Buscar

Exercício de fixação de teoria geral do processo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) O autor ajuíza ação de cobrança com base em contrato. O réu, em sua contestação, alega inexistência da relação jurídica invocada pelo autor. O que se pretende com a ação? O que deve ser objeto da análise do juiz?
R - O autor possuidor de direito subjetivo vem ao juiz com a pretenção de resolver o litígio e comprovar que o réu lhe deve com base em um contrato firmado por eles, o autor deve comprovar que possui de fato o direito aquele pagamento, que possui aquele direito objetivo, além da comprovação da existência de um contrato entre eles. Já o réu pretende comprovar que o autor não possui o direito de lhe cobrar qualquer dívida, que que inexiste qualquer relação jurídica entre as partes. È necessário, para que o Estado-juiz possa decidir o litígio, julgando o pedido, acolhendo-o ou rejeitando-o, que seja observada a presença de algumas condições, que são indispensáveis à própria existência da ação, o que chamamos de “condições da ação”. É necessário que o juiz ao receber a petição inicial, primeira peça do processo apresentada pelo autor, faça o exame da existência das condições exigidas para o exercício do direito de ação, que se não estiverem presentes, inviabilização a análise da pretensão apresentada ao Estado-juiz para a solução do conflito de interesses. O CPC de 2015, traz a exigência, das condições da ação, no artigo 17: Art. 17 - Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Legitimidade da parte: Condição exigida para ser autor (aquele que propõe a ação) ou réu (aquele contra quem se propões a ação) na ação, ou seja, para se buscar a solução de litígios em juízo, é necessário que se esteja buscando um direito próprio, ou que se esteja juridicamente autorizado a perseguir um direito alheio, em nome próprio. São dois tipos de legitimação: legitimação ordinária: nada mais é do que a coincidência da titularidade processual, com a alegada titularidade do direito e legitimação extraordinária: aquela admitida por lei, ou no ordenamento jurídico, em circunstâncias especiais, que autoriza terceira pessoa demandar em nome próprio, na defesa de direito alheio, o que podemos chamar de substituição processual. O interesse de agir que é a condição da ação referente à necessidade de valer-se do exercício da jurisdição para a realização da pretensão do autor. Também deve estar presente a utilidade: somente há interesse se o processo é útil para o fim almejado. Essa necessidade caracteriza-se pela impossibilidade de obtenção ou realização da pretensão do autor por outro meio licito, pela necessidade de maior segurança em relação a um determinado ato ou ainda por determinação legal no caso de ações declaratórias que por vezes tem como fato pretendido já realizado e o que se deseja é a segurança jurídica que uma decisão judicial daria a esse fato. Deve-se considerar, também, que a possibilidade jurídica do pedido sobrevive, no Código de 2015, por meio do interesse de agir, já que de um pedido ilícito não se extrairia utilidade ou se teria necessidade da jurisdição. Deve-se atentar para o art. 485, inc. VI, CPC 2015, que prevê a extinção do processo sem exame do mérito pelo juiz quando ausentes as condições de ação. Cabe ainda considerar que a análise das condições da ação se realiza de ofício pelo juiz a qualquer momento nos termos do art. 485, §3º, do CPC 2015, mas as partes devem ser intimadas para manifestação prévia (art. 10). Superados os impedimentos o juiz deverá apreciar a lide e definir se houve ou não a relação jurídica e se a cobrança possui fundamento.
2) Analise as duas situações:
Situação A: Em execução fiscal, o réu (contribuinte) alega em sua defesa inconstitucionalidade da Lei 123, que instituiu o tributo cobrado na execução fiscal.
R - Nesse caso ocorre o controle de constitucionalidade difuso, Qualquer juiz ou tribunal pode, diante de um determinado caso, deixar de aplicar a lei ao vislumbrar sua inconstitucionalidade. A decisão é inter partes, ou seja, não afeta terceiros, estranhos à lide julgada. O controle de constitucionalidade integra a motivação do decisum e não seu dispositivo. Quando o julgado opera controle difuso de constitucionalidade, a lei atacada não é expurgada do ordenamento. Permanece vigente, válida e eficaz, apenas não se aplica ao caso decidido, porquanto ante este foi considerada inconstitucional. 
Situação B: Em ADIN, o Supremo analisa a constitucionalidade da Lei 123. Qual a semelhança e a diferença entre as duas situações?
R - Em ADIN, o Supremo analisa a constitucionalidade com o chamado controle concentrado, Procura-se uma solução geral, com eficácia “erga omnes”. É constitutivo o julgamento que opera como anulação e ineficácia “ex nunc”, que vale para o futuro, mas respeita as relações passadas, em muitos casos modulando esses efeitos.
Diferenças e semelhanças entre o controle de constitucionalidade concentrado e difuso:
Distinções:
No sistema difuso, qualquer Tribunal do país têm a prerrogativa de não aplicar ao caso concreto as leis e atos normativos que considerem inconstitucionais. Por meio desse controle, não há anulação da lei ou do ato normativo com efeitos erga omnes, aplicando-se somente ao caso concreto em que a norma foi julgada inconstitucional (MORAES, 2002:587). Por sua vez, o sistema concentrado (austríaco ou europeu) prevê a atribuição de julgamento das questões constitucionais a uma Corte Constitucional ou órgão jurisdicional superior. Esse modelo concentrado “tem ampla variedade de organização, podendo a própria Corte Constitucional ser composta por membros vitalícios ou por membros detentores de mandatos” (MENDES, 2009:1057). A decisão proferida no modelo concentrado de constitucionalidade se destaca, ainda, por ter efeitos para todos (erga omnes).
Semelhanças:
A equiparação dos efeitos, entre o controlo difuso e o concentrado, contribuiu e consolida decisivamente a posição da Suprema Corte em resolver e pacificar “teses”, e não litígios exclusivamente particulares. Os princípios da segurança jurídica e da eficiência saem fortalecidos e respeitos com essa aproximação entre os modelos, assim como se dá inteira aplicabilidade à norma constitucional que prevê a competência do Supremo Tribunal Federal para exercer a “guarda da Constituição” (art. 102, caput, da CF/88). 
Referência para a resposta 2: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-aproximacao-entre-os-modelos-difuso-e-concentrado-no-controle-de-constitucionalidade-no-brasil/
3) Maria ajuíza ação reparatória contra o hospital X, onde sua filha recebeu tratamento, mas veio a falecer em decorrência de apendicite. Maria alega que o hospital X demorou a diagnosticar a doença e que o óbito decorreu dessa demora. O hospital X, em sua defesa, alega que atendeu rigorosamente o protocolo de tratamento. O juiz determina a realização de perícia. Qual o objeto de análise do juiz?
R - Nessa lide o juiz analisará se a causa da morte foi devido a ações do hospital ou não. As partes serão intimadas do local e da data de início da perícia, que serão fixados pelo juiz ou indicados pelo perito, incumbindo a este o dever de comunicar, com antecedência mínima de 05 (cinco) dias, todas as diligências e exames que tiver que realizar, garantindo aos assistentes técnicos total acesso e acompanhamento dos trabalhos periciais. Com total zelo e diligência (art. 157, CPC) o perito – ou órgão – cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido (art. 466, CPC), devendo concluir seus trabalhos dentro do prazo fixado pelo juiz, incluída sua eventual prorrogação (art. 476, CPC). Dispondo sobre a estruturação do laudo pericial, o artigo 473 do Código de Processo Civil exige que o perito judicial apresente:
a) a exposição do objeto da perícia – trata-se de uma explanação clara do perito sobre os elementos que integram o objeto da perícia, inclusive destacando as principais questões a serem esclarecidas pelo trabalho pericial.
b) a análise técnica ou científica realizada – o perito deve relatar detalhadamente e através de linguagem simplescomo desenvolveu o trabalho técnico ou científico, de modo a permitir que o juiz, as partes e o Ministério Público compreendam todos os fundamentos que o levaram a uma determinada conclusão.
c) a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou – além de relatar a “análise técnica ou científica realizada”, deve o perito indicar e esclarecer qual método utilizou para alcançar suas conclusões, comprovando que tal metodologia é a predominantemente aceita pelos especialistas dessa área do saber.
d) respostas conclusivas a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público – no laudo o perito tem o dever de apresentar “respostas conclusivas” a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo Ministério Público. Somente não deverá responder aos quesitos impertinentes indeferidos pelo magistrado. Também não terá o dever de apresentar, no laudo, respostas aos quesitos suplementares formulados pelas partes durante o trabalho pericial, podendo optar por respondê-los apenas na audiência de instrução e julgamento (art. 469, CPC)[xxvi].
Note-se que o artigo 473, IV, do Código de Processo Civil é expresso ao cobrar do perito “respostas conclusivas”, não se admitindo que quesitos sejam respondidos sem a devida fundamentação, como ocorre, por exemplo, quando o expert se limita a responder apenas “sim”, “não” ou “prejudicado”. Se após esses esclarecimentos ainda houver dúvida ou divergência, a parte poderá requerer ao juiz a intimação do perito ou assistente técnico para comparecimento à audiência de instrução e julgamento, na qual deverão responder os quesitos que forem apresentados juntamente com tal requerimento (art. 477, §3º, CPC). Essa intimação se realizará por e-mail, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência (art. 473, §4º, CPC).  Se comprovada a responsabilidade do hospital o juiz poderá dar o deferimento à ação reparatória.
Referência para a 3: https://jus.com.br/artigos/48217/a-prova-pericial-na-lei-n-13-105-2015/2
 
