Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Há direitos autorais sobre este material, portanto é proibida a sua distribuição em qualquer meio de comunicação. 1 Gabriela Gomes da Silva – Teoria do desenvolvimento psicossexual; Complexo de Édipo– TEOR PSICAN RESUMO TEORIA PSICANALÍTICA TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL É como acontece a construção da personalidade de uma pessoa; a partir de como estabelecemos relações objetais é que constituímos nosso psiquismo. É necessário passar por uma para chegar à outra. LIBIDO Designa a manifestação da pulsão sexual na vida psíquica e define a sexualidade humana em geral e a infantil em particular. Esta reordenação das coisas, jogando luz sobre a vida psíquica (e não sobre a anatomia) faz da libido o componente básico e essencial da sexualidade, fonte do conflito psíquico. Ao longo do tempo é possível integrar libido e pulsão, libido e objeto (na medida em que a energia é direcionada a e fixa-se em diferentes objetos) e pode encontrar uma identidade narcísica (a libido do eu). Primeiro a libido é uma “energia”, uma manifestação dinâmica, na vida psíquica, do impulso (ou pulsão) sexual. Posteriormente é redefinida: não mais constituía uma atividade somática, mas era um desejo sexual que procurava satisfazer-se, fixando-se em objetos CARACTERÍSTICAS DA LIBIDO Fixa-se em objetos e pode se deslocar em seus investimentos, mudando de objeto e de objetivo; É então sublimada, ou seja, derivada para objetivos não sexuais, investe em objetos socialmente valorizados: a arte, literatura, atividades intelectuais, etc; Maleabilidade libidinal: capacidade intrínseca de mudar tanto de objetos quanto de objetivos, e também pode diversificar-se quanto à fonte de excitação; Diversificação das zonas erógenas: que se distribuem por quatro regiões do corpo: oral, anal, uretro-genital e mamária. FASE ORAL (0-12 MESES) Nós nascemos funcionando a partir do ID. Estamos regidos pelo princípio do prazer (busca pela satisfação imediata de uma necessidade). A libido está concentrada na região oral, porque a função primordial de qualquer ser é se alimentar assim que nasce, então o princípio do prazer está relacionado a alimentação (sobrevivência) - zona bucal e lábios. A medida em que a necessidade de fome/sede é satisfeita, a pulsão associada a ela é reduzida, mas às vezes ficam resíduos de excitação na região oral, então a criança continua sugando (dedo, chupeta), porque a satisfação já se desprendeu da questão alimento. O resultado é a restituição do estado de equilíbrio para o organismo. O objeto é o seio ou substituto, não por sua anatomia ou função orgânica, mas como vivência ou sensação de aconchego que envolve o acalento do colo da mãe (voz, cheiro). É o estabelecimento do início de uma relação objetal. O bebê começa a ter contato com uma realidade externa, de modo que no início da vida ele não se percebia separado dessa realidade. A partir disso, inicia- se a formação do ego, instalando-se o princípio de realidade (no primeiro ano de vida). Se essa fase correu bem, a criança caminhará para a independência. FASE ANAL (12-36 MESES) Os amadurecimentos neurológico e neurofisiológico permitem o desenvolvimento do controle da musculatura voluntária dos esfíncteres anal e uretral, que se tornam o centro dos investimentos libidinais. A criança percebe que se pode ter controle sobre isso, também pode controlar outras coisas, como o comportamento dos pais. Isso é possível pois o ego está se formando, permitindo que a criança seja capaz de adiar a satisfação das pulsões. Agora a mãe é vista numa perspectiva de um objeto total (a mãe que gratifica é a mesma que frustra, é uma só - na fase oral, ela percebia a mãe como objeto parcial). É esperado que ao final dessa fase, a pessoa lide bem com a questão do controle. FASE FÁLICA (3-5 OU 6 ANOS) O prazer se dá pela manipulação dos genitais (masturbação infantil). A criança não faz diferenciação entre os genitais, então para ela, homens e mulheres têm pênis. Se antes a sexualidade era autoerótica (voltada para si mesmo) aqui passa a ser heteroerótica, em que a criança investe o desejo no outro. COMPLEXO E DISSOLUÇÃO DO ÉDIPO Complexo é um conjunto de situações de conflitos que estão interligados e que acontecem juntos. Complexo de Édipo, então, é um conjunto de conflitos que trazem sofrimento e demandam respostas emocionais, em que a pessoa vai precisar dar uma resolução. Conflito se refere a duas forças opostas. Durante a fase fálica, acontece o complexo de Édipo e o complexo de Castração (a retirada do falo - pênis - representante do poder). A vivência edípica é muito importante para a construção da personalidade. A identidade de gênero é formada a partir da resolução edípica. Aqui ocorre a A libido é o principal determinante da psique humana Há direitos autorais sobre este material, portanto é proibida a sua distribuição em qualquer meio de comunicação. 