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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA O Futuro da Indústria Têxtil no Brasil com o Avanço da Quarta Revolução Industrial São Paulo 2017 O Futuro da Indústria Têxtil no Brasil com o Avanço da Quarta Revolução Industrial Monografia apresentada à UNIP – Universidade Paulista, como requisito de obtenção do título no curso de pós- graduação em Tecnologia da Informação – Processos. São Paulo – SP 2017 O Futuro da Indústria Têxtil no Brasil com o Avanço da Quarta Revolução Industrial Aprovado em: _______________________/__/___ Banca Examinadora: Professor Professora Monografia como requisito para Conclusão de Curso para obtenção do título de Pós-Graduação em Tecnologia da Informação – Processos, apresentado à Universidade Paulista – UNIP São Paulo – SP 2017 RESUMO Por anos a indústria têxtil se manteve totalmente isenta a tecnologia e inovação. Por muitos ela é conhecida pelas as fábricas tradicionais, entretanto a Quarta Revolução Industrial chegou trazendo os avanços tecnológicos que irá estremecer a forma de como a indústria têxtil opera. O objetivo desse projeto é expor como a utilização do conceito da indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial pode trazer benefícios, competitividade, contribuição ao meio ambiente, crescimento ao negócio, etc. Foi realizado uma pesquisa bibliográfica através do Klaus Schwab autor do Livro “ A Quarta Revolução Industrial” e também do Flávio da Silveira Bruno, autor do livro “ Revolução Industrial do Setor Têxtil e de Confecção” a fim de conhecer e estudar essa tecnologia e entender os impactos, desafios, benefícios, que a mesma pode trazer no futuro próximo, as indústrias têxteis brasileiras. O trabalho propõe uma oportunidade inovadora e progresso tecnológico no âmbito têxtil como por exemplo, o uso de tecnologias para finalidade de melhorias nos departamentos da empresa, competitividade de mercado, eficiência, qualidade, redução de custos, de matéria prima etc., dado que essa tecnologia se dá ao uso de máquinas, sensores, sistemas de tecnologia da informação conectados a um sistema de internet com intuito de interagir uns aos outros, garantindo assim a total automatização das fábricas têxteis. Todavia, essas supermáquinas não podem executar as funções sozinhas, necessitam de colaboradores multifuncionais e altamente treinados, para gerar as análises e garantir a produtividade do negócio. Palavras-chave: Quarta Revolução Industrial, Indústria 4.0, Indústria Têxtil, Sensores, máquinas, tecnologia da Informação. ABSTRACT For years the textile industry has remained totally exempt from technology and innovation. By many it is known by the traditional factories, however, the Fourth Industrial Revolution arrived bringing the technological advances that will shake the way of the textile Industry works. The purpose of this project is to expose how the use of the concept of Industry 4.0 or Fourth Industrial Revolution will bring benefits, growth to the business. A bibliographical research was carried out through Klaus Schwab author of the book "The Fourth Industrial Revolution" and also by Flávio da Silveira Bruno, author of the book "Industrial Revolution of the Textile and Apparel Sector" in order to know and study this technology and to understand the Impacts, challenges, benefits, that the same can bring in the near future the Brazilian textile industries. The work proposes an innovative opportunity and technological progress in the textile field, for example, the use of these technologies for the purpose of improvements in the departments of the company, market competitiveness, efficiency, quality, reduction of costs and of raw material, since this technology Gives the use of machines, sensors, information technology systems connected to an internet system in order to interact with each other, thus ensuring the complete automation of textile factories. However, these supermachines, can not perform the functions alone, they need multifunctional and highly trained collaborators, to generate the analyses and guarantee the productivity of the business. Keywords: Technology, Fourth Industrial Revolution, Industry 4.0, Textile Industry, Sensors, Machines, Information Technology. Sumário Introdução ..........................................................................................................8 1. Delimitação do Tema .................................................................................11 1.1 Justificativa ................................................................................................11 1.2 Problema....................................................................................................11 1.3 Objetivo ......................................................................................................12 1.4 Objetivo especifico .....................................................................................12 2. Desenvolvimento da Pesquisa .....................................................................13 2.1 A História da Indústria têxtil no Brasil .........................................................13 2.2. As Revoluções Industriais e suas profundas mudanças ............................14 2.3. A Quarta Revolução Industrial e suas tecnologias ....................................16 2.3.1 Novas tecnologias para a Indústria ......................................................18 2.3.2 Tecidos inteligentes na indústria mundial ............................................20 2.4. Os impactos que a Quarta Revolução Industrial irá gerar na Industria Têxtil Brasileira. .........................................................................................................21 2.5. O Desafio das Indústrias têxteis com a Era da Indústria 4.0 .....................23 2.6 Benefícios da Indústria 4.0 para a Indústria Têxtil. .....................................25 2.7 O Futuro da