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FIBRO EDEMA GELÓIDE (FED) CELULITE Professora: Zizi Ponte CELULITE? • Celulite é uma palavra de origem latina, cellulite, quer dizer inflamação do tecido celular. • O correto é adequar o nome as alterações histomorfológicas encontrada: lipodistrofia Ginóide; fibro edema gelóide; hidrolipodistrofia ginóide; paniculopatia edemato-fibroesclerótica e lipoesclerose nodular. • O termo FIBRO EDEMA GELÓIDE (FED) tem-se demonstrado como o conceito mais adequado para descrever o quadro historicamente conhecido e erroneamente denominado celulite. • Na FED os tecidos adiposos cutâneo e adiposo são afetados em diversos graus, ocorrendo uma série de disfunções na derme (pele), na microcirculação e nos adipócitos. Essas alterações são morfológicas, histoquímicas, bioquímicas e estruturais. FISIOPATOLOGIA • Na puberdade, o estrogênio (hormônio feminino) passa a ser produzido em maior quantidade, fazendo com que aumente a retenção de líquido provocando uma concentração de gordura nas regiões como: pernas, abdômen, quadris, culotes, nádegas e coxas. Normalmente, as células de gordura recebem oxigênio e nutrientes, e liberam água e toxinas. Quando não se consegue mais estabelecer esse mecanismo, essas células incham e comprimem os vasos sanguíneos, causando alteração de tecidos elásticos como elastina e colágeno. Obesidade e FEG • No obeso, as células adiposas estão aumentadas de tamanho. Encontra-se espessamento e proliferação das fibras de colágeno interadipositária, a circulação é reduzida, e os fibroblastos são encarcerados. As fibras elásticas tornam-se frágeis e rompem-se. as fibras esclerosadas comprimem os vasos sanguíneos e os nervos. Histopatologia • 1. O estrógeno favorece a retenção de líquido no espaço entre os adipócitos e dá o comando para que essas células produzam e armazenem mais gordura. 2. As células de gordura incham e comprimem os vasos sanguíneos, dificultando a entrada de oxigênio e nutrientes nas células e a liberação de toxinas. 3. Isso provoca uma reação inflamatória no organismo. O corpo recruta fibras de colágeno, que se endurecem, formando travas que encarceram a gordura. Esse processo deixa uma cicatriz: o furinho aparente. • Guirro e Guirro (2004), dividem a fisiopatologia em 4 fases: • Primeira fase: hipertrofia dos adipócitos + diminuição da drenagem intercelular + dilatação e distensão dos vasos + tensão no tecido conjuntivo + compressão dos vasos sanguíneos e linfático. • Segunda fase: acúmulo de resíduo celular + reações químicas + consistência gelatinosa. • Terceira fase: tecido fibrose + compressão de artérias, veias, nervos e linfa, dificultando as trocas vitais. FASE IRREVERSÍVEL. • Quarta fase: tecido fibroso esclerosado + irritação contínua nas terminações nervosas, resultando em dores á palpação. Estágios • Estágio I: há uma alteração das células do tecido adiposo, porém a região afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos tecidos de sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não há sinais visíveis na pele nem dor neste estágio da celulite. • Estágio II: neste estágio a celulite caracteriza-se por uma alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa, líquido que banha as células, ficam represados e, conseqüentemente, ocorre um edema intercelular. Também há, um endurecimento do tecido de sustentação e as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda não existe dor. • Estágio III: a celulite neste estágio apresenta o aspecto casca de laranja e fica dolorida. A fibrose se instala e a circulação acaba comprometida. Podem aparecer vasinhos e microvarizes e uma sensação de peso e cansaço nas pernas. • Estágio