e como devem ser inseridos no 
formulário para que estes dados constem nos relató-
rios que o SIAB pode fornecer para as instituições. 
No decorrer deste tópico, serão descritos os con-
ceitos necessários para se manipular este sistema de 
50
informação, e logo mais veremos os modelos dos 
formulários a serem preenchidos pelos profissionais 
de saúde que integram a equipe de Saúde da Família.
3.1.1 Conceitos para SIAB – Sistema de 
Informação de Atenção Básica
Família - é o conjunto de pessoas ligadas 
por laços de parentesco, dependência doméstica 
ou normas de convivência que residem na mes-
ma unidade domiciliar. Inclui empregado (a) do-
méstico (a) que reside no domicílio, pensionistas 
e agregados (BRASIL, 1988).
Domicílio - designa o “local de moradia es-
truturalmente separado e independente, constituído 
por um ou mais cômodos”. A separação fica carac-
terizada quando o local de moradia é limitado por 
paredes (muros ou cercas, entre outros) e coberto 
por um teto que permita que seus moradores se iso-
lem, cujos residentes arcam com parte ou todas as 
suas despesas de alimentação ou moradia. Conside-
ra-se independente o local de moradia que tem aces-
so direto e que permite a entrada e a saída de seus 
moradores sem a passagem por local de moradia de 
outras pessoas.
• Em casa de cômodos (cortiços), considera-
-se como um domicílio cada unidade residencial.
51
• Também são considerados domicílios: 
prédios em construção, embarcação, carroça, vagão, 
tenda, gruta e outros locais que estejam servindo de 
moradia para a família.
Peridomicílio - é o espaço externo próximo 
à casa e que inclui os seus anexos.
Anexos - é a unidade de construção, 
permanente ou não, peridomiciliar, que sirva de 
abrigo para animais ou para depósito, assim como 
todas as demais dependências externas no peridomi-
cílio, contíguas à casa.
Microárea- o espaço geográfico delimitado 
onde residem de 400 a 750 pessoas e corresponde à área 
de atuação de um agente comunitário de saúde (ACS).
Área - o conjunto de microáreas sob a res-
ponsabilidade de uma equipe de saúde. A composi-
ção da equipe de saúde e as coberturas assistenciais 
variam de acordo com o modelo de atenção adota-
do. A área pode assumir diversas configurações:
- Área no Programa de Agentes Comunitá-
rios de Saúde (PACS) - é o conjunto de microáre-
as cobertas por uma equipe do PACS (1 instrutor/
supervisor e, no máximo, 30 agentes comunitários 
de saúde) dentro de um mesmo segmento territorial. 
Neste caso, embora as microáreas sejam referencia-
52
das geograficamente, nem sempre são próximas.
- Área na Estratégia da Saúde da Família - é 
o conjunto de microáreas próximas sob a respon-
sabilidade de uma equipe de saúde da família, onde 
residem de 2.400 a 4.500 pessoas.
- Outros (demanda espontânea, oferta progra-
mática etc.) - nos modelos de atenção onde não 
há a anotação de clientela por território, os dados 
coletados referem-se à população atendida na uni-
dade de saúde. É muito comum haver uma área de 
abrangência para cada unidade de saúde, mesmo não 
se tendo uma definição territorial formal.
Segmento Territorial - o segmento é um 
conjunto de áreas contíguas que pode corresponder à 
delimitação de um Distrito Sanitário, de uma Zona de 
Informação do IBGE ou a outro nível de agregação 
importante para o planejamento e avaliação em saúde 
no Município. É a divisão territorial utilizada para a aná-
lise espacial dos dados em um determinado município.
As informações para alimentação do siste-
ma são recolhidas em fichas de cadastramento e de 
acompanhamento e analisadas a partir dos relató-
rios de consolidação dosdados.
São instrumentos de coleta de dados:
• Cadastramento das famílias - Ficha A;
• Acompanhamento de gestantes - Ficha B-GES;
53
• Acompanhamento de hipertensos - Ficha 
B-HA;
• Acompanhamento de diabéticos - Ficha B-DIA;
• Acompanhamento de pacientes com tuberculo-
se - Ficha B-TB;
• Acompanhamento de pacientes com hanseníase 
- Ficha B-HAN;
• Acompanhamento de crianças - Ficha C (Car-
tão da Criança);
• Registro de atividades, procedimentos e notifi-
cações - Ficha D.
• São instrumentos de consolidação dos dados:
• Relatórios de consolidado anual das famílias ca-
dastradas - Relatórios A1, A2, A3 e A4;
• Relatório de situação de saúde e acompanha-
mento das famílias - Relatório SSA2 eSSA4;
• Relatórios de produção e marcadores para ava-
liação - Relatório PMA2 e PMA4.
Os números 1, 2, 3 e 4, nos relatórios, indi-
cam os níveis de agregação correspondentes:micro 
área (1), área (2), segmento (3) e município (4).
No modelo do Programa de Saúde da Famí-
lia (PSF) serão usados todos os instrumentos (fichas 
e relatórios) do SIAB.
O Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (PACS) utiliza os seguintes instrumentos do 
54
SIAB para o cadastramento das famílias (ficha A e 
relatórios A1, A2, A3 e A4):
• As fichas de acompanhamento de gestantes e 
das crianças (fichas B-GES e C);
• A ficha de registro de atividades, procedimentos 
e notificações (ficha D); e os relatórios de situação 
de saúde e acompanhamento das famílias (relatórios 
SSA2 e SSA4).
