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Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados

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Validação e 
Qualificação na 
Indústria Farmacêutica
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Fábio Mitsuo Lima
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• Validação de processos produtivos;
• Documentação da validação de processos;
• Desenvolvimento da validação;
• Matriz de rastreabilidade;
• Conclusão.
Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Introduzir os conceitos de qualificação, bem como seus pré-requisitos, e apresentar os 
tipos de validações destinadas a processos produtivos, de limpeza, de sistemas compu-
tadorizados e suas respectivas documentações.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o 
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Validação de Processos, Limpeza 
e Sistemas Computadorizados
UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
Contextualização
Prezado(a) aluno(a) 
Nesta Unidade, conheceremos um pouco mais sobre alguns dos processos que 
são críticos para a indústria farmacêutica. Cada vez mais, as agências têm exigido a 
adequação das industrias para o atendimento das normas que levam as empresas a 
buscarem um alto nível de qualidade e, como consequência, assegurar cada vez mais a 
segurança e eficácia do produto produzido por elas. Veja o material sugerido abaixo:
Desenvolvimento de Processos de Limpeza como base estratégica para a validação:
https://goo.gl/Q8o8NY
O que é Validação de Sistemas Computadorizados?: https://youtu.be/PFvlC98fh4A
Vídeo Debate Técnico sobre Validação de Sistemas: https://youtu.be/neEAwOB53EY
6
7
Introdução
A indústria farmacêutica é um ambiente complexo e constituído de processos e 
sistemas complexos também. Em virtude da criticidade do seu papel na saúde, existem 
muitos requisitos e exigências que devem ser cumpridos a fim de garantir que a segurança 
e a eficácia do medicamento sejam alcançadas.
Quando falamos em segurança e eficácia, essas não se aplicam apenas ao produto 
acabado, mas sim a toda cadeia produtiva, logística, de qualidade, gerencial, ou seja, 
envolvem todas as áreas da indústria, de forma que todos os processos estejam intima-
mente projetados para serem executados com o maior nível de segurança possível.
Para assegurar que esses processos e sistemas estão de acordo com os requisitos 
necessários para produzir um produto seguro e eficaz, a indústria farmacêutica utiliza 
da validação. Abordaremos três dos vários tipos de validação que ocorrem na indústria 
farmacêutica, são processos cruciais e de alta relevância do ponto de vista regulatório. 
Validação de Processos Produtivos
A validação de processos em linhas gerais é um conjunto de estudos que visam garantir 
a reprodutibilidade de um determinado processo. Esses estudos são documentados e 
fornecem evidências da segurança do processo, e os resultados obtidos indicarão se o 
processo é efetuado de acordo com as especificações e os requerimentos de qualidade 
previamente estabelecidos.
Reprodutibilidade: é a capacidade de um fenômeno (um dado, um processo, um resulta-
do) de se reproduzir dentro das condições iniciais
De acordo com a Anvisa:
Validação de Processo (VP): evidência documentada que atesta com 
um alto grau de segurança que um processo específico produzirá um 
produto de forma consistente, que cumpra com as especificações pré-
-definidas e características de qualidade (BRASIL, 2010b).
Existe uma diferença entre validação de processo e melhoria de processo, que algumas 
vezes pode causar certa confusão. A validação de processo apenas atesta ou confirma 
que o processo está sendo executado conforme o previsto, ou não, dependendo dos 
resultados gerados. A validação não é uma ferramenta de melhoria. No caso da melhoria 
de processos, ações serão tomadas para corrigir falhas ou realizar ajustes no processo, 
com base nas informações obtidas durante a sua validação.
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UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
A validação de processos é um requerimento da RDC nº 17/2010, que dispõe das 
Boas Práticas de Fabricação. Sendo assim, todos os documentos referentes à validação 
de um determinado processo devem ser devidamente elaborados e aprovados. Como nos 
demais tipos de validação citados na RDC nº 17/2010 (BRASIL, 2010b), a validação 
de processos produtivos deve ocorrer somente após a qualificação e calibração dos 
equipamentos envolvidos no processo.
Tendo em vista que o objetivo da validação de processos produtivos visa garantir a 
reprodutibilidade na produção do medicamento, qualquer mudança ou alteração (equi-
pamento, sistema, utilidade) que cause impacto direta ou indiretamente na fabricação do 
produto deve ser previamente avaliada, por meio de análise de risco (CALIXTO, 2016).
