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Antineoplásicos: Eficácia Clínica

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HTTP://WWW.ANVISA.GOV.BR/DIVULGA/PUBLIC/LIVRO_ELETRONI
CO/NEOPLASIA.HTML 
ANTINEOPLÁSICOS 
Lenita Wannmacher 
I. EFICÁCIA CLÍNICA 
INTRODUÇÃO 
A quimioterapia oncológica era, até recentemente, reservada a etapas avançadas da doença 
cancerosa. Hoje é empregada em fases iniciais. A terapia medicamentosa antineoplásica subdivide-se em: 
adjuvante (após tratamento cirúrgico e/ou radioterápico), neo-adjuvante (antes do tratamento cirúrgico ou 
radioterápico definitivo), paliativa e curativa. Quimioterapia de indução é administrada em neoplasias 
avançadas, podendo ser paliativa, aumentar a sobrevida ou ser curativa1. 
A prevenção do câncer tem sido objeto de especulação desde a década de 50, quando o Dr. 
Richard Doll acumulou evidências de que tabagismo era condicionante de câncer de pulmão2. Nos 
Estados Unidos, atualmente se detecta queda média anual de 0,8% em todas as neoplasias, atribuída à 
diminuição do tabagismo e às campanhas de prevenção, entre 1990 e 19973. Mais recentemente passou-
se a discutir o papel dos radicais livres, sugerindo-se que estejam aumentados em pacientes com câncer 
de mama e diminuam após cirurgia, quimioterapia ou uso de tamoxifeno4. O mesmo interesse foi suscitado 
com as vitaminas. Desenvolveram-se deltanóides, análogos de calcitriol, mostrando propriedades 
antiproliferativas em animais de experimentação, mas isentos dos efeitos calcêmicos que aparecem com 
uso crônico de calcitriol5. Alfa e γ-tocoferol, análogos de vitamina E, parecem ter efeito preventivo em 
câncer de próstata6. 
Quanto ao tratamento, os desfechos clínicos da terapia antineoplásica englobam sobrevida 
(tratamento curativo), qualidade de vida, morbidade (tratamento paliativo), impedimento de disseminação 
(metástases) e recorrências (tratamento adjuvante). 
O fator decisivo na escolha do tratamento é o diagnóstico histológico da doença. Cada tipo de 
tumor, e conforme sua localização, tem história natural própria e resposta particular à quimioterapia. 
Importa aqui conhecer a resistência da célula tumoral aos diversos antineoplásicos. A resistência pode 
aparecer no tratamento inicial (primária) ou emergir no momento de recidiva da doença (adquirida). Para 
controle da resistência são usadas associações medicamentosas. 
O segundo fator determinante da terapia é o estadiamento da doença, o qual orienta a resposta a 
tratamento. 
Há outros fatores prognósticos específicos a cada caso, tais como genética, hereditariedade, dieta, 
exposição ambiental etc. 
A avaliação clínica geral do paciente, incluindo idade e doenças concomitantes, também é decisiva 
na determinação da estratégia de tratamento. 
A maioria dos antineoplásicos atua sobre células que estão no ciclo celular que compreende as 
fases G1 (pré-sintética), S (síntese celular), G2 (pós-síntese) e M (mitose), precedidas de G0. Há agentes 
que atuam dependentemente deste ciclo, necessitando de proliferação celular para exercer seus efeitos 
citotóxicos. Alguns desses têm ação preferencial em uma fase específica do ciclo celular, sendo chamados 
de agentes dependentes do ciclo fase-específicos. Outros são citotóxicos em qualquer ponto do ciclo 
celular, constituindo-se em agentes dependentes do ciclo fase-não específicos. Há ainda 
fármacos independentes do ciclo celular que agem sobre células que estão fora desse ciclo. As 
associações medicamentosas com agentes que atuam em diferentes fases parecem ter ação sinérgica no 
combate ao crescimento e desenvolvimento do tumor1. 
Até recentemente o tratamento medicamentoso do câncer baseava-se exclusivamente em drogas 
citotóxicas. Hoje, agentes que induzem diferenciação celular tornaram-se disponíveis. Novas descobertas 
para tratamento farmacológico do câncer incluem fatores de crescimento celular e de transmissão de 
sinais intracelulares. A identificação de alterações moleculares relacionadas ao câncer dirige grande parte 
da pesquisa atual para tentar sua correção por manipulação gênica. Produtos naturais que integram a 
chamada medicina complementar também estão sendo usados, muitas vezes sem serem 
convenientemente testados3. 
Há alguns princípios básicos da quimioterapia antineoplásica. O primeiro é de que cada dose de 
citostático destrói certa fração de células leucêmicas e não certo número das mesmas. Essa resposta é 
proporcional ao tamanho do inóculo. Logo, a curabilidade de uma neoplasia é inversa ao volume do 
inóculo inicial1. 
O segundo princípio é de que, após quimioterapia, o crescimento das células tumorais se faz na 
mesma taxa de antes do tratamento. Logo, a curabilidade depende da concentração efetiva de antitumoral 
e do tempo a que as células são expostas. Assim, para obter-se cura, são necessárias múltiplas injeções 
de quimioterápicos, em dose que condicione taxa de destruição celular maior do que a da "repopulação" 
do tumor. O objetivo da quimioterapia do câncer é reduzir a zero o número de células neoplásicas1. 
O uso de associações de antineoplásicos resulta em maior taxa de resposta quando comparado a 
monoterapia. Para realizá-lo, as drogas combinadas devem ter: 1) atividade antitumoral demonstrada em 
monoterapia; 2) diferentes mecanismos de ação; 3) toxicidades diferentes sobre tecidos normais; 4) 
ausência de resistência cruzada. 
Mais freqüentemente a combinação de drogas é empírica e não baseada em considerações 
específicas de interação. Apesar disso, resultou em grande progresso na quimioterapia do câncer. 
Importante fator limitante da quimioterapia antineopláscia é a toxicidade das drogas em tecidos 
sadios, especialmente os que têm taxa de proliferação rápida, como medula óssea, epitélio gastrintestinal, 
folículos pilosos da pele e epitélio germinativo. Assim, efeitos adversos mais freqüentes incluem 
mielossupressão, náusea, vômito, diarréia, alopecia e diminuição da fertilidade. 
Face ao tratamento potencialmente tão lesivo, é fundamental definir padrões de resposta que 
apontem alcance ou não dos objetivos terapêuticos, nesse último caso determinando suspensão da 
terapia. Após determinado número de ciclos de quimioterapia, a resposta pode ser completa quando há 
desaparecimento de todo sinal ou sintoma durante pelo menos um mês;parcial quando diminuem pelo 
menos 50% das lesões mensuráveis e há ausência de progressão ou aparecimento de qualquer nova 
lesão; estável em que inexiste alteração em tamanho de tumor ou sinais e sintomas da 
doença; progressiva em que aumentou o tumor em pelo menos 25% ou surgiu nova lesão. 
Agentes antineoplásicos classificam-se por mecanismo de ação citotóxica (agentes alquilantes e 
antimetabólitos), ação fisiológica (hormônios) ou origem (produtos naturais). Agentes que não se 
enquadram nessas categorias são classificados como miscelânea. A classificação geral dos 
antineoplásicos pode ser vista a seguir. 
Classificação de antineoplásicos7 
Classe Tipo Droga 
Agentes alquilantes Mostardas nitrogenadas Mecloretamina 
Ciclofosfamida 
Ifosfamida 
Melfalam 
Clorambucil 
Etileniminas e metilmelaminas Tiotepa 
Altretamina 
TEM 
Alquil sulfonato Bussulfam 
Nitrosuréias Carmustina 
(BCNU) 
Lomustina (CCNU) 
Semustina 
Estreptozocina 
Triazenos Dacarbazina 
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Ciclofosfamida
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Clorambucila
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Dacarbazina
Temozolomida 
Antimetabólitos Análogo do ácido fólico Metotrexato 
Análogos das pirimidinas 5-Fluoruracil 
Floxuridina 
Idoxuridina 
Citarabina 
Capecitabina 
Azacitidina 
Gencitabina 
Análogos das purinas Mercaptopurina 
Fludarabina 
Tioguanina 
Pentostatina 
Cladribina 
Produtos Naturais Alcalóides da Vinca (antimitóticos) Vincristina 
Vimblastina 
Vinorelbina 
Vindesina 
Taxanas (promoção de micortúbulos) Paclitaxel 
Docetaxel 
Epipodofilotoxinas (complexação comTopoisomerase II 
e DNA) 
Etoposida 
Teniposida 
Análogos da camptotecina (inibição de topoisomerase I) IrinotecamTopotecam 
Antibióticos Dactinomicina 
Daunorubicina 
Doxorubicina 
Valrubicina 
Idarubicina 
Epirubicina 
Mitoxantrona 
Bleomicina 
Mitomicina 
Plicamicina 
Modificadores de resposta biológica 
 
Interferon alfa 
Interleucina 2 
Enzimas L-asparaginase 
Miscelânea Complexos de platina Cisplatina 
Carboplatina 
Oxaliplatina 
Uréia substituída Hidroxiuréia 
Derivado de metilidrazina Procarbazina 
Supressor adrenocortical Mitotano (o,p’ -
DDD) 
Aminoglutetimida 
Inibidor da tirosina quinase Imatinib 
Trastuzumab 
Rituximab 
 
Além dos agentes citostáticos, a terapia do câncer ainda conta com agentes coadjuvantes como 
corticosteróides, progestógenos, estrógenos, antiestrógeno (tamoxifeno), andrógenos, antiandrógeno 
(flutamida), análogos do hormônio liberador de gonadotrofina (leuprolida, goserelina). 
Alguns dos agentes citostáticos (clorambucil, ciclofosfamida, metotrexato, interferon beta e gama) 
são usados como imunodepressores em doenças relacionadas a distúrbios da imunidade, acrescidos de 
azatioprina, eritropoetina e corticosteróides. 
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Metotrexato
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Fluoruracila
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Citarabina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Azatioprina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Fludarabina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Vincristina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Vimblastina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Paclitaxel
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Etoposido
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Doxorrubicina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Bleomicina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Interferona_alfa
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Aldesleucina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Asparaginase
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Cisplatina
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Trastuzumab
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Dietilestilbestrol
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Tamoxifeno
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/livro_eletronico/Neoplasia.html#_Goserrelina
A MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIA NA TERAPIA DO CÂNCER 
O presente capítulo foge ao formato usual desta publicação. Não é com facilidade que se 
fundamenta o uso de antineoplásicos pelo paradigma que permeia praticamente todas as especialidades 
médicas. As dificuldades metodológicas são inúmeras. 
