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TCC SENAC RAC04 - Leandro e Marcus - 24 10 18

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
UNIDADE SANTO AMARO / SP
MARCUS VINICIUS CORDEIRO BARBOSA
LEANDRO PEGOLO CORDEIRO
AVALIAÇÃO DA INCLUSÃO DE DADOS DE INVESTIGAÇÃO DE ALTA RESOLUÇÃO EM UM PROCESSO DE REMEDIAÇÃO BASEADO EM INVESTIGAÇÃO TRADICIONAL.
SÃO PAULO – SP
2018
MARCUS VINICIUS CORDEIRO BARBOSA
LEANDRO PEGOLO CORDEIRO
Trabalho apresentado ao curso Pós em Remediação de Áreas Contaminadas, Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa SENAC Santo Amaro, como pré-requisito para a obtenção do Título de Especialista. 
		
SÃO PAULO – SP
2018
Dedicamos este trabalho a nossa família, pelo apoio ao longo deste curso, aos verdadeiros amigos pelo incentivo que nos mantiveram em foco para completar este desafio e aos professores Marcos Tanaka e Rodrigo Cunha pelo esforço em disseminar o conhecimento e manter seus alunos em foco na busca de conhecimento.
Agradecimentos
Após 1 ano e meio de esforço e dedicação para alcançar nossos objetivos, queremos agradecer a todos que nos ajudaram e incentivaram a realizar esta conquista.
Aos nossos familiares que nos encorajaram até a conclusão de mais uma etapa de vida;
Aos professores que nos proporcionaram conhecimento e dividiram suas experiências profissionais que auxiliaram na nossa formação e deram base para nosso desenvolvimento e crescimento profissional.
A todos nossos sinceros agradecimentos e um muito obrigado.
RESUMO
A eficiência das técnicas de remediação é diretamente relacionada ao nível de detalhamento da investigação da área de interesse e seu modelo conceitual. A seleção de uma ou mais técnicas de remedição se torna imprecisa quando não há dados concisos sobre o arcabouço subterrâneo implicando em altos custos durante o processo de remediação e longos prazos para atingimento de resultados satisfatórios. Neste cenário se faz necessária a aplicação de práticas que possibilitem o aumento da resolução das investigações ambientais afim de subsidiar as decisões para seleção e execução de técnicas de remediação. Existem diversas abordagens para a investigação ambiental de áreas contaminadas, sendo que a investigação de alta resolução (High Resolution Site Characterization - HRSC) permite obter um detalhamento em densidade e escala adequadas, tanto da variabilidade vertical e horizontal da condutividade hidráulica e dos tipos de solo, quanto das concentrações dos contaminantes, sua distribuição e interações no meio físico. O presente estudo teve como principal objetivo avaliar de que forma o acesso às informações obtidas através da amostragem de solo de perfil completo por Direct Push Dual Tube Sampling (DPDTS) e avaliação visual por lâmpadas UV melhorariam a resolução da investigação ambiental em um processo de remediação já em execução e que fora integramente baseado em dados obtidos através dos métodos convencionais de investigação ambiental, evidenciando se os dados obtidos através da HRSC impactariam na metodologia de remediação implantada. A amostragem permitiu detalhar o subsolo e encontrar camadas de fluxo e retenção de massas que nunca haviam sido observadas pelas técnicas convencionais. A técnica de avaliação visual por lâmpadas UV possibilitou visualização de fase residual de hidrocarbonetos no solo, orientando a coleta do perfil completo do solo. Por fim os resultados analíticos comprovaram a existência de fase residual não encontrada em estudos anteriores indicando que se houvessem realizado uma investigação mais detalhada da área com resolução adequada, os processos de remediação poderiam ter sido melhor aplicados e consequentemente a eficiência seria melhor e o tempo de remediação seria menor.
 
