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AULA 6 MODELOS CLASICOS EMILE DURKHEIM

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09/04/2020 Disciplina Portal
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Fundamentos das ciências
sociais
Aula 6 - Modelos clássicos da análise
sociológica: a contribuição de Émile Durkheim
INTRODUÇÃO
Como vimos na aula anterior, Augusto Comte formulou a primeira tentativa de criação de uma "ciência do social".
Contudo, foi com Émile Durkheim que a Sociologia se constitui como uma disciplina rigorosamente cientí�ca, ao de�nir
seu objeto e estudo e consagrar-lhe um método de investigação.
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Nesta aula vamos estudar a contribuição desse autor para a compreensão dos fenômenos sociais, especialmente no
que tange aos fenômenos coletivos.
OBJETIVOS
De�nir o que é fato social e suas características.
Listar a classi�cação dos fatos sociais como normais e patológicos.
Identi�car o crime como fato social e, através do método proposto por Durkheim.
Reconhecer a noção de consciência coletiva enquanto fenômeno associado às formas de solidariedade social.
Avaliar a in�uência da sociedade sobre comportamentos.
Analisar a evolução das formas de organização social (simples e complexa) do ponto de vista dos laços existentes
entre o indivíduo e a sociedade (solidariedade social).
Descrever os mecanismos pelos quais a consciência coletiva nas modernas sociedades constrói a gradação dos níveis
de patologia social presentes nas sociedades.
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ÉMILE DURKHEIM
Você sabe quem foi Émile Durkheim?
FATOS SOCIAIS
Em seu livro As Regras do Método Sociológico, Durkheim de�ne os fatos sociais como:
Estes tipos de conduta ou de pensamento não são apenas exteriores aos indivíduos, são também gerais na extensão
de toda sociedade conhecida e dada, são dotados de um poder imperativo e coercitivo que constitui características
intrínsecas de tais fatos.
Para Durkheim, a sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e patológicos (saudáveis e doentios).
, FATO SOCIAL NORMAL
É normal o fato que não extrapola os limites dos acontecimentos
mais gerais de uma determinada sociedade e que re�etem os
valores e as condutas aceitas pela maior parte da população.
Por isso, em sua concepção, o crime é considerado um fato social
normal, porque pode ser entendido como necessário (útil) para uma
sociedade, pois, se a consciência coletiva (moral) fosse excessiva,
se cristalizaria e a consciência individual inovadora não se manifestaria.
Fonte: Wikipedia
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Desse modo, onde o crime existe os sentimentos coletivos estão
no estado de maleabilidade necessária para tomar nova forma:
ele representa um fato social que integra as pessoas em torno
de uma conduta valorativa, que pune o comportado considerado
nocivo, que fere a consciência coletiva.
Paul Biryukov / Shutterstock
Quando os sentimentos coletivos são fortemente atingidos, algumas ofensas passam de faltas morais para delitos e
crimes. É por essa lógica que ele irá avaliar o castigo imposto não como forma de acabar com o crime, mas sim para
mantê-lo na taxa social “média”.
DE PERTO NINGUÉM É NORMAL...
Ouça o trecho da música “Vaca Profana” de Caetano Veloso:
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“Mas eu também sei ser careta
De perto ninguém é normal
Às vezes segue em linha reta
A vida, que é meu bem, meu mal.”
Caetano Veloso, em “Vaca Profana”
Fonte:
Profeta Gentileza:
Louco? Visionário? Vejam a referência ao uso (irracional)
da natureza pelos normais”.
FATO SOCIAL PATOLÓGICO
Você já ouviu falar em “fato social patológico”? Descreva no campo, a seguir, o que você entende por esse termo.
Resposta Correta
NORMALIDADE X PATOLOGIA
O que é normal? Quais os parâmetros estabelecidos para diferenciar o “normal” do “anormal”?
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É importante que você tenha em mente que o conceito de normalidade é discutível. O que chamamos de “normal” varia
de sociedade para sociedade.
Segundo Richard Miskolci:
Em seu livro Da divisão do trabalho social, Durkheim de�niu consciência coletiva ou consciência comum como...
o conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade”.