Gravidade e/ou letalidade da doença exercem pressão sobre investigadores e profissionais da 
saúde para a obtenção de rápidas inovações medicamentosas, benvindas e necessárias, mas algumas 
vezes usadas sem definida comprovação farmacológico-clínica de benefício. 
Há impedimentos éticos para que se façam estudos controlados por placebo. 
As associações de agentes citostáticos são muitas vezes imperativas, constituindo vieses de 
confusão nos ensaios clínicos. 
É muito freqüente que se encontrem estudos comparativos com alta especificidade: para tumores 
localizados em determinados órgãos, em estadiamentos específicos, sob condições particulares (após 
radioterapia ou cirurgia, por exemplo). 
Há especificidade de resposta celular tumoral a alguns medicamentos, dificultando a comparação 
de antineoplásicos entre si. 
Os ensaios costumam ter seguimento de cinco anos, o que representa um longo tempo entre a 
descoberta e sua aplicação. 
Há o chamado viés de publicação, referente à não divulgação de resultados negativos de 
pesquisas. 
Assim, é mais comum o relato de respostas a protocolos clínicos (estudos observacionais) do que a 
realização de ensaios clínicos randomizados, multicêntricos, em larga escala. Com freqüência a tomada 
de decisão provém de estudos de pequeno porte8. 
Em 1952, Norman Topping, ao anunciar a criação do Clinical Center for Medical Research nos 
Estados Unidos, disse: “A grande lacuna neste programa de pesquisa dá-se em pesquisa clínica”. Após 
todos esses anos, o panorama não mudou substantivamente na área da terapia antineoplásica. Por isso a 
preocupação das sociedades americana e européia de oncologia em treinar médicos para que se tornem 
pesquisadores clínicos. No entanto, em julho de 2001, comitê do National Institute of Health verificou que o 
suporte financeiro distribuído o fora a menos de 50% de estudos em pacientes, prevalecendo estudos de 
linhagens de células e modelos animais9. 
Esta constatação se torna mais contundente quando se afirma que mais de 400 novas drogas para 
tratamento do câncer estão sendo testadas nos Estados Unidos. Dessas, 17 têm estudos em andamento 
há 12 anos e aguardam a revisão do FDA. Em sua maioria correspondem a produtos oriundos da 
biotecnologia, como vacinas, anticorpos monoclonais e imunomoduladores10. Informações sobre 
desenvolvimento de novas drogas encontram-se na página eletrônica de Pharmaceutical Research 
Manufacturers of America (www.pharma.org), onde a lista se faz por tipo de tumor. 
Cancer Care Ontario Practice Guidelines Initiative da universidade canadense MacMaster 
(http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm), dentro do Program in Evidence-Based Care, publica 
diretrizes relativas ao câncer, valendo-se de metanálises e revisões sistemáticas e procurando responder 
a questões específicas. The Food and Drug Administration (FDA) publicou informações sobre estudos em 
câncer, por meio do Cancer Clinical Trials Directory, informando que a mais ampla lista de ensaios clínicos 
(cerca de 2000) está no National Cancer Institute´s PDQ database (www.cancernet.nci.nih.gov). Ainda se 
encontram em conceituados periódicos médicos ensaios clínicos randomizados sobre antineoplásicos, 
salientando-se investigadores como Early Breast Cancer Trialists´Collaborative Group que publica desde 
199211, Liver Infusion Meta-Analysis Group12, PORT Meta-Analysis Trialists Group13, Non-Small Cell Lung 
Cancer Collaborative Group14, SIOP Liver Tumour Study Group15. 
Em todas essas publicações, mantêm-se as especificidades acima referidas, o que torna cada 
relato muito particular para uma dada situação. 
A seguir são dados alguns exemplos de informações sobre quimioterápicos antineoplásicos, 
provenientes das diretrizes publicadas pelo Cancer Care Ontario Practice Guidelines Initiative, as quais, 
apesar de se pautarem por evidências externas, mostram as inconsistências e dificuldades presentes 
nesta área. As atualizações indicam número ainda pequeno de ensaios clínicos randomizados e muitos 
ensaios de fases II e III dos fabricantes, além de estudos que só aparecem como resumos. 
http://www.pharma.org/
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://www.cancernet.nci.nih.gov/
Em pacientes com alto risco de recorrência de melanoma maligno, após excisão do tumor primário 
e de metástases em gânglios linfáticos regionais, a terapia adjuvante com altas doses de interferon alfa 
apontava redução de mortalidade em cinco anos de 54% versus 63% no grupo controle, tendo NNT de 11, 
segundo um ensaio clínico. No entanto, resultados de novo estudo do Eastern Cooperative Oncology 
Group negaram benefício na sobrevida com alta ou baixa dose de interferon16. 
Em carcinoma pulmonar de pequenas células em estágio inicial, um ensaio clínico avaliou dois 
esquemas quimioterápicos (ciclosporina, vincristina e adriamicina versus etoposida e cisplatina), não 
encontrando diferenças de desempenho em relação à sobrevida, mas com menor toxicidade do segundo 
regime. Houve conflitantes resultadosquanto à vantagens na sobrevivência quando foram alternados os 
dois esquemas, comparativamente a cada um deles isoladamente17. 
Em carcinoma pulmonar não de pequenas células em estágio avançado ou já metastático, avaliou-
se o uso de gencitabina isolada em comparação a etoposida mais cisplatina, não demonstrando diferença 
significativa (OR 0,90; IC95% 0,43-1,90; P=0,78). Três ensaios clínicos demonstraram mais eficácia com a 
combinação de gencitabina com cisplatina quando comparada a cisplatina isolada ou outras associações 
quimioterápicas18. Vinorelbina isolada ou em combinação com cisplatina produziu maior resposta na 
sobrevida que outros alcalóides de vinca isolados em pacientes sem tratamento prévio. A associação 
superou o uso isolado de vinorelbina segundo dois ensaios clínicos randomizados, enquanto dois outros 
não encontraram diferenças significativas entre os dois braços do estudo19. 
Em pacientes adultos com diagnóstico recente de leucemia mielóide crônica, avaliou-se a eficácia 
de interferon, bussulfam e hidroxiuréia em relação a prolongar a sobrevida. Segundo metanálise de sete 
ensaios clínicos, interferon, comparado a hidroxiuréia, reduziu a taxa anual de morte em 26%, com 
benéfico absoluto de 12% na sobrevida em 5 anos (46,5% para hidroxiuréia versus 58,6% para 
interferon; P= 0,001). No entanto, hidroxiuréia é preferida quando se deseja minimizar efeitos adversos e 
melhorar qualidade de vida. Em três ensaios bussulfam não mostrou vantagens sobre qualquer outro 
regime, não devendo ser usado como tratamento inicial. Estudo francês evidenciou que a combinação de 
interferon e citarabina obteve sobrevida em cinco anos de 70% em comparação a 58% de interferon 
isoladamente (P < 0,02)20. 
Já em pacientes com leucemia linfocítica crônica, a associação de fludarabina com clorambucil 
induziu expressivas mielossupressão, mielodisplasia e leucemia mielóide aguda (3,5%) em comparação 
ao uso isolado de fludarabina (0,5%)21. 
No carcinoma de mama metastático, epirrubicina foi comparada a doxorrubicina, mostrando igual 
eficácia quanto à sobrevida e menor toxicidade em onze ensaios clínicos randomizados22. 
Pacientes (n=526) com câncer de colo uterino localizado, submetidas à radioterapia, foram 
randomizadas para receber por seis semanas cisplatina isolada (grupo 1), cisplatina, seguida de fluoruracil 
e hidroxiuréia (grupo 2) e hidroxiuréia isolada (grupo 3). O seguimento médio foi de 35 meses. Os grupos 
que receberam cisplatina foram significativamente melhores do que hidroxiuréia no que se refere à 
sobrevida (P< 0,001 para ambas as comparações)23. 
Em pacientes com câncer ovariano previamente tratadas com platina, nenhum antineoplásico dos 
testados (platina, epirrubicina, plactaxel, topotecam, doxorrubicina lipossomal, oxaliplatina) mostrou-se 
superior aos outros em ralção à sobrevida ou qualidade de vida. A evidência proveniente da pesquisa 
contemporânea não é suficiente para permitir a emissão de diretrizes de tratamento desta condição24. 
Referências bibliográficas: 
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cytotoxic or immune therapy: 133 randomised trials involving 31,000 recurrences and 24,000 deaths among 
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Disponível em: <http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm> (25 dez 2001) 
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<http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm> ( 25 dez 2001) 
20. Cancer Care Ontario Practice Guidelines Initiative. . [online] Drug therapy for Chronic Myeloid Leukemia. 
(Practice guideline n
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. 6-3). Summary July 2001.Disponível em: <http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm> ( 
25 dez.2001) 
21. Cancer Care Ontario Practice Guidelines Initiative. Fludarabine in intermediate- and high-risk chronic lymphocytic 
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. 6-1). Summary July 
2000.http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm [Consulta em 25/12/2001] 
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metastatic breast cancer. (Practice guideline n
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< http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm> (25 dez 2001) 
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previously treated with platinum. (Evidence Summary Report no. 4-3). Summary September 2001. Disponível em: 
< http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm> (25 dez 2001) 
MONOGRAFIAS 
ALDESLEUCINA 
Fabiana Vieira Lacerda Mendes 
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlm
http://hiru.mcmaster.ca/ccopgi/guidelines.htlmSinonímia 
Interleucina 2; IL-2 
Mecanismo de ação 
É proteína obtida pela técnica do DNA recombinante, exercendo função moduladora de respostas 
biológicas. Liga-se a receptores específicos na superfície de células responsivas, induzindo proliferação, 
diferenciação e recrutamento de células B e T e timócitos. Tem ação citolítica em linfócitos e células 
malignas. Induz produção de interferon gama. Tem importante efeito no sistema imune e pode estar 
envolvida na regulação da imunotolerância. 
Indicações 
Tratamento de carcinoma metastático de células renais, melanoma metastático, carcinoma de 
cólon e reto, sarcoma de Kaposi de portador de HIV, linfoma não-Hodgkin. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade a interleucina e/ou aos componentes da fórmula. Pacientes com função 
pulmonar e teste de estresse ao tálio anormal, taquicardia ventricular, distúrbio no ritmo cardíaco. 