Palavras Chave: investigação de alta resolução, remediação de áreas contaminadas, amostragem perfil completo, Direct Push Sampling
ABSTRACT
The efficiency of remediation techniques is directly related to the level of detail of the investigation of the area of interest and its conceptual model. The selection of one or more remediation techniques becomes imprecise when there is no concise data on the underground framework implying high costs during the remediation process and long lead times to achieve satisfactory results. In this scenario it is necessary to apply practices that make it possible to increase the resolution of environmental investigations in order to subsidize decisions for the selection and execution of remediation techniques. There are several approaches to the environmental investigation of contaminated areas, and the High Resolution Site Characterization (HRSC) allows to obtain an adequate density and scaling detail of both vertical and horizontal variability of hydraulic conductivity and soil types , as well as the concentrations of contaminants, their distribution and interactions in the physical environment. The present study had as main objective to evaluate how the access to the information obtained through the sampling of full profile by Direct Push Dual Tube Sampling (DPDTS) and visual evaluation by UV lamps would improve the resolution of the environmental investigation in a remediation process already in execution and that was based entirely on data obtained through the conventional methods of environmental investigation, evidencing if the data obtained through the HRSC would impact on the implemented remediation methodology. The sampling allowed to detail the subsoil and to find layers of flow and retention of masses that had never been observed by the conventional techniques. The technique of visual evaluation by UV lamps allowed visualization of residual phase of hydrocarbons in the soil, guiding the collection of the complete profile of the soil. Finally, the analytical results confirmed the existence of a residual phase not found in previous studies indicating that if a more detailed investigation of the area with adequate resolution had been carried out, the remediation processes could have been better applied and consequently the efficiency would be better and the remediation would be lower.
Key Words: high resolution research, remediation of contaminated areas, full profile sampling, Direct Push Sampling
Sumário
1.INTRODUÇÃO	10
2.	OBJETIVO	11
2.1.	Objetivo geral	11
2.2.	Objetivo especifico	11
3.	REVISÃO BIBLIOGRAFICA	11
3.1.	O Panorama Atual do Gerenciamento de Áreas Contaminadas	11
3.2.	Avaliação Preliminar e Investigações Ambientais	16
3.2.1.	Técnicas Convencionais de Investigação	22
3.2.2.	Técnicas de Investigação de Alta Resolução	28
3.3.	Remediação de Áreas Contaminadas	32
3.3.1.	– Bombeamento e Tratamento / Pump and Treat (P&T)	34
3.3.2.	– Extração de Vapores do Solo / Soil Vapor Extraction (SVE)	34
3.3.3.	Injeção de Ar / Air Sparging	36
3.3.4.	– Extração Multifásica (MPE)	37
3.3.5.	– Oxidação Química (ISCO)	38
3.3.6.	– Remoção de Solo / Escavação	40
4.	MATERIAIS E METODOS	41
4.1.	Caracterização da área em estudo	41
4.2.	Histórico das Ações Ambientais	42
4.3.	Plano de Amostragem	58
4.4.	Amostragem de Solo por Cravação Contínua (Direct Push Dual Tube Sampling - DPDTS)	60
5.	RESULTADOS E DISCUSSÃO	63
5.1.	Descrição Tátil Visual	63
5.2.	Avalição visual com lâmpada Ultravioleta	66
5.3.	Leituras de VOC e Análises Laboratoriais	68
6.	CONCLUSÃO	73
7.	REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS	77
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Fluxograma das etapas da avaliação de passivo ambiental – avaliação preliminar	27
Figura 02: Fluxograma das etapas da avaliação de passivo ambiental – avaliação confirmatória	29
Figura 03: Fluxograma das etapas da avaliação de passivo ambiental – investigação detalhada	30
Figura 04: Típica sondagem a trado manual.	34
Figura 05: Típica sondagem a trado mecanizado com trado espiral.	35
Figura 06: Típica sondagem a trado mecanizado com trado helicoidal oco	35
Figura 07: Amostra de solo em amostrador tipo liner.	36
Figura 08: Diagrama básico P&T	45
Figura 09: Diagrama básico SVE	46
Figura 10: Diagrama básico Air Sparging combinado com SVE	47
Figura 11: Diagrama básico MPE	48
Figura 12: Diagrama básicode ISCO	50
Figura 13: Remoção de Solo Contaminado	51
Figura 14 – Localização do Auto Posto em Estudo	53
Figura 15 – Localização dos poços de monitoramento instalados em novembro de 2007	55
Figura 16 – Localização das sondagens realizadas em junho e julho de 2014	57
Figura 17 – Seções Geológicas das sondagens realizadas em junho e julho de 2014	59
Figura 18 – Pluma de fase retida inferida na área de estudo	60
Figura 19– Pluma de fase retida inferida na área de estudo	61
Figura 20 – Pluma de fase dissolvida de Benzeno inferida na área de estudo	62
Figura 21 – Localização das sondagens realizadas em junho e setembro de 2014	63
Figura 22 – Pluma de fase retida inferida e resumo de resultados analíticos	65
Figura 23 – Pluma Benzeno inferida em setembro de 2014	66
Figura 24 – Pluma de fase dissolvida inferida set/15	67
Figura 25 – Localização da área escavada	68
Figura 26 – Localização dos poços de injeção	68
Figura 27 – Pluma inferida de Benzeno fase dissolvida na área	69
Figura 28 – Localização das sondagens propostas para investigação de alta resolução	71
Figura 29 – Localização das executadas	72
Figura 30 – Perfis da sondagens realizadas	10
Figura 31 – Avaliação Visual por lâmpada UV na sondagem S-01	11
Figura 32 – Avaliação Visual por lâmpada UV na sondagem S-02	11
Figura 33 – Avaliação Visual por lâmpada UV na sondagem S-03	11
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Causas de Geração de Áreas Contaminadas	22
Tabela 02 - Guia de Seleção de Métodos de Perfuração	33
Tabela 03 – Comparativo entre método e a informação obtida	40
Tabela 04: Características das sondagense poços instalados	54
Tabela 05: Características das sondagens e poços instalados	54
Tabela 06 – Resumo das sondagens realizadas em 2014	57
Tabela 07 – Concentração de VOC medidas durante as sondagens (jun/julho/14)	59
Tabela 08 – Resumo das sondagens realizadas em setembro de 2014	63
Tabela 09 – Concentração de VOC medidas durante as sondagens (set/14)	64
Tabela 10 – Resumo de gastos com o projeto	70
Tabela 11 – Relação das sondagens por histórico	71
Tabela 12 – Descrição Tátil-Visual do solo local	77
Tabela 13 – Resultados das leituras de VOC e pontos de coleta de amostra	13
Tabela 14 – Resultados analíticos de solo das sondagens	10
Tabela 14a – Continuação dos resultados analíticos de solo das sondagens	11
Tabela 14b – Continuação dos resultados analíticos de solo das sondagens	12
1. INTRODUÇÃO
As áreas contaminadas representam grande problema para a sociedade em geral, envolvendo riscos à saúde pública e ao meio ambiente, chegando a comprometer o abastecimento de água de uma cidade ou até mesmo inutilizando o uso do solo para técnicas agrícolas ou no pior dos cenários à própria moradia de pessoas.
No Estado de São Paulo, temos um cenário atual de gerenciamento de áreas contaminadas em processo de grande discussão entre profissionais do setor, industrias, ministério público, pesquisadores, dentre outros, buscando soluções para estes problemas ambientais. Face a esse cenário, o órgão estadual CETESB vem estabelecendo diretrizes para investigação e intervenção ambiental nestas áreas, resultado disso é a Decisão de Diretoria N° 038/2017/C, de 07 de fevereiro de 2017 (DD038).
Os trabalhos de investigações ambientais no mercado brasileiro vêm passando, desde 2016 e principalmente após a publicação da DD038, por uma mudança em seu planejamento e forma de condução.
A introdução de novas ferramentas e uma maior acessibilidade a equipamentos até então de alto custo para a realidade nacional, possibilita a aquisição de informações mais precisas e com um melhor nível de detalhamento permitindo uma melhor estruturação e entendimento do modelo conceitual e do meio físico local, garantindo maior agilidade e eficácia ao processo de diagnóstico de áreas contaminadas.
Como consequência do maior nível de informações temos modelos conceituais mais precisos e fidedignos com o meio em estudo, de forma que as ações de remediação sejam mais assertivas contribuindo para um menor tempo de intervenção e consequentemente menor custo total do projeto. Para essa finalidade, vem crescendo o uso de ferramentas de
investigação geoambiental de alta resolução (High Resolution Site Characterization
tools – HRSC).
O trabalho em questão visa avaliar e demonstrar o impacto financeiro e temporal que o emprego de técnicas de investigação de alta resolução podem causar em áreas sob remediação, utilizando um caso real com passivo ambiental identificado a aproximadamente 10 anos e que durante todo o processo de gerenciamento foi investigado com uso de técnicas convencionais de investigação, resultando em um processo de remediação baseado nos resultados obtidos.
2. OBJETIVO
Objetivo geral
O objetivo geral do trabalho é avaliar de que forma o acesso às informações obtidas através de técnicas de investigação de alta resolução impactariam em um processo de remediação, já em execução, e que fora integramente baseado em dados obtidos através dos métodos convencionais de investigação ambiental.
Objetivo especifico 
Evidenciar se os dados obtidos através da HRSC impactariam na metodologia de remediação implantada.
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
O Panorama Atual do Gerenciamento de Áreas Contaminadas
Desde que o homem iniciou a prática de atividades produtivas de forma estruturada, especialmente com o advento da revolução industrial, o meio ambiente vem sofrendo impactos decorrentes dessas atividades associadas a processos industriais de transformação, extração, estocagem e manuseio de matérias-primas e de seus produtos (IPT, 2014).
 Como decorrência da ação antrópica sem os devidos cuidados e avaliação dos riscos de impactos ambientais, temos o surgimento de áreas contaminadas espalhadas ao redor do mundo. 
O Ministério do Meio Ambiente define área contaminada como sendo “área, terreno, local, instalação, edificação ou benfeitoria que contenha quantidades ou concentrações de quaisquer substâncias ou resíduos em condições que causem ou possam causar danos à saúde humana, ao meio ambiente ou a outro bem a proteger, que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural”.
De acordo com a lei nº 13.577, de 08 de julho de 2009 do estado de São Paulo, podemos definir área contaminada como “área, terreno, local, instalação, edificação ou benfeitoria que contenha quantidades ou concentrações de matéria em condições que causem ou possam causar danos à saúde humana, ao meio ambiente ou a outro bem a proteger”.
De uma forma geral, podemos dizer que a identificação de uma área contaminada ocorre em função da identificação de concentrações de compostos químicos ou produtos em quantidades ou condições que coloquem em risco a saúde, meio ambiente e outros bens a proteger.
Usualmente o processo de contaminação de uma área ocorre pela execução de atividades produtivas e não produtivas da sociedade, sendo estas realizadas por desconhecimento da necessidade de cuidados ambientais, desleixo ou até mesmo de forma acidental. De acordo com ABDI, 2012, aproximadamente 3.000.000,00 (três milhões) de toneladas de resíduos perigosos são gerados no Brasil a cada ano (Apud TEIXEIRA et al., 2016).
 Quando falamos em atividades operacionais produtiva, as principais causas de geração de áreas contaminadas são:
Tabela 01 - Causas de Geração de Áreas Contaminadas
	Áreas de armazenamento, carregamento ou descarregamento de matérias-primas, insumos ou resíduos contendo substâncias potencialmente contaminantes sem impermeabilização ou mesmo bacia de contenção 
	Tubulações ou dutos de matérias-primas ou efluentes com vazamento 
	Equipamentos que utilizam líquidos (óleo, fluídos hidráulicos ou elétricos, etc.) sem manutenção ou controle, ou ainda obsoletos
	Armazenamento de produtos ou insumos industriais vencidos em locais inadequados 
	Instalações desativadas com histórico de manuseio de materiais com potencial poluidor 
	Transporte de resíduos sólidos sem controle 
	Descarte de efluentes em locais não licenciadosou aptos ao seu recebimento 
	Disposição inadequada de resíduos sólidos 
	Ocorrência de derramamentos
	Fonte: FIESP, 2014
Embora a ocorrência de áreas contaminadas seja um problema antigo, apenas a partir dos anos 1970, os governos dos países desenvolvidos passaram a estabelecer políticas envolvendo proteção ao meio ambiente, sendo uma das ações o estabelecimento de multas e taxas para as atividades econômicas que degradavam o meio ambiente (ABDI, 2012, apud, TEIXEIRA et al., 2016).
Quando tratamos da regulamentação de áreas contaminadas no Brasil, podemos destacar:
(1) A Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação;
(2) A Resolução CONAMA 420 de 2009, alterada por meio da Resolução CONAMA 460 no ano de 2013, que dispõem sobre critérios e valores orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estipulam diretrizes para o gerenciamento das áreas contaminadas por estas substâncias em decorrência de atividades antrópicas.
A resolução CONAMA 420 é composta por três anexo sendo que o primeiro define procedimentos para o estabelecimento de valores de referência da qualidade do solo, enquanto o segundo apresenta uma lista de valores orientadores para o solo e para as águas subterrâneas e o último indica um fluxograma com as etapas para o gerenciamento das áreas contaminadas.
O estado de São Paulo, através da CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, vem na vanguarda das políticas públicas referente ao gerenciamento de áreas contaminadas a nível Brasil e apresenta uma evolução significativa no que tange os dispositivos legais quanto a proteção do solo e água subterrânea. 
No plano do Estado de São Paulo, destaca-se, de forma sucinta:
(3) Lei 9.509 de 1997, que dispôs sobre a Política Estadual de Meio Ambiente;
(4) Lei nº 13.577, de 8 de julho de 2009 Dispõe sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá outras providências correlatas;
(5) Decreto nº 59.263 de 05 de junho de 2013 Regulamenta a Lei nº 13.577, de 8 de julho de 2009, que dispõe sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá providências correlatas;
(6) Decisão de diretoria nº 103/2007/C/E da CETESB de 22 de junho de 2007, que dispõe sobre o procedimento para o gerenciamento das áreas contaminadas.
(7) Decisão de diretoria nº 263/2009/P, de 20 de outubro de 2009, que dispõe sobre a aprovação do Roteiro para Execução de Investigação Detalhada e Elaboração de Plano de Intervenção em Postos e Sistemas Retalhistas de Combustíveis;
(8) Decisão de diretoria nº 038/2017/C, de 07 fevereiro de 2017, que dispõe sobre a aprovação do “Procedimento para a Proteção da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas”, da revisão do “Procedimento para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas” e estabelece “Diretrizes para Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Âmbito do Licenciamento Ambiental”, em função da publicação da Lei Estadual nº 13.577/2009 e seu Regulamento, aprovado por meio do Decreto nº 59.263/2013, e dá outras providências.
(9) Resolução SMA nº 10, de 08 de fevereiro de 2017 que dispõe sobre a definição das atividades potencialmente geradoras de áreas contaminadas.
(10) Resolução SMA nº 11, de 08 de fevereiro de 2017 que dispõe sobre a definição das regiões prioritárias para a identificação de áreas contaminadas.
Ressalta-se que a Decisão de Diretoria nº038/2017/C, de 07 fevereiro de 2017 revogou a Decisão de Diretoria nº 103/2007/C/E, de 22 de junho de 2007, e a Decisão de Diretoria nº 263/2009/P, de 20 de outubro de 2009, excetuadas as ações de que trata o artigo 6º desta Decisão de Diretoria.
No âmbito municipal temos: 
(1) Decreto nº 42.319, de 21 de Agosto de 2002 Dispõe sobre diretrizes e procedimentos relativos ao gerenciamento de áreas contaminadas no Município de São Paulo.
(2) Lei nº 13.564, de 24 de Abril de 2003 Dispõe sobre a aprovação de parcelamento de solo, edificação ou instalação de equipamentos em terrenos contaminados ou suspeitos de contaminação por materiais nocivos ao meio ambiente e à saúde pública, e dá outras providências.
(3) Lei nº 13.885, de 25 de Agosto de 2004 Estabelece normas complementares ao Plano Diretor Estratégico, institui os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras, dispõe sobre o parcelamento, disciplina e ordena o Uso e Ocupação do Solo do Município de São Paulo
A existência de uma legislação exclusiva para o atendimento a áreas contaminas nas três esferas do governo, federal, estadual e municipal, indicam a importância do tema para a sociedade como um todo e a necessidade de proteção dos bens naturais que podem sofrer impacto resultante das ações e do crescimento desordenado da sociedade e do setor industrial.
A disposição irregular de resíduos ou o vazamento de produtos químicos no solo são por si só um impacto ambiental considerável e que pode ser agravado se o contaminante atingir a água subterrânea através da migração desse contaminante através do meio poroso até alcançar o lençol freático. 
Água subterrânea pode ser definida como “toda a água que ocorre abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de gravidade) desempenha um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos” (ABAS, 2014?).
A atividade de comércio retalhista de combustível figura como um dos vilões como atividade geradora de passivos ambientais em função do manuseio e vazamento dos produtos estocados em tanques de armazenamento. 
O estado de São Paulo possui aproximadamente 5.900 áreas contaminadas cadastradas, sendo que 72%, aproximadamente 4.284, são de atividades desenvolvidas por revenda de combustíveis e cerca de 18% (1.109) oriunda de atividades industriais (CUNHA, 2018).
 Segundo Boletim Gerencial – Abastecimento em Números emitido em junho de 2017 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), existem no Brasil 41.697 postos revendedores varejistas de combustíveis líquidos, sendo que 16.262 destes postos encontram-se na região sudeste; e aproximadamente 8.750 desses postos estão localizados no estado de São Paulo (ANP,2014 apud CUNHA, 2018).
A DD 038/2017/C emitida pela CETESB em 07 de fevereiro de 2017 revisa o procedimento para gerenciamento de áreas contaminadas e estabelece as diretrizes para o gerenciamento de áreas contaminadas no âmbito do licenciamento ambiental com a apresentação das etapas a serem executadas e objetivos a serem alcançados, além da indicação dos responsáveis por cada etapa. 
De forma sucinta, o Processo de Identificação de Áreas Contaminadas é constituído por seis etapas distintas que buscam a identificação das áreas contaminadas em conjunto com a determinação da sua localização e características para avaliação dos riscos a elas associados, o que possibilitará a decisão sobre a necessidade de adoção de medidas de intervenção (CETESB, 2017).
As seis etapas que fazer parte do Processo de Identificação de Áreas Contaminadas são:
· Identificação de Áreas com Potencial de Contaminação; 
· Priorização de Áreas com Potencial de Contaminação; 
· Avaliação Preliminar; 
· Investigação Confirmatória; 
· Investigação Detalhada; 
· Avaliação de Risco.
Avaliação Preliminar e Investigações Ambientais
A Resolução CONAMA n°420, regulamentada em 28 de dezembro de 2009, dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. 
O artigo 3° da mesma Resolução estabelece que a proteção do solo deve ser realizada de maneira preventiva, para garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva na restauração da sua qualidade ou recuperá-la de forma compatívelcom os usos previstos.
Na ocorrência comprovada de substâncias químicas que possam causar risco à saúde humana e ao meio ambiente, ações específicas para a proteção da população exposta devem ser desenvolvidas pelos órgãos competentes. As ações usualmente propostas e exigidas pelo órgão ambiental iniciam-se pela realização de avaliação preliminar, investigação confirmatória e investigação detalhada.
A partir das orientações estabelecidas no CONAMA, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou uma série de normas a fim de orientar e detalhar o processo de avaliação de passivos ambientais e o gerenciamento de áreas contaminada (SKOWRONSKI, 2014).
Exemplo do trabalho desenvolvido pela ABNT é a norma ABNT NBR 15.515 -1/2007 que “estabelece os procedimentos mínimos para avaliação preliminar de passivo ambiental visando à identificação de indícios de contaminação de solo e água subterrânea” (ABNT, 2007). 
Ainda de acordo com a NBR 15.515, a avaliação preliminar é a “etapa inicial da avaliação de passivo ambiental em solo e água subterrânea, que objetiva encontrar indícios de uma possível contaminação nestes meios, realizada com base nas informações disponíveis, como levantamento histórico, entrevistas, imagens e fotos, e inspeções em campo, visando fundamentar a suspeita de contaminação de uma área”.
A avaliação preliminar consiste na coleta e análise de dados históricos da área de interesse em conjunto com inspeção in loco, inclusive com a condução de entrevistas, com a finalidade de identificar uma possível existência de contaminação na área. 
O estudo histórico possibilita a construção de uma linha do tempo que trata desde a ocupação inicial da área, não se restringindo a atual operação existente no local, com o propósito de identificar de que maneira e em quais posições dentro do terreno foram desenvolvidas as atividades pretéritas de manejo, produção, armazenamento e disposição de substancias químicas de interesses (SQI).
A execução de uma avaliação preliminar é requisito mandatório para a realização das etapas subsequentes dentro do processo de avaliação de passivo ambiental. A Figura 01 a seguir apresenta o fluxograma das etapas envolvidas no processo de avaliação de passivo ambiental.
	
