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Resenha sobre a música _Meu Guri_


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U:VERSE – CENTRO UNIVERSITÁRIO
ISMAEL DAVI FREITAS MAIA DA SILVEIRA
RESENHA SOBRE A MÚSICA “MEU GURI”
PROFA. ANA CAROLINY SILVA AFONSO CABRAL
RIO BRANCO – ACRE
ABRIL DE 2020
A conduta da criança e do adolescente, quando coberta de ilicitude, reflete obrigatoriamente no contexto social em que vive. O Ato infracional é “ação condenável, de desrespeito às leis, à ordem pública, aos direitos dos cidadãos ou ao patrimônio, cometido por crianças ou adolescentes”. Somente haverá o ato infracional se a conduta for correspondente a uma hipótese prevista em lei que determine sanções ao seu autor (AQUINO, 2012). O Estatuto da Criança e do Adolescente conceitua em seu art. 103 o ato infracional: “Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”. Desta forma, considera-se ato infracional todo fato típico, descrito como crime ou contravenção penal (AQUINO, 2012).
No caso do menor infrator que a música de Chico Buarque retrata, é imprescindível que os seus direitos e garantias sejam observados para que lhe seja dado o tratamento adequado que a lei estabelece. Conforme estabelece o Princípio da Responsabilidade Tripartida cumulado com o Princípio da Prioridade Absoluta (art. 4º, ECA; art. 127, CF), é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
De suma importância e também norteadora para aplicação do ECA, é o Princípio da Prevalência dos Interesses (art. 6º, ECA), que estabelece que o Estatuto da Criança e do Adolescente deverá ser interpretado, rigorosamente, de acordo com o seu objetivo principal, isto é, assegurar a proteção e a integração do menor na comunidade. A norma não poderá ser interpretada, tampouco aplicada, de maneira prejudicial às crianças e aos adolescentes.
No decorrer das apurações, bem como do processo judicial, deve ser observado o Princípio da Sigilosidade (art. 143, ECA), que garante a privacidade dos registros referentes aos jovens infratores, isto é, só terá acesso a tais arquivos\documentos pessoas devidamente autorizadas. Tal medida tem como objetivo evitar que o menor infrator sofra algum tipo de preconceito e seja segregado da sociedade.
As medidas socioeducativas têm objetivo de ressocializar e reinserir o infrator no seio da sociedade e não deve ser confundida como sanção. De acordo com o Princípio da Excepcionalidade (art. 121, ECA), a medida de internação só será aplicada subsidiariamente, isto é, quando não houver cabimento para nenhuma outra medida socioeducativa. E, caso seja privado de sua liberdade, o Princípio da Brevidade (art. 121, ECA) impõe que o período de internação ao qual o jovem será submetido seja o mais breve possível, observando o prazo máximo de três anos.
Por fim, vale destacar que a maioria dos atos infracionais ocorrem por causa do meio em que se encontram os menores infratores, não oferecendo ao adolescente infrator condições de aprender, de refletir sobre o ato infracional cometido.
Para que haja uma mudança, é necessário que haja mais investimento na política social, dando aos adolescentes infratores mais oportunidades pra formarem um futuro melhor. É necessário ainda que as medidas socioeducativas sejam aplicadas de correta, usando seu caráter pedagógico, pois só assim, a criminalidade infantil será solucionada e a reinserção destes infratores será completa.