• Nos locais onde os agentes comunitários de 
saúde do PACS acompanharem sistematicamente 
os hipertensos, os diabéticos e os pacientes com 
tuberculose ou hanseníase, sugere-se a utilização 
das fichas B-HA, B-DIA, B-TB e B-HAN, respec-
tivamente, instrumentos específicos de acompanha-
mento destes grupos.
• Os relatórios PM2 e PM4.
• O modelo de atenção classificado como outro 
pode utilizar os instrumentos do SIAB de diversos 
modos:
• Se o município optar por fazer anotação de clien-
tela por microáreas e/ou áreas e realizar o cadastro 
das famílias, mesmo não adotando o PACS ou o PSF 
como estratégia de oferta de serviços, poderá utilizar:
a) a ficha de cadastro (Ficha A) e seus relató-
rios (A1, A2, A3 e A4);
b) a ficha de registro de atividades, procedi-
mentos e notificações (ficha D); e
55
c) os relatórios de produção e marcadores para 
avaliação (PMA2 e PMA4).
Não serão utilizadas as Fichas B (GES, HA, DIA, 
TB, HA) e Ficha C, que são específicas para o regis-
tro de acompanhamento domiciliar.
• Caso o município não faça a anotação da clientela 
nem cadastro das famílias, poderão ser usados apenas:
a) a ficha de registro de atividades, procedi-
mentos e notificações (ficha D); e
b) os relatórios de produção e marcadores 
para avaliação (PMA2 e PMA4).
Como descrito, a estratégia de Saúde da Fa-
mília utiliza de vários formulários para alimentar o 
Sistema de Informação da atenção básica para se ter 
precisão dos dados dos relatórios. Observando os 
formulários, vê-se necessária a sua apresentação, vi-
sando o contato profissional.
Confira os exemplos de ficha citados a 
seguir nos anexos. 
Ficha A (Figuras 3 e 4)
É preenchida nas primeiras visitas realizadas 
pelo agente comunitário de saúde (ACS) as famílias 
da comunidade. As informações recolhidas permi-
tem a equipe de saúde conhecer as condições de vida 
56
das pessoas da comunidade. Nesta ficha, deve conter 
as informações da família e todos os dados devem 
ser atualizados no caso de haver alguma alteração. 
Onde o sistema for informatizado, os dados devem 
ser alterados imediatamente, ou alterados anualmen-
te, sempre no mês de janeiro, através do preenchi-
mento dos relatórios A1, A2, A3 e A4. Caso haja o 
desligamento de alguma família, deve ser comunica-
do para o supervisor, em reunião mensal, o núme-
ro de famílias cadastradas e alteradas nos relatórios 
SSA2 e SSA4. Caso seja informatizado, devem ser 
excluídos do sistema.
Ficha B-GES – Acompanhamento de 
Gestantes (Figura 5)
Na ficha B-GES, o ACS cadastra e acompanha 
mensalmente o estado de saúde das gestantes. Em cada 
visita, o ACS atualiza esta ficha com os dados atuais da 
gestante e a mantém sob sua responsabilidade.
Ficha B-HA – Ficha de acompanhamen-
to de hipertensos (Figura 6)
A ficha B-HA serve para cadastramento e 
acompanhamento mensal de pacientes hipertensos, 
sendo acompanhados apenas os pacientes com o 
diagnóstico médico estabelecido.
57
Ficha B-DIA – Acompanhamento de 
diabéticos (Figura 7)
A Ficha B-DIA serve para cadastramento e 
acompanhamento mensal de paciente diabético, já com 
o diagnóstico estabelecido pelo médico. Esta ficha tam-
bém deve ser mantida sob a responsabilidade do ACS. 
Havendo alguma alteração, ou inclusão de caso novo, 
deve-se comunicar ao supervisor da unidade.
Ficha B-TB – Acompanhamento de pes-
soas com tuberculose (Figura 8)
A ficha B-TB serve para cadastramento e 
acompanhamento de pacientes com tuberculose, 
que, da mesma maneira que a ficha para hipertensos 
e diabéticos, o paciente com tuberculose já deve ter 
seu diagnóstico estabelecido pelo médico.
Ficha B-HAN – Acompanhamento de 
pessoas com hanseníase (Figura 9)
A ficha B-HAN serve para cadastramento e 
acompanhamento de pacientes com o diagnóstico 
de hanseníase já estabelecido pelo médico.
Ficha C
A ficha C se refere à cópia sombra do Cartão 
58
da Criança, o mesmo utilizado em todas as unidades 
de serviços de saúde, que deve ficar com a ACS. O 
Ministério da Saúde produz dois modelos de cartão, 
o destinado às crianças do sexo feminino e outro 
para o masculino. Toda criança que tiver menos de 
cinco anos de idade deve ter este cartão.
Ficha D (Figura 10)
Além das fichas apresentadas, o SIAB – Sis-
tema de Informação da Atenção Básica, também 
dispõe de relatórios que são emitidos a partir das 
informações colhidas durante as visitas dos agentes 
de saúde. A seguir, esses relatórios serão explicados.