Indústria Têxtil no Brasil com a Quarta Revolução Industrial. .26 3. Considerações Finais ...................................................................................28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................30 8 Introdução Esse estudo tende a identificar como as indústrias têxteis estão buscando se adaptar aos avanços tecnológicos que estão surgindo a todo momento e que permitirão inovações na produtividade industrial. Entendemos que a tecnologia deixou de ser deixou de ser um diferencial, para algo quase que trivial no nosso cotidiano, é o caso da Indústria 4.0, ou a Quarta Revolução Industrial que nada mais é, que um conceito recente de “fábricas inteligentes” onde é possível que todo os processos de produção se interagem de forma otimizada e automatizada, proporcionando valores extremamente revolucionários ao negócio da empresa. A quarta revolução industrial acontece após os três processos transformadores, que foi a primeira revolução industrial que ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1840, onde foi movida pela invenção da máquina a vapor e a construção de ferrovias, dando início a produção mecânica. A segunda revolução industrial aconteceu por volta de 1850 e trouxe a eletricidade e a linha de montagem que possibilitou a produção em massa, e a terceira revolução industrial deu início na década de 1960, onde costuma ser chamada de revolução digital devido a tecnologia da informação e das telecomunicações. Estamos no centro da quarta revolução industrial, que traz todo o avanço tecnológico ondemáquinas, sensores, sistemas de tecnologia da Informação (TI) serão conectados a fim de interagir uns aos outros usando conexões via internet e com capacidade de analisar dados para prever falhas, agilizar processos, reduzir custos, aumentar e otimizar a produtividade, produzir com qualidade e eficiência, ou seja, a indústria 4.0 é a automatização total das fábricas através de sistemas ciberfísicos (combinação de máquinas com processos digitais) para controle de um sistema. Esse conceito vai muito além da integração de processos e distribuição de produção, envolve outras áreas como desenvolvimento de produtos, gerenciamento de projetos, comercial, custos, ou seja, gera e agrega valor ao negócio como um todo, compreende-se que poucas empresas estão ou 9 estarão preparadas para encarar essas mudanças tecnológicas, porém em contrapartida existe as organizações que integrarão a essa difusão de acordo com suas capacitações e estratégias. Segundo Klaus Schwab, “A quarta revolução industrial é diferente de tudo o que a humanidade já experimentou. Novas tecnologias estão fundindo os mundos físico, digital e biológico de forma a criar grandes promessas e possíveis perigos”. Visto que que esses avanços tecnológicos que também podem ser conhecidos como sistemas ciberfisicos ou seja, sistema computacional que é capaz de controlar uma atividade, ou situação, permitirão aumentos de capacidade, flexibilidade, versatilidade, resiliência, segurança etc. O uso desses recursos ultrapassará os sistemas de produção atuais das indústrias. Além dessa extensão e aceleração, a quarta revolução industrial é única devido à combinação de integração de tecnologias distintas, como por exemplo, as tecnologias digitais com o biológico. Segundo Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, professores de Massachusetts Institute of Tecnology (MIT) afirmam que os computadores estão tão hábeis que é praticamente impossível prever suas novas utilidades em alguns poucos anos no futuro. Um exemplo disso é a Inteligência artificial (IA) que está ao nosso redor sendo em carros que pilotam sozinhos, drones, software de tradução, assistentes virtuais, cada vez mais essas tecnologias farão parte da vida de todos e antecipando nossas necessidades e nos ajudando. Segundo Schwab, “A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras”. No Brasil, a indústria têxtil nasceu no período colonial, e segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), o Brasil é o 5º maior produtor mundial de manufaturas têxtil e o 4º maior produtor mundial de artigos de vestuários, atualmente, a Ásia é responsável por 73% dos volumes totais produzidos no mundo, com destaque para China. A indústria de confecção de vestuário brasileira tem sido afetada por problemas estruturais e pelas circunstâncias da economia brasileira, onde se destaca os elevados custos de energia, custos de carga de tributos, burocracia 10 complicada que as organizações enfrentam entre muitos outros, estes fatores acabam prejudicando a competitividade do setor e dificultam a capacidade de enfrentar a concorrência de importações, um exemplo, a Ásia, que se beneficia de mão de obra extremamente barata. As indústrias tradicionais têxteis utilizam de poucas tecnologias e muita mão de obra, os processos produtivos não são automatizados, utilizam de máquinas pesadas, necessitam de muita matéria prima, muita energia, e com isso o, custos de produção acabam se tornando altos e muitas vezes não eficientes e com menos qualidade, mas ainda assim, será que a Indústria têxtil está preparada ou se preparando para a quarta revolução industrial? Segundo o Comitê Superior da Indústria Têxtil e Confecção Brasileira (CSITCB) “Tanto a indústria têxtil quanto a de confecção trabalharão sob a filosofia e os princípios da Indústria 4.0. A produção assumirá ares de um grande organismo semiautônomo para atender e projetar, quase instantaneamente, as necessidades e desejos dos consumidores, cidadãos em formação”. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (oecd, 2011) “A indústria têxtil é conhecida como uma indústria de baixa intensidade tecnológica”. Mesmo enfrentando tantos problemas, o setor têxtil tem buscado ações para criação de cadeias produtivas e de valor, sendo algumas dessas ações, parcerias com instituições internacionais, programa de inovação e sustentabilidade, essas ações têm como objetivo a transição do sistema atual têxtil para a indústria 4.0, com inovação e tecnologia, o quadro das indústrias têxteis podem mudar, sendo que novos perfis empresariais estão surgindo no mercado para favorecer a criação de novas conexões de sistema de produção, onde será muito mais atraente para profissionais com qualificação. As famosas minis fábricas automatizadas, serão interligadas a sistemas de virtualização da criação e da produção, promovendo profunda reestruturação industrial. A diversidade ampliará a demanda por produtos têxteis o que irá nos tornar competitivo e trará resultados como todo para a organização, os efeitos da disseminação de fábricas de confecção com princípios da indústria 4.0 11 impulsionará a elevação qualitativa da indústria têxtil e seu desenvolvimento científico e tecnológico. 1. Delimitação do Tema O futuro das indústrias têxteis no Brasil diante ao avanço da quarta revolução Industrial. 1.1 Justificativa Trazer para o centro das discussões o conceito da Quarta Revolução Industrial no sentido de mostrar como ela não irá apenas criar uma nova era de produção de alta tecnologia, mas também como irá impactar diretamente a indústria têxtil no futuro. A produção em massa personalizada será rentável, devido uso de máquinas avançadas e com uso de inteligência artificial que executará tarefas e produtos relevantes para seus consumidores. Discutir as consequências que essa revolução está trazendo, seja com um novo modelo de negócios ou pela reformulação da produção de consumo ou até mesmo na forma em como trabalhamos e nos comunicamos ao usarmos essas novas tecnologias, ou seja, como a tecnologia e sociedade estão cada vez mais próximos. Adaptar a Indústria 4.0 para garantir que ela seja desenvolvedora e centrada no ser humano. Se por um lado existe a incerteza ao redor das adoções dessas tecnologias em contrapartida a complexidade entre os setores implicam que governo, organizações, universidades, etc, precisam estar unidos para melhor entender as aplicações dessa tendência. 1.2 Problema Analisar se a organização está buscando conhecimento a respeito dessa tecnologia que é inovadora e imensa e que pode impactar de muitas formas o 12 negócio. 1.3 Objetivo O objetivo desse projeto é apresentar o que é a Quarta Revolução Industrial, as principais características dessa nova revolução tecnológica, como também o futuro que a mesma representará para a indústria têxtil no Brasil. 1.4 Objetivo especifico Os objetivos específicos deste projeto são: A história da Indústria têxtil no Brasil; As Revoluções Industrias e suas mudanças; A Quarta Revolução Industrial e suas tecnologias; Novas tecnologias para a Industria mundial; Os impactos que a Quarta Revolução Industrial na Industria têxtil do Brasil; O desafio e benefícios da Industria 4.0 para as indústrias têxtil do Brasil; O futuro da Industria têxtil no Brasil com o avanço da Indústria 4.0. 13 2. Desenvolvimento da Pesquisa 2.1 A História da Indústria têxtil no Brasil O processo de industrialização no Brasil teve início com a indústria têxtil, e foi com a chegada e a ocupação do País pelos portugueses, porém os índios já habitavam por aqui e eles produziamseus trajes artesanalmente com a utilização de fibras vegetais que tinha várias finalidades não apenas para proteção corporal. A ocupação em 1500 é identificada por quatro etapas importantes para definição da evolução industrial têxtil no Brasil, sendo elas, a fase colonial, a de implantação, consolidação e a fase atual. No período colonial de 1500 a 1844, houve restrição no crescimento da indústria têxtil, pois as diretrizes da política econômica eram ditadas pela metrópole onde seus interesses eram pelos produtos como o açúcar e metais preciosos. Em 1785 foram fechadas todas as fábricas de tecidos de algodão, lã exceto os que fabricavam tecidos pesados que eram designados a escravos, enfardamento ou até mesmo embalagens. O propósito da extinção das fiações e tecelagens era evitar o aumento de trabalhadores agrícolas ou que fossem alocados em indústria manufatureiras. Na fase de implantação que ocorreu apenas em 1844, houve um aumento da taxa que variavam de 20% a 60% para artigos importados que acarretou um estímulo mesmo que indiretamente para as indústrias do ramo têxtil. Entretanto o processo da industrialização foi bem lento, sendo que essa fase de implantação foi durante o período de 1844 a 1913. Em 1864, o Brasil possuía mão-de-obra abundante e crescimento no mercado, e a guerra civil e a abolição dos escravos também favoreceram para evolução industrial têxtil. No final do século XIX deu se início de fato ao processo de industrialização brasileira, sendo que às vésperas da 1ª Guerra Mundial, o País contava com 200 fábricas que empregavam 78 mil pessoas. Durante a fase de consolidação que teve seu início na 1ª Guerra Mundial, o 14 Brasil já consistia de um importante parque têxtil, onde a guerra pode ter sido considerada um fator decisivo no fortalecimento da indústria têxtil já que capacidade de importar aumentou e trouxe crescimento a produção interna. As indústrias têxteis foram aplicadas e operando com 2 turnos para satisfazer o mercado interno e exportando para grandes mercados como Europa e EUA. Com o fim da 2ª guerra mundial a indústria têxtil entrou em declínio, devido a retomada das importações de tecidos e dificuldade de competição com os outros mercados, ao decorrer dos anos seguintes nada se se exportava e com isso os investimentos se estagnaram e os equipamentos foram se tornando ultrapassados. Os incentivos fiscais que foram disponibilizados em meados de 1970 possibilitaram que as indústrias têxteis do País tivessem a oportunidade de inovar seus maquinários também como ampliação das fábricas têxteis e de confecção, e com essas melhorias as mesmas passaram a exportar mais. A partir dos anos 90 podemos dizer que é a fase atual, o aumento das indústrias têxteis no Nordeste, principalmente no Ceará e Pernambuco, teve grandes incentivos fiscais para modernização tecnológica, porém em meados de 1993 as demandas externas regrediram e devido as grandes mudanças na economia e política do País ocasionaram o fechamento de muitas organizações e ao mesmo tempo a obrigação destas investir em modernização e inovação com a finalidade de se tornar mais competitiva, reduzir custos, alternativas para sustentabilidade, se tornava cada vez mais necessário. 