	Figura 01: Fluxograma das etapas da avaliação de passivo ambiental – avaliação preliminar
	Fonte: ABNT, 2007
Equívocos praticados nesta etapa podem comprometer a continuidade das investigações, gerar altos custos para a execução das próximas fases e propiciar o cometimento de erros graves em processos de remediação, como afirma Riyis et al. (2013).
Através dos resultados obtidos pela Avaliação Preliminar é possível a criação de um Modelo Conceitual Inicial da Área (MCA 1) que em função da qualidade e nível de detalhamento das informações obtidas o MCA 1 deverá ser classificado em MCA 1A, quando houver identificação de todas as áreas fontes atuais e pretéritas, assim como a obtenção de informações adequadas e completas sobre cada uma das fontes identificadas, MCA 1B quando houver algum tipo de incerteza quanto localização, identificação e caracterização das fontes atuais e pretéritas ou MCA 1C nas situações onde não houver informações sobre a localização ou características das possíveis áreas fontes (CETESB, 2017).
A DD n°103/2007 define o modelo conceitual como “um relato escrito e/ou a representação gráfica do empreendimento investigado, do meio físico e dos processos físicos, químicos e biológicos que determinam o transporte de contaminantes das(s) fonte(s) através dos meios que compõem este sistema, até os potenciais receptores dentro deste sistema”.
Canario, 2018 descreve o modelo conceitual como sendo uma “representação da área investigada, cujo conteúdo deve possuir informações sobre o meio físico, processos físicos, químicos e biológicos que determinam o transporte de contaminantes; dados sobre as áreas fontes e as fontes potenciais de contaminação pretéritas e atuais; informações sobre as substâncias químicas de interesse e os potenciais receptores afetados”.
Ainda na etapa de avaliação preliminar deverá ser apresentado junto ao relatório final o Plano de Investigação Confirmatória com a definição em planta dos pontos a serem amostrados referentes a cada área fonte identificada, indicação dos métodos de varreduras (screening) ou as justificativas para utilização de distribuição probabilística dos pontos de amostragem, além da apresentação das justificativas utilizadas na definição das Substancias Químicas de Interesse (SQI), posição, profundidade e número de amostragens, além da indicação dos métodos de investigação a serem utilizados.
Findada a etapa de avaliação preliminar com a elaboração do MCA 1 definido de acordo com o nível de informações obtidas e apresentação do Plano de Investigação Confirmatória, inicia-se efetivamente a etapa de Investigação Confirmatória cujo objetivo principal é confirmar ou não a existência de passivo ambiental na área através da investigação de todas as fontes potenciais e primárias identificados na etapa anterior, além da obtenção de dados necessários para inicial caracterização do meio físico. 
Sequencialmente a ABNT NBR 15.515-1/2007, foi emitida a ABNT NBR 15.515 -2/2011 que estabelece os “requisitos necessários para o desenvolvimento de uma investigação confirmatória em áreas onde foram identificados indícios reais ou potenciais de contaminação de solo e água subterrânea após a realização de uma avaliação preliminar, conforme ABNT NBR 15.515 -1/2007” (ABNT, 2011). 
A etapa de investigação confirmatória consiste basicamente na confirmação da existência ou não de substancias no meio que não sejam de origem natural e que de alguma maneira foram ocasionadas ou modificados através da manipulação humana. 
 A confirmação da contaminação em uma área se dá basicamente pela execução de trabalho de campo com a coleta de amostras e execução de análises químicas de amostras representativas de solo e/ou água subterrânea para a determinação da presença e quantificação das substâncias de interesse, em pontos suspeitos ou com relevante indício de contaminação levantados pela etapa de avaliação preliminar. 
Nesta etapa do processo de avaliação, os valores obtidos através das análises químicas deverão ser comparados com os valores orientadores estabelecidos ou valores de referência indicado pelo órgão ambiental competente. 
A identificação de concentrações dos SQIs acima dos valores orientadores demandarão a necessidade da continuidade ou não do processo de avaliação do passivo ambiental.
Os resultados obtidos durante a execução da etapa de investigação confirmatória deverão subsidiar uma atualização do MCA 1, passando a ser denominado de MCA 2.
A Figura 02 mostra fluxograma básico do processo de investigação confirmatória.
	