Iniciamos pelos relatórios A1, A2, A3 e A4, 
que dizem respeito às condições de moradia, abaste-
cimento de água, saneamento básico, destino de lixo, 
dentre outros. 
O relatório A1 tem como objetivo consoli-
dar as informações colhidas pelos agentes nas fichas 
A de mesma microárea.
Na frente do relatório A1, são consolida-
dos os dados dos indivíduos das famílias por idade, 
sexo, situação de escolaridade e cobertura de plano 
de saúde. No verso do relatório são consolidados os 
dados relativos a doença ou condição por faixa etária 
e condições de moradia e saneamento.
O relatório A2 tem a função de consolidar 
59
os dados dos Relatórios A1 de uma mesma área/
equipe. Ele representa a soma das informações dos 
relatórios A1 de todos os membros de uma equipe 
e permite que um supervisor detecte os pontos vul-
neráveis da sua área de atuação e fundamente sua 
forma de atuação.
O relatório A3 serve para análises de agre-
gados homogêneos, e consolida os dados das famílias 
acompanhadas pelas equipes de um mesmo segmen-
to territorial. O município deve definir previamente 
a classificação mais adequada para realizar a análise 
de dados por segmento territorial. 
No relatório A4 são consolidados os dados das 
famílias cadastradas por todas as equipes do município. 
Deverá ser preenchido um relatório para as áreas/equi-
pes da zona rural, um para a zona urbana e um para o 
total do município. Uma cópia dos relatórios deve ficar 
no município e outra deve ser encaminhada à Coorde-
nação Regional que, por sua vez, enviará uma cópia à 
Coordenação Estadual do Programa.
Apresentam-se os demais relatórios que 
também fazem parte do SIAB, são eles: SSA2, SSA4, 
PMA2 e PMA4. No relatório SSA2 consolida in-
formações sobre a situação de saúde das famílias 
acompanhadas em cada área. Os dados para o seu 
preenchimento são provenientes das Fichas A, B, C 
e D e referem-se às microáreas de uma mesma área. 
Este relatório deve ser preenchido apenas quando o 
60
modelo de atenção for Programa de Estratégia de 
Saúde da Família (ESF).
No relatório SSA4 consolidaos dados refe-
rentes às áreas de um mesmo município, por modelo 
de atenção e de zona (urbana ou rural). O preenchi-
mento do Relatório SSA4 deve ser efetuado no início 
de cada mês, a partir dos dados dos Relatórios SSA2 
de todas as equipes de saúde atuantes (PACS e PSF). 
O trabalho de consolidação dos dados deve ser re-
alizado por profissionais de saúde da coordenação 
municipal/ Secretaria Municipal de Saúde durante 
reunião mensal com as equipes. Observando que o 
relatório SSA4 só deve ser preenchido em unidades 
em que o sistema não seja informatizado.
O relatório PMA2 consolida mensalmente a 
produção de serviços e a ocorrência de doenças e/ou 
de situações consideradas como marcadoras, por área. 
Será utilizado nos casos em que o modelo de atenção 
for o Programa de Saúde da Família (PSF) ou outro 
(demanda espontânea ou oferta programática).
Os marcadores são eventos mórbidos ou si-
tuações indesejáveis, tais como: doenças que devem 
ser notificadas com o objetivo de, em médio prazo, 
avaliar as mudanças no quadro de saúde da popu-
lação atendida. É importante observar que, neste 
modelo, o nível de agregação corresponde à área de 
abrangência da unidade de saúde.
Os dados necessários ao seu preenchimento 
61
são constantes das Fichas D e dos relatórios SSA2.
O Relatório PMA4 destina-se à consolidação 
mensal dos dados dos Relatórios PMA2, apenas nos 
municípios onde o sistema não esteja informatizado, 
totalizando as informações referentes à produção de 
serviços e à ocorrência de doenças e/ou situações 
consideradas como marcadoras, por município.
Segue também, no anexo, o Quadro I, onde 
constam os dados consolidados no relatório SSA2, 
segundo instrumentos de coleta.
62
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) A Estratégia da Saúde da Família utiliza de vários 
formulários para coleta de dados da população atendi-
da. Cite quais são esses e a finalidade de cada um deles.
2) O SIAB é um Sistema de Informação e para uti-
lizá-lo de maneira eficiente é necessário que se tenha 
conhecimento de alguns conceitos. Quais são eles? 
Descreva-os sucintamente.
3) O relatório A2 tem a função de consolidar os 
dados dos relatórios A1 de uma mesma equipe. O 
que ele representa?
4) Quais características significaram avanços con-
cretos no campo da informação em saúde?
5) Qual a missão que a Coordenação de Acompa-
nhamento e Avaliação tem no monitoramento das 
ações da ESF?
63
Unidade 4
Intersetorialidade
e Multiprofissionalidade
Nesta unidade, falaremos sobre a responsa-
bilidade dos setores estaduais, municipais e federais 
perante os programas de saúde, bem como o con-
texto dos profissionais que atuam nestes programas.
Bons estudos!