2.2. As Revoluções Industriais e suas profundas mudanças As revoluções têm ocorrido quando novas tecnologias e necessidades surgem podendo ser caracterizada como um conjunto de mudanças tecnológicas com grande impacto produtivo, econômico e social. A primeira revolução ocorreu entre 1760 e 1840 motivada pela construção das ferrovias e a invenção das máquinas a vapor. Sendo o têxtil de algodão o ramo característico desta primeira revolução, devido a tecnologia da máquina de fiar 15 e o tear mecânico movidos a vapor. A segunda revolução industrial teve início por volta de 1870, mas foi no século XX que se desenvolveu nos ramos metalúrgicos e químico, a eletricidade e a linha de montagem possibilitaram a produção em massa, ou seja, a tecnologia desse período além dos citados acima teve a eletromecânica, petróleo o motor a explosão além da petroquímica A terceira revolução começou na década de 60 tendo como característica a alta tecnologia, onde as atividades se tornaram mais digital e exigem qualificação de mão de obra, o computador é a máquina da terceira revolução industrial, por ser flexível e composto de hardware e software. Diferente de uma máquina comum o computador é reprogramável o que o torna mais sofisticados e integrados, transformando assim a sociedade e a economia. A transformação virá da engenharia genética e das neurotecnologias que parecem ser tão distantes da nossa realidade, entretanto nos leva a refletir em como essas mudanças impactarão em nossas vidas, no futuro do trabalho, na economia, no governo, como também no que é considerado ético. A quarta revolução industrial não trata apenas de sistemas e máquinas inteligentes conectadas, o que a torna diferente das revoluções anteriores é a fusão de tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos, essa revolução mudará o mundo como um todo. Segundo Klaus Schwab (A Quarta Revolução Industrial) “estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado”. Essa mudança traz a tendência da automatização total das fábricas, através de sistemas ciberfisicos que são possíveis graças a internet das coisas e computação em nuvem, onde esses sistemas combinados com processos digitais são capazes de tomar decisões descentralizadas e de colaborar e controlar as ações por si mesma. Os acadêmicos do Fórum Mundial de Davos tratam da Revolução 4.0 com 16 conhecimentos de nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D. Em contrapartida comenta se que a indústria 4.0 pode acabar com milhões de trabalhos nos países mais industrializados, por outro lado sempre terá novas necessidades que exigirão novas capacidades e talentos que serão abordados e resolvido por nós. 2.3. A Quarta Revolução Industrial e suas tecnologias Atualmente temos enfrentado grandes mudanças radicais que acaba implicando em uma transformação para toda a humanidade. A quarta revolução industrial ou a Indústria 4.0 é um exemplo dessa inovação tecnológica que está mudando nosso planeta. Contudo ainda precisamos entender melhor como as tecnologias chegam e acabam possibilitando que façamos tantas coisas, como por exemplo, pessoas conectadas por dispositivos móveis, tecnologias como Inteligência artificial, robótica, internet das coisas, veículos autônomos, impressão em 3D, nanotecnologia, etc., e como essas tecnologias podem se interagir para nos trazer uma solução. De fato, a palavra revolução nos remete a mudança, inovação e antes de falarmos sobre a quarta revolução vamos contar um pouco como tudo começou. A 1ª revolução industrial que ocorreu em meados de 1760, onde se deu início a produção mecânica, seguida da 2ª revolução industrial que se originou me meados de 1850 que originou a produção em massa, a 3ª revolução começou na década de 60, e costumava ser chamada de revolução da computação. No entanto a 4ª revolução industrial não diz respeito apenas como máquinas e sistemas são conectados, vai muito mais além disso, as novas descobertas vão desde a sequência genética até a nanotecnologia, ou das energias renováveis a computação quântica o que torna a quarta revolução industrial algo surpreendente, pois as tecnologias se difundem para a busca de um resultado 17 ou uma solução, ou seja,é o conhecimento humano aliado as tecnologias. Segundo Klaus Schwab, “A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital”. Segundo o Fórum Econômico Mundial, "Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países”. O termo Indústria 4.0 foi primeiramente utilizado durante a Hannover Fair, em 2011, onde foi proposta uma nova tendência industrial com o desenvolvimento de “smart factories” (fábricas inteligentes), e desde então esse conceito vem sendo discutido por todo o mundo. “Em uma fábrica inteligente, trabalhadores, máquinas, produtos e matérias- primas se comunicam de forma tão natural quanto pessoas numa rede social”, diz Henning Kagermann, diretor da Academia Alemã de Ciência e Engenharia, uma das entidades que lideram o projeto Indústria 4.0. Se tornará um negócio estratégico na integração das fábricas com a junção de Internet das coisas (IDC) sensores e Big Data, pois permitirão otimizar todo o trabalho e atrair investimento a manufatura. Exemplos tais como economia de energia, consumo de água, questões relacionadas ao meio ambiente e fazer com que a qualificação dos colaboradores se torna imprescindível para que seja dedicada as análises baseando em dados. Não será apenas uma questão de manufatura avançada e sim modo de fabricação, fortalecimento e busca de