2 Gabriela Gomes da Silva – Teoria do desenvolvimento psicossexual; Complexo de Édipo– TEOR PSICAN aquisição da identidade sexual. Ao final do Édipo, a criança será capaz de falar com segurança "eu sou homem" ou "eu sou mulher". O superego está em formação nessa fase. O complexo de Édipo é o elemento estruturador da personalidade. A criança desenvolve a capacidade de repressão (graças ao superego, ela recalca os conteúdos), que vai de encontro à normalidade e reprime o desejo incestuoso. O que vier a se contrapor ao código de moralidade da criança, será afastado. Se esse conteúdo reprimido escapa do inconsciente, é aí que surge a neurose ou os sintomas. O que é relevante é que o acontecimento, real ou fantasiado, tenha sido recalcado. A histeria é principalmente uma doença do esquecimento, já que não se quer lembrar do que foi doloroso. No entanto, a posição do sujeito é diferente no acontecimento real e no fantasiado. No real, a criança da cena de sedução é vítima; no fantasiado, a criança da cena edipiana/fantasiada é atormentada entre o desejo de ser seduzida e o medo de sê-lo, entre o medo de sentir prazer e o medo de experimentá-lo. Na clínica, um complexo não dissolvido delineia um sofrimento neurótico. COM O MENINO Durante as fases oral e anal, é estabelecida uma relação entre a criança e a mãe. Na frase fálica, a mãe, que era um objeto de amor, passa a ser um objeto de desejo. O menino cria uma rivalidade com o pai, que é um empecilho entre a relação com sua mãe. É uma relação triangular (a criança, o objeto de desejo - mãe, e o pai). O problema é que o pai também é um objeto de amor, e acontece um conflito (o menino o ama, mas ao mesmo tempo odeia e o vê como rival - o pai é mais forte, então a criança sente a ameaça de castração. É isso que a leva a abrir mão do desejo pela mãe - pelo temor à castração, ele renuncia ao desejo incestuoso. A mãe volta a ser o objeto de amor. Essa é a dissolução do Édipo. Para ter aquela mulher, o menino precisa ser como seu pai, e passa a vê-lo como um modelo de identificação. O pai não é mais um concorrente, é uma referência. A função da figura paterna nessa fase é a de interditar esse desejo. O que importa aqui não é a pessoa mãe ou pai, ou a genitália, mas sim a função paterna e materna (imago materna), portanto esse esquema acontece também com crianças que crescem só com pai ou só com mãe, adotadas etc. Com isso, o menino conquista algumas capacidades: reforça sua identidade de gênero (sabe que é um menino, chamá-lo de "menininha" não o afeta mais), e internaliza o tabu do incesto - a lei (código de moralidade). COM A MENINA Fica frustrada com a mãe porque ela não lhe deu um pênis - o que lhe conferiria poder, e faz com que ela renuncie ao seu objeto de amor. Ela recorre então ao pai - que tem o pênis. A rivalidade aumenta porque é a mãe que detém esse pai, que seu objeto de desejo dessa criança (relação triangular). A menina entra com um sentimento de culpa, porque mesmocom o ódio, sua mãe continua cuidando dela. Então ela renuncia ao objeto de desejo, se reaproximando da mãe como modelo de identificação. A libido da criança (menino ou menina) que estava direcionada a objetos de desejo, passa a ser investida no conhecimento - impulso epistemofílico (do que é ser uma mulher, do que é ser um homem - não por coincidência, é a idade da alfabetização). Permanecerá assim durante todo o período de latência. PERÍODO DE LATÊNCIA (5 OU 6 ANOS- PUBERDADE) Depois da turbulência decorrente da renúncia e com um superego já formado, a criança entra em um período de diminuição da atividade sexual. A criança renuncia ao seu desejo incestuoso e volta-se para objetos não pertencentes à sua estrutura familiar primária. Há uma repressão das pulsões sexuais e sua energia é canalizada para atividades e interesses sociais. Nesta fase são vivenciados sentimentos contentores da sexualidade, entre eles a vergonha, o pudor, o nojo, a repugnância, etc. FASE GENITAL (PUBERDADE-FIM DA ADOLESCÊNCIA) Para Freud, na adolescência é reativada toda a sexualidade adormecida durante o período de latência e há o reaparecimento dos impulsos sexuais reprimidos, dirigidos ao sexo oposto. O adolescente reativa seu Édipo e desencadeia-se uma maior independência e autonomia dos adolescentes em relação aos pais idealizados da infância, o que culmina em escolhas sexuais fora do mundo familiar. O menino sai do Édipo pela castração; a menina entra no Édipo a partir da castração (percebendo que não tem pênis)
Compartilhar