Existem basicamente três tipos de validação de processos:
• Validação prospectiva: é realizada durante a etapa de fabricação dos primeiros 
lotes industriais (lotes piloto). Os testes de validação devem ser estabelecidos antes da 
utilização de determinado processo na produção de lotes que serão comercializados. 
Os dados obtidos representam as condições ideais de funcionamento do processo;
• Validação concorrente: é realizada junto com a produção de lotes que serão 
destinados à venda;
• Validação retrospectiva: é baseada no histórico de um processo bem definido que 
não apresenta falhas de operação ao longo de um tempo de funcionamento. É feita 
uma análise dos documentos de 20 lotes sequenciais, que não apresentaram desvios 
de qualidade e/ou falhas operacionais. Esse tipo de validação não é adotado como 
primeira escolha pelas indústrias. Além de não isentar da validação concorrente, 
ele só deve ser empregado em casos excepcionais, onde há uma limitação para 
a execução dos outros dois tipos de validação, sendo necessária uma justificativa 
plausível perante os órgãos regulamentadores sanitários.
• Revalidação: ocorre após um determinado período em que o processo está em 
uso. A ideia é avaliar periodicamente se o processo continua apresentando repro-
dutibilidade e atendendo os requisitos pré-estabelecidos; ou seja, para garantir a 
segurança do processo. Um outro caso que necessita de revalidação é quando ocor-
rem mudanças no processo, seja por melhorias ou por falhas. Toda mudança que 
ocorre n o processo após esse ser validado deve ser avaliada e classificada como:
 » Sem impacto: quando não há impacto no processo que já foi validado. Por 
exemplo: alteração no prazo de validade do produto; alteração de um equipamento 
ou inclusão de um outro equipamento com a mesma descrição e especificação 
técnica do original;
8
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 » Com impacto: é aquela que apresenta impacto no processo que já está validado. 
Nesse caso, deve-se avaliar a extensão da mudança para definir se a revalidação do 
processo será total ou parcial. Por exemplo: no caso de necessidade, incluir novos 
testes no método, análise do produto ou alterações de limites de especificações de 
testes, às vezes é necessária uma revalidaçãoparcial.
Quando ocorrer a necessidade de transferir uma planta fabril para outro local, é ne-
cessária uma revalidação completa; ou quando muda um equipamento da linha de pro-
dução que possui especificações e desenho diferentes do que foi validado inicialmente.
Documentação da Validação de Processos
A documentação da validação é composta basicamente pelos protocolos e relatórios 
de validação. Antes de iniciar qualquer teste, os protocolos devem estar aprovados e 
assinados pelas áreas envolvidas. No protocolo, estão descritos todos os testes que serão 
realizados, bem como os equipamentos a serem utilizados, pessoal responsável, tipo 
de amostragem, os critérios de aceitação, a análise de risco, planejamento do estudo 
indicando a área onde ocorrerá a validação. No relatório, devem constar os resultados 
obtidos a partir dos testes executados, os desvios de qualidade que foram encontrados, 
a descrição do estudo e as conclusões finais. Lembre-se que a documentação é parte 
integrante das boas práticas de fabricação, sendo assim, deve seguir todos os requisitos 
descritos na legislação.
Desvios de qualidade: é o afastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para 
um produto ou processo. (BRASIL, 2010b).
Desenvolvimento da validação
Durante o processo de fabricação do medicamento, todas as etapas são passíveis de 
serem validadas, isto é, desde a pesagem da matéria-prima até o processo de embalagem 
secundária. Para que o desenvolvimento da validação seja eficiente, é necessário definir 
quais serão os controles das variáveis do processo em estudo.
De acordo com a forma farmacêutica e a natureza do produto, é necessário estabelecer 
quais testes serão utilizados como parâmetro de avaliação da qualidade. A determinação 
dos limites de aceitação para cada teste é parte fundamental de um parâmetro; com base 
nesse limite, serão tomadas as decisões de aceitar ou não um resultado e, por isso, deve 
ser instituído com embasamento científico. Vejamos um exemplo prático de testes de 
controle em processos utilizados durante a validação de processo:
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UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
Comprimidos e cápsulas
Tabela 1 – Exemplo de parâmetros de testes para controle em processos durante a validação de processos
Teor de umidade no granulado seco
A perda por secagem pode ser usada para determinar se o solvente degranulação foi 
ou não removido para um nível suficiente durante a operação de secagem, geralmente 
menos do que 2% de umidade.