IV: é a fase considerada mais grave, com as fibras mais duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele apresenta depressões e tem aspecto acolchoado. As pernas ficam pesadas, inchadas e doloridas e a sensação de cansaço é frequente, mesmo sem esforço. Neste caso, os tratamentos são demorados e com melhora parcial. O problema exige rigorosa avaliação médica e até intervenção cirúrgica com sub incision e lipoescultura, principalmente se houver gordura localizada e depressões no tecido adiposo. Etiopatogenia • Fatores Predisponentes - genéticos - idade - sexo - desequilíbrio hormonal • Fatores determinantes - estresse, fumo, sedentarismo - desequilíbrios glandulares - pertubações metabólicas (diabetes) - maus hábitos alimentares - disfunção hepática • Fatores condicionantes - aumentar a pressão capilar - dificultar a reabsorção linfática Esses fatores promovem alteração no tecido conjuntivo, fazendo com que ele se torne mais hidrófilo. Diagnóstico • É feito por meio de uma anamnese completa+ avaliação física+ inspeção e palpação. É importante pesquisar a dieta alimentar do paciente, a prática de exercício físico e tratamentos realizados. Inspeção • Podemos observar a presença de “furinhos”, produzindo um aspecto de casca de laranja. • A inspeção deve ser feita com o paciente em posição ortostática, porque o decúbito pode mascarar o grau do comprometimento dos tecidos. • A palpação deve ser feita em forma de pinçamento, palpação profunda, pressão deslizande em forma de rolamento. • Teste da casca de laranja • Teste de pressão Termografia • Esse método utiliza placas flexíveis, compostas de cristais termossensíveis, cuja função é avaliar e classificar o FEG de acordo com a temperatura cutânea superficial, diretamente relacionada com alterações circulatórias ocasionadas pelo distúrbio. Classificação • Segundo Guirro e Guirro (2004) a FEG se divide em três fases, segundo a gravidade de cada um. FEG brando (grau I)- só é vista por meio da compressão do tecido entre os dedos ou da contração muscular voluntária. FEG moderado (grau II)- as depressões são vistas mesmo sem comprimir os tecidos, alterações da sensibilidades. • FEG grave (grau III)- o acometimento tecidual pode ser observado quando o indivíduo estiver em qualquer posição. Assemelha-se a um “saco de nozes”. BORGES (2010) cita também o grau 4 que possui as mesmas características do grau 3 com nódulos mais palpáveis, visíveis e dolorosos, aderência nos níveis mais profundos e aparecimento de um ondulado óbvio na superfície da pele. Formas clínicas • Dura: ocorre em pacientes jovens com atividade física regular e tecidos com bastante tonicidade. • Flácida: acomete pessoas sedentárias; comum em mulheres que perdem peso rapidamente. Ocorre um colapso do sistema de sustentação conjuntivo por ruptura do ácido hialurônico e flacidez muscular. • Edematoso: jovens que usam anticoncepcionais. • Mista: a FEG é dura nas coxas associada à flacidez abdominal, ou dura nas coxas lateralmente e flácida medialmente. Tratamento cirúrgico 1. Lipoaspiração superficial: com rompimento de fibrose e retirada de gordura. 2. Técnica de subcisão (subcision): utilizada nas depressões do relevo cutâneo, intervindo na junção dermo-hipodérmica, deslocando as fibroses. Movimentos em “leque”. Consequências: fibrose nodular, depressões teciduais, discromias, cicatrizes hipertróficas ou quelóides infeccões e abscesso. Tratamento nutricional • Envolve uma dieta alimentar hipocalórica, com educação alimentar, orientada pelo profissional competente (nutricionista) Terapia medicamentosa 1. Mesoterapia ou intradermoterapia- é uma técnica terapêutica que visa utilizar a derme como receptora e difusora de pequenas quantidades de medicamentos. Consiste em efetuar múltiplas injeções intradérmicas de uma mistura de diferentes substâncias farmacológicas. Essa mistura é composta de enzimas vasodilatadoras que auxiliam no metabolismodo tecido conjuntivo. 