inovação e sustentabilidade principalmente para as indústrias têxteis do País, é unir o tradicional com o inovador e a tecnologia com a comunicação. No Brasil serão poucas as organizações que realmente estarão preparadas para enfrentar as mudanças de uma vez. Em compensação, existem empresas que deverão participar do processo de difusão dessas novas tecnologias de acordo com suas capacitações e suas estratégias de negócio. No Brasil, o foco de uma iniciativa visando ao desenvolvimento da quarta 18 revolução industrial, deve ser o de empresas que entrarão nesse novo conceito e estimular as demais a apressarem sua inserção na indústria 4.0, pois com a velocidade da tecnologia nos dias atuais, algumas organizações correm o risco de não conseguir sobreviver nesse novo cenário, um exemplo disso são as máquinas e equipamentos, que tem em média 17 anos, o que torna as indústrias têxteis brasileiras presas a tecnologias ultrapassadas. Impulsionado pelas tecnologias, as indústrias terão que se adaptar aos novos conceitos, para se tornar atraentes e competitivas pois do contrário não sobreviverão no mercado. 2.3.1 Novas tecnologias para a Indústria. Além de proporcionar proteção ou abrigo, o vestuário espelha o estilo das pessoas e ao longo do tempo foi surgindo inovações e mudanças na indústria do vestuário, seja um tecido que permite que a pele respire ou que contém proteção UV ou que seja antibacteriano etc. as funcionalidades são muitas o que faz com que esse novo conceito passa a ser chamado de têxteis inteligentes. Esse conceito surgiu pela primeira vez em 1989, no Japão e somente no final dos anos 90 os materiais foram inclusos na área têxtil. A Texprocess (2017) mostrou ser possível produzir uma mini fábrica automatizada e integrada que engloba todo o processo com qualidade e rapidez e em série, passando pelas etapas de design, impressão digital, corte/costura, acabamento etc, tudo através de uma manipulação robótica, permitindo assim uma customização com lucratividade maior que uma produção tradicional. O processo funciona da seguinte forma, o consumidor usa um “avatar” para assim poder criar o modelo desejado de roupa, essa notificação é expedida e realizado o pagamento, um modelo digital deste é enviado a fábrica todo desmembrado, onde os robôs enviam as peças aos locais de automatização de costura. Ainda existe uma barreira na participação do consumidor no processo, mas as iniciativas de colaboração desses profissionais independentes oferecem soluções acessíveis e aprendizado. 19 Esta forma personalizada que elimina estoques, que reduz os impactos ambientais é justamente conectada a iniciativa da Apparel Made For You – que desenvolveu o método Purchase Activated Manufacturing (PAM), onde a partir de um estoque físico de tecidos brancos, não exista mais estoque de produto acabado, onde nada é produzido antes que a ordem de compra seja emitida e paga pelo comprador. O prazo de entrega também é reduzido para dias e até horas eventualmente. Devido a seu tamanho adaptável para qualquer ambiente, as minifábricas são peças-chaves para as estratégias de comercialização. As iniciativas inspiradas na impressão 3D também já deram seus primeiros passos, a Eletroloom (2015) fabrica roupas sem costura e prontas para uso, com geometrias customizadas a partir do desenho de um modelo em desktop. O designer Gerard Rubio está desenvolvendo o projeto de colaboração aberta chamado OpenKnit, no qual uma máquina retilínea eletrônica é adaptada com sensores que contam as agulhas permitindo o posicionamento preciso do carro para a produção de roupas de malha prontas para o uso. A Continuum produziu o biquíni N12, em Náilon 12, pronto para uso, alterando profundamente o conceito de tecido. Pequenas peças circulares de náilon são reunidas por meio de finas cordas sem costura, produzidos em uma impressora 3D. Dessa forma podemos entender que o grau de interação entre homem e máquina já atingiu outro nível, as indústrias têxteis estão seguindo os novos rumos que a Indústria 4.0 está trazendo baseado nas tecnologias do futuro e mostrando cada vez mais que é e será um dos setores mais avançados da manufatura. Sem contar que os avanços e as tecnologias no têxtil estão seguindo para processos mais sustentáveis, já existe o primeiro fio têxtil de poliamida biodegradável do mundo, onde segundo Renato Boaventura (presidente da área de negócios fibras do Grupo Solvay) as roupas que contenham esse tipo de fio desaparecerá em até 3 anos quando a mesma for descartada em aterros. 20 2.3.2 Tecidos inteligentes na indústria mundial Não é novidade que a inteligência artificial entre outras tecnologias promete revolucionar a indústria têxtil principalmente Sportwear e Workwear, unindo com a necessidade de criar alternativas inovadores, práticas como também sustentáveis já é possível encontrar tecidos inteligentes que desempenham funções muito além de apenas de vestir, são elas: A Hidro repelência em tecidos no setor hospitalar onde essas aplicações de aditivos que já são usadas para impermeabilização, também é capaz de repelir sangue; Tecidos com tecnologia anti amarrotamento, buscando por maior praticidade no dia-a-dia; Tecidos antimicrobianos, buscando eliminar maus odores e proteção também aos animais de estimação; Aditivos anti chamas para área de segurança, saúde, principalmente no mercado Workwear para inibição de propagação de fogo. Funcionalidades para inovar calçados de segurança, oferecendo maior qualidade, tais como hidratação, sensação de frescor etc.; Proteção anti mosquitos, pensando nas gestantes e no momento de atenção do risco de transmissão de vírus como Zika, Chikungunya etc, fi investido em roupas com tecnologia de repelência a mosquitos; Fronhas que combatem a acne, foram lançadas fronhas com a capacidade de eliminar as bactérias que causam acne; Roupas com proteção UV, esses tecidos protegem a pele da ação dos raios UVA e UVB entre outras tecnologias. Esses desenvolvimentos e inovações podem contribuir muito para avançosdessas novas tecnologias como também criação de novas oportunidades nas áreas têxteis brasileiras. 