Ele a�rma que ela forma um sistema determinado que tem sua vida própria:
"Sem dúvida, ela não tem como substrato um órgão único; é, por de�nição, difusa, ocupando toda a extensão da sociedade; mas
nem por isso deixa de ter características especí�cas, que a tornam uma realidade distinta. Com efeito, ela é independente das
condições particulares em que se situam os indivíduos. Estes passam, ela �ca. É a mesma no Norte e no Sul, nas grandes e nas
pequenas cidades, nas diferentes pro�ssões. Por outro lado, não muda em cada geração, mas, ao contrário, liga as gerações que
se sucedem. Portanto, não se confunde com as consciências particulares, embora se realize apenas nos indivíduos. É o tipo
psíquico da sociedade, tipo que tem suas propriedades, condições de existência, seu modo de desenvolvimento, exatamente
como os tipos individuais, embora de outra maneira."
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Pode ser veri�cada em fenômenos coletivos típicos, expressos através de uma forma de consciência que contrapõe
indivíduo/sociedade. As torcidas organizadas e os grandes festivais de música, por exemplo, representam fenômenos
coletivos típicos, expressos através de uma forma de consciência que contrapõe indivíduo/sociedade.
ANOMIA
É a ausência, desintegração ou inversão das normas vigentes em uma sociedade, neste caso, a consciência “perde” os
parâmetros de julgamento da realidade.
Ela vai acontecer em momentos extremos, tais como guerras, desastres ecológicos, econômicos etc.
DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
É a organização da sociedade em diferentes funções, exercidas pelos indivíduos ou grupos de indivíduos. Nas
sociedades mais simples predomina a divisão social do trabalho, baseada principalmente em critérios biológicos de
sexo e idade. Essa divisão parece decorrer de uma extensão analógica das diferenças naturais de funções entre
membros de um grupo. Durkheim classi�ca a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como
solidariedade mecânica.
Nas sociedades mais complexas, em especial quando tem início o desenvolvimento da agricultura, a sedentarização e
o sistema de propriedade privada, surge uma divisão social mais complexa, com a criação de novas funções sociais. A
indústria foi o sistema produtivo que mais desenvolveu a divisão social do trabalho, criando uma imensa gama de
funções e atribuições diferenciadas. Durkheim classi�ca a forma de solidariedade social deste tipo de sociedade como
solidariedade orgânica.
Atenção
, A divisão social do trabalho envolve sempre uma divisão não só de funções, mas também de privilégios, regalias e poder.
ATIVIDADE
Leia a citação abaixo e responda à proposta:
“Crime contra índio Pataxó comove o país (...). Em mais um triste ‘Dia do Índio’, Galdino saiu à noite com outros
indígenas para uma confraternização na Funai. Ao voltar, perdeu-se nas ruas de Brasília (...). Cansado, sentou-se num
banco de parada de ônibus e adormeceu. Às 5 horas da manhã, Galdino acordou ardendo numa grande labareda de
fogo. Um grupo “insuspeito” de cinco jovens de classe média alta, entre eles um menor de idade, (...) parou o veículo na
avenida W/2 Sul e, enquanto um manteve-se ao volante, os outrosquatro dirigiram-se até a avenida W/3 Sul, local onde
se encontrava a vítima. Logo após jogar combustível, atearam fogo no corpo. Foram �agrados por outros jovens
corajosos, ocupantes de veículos que passavam no local e prestaram socorro à vítima. Os criminosos foram presos e
conduzidos à 1ª Delegacia de Polícia do DF onde confessaram o ato monstruoso. Aí, a estupefação: ‘os jovens queriam
apenas se divertir’ e ‘pensavam tratar-se de um mendigo, não de um índio’ o HRAN, Galdino, homem a quem
Fonte: dwphotos / Shutterstock, photo_master2000 / Shutterstock e Gyorgy Demko / Shutterstock
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incendiaram. Levado ainda consciente para o Hospital Regional da Asa Norte − com 95% do corpo com queimaduras
de 3º grau ---, faleceu às 2 horas da madrugada de hoje.” Conselho Indigenista Missionário - Cimi, Brasília-DF, 21 abr.
1997. (Questão adaptada da parte geral do Enade 2004.)
A partir da perspectiva sociológica de Durkheim, como você analisaria o crime cometido por estes jovens? Deve-se
interpretar, nessa perspectiva, a transgressão da juventude como um dado natural?
Resposta Correta
Glossário

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