	Figura 02: Fluxograma das etapas da avaliação de passivo ambiental – avaliação confirmatória
	Fonte: ABNT, 2011
Em CETESB (2017) fica definido que a Investigação Detalhada “tem como objetivo caracterizar o meio físico onde se insere a Área Contaminada sob Investigação (ACI), determinar as concentrações das substâncias químicas de interesse nos diversos meios avaliados, definir tridimensionalmente os limites das plumas de contaminação, quantificar as massas das substâncias químicas de interesse, considerando as diferentes fases em que se encontram, caracterizar o transporte das substâncias químicas de interesse nas diferentes unidades hidroestratigráficas e sua evolução no tempo e caracterizar os cenários de exposição necessários à realização da etapa de Avaliação de Risco”.
A ABNT NBR 15.515-3/2013 estabelece os procedimentos mínimos para a “investigação detalhada de áreas onde foi confirmada contaminação em solo ou água subterrânea com base em série histórica de monitoramento, avaliação preliminar, investigação confirmatória ou estudos ambientais” (ABNT, 2013).
 A Figura 03 apresenta todas as etapas para a avaliação de passivo ambiental conforme a NBR 15.515-3. 
	
	Figura 03: Fluxograma das etapas da avaliação de passivo ambiental– investigação detalhada
	Fonte: ABNT, 2013
Segundo a ABNT (2013), os principais objetivos da investigação detalhada são:
· Mapeamento horizontal e vertical da contaminação por meio da comparação entre as concentrações dos contaminantes e os valores de investigação ou intervenção; 
· Caracterização do meio físico e entorno; 
· Quantificação da massa de substâncias químicas de interesse no solo e na água subterrânea; 
· Identificação e caracterização de outras fontes de contaminação não apontadas nas etapas anteriores; definição das substâncias químicas de interesse para a área; 
· Definir a dinâmica de transporte e simular prognósticos da evolução da contaminação; 
· Identificar as vias de exposição e receptores para a realização de avaliação de risco à saúde humana; 
· Subsidiar plano de ações necessárias. 
A DD 038 determina que a etapa de Investigação Detalhada deverá obrigatoriamente “estabelecer as substancias químicas de interesse e determinar suas concentrações nos meios investigados, especialmente nos hots pots ou centro de massas, assim como as concentrações que atingem ou atingirão os receptores identificados, tanto na área interna como nas áreas externas. Essa determinação deve ser realizada com base nos resultados analíticos obtidos por meio de métodos diretos de investigação e por meio de modelos matemáticos para determinação das concentrações no futuro”. Fica também definida a necessidade de delimitação em plano vertical e horizontal das plumas de contaminação, além, de que a investigação tenha ocorrido com a resolução adequada para permitir a quantificação de massa e sua distribuição espacial.
A Investigação Detalhada deverá ser desenvolvida a partir dos dados obtidos no MCA 2 desenvolvidos pelas etapas anteriores de Avaliação Preliminar e Investigação Confirmatória e o seu resultado servirá como base para a etapa de Avaliação de Risco e apresentação de uma nova atualização do Modelo Conceitual (MCA 3) que deverá apresentar informações suficientes para a etapa seguinte de Avaliação de Risco e Elaboração do Plano de Intervenção (CETESB, 2017).
A etapa de investigação detalhada tem por objetivo principal caracterizar e mapear uma contaminação presente em solo ou água subterrânea com base no histórico de estudos executados, principalmente nas etapas de avaliação preliminar e investigação confirmatória.
Na ocorrência de risco iminente identificado nas etapas anteriores, ações emergenciais deverão ser adotadas paralelamente a condução da investigação detalhada. Cenários de risco iminentes poderão ocorrer, por exemplo, na eventual presença de fase livre e/ou intrusão de vapores.
A Decisão de Diretoria n°038/2017/C apresentam duas observações que se destacam em relação aos procedimentos e legislações anteriores. A primeira observação trata da utilização de métodos de investigação de alta resolução na investigação de áreas com complexidades associadas ao meio físico e à distribuição das SQIs. A segunda observação trata da investigação de contaminações associadas a compostos orgânicos voláteis deverão considerar a investigação direta dos cenários de intrusão de vapores através do mapeamento de plumas de vapores.
Técnicas Convencionais de Investigação
A sondagem do solo tem como principal objetivo permitir o acesso direto ao subsolo e possibilitar tanto o reconhecimento da geologia como também a amostragem de solo necessária ao estudo da qualidade ambiental do mesmo.
A Norma ABNT NBR 15.492/2007 apresenta equipamentos e métodos de perfuração direcionada para a caracterização ambiental em solo e rocha para a instalação de poços de monitoramento e para outros dispositivos de monitoramento da qualidade da água subterrânea. O mesmo documento apresenta uma matriz para auxiliar na seleção do método de perfuração adequado para a característica de cada área:
Tabela 02 - Guia de Seleção de Métodos de Perfuração
Fonte: ABNT, 2007
A técnica de sondagem mais utilizada no Brasil em trabalhos de investigação ambiental é a sondagem a trado por possuir baixo custo de execução e praticidade em sua execução para furos de baixa profundidade.
A perfuração a trado manual ocorre via introdução de um conjunto hastes e trado onde é realizada a rotação manual do equipamento, usualmente com auxílio de ferramentas manuais próprias ou adaptadas para promover a cravação e rotação do trado. A cada vez que o trado é preenchido com o solo local o mesmo é removido e gera-se uma amostra deformada do solo. Repete-se o processo de introdução, rotação e remoção do trado até que seja alcançada a profundidade requerida da sondagem. 
	
	Figura 04: Típica sondagem a trado manual.
	Fonte: https://geositu.com.br/servicos-de-sondagem/sondagem-a-trado/
Para auxiliar durante a execução da sondagem existe a possibilidade de utilização de revestimento metálico para evitar o desmoronamento da parede da perfuração, o que também auxiliar na prevenção de contaminação cruzada entre os diferentes horizontes de solo.
As sondagens a trado também permitem a sua execução através de procedimentos mecanizados promovidos por pequenos motores, sejam eles portáteis ou estacionários montados usualmente em veículos automotores e utilizados com trado espiral ou trado helicoidal oco (Hollow Stem Auger).
O uso de trado espiral ou helicoidal oco apresenta desvantagens na caracterização do solo se considerarmos que a amostra de solo trazida à superfície pela hélice do trado é desagregada e de difícil determinação da profundidade.
	
	Figura 05: Típica sondagem a trado mecanizado com trado espiral.
	Fonte: http://proecopr.blogspot.com/2016/03/investigacao-ambiental-sondagem.html
	
	Figura 06: Típica sondagem a trado mecanizado com trado helicoidal oco
	Fonte: ECD 2010
Durante a realização das sondagens a trado ocorre a amostragem do material escavado a cada profundidade, onde é possível verificar suas características organolépticas como cor, textura, coesão, odor etc., permitindo que sejam elaborados os perfis litológicos de cada ponto de sondagem. 
Em função do nível de baixo nível de confiabilidade da informação obtida pela condução de sondagem a trado, as amostras e perfis litológico desenvolvidos através deste técnica carregarão em si a somatória dessas incertezas promovendo modelos conceituais imprecisos e sem a devida riqueza de informações.
O método de sondagem através da cravação contínua (direct-push) consiste na cravação de um amostrador no solo até a profundidade requerida. Por possuir uma abertura na parte inferior possibilita que o material entre no amostrador enquanto é cravado no solo. Quando coletado o material de interesse o amostrador é alçado à superfície para que seja procedido a identificação do perfil de sondagem e opção pelo ponto de análise de vapores e envio para laboratório (ABNT, 2007).
	