2. Ativos farmacológicos- atuam no tecido conjuntivo e na microcirculação, podendo ser utilizados por via tópica, sistêmica ou transdérmica. Princípios ativos: castanha-da-índia, ginkgo biloba, cafeína e centella asiática. 3. Enzimas de Difusão- a hialuronidase é uma das enzimas presentes no interstício, sendo encarregada de manter o equilíbrio hídrico. As técnicas de administração são: • Corrente contínua (ionização) • Ultrassom (fonoforese) Terapia física • Fortalecimento e alongamento muscular- o sedentarismo contribui para o agravamento da FEG através dos seguintes mecanismos: 1. Diminuição da massa muscular, com aumento da gordura 2. Aumento da flacidez músculo-tendínea 3. Diminuição do retorno venoso e linfático • Exercícios localizados (musculação) • Alongamentos associado a respiração (relaxamento físico e mental) FISIOTERAPIA • Drenagem linfática: indicada, seja qual for a intensidade do problema. Trata-se de uma massagem suave, que facilita o escoamento da linfa, melhorando a circulação sanguínea e eliminando as toxinas. Pode ser feita com as mãos ou com a ajuda de aparelhos, mas sempre por um profissional treinado e que conheça a anatomia linfática. • Endermologia: é um tipo de massagem mecânica realizada através de um aparelho que produz um vácuo suave, que puxa e solta a pele, acompanhado de movimentos que seguem a circulação linfática. Estimula a dissolução dos nódulos e a eliminação da gordura, melhorando muito o processo de celulite. FISIOTERAPIA • Eletrolipoforese: agulhas finas, semelhantes às usadas na acupuntura, ligadas a um aparelho especial que funciona com eletricidade são introduzidas na pele. Elas transmitem impulsos elétricos que melhoram a microcirculação. FISIOTERAPIA • Ultra-som: aparelho que emite ondas de baixa freqüência numa profundidade de 3 a 4 cm, agitando as moléculas de água da região, que se colidem com as células adiposas, promovendo a eliminação de gordura e toxinas. Esta técnica não é eficiente para casos críticos de celulite e nem apresenta bons resultados se usada isoladamente. Radiofrequência Exercício de Fixação • OS PACIENTES COM CELULITE TEM SEMPRE EXCESSO DE PESO? • PORQUE ATÉ ATLETAS PODEM TER CELULITE? • PORQUE HOMENS NÃO TEM CELULITE? • QUAL A FISIOPATOLOGIA DA CELULITE? • EXISTE ALGUM EXAME QUE DETECTA A CELULITE? • QUAIS OS MÉTODOS PARA TRATAR CELULITE? • UM ÚNICO TRATAMENTO É CAPAZ DE CORRIGIR A CELULITE? • QUAL É O PRINCIPAL FATOR PARA APARECER À CELULITE? • QUANDO SE DEVE COMEÇAR A PREVENIR E A TRATAR A CELULITE? • QUAIS SÃO OS MELHORES E PIORES ALIMENTOS PARA OS PACIENTES COM CELULITE? • O USO DE CAFÉ E REFRIGERANTES COM CAFEÍNA PROVOCAM CELULITE? • POR QUE QUANDO EMAGRECEMOS AINDA CONTINUAMOS COM A CELULITE? • O QUE ACONTECE COM O ORGANISMO QUANDO FAZEMOS DRENAGEM LINFÁTICA? • A GRAVIDEZ PIORA A CELULITE? • COMO EVITAR PIORAR O CORPO DURANTE A GRAVIDEZ? • DEVE-SE FAZER ALGUM TRATAMENTO PARA O CORPO DURANTE A GESTAÇÃO? • PÍLULA ANTICONCEPCIONAL PROVOCA CELULITE? • PESSOAS QUE TEM T.P.M. (TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL) TEM MAIOR TENDÊNCIA À CELULITE? • A REPOSIÇÃO HORMONAL DA MENOPAUSA PIORA A CELULITE? • O QUE AS VARIZES TEM A VER COM CELULITE? • CELULITE CAUSA DOR? • QUEM TRABALHA MUITO SENTADO OU DE PÉ TEM MAIS CELULITE? • POR QUE É VISÍVEL AQUELES "FURINHOS" NA REGIÃO COM CELULITE? • AS CRIANÇAS TÊM CELULITE?
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