65
Transcorridas quase duas décadas do pro-
cesso de institucionalização do Sistema Único 
de Saúde, a sua implantação e implementação 
evoluíram muito, especialmente em relação aos 
processos de descentralização e municipalização 
das ações e serviços de saúde. (MS, 2006)
Intersetorialidade é um processo de cons-
trução compartilhada, em que os diversos setores 
envolvidos são tocados por saberes, linguagens e 
modos de fazer. A intersetorialidade implica a exis-
tência de algum grau de abertura em cada setor 
envolvido para dialogar, estabelecendo vínculos 
pela melhoria da qualidade de vida da população. 
Porém, a intersetorialidade não deve ser pensada 
como uma estratégia única a ser aplicada sobre os 
diferentes territórios e populações. Ao contrário, 
ela deve responder às necessidades de saúde de uma 
coletividade, mobilizando os setores necessários 
para isso e, principalmente, envolvendo a população 
no percurso do diagnóstico da situação à avaliação 
das ações implantadas (CAMPOS, et al, 2004). Com 
isso, pode-se dizer que o documento das diretrizes 
do Pacto pela Saúde, de 2006, contempla o pacto 
firmado pelos gestores do SUS em três dimensões: 
pela Vida, de Gestão e em defesa do SUS.
A implantação deste Pacto, em suas três dimen-
66
sões, possibilita a efetivação de acordos entre as três es-
feras de gestão do SUS para a reforma de aspectos ins-
titucionais vigentes, promovendo inovações nos proces-
sos e instrumentos de gestão que visam alcançar maior 
efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas e, ao 
mesmo tempo, redefine responsabilidades coletivas por 
resultados sanitários em função das necessidades de saú-
de da população e na busca da equidade (MS, 2006).
O Pacto pela Vida é o compromisso entre 
os gestores do SUS em torno de prioridades que 
apresentam impacto sobre a situação da saúde da 
população. A definição de prioridades deve ser 
estabelecida por meio de metas estaduais, municipais 
e nacionais. Os estados/regiões/municípios devem 
pactuar as ações para alcançar as metas: a saúde do 
idoso; controle do câncer da mama e colo do útero; 
redução da mortalidade infantil e materna; fortaleci-
mento da capacidade de resposta às doenças emer-
gentes e endemias, com ênfase na dengue, hansení-
ase, tuberculose, malária e influenza; promoção da 
Saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.
Com a ênfase na Atenção Básica, destacam-
-se os objetivos do fortalecimento da mesma, são eles: 
• Assumir a estratégia de Saúde da Família como 
estratégia prioritária para o fortalecimento da aten-
ção básica, devendo seu desenvolvimento considerar 
as diferenças locorregionais; 
67
• Desenvolver ações de qualificação dos profis-
sionais da atenção básica por meio de estratégias de 
educação permanente e de oferta de cursos de espe-
cialização e residência multiprofissional e em medi-
cina da família; 
• Consolidar e qualificar a Estratégia de Saúde 
da Família nos pequenos e médios municípios; am-
pliar e qualificar a Estratégia de Saúde da Família nos 
grandes centros urbanos;
• Garantir a infraestrutura necessária ao funcio-
namento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-
-as de recursos materiais, equipamentos e insumos 
suficientes para o conjunto de ações propostas para 
estes serviços; 
• Garantir o financiamento da Atenção Básica como 
responsabilidade das três esferas de gestão do SUS;
• Aprimorar a inserção dos profissionais da Aten-
ção Básica nas redes locais de saúde, por meio de 
vínculos de trabalho que favoreçam o provimento e 
fixação dos profissionais; 
• Implantar o processo de monitoramento e ava-
liação da Atenção Básica nas três esferas de governo, 
com vistas à qualificação da gestão descentralizada;
• Apoiar diferentes modos de organização e for-
talecimento da Atenção Básica que considere os 
princípios da estratégia de Saúde da Família, respei-
tando as especificidades loco regionais.
68
A unidade se caracteriza como porta de 
entrada do sistema local de saúde, e deve trabalhar 
como definição de um território de abrangência (área 
sob sua responsabilidade). Esta unidade pode traba-
lhar com uma ou mais equipes de saúde, que devem 
ser compostas, no mínimo, por: um médico genera-
lista, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 
agentes de saúde, responsáveis por seiscentas a mil 
famílias, com limite máximo de 45 mil habitantes.
O enfermeiro desenvolve atividades tanto 
na unidade como na comunidade, apoiando e super-
visionando o trabalho da sua equipe e assistindo as 
pessoas que necessitam de atenção específica de en-
fermagem. (FIGUEIREDO e ORG., 2007).
Segundo Lages (2002), o programa propõe a 
superação dos modelos tradicionais de operar ações 
de saúde trazendo inovações nos tipos de contratos 
dos profissionais, nos tipos de remuneração, nas prá-
ticas, dentre outros, apoiando-se nas comunidades 
que são o objeto das ações (LAGES, 2002). O res-
gate da prática generalista, onde a compreensão do 
processo saúde-doença a que estão expostos os in-
divíduos passa a ser pensada de forma mais amplia-
da, a partir da realidade local, comunitária e familiar 
(FERNANDES; SECLEN-PALACIN, 2004)
Para tanto, o processo de trabalho do PSF 
é desenvolvido por uma equipe multiprofissional 
composta por um médico, um enfermeiro, um auxi-
69
liar de enfermagem e quatro a seis agentesde saúde 
(ACS). Estes devem atuar em regime de dedicação 
exclusiva e de forma integrada entre si, bem como 
buscar parcerias com os diversos segmentos da so-
ciedade (BRASIL, 1994).