	Figura 07: Amostra de solo em amostrador tipo liner.
	Fonte: Damascopenna/2018
A amostragem de solo por cravação contínua ou Direct Push é um método recomendado por órgãos ambientais nacionais e internacionais para investigação geoambiental de áreas contaminadas. Ela é utilizada principalmente para coletas de amostras para análises químicas e para elaboração de um perfil hidroestratigráfico (RIYIS et al., 2013).
A Decisão de Diretoria nº 10/2006/C emitida pela CETESB estabeleceu os novos procedimentos para o licenciamento de postos e sistemas retalhistas de combustíveis e no seu ANEXO IV, SUB ANEXOS 01, 02 e 03 dá os procedimentos para a identificação de passivos ambientais em estabelecimentos com sistemas de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC) e no seu ANEXO V dá os procedimentos para a identificação de passivos ambientais em estabelecimentos com Sistemas de Armazenamento Aéreo de Combustíveis (SAAC). 
O ANEXO IV da DD n°10/2206/C indica que a cada metro perfurado através de uma sondagem, deve ser coletada uma amostra de solo que deveria ser dividida em duas alíquotas, sendo a primeira delas composta por amostras contidas nas extremidades do liner e uma segunda alíquota que deveria ser extraída da partecentral do liner.
A primeira alíquota deve ser preparada para execução da medição de gases em campo de acordo com procedimento detalhado explicitado no próprio ANEXO IV, enquanto a segunda alíquota deve ser preservada em refrigeração até que finalizada coleta de amostras de todo o perfil de sondagem.
O procedimento indica então que finalizada a medição de vapores deve-se enviar para laboratório a amostra refrigerada representante do liner que apresentou maior concentrações de gases. Caso as medições de vapores apresentem os mesmos valores para todas as amostras deve-se enviar para o laboratório a amostra correspondente a franja capilar.
Embora para a ocasião da emissão do procedimento esse direcionamento tenha sido um grande passo na padronização e melhoria no processo de coleta de amostras, nota-se hoje um elevado nível de imprecisão na metodologia de definição da amostra a ser analisada, além da definição do envio de apenas uma amostra para análise em laboratório, o que acabava sendo seguido à risca pelas empresas de consultoria.
A combinação das incertezas obtidas pelo método de sondagem escolhido em conjunto com o ineficiente procedimento de definição das amostras a serem enviadas para análise ocasionaram a emissão de estudos ambientais com falhas nos modelos conceituais, indicando baixo nível de alteração ambiental e até mesmo ausência de passivo. 
Reflexo das investigações imprecisas podem ser observadas até hoje em processos de remediação que não possuem mais fontes primárias de contaminação, entretanto as fontes secundárias não foram investigadas e quantificadas de forma correta, ocasionando o efeito Rebound assim que desmobilizado o processo de remediação. 
Fruto da inovação tecnológica, muitas outras técnicas de perfuração e amostragem tem sido utilizadas em projetos de investigação e remediação, entretanto, devido a possuir um maior custo de execução, por muitas vezes essas técnicas deixam de ser empregadas.
Técnicas de Investigação de Alta Resolução
A execução de uma investigação sem o devido nível de precisão ocasiona no desenvolvimento de modelo conceitual equivocado e distante do cenário real da área, o que impactará diretamente nas próximas etapas do processo de Gerenciamento da Área Contaminada (GAC).
Desde os anos 90, novas sondas de captação de dados do subsolo utilizadas até então especificamente geotecnia estão sendo adaptadas para investigações geoambientais. Tais sondas possibilitam a aquisição contínua e em tempo real de informações sobre os perfis litológicos do subsolo, concentração de contaminantes e também de parâmetros geotécnicos, como por exemplo o equipamento RCPTu (Piezocone de resistividade) e o MIP (Membrane Interface Probe) (CRUMBLING, 2004 apud FREITAS et al., 2015).
Riyis (2012) relata que uma das ferramentas mais utilizada para esses ensaios nos EUA é o sensor de Resistividade ou Condutividade Elétrica (CE). O estudo publicado por CRISTY et al. (1994) demonstra a correlação entre a condutividade elétrica com os tipos de solo e com seu teor de argilominerais. Schulmeister et al. (2003) apresentam as vantagens do uso da CE para obter dados da estratigrafia de uma área, na qual além do perfil das camadas do subsolo, o sensor foi utilizado para fornecer informações sobre aquíferos e zonas preferenciais de fluxo (Apud RIYIS, 2012). 
Com base nas informações acima, entende-se que o sensor CE é uma ferramenta poderosa para o estabelecimento de um modelo conceitual hidrogeológico da área com um reduzido grau de incerteza. Quando comparado com os métodos tradicionais de sondagem, a utilização de sensor de CE é mais eficiente, rápido e permite uma maior resolução obtida pela maior densidade de informações (RIYIS, 2012).
Por se tratar de uma etapa crucial dentro do processo de GAC, Riyis et al. (2013) indica que o trabalho de investigação não se limite a utilização apenas das ferramentas de investigação tradicionais e já consagradas, mas que também sejam utilizadas ferramentas para investigação de alta resolução (High Resolution Site Characterization - HRSC), assim como que a tomada de decisão ocorra em campo e por profissional com considerável grau de experiência.
O mercado de consultoria ambiental tem como prática comum, em sua grande maioria, o envio de equipe de campo formada por funcionários sem a devida capacitação técnica e/ou experiência requerida para a tomada de decisão em campo, logo, as decisões acabam sendo tomadas a distância pelo coordenador do projeto, que nem sempre trata-se de um profissional sênior, localizado no escritório e liderando diversos projetos simultaneamente. 
A Investigação de Alta Resolução pode ser definida como adoção de técnicas e estratégias com medições adequadas à escala e com uma maior densidade de amostra para determinar a distribuição de contaminantes e o meio físico em que se encontram com maior nível de confiabilidade, suportando ações de remediações de áreas mais rápidas e efetivas (CLU-IN, 2016).
A metodologia de investigação em alta resolução não deve ser simplificada a somente a utilização de ferramentas de alta resolução. Temos de considerar o resultado de alta resolução como uma combinação entre:
· Escolha da ferramenta correta de HSRC;
· Correta interpretação e manipulação dos dados obtidos;
· Tomada de decisão em campo por pessoa capacitada;
 A geração de um elevado volume de dados de campo, não é garantia de que os resultados serão interpretados e manipulados da maneira correta, consequentemente, continuarão a ser utilizados de maneira equivocada, gerando estudos imprecisos. 
De acordo com Riyis 2012, as ferramentas de alta resolução podem ser divididas em dois grandes grupos: 
· As de caracterização química ou distribuição de contaminantes;
· As de avaliação do meio físico.
Como exemplos de ferramentas para caraterização química ou simplesmente determinação da distribuição de contaminante temos:
· MIP (Menbrane Interface Probe);
· OIP (Optical Image Profile);
· LIF (Laser Induced Fluorescense);
· Laboratório Móvel.
Como ferramentas para avaliação física do meio existem: 
· HPT (Hydraulic Profiling Tool);
· PST (Pneumatic Slug Test);
· EC (Eletrical Conductivity);
· CPT/CPTu (Cone e Piezonocone Penetrometer Test);
· RCPTu (Piezocone de Resistividade), entre outros.
 Na tabela 03 a seguir são apresentadas algumas ferramentas utilizadas nas investigações de alta resolução e suas respectivas aplicações:
Tabela 03 – Comparativo entre método e a informação obtida
Fonte: Columbia Technologies, 2018 apud Consul Finkler, 2018.
A sonda MIP (Membrane Interface Probe), comumente utilizada para detecção de compostos orgânicos voláteis no subsolo, também permite a obtenção de dados em tempo real sobre a litoestratigrafia, por meio do sensor de CE (FREITAS et al., 2015). Ressalta-se que a sonda MIP fornecerá informações de CE, quando a mesma possuir acoplada na sonda instrumento para medição de EC.
De acordo com a própria Geoprobe, empresa fabricante do MIP, um registro de detector de MIP é raramente utilizado sem uma ferramenta simultâneo indicada para litologia. Esta ferramenta acompanhante pode ser de parâmetros de condutividade elétrica (EC), perfil hidráulico (HPT) ou CPT.
Importante também considerar que a CE do subsolo pode variar em função de vários fatores como: teor de umidade, porosidade, presença e concentração de contaminantes, níveis de argila e mineralogia dos materiais. Neste sentido é importante a integração de diversas técnicas de investigação para melhorar a captação e interpretação dos dados, principalmente quando falamos de solos tropicais contaminados (MONDELLI, 2008 apud FREITAS et al., 2015).
A ferramenta OIP atua no sentido de detectar combustíveis derivados de petróleo e hidrocarbonetos fase pura / fase livre através do efeito de fluorescência que os hidrocarbonetos possuem quando expostos à luz ultravioleta (UV) (FINKLER, 2017).
O sistema utiliza um diodo emissor de UV para produzir fluorescência a partir dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs) contidos nos combustíveis e óleos leves.Quando os combustíveis estão presentes, as moléculas de PAH absorvem a energia da luz UV e logo em seguida emitem um fóton de luz que é a fluorescência resultante (GEOPROBE, 2018).
A cor da imagem capturada pelo sensor OIP é analisada pelo software da ferramenta que demonstra a fluorescência proveniente de combustíveis, sendo essa informação medida e traduzida em porcentagem (FINKLER, 2017).
Da mesma forma que no MIP o OIP para trabalhar em conjunto com outras ferramentas para análise de parâmetros físicos do meio como condutividade elétrica (EC), perfil hidráulico (HPT) ou CPT.
Outra opção de ferramenta de HRSC é a utilização da técnica Laser Induced Fluorescence (LIF) que baseia-se no fenômeno da fluorescência, de forma similar ao OIP, onde alguns compostos orgânicos possuem característica de emitir radiação com comprimentos de ondas maiores e característicos em função do comprimento da cadeia aromática quando estimulados por luz (ISLER et al., 2013).
A técnica LIF foi utilizada pela empresa americana Dakota Technologies no desenvolvimento do equipamento Ultra-Violet Optical Screening Tool (UVOST®), com a associação da ferramenta Electric Conductivity (EC) em sonda única, utilizada para cravação através da técnica Direct Push, permitindo também a captação de resultados em tempo real conforme o avanço da sonda (ISLER, et al., 2013)
Os instrumentos LIF fornecem um método relativamente rápido para determinar a presença de compostos contendo hidrocarbonetos aromáticos na subsuperfície. Eles são especialmente bons em mostrar as concentrações relativas desses compostos com a profundidade, de modo que as atividades de remediação possam ser mais bem localizadas. Essas tecnologias não fornecem concentrações específicas de contaminantes e não podem ser usadas em áreas que não são passíveis de uso de Direct Push (CLU-IN, 2018).
Isler et al. (2013) afirma que com o uso deste tipo de equipamento é possível caracterizar em curto intervalo de tempo uma área contaminada por hidrocarbonetos aromáticos nas fases residual e livre, nas zonas saturada/não saturada, possibilitando a identificação de produto trapeado na zona saturada.
Cabe também ressaltar que as ferramentas MIP e OIP oferecem resultados qualitativos e não dispensam a necessidade de coleta de amostras de solo e água subterrânea para que seja possível identificação, delimitação e quantificação da massa de contaminantes. O UVOST permite a obtenção de resultados semi quantitativos, o que também não dispensa a necessidade de coleta de amostras de solo e água subterrânea. 
Uma das ferramentas que pode auxiliar no processo de HSRC é a utilização de um laboratório móvel em campo que auxiliará na tomada de decisão em tempo real, possibilitando o correto direcionamento da investigação de acordo com os resultados obtidos in loco. 
O laboratório é montado no interior de trailer móvel e possui bancada analítica equipada com cromatógrafo gasoso com sensores de PID, ECD e FID com capacidade de disponibilização de dados analíticos em tempo real para varredura de hidrocarbonetos aromáticos, halogenados e metano pelos métodos EPA 8021 e EPA 8260 em matrizes de vapores e água (CLEAN, 2018).
Cabe considerar que por se tratar de laboratório móvel, esse tipo de equipamento não possui acreditação ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 e seus resultados poderão não ser aceitos pelo órgão ambiental responsável em função da legislação aplicável a cada região. 
Remediação de Áreas Contaminadas
Finalizada a etapa de diagnóstico ambiental e a elaboração do estudo de análise de risco, chega-se ao momento de decisões sobre a necessidade ou não da adoção de medidas de intervenção. 
A etapa de remediação ambiental consiste na implementação de medidas que resultem no saneamento do local contaminado e/ou na contenção e isolamento dos contaminantes presentes no meio.
As primeiras tentativas de recuperação ambiental consistiam basicamente em remoção do solo supostamente contaminado e posterior encaminhamento do material para aterros de resíduos sólidos ou sua disposição em landfarmings. Com o passar do tempo e o aumento da preocupação com a preservação os aquíferos, os sistemas de remediação passaram a empregar o bombeamento com tratamento externo como principal técnica de remediação (AZAMBUJA et al., 2000).
Com a evolução dos estudos direcionados para a área de remediação ambiental, inúmeros processos físico-químicos e biológicos tem sido utilizados na remoção de produto em fase livre e em fase dissolvida na água subterrânea. Processos como extração de vapores do solo (SVE), extração multifásica (MPE), bombeamento e tratamento (P&T), bioventilação, biorremediação, entre outros, são utilizados para remover contaminantes do solo subsuperficial e das águas subterrâneas. Estes mesmos processos também podem ser implementados com finalidade de controlar o movimento das plumas de contaminantes, tratar águas subterrâneas, e/ou descontaminar solos (CORSEUIL e WEBER, 1994 apud CORSEUIL e MARIN, 1997).
Considerando o local onde será empregado o processo de remediação, podemos classificar as técnicas de tratamentos empregadas como:
· Técnica de Tratamento In Situ ou On site: o material contaminado é tratado no mesmo local de sua geração sem que ocorra a sua transferência para outra localidade.
· Técnica de Tratamento Ex Situ ou Off Site: envolve sempre a remoção do material contaminado, seja por meio de escavação ou bombeamento das águas subterrâneas e posterior encaminhamento para tratamento em área distinta da sua geração.
Ainda assim, as técnicas de remediação também podem ser classificadas quanto ao seu princípio de atuação sendo: Técnicas Físicas, Técnicas Químicas, Técnicas Físico-Químicas, Técnicas Biológicas e Técnicas Térmicas. 
A depender das características locais e níveis de contaminação identificados, pode ocorrer a utilização combinada e simultânea de técnicas in situ e técnicas ex situ, assim como também pode ocorrer a combinação entre técnicas com princípios de atuação distintas com a finalidade de obter melhores resultados e menor tempo de remediação. 
A seguir apresentaremos alguns das técnicas de remediação mais utilizadas no mercado brasileiro.	
– Bombeamento e Tratamento / Pump and Treat (P&T)
A técnica de remediação de bombeamento e tratamento consiste na utilização de bombas elétricas ou pneumáticas para captação das águas subterrâneas e os contaminantes presentes e o seu encaminhamento para tratamento dos compostos químicos de interesse. Tal técnica também pode ser utilizada como barreira de contenção alterando as condições hidrogeológicas do local, impedindo a migração dos contaminantes através do fluxo subterrâneo natural (Nobre e Nobre, 2008).
Segundo Negrão (2017) o P&T consiste em um processo advectivo de bombeamento da água subterrânea contaminada para o seu tratamento na superfície, sendo uma das técnicas de remediação mais utilizadas no mundo e consiste. Trata-se de uma excelente técnica para contenção hidráulica de pluma de contaminação e remoção de massa de fase livre.
	