Alterações no eletrocardiograma indicativas de angina ou infarto do miocárdio, disfunção renal que 
necessite de diálise por mais de 72 horas, coma, repetidas ou incontroladas convulsões, 
isquemia/perfuração intestinal, sangramento gastrintestinal que necessite de cirurgia, intubação por mais 
de 72 horas, órgãos transplantados. 
Precauções 
Pacientes com história de doença cardíaca ou pulmonar, doença do sistema nervoso central, 
hipotensão severa, disfunção renal e hepática, mudanças no estado mental, convulsões, função dos 
neutrófilos danificada (reduz a quimiotaxia dos neutrófilos). Aumenta o risco de rejeição em pacientes 
transplantados e disseminação de infecções. Promove exacerbação de doenças autoimunes preexistentes 
ou iniciação de desordens inflamatórias ou autoimunes. Altas doses de interleucina estão associadas com 
síndrome do extravasamento capilar. Antes do tratamento com interleucina, pacientes recentemente 
nefroctomizados devem ter creatinina sérica menor ou igual a 1,5 mg/dL. A segurança e a eficácia em 
crianças menores que 18 anos ainda não foi estabelecida. Uso cauteloso durante gravidez e 
amamentação. Categoria de risco para a gestação C (FDA). 
Reações adversas 
> 10% 
Disfunção sensorial, taquicardia, arritmias, congestão pulmonar, hipotensão, angina, infarto do 
miocárdio, edema, fraqueza, dor, febre, calafrios, mudanças cognitivas, fatiga, desorientação, sonolência, 
ilusão paranóica, eritema, rash, ressecamento e esfoliação da pele, eritema macular, náusea, vômito, 
ganho de peso, diarréia, estomatites, anorexia, sangramento gastrintestinal, anemia, trombocitopenia, 
leucopenia, eosinofilia, desordens na coagulação, elevação de transaminase e fosfatase alcalina, icterícia, 
tonteira, oligúria, anúria, proteinúria, disfunção renal, retenção de líquidos, azotemia, hipofosfatemia, 
dispnéia, edema pulmonar. 
DE 1% A 10% 
Podem apresentar aumento da permeabilidade capilar, síndrome do extravasamento capilar, ascite, 
edema, infiltração pulmonar, efusão pleural. 
< 1% 
Podem apresentar acidose, reações alérgicas, alopecia, artrite, coma, hipercalemia, 
hipomagnesemia, hipotireoidismo, aumento dos níveis plasmáticos de hormônios relacionados com stress, 
espasmo muscular, pancreatite, poliúria, convulsões. 
Interações medicamentosas 
Corticoesteróides reduzem os efeitos colaterais, mas também a eficácia da interleucina-2. 
Betabloqueadores e outros antihipertensivos podem potencializar a hipotensão causada pela interleucina-
2. Pode ocorrer interações com o uso concomitante de agentes psicotrópicos (narcóticos, analgésicos, 
antieméticos, sedativos, tranqüilizantes). Aumenta a toxicidade com o uso concomitante de agentes que 
possuam efeitos de nefrotoxicidade (aminoglicosídeo, indometacina), cardiotoxicidade (doxorubicina), 
hepatotoxicidade (metotrexato, asparaginase) e mielotoxicidade. 
Farmacocinética 
A absorção por via oral não é observada. Pode ser administrada por via intramuscular, subcutânea 
ou intravenosa. Após administração subcutânea o pico plasmático ocorre de 2,5 a 6 horas. A absorção 
intramuscular é incompleta. Apresenta rápida distribuição, primeiramente no plasma, depois no pulmão, 
fígado, rim e baço, com meia-vida de distribuição de 13 minutos. O volume de distribuição é de 4-7 litros. A 
biodisponibilidade após administração intramuscular é de 37%. Cerca de 80% do fármaco é metabolizado 
no rim à aminoácidos. A taxa de depuração é de 268 ml/minuto e a meia-vida de eliminação de 85 
minutos. 
Prescrição/Cuidados de administração 
Via Intravenosa 
Carcinoma de célula renal e melanoma metastático 
ADULTOS: 
2 ciclos de 5 dias de tratamento: 600,000 UI/Kg (0,037 mg/Kg/dose) a cada 8 horas. Máximo de 14 
doses. Após 9 dias de descanso, repetir outras 14 doses. Máximo de 28 doses por ciclo. 
Infecção por HIV 
ADULTOS: 
18.000.000 UI diariamente por 5 dias por mês, total de 6 ciclos. 
Formas farmacêuticas 
Disponível no Brasil: 
Pó para solução injetável: 18.000.000 UI/mL 
Disponível no exterior: 
Pó para solução injetável: 18.000.000 UI/mL * 
*18.000.000 UI são equivalentes a 1,1 mg de proteína. 
Aspectos farmacêuticos 
Apresenta-se como pó cristalino branco e torna-se levemente amarelado quando reconstituído, seu 
peso molecular é de aproximadamente 15.300 daltons. É obtida pela técnica do DNA recombinante. Após 
reconstituída em água para injeção, apresenta pH entre 7,2-7,8. As ampolas devem ser conservadas sob 
refrigeração (2ºC a 8ºC). Deve ser reconstituída somente em glicose 5% e água estéril livre de 
conservantes e infundida por 15 minutos. Resconstituição em soluções que contenham conservantes ou 
cloreto de sódio 0,9% resultará no aumento de formação de agregados. 
A solução não pode ser filtrada. Após reconstituída, a solução é estável por 48 horas à temperatura 
entre 2ºC e 25ºC. Como a solução é livre de conservantes, armazená-la sob refrigeração. Não congelar. 
Soluções intravenosas devem ser retiradas da geladeira e antes de infundidas devem alcançar a 
temperatura ambiente. 
ASPARAGINASE 
Tatiana Chama Borges Luz 
Sinonímia 
L- Asparaginase, L-Asparagina, Amidoidrolase 
Mecanismo de ação 
Contém enzima que catalisa a cisão da asparagina, aminoácido essencial para a sobrevida da 
célula, a ácido aspártico e amônia. As células normais sintetizam sua própria asparagina, mas certas 
células neoplásicas não apresentam esta capacidade, requerendo asparagina exógena. O fármaco inibe 
sínteses protéica e de DNA e RNA. É ciclo-específica da fase G1 do ciclo celular. 
Indicações 
Tratamento de indução de leucemia linfocítica aguda e linfomas não-Hodgkin e Hodgkin. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade ao fármaco. Pancreatite ativa ou história da doença. 
Precauções 
Reações de hipersensibilidade são freqüentes e podem ocorrer durante o primeiro curso do 
tratamento. O fármaco tem sido associado a reações adversas graves, incluindo anafilaxia e morte 
repentina. Estas reações podem ocorrer na primeira dose ou após o uso de sucessivas doses. 
Retratamento em pacientes que já utilizaram o fármaco pode resultar em risco aumentado para reações de 
hipersensibilidade. Teste intradérmico é recomendado antes da primeira administração do fármaco ou 
quando há intervalo de uma semana ou mais entre as doses, para todos os pacientes. Pacientes que 
apresentaram resposta positiva ao teste intradérmico ou que tiveram exposição prévia ao fármaco 
precisam ser dessensibilizados. É recomendada hospitalização e supervisão médica na administração. 
Hepatotoxicidade ocorre na maioria dos pacientes. O tratamento pode exacerbar disfunção hepática pré-
existente e aumentar a toxicidade de outros medicamentos. Pode ocorrer depressão da medula óssea, 
leucopenia, trombose, além de diminuição dos fatores de coagulação, favorecendo o surgimento de 
hemorragia. Pode haver aumento da concentração de amônia no sangue durante a conversão da 
asparagina a ácido aspártico, podendo ser necessário aumento da dose de agentes antigotosos para 
controlar hiperuricemia e gota. Considerar risco-benefício na presença de diabetes melito, gota, diminuição 
da funçãorenal, herpes zoster, cálculos renais de urato, disfunção hepática, infecção, além de 
quimioterapia e radioterapia prévias. Pode ser necessário ajuste da dose de hipoglicemiantes caso ocorra 
alteração nas concentrações de glicose sangüínea. O fármaco mostrou retardar ganho de peso na mãe e 
no feto. Porém, há poucos relaatos em humaanos. Parece ser seguro quando administrado no segundo e 
terceiro trimestres da gravidez. Muita cautela no primeiro trimestre a gestação. É considerado categoria de 
risco gestacional C (FDA). Não há informação disponível sobre excreção do fármaco no leite materno, 
mas, em função das potenciais reações adversas na criança, a amamentação deve ser descontinuada. 
Reações adversas 
> 10% 
Febre, náusea, vômitos, calafrios (como efeitos imediatos em 50-60% dos pacientes), pancreatite 
aguda (15%), fadiga, sonolência, depressão, alucinações, agitação, desorientação ou convulsões (10 a 
60%), coma (25%), hiperglicemia (10%), cólicas abdominais (70%), elevação das transaminases, azotemia 
pré-renal (66%), reações de hipersensibilidade e do tipo anafilático (15-355). 
DE 1% A 10% 
Hiperuricemia, estomatite. 
<1% 
Hipotensão, sintomas parkinsonianos, desorientação, sonolência, rash, prurido, urticária, diabetes 
melito tipo 2, perda de peso, mielossupressão, espasmo de laringe, tosse. 
Interações medicamentosas 
Aumento de toxicidade: mercaptopurina (aumento de hepatotoxicidade), vincristina (aumento de 
neuropatia), prednisona (aumento de hiperglicemia). 
Diminuição do efeito de: metotrexato (redução da síntese protéica e impedimento da entrada na 
fase S do ciclo celular). 
Aumento do efeito de: ciclofosfamida (diminuição do metabolismo), vacinas com vírus vivos, 
anticoagulantes (especialmente cumarínicos). 
Farmacocinética 
Não é absorvido por via oral, requerendo administração por vias intramuscular (preferida por ser 
menos imunogênica) ou intravenosa. Após a administração intramuscular, atinge pico sérico em 14 a 24 
horas. Pequena fração atravessa a barreira hematoencefálica; as concentrações no líquor não chegam a 
1% das plasmáticas. O volume de distribuição varia entre 4,8 e 7 L/kg. A meia-vida plasmática é dose-
dependente, variando, respectivamente, de 8-30 horas a 39- 49 horas, após a administração intravenosa 
ou intramuscular. Desconhece-se o processo de eliminação. Apenas traços aparecem na urina após 
administração intravenosa. 
Prescrição / Cuidados de administração 
O fármaco causa irritação, e tanto o pó quanto a solução devem ser manuseados com cuidado a 
fim de evitar inalação ou contato com membranas e mucosas (especialmente os olhos). Caso haja contato 
acidental lavar a área com água abundante por, pelo menos, 15 minutos. 