Distribuição de tamanho de partícula 
no granulado
É um parâmetro importante que pode afetar a compressibilidade do comprimido, 
dureza, espessura, desintegração, dissolução, variação de peso e uniformidade de 
conteúdo, uniformidade da mistura. 
Peso do comprimido individual
ou cápsula
O peso dos comprimidos ou cápsulas individuais devem ser determinados ao longo da 
compressão ou do encapsulamento para assegurar que o material flui adequadamente 
e o equipamento funciona de forma consistente. A variação do peso individual deve 
conter especificações estabelecidas em monografias e documentos. Ações internas da 
empresa flutuações de peso ou necessidades frequentes de ajustes da máquina sugerem 
que a formulação ou processo, por exemplo, têm falta de fluxo degranulação, não estão 
otimizados e o que o equipamento precisa de manutenção de dureza do comprimido.
Dureza dos comprimidos
Deve ser determinada periodicamente durante todo o lote para assegurar que os 
comprimidos estejam suficientemente robustos para revestimento, embalagem e 
transporte, e não muito duros de modo a afetarem a dissolução.
Friabilidade É uma característica importante para avaliar a capacidade dos comprimidos para não lascar, rachar ou virar pó durante as operações de revestimento embalagem e transporte.
Espessura do comprimido
A espessura também é determinada periodicamente durante todo o lote e 
indiretamente relacionada com a dureza, é mais uma indicação de que a formulação 
tem ou não propriedades de fluxo do granulado de quando a compressão.
Desintegração A desintegração é determinada durante a fabricação como um indicador do desempenho do comprimido – por exemplo, a dissolução.
Fonte: Calixto (2016) 
Desvios
Durante a validação, podem surgir dois tipos de desvios
Como tratar 
os desvios?
Identi�cando
a causa da raiz
Documentar 
as ações 
neessárias
Retestar
De�nir sobre
continuidade ou
interrupção da 
validação
Figura 1
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Validação de limpeza
Dentro de um ambiente fabril, existem alguns tipos de riscos que podem ser críticos 
dependendo do tipo de produto que é fabricado neste local. Na indústria farmacêutica, 
existe uma grande preocupação e cuidado com a limpeza. Durante a produção de um 
medicamento, podem acontecer diferentes tipos de contaminação no produto acabado 
ou matéria prima, caso os devidos cuidados não sejam tomados. Por exemplo, podem 
ocorrer contaminações cruzadas, contaminações por material particulado, sujidades, 
resíduos de produtos de limpeza, lubrificantes, produtos intermediários entre outros 
(CALIXTO, 2016).
Contaminação cruzada: Contaminação de determinada matéria-prima, produto inter-
mediário, a granel ou acabado, por outro tipo de matéria-prima, ou qualquer outro estágio 
do produto descrito anteriormente.
Além desses tipos de contaminantes, existem os resíduos de solventes e subprodutos, 
e a contaminação microbiológica. Diante deste cenário, a validação de limpeza surge 
como um pilar essencial para garantir a qualidade e segurança do medicamento. Além 
de ser um aspecto das Boas Práticas de Fabricação, a validação de limpeza é um 
requisito considerado uma das primícias da produção de medicamentos, pelos órgãos 
regulamentadores nacionais e internacionais.
São conhecidas duas abordagens para o desenvolvimento da validação de limpeza:
Tradicional
Nova abordagem
Nesta abordagem preconiza-se a execusão da validação em 
triplicata, ou seja 3 vezes. O embasamento não é estatistico, 
e apoia-se em documentos oriundos de estudos paralelos e 
complementares do processo.
Nesta abordagem, considera-se o conceito de " ciclo de vida do 
processo". Busca o alinhamento de atividades de validação e 
inclui concentos de desenvolvimento farmacêutico, 
gerenciamento de risco e sistemas de qualidade.