	Figura 08: Diagrama básico P&T
	Fonte: NEGRÃO, 2017.
– Extração de Vapores do Solo / Soil Vapor Extraction (SVE)
O SVE consiste na instalação de uma rede de tubulações conectadas a poços de extração no qual é aplicado vácuo com o objetivo de promover a remoção e volatilização de compostos orgânicos voláteis e semi-voláteis presentes no solo. 
A extração de vapor do solo (SVE), técnica também conhecida como ventilação do solo ou extração a vácuo, é uma tecnologia de remediação com característica in situ com a finalidade de reduzir as concentrações de compostos voláteis em produtos petrolíferos adsorvidos ao solo na zona vadosa (EPA, 2017).
Trata-se de uma tecnologia de tratamento da zona não saturada, ou seja, antes do alcance da água subterrânea e mais perto da superfície. 
De acordo com Vicino (2017) a extração de vapores do Solo é uma técnica de remediação in situ capaz de promover a remoção dos gases e compostos orgânicos voláteis presentes no solo nas fases retida e de vapor, através da ventilaçãoda subsuperfície pela aplicação de vácuo no solo criando assim um gradiente de pressão negativa e causando a migração de vapores em direção aos poços de extração.
O uso dessa tecnologia se mostra eficaz na redução de concentrações compostos orgânicos voláteis e alguns compostos orgânicos semi-voláteis, principalmente para compostos encontrados em produtos de petróleo em subsolos com tanques de armazenamento de combustíveis (EPA, 2017).
Em função da presença de contaminantes nos gases removidos pela extração de vapores do solo, o mesmo deve ser encaminhado para tratamento em uma unidade de tratamento de vapores e posterior descarte para atmosfera (SANTOS et al., 2008).
	
	Figura 09: Diagrama básico SVE
	Fonte: Vicino, 2017.
 Injeção de Ar / Air Sparging
O Air Sparging consiste na injeção de ar na zona saturada para permitir a transferência de fase dos contaminantes orgânicos voláteis da fase aquosa para a fase vapor. O ar, ao ser injetado no aquífero, permite aos compostos voláteis migrem para a zona não saturada onde serão capturados por outras técnicas. Usualmente o Air Sparging atua de forma combinada com o SVE. 
Tecnologia também conhecido como “in situ air stripping” e "volatilização in situ" consiste da injeção de ar limpo na zona saturada, ou seja, abaixo do nível d’água, permitindo assim uma transferência de fase dos hidrocarbonetos de um estado dissolvido para a fase vapor (EPA, 2017)
Esse processo de remediação pode ser resumido como uma injeção através de um compressor de ar a pressão e vazão controladas na zona saturada, causando o desprendimento dos contaminantes da água subterrânea, através da volatilização dos mesmos.
Algumas características do meio físico e do contaminante determinam a eficiência do técnica de injeção de ar como por exemplo a permeabilidade gasosa na zona não saturada, permeabilidade do aquífero, volatilidade do contaminante, assim como a sua solubilidade (SANTOS et al., 2008).
	
	Figura 10: Diagrama básico Air Sparging combinado com SVE
	Fonte: EPA, 2017.
– Extração Multifásica (MPE)
Compreende a utilização de um sistema de extração a vácuo para captação simultânea das fases: livre, vapor e dissolvida presentes no solo e água subterrânea. 
A Extração de multifásica (MPE) é uma técnica de remediação in situ que remove a fase livre, aquosa, vapores e compostos orgânicos voláteis presentes no solo nas fases retida, dissolvida, livre e de vapor, promovendo também a ventilação da subsuperfície. Consiste na aplicação de vácuo no solo para criar gradiente de pressão negativa causando a migração da fase livre, dissolvida e vapores em direção aos poços de extração (VICINO, 2017)
O princípio de funcionamento do MPE consiste na aplicação do vácuo nos poços de extração para que seja possível a criação de um gradiente de pressão dirigido para estes pontos, por onde serão extraídas as fases existentes do contaminante. O gradiente de pressão formado é diretamente proporcional ao vácuo aplicado nos poços, assim, a eficiência na extração dos contaminantes ocorrerá em função do sistema implantado (SANTOS et al., 2008).
 A mistura bombeada deverá ser direcionada a uma caixa separadora de água e óleo (CSAO) para que ocorra separação da fase livre e posterior armazenamento em tambores, enquanto a água contaminada e o vapor extraídos deverão ser destinados para tratamento em filtro de carvão ativado ou tratamento similar e posterior descarte (SANTOS et al., 2008).
A aplicação do MPE promove um efeito secundário durante o processo de remediação, uma vez que ocorre a circulação de ar na zona não saturada do solo e consequentemente estimula a atividade bacteriana aeróbia.
Trata-se de ume técnica de operação complexa e que dependerá das características do site para o seu efetivo funcionamento. Os principais parâmetros locais que precisam ser considerados na escolha pela técnicas são: permeabilidade do solo, que afetará nas taxas em que os vapores poderão ser extraídos e a volatilidade dos contaminantes, que determinará o grau de transferência do contaminante do solo para o estado vapor (EPA, 2017).
	