O Pacto de Gestão estabelece diretrizes para 
a gestão do sistema nos aspectos da Descentraliza-
ção; Regionalização; Financiamento; Planejamento; 
Programação Pactuada e Integrada – PPI; Regula-
ção; Participação e Controle Social; Gestão do Tra-
balho e Educação na Saúde.
O Pacto em Defesa do SUS tem como dire-
trizes: expressar os compromissos entre os gestores 
do SUS com a consolidação da Reforma Sanitária 
Brasileira, explicitada na defesa dos princípios do 
Sistema Único de Saúde estabelecida na Constitui-
ção Federal; desenvolver e articular ações, no seu 
âmbito de competência e em conjunto com os de-
mais gestores, que visem qualificar e assegurar o Sis-
tema Único de Saúde como política pública.
Para aprofundar a descentralização, são 
fixadas as seguintes premissas que orientam este pro-
cesso: cabe ao Ministério da Saúde a proposição de 
políticas, participação no cofinanciamento, coopera-
ção técnica, avaliação, regulação, controle e fiscaliza-
ção, além da mediação de conflitos; Descentralização 
dos processos administrativos relativos à gestão para 
as Comissões Intergestores Bipartite; as seiscentas são 
70
instâncias de pactuação e deliberação para a realização 
dos pactos intraestaduais e a definição de modelos 
organizacionais, a partir de diretrizes e normas pac-
tuadas na Comissão Intergestores Tripartite; as deli-
berações das Comissões Intergestores Bipartite e Tri-
partite devem ser por consenso; a Comissão Interges-
tores Tripartite e o Ministério da Saúde promoverão e 
apoiarão o processo de qualificação permanente para 
as Comissões Intergestores Bipartite; o detalhamento 
deste processo, no que se refere à descentralização de 
ações realizadas hoje pelo Ministério da Saúde, será 
objeto de portaria específica.
4.1. As Responsabilidades das Esferas 
Gestoras
Além das responsabilidades propostas na 
Política Nacional de Atenção Básica em relação à 
ESF, as esferas gestoras também têm sua respon-
sabilidade, conforme o Ministério da Saúde (2006) 
apresenta. No decorrer do texto serão descritas as 
competências de cada esfera e as responsabilidades 
gerais da gestão do SUS.
Todo município é responsável pela integrali-
dade da atenção à saúde da sua população, exercen-
do essa responsabilidade de forma solidária com o 
estado e a União.
71
Todo município deve segundo o Pacto 
de Gestão do SUS: Garantir a integralidade das 
ações de saúde prestadas de forma interdisciplinar, 
por meio da abordagem integral e contínua do in-
divíduo no seu contexto familiar, social e do traba-
lho; englobando atividades de promoção da saúde, 
prevenção de riscos, danos e agravos; ações de as-
sistência, assegurando o acesso ao atendimento das 
urgências; promover a equidade na atenção à saúde, 
considerando as diferenças individuais e de grupos 
populacionais, por meio da adequação da oferta 
às necessidades como princípio de justiça social, e 
ampliação do acesso de populações em situação de 
desigualdade, respeitadas as diversidades locais; par-
ticipar do financiamento tripartite do Sistema Úni-
co de Saúde; assumir a gestão e executar as ações 
de atenção básica, incluindo as ações de promoção 
e proteção, no seu território; assumir integralmen-
te a gerência de toda a rede pública de serviços de 
atenção básica, englobando as unidades próprias e 
as transferidas pelo estado ou pela união; com apoio 
dos estados, identificar as necessidades da população 
do seu território e fazer um reconhecimento das ini-
quidades, oportunidades e recursos; desenvolver, a 
partir da identificação das necessidades, um proces-
so de planejamento, regulação, programação pactu-
ada e integrada da atenção à saúde, monitoramento 
e avaliação; formular e implementar políticas para 
72
áreas prioritárias, conforme definido nas diferentes 
instâncias de pactuação; organizar o acesso a servi-
ços de saúde resolutivos e de qualidade na atenção 
básica, viabilizando o planejamento, a programa-
ção pactuada e integrada da atenção à saúde, bem 
como o acesso à atenção à saúde no seu território, 
explicitando a responsabilidade, o compromisso e o 
vínculo do serviço e equipe de saúde com a popu-
lação do seu território, desenhando a rede de aten-
ção e promovendo a humanização do atendimento; 
organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de 
atenção especializada, a partir das necessidades da 
atenção básica, configurando a rede de atenção, por 
meio dos processos de integração e articulação dos 
serviços de atenção básica com os demais níveis do 
sistema, com base no processo da programação pac-
tuada e integrada da atenção à saúde; pactuar e fazer 
o acompanhamento da referência da atenção que 
ocorre fora do seu território, em cooperação com o 
estado,Distrito Federal e com os demais municípios 
envolvidos no âmbito regional e estadual, confor-
me a programação pactuada e integrada da atenção 
à saúde; garantir estas referências de acordo com a 
programação pactuada e integrada da atenção à saú-
de, quando dispõe de serviços de referência inter-
municipal; garantir a estrutura física necessária para 
a realização das ações de atenção básica, de acordo 
com as normas técnicas vigentes; promover a es-
73
truturação da assistência farmacêutica e garantir,em 
conjunto com as demais esferas de governo, o aces-
so da população aos medicamentos cuja dispensa-
ção esteja sob sua responsabilidade, promovendo 
seu uso racional, observadas as normas vigentes e 
pactuações estabelecidas; assumir a gestão e execu-
ção das ações de vigilância em saúde realizadas no 
âmbito local, compreendendo as ações de vigilân-
cia epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo 
com as normas vigentes e pactuações estabelecidas; 
elaborar, pactuar e implantar a política de promoção 
da saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no 
âmbito nacional.