Via intramuscular 
Dose individualizada segundo necessidade e tolerabilidade do paciente. Administração por injeção 
profunda em grande músculo. Usar dois sítios de injeção para doses maiores do que 2 mL. 
6000 UI/m2 de superfície corporal nos dias 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25 e 28 do período de 
tratamento. Em associação com vincristina e prednisona. 
Via intravenosa 
6000 UI/m2, em dias alternados, por 3-4 semanas. 
O fármaco deve ser reconstituído em água estéril para injetáveis ou em cloreto de sódio. A solução 
assim obtida deve ser clara, caso contrário, deve ser descartada. O volume recomendado para a 
reconstituição é de 5 mL para cada 10.000 UI. A solução pode ser utilizada por período de até 8 horas 
após a reconstituição. 
Em leucemia linfocítica aguda 
ADULTOS: 
200 UI/kg/dia, por 28 dias. 
Para dessensibilização rápida 
Doses progressivamente crescentes, iniciando-se com 1 UI, sendo dobrada a cada 10 minutos, até 
a dose total planejada para o dia de tratamento, caso não ocorra nenhuma reação adversa. 
Via intradérmica 
A solução para teste intradérmico pode ser preparada, reconstituindo 10.000 UI em 5 mL de 
diluente. Desta solução retirar 0,1 mL e diluir em 9,9 mL perfazendo uma solução para teste de 
aproximadamente 20 UI/mL. Injetar 0,1 mL (2UI) da solução preparada. Observar por 1 hora. Considerar 
reação positiva caso haja aparecimento de saliência na pele ou eritema. Uma reação negativa não exclui a 
possibilidade de desenvolvimento de reação alérgica ou anafilática. 
Formas farmacêuticas 
Disponível no Brasil: 
Pó liofilizado para injetável: 10.000 UI 
Disponíveis no exterior: 
Injetável: 1.000 UI/ml 
Pó liofilizado para injetável: 10.000 UI 
Aspectos farmacêuticos 
É a enzima L-Asparagina amidoidrolase tipo EC-2, de alto peso molecular, obtida de culturas 
de Escherichia coli e Erwinia carotovora. Apresenta-se como pó cristalino branco. É livremente solúvel em 
água, praticamente insolúvel em metanol, clorofórmio e acetona. A atividade do fármaco é expressa em 
termos de Unidades Internacionais (UI). Os frascos com pó devem ser refrigerados a menos de 8 oC. As 
soluções reconstituídas são estáveis à temperatura ambiente por uma semana. 
AZATIOPRINA 
Aline Matias de Freitas 
Mecanismo de ação 
É análogo da purina, derivado imidazólico da 6-mercaptopurina. Antagoniza o metabolismo das 
purinas e, com isso, afeta a síntese e o metabolismo dos nucleotídeos e altera a síntese de RNA, DNA e 
proteínas. Azatioprina suprime a hipersensibilidade tardia das células mediadoras da imunidade e induz 
várias alterações na produção de anticorpos. Suprime mais a atividade dos linfócitos T que a dos linfócitos 
B e tem potentes propriedades antiinflamatórias. O efeito em rejeição de enxerto é dependente da relação 
temporal com o estímulo antigênico: o fármaco é eficaz apenas se administrado antes da exposição ao 
antígeno ou durante os primeiros estágios, quando a imunidade está começando a ser induzida. Tem 
pouco efeito quando a rejeição do enxerto já está estabelecida. Suprime manifestações de doenças e 
processos associados a doenças autoimunes, sendo usado como imunossupressor. Também é usado 
como antineoplásico. 
Indicações 
Como adjuvante na prevenção de rejeição de enxertos de órgãos sólidos. Tratamento de artrite 
reumatóide grave não responsiva a outros agentes. Tratamento de várias doenças autoimunes (púrpura 
trombocitopênica idiopática, anemia hemolítica autoimune, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose múltipla 
e doença de Crohn. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade ao fármaco ou a outro componente da formulação. Gravidez e lactação. 
Precauções 
A administração concomitante com alopurinol requer redução de aproximadamente 1/3 a ¼ da 
dose habitual de azatioprina. O uso concomitante com inibidores da enzima conversora de angiotensina II 
(IECA) tem produzido leucopenia severa. Imunosupressão crônica com azatioprina aumenta o risco de 
neoplasias, toxicidade hematológica e mutagenicidade. Usar com cuidado em pacientes com deficiência 
em fígado e rim. Monitorar função hematológica rigorosamente. Os pacientes devem informar qualquer 
hemorragia incomum ou ferimento ou sinal de infecção. Mulheres não devem ficar grávidas enquanto 
estiverem usando azatioprina. Fator de risco na gestação é D (FDA). 
Reações adversas 
> 10% 
Febre, calafrio, náusea, vômito, anorexia, diarréia, trombocitopenia, leucopenia, anemia, infecção 
secundária. 
DE 1% A 10% 
Erupção cutânea, pancitopenia, hepatotoxicidade. 
< 1% 
Alopécia, estomatite aftosa, artralgias (que incluem mialgias), dispnéia, hipotensão, erupção 
cutânea maculopapular, reações de hipersensibilidade raras, retinopatia. 
Interações medicamentosas 
Aumento de efeito: alopurinol (toxicidade), agentes alquilantes (ciclofosfamida, clorambucil, 
melfalam) aumentam o risco de neoplasias, metotrexato. 
O uso concomitante com inibidores da ECA pode induzir leucopenia severa. 
Azatioprina diminui a ação de anticoagulantes, ciclosporina e bloqueadores neuromusculares. 
Farmacocinética 
Bem absorvida após administração oral. Pico sérico ocorre em 1 a 2 horas. Doses usuais 
produzem níveis sangüíneos inferiores a 1 micrograma/mL. Esses níveis não se correlacionam com os 
efeitos clínicos. Azatioprina e 6-MPse ligam a proteínas plasmáticas (30%). Acumulam-se nos tecidos. 
Atravessa a placenta. Sofre extenso metabolismo, produzindo 6-mercaptopurina (6-MP) por ação de 
xantina oxidase. Ambos os componentes são rapidamente eliminados do sangue e são oxidados ou 
metilados em eritrócitos e fígado. Azatioprina tem meia vida de 12 minutos e 6-MP de 0,7-3 horas. Ambas 
são indetectadas na urina após 8 horas. A depuração renal provavelmente não é importante para predizer 
efetividade ou toxicidade, entretanto a redução da dose é feita em pacientes com pobre função renal. É 
pouco dialisável (5% a 20%). 
Prescrição / Cuidados de administração 
Via oral 
Transplantes 
ADULTOS E CRIANÇAS: 
Dose inicial: 2-5 mg/kg/dia, em administração única no dia da cirurgia de transplante; 
ocasionalmente é feita de 1 a 3 dias antes do transplante. Dose de manutenção: 1-3 mg/kg/dia 
Artrite reumatóide 
ADULTOS: 
1 mg/kg (50 a 100 mg), em administração única diária ou dividida em duas vezes ao dia, por 6-8 
semanas; aumentar 0,5 mg/kg/dia, a cada 4 semanas, até a dose máxima de 2,5 mg/kg/dia. Dose ótima 
média: 2-2,5 mg/kg/dia. Pode ser descontinuada abruptamente, mas efeitos retardados são possíveis. 
Via intravenosa 
Transplantes 
ADULTOS E CRIANÇAS: 
Dose inicial: 2-5 mg/kg/dia. O uso intravenoso de azatioprina deve ser reservado para pacientes 
que não podem tolerar medicamentos orais. Geralmente, faz-se administração única no dia do transplante 
e, ocasionalmente, 1 a 3 dias antes do transplante. 
Ajuste de dose 
DCE de 10-50 mL/minuto: administrar 75% da dose normal diária 
DCE < 10 mL/minuto: administrar 50% da dose normal diária 
Administrar dose pós-diálise. 
Formas farmacêuticas 
Disponíveis no Brasil: 
Comprimido: 50 mg 
Comprimido revestido: 50 mg 
Pó liofilizado para injetável: 100 mg 
Disponíveis no exterior: 
Comprimidos: 25 mg, 50 mg 
Comprimido sulcado: 50 mg 
Azatioprina sódica: 
Injetável: 50 mg, 100 mg 
Aspectos farmacêuticos 
Apresenta-se como pó amarelo-claro, praticamente insolúvel na água. Deve ser mantida ao abrigo 
de luz e umidade, em recipientes bem fechados, à temperatura controlada, entre 15 e 25 ºC. A solução 
injetável é estável por 24 horas à temperatura ambiente e por 16 dias sob refrigeração. É estável em 
soluções neutras e ácidas, mas hidroliza-se em soluções alcalinas. A solução injetável é muito alcalina e 
irritante, só devendo ser usada se a via oral não for disponível. 
BLEOMICINA 
Fabiana Vieira Lacerda Mendes 
Mecanismo de ação 
É antibiótico antineoplásico do grupo dos glicopeptídeos, isolado de culturas de Streptomices 
verticillus. Das trintas frações identificadas, são mais importantes as bleomicinas A2 e B2. Inibe a 
incorporação de timidina no DNA, inibindo a síntese deste; liga-se ao DNA, causando quebras de suas 
hélices. Há inibição menor na síntese de RNA e proteínas. É agente ciclo-específico, com maior efeito nas 
fases G2 e M do ciclo celular. Também possui ação esclerosante. 
Indicações 
Tratamento de carcinoma testicular, linfoma de Hodgkin, linfoma não-Hodgkin, carcinoma celular 
escamoso, melanomas, sarcomas. Tratamento esclerosante de derrame pleural maligno. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade a sulfato de bleomicina e/ou aos componentes da fórmula, reação 
idiossincrásica, doença pulmonar grave. 
Precauções 
Pacientes com função pulmonar comprometida, insuficiência renal e/ou hepática, fumantes e 
idosos e crianças. Monitoramento cuidadoso após 1ª e 2ª doses, devido ao risco de reações 
idiossincrásicas. Recomenda-se a realização de radiografias pulmonares freqüentes. Procedimentos 
adequados para o manuseio e a exposição a antineoplásicos. Urina produzida após 72 horas do uso de 
bleomicina deve ser manuseada com roupas apropriadas. Recomenda-se descontinuar a amamentação. É 
necessário ajuste de dose em insuficiência renal. Uso cauteloso na gravidez. Categoria de risco para a 
gestação D (FDA). 