	Figura 11: Diagrama básico MPE
	Fonte: EPA, 2017.
– Oxidação Química (ISCO)
As tecnologias de oxidação química preconizam a utilização de compostos químicos in situ para transformação dos contaminantes, sendo uma das técnicas mais inovadoras e emergentes para remediação de áreas contaminadas com a utilização de compostos químicos altamente oxidantes, como por exemplo o Peróxido de Hidrogênio, Permanganato de Potássio entre outros. (TECNOHIDRO, 2008 apud SANTOS et al., 2008).
A oxidação química in situ pode ser definida como um processo sistemático de reações químicas pelo qual o oxidante é introduzido no subsolo para oxidar quimicamente os contaminantes orgânicos e transforma-los em substancias inofensivas (RODRIGUEZ, 2017). 
A decomposição dos contaminantes de petróleo e a sua destruição in situ, podem ocorrer através da utilização da tecnologia de oxidação química. Diferentemente de outras técnicas de remediação, o oxidação química permite a redução de contaminantes em períodos curtos de tempo, por exemplo, semanas ou meses (EPA, 2017).
A utilização segura e eficaz da técnica de oxidação química requer uma boa compreensão das características dos solos, hidrogeologia, contaminantes e do site para garantir um tratamento eficaz (RODRIGUEZ, 2017).
De acordo com Cunha e Bertolo (2012), os processos de físicos de advecção e dispersão são fundamentais para a atuação do agente oxidante, se faz necessário que o mesmo alcance o contaminante presente e para isso é importante que o aquífero possua algumas características:
 • elevadas condutividade hidráulica e velocidade da água subterrânea, permitindo que o oxidante alcance áreas maiores para contato com o contaminante; 
• elevada homogeneidade relativa, pois a eficiência do oxidante em entrar em contato com o contaminante pode ser comprometida em aquíferos heterogêneos e pouco permeáveis (SEOL, ZHANG, SCHWARTZ, 2003), impossibilitando a distribuição uniforme do fluido; 
• baixa concentração relativa de compostos inorgânicos oxidáveis, pois a presença de compostos oxidáveis de ferro ferroso e outros metais formam precipitados que poderiam reduzir significativamente a permeabilidade intrínseca da zona saturada e competir com o contaminante no processo de oxidação (USEPA, 2004); e 
• reduzido índice de carbono orgânico oxidável, pois sua presença pode consumir parte importante do agente oxidante injetado e tornar a alternativa economicamente inviável (SUTHERSAN e PAYNE, 2005).
Havendo o contato e o tempo suficiente com os contaminantes orgânicos, os oxidantes químicos são capazes de conversão da massa de hidrocarbonetos de petróleo em dióxido de carbono e água, reduzindo as concentrações de hidrocarbonetos de petróleo no solo e lençóis freáticos. Embora muitos dos oxidantes químicos tenham sido usados por décadas em tratamentos de águas residuais, só recentemente passaram e ser utilizados para tratar hidrocarbonetos contaminados águas subterrâneas e solo (EPA, 2017).
Dentre os produtos químicos disponíveis no mercado, a seguir serão listados os mais comumente utilizados em processo de remediação ambiental através da tecnologia ISCO:
· Persulfato de Sódio - Na2S2O8;
· Permanganato de Potássio - KMnO4;
· Permanganato de Sódio - NaMnO4;
· Ozônio - O3;
· Peróxido de Hidrogênio - H2O2.
A injeção dos oxidantes químicos no solo geralmente ocorre através da instalação de poços de injeção com perfil construtivo específico para atuação na área de interesse. Outro método utilizado para injeção de produtos químicos é através da aplicação via Direct Push, onde com o uso de ponteiras específicas para essa finalidade ocorre a sua cravação até a profundidade desejada e inicia-se o processo de injeção pressurizada. 
	
	Figura 12: Diagrama básico de ISCO
	Fonte: Rodriguez, 2017
– Remoção de Solo / Escavação 
A escavação, remoção e destinação do solo consiste na substituição de solo contaminado por solo limpo, que é escavado e destinado paratratamento adequado. Como forma de destinação adequada podemos citar co-processamento, disposição final em aterro industrial, incineração entre outras (SANTOS et al., 2008).
Consiste basicamente na remoção do solo contaminado com uso de ferramentas hidráulicas como escavadeira e retroescavadeira, ou até mesmo com uso de ferramentas manuais para posteriormente destinação para tratamento on site, como por exemplo uma biopilha, ou off site como no caso de aterro industrial. 
Indicadas para locais onde a contaminação não é profunda, com baixa mobilidade e que o solo contaminado atue como fonte secundária, ou seja, o solo esteja impregnado e permitindo a lenta liberação de contaminantes.
Demanda pouca tecnologia, mas deve ser realizada com cautela e por pessoas experientes para que o gerenciamento dos resíduos seja realizado de forma a minimizar a geração de resíduos perigosos, o que reflete significativamente nos custos de transporte e destino.
Técnica que necessita de atuação multidisciplinar com participação de engenheiro civil e geólogo.
Ponto de atenção para o uso da técnica é em situações em que a contaminação encontra-se em camadas profundas, necessitando de técnicas de escoramento ou de escavação por perfuração de grande diâmetro.
	
	Figura 13: Remoção de Solo Contaminado
	Fonte: consultoriaessencia/2018
4. MATERIAIS E METODOS
Caracterização da área em estudo
A área de estudo escolhida encontra-se localizada na cidade de São Paulo, mais precisamente no bairro do Sacomã em um terreno onde operava um antigo posto de combustível (Figura 14). O Auto Posto objeto de estudo foi construído no final da década de 70 e operou até o ano de 2002, quando ocorreu a desativação da área de abastecimento e o local passou a ser utilizado como garagem de ônibus e locadora de veículos. 
Em 2007 foi realizada uma investigação na área do empreendimento em função de encontrar-se na área de influência das obras civis de construção da linha 2 Verde do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo). O entorno da área apresenta uso e ocupação de solo com características mistas com predominância residencial e comercial. De acordo com a NBR 13.786 a área pode ser classificada como Classe 2 devido a existência de uma favela dentro do raio de 100m a partir dos limites do empreendimento.
Um levantamento realizado em 2007 junto ao DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) indicou a existência de 01 (um) poço tubular dentro do raio de 500m a partir dos limites do terreno. Os dados construtivos do poço tubular indicavam que o mesmo possuía 17,5m de profundidade, nível d’água estático de 3,2m e uma vazão de exploração de 1,5m³/h.
	
	Figura 14 – Localização do Auto Posto em Estudo
	Fonte: Google Earth, 2018
Histórico das Ações Ambientais
Entre outubro e novembro de 2007 iniciou-se o processo de gerenciamento de áreas contaminadas na área de interesse, executando primeiramente uma avaliação de passivo ambiental, cujo relatório foi emitido em janeiro de 2008. 
O escopo do trabalho considerou execução de 3 sondagens a trado manual de 4” e instalação de 3 poços de monitoramento com 2” de diâmetro na mesma localidade das sondagens. A localização dos pontos de sondagens foi definida com base na projeção pretérita do posto, sendo que as sondagens ST-01 e ST-03 foram posicionadas nas áreas onde haviam os tanques subterrâneos e a sondagem ST-02 executada na área onde situavam-se as bombas de abastecimento.
Durante o processo de sondagem foram coletadas amostras para medição de Compostos Orgânicos Voláteis (VOC) onde obteve-se leituras de 4.860ppm na ST-01 a 1,00m de profundidade e 1.380ppm na ST-03 a 2,5m de profundidade. As medições VOC ocorreram até a franja capilar somente (conforme técnicas convencionas de investigação da época), sendo que foram enviados para análise química de solo uma amostra por sondagem, sendo selecionada a amostra com maior VOC ou a amostra da franja capilar caso as medidas de VOC fossem nulas. As amostras foram analisadas para os parâmetros BTEX e PAH.
Posteriormente a etapa de sondagem e coleta de amostras de solo foram instalados os poços de monitoramento PM-01, PM-02 e PM-03, oriundos respectivamente das sondagens ST-01, ST-02 e ST-03. A Tabela 04 abaixo apresenta o detalhe construtivo dos poços de monitoramento instalados:
Tabela 04: Características das sondagense poços instalados
	Sondagem / Poço de Monitoramento
	Perfuração
	Instalação
	N.A (m)
	
	Diâmetro (pol)
	Profundidade (m)
	Diâmetro (pol)
	Profundidade (m)
	Filtro (m)
	
	ST-01 / PM-01
	4,00
	5,00
	2,00
	4,50
	2,60
	2,60
	ST-02 / PM-02
	4,00
	4,50
	2,00
	4,50
	2,70
	2,70
	ST-03 / PM-03
	4,00
	4,50
	2,00
	4,50
	2,50
	2,50
Fonte: Servmar, 2008
Nas amostras de solo coletadas, constatou-se concentrações de Benzeno nas amostras (ST01 e ST03) com concentrações acima dos valores de intervenção da CETESB/2008 - industrial. O solo local foi caracterizado como aterro argilo arenoso vermelho de 0,0 a 2,0m na sondagem ST-01; solo argiloso marrom avermelhado de 2,0 a 3,0m; argila orgânica de 3,0 a 4,0 e argila arenosa cinza de 4,0 a 5,0m
Os dados de monitoramento de nível d’água, presença de fase livre e carga hidráulica são apresentados na Tabela 05, enquanto a figura com a localização dos poços de monitoramento podem ser observados na Figura 15: 
Tabela 05: Características das sondagens e poços instalados
	Poço
	Cota (m)
	Nivel D´Água (m)
	Fase Livre (m)
	Carga hidráulica (m)
	ST-01 / PM-01
	100
	2,66
	Película
	97,34
	ST-02 / PM-02
	99,83
	2,40
	0,02
	97,45
	ST-03 / PM-03
	99,81
	2,70
	0,15
	97,24
Fonte: Servmar, 2008.
	
	Figura 15 – Localização dos poços de monitoramento instalados em novembro de 2007
	Fonte: Servmar,2008
Durante os serviços foi observado que o nível de água na área oscilou entre 2,40 m (PM-02) e 2,70 m (PM-01) e o sentido de fluxo subterrâneo preferencial foi para sudeste. Detectou-se presença de fase livre nos poços instalados PM-02 (0,02m) e PM-03(0,15m) e presença de película no poço PM-01. Não foram coletadas amostras de água subterrânea devido a presença de fase livre no local. Cabe ressaltar que todos os poços foram instalados com seção filtrante longa de 3,0m de comprimento.
Em decorrência dos resultados obtidos foi realizada uma Investigação Confirmatória entre os meses de janeiro e abril de 2008. O escopo da Investigação Confirmatória contemplou a execução de 11 (onze) sondagens a trado manual de 4” para a instalação de poços de monitoramento de ST-01 a ST-09 que progrediram respectivamente para os poços PM-04 a PM-12. As sondagens ST-06A e ST-08A evoluíram para os poços PM-09A e PM-11A, pares multiníveis dos poços PM-09 e PM-11.
As leituras de VOC foram realizadas de metro a metro até a profundidade da franja capilar. A sondagem que apresentou maior leitura de VOC foi a ST-01 com 70ppm. Foi identificada a presença de fase livre e película nos poços PM-01 (película), PM-02 (película), PM-03 (0,04m), PM-04 (película) e PM-0 5 (0,01m). Segundo Servmar/2008 a geologia local é descrita como uma porção de aterro predominantemente argilo-arenoso variegado com espessura máxima de 2,5m, sobreposto a camadas de material argiloso, argilo-arenoso e de argila orgânica típica de ambientes aluvionares. Não foram detectadas concentrações de BTEX e PAHs acima dos valores de referência CETESB/2008 em nenhuma das amostras de solo. Com exceção da ST-07 que teve amostra coletada a 0,5m, todas as outras sondagens tiveram amostras de solo coletadas a 1,0m de profundidade.
 Detectou-se fase dissolvida por Benzeno no PM-07. Nos demais poços não foram verificadas concentrações significativas dos compostos analisados. Diante dos resultados foi recomendada Investigação Detalhada para a delimitação da fase livre e dissolvida na área e proposto o monitoramento do nível de água e indícios de contaminação nos poços existentes devido as obras civis para a construção da estação de metrô da linha 2 (verde).
O processo de gerenciamento de áreas contaminadas ficou parado até meados de 2014 quando houve a retomada das atividadesambientais realizando a Investigação Ambiental Detalhada e Plano de Intervenção para a área de interesse. Este estudo envolveu a realização de 14 (quatorze) sondagens, instalação de 07 (sete) poços de monitoramento rasos e 02 (dois) multiníveis (Figura 16). A profundidade do nível de água teve como média 1,60 metros e o sentido preferencial do fluxo subterrâneo foi de sul para norte. A Tabela 06 apresenta um resumo das sondagens realizadas nesta etapa:
	