21 2.4. Os impactos que a Quarta Revolução Industrial irá gerar na Industria Têxtil Brasileira. A quarta revolução industrial irá gerar grandes impactos seja econômica, sociais e culturais, e que afetará o mercado como um todo, pois consiste na criação de novos modelos de negócios. Na economia a Indústria 4.0 pode estremecer alguns indicadores como por exemplo o PIB, consumo, empregos, inflação etc, sendo os mais cruciais o crescimento e o emprego. Na última década a produtividade global seja no trabalho ou como no total dos fatores, manteve-se lenta apesar do crescimento tecnológico e dos investimentos em inovações, a produtividade é o fator decisório para o crescimento de longo prazo e padrões de vida. Dessa forma nos perguntamos em como podemos conciliar esses dados de declínio com as expectativas de maior produtividade? Hal Varian, economista chefe do Google aponta vários exemplos: “o aumento da eficiência em chamar um taxi por aplicativo ou alugar um carro por meio do poder da economia sob demanda entre outros que aumentam e eficiência e produtividade”. No que se refere ao emprego apesar do potencial positivo da tecnologia no crescimento econômico é importante abordar o impacto negativo no mercado de trabalho, durante muito tempo foi debatido a questão de os computadores substituir os empregos essa é uma das razões por que essa revolução provoca mais discussões do que as revoluções anteriores, devido a velocidade, amplitude, transformação e questões do tipo quanto tempo vai demorar ou aonde isso chegará instiga a todos. Já existem várias áreas que envolvem trabalhos mecânicos e que estão sendo automatizados e outras áreas estão caminhando também para esse caminho Os pesquisadores da Oxford Martin School Carl Benedikt e Michael Osborne concluíram que cerca de 47% do emprego total nos Estados Unidos está em risco, algo que irá ocorrer em uma ou duas décadas, porém há uma tendência de maior polarização do mercado de trabalho. O emprego crescerá nos cargos 22 mais cognitivos e criativos com altos salários em relação as ocupações manuais repetitivos e rotineiros que diminuirá consideravelmente. Nas indústrias têxteis como outros setores no Brasil não será diferente, será extremamente importante que os colaboradores busquem conhecimentos e treinamentos para migração de competência que a nova revolução industrial necessita. Os efeitos da disseminação de fábricas de confecção com princípios da Indústria 4.0 impulsionará a elevação qualitativa da indústria têxtil e tecnológico. Ao perguntar sobre como o Brasil deveria se preparar para Indústria 4.0 Segundo Vanessa Boana Fuchs (pesquisadora do Centro de Estudos Latino- Americanos da Universidade de St. Gallen, na Suíça) "Idealmente, deveria implementar políticas de fortes incentivos que nivelem por cima, não apenas na área de formação e capacitação de trabalhadores para o uso de novas tecnologias, mas priorizando também investimentos em pesquisa e desenvolvimento para que o país não se torne um mero consumidor de tecnologias". Esses impactos requerem que as organizações repensem em seus modelos de negócio, onde o desafio do planejamento estratégico ocorre pela necessidade de operarem com velocidade e agilidade. Outro grande desafio da indústria 4.0 é saber como a sociedade irá acomodar ao novo progresso, já que existem os aspectos tradicionais de valores, essa revolução industrial pode agravar tensões como por exemplo, crenças e religiões devido a visão mais clássica. Não menos importante a Quarta revolução industrial irá impactar o governo, uma vez que a era digital quebrou algumas barreiras de proteção a autoridade pública tornando os governos menos eficazes devido ao público está bem mais informado e mais exigente, a adaptação do governo irá determinar sua sobrevivência. 23 2.5. O Desafio das Indústrias têxteis com a Era da Indústria 4.0 A quarta revolução industrial irá gerar grandes desafios, como por exemplo, a transparência na política de segurança da informação, o impacto no futuro do trabalho, onde as organizações deverão treinar e desenvolver novas habilidades que serão exigidas de seus colaboradores, também como iniciativas em prol da sustentabilidade, etc. A quarta revolução já ocorre em outros países, sabemos que no Brasil não atingirá todas as áreas da mesma forma e ao mesmo tempo, nossas indústrias necessitará que as políticas sejam adaptadas para diferentes setores com condições e atitudes diferenciadas. Segundo Flavio da Silveira Bruno (A Quarta Revolução Industrial do setor têxtil e de confecção – a visão de futuro para 2030) “ Os resultados sugerem que, assim como em outros setores, em 2030, tanto a indústria têxtil quanto a de confecção trabalharão sob a filosofia e os princípios da Indústria 4.0. A produção assumirá ares de um grande organismo semiautônomo para atender e projetar, quase instantaneamente, as necessidades e desejos dos consumidores cidadãos em formação. Fibras, fios e tecidos e novos substratos serão insumos de alta tecnologia incorporada nos diversos tipos de vestuário, ampliando suas funções, alterando profundamente os processos de fabricação e transformando, progressivamente, o conceito tradicional de produto confeccionado”. Contudo, para essa evolução tecnológica acontecer na indústria têxteis, será necessário vencer as barreiras culturais e os valores tradicionais que impedem a mudança e crescimento da produção em massa como também buscar novas soluções para questões como trabalho, emprego, automação e integração. Segundo o Comitê Superior da Industria Têxtil e Confecção Brasileira (CSITCB) “A Visão para 2030 é circundada pelas seis dimensões estratégicas identificada no comitê. Mercado: Estratégia de ampliar a participação de empresas brasileiras socialmente responsáveis nos mercados doméstico