Reações adversas 
> 10% 
Fenômeno de Raynaud, febre, dor, eritema, rash, hiperceratose, vesiculações, hiperpigmentação, 
alopecia, estomatites, alterações nas unhas, náusea, vômito, anorexia, flebites, dor na região do tumor. 
DE 1% A 10% 
Alopecia, perda de peso, pneumonites, fiibrose pulmonar, reação idiossincrática (hipotensão, febre, 
confusão, dor e respiração ruidosa, fibrose pulmonar e morte). 
< 1% 
Acidente vascular cerebral, hepatotoxicidade, infarto do miocárdio, toxicidade renal, taquipnéia, 
danos respiratórios dose-dependentes, tosse, diarréia, dispnéia, infiltração pulmonar bilateral. 
Interações medicamentosas 
Diminui efeito de: digoxina, fenitoína. 
Cisplatina aumenta efeito de bleomicina (diminui sua eliminação). 
Farmacocinética 
A absorção por vias intramuscular e intrapleural produz nível sérico correspondente a 30% do 
obtido com administração intravenosa. Administração por vias intraperitonial e subcutânea induz níveis 
equivalentes aos da via intravenosa. O pico plasmático ocorre 60 minutos após a administração 
intramuscular, com duração de 4 horas. A taxa de ligação a proteínas é mínima (1%) e o volume de 
distribuição é de 22 L/m2. Não atravessa a barreira hematoencefálica. É metabolizada em fígado, rim, 
intestino, pele, pulmão. A eliminação é bifásica, tendo a fase inicial meia-vida de eliminação de 1,3 a 2 
horas e a fase terminal, de 9 a 30 horas, dependendo da função renal. Cerca de 50% a 70% do fármaco 
são eliminados na forma íntegra na urina. Não pode ser removida por diálise. 
Prescrição/Cuidados de administração 
Pode ser administrada por vias IM, IV, SC, intrapleural ou intracavitária. 
Uma unidade de bleomicina corresponde a 1 mg de sulfato de bleomicina. 
Vias intramuscular, intravenosa e subcutânea 
Linfoma de Hodgkin, Linfoma não-Hodgkin, carcinoma celular escamoso e carcinoma testicular 
ADULTOS: 
0,25 a 0,5 U/kg ou 10 a 20 U/m2, uma ou duas vezes por semana. Dose de manutenção: 1 U/dia ou 
5 U/semana 
Via intrapleural 
Efusão pleural maligna 
ADULTOS: 
60 U, dissolvidas em 50 a 100 mL de cloreto de sódio 0,9%. 
Formas farmacêuticas 
Disponíveis no Brasil: 
Sulfato de bleomicina: 
Pó liofilizado para injetável: 15 mg, 30 mg 
Disponíveis no exterior: 
Sulfato de bleomicina: 
Pó para injetável: 15 U, 30 U 
Aspectos farmacêuticos 
O sulfato de bleomicina apresenta-se como pó branco ou branco amarelado, muito higroscópio, e 
perde mais ou menos 3% do seu peso quando seco. Muito solúvel em água, levemente solúvel em álcool 
diidratado e praticamente insolúvel em acetona e éter. Uma solução 0,5% em água tem pH 4,5 a 6,0. 
Conservar em recipientes fechados, ao abrigo da luz e sob temperatura entre 2-8 ºC. Sulfato de bleomicina 
perde potência quando armazenada em recipientes de plástico, deve ser estocado em recipientes de vidro. 
Manter as ampolas sob refrigeração (2 a 8º C) por 24 meses. Não usar após expirada a validade. 
Reconstituída em cloreto de sódio 0,9%, é estável por 24 horas; em glicose 5%, é menos estável. 
Prolongada infusão de bleomicina deve ser feita em recipientes de vidro. A dose intravenosa deve ser 
administrada devagar, por tempo superior a 10 minutos. 
CICLOFOSFAMIDA 
Fabiana Vieira Lacerda Mendes 
Mecanismo de ação 
É agente antineoplásico alquilante que impede a divisão celular. Induz ligação cruzada e/ou 
fragmentação das hélices de DNA, interferindo em sua síntese e função. É um pró-fármaco,necessitando 
de processo de ativação complexo (em fígado e tecidos) antes de exercer função antitumoral. É agente 
não-específico de fase do ciclo celular, ou seja, a alquilação pode ocorrer em células em divisão ou em 
repouso. Também possui atividade imunossupressora. 
Indicações 
Tratamento adjuvante do câncer de mama e de metástases; câncer colo-retal, de cérvice uterina, 
tumor de Wilms, adenocarcinoma de pulmão (pequenas células ou não), doença de Hodgkin, linfoma não-
Hodgkin, linfoma de Burkitt, micose fungóide adiantada, leucemia linfóide aguda, leucemia mielocítica e 
monocítica, mieloma múltiplo, neuroblastoma, retinoblastoma,rabdomiossarcoma, sarcoma de Ewing, 
carcinoma de testículo, próstata, endométrio e ovariano, bexiga, rim, sarcoma de tecidos 
moles, granulomatose de Wegener, miastenia grave, esclerose múltipla, anemia hemolítica autoimune, 
púrpura trombocitopênica idiopática, hemosiderose pulmonar idiopática, vasculites. Como 
imunossupressor: profilaxia da rejeição em transplante de rim, fígado, coração e regime de 
condicionamento para transplante de medula óssea; artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e 
síndrome nefrótica. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade a ciclofosfamida ou aos componentes da fórmula. Depressão grave da medula 
óssea. 
Precauções 
Deve ser administrada com cuidado a pacientes com leucopenia e trombocitopenia, infiltração de 
células tumorais na medula óssea, quimioterapia ou radioterapia prévias, terapia com outros agentes 
citotóxicos, hemorragia cística, infecção urinária, diabete melito, insuficiências renal e hepática e nos 
submetidos a adrenalectomia. Recomenda-se ingerir bastante líquido e ter micções freqüentes para evitar 
cistite hemorrágica. Administrar conjuntamente MESNA (N-acetilcisteína-sódio-2-mercapto-etano-
sulfonato) com o mesmo objetivo. Alguns autores indicam ajuste de doses para pacientes com 
insuficiência renal. Uso cauteloso durante a gravidez, pois ciclosfosfamida tem potencial teratogênico e 
carcinogênico. Pacientes em uso deste fármaco devem evitar a amamentação. Categoria de risco para a 
gestação D (FDA). 
Reações adversas 
> 10% 
Alopecia, interferência em ovogênese e espermatogênese, esterilidade, oligospermia e 
azoospermia, amenorréia, náusea, vômito, diarréia, anorexia, estomatite, mucosite, cistite hemorrágica 
grave (7% a 12%). 
DE 1% A 10% 
Dor de cabeça, rash, rubor facial, mielodepressão, leucopenia, trombocitopenia, anemia. 
< 1% 
Reações anafitáticas, disfunção cardíaca com insuficiência cardíaca congestiva (altas doses), 
necrose miocárdica ou miocardite hemorrágica e cardiotoxicidade. 
Fibrose pulmonar, fibrose de bexiga e ovariana, retenção de líquido, hiperuricemia, aumento de 
toxicidade em pacientes adrenalectomizados, interferência com processo de cicatrização, 
hepatotoxicidade, necrose tubular renal, visão turva, pneumonite intersticial, fraqueza, escurecimento da 
pele, hiperglicemia, hipocalemia, secreção inapropriada de HAD, pancreatite, neoplasia secundária, 
infecções. 
Interações medicamentosas 
Ciclofosfamida diminui os efeitos de digoxina e quinolonas. Aumenta a toxicidade de: citarabina, 
doxorrubicina, alopurinol, colchicina, probenecida, cloranfenicol, anticoagulantes orais e succinilcolina. 
Cimetidina inibe o metabolismo hepático da ciclofosfamida. Fenobarbital e fenitoína induzem enzimas 
hepáticas e aumentam a velocidade de biotransformação da ciclofosfamida, diminuindo assim seus níveis 
séricos. Uso simultâneo de azatioprina, ciclosporina ou mercaptopurina pode aumentar o risco de infecção 
e o desenvolvimento de neoplasias. Tiazidas podem prolongar a leucopenia induzida por ciclofosfamida. O 
uso de MESNA (N-acetilcisteína -sódio-2-mercaptoetano-sulfonato) protege a bexiga por inativação dos 
metabólitos urinários tóxicos da ciclofosfamida. 
Farmacocinética 
É bem absorvida por via oral, sendo a biodisponibilidade superior a 75%. Pico plasmático ocorre 
em 1 hora após administração oral. A taxa de ligação a proteínas é baixa (10% a 56%). O volume de 
distribuição é de 0,48 a 0,71 L/kg. Atravessa parcialmente a barreira hematoencefálica e a placenta e é 
excretada pelo leite materno. A ciclofosfamida pode ser absorvida pela pele intacta. O início do efeito 
terapêutico pode levar de 7 a 21 dias. A meia vida de eliminação é de 1,3 a 16 horas. É extensamente 
metabolizada no fígado a metabólitos ativos (4-hidróxi-ciclofosfamida, aldofosfamida, mostarda de 
fosforamida, acroleína) e inativos (4-ceto-ciclofosfamida, carboxifosfamida). Acroleína pode ser 
responsável pela cistite hemorrágica. Menos de 10% são excretados na urina como fármaco íntegro e 85% 
a 90%, na forma de metabólitos. É moderadamente dialisável (20% a 50%). 
Prescrição / Cuidados de administração 
Pode ser administrada por vias intramuscular, intrapleural, intraperitonial, intravenosa intermitente 
ou em infusão contínua (1-2 h). Deve haver ingestão de 2 litros de líquido por dia. Em infusão de altas 
doses, deve-se usar MESNA. 
Via oral 
Neoplasias 
ADULTOS: 
1-5 mg/kg/dia para dose inicial e dose de manutenção. A dose deve ser ajustada de acordo com a 
resposta e/ou a taxa de leucopenia. 
CRIANÇAS: 
40-50 mg/kg em doses divididas por 2 a 5 dias. Dose deve ser ajustada de acordo com a resposta 
e taxa de leucopenia. 
Síndrome nefrótica 
CRIANÇAS: 
 2-3 mg/kg/dia, por 60 a 90 dias. 
Granulomatose de Wegener: 
ADULTOS: 
Inicialmente 2 mg/kg/dia juntamente com 1mg/kg/dia de prednisona. 
Vasculite cerebral 
ADULTOS: 
1 a 2 mg/kg/dose. 
Via intravenosa 
Linfoma não-Hogdkin 
CRIANÇAS: 
dose de indução 1000-1200 mg/m2. Dose de manutenção: 600-1000 mg/m2. 
