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CASO CONCRETO 8 - TRABALHO II

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CASO CONCRETO 8
RESPOSTA: De acordo com o artigo 482, F da CLT a empresa Z Ltda poderá dispensar Mario por justa causa, visto que o empregado praticou a conduta de embriaguez habitual ou em serviço.
QUESTÃO OBJETIVA
Letra C
JURISPRUDÊNCIA
Tribunal Superior do Trabalho TST - RECURSO DE REVISTA : RR 385-72.2013.5.03.0069
Ementa
DISPENSA POR JUSTA CAUSA. NULIDADE. EMBRIAGUEZ. IMEDIATICIDADE. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Nº 126 DO TST.
O Regional consignou que, "No caso dos autos, o teste do bafômetro foi realizado no dia 26.12.2012, e mesmo tendo sido acusado o uso de álcool, o Autor permaneceu laborando, cumprindo as suas funções normalmente", o que demonstra que a reclamada não se importou com o fato de autor estar sob efeito de álcool e o manteve em suas atividades normais, visto que, apenas em 28/12/2012, o retirou da escala de serviço, e, somente em 3/1/2013, comunicou por escrito sua dispensa por justa causa. Assim, verifica-se que o requisito da imediaticidade, essencial para a aplicação da dispensa por justa causa foi desrespeitado, pois a medida punitiva somente foi tomada 8 dias após a constatação da ingestão de bebida alcoólica pelo reclamante, não podendo se alegar que, por se tratar de período de festas de fim de ano, não poderia a reclamada ter dispensado o autor em prazo mais breve do que fez. Por outro lado, não há, nos autos, prova de que o reclamante, por estar sob efeito do álcool, tenha deixado de cumprir com os seu deveres profissionais ou tenha causado problemas à reclamada, praticando, assim, conduta tão grave que houvesse implicado a quebra da fidúcia nele depositada. Desta forma, verifica-se que, para se chegar a conclusão diversa, como sustenta a recorrente, seria necessária a revisão da valoração do quadro fático-probatório feita pela instância regional, o que é vedado nesta Corte de natureza extraordinária, ante o óbice da Súmula nº 126 do TST. Recurso de revista não conhecido. VERBAS RESCISÓRIAS DEVIDAS NA DISPENSA IMOTIVADA. INVOCAÇÃO GENÉRICA DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. A invocação genérica de violação do artigo 5º, incisos II e LIV, da Constituição Federal, em regra e como ocorre neste caso, não é suficiente para autorizar o conhecimento deste recurso com base na previsão da alínea c do artigo 896 da CLT, na medida em que, para sua constatação, seria necessário concluir, previamente, ter havido ofensa a preceito infraconstitucional. Recurso de revista não conhecido. MULTA DO ARTIGO 475-J DO CPC. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. Esta Corte, com ressalva de entendimento do Relator, tem decidido pela inaplicabilidade do artigo 475-J do CPC ao processo do trabalho, ante a ausência de omissão legislativa na CLT, porquanto os artigos 880 e 883 da CLT, que regulam o procedimento referente ao início da fase executória do julgado, não preveem a cominação de multa pelo não pagamento espontâneo das verbas decorrentes da condenação judicial. Recurso de revista conhecido e provido ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. A concessão do benefício da Justiça gratuita não está condicionada à percepção de renda inferior à 2 salários mínimos legais, bastando somente que o empregado declare ser pobre, não podendo arcar com nenhum custo para mover ação, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, como fez o reclamante por meio de declaração, razão pela qual não há falar em violação dos artigos 14 da Lei nº 5.584/70 e 1º da Lei nº 7.115/83. Recurso de revista não conhecido. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À SECRETARIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO. INVOCAÇÃO GENÉRICA DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. A invocação genérica de violação do artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal, em regra e como ocorre neste caso, não é suficiente para autorizar o conhecimento deste recurso com base na previsão da alínea c do artigo 896 da CLT, na medida em que, para sua constatação, seria necessário concluir, previamente, ter havido ofensa a preceito infraconstitucional. Recurso de revista não conhecido.
DOUTRINA
“A dispensa por justa causa decorre da prática de falta grave pelo empregado. A conduta por ele adotada torna impossível a manutenção do vínculo de emprego, impondo-se a rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do empregador. Trata-se de modalidade de extinção do contrato de trabalho na qual é suprimida a maior parte das verbas rescisórias a serem recebidas pelo empregado, restando o direito apenas ao recebimento das verbas caracterizadas como direito adquirido: ■saldo de salário; ■férias vencidas, acrescidas de 1/3, se houver. 
Isso porque a dispensa por justa causa caracteriza-se como uma pena disciplinar; aliás, a mais grave de todas as penas que o ordenamento jurídico autoriza que sejam aplicadas ao empregado pelo empregador em razão da prática de alguma falta. O legislador brasileiro adotou um sistema de indicação taxativa das justas causas. Assim, somente podem ser consideradas justas causas os atos que se encaixem em uma das hipóteses taxativamente indicadas pela lei.”
Romar, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho / Carla Teresa Martins Romar; coordenador Pedro Lenza. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (Coleção esquematizado®) (p. 580)

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