Aos Estados compete: responder, solidaria-
mente com municípios, distrito federal e união, pela 
integralidade da atenção à saúde da população; par-
ticipar do financiamento tripartite do sistema único 
de saúde; formular e implementar políticas para áreas 
prioritárias, conforme definido nas diferentes instân-
cias de pactuação; coordenar, acompanhar e avaliar, 
no âmbito estadual, a implementação dos pactos 
pela vida e de gestão e seu termo de compromisso; 
apoiar técnica e financeiramente os municípios, para 
que estes assumam integralmente sua responsabilida-
de de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes; 
apoiar técnica, política e financeiramente a gestão da 
atenção básica nos municípios, considerando os ce-
74
nários epidemiológicos, as necessidades de saúde e a 
articulação regional, fazendo um reconhecimento das 
iniquidades, oportunidades e recursos; fazer reconhe-
cimento das necessidades da população no âmbito 
estadual e cooperar técnica e financeiramente com 
os municípios,para que possam fazer o mesmo nos 
seus territórios; desenvolver, a partir da identificação 
das necessidades, um processo de planejamento, re-
gulação, programação pactuada e integrada atenção à 
saúde, monitoramento e avaliação; coordenar o pro-
cesso de configuração do desenho da rede de atenção, 
nas relações intermunicipais, com a participação dos 
municípios da região; organizar e pactuar com os mu-
nicípios, o processo de referência intermunicipal das 
ações e serviços de média e alta complexidade a partir 
da atenção básica, de acordo com a programação pac-
tuada e integrada da atenção à saúde; realizar o acom-
panhamento e a avaliação da atenção básica no âmbito 
do território estadual; apoiar técnica e financeiramente 
os municípios para que garantam a estrutura física ne-
cessária para a realização das ações de atenção básica; 
promover a estruturação da assistência farmacêuti-
ca e garantir,em conjunto com as demais esferas de 
governo, o acesso da população aos medicamentos 
cujadispensação esteja sob sua responsabilidade, 
fomentando seu uso racional e observando as nor-
mas vigentes e pactuações estabelecidas; coordenar e 
executar as ações de vigilância em saúde, compreen-
75
dendo as ações de média e alta complexidade desta 
área, de acordo com as normas vigentes e pactuações 
estabelecidas; assumir transitoriamente, quando ne-
cessário, a execução das ações de vigilância em saúde 
no município, comprometendo-se em cooperar para 
que o município assuma, no menor prazo possível, 
sua responsabilidade; executar algumas ações de vi-
gilância em saúde, em caráter permanente,mediante 
acordo bipartite e conforme normatização específica; 
supervisionar as ações de prevenção e controle da vi-
gilância em saúde, coordenando aquelas que exigem 
ação articulada e simultânea entre os municípios; 
apoiar técnica e financeiramente os municípios para 
que executem com qualidade as ações de vigilância 
em saúde, compreendendo as ações de vigilância epi-
demiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as 
normas vigentes e pactuações estabelecidas; elaborar, 
pactuar e implantar a política de promoção da saúde, 
considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito 
nacional; coordenar, normatizar e gerir os laborató-
rios de saúde pública; assumir a gestão e a gerência 
de unidades públicas de hemonúcleos/hemocentros e 
elaborar normas complementares para a organização 
e funcionamento desta rede de serviços.