Lúpus eritematoso sistêmico 
CRIANÇAS: 
500-750 mg/m2, a cada mês. Dose máxima: 1g/m2. 
Artrite reumatóide juvenil / Vasculites 
CRIANÇAS: 
10 mg/kg a cada 2 semanas. 
Neoplasias (como agente isolado) 
ADULTOS: 
Inicialmente 40 a 50 mg/kg, em doses divididas, por curso de tratamento (1 a 5 dias). Pode ser 
repetido a intervalos de 2-4 semanas. Dose máxima: 7 g/m2 
Outros esquemas terapêuticos: 10 a 15 mg/kg, administrados a cada 7 ou 10 dias ou 2 a 5 mg/kg, 
administrados 2 vezes na semana. A dose dever ser ajustada, dependendo da resposta obtida e/ou da 
taxa de leucopenia. Esquema de doses diárias contínuas admite 1-2,5 mg/kg/dia. 
Vasculite cerebral 
ADULTOS: 
500-1000 mg/m2, uma vez a cada 1 ou 3 meses. 
Esclerose múltipla 
ADULTOS: 
Dose inicial de 400-800 mg/m2 a cada 4 semanas. 
Transplante de medula 
ADULTOS: 
Dose única de 400-1800 mg/m2 por curso de tratamento (1-5 dias) que pode ser repetida com 
intervalos de 2-4 semanas. Dose máxima: 7g/m2. 
Dose contínua: 60-120 mg/m2 por dia. 
Transplante de medula autólogo 
ADULTOS: 
IVPB 50 mg/kg/dose por 4 dias ou 60 mg/kg/dose por 2 dias; a dose total é geralmente dividida por 
2-4 dias. 
Formas farmacêuticas 
Disponíveis no Brasil: 
Comprimido: 50 mg 
Comprimido revestido: 50 mg 
Drágea: 50 mg 
Pó liofilizado para injetável: 200 mg, 500 mg, 1 g, 2 g 
Disponíveis no exterior: 
Comprimidos: 25 mg, 50 mg 
Pó liofilizado para injetável: 100 mg, 200 mg, 500 mg, 1 g, 2 g 
Aspectos farmacêuticos 
Apresenta-se como pó cristalino branco ou quase branco. O peso molecular é de 279.1. É solúvel 
em água e álcool, levemente solúvel em éter. Solução recentemente preparada a 2% em água tem pH 
entre 4,0 a 6,0. Liquefaz-se ao perder sua água de cristalização. Manter em recipientes herméticos, a 
temperaturas de 2 a 30 ºC. Soluções preparadas se deterioram quando estocadas; soluções aquosas 
podem ser armazenadas por apenas algumas horas à temperatura de 25 ºC. A temperaturas superiores a 
30ºC ocorre hidrólise com perda de cloro. Para uso intravenoso, adiciona-se água para injeção nas 
seguintes proporções: 5 ml ao frasco-ampola de 100 mg; 10 ml ao frasco-ampola de 200 mg; 25 ml ao 
frasco-ampola de 500 mg; 50 ml ao frasco-ampola de 1,0 g; 100 ml ao frasco de 2,0 g. A solução injetável 
reconstituída é estável por 24 horas à temperatura ambiente e por 6 dias sob refrigeração (2 a 8 ºC). 
Reconstituição da ciclofosfamida com água bacteriostática contendo como conservante álcool benzílico 
pode resultar em decomposição. As soluções reconstituídas podem ser infundidas com cloreto de sódio 
0,9%, glicose 5%, glicose 5% e cloreto de sódio 0,9%, glicose 5% e Ringer e Ringer-lactato. As drágeas 
devem ser armazenadas à temperatura de 25 ºC. 
CISPLATINA 
Milena Oliveira Bittencourt 
Sinonímia 
DDP; CDDP; cis-DDP; sal de Peyrone; diaminodicloreto de platina. 
Mecanismo de ação 
Em solução aquosa, os íons cloreto são lentamente deslocados pela água, gerando complexo 
carregado positivamenteque reage com sítios nucleofílicos de DNA, RNA ou proteína. Disso resulta 
formação de ligações covalentes bifuncionais, similares às reações alquilantes; as ligações cruzadas intra-
filamentos, em particular com guanina e citosina, mudam a conformação do DNA e inibem sua síntese. 
Também pode ligar-se a bases, formando pares anormais que determinam desenrolamento do DNA. 
Cisplatina tem sido classificada como agente alquilante não-específico sobre o ciclo celular. Embora cause 
imunossupressão, a estimulação da resposta imune do hospedeiro contra o tumor pode contribuir para a 
sua ação antineoplásica. Também possui propriedades mutagênicas. A cisplatina não tem exibido 
resistência cruzada com outros agentes alquilantes. 
Indicações 
Câncer de bexiga, próstata, ovário, testículo, cabeça e pescoço, pulmão, pulmão de pequenas 
células, mama, linfomas Hodgkin e não-Hodgkin, neuroblastoma, sarcomas, mieloma, mesotelioma, 
osteossarcoma. 
Contra-indicações 
Insuficiência renal pré-existente; mielossupressão; dificuldades na audição; alergia à cisplatina ou a 
compostos contendo platina. 
Precauções 
Devido à disfunção renal relacionada à idade, os idosos podem requerer redução da dose. Na 
insuficiência renal, a função deve retornar ao normal antes de administrar outra dose de cisplatina. 
Nefrotoxicidade tem sido associada a pico plasmático de platina maior que 6 microgramas/mL (obtido 5 
minutos após infusão intravenosa de cisplatina). Danos aos túbulos renais podem ser evidentes na 
segunda semana após a administração da dose. Hidratação adequada e produção urinária devem ser 
mantidas antes e por 24 horas após a dose para evitar nefrotoxicidade. 
Efeitos tóxicos cumulativos ocorrem em rins, medula óssea e ouvidos. A ototoxicidade pode ser 
mais severa em crianças. Monitorar magnésio, cálcio, sódio e fosfato de potássio, creatinina e ácido úrico 
séricos. Fazer hemograma completo semanalmente e realizar audiometrias periódicas. 
Embora a maioria da platina no leite materno esteja provavelmente ligada a proteínas, recomenda-
se que a mãe não amamente enquanto receber cisplatina. Em geral, o uso de contraceptivo é 
recomendado durante a terapia com drogas citotóxicas. A cisplatina é embriotóxica e teratogênica em 
ratos e pode ser tóxica ao trato urogenital do feto humano. Em um caso relatado, o bebê desenvolveu 
leucopenia profunda com neutropenia transitórios; o desenvolvimento foi normal, exceto pela perda 
bilateral da audição. Categoria de risco para a gestação D (FDA). 
Reações adversas 
> 10% 
Náusea e vômito (76% a 100%); zumbido e perda da audição (31%); mielossupressão moderada e 
temporária, incluindo leucopenia (27%), trombocitopenia (16%) e anemia (11%); insuficiência renal crônica 
ou aguda (18% a 36%); eventos tromboembólicos (12,9%); hiperuricemia; neuropatia periférica (em 
concentrações acima de 200 mg/m2); reações anafiláticas (incluindo edema facial, dificuldades na 
respiração, hipotensão e taquicardia). 
DE 1% A 10% 
Extravazamento determina dor ou vermelhidão no local da injeção (pode causar tromboflebite e 
dano ao tecido). 
< 1% 
Leucemia, arritmias, bradicardia, visão turva, neurite óptica, hepatotoxicidade, hipocalcemia, 
hipocalemia, hipomagnesemia (incluindo tetania, fraqueza muscular, tremores, tontura, mudanças na 
personalidade e parestesias nas mãos e ao redor da boca), hipofosfatemia, perda de cabelo moderada, 
feridas na boca, papiledema, flebite, síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético 
(tontura, confusão ou agitação, cansaço ou fraqueza incomum). 
OUTRAS REAÇÕES ADVERSAS: 
Insuficiência da medula óssea, hipertensão sistêmica severa, hipotensão ortostática, infarto do 
miocárdio, angina pectoris, nefropatia, hiponatremia, síndrome uricêmica hemolítica, problemas na 
espermatogênese e na função das gônadas, neurite retrobulbar, toxicidade retinal, alterações na 
percepção das cores, estomatite, amilase sérica elevada, perda de sensações gustativas, perda de 
apetite, soluços, erupção, convulsões, níveis plasmáticos de ferro elevados, anemia hemolítica, pirexia (3 
relatos), pancitopenia (1 relato), encefalopatia severa (1 relato), eritema afetando as partes periféricas (1 
relato), celulite e fibrose (1 relato), toxicidade vestibular (1 relato). 
Náusea e vômito iniciam-se nas primeiras 4 horas e duram de 12 a 96 horas. 
Doses altas e cumulativas podem provocar espasmos musculares. 
Interações medicamentosas 
Diminuem o efeito da cisplatina: Ácido tióctico (antagonismo). 
Drogas que têm seu efeito diminuído: Carbamazepina (absorção reduzida ou eliminação 
acelerada); fenitoína (metabolismo aumentado); vacinas de microrganismos mortos (supressão dos 
mecanismos de defesa do paciente); alopurinol, colchicina, probenecida e sulfimpirazona (aumento da 
concentração de ácido úrico no sangue). 
Aumentam os efeitos tóxicos da cisplatina: Diuréticos de alça (ototóxicos); docetaxel (neurotóxico); 
tacrolimus (nefrotóxico); topotecam (mielossupressor); aminoglicosídeos, capreomicina e vancomicina 
(nefrotóxicos e ototóxicos). 
A cisplatina pode aumentar o risco de infecção por vacina de microrganismos vivos devido à 
resposta imune diminuída. 
O uso concomitante de anti-histamínicos, buclizina, ciclizina, loxapina, meclizina, fenotiazinas, 
tioxantenos e trimetobenzamida pode mascarar os sintomas de ototoxicidade. 
Há relatos de casos isolados de alterações nas concentrações séricas de lítio. 
Há 2 relatos de leucemia após o uso concomitante de doxorrubicina. Considerar os riscos e 
benefícios. 
Antieméticos profiláticos devem sempre ser prescritos. 
Amifostina pode ser usada para reduzir toxicidade renal cumulativa. Pode-se usar tiossulfato de 
sódio como antídoto em caso de extravazamento. 
Farmacocinética 
A ligação a proteínas plasmáticas (albumina, transferrina e gama-globulina) é superior a 90%. 