4) Caio ajuíza ação de rescisão contratual em face de Tïcio. Em sua defesa, Tício alega que o contrato previa a rescisão de pleno direito e que, com a notificação prévia, já se encontrava rescindido, faltando interesse de agir à Caio.
R- Nessa lide o objeto de análise do juiz será se houve ou não a rescisão do contrato, observando a pretensão do autor, com a ação, quanto a defesa do réu, onde o juiz apreciara se houve o não a falta do interesse de agir. O interesse de agir é a condição da ação referente a necessidade de valer-se do exercício da jurisdição para a realização da pretensão do autor. Logo, sempre que o autor só puder obter a concretização de sua pretensão pela via do judiciário, ele teria interesse de agir. Se não for comprovado o interesse de agir perde-se o objeto da ação, além de atentar-se às outras condições da ação demonstradas na questão 1.
5) Caio ajuíza ação de cobrança em face de Tício. Tício reconhece a dívida, mas alega que já transcorreu o prazo prescricional da ação de cobrança.
R - Nesta demanda o juiz apreciara se houve ou não a transcorrência do prazo prescricional da ação, analisando também se a ação preenche todos os requisitos das condições da ação citadas na questão 1, se comprovada prescrição a cobrança não será efetuada e o juiz rejeitará a lide, se houver comprovação que não houve a prescrição o juiz poderá efetuar a ordem para que Tício pague a dívida acolhendo a demanda.

Continue navegando