Figura 2 – Tipos de abordagens utilizadas no desenvolvimento de validação de limpeza
Fonte: Adaptado de (CALIXTO,2016)
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UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
O ciclo de vida do processo de limpeza envolve três etapas:
Desenvolvimento e 
de�nição do processo
de limpeza
Quali�cação e
validação de limpeza
Veri�cação e
melhoria contínua
Figura 3 – Esquema do ciclo de vida
do processo de limpeza
Fonte: Adaptado de Calixto (2016)
Fase 1 – Desenvolvimento e definição 
do processo de limpeza:
Nesta etapa, é onde o processo de lim-
peza será estabelecido. Para que essa eta-
pa seja desenvolvida, é fundamental que a 
rota fabril seja muito bem estudada ou co-
nhecida, ou seja, toda a rota de produção 
do medicamento deve ser mapeada, quais 
os equipamentos e sistemas e materiais 
são empregados, área física, entre outros. 
A partir desse conhecimento, podemos 
estabelecer quais serão os riscos multifato-
riais e efetuar as análises de risco.
Fase 2 – Qualificação e validação do 
processo de limpeza: 
Neta etapa, é onde ocorre a validação 
propriamente dita, os resultados serão tra-
tados estatisticamente e comparados com 
critérios de aceitação pré-estabelecidos. 
A amostragem é parte fundamental para 
garantir a confiabilidade dos resultados do 
ponto de vista estatístico.
Um plano de amostragem para o estudo de validação deve, antes de tudo, ser baseado 
em justificativa técnico-científica para a escolha dos critérios de aceitação e as limitações 
do método de amostragem relativas à superfície a ser amostrada. Os dois métodos de 
amostragem geralmente empregados são o esfregaço (swab) e/ou rinsagem. A escolha 
desses métodos deve ser consistente e suportaro objetivo do estudo, que é demonstrar 
que a quantidade de resíduo no equipamento deve ser reduzida a níveis aceitáveis (Anvisa).
Fase 3 – Por meio da análise estatística dos dados gerados durante o processo, são 
feitos monitoramentos e verificado o aparecimento de tendências. O objetivo dessa fase 
é garantir o bom funcionamento do processo e identificar oportunidades de melhoria.
Em um processo de limpeza, todos os materiais, equipamentos e sistemas envolvidos 
estão sujeitos à validação; mas validar cada etapa minuciosamente pode ser um trabalho 
extremamente extenso. O que é recomendável, e aceitável pela Anvisa, é validar o 
que chamamos de “pior caso”, ou seja, na etapa inicial do ciclo de vida do processo 
de validação, são identificados quais são os pontos mais críticos do processo e esses 
12
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deverão ser validados, os demais podem ser submetidos à avaliação de risco e a estudos 
complementares.
Elementos de uma validação de limpeza (de acordo com o Guia de validação de 
limpeza para farmoquímicas da Anvisa):
• Definição dos critérios de aceitação; 
• Definição dos procedimentos de limpeza, incluindo: identificação do equipamento; 
caracterização dos produtos (produto prévio – atividade –toxicidade, solubilidade e 
produto subsequente – dosagem e tamanho de lote) e determinação e caracterização 
dos agentes de limpeza; 
• Desenvolvimento dos métodos analíticos e suas respectivas validações; 
• Desenvolvimento dos procedimentos de amostragem e respectivas validações 
necessárias; 
• Preparação do protocolo de validação e do plano de teste; 
• Preparação do relatório de validação.
Validação de sistemas computadorizados
A validação de sistemas computadorizados consiste na comprovação documental que 
garante a integridade dos dados e sistemas de informação que fazem interface com os 
processos de Boas Práticas Relevantes (BPx relevantes). No ambiente farmacêutico, 
podemos citar processos como o de produção industrial, processos da área de qualidade, 
processo de armazenamento e distribuição de insumos e produto acabado e a gestão de 
documentos, gerenciamento de laboratório. A validação de sistemas computadorizados 
proporciona segurança e rastreabilidade dos dados gerados, e o fluxo de informações 
dentro da indústria. Como outros processos, apresenta vantagens como otimização dos 
processos, redução de gastos com falhas e perda de informações. 
Atualmente, muitas empresas têm se especializado em desenvolver e realizar con-
sultorias em validação de sistemas computadorizados. Por se tratar de uma exigência 
dentro da RDC nº 17/2010, e pela alta complexidade do processo, a maioria das em-
presas tem optado por esse tipo de serviço. De qualquer forma, existe a necessidade de 
um conhecimento prévio da empresa e envolvimento das equipes responsáveis pelos 
processos para contribuir nas diferentes etapas do processo de validação.