Ao Distrito Federal compete: responder, 
solidariamente com a União, pela integralidade da 
atenção à saúde da população; garantir a integralida-
76
de das ações de saúde prestadas de forma interdis-
ciplinar, por meio da abordagem integral e contínua 
do indivíduo no seu contexto familiar, social e do 
trabalho; englobando atividades de promoção da 
saúde, prevenção de riscos, danos e agravos; ações 
de assistência, assegurando o acesso ao atendimento 
das urgências; promover a equidade na atenção à saú-
de, considerando as diferenças individuais e de gru-
pos populacionais, por meio da adequação da oferta 
às necessidades, como princípio de justiça social e 
ampliação do acesso de populações em situação de 
desigualdade, respeitadas as diversidades locais; par-
ticipar do financiamento tripartite do Sistema Único 
de Saúde; coordenar, acompanhar e avaliar, no âm-
bito estadual, a implementação dos Pactos pela Vida 
e de Gestão e seu Termo de Compromisso de Ges-
tão; assumir a gestão e executar as ações de atenção 
básica, incluindo as ações de promoção e proteção, 
no seu território; assumir integralmente a gerência 
de toda a rede pública de serviços de atenção básica, 
englobando as unidades próprias e as transferidas 
pela União; garantir a estrutura física necessária para 
a realização das ações de atenção básica, de acordo 
com as normas técnicas vigentes; realizar o acompa-
nhamento e a avaliação da atenção básica no âmbito 
do seu território; identificar as necessidades da po-
pulação do seu território, fazer um reconhecimento 
das iniquidades, oportunidades e recursos; desenvol-
77
ver, a partir da identificação das necessidades, um 
processo de planejamento, regulação, programação 
pactuada e integrada da atenção à saúde, monitora-
mento e avaliação; formular e implementar políticas 
para áreas prioritárias, conforme definido nas instân-
cias de pactuação; organizar o acesso a serviços de 
saúde resolutivos e de qualidade na atenção básica, 
viabilizando o planejamento, a programação pactua-
da e integrada da atenção à saúde, bem como o aces-
so à atenção à saúde no seu território, explicitando a 
responsabilidade, o compromisso e o vínculo do ser-
viço e equipe de saúde com a população do seu terri-
tório, desenhando a rede de atenção e promovendo 
a humanização do atendimento; organizar e pactuar 
o acesso a ações e serviços de atenção especializada 
a partir das necessidades da atenção básica, confi-
gurando a rede de atenção, por meio dos processos 
de integração e articulação dos serviços de atenção 
básica com os de mais níveis do sistema, com base 
no processo da programação pactuada e integrada 
da atenção à saúde; pactuar e fazer o acompanha-
mento da referência da atenção que ocorre fora do 
seu território, em cooperação com os estados envol-
vidos no âmbito regional, conforme a programação 
pactuada e integrada da atenção à saúde; promover 
a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, 
em conjunto com a União, o acesso da população 
aos medicamentos cuja dispensação esteja sob sua 
78
responsabilidade, fomentando seu uso racional e 
observando as normas vigentes e pactuações estabe-
lecidas; garantir o acesso aos serviços de referência 
de acordo com a programação pactuada e integrada 
da atenção à saúde; elaborar, pactuar e implantar a 
política de promoção da saúde,considerando as di-
retrizes estabelecidas no âmbito nacional; assumir a 
gestão e execução das ações de vigilância em saúde 
realizadas no âmbito do seu território, compreen-
dendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitá-
ria e ambiental, de acordo com as normas vigentes 
e pactuações estabelecidas; executar e coordenar as 
ações de vigilância em saúde, compreendendo as 
ações de média e alta complexidade desta área, de 
acordo com as normas vigentes e pactuações estabe-
lecidas; coordenar, normatizar e gerir os laboratórios 
de saúde pública; assumir a gestão e a gerência de 
unidades públicas de hemonúcleos/ hemocentros e 
elaborar normas complementares para a organiza-
ção e funcionamento desta rede de serviços.
Compete a União: responder, solidariamen-
te com os municípios, o Distrito Federal e os estados, 
pela integralidade da atenção à saúde da população; 
participar do financiamento tripartite do Sistema Úni-
co de Saúde; formular e implementar políticas para 
áreas prioritárias, conforme definido nas diferentes 
instâncias de pactuação; coordenar e acompanhar, no 
79
âmbito nacional, a pactuação e avaliação do Pacto de 
Gestão e Pacto pela Vida e seu Termo de Compro-
misso; apoiar o Distrito Federal, os estados e conjun-
tamente com estes, os municípios, para que assumam 
integralmente as suas responsabilidades de gestores 
da atenção à saúde; apoiar financeiramente o Distrito 
Federal e os municípios, em conjunto com os estados, 
para que garantam a estrutura física necessária para a 
realização das ações de atenção básica; prestar coo-
peração técnica e financeira aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios para o aperfeiçoamento das 
suas atuações institucionais na gestão da atenção bási-
ca; exercer de forma pactuada as funções de normati-
zação e de coordenação no que se refere à gestão na-
cional da atenção básica no SUS; identificar, em arti-
culação com os estados, Distrito Federal e municípios, 
as necessidades da população para o âmbito nacional, 
fazendo um reconhecimento das iniquidades, opor-
tunidades e recursos; e cooperar técnica e financeira-
mente com os gestores, para que façam o mesmo nos 
seus territórios; desenvolver, a partir da identificação 
de necessidades, um processo de planejamento, regu-
lação, programação pactuada e integrada da atenção 
à saúde, monitoramento e avaliação; promover a es-
truturação da assistência farmacêutica e garantir, em 
conjunto com as demais esferas de governo, o acesso 
da população aos medicamentos que estejam sob sua 
responsabilidade, fomentando seu uso racional, ob-
80
servadas as normas vigentes e pactuações estabeleci-
das; definir e pactuar as diretrizes para a organização 
das ações e serviços de média e alta complexidade, a 
partir da atenção básica; coordenar e executar as ações 
de vigilância em saúde, compreendendo as ações de 
média e alta complexidade desta área,de acordo com 
as normas vigentes e pactuações estabelecidas; coor-
denar, nacionalmente, as ações de prevenção e con-
trole da vigilância em saúde que exijam ação articu-
lada e simultânea entre os estados, Distrito Federal e 
municípios; proceder investigação complementar ou 
conjunta com os demais gestoresdo SUS em situação 
de risco sanitário; apoiar e coordenar os laboratórios 
de saúde pública – Rede Nacional de laboratórios de 
saúde Pública/RNLSP - nos aspectos relativos à vi-
gilância em saúde; assumir transitoriamente, quando 
necessário, a execução das ações de vigilância em saú-
de nos estados, Distrito Federal e municípios, com-
prometendo-se em cooperar para que assumam,no 
menor prazo possível, suas responsabilidades; apoiar 
técnica e financeiramente os estados, o Distrito Fede-
ral e os municípios para que executem com qualidade 
as ações de vigilância em saúde, compreendendo as 
ações de vigilância epidemiológica,sanitária e ambien-
tal, de acordo com as normas vigentes e pactuações 
estabelecidas; elaborar, pactuar e implementar a polí-
tica de promoção da saúde.