	Figura 16 – Localização das sondagens realizadas em junho e julho de 2014
	Fonte: Ecotest, 2014
Tabela 06 – Resumo das sondagens realizadas em 2014
	Data / Etapa
	Furo de sondagem
	Justificativa
	Parâmetros Analisados
	Indícios de produto no solo
	Profundidade
	Junho de 2014 / 1° Etapa
	FS-01
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PM-07
	BTEX e PAH
	Não
	5,3
	
	FS-02
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PM-08
	
	Não
	3,6
	
	FS-03
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PM-09
	
	Não
	3,6
	
	FS-04
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PM-10
	
	Não
	3,5
	
	FS-06
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PM-11
	
	Não
	3,4
	
	FS-07
	Investigação de fase retida próximo ao poço de monitoramento existente PM-05
	
	Não
	1,2
	
	FS-08
	Investigação de fase retida próximo ao poço de monitoramento existente PM-04
	
	Não
	1,2
	
	FS-09
	Investigação de fase retida próximo ao poço de monitoramento existente PM-06
	
	Não
	1,2
	
	FS-10
	Investigação de fase retida próximo ao poço de monitoramento existente PM-01
	
	Não
	1,2
	
	FS-11
	Investigação de fase retida próximo ao poço de monitoramento existente PM-03
	
	Não
	2
	
	FS-12
	Investigação de fase retida próximo ao poço de monitoramento existente PM-02
	
	Não
	1,2
	
	FS-13
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PMN-11
	-
	Não
	6,7
	
	FS-14
	Instalação de poço de monitoramento para mapeamento da pluma horizontal de fase dissolvida PMN-08
	-
	Não
	6,6
Fonte: o autor
Na Tabela 07, são apresentados os resultados das leituras de VOC realizadas nas sondagens e a Figura 17 apresenta a seção geológica das sondagens.
Tabela 07 – Concentração de VOC medidas durante as sondagens (jun/julho/14)
	Cota
	Compostos Orgânicos Voláteis - VOC (ppm)
	(m)
	FS-01
	FS-02
	FS-03
	FS-04
	FS-06
	FS-07
	FS-07A
	FS-08
	FS-09
	0,0 - 0,5
	0
	20
	20
	0
	80
	0
	0
	20
	0
	0,5 - 1,0
	0
	-
	
	0
	120
	
	 
	
	
	1,0 - 1,5
	0
	40
	40
	 
	 
	0
	
	40
	0
	1,5 - 2,0
	40
	 
	 
	
	
	 
	
	 
	 
	2,0 - 2,5
	40
	
	
	
	
	
	
	
	
	2,5 - 3,0
	60
	
	
	
	
	
	
	
	
	3,0 - 3,5
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Cota
	Compostos Orgânicos Voláteis - VOC (ppm)
	(m)
	FS-10
	FS-11
	FS-12
	FS-13
	FS-13A
	FS-13B
	FS-13C
	FS-14
	 
	0,0 - 0,5
	0
	20
	40
	40
	40
	40
	0
	0
	
	0,5 - 1,0
	-
	60
	
	 
	 
	 
	 
	20
	
	1,0 - 1,5
	0
	40
	40
	40
	
	
	
	40
	
	1,5 - 2,0
	 
	40
	 
	 
	
	
	
	 
	
	2,0 - 2,5
	
	 
	
	
	
	
	
	
	
Fonte: o autor
	
	Figura 17 – Seções Geológicas das sondagens realizadas em junho e julho de 2014
	Fonte: Ecotest, 2014.
Foram realizadas retiradas de amostras de solo e análise de água subterrânea para os parâmetros BTEX e PAHs. Não foi identificada fase livre durante esta etapa, entretanto na análise de solo foi verificada concentração de fase retida por Benzeno acima dos Valores de Intervenção (CETESB/2008) (FS-10 - 1,20 m e FS-11- 2,00 m). As sondagens FS-10 e FS-11, foram realizadas próximas aos poços com histórico de fase livre (PM-01 e PM-03), sugerindo assim que o solo subsuperficial, localizado na antiga área de tancagem, estaria impactado colaborando como fonte secundária de contaminação na área do empreendimento. 
Com base nos resultados obtidos de solo uma pluma de fase retida foi inferida na área de estudo conforme apresentado na Figura 18 e a seção geológica desta pluma é apresentada na Figura 19. 
	
	Figura 18 – Pluma de fase retida inferida na área de estudo
	Fonte: Ecotest, 2014.
	
	
	Figura 19– Pluma de fase retida inferida na área de estudo
	Fonte: Ecotest, 2014.
Para a matriz água subterrânea os resultados obtidos no estudo foram:
· Benzeno nas amostras: PM-01, PM-02, PM-03, PM-07, PM-08, PM-09, PM-10, PM-11, PMN-08 e PMN-11. A pluma localiza-se sob as antigas áreas de abastecimento e tancagem e encontra-se inferida nas porções norte, oeste e sudoeste. A pluma apresenta uma área estimada de 693 m²;
· Benzo(a) Antraceno na amostra: PM-07. A pluma com caráter pontual encontra-se inferida na porção norte e possui uma área estimada de 64 m².
Os demais SQIs apresentaram concentrações inferiores aos padrões de referência adotados. A pluma inferida de fase dissolvida é apresentada na Figura 20.
	
	Figura 20 – Pluma de fase dissolvida de Benzeno inferida na área de estudo
	Fonte: Ecotest, 2014.
Os trabalhos realizados contemplaram a avaliação de risco a saúde humana e foi identificado risco para o cenário de inalação de vapores em ambientes fechados a partir da água subterrânea para os receptores residenciais e comerciais. Face a este resultado, foi proposto a delimitação das plumas (plano horizontal e vertical) das fases retida e dissolvida e aplicação de medidas de remediação. 
Esta nova etapa foi realizada em setembro e outubro de 2014 e apresentada como Investigação Complementar. As atividades comtemplaram a realização de 25 (vinte e cinco) sondagens, a instalação de 16 (dezesseis) poços de monitoramento (PM-07 ao PM-22), 02 (dois) poços multiníveis (Figura 21), amostragem de solo e água subterrânea para avaliação das SQIs, levantamento topográfico, entre outras atividades. A Tabela 08 apresenta um resumo das sondagens realizadas nesta etapa:
	
	Figura 21 – Localização das sondagens realizadas em junho e setembro de 2014
	Fonte: Ecotest, 2014
Tabela 08 – Resumo das sondagens realizadas em setembro de 2014
 Fonte: O autor
Na Tabela 09, são apresentados os resultados das leituras de VOC realizadas nas sondagens e a Figura 22 apresenta a pluma inferida de fase retida entre junho e julho de 2014 com o complemento dos resultados analíticos desta etapa (set/14).
Tabela 09 – Concentração de VOC medidas durante as sondagens (set/14)
Fonte: o autor
	
	Figura 22 – Pluma de fase retida inferida e resumo de resultados analíticos
	Fonte: Ecotest, 2014.
Como mencionado anteriormente, os resultados de Benzeno nas amostras FS-10 - 1,20 m e FS-11 - 2,0 m e fase retida de Etilbenzeno na amostra FS-11- 2,0 m sugerem que o solo subsuperficial localizado na antiga área de tancagem estaria atuando como fonte secundária de contaminação na área do imóvel.
O mapa potenciométrico elaborado indicou fluxo subterrâneo preferencial de sul para norte. O nível da água médio no local encontrado durante o monitoramento de outubro de 2014 foi de 2,06 m. De acordo com os dados obtidos durante o monitoramento ambiental dos poços existentes na área que abrigou as instalações pretéritas do Auto Posto, observou-se a presença de lâmina mensurável de produto nos PM-07 e PM-18. Os poços PM-19 ao PM-22 foram instalados no entorno do PM-18, para delimitação da pluma de fase livre encontrada neste perímetro. Para amostragem da água subterrânea foram considerados todos os poços de monitoramento da área. 
As amostras de água subterrânea retiradas nos poços de monitoramento indicaram a presença de fase dissolvida, uma vez que as concentrações de Benzeno, Xilenos, Naftaleno e Benzo(a)antraceno apresentaram-se superiores aos padrões de referência da CETESB. A pluma vertical de contaminação em fase dissolvida de Benzeno encontra-se inferida, uma vez que as alíquotas do PMN-08 e PMN-11 se apresentaram superiores aos valores de intervenção da CETESB.
A pluma de Benzeno inferida de fase dissolvida de set/14 é apresentada na Figura 23.
	
	Figura 23 – Pluma Benzeno inferida em setembro de 2014
	Fonte: Ecotest, 2014.
Mediante aos

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