Antes de iniciar um planejamento para a validação de sistemas computadorizados, 
é importante avaliar quais sistemas têm impacto em processos BPx relevantes. Essa 
análise pode ser feita a partir de um inventário de todos os sistemas; nesse inventário, 
serão listados todos os sistemas que a empresa utiliza, isso pode ser em forma de 
planilhas eletrônicas. Todos os sistemas devem ser incluídos – servidores, banco e dados, 
sistemas de recuperação de dados (backup), impressoras, interfaces entre equipamentos, 
componentes de rede, entre outros.
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UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
Após a elaboração do inventário, seguimos com a avaliação da criticidade de cada 
sistema, para isso a Anvisa disponibiliza a Guia de validação de sistemas computadorizados, 
de abril de 2010.
Guia de validação de sistemas computadorizados (2010): https://goo.gl/xdoAb1.
Neste guia, podemos encontrar as diretrizes para desenvolver todo o processo de 
validação e, inclusive, os critérios de avaliação para determinar quais sistemas são 
passíveis de validação.
Para os sistemas identificados como BPx relevantes, segue-se com o as etapas de 
planejamento da validação que envolve algumas subetapas:
Plano mestre de validação
No plano mestre de validação, deverá conter informações estratégicas sobre o desen-
volvimento da validação; além disso, definir papéis e responsabilidades e os requisitos 
que deverão ser atendidos
Priorização e cronograma de validação 
Como existem muitos sistemas computadorizados na indústria farmacêutica, o ideal 
é que se estabeleça uma prioridade de atendimento da validação. Consideramos que 
quanto maior o impacto em processos BPx relevantes, e quanto maior a relevância do 
produto, maior a priorização para a execução da validação
Avaliação de fornecedores
Deve ser feita uma avaliação dos fornecedores que atuarão diretamente com o processo 
de validação dos sistemas, essa avaliação pode ser feita por meio de uma qualificação. 
Deve ficar claro para o fornecedor quais são os papéis e as responsabilidades, bem 
como os requisitos pré-definidos pela empresa.
Documentação 
Deve ser documentado quais serão os documentados adotados durante todo o fluxo 
do processo de validação, quais serão os procedimentos, as políticas, entre outros, a 
serem seguidos.
Requisitos do usuário 
Os requisitos do usuário, ou seja, as especificações que a empresa precisa que sejam 
seguidas e o que deseja que o sistema execute devem estar documentadas também por 
meio do procedimento de requisito do usuário. É uma forma de garantir que todas as 
necessidades que permeiam esse sistema serão atendidas.
14
15
Especificação funcional 
É um documento que tem como finalidade garantir que os requisitos do usuário foram 
entendidos pelo fornecedor. Nesse documento, deve conter todas as partes integrantes 
do sistema – quanto maior o nível de detalhamento, melhor será para a compreensão 
do sistema.
Especificação do projeto 
A especificação do projeto é o documento que apresenta as características técnicas 
do sistema, como hardware, software, ferramentas adicionais, especificação de design, 
servidores, estação de trabalho, firmware, entre outros.
Teste de desenvolvimento 
Os testes de desenvolvimento contemplam os testes realizados no local de fabricação 
(FAT) e os testes realizados no local de uso (SAT). Esses testes visam garantir a funciona-
lidade do sistema e devem ser realizados quando aplicável.
Processo de qualificação 
A qualificação é um processo documental de testes e verificações que garantem que 
os requisitos processuais serão atendidos. São essas a qualificação de instalação, de 
operação e desempenho.
Matriz de Rastreabilidade
É uma ferramenta que relaciona um ou mais documentos durante o processo de 
validação, a ideia é garantir que todos os requisitos do usuário sejam incorporados de 
forma eficiente no sistema a ser validado. De acordo com o Guia de Validações de 
Sistemas Computadorizados da Anvisa, a matriz assegura que: 
• Requisitos sejam atendidos e possam ser rastreados às respectivas configurações e/
ou elementos de desenho do sistema; 
• Requisitos sejam verificados e possam ser rastreados para testar ou verificar 
atividades que demonstram que os requisitos foram atendidos. Uma matriz também 
pode fornecer os seguintes benefícios:
 » Permitir maior efetividade no gerenciamento do risco; 
 » Avaliar potencial impacto de uma mudança pretendida; 
 » Facilitar gerenciamento de risco para uma mudança pretendida. 