Quantidades mínimas chegam ao SNC. Há alta captação em rins, fígado, ovários, útero e pulmões. O 
volume de distribuição é de 11 a 12 L/m2. A meia-vida na fase alfa é de 20 a 30 minutos e na fase beta, 60 
minutos (acima de 240 minutos em pacientes anúricos). Pode ser transformada não enzimaticamente em 
um ou mais metabólitos. Os metabólitos estão extensamente ligados a proteínas e possuem atividade 
citotóxica mínima, mas a fração não ligada a proteína (inalterada) é citotóxica. Excreta-se em mais de 90% 
na urina e em 10% na bile. 
A depuração renal é igual a 62 mL/min/m2, e a depuração corporal total é de 15 a 16 L/h/m2. A 
meia-vida de eliminação varia de 16 a 53 horas. 
A inibição do DNA persiste por vários dias após a administração. A platina pode ser detectada nos 
tecidos 4 meses ou mais após a dose. 
A hemodiálise, mesmo quando iniciada 4 horas após superdosagem, parece ter pouco efeito na 
remoção da platina, devido ao alto grau de ligação a proteínas da cisplatina. 
Prescrição / Cuidados de administração 
O alumínio reage com a cisplatina, formando gás e um precipitado negro; portanto, a aparelhagem 
usada para preparar e administrar cisplatina não deve conter alumínio, incluindo agulhas, seringas, 
cateteres, equipos de infusão, dentre outros. 
Diluir a dose em 2 L de dextrose 5% com ½ ou 1/3 de cloreto de sódio 0,9% contendo 37,5 g de 
manitol; infundir esta solução por 6 a 8 horas, à velocidade de 1mg/minuto. 
Cisplatina também tem sido administrada por vias intrarterial, intraperitonial e por instilação dentro 
da bexiga. 
Via intravenosa 
Câncer avançado de bexiga 
50 a 70 mg/m2, uma vez a cada 3 ou 4 semanas. Iniciar com dose de 50 mg/m2, uma vez a cada 4 
semanas para pacientes fortemente pré-tratados. 
Câncer de ovário 
75 a 100 mg/m2, uma vez a cada 4 semanas, em combinação com ciclofosfamida (600 mg/m2 uma 
vez a cada 4 semanas). Se administrado como agente único, a dose é de 100 mg/m2, uma vez a cada 4 
semanas. Para pacientes não tratados anteriormente, a dose é de 75 mg/m2, uma vez a cada 3 semanas, 
em combinação com paclitaxel (135 mg/m2, uma vez a cada 3 semanas). 
Câncer metastásicono testículo 
10-20 mg/m2/dia, por 5 dias, repetido a cada ciclo em 3-4 semanas. 
Câncer de cabeça e pescoço 
100-120 mg/m2 
Ajuste de dose 
DCE (10 e 50 mL/min): 50% da dose normal 
DCE (<10 mL/min): não administrar cisplatina. 
Doses de manutenção devem ser administradas após hemodiálise. 
Formas farmacêuticas 
Disponíveis no Brasil: 
Solução injetável: 0,5 mg/mL, 1 mg/mL 
Pó liofilizado para injetável: 10 mg, 20 mg, 25 mg, 50 mg, 100 mg 
Disponíveis no exterior: 
Injeção: 1 mg/mL 
Pó para injetável: 10 mg, 50 mg 
Aspectos farmacêuticos 
É complexo inorgânico solúvel em água que contém um átomo central de platina cercado por 2 
átomos de cloro e 2 moléculas de amônia na posição cis. O isômero cis é 14 vezes mais citotóxico que o 
isômero trans. O peso molecular corresponde a 300,06. Trata-se de pó amarelo ou de cristais amarelos ou 
alaranjados, levemente solúvel em água, praticamente insolúvel em álcool e escassamente solúvel em 
dimetilformamida. A solução reconstituída tem pH de 3,5 a 5,5. 
Cisplatina aquosa deve ser armazenada entre 15 e 21° C e protegida da luz. Não refrigerar. Está 
disponível em frascos multidose sem preservativos. Uma vez que o frasco tenha sido penetrado, a 
cisplatina restante é estável por 28 dias se protegida da luz ou por 7 dias, sob luz ambiente fluorescente. 
Em condições ambientais de iluminação, a cisplatina sofre processo de degradação, formando 
tricloroaminoplatinato (TCAP), menos tóxico que cisplatina. pH maior que 4,3 (especialmente 6,3) produz 
alta perda de cisplatina e formação mais rápida de TCAP. A decomposição da cisplatina em soluções 
aquosas é principalmente devida à substituição reversível da água pelo cloreto, e sua estabilidade é 
aumentada em soluções de cloreto de sódio devido ao excesso de íons cloreto disponível. 
Armazenar o pó liofilizado abaixo de 40° C, preferencialmente entre 15° e 30° C e proteger da luz. 
Reconstituir adicionando quantidade de água estéril suficiente para se obter solução de 1 mg/mL de 
cisplatina, clara e incolor. Recomenda-se que a solução de dextrose 5% em cloreto de sódio 0,3% ou 
0,45% seja usada no caso de diluição adicional para administração intravenosa ser requerida, 
assegurando estabilidade. Soluções reconstituídas são estáveis por 20 horas a 27° C. A solução removida 
deve ser protegida da luz se não for utilizada dentro de 6 horas. Um precipitado se formará se as soluções 
reconstituídas forem refrigeradas. Se a solução for congelada, ela deve ser descongelada à temperatura 
ambiente até que o precipitado se dissolva. Este descongelamento não afeta a estabilidade química ou 
física do produto. 
Cisplatina é rapidamente degradada na presença de bissulfito ou metabissulfito; a mistura com 
preparações contendo esses preservativos pode resultar em perda da atividade. Soluções intravenosas 
compatíveis: cloreto de sódio 0,225%, 0,3%, 0,45% e 0,9%; dextrose 5% em cloreto de sódio 0,225%, 
0,45% e 0,9%; dextrose 5% em cloreto de sódio 0,33% com cloreto de potássio 20 mEq/L e manitol 
1,875%; dextrose 5% em cloreto de sódio 0,33% e 0,45% com manitol 1,875%; dextrose 5% em água (75 
e 100 mg/mL de cisplatina). Soluções intravenosas incompatíveis: Bicarbonato de sódio, cloreto de sódio 
0,1%, dextrose 5% em água (300 mg/mL de cisplatina). 
Drogas compatíveis: Alopurinol, aztreonam, sulfato de bleomicina, carboplatina, carmustina, 
ciclofosfamida, cimetidina, citarabina, cladribina, clorpromazina, fosfato de dexametasona, difenidramina, 
doxorrubicina, droperidol, doxapram, etoposido, famotidina, filgrastim, floxuridina, fosfato de fludarabina, 
fluorouracil (50 mg/mL fluorouracil+1 mg/mL cisplatina), furosemida, ganciclovir, gencitabina, granisetron, 
heparina, hidromorfona, hidroxizine, ifosfamida, leucovorina, lorazepam, sulfato de magnésio, manitol, 
melfalan, succinato de metilprednisolona, metoclopramida, metotrexato, mitomicina, sulfato de morfina, 
ondansetron, paclitaxel (300 mg/L paclitaxel+200 mg/L cisplatina; 1,2 mg/mL paclitaxel+1 mg/mL cisplatina 
1:1), cloreto de potássio, edisilato de proclorperazina, prometazina, propofol, ranitidina, sargramostim, 
sulfato de vimblastina, sulfato de vincristina, tartarato de vinorelbina, teniposido. Drogas incompatíveis: 
Alumínio, amifostina, anfotericina B, cefepima, fluorouracil (1 g/mL fluorouracil+200 mg/L cisplatina; 10 g/L 
fluorouracil+500 mg/L cisplatina), nitrato de gálio, mesna, paclitaxel (1,2 g/L paclitaxel+200 mg/L 
cisplatina), piperacilina/tazobactam, solução de nutrição parenteral total, tiotepa. 
O cloreto de sódio 9 mg/mL é usado como veículo das soluções injetáveis. Além do pó de 
cisplatina, no frasco ainda há manitol e cloreto de sódio; ácido hidroclórico também está presente para 
ajustar o pH. 
CITARABINA 
Aline Matias de Freitas 
Sinonímia 
Arabinosilcitosina, Ara-C, Arabinosina citosina 
Mecanismo de ação 
Está disponível em formulação convencional e lipossomal. É análogo das purinas, especificamente 
da desoxicitidina. Entra na célula em processo mediado por carreador, sendo então convertida no 
composto ativo: trifosfato de aracitidina. Compete com o substrato normal (trifosfato de desoxicitidina - 
dCTP) pela enzima DNA polimerase, inibindo-a, o que resulta em diminuição da síntese de DNA. Atua 
especificamente em fase S do ciclo celular. O grau de citotoxicidade relaciona-se linearmente com a 
incorporação ao DNA que é, pois, é responsável pela atividade e toxicidade do fármaco. 
Duas propriedades importantes da citarabina são: 1) efeito relativamente sinergístico com outras 
classes de antineoplásicos, incluindo agentes alquilantes, tiopurinas e antraciclinas;2) efetividade clínica 
significantemente afetada pelo esquema de administração. 
Indicações 
Citarabina convencional 
Tratamento de leucemia não-linfocítica aguda e leucemia mielocítica crônica (fase blástica). 
Indicado com ressalvas na leucemia linfocítica aguda. Prevenção e tratamento de leucemia meníngea. 
Tratamento de linfomas não-Hodgkin em crianças. 
Citarabina lipossomal 
Tratamento de meningite linfomatosa. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade ao fármaco ou a outro componente da formulação. Infecção meníngea ativa 
(citarabina lipossomal). 
Precauções 
Citarabina convencional 
Usar com cuidado em gestantes, nutrizes e lactentes, imunodeprimidos, insuficientes hepáticos e 
renais. Monitorar a tolerância ao fármaco. Alertar o paciente sobre a toxicidade do fármaco. A contagem 
de células brancas e plaquetas deve ser feita regularmente, e a terapia deve ser interrompida 
imediatamente se os valores diminuírem rapidamente. Em casos de supressão marcante da medula óssea 
é necessária a redução da dose, diminuindo-se o número de dias de administração. Evitar produtos que 
contenham ácido acetilsalicílico e álcool. Evitar vacinações durante o tratamento. É indicado o uso de 
citarabina convencional em crianças. Tem categoria de risco gestacional D (FDA). 
Citarabina lipossomal 
Administrar apenas sob supervisão de médico com experiência no uso de agentes quimioterápicos. 