e internacional por meio da oferta de produtos e serviços com maior sofisticação e complexidade, maior 24 valor agregado e custo competitivo, encorajando os investimentos para a integração de todos os elos da cadeia de valor. Tecnologia: com objetivo de criar Plataforma Tecnológica para o setor que auxilie a disseminação dos princípios da Indústria 4.0 e sua transformação em uma cadeia de valor ágil e versátil, integrada e orientada pelo consumo e pela inovação, intensiva no uso de têxteis técnicos e inteligentes e que interaja com outros setores intensivos em tecnologia. Talentos: Atrair e reter talentos a partir da redivisão do trabalho na cadeia de valor orientada pela automação e integração tecnológica sob a filosofia de produção enxuta e os princípios da Indústria 4.0. Infraestrutura político – institucional: Integrar governo, associações e sindicatos patronais e de trabalhadores, empresas e ICTI nacionais e internacionais em uma rede de valor ágil em modelo formal e institucionalmente constituído. Infraestrutura física: Integrar virtualmente uma rede de valor inovadora e suportar tecnologias e plataformas de informação e comunicação capazes de promover a cooperação entre os participantes da cadeia de valor, em especial empresas (do setor ou de setores coligados), universidades e centros de pesquisa. Investimentos: Fomentar a reestruturação industrial para tornar as empresas da cadeia automatizadas, inovadoras, sustentáveis e competitivas, atrativas para investidores nacionais e internacionais, e ampliar os investimentos em PD&I e em novos modelos de centros de inovação compartilhados com empresas do setor e de outros”. Tendo essas iniciativas como base para os planos estratégicos é possível trilhar o caminho em busca dessa revolução e trazer os benefícios que a mesma oferece. Dessaforma, descrever uma visão futura seja de qual for a área é um trabalho essencial visto a expectativa da sociedade e mercado perante a essa nova revolução, esperando contribuir com o desenvolvimento das áreas e um futuro onde reflita confiança para todos. Mesmo com o cenário brasileiro incerto para o presidente da ABIT (Associação Brasileira da indústria Têxtil, Rafael Cervone) “não há crise que dure para sempre, este momento deve ser visto como oportunidade. Exemplo disso é o 25 fato de que com o custo elevado, as pessoas deixam de adquirir eletrônicos e passam a comprar roupas. “Para um setor tão criativo, nenhuma ideia é perdida. Agora, ao lado de cada um de vocês, tem alguém que está se preparando, pensando em como inovar, para este novo Brasil que virá”. A indústria têxtil continua buscando fomentar o comércio mesmo enfrentando há muito tempo a concorrência internacional, e mesmo sendo na grande maioria industrias tradicionais aos poucos as mesmas irão imergir com as tecnologias e desenvolvimento que a Indústria 4.0 nos possibilita. 2.6 Benefícios da Indústria 4.0 para a Indústria Têxtil. Entendemos que a Indústria 4.0 é uma alta tecnologia que promove informatização da manufatura com uns dos objetivos de chegar a fábrica inteligente (SmartManufacturing) que se caracteriza pela capacidade de adaptação, eficiência dos recursos, integração com parceiros e clientes etc. Sua base tecnologia é os sistemas físicos/cibernéticos e a IoT (Internet das coisas). Entendendo assim sabemos que os benefícios são muitos. Imagina se na manufatura a capacidade de armazenamento de informação, o ciclo de produtos e ao mesmo tempo a minimização do uso de recursos; Tecnologias mais sustentáveis com produção mais limpa que utiliza cada vez mais recursos reaproveitados evitando assim o desperdício, pois um sistema robotizado consegue mensurar o impacto que o processo pode trazer, tomando assim a iniciativa de corrigir; O uso de biotecnologia no têxtil e confecção aumentará progressivamente nos próximos anos com a utilização de biotecidos, biofribras etc; Sendo assim e entendendo que a Industria 4.0 é uma evolução dos sistemas produtivos teremos uma grande gama de benéficos, desde uma redução de custos, energia, erros, até um aumento da qualidade de vida. No âmbito profissional os profissionais terão que desenvolver um perfil multidisciplinar, a notícia boa é que as indústrias continuarão necessitando de pessoas com formação específica, e lidar cada vez mais com áreas que talvez não tenham estudados antes, mas que terão que se atualizar. 26 Outros benéficos tais como a capacidade de adaptação, senso de urgência, bons relacionamentos fazem parte dessa evolução mais eficiente. 2.7 O Futuro da Indústria Têxtil no Brasil com a Quarta Revolução Industrial. A Indústria têxtil é tradicionalmente conhecida como indústrias de baixa intensidade tecnológica, com a quarta revolução a mesma poderá evoluir em direção às novas ferramentas tecnológicas disponíveis que são capazes de otimizar, agilizar, melhorar todos os processos de um negócio e se tornar cada vez mais competitiva e inovadora. Com uso de sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas, Internet dos Serviços, Big Data etc., favorecendo também ao baixo custo e redução das dificuldades encontradas atualmente no Brasil. O aumento nas aplicações de ciência e tecnologia em toda área e produtos têxteis poderá provocar redução significativa das dificuldades atualmente encontradas no Brasil, como aquelas associadas as atividades que exigem alta qualificação nas operações mais simples. Além disso, as intensificações do emprego de novas tecnologias deverão provocar mudanças estruturais, criando oportunidades para o surgimento de novos perfis empresariais. Os empregadores terão que preparar seus colabores para que haja a interação homem, máquina e sistema e dar lugar aos funcionários polivalentes.Tudo dependerá das pessoas e de como irão lidar com essas tecnologias e usar a seu favor, certamente é necessário trabalhar bastante para que todas as pessoas, nações, compreendem que é necessário dominar essa revolução, os desafios, os