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UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
Relatório de validação
O relatório de validação do sistema deve contemplar todos os requisitos comuns aos 
demais tipos de validações; além disso, deve conter a matriz de rastreabilidade, análise 
de riscos, os controles de mudanças e os desvios (ANVISA, 2010).
Conclusão
A indústria farmacêutica é composta por uma série de sistemas e processos, na maio-
ria deles de alta complexidade. Para garantir que esses processos e sistemas funcionem 
de forma adequada, preservando a segurança e qualidade dosprodutos produzidos, é 
fundamental que haja a validação desses sistemas e processos. Além de ser um requisito 
regulatório, a validação é imprescindível para atingir o mais alto nível de qualidade. As-
sim, conhecer cada etapa do ciclo de vida de um processo, ferramentas de gerenciamen-
to, aplicar a análise de riscos e implementar as documentações estruturais são algumas 
das tarefas que compõem essa área tão importante dentro da indústria farmacêutica.
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17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Os 10 melhores guias de Validação de Sistemas Computadorizados
https://goo.gl/oBYpAe
Validação de Sistemas Computadorizados – GAMP5
https://goo.gl/xf8ehr
Validação de limpeza: 11 motivos pelos quais as indústrias de cosméticos e saneantes não 
conseguem validar
https://goo.gl/QahzWE
 Livros
Validação de limpeza de equipamentos multipropósitos da linha de manipulação 
de comprimidos por granulação úmida: caso da furosemida
SOUZA, M. A.; OLIVEIRA, P. D. A.; JÚNIOR, G. S.; SANTANA, P. D.; DA SILVA, A. 
J. Validação de limpeza de equipamentos multipropósitos da linha de manipulação de 
comprimidos por granulação úmida: caso da furosemida. Rev Ciênc Farm Básica Apl., 
v. 33, n. 2, p. 299-306. 2012.
17
UNIDADE 
Validação de Processos, Limpeza e Sistemas Computadorizados
Referências
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Gerência 
Geral de Inspeção e Controle de Medicamentos e Produtos (GGIMP). Guias 
relacionados à garantia de qualidade. Brasília, 2006. 
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Guia de 
validação de sistemas computadorizados. Brasília, 2010a.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Guia de 
validação de limpeza para farmoquímicas. Disponível em: <http://portal.anvisa.
gov.br/documents/33836/2501339/Guia+de+valida%C3%A7%C3%A3o+de+limp
eza+para+farmoqu%C3%ADmicas/573873c0-f41c-42bd-833f-d01f5767cebd>.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Guia para 
tratamento estatístico da validação analítica. Brasília, 2017.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Guias 
relacionados à garantia de qualidade. Brasília, 2006.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RDC nº 
17, de 16 de abril de 2010. Boas práticas de fabricação de medicamentos (BPF) de 
uso humano. Brasília, 2010b.
CALIXTO, J., Moretto, D. L. Qualificações e validações, Guia Sindusfarma para 
Industria Farmacêutica, v. 17. 2016.
FDA. Guidance for industry – process validation: general principles and practices. 2011.
FDA. Guidance for Industry Quality Systems Approach to Pharmaceutical CGMP 
Regulations. 2006. Disponível em: <https://www.fda.gov/downloads/Drugs/
GuidanceComplianceRegulatoryInformation/Guidances/UCM070337.pdf>.
FDA. Guide to inspections of validation of cleaning process, division of 
investigations, Office of Regional Operations, Office of Regional affairs. 1993.
LOFTUS, B. T. The regulatory bases for processes validation. In: BERRY, I. R. NASH, R. 
A. (Ed.). Pharmaceutical process validation. 2. ed. New York: Marcel Dekker, 1993.
SOUZA, M. A.; OLIVEIRA, P. D. A.; JÚNIOR, G. S.; SANTANA, P. D.; DA SILVA, A. 
J. Validação de limpeza de equipamentos multipropósitos da linha de manipulação de 
comprimidos por granulação úmida: caso da furosemida. Rev. Ciênc. Farm. Básica 
Apl., v. 33, n. 2, p. 299-306. 2012.
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