81
4.2. Responsabilidades
na Regionalização
O ministério da Saúde (2006) também 
determina as responsabilidades das esferas quan-
to à regionalização.
Todo município deve: contribuir para a 
constituição e fortalecimento do processo de re-
gionalização solidária e cooperativa, assumindo os 
compromissos pactuados; participar da constituição 
da regionalização, disponibilizando de forma coo-
perativa os recursos humanos, tecnológicos e finan-
ceiros, conforme pactuação estabelecida; participar 
dos Colegiados de Gestão Regional, cumprindo suas 
obrigações técnicas e financeiras. Nas Comissões 
Intergestores Bipartite (CIBs) regionais constituídas 
por representação, quando não for possível a imedia-
ta incorporação de todos os gestores de saúde dos 
municípios da região de saúde, deve-se pactuar um 
cronograma de adequação,no menor prazo possível, 
para a inclusão de todos os municípios nos respec-
tivos Colegiados de Gestão Regional; participar dos 
projetos prioritários das regiões de saúde, conforme 
definido no Plano Municipal de Saúde, no planeja-
mento regional,no Plano Diretor de Regionalização 
e no Plano Diretor de Investimento.
82
Todos os estados devem: contribuir para a 
constituição e fortalecimento do processo de regio-
nalização solidária e cooperativa, assumindo os com-
promissos pactuados; coordenar a regionalização 
em seu território, propondo e pactuando diretrizes 
e normas gerais sobre a regionalização, observando 
as normas vigentes e pactuações na CIB; coordenar 
o processo de organização, reconhecimento e atua-
lização das regiões de saúde, conformando o Plano 
Diretor de Regionalização; participar da constituição 
da regionalização, disponibilizando deforma coope-
rativa os recursos humanos, tecnológicos e financei-
ros, conforme pactuação estabelecida; apoiar técnica 
e financeiramente as regiões de saúde, promovendo 
a equidade inter-regional; participar dos Colegiados 
de Gestão Regional, cumprindo suas obrigações téc-
nicas e financeiras; participar dos projetos prioritá-
rios das regiões de saúde, conforme definido no Pla-
no Estadual de Saúde, no planejamento regional, no 
Plano Diretor de Regionalização e no Plano Diretor 
de Investimento.
O Distrito Federal deve: contribuir para 
a constituição e fortalecimento do processo de re-
gionalização solidária e cooperativa, assumindo os 
compromissos pactuados; coordenar o processo 
de organização, reconhecimento e atualização das 
regiões de saúde, conformando o Plano Diretor de 
83
Regionalização; apoiar técnica e financeiramente as 
regiões de saúde, promovendo a equidade inter-re-
gional; participar dos Colegiados de Gestão Regio-
nal, cumprindo suas obrigações técnicas e financei-
ras, conforme pactuação estabelecida; participar dos 
projetos prioritários das regiões de saúde, conforme 
definido no Plano Estadual de Saúde do Distrito Fe-
deral, no planejamento regional, no Plano Diretor de 
Regionalização e no Plano Diretor de Investimento; 
propor e pactuar diretrizes e normas gerais sobre a 
regionalização, observando as normas vigentes, par-
ticipando da sua constituição, disponibilizando de 
forma cooperativa os recursos humanos, tecnológi-
cos e financeiros, conforme pactuação estabelecida.
A União deve: contribuir para a constitui-
ção e fortalecimento do processo de regionalização 
solidária e cooperativa, assumindo os compromissos 
pactuados; coordenar o processo de regionalização 
no âmbito nacional, propondo e pactuando diretri-
zes e normas gerais sobre a regionalização, obser-
vando as normas vigentes e pactuações na Comis-
são Intergestores Tripartite (CIT); cooperar técnica 
e financeiramente com as regiões de saúde, por meio 
dos estados e/ou municípios, priorizando as regiões 
mais vulneráveis, promovendo a equidade inter-re-
gional e interestadual; apoiar e participar da consti-
tuição da regionalização, disponibilizando de forma 
84
cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e fi-
nanceiros, conforme pactuação estabelecida; fomen-
tar a constituição das regiões de saúde fronteiriças, 
participando do funcionamento de seus Colegiados 
de Gestão Regional.
85
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) O que é intersetorialidade e em que ela implica?
2) Com relação à intersetorialidade foi mencionado 
o Pacto pela Saúde 2006, que engloba três dimen-
sões. Quais são elas? 
3) Cite três responsabilidades que todo município deve 
ter com relação às responsabilidades na regionalização.
4) Com relação ao Pacto em Defesa do SUS cite 
suas diretrizes. 
5) Fale um pouco sobre os outros dois Pactos cita-
dos no texto.