benefícios que ela traz. Colocar as pessoas em primeiro lugar é primordial, capacitando-os constantemente oferecer oportunidades, afinal de contas as tecnologias existem para pessoas. Klaus Schwab acredita que “A quarta revolução industrial poderá robotizar a humanidade e, portanto, comprometer nossas fontes tradicionais de significado trabalho, comunidade família e identidade. Ou, então podemos usar a quarta 27 revolução industrial para elevar a humanidade a uma nova consciência coletiva e moral com base em um sentimento comum de destino. Cabe a todos nós garantir a ocorrência deste último cenário”. A conclusão da disseminação de fábricas de confecção com princípios da Indústria 4.0 poderá impulsionar a elevação da indústria têxtil e o seu desenvolvimento científico e tecnológico para a substituição progressiva das importações de fios e tecidos inteligentes, sendo que a demanda por novas tecnologias de produtos têxteis deverá ser suprida, em grande parte, pelo mercado global. Essas são as visões que guiarão as ações estratégicas da Indústria Têxtil e de Confecção Brasileira até 2030. (Segundo Flávio da Silveira Bruno, A Quarta Revolução Industrial do Setor Têxtil e de Confecção: A Visão de Futuro para 2030). 28 3. Considerações Finais O objetivo desse projeto foi realizar um estudo sobre a nova tecnologia que é a Quarta revolução Industrial ou Industria 4.0, e como ela surgiu e irá estremecer nossa rotina e futuro, passando também pelas 3 revoluções anteriores e como cada uma teve sua importância para chegar e essa evolução. Sendo que foi feito uma apresentação da história da Industria têxtil no Brasil também como suas revoluções que antecedem a Quarta revolução Industrial que trouxe a tecnologia e o conceito sobre o negócio, uma vez que a Quarta revolução industrial trata se do conceito de fábricas inteligentes, ou seja, onde colaboradores e máquinas podem se conectar e se comunicar através do uso de ciberfisicos (sensores para controle de sistema), a internet das coisas e Big Data para realizar atividades facilitando assim a visão e consequentemente as tomadas de decisões do negócio. O trabalho também buscou identificar as novas tecnologias tais como tecidos inteligentes, os impactos, desafios e benefícios que a Indústria 4.0 oferece, pois da mesma forma que pode trazer imensos benefícios os desafios também serão grandes. Acredita-se que um dos maiores impactos causados por essa revolução será a mudança que afetará todo o mercado, pois irá exigir formação de novos modelos de negócios, como também irá envolver uma otimização com resultados surpreendentes a empresa tal como, diminuição dos prazos de lançamento de produtos no mercado, flexibilidade das linhas de produção, devido ao aumento da produtividade e da sua eficiência, a capacidade que as organizações terão ao integrarem esses recursos e gerar valor. A Indústria 4.0 irá gerar impacto também na economia, sendo no crescimento da produtividade como no emprego, claro que as máquinas por si só não irão fazer todo trabalho sozinha, irão necessitar de pessoas para fazer as análises e com isso o mercado necessitará de um profissional mais capacitado e multifuncional o que irá gerar a oportunidade das empresas capacitarem esse colaborador para tais atividades, e como resultado a intensificação do emprego. 29 Os desafios da Indústria 4.0 também exigirá a segurança da informação, sendo que no Brasil, essa revolução não atingirá todas as indústrias ao mesmo tempo, a mesma necessitará de políticas adaptadas para diferentessetores. Contudo para a quarta revolução industrial acontecer na indústria têxtil, será essencial vencer os valores tradicionais que impedem a mudança e crescimento da produção em massa como também buscar novas soluções para o negócio como um todo. Porém os benéficos oferecidos serão de grande importância, desde uma redução considerável de insumos e recursos até ações mais sustentáveis e qualidade de vida. A última parte desse trabalho consiste em analisar o futuro da indústria têxtil no Brasil com o avanço da indústria 4.0, na qual tudo irá depender das pessoas e na forma que irão encarar essa tecnologia, será necessário trabalhar muito para que todos percebam o quão importante é essa revolução e dominar todas as vertentes que a mesma trará, sempre colocando as pessoas em primeiro lugar, capacitando, e sempre criando oportunidades. A consideração final deste estudo revela que a indústria 4.0 é algo fabricado por nós e que precisa estar sob nosso controle, e também mostrar como essas novas maneiras de colaboração e governança pode trazer benefícios, é necessário acreditar que se tivermos reponsabilidades, a inovação e a tecnologia pode nos elevar a novos níveis de autoconsciência. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Schwab, Klaus. A Quarta Revolução Industrial – São Paulo: Edipro. Bruno, Flavio da Silveira. Revolução Industrial do Setor Têxtil e de confecção: A visão de futuro para 2030 – São Paulo: Estação das Letras e Cores. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/06/1897072-revolucao-na-industria- avanca-com-conectividade-e-inteligencia-artificial.shtml http://tnsolution.com.br/2017/02/15/tecidos-inteligentes-na-industria-textil/ http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160122_quarta_revolucao_ind ustrial_mw_ab http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/06/1897072-revolucao-na-industria-avanca-com-conectividade-e-inteligencia-artificial.shtml http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/06/1897072-revolucao-na-industria-avanca-com-conectividade-e-inteligencia-artificial.shtml http://tnsolution.com.br/2017/02/15/tecidos-inteligentes-na-industria-textil/ http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160122_quarta_revolucao_industrial_mw_ab http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160122_quarta_revolucao_industrial_mw_ab
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