Araquinoidite química (náusea, vômito, cefaléia e febre) tem sido relatada em todos os estudos. Se não 
tratada, pode ser fatal. A incidência e a gravidade desta manifestação pode ser reduzida pela co-
administração de dexametasona. Segurança e eficácia de citarabina lipossomal em pacientes pediátricos 
não foram estabelecidas. 
Reações adversas 
Citarabina convencional 
> 10% 
Conjuntivite, ceratite córnea. Convulsões (via intratecal). Síndrome cerebelar ou toxicidade 
cerebelar (ataxia, disartria, disdiadocinesia) relacionadas a dose, reversíveis ou não. Ulceração oral e anal, 
erupção cutânea, náusea, vômitos (dependente de dose), diarréia, mucosite, hemorragia, mielossupressão 
(granulocitopenia, anemia), disfunção hepática, hiperbilirrubinemia, icterícia, aumento agudo das 
transaminases, tromboflebite, edema pulmonar, pericardite, tamponamento. 
Potencial emetogênico: 
Dose < 500 mg: moderadamente baixo (10 a 30%) 
Dose entre 500 e 1500 mg: moderadamentealto (60 a 90%) 
Dose > 1500 mg: alto (>90%) 
Mielossupressão: 
Início: 4-7 dias 
Nadir: 14-18 dias 
Recuperação: 21-28 dias 
DE 1% A 10% 
Cardiomegalia, cefaléia, sonolência, confusão, neurite, prurido, alopécia, celulite no local da 
injeção, retenção urinária, mialgia, dor óssea, neuropatia periférica, síndrome da aflição respiratória aguda 
progredindo para edema pulmonar, pneumonia, sepsis, pancreatite, febre, síndrome mão-pé. 
Citarabina lipossomal: 
Araquinoidite química é o efeito adverso mais comum. Pode incluir dor no pescoço, rigidez na nuca, 
cefaléia, febre, náusea, vômito e dor nas costas. 
> 10% 
Cefaléia (28%), confusão (14%), sonolência (12%), febre (11%), dor (11%), vômito (12%), náusea 
(11%). 
DE 1% A 10% 
Edema periférico (7%), constipação (7%), incontinência (3%), neutropenia (9%), trombocitopenia 
(8%), anemia (1%), dor nas costas (7%), fraqueza (9%), andadura anormal (4%). 
< 1% 
Anafilaxia, dor no pescoço. 
Interações medicamentosas 
Citarabina convencional 
Diminui efeito de: digoxina(absorção), gentamicina, flucitosina. 
Aumenta efeito de: radiação, agentes alquilantes, análogos de purina, metotrexato. 
É usada em associação com daunorrubicina, dexametasona, ifosfamida e cisplatina. 
Citarabina lipossomal 
A limitada exposição sistêmica minimiza o potencial para interação com outros medicamentos. 
Farmacocinética 
Citarabina convencional 
A via oral não é usada, devido à presença de enzima inativadora no trato gastrintestinal. Após 
administração intravenosa, a concentração plasmática cai rapidamente. Utilizando via subcutânea, o pico é 
atingido em 20 a 60 minutos. Aproximadamente 15% da dose se ligam a proteínas plasmáticas. É rápida e 
amplamente distribuída aos tecidos. Atravessa a barreira hematoencefálica após administração 
intravenosa rápida; as concentrações cerebrospinais correspondem a 40-50% da concentração plasmática 
após infusão intravenosa contínua. Biotransformação acontece em plasma, fígado e outros tecidos. A meia 
vida alfa dura 10-20 minutos e a terminal varia de 1 a 3 horas (cerca de 2 horas após administração 
intratecal). Excreta-se na urina como metabólitos inativos (80%) dentro de 36 horas. Cerca de 10% são 
excretados na forma não modificada. 
Citarabina lipossomal 
Administra-se por via intratecal, atingindo nível máximo em 5 horas. Metaboliza-se no plasma a 
ara-U (inativo). Sua meia-vida terminal varia de 100 a 263 horas, para doses entre 12,5 mg e 75 mg. 
Elimina-se primariamente na urina, como metabólito (ara-U). 
Prescrição / Cuidados de administração 
Citarabina convencional 
Via intravenosa 
Administrações em injeção, em bolo e em infusão contínua determinam variações de toxicidade. 
Injeção em bolo é mais bem tolerada, mas se caracteriza por determinar toxicidade gastrintestinal e neural. 
Infusão contínua gera mielossupressão. 
Leucemia não linfocítica aguda em combinação com outros antineoplásicos 
ADULTOS E CRIANÇAS: 
100 mg/m2/dia, por infusão contínua ou por injeção a cada 12 horas, durante 5-7 dias. O curso de 
tratamento pode ser repetido a cada 2 semanas. 
Leucemias e linfomas refratários 
ADULTOS: 
1 a 3 g/m2, a cada 12 horas, em infusão contínua de 3 horas, durante 2 a 6 dias. 
Linfoma não-Hodgkin 
CRIANÇAS: 
Dose de indução: 75 mg/m2 
Dose de consolidação:100 a 150 mg/m2 
Dose de manutenção:150 mg/m2 
Transplante de medula óssea 
1,5 g/m2, por infusão contínua, por 48 horas. 
Vias subcutânea e intramuscular 
Leucemia mielóide aguda ( tratamento paliativo) 
IDOSOS: 
10-20 mg/m2/dia 
Linfoma não-Hodgkin 
CRIANÇAS: 
Dose de consolidação:100 mg/m2 
Dose de manutenção:1-1,5 mg/kg, em dose única, a intervalos de 1 a 4 semanas. 
Via intratecal 
Leucemia meníngea 
ADULTOS E CRIANÇAS: 
5 a 75 mg/m2 uma vez ao dia por 4 dias para uma vez a cada 4 dias. A dose mais comum tem sido 
de 30 mg/m2 a cada 4 dias até a normalização do fluido cerebrospinal seguido por um tratamento 
adicional. 
Linfoma não-Hodgkin 
CRIANÇAS: 
Dose de indução:15-70 mg/ m2 
Dose de consolidação:15-30 mg/ m2 
Ajuste de dose 
Em pacientes com nefrotoxicidade: 2-3 g/m2, uma vez ao dia. Recomenda-se que a dose seja 
reduzida em pacientes com insuficiência hepática. 
Em diálise peritoneal e hemodiálise nenhuma suplementação é necessária. 
Citarabina lipossomal 
Via intratecal 
Meningite linfomatosa 
ADULTOS: 
Indução: 50 mg, administrados em duas doses, com intervalo de 14 dias (semanas 1 e 3). 
Consolidação: 50 mg, administrados em três doses, com intervalos de 14 dias (semanas 5, 7 e 9), 
seguidos por dose adicional na semana 13. 
Manutenção: 50 mg, administrados a cada 28 dias, totalizando 4 doses (semanas 17, 21, 25 e 29). 
Se o paciente desenvolver neurotoxicidade, reduzir a dose para 25 mg. Se persistir, descontinuar o 
tratamento. 
Formas farmacêuticas 
Disponíveis no Brasil: 
Citarabina convencional: 
Solução injetável: 20 mg/mL, 50 mg/mL, 100 mg/mL 
Pó para injetável: 100 mg, 500 mg, 1 g, 2 g 
Disponíveis no exterior: 
Citarabina convencional: 
Injetável: 20 mg/mL, 100 mg/mL 
Pó para injetável: 100 mg, 500 mg, 1 g, 2 g 
Citarabina lipossomal: 
Injetável: 10 mg/mL 
Aspectos farmacêuticos 
Apresenta-se como pó cristalino branco ou quase branco e inodoro. Solúvel em água, levemente 
solúvel em álcool e clorofórmio. Deve ser estocado em temperaturas abaixo de 40ºC, preferencialmente 
entre 15-30ºC, ao abrigo da luz. As soluções reconstituídas são estáveis à temperatura ambiente por 48 
horas. Descartam-se soluções que apresentem leve turbidez. Soluções para infusão que contêm até 0,5 
mg/mL são estáveis à temperatura ambiente durante 7 dias. 
A solução para uso por vias intravenosa ou subcutânea pode ser preparada pela adição de 5 mL de 
água para injeção bacteriostática, resultando em solução com concentração de 20 mg/mL e pH de 
aproximadamente 5,0. A solução para uso intratecal pode ser preparada pela adição de 5 mL de diluentes 
isotônicos tamponados (sem conservante), tais como solução B de Elliot, solução injetável de Ringer-
lactato ou líquido cefalorraquidiano do paciente ao frasco-ampola contendo 100 mg de citarabina. O 
volume administrado deve corresponder ao mesmo volume de líquido cefalorraquidiano eliminado. 
Apesar de se descreverem incompatibilidades com soluções de fluoruracila e metotrexato, alguns 
estudos reportam ser ela estável por algumas horas quando misturada com o últimos. 
Estocar citarabina liposomal em ambiente refrigerado entre 2 a 8ºC, proteger do congelamento e 
evitar agitação agressiva. 
CLORAMBUCILA 
Ana Paula Barroso Hofer 
Sinonímia 
Cloraminofeno 
Mecanismo de ação 
É agente alquilante, derivado da mostarda nitrogenada. Dissocia grupos alquila (carregados 
positivamente e eletrofílicos), capazes de atacar sítios ricos em elétrons (carregados negativamente) na 
maioria das moléculas biológicas. Assim, forma pontes moleculares, adicionando o grupo alquila a átomos 
de oxigênio, nitrogênio, fósforo ou enxofre de ácidos nucléicos e proteínas. Seu efeito citotóxico relaciona-
se a alterações em estrutura e função de DNA, inibindo ou alterando sua replicação, o que resulta em 
mutação ou morte celular. É agente fase-inespecífico do ciclo celular. 
Indicações 
Tratamento paliativo de leucemia linfocítica crônica, linfomas Hodgkin e não- Hodgkin, 
macroglobulinemia de Waldenström, carcinomas de mama, ovário e testículo, coriocarcinoma. Como 
imunossupressor: síndrome nefrótica, uveite e meningoencefalite associados com Doença de Behcet, 
trombocitemia, policitemia vera, síndrome hipereosinofílica, dermatomiosite, sarcoidose e artrite 
reumatóide. 
Contra-indicações 
Hipersensibilidade ao clorambucil ou a outro agente alquilante. Resistência prévia ao clorambucil. 
Precauções 
É necessário cuidado na manipulação do agente antineoplásico, bem como das excretas dos 
pacientes submetidos a ele. Cautela em pacientes com distúrbios convulsivos e supressão da medula 
óssea. Recomenda-se monitoração periódica dos níveis de hemoglobina,

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