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Gabriela de Godoy 2020 1 ENDOCARDITE INFECCIOSA – MICROBIOLOGIA A endocardite infecciosa se refere especificamente a uma infecção do revestimento do coração (endocárdio), mas a infecção normalmente afeta as válvulas cardíacas e quaisquer áreas com conexões anormais entre as câmaras do coração ou seus vasos sanguíneos. Ela ocorre quando uma bactéria entra na corrente sanguínea (bacteremia) e é deslocada para as válvulas previamente lesionadas, aderindo-se a estas. Ela pode ocorrer em qualquer idade e os homens são afetados com uma frequência duas vezes maior do que as mulheres. FATORES DE RISCO Idade; Portadores de cardiopatias congênitas de próteses valvulares; Usuários de drogas endovenosas; Pacientes com prolapso da válvula mitral; Doentes com manipulações invasivas. CLASSIFICAÇÃO ETIOPATOGENICA: Bacteriana Gram positivos: Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermidis Streptococcus alfa hemolíticos (Grupo “viridans”) Enteroccus faecalis Enterococcus faecium Gram negativos: Pseudomonas aeruginosa Escherichia coli Grupo HACEK (Haemophilus, Actinobacillus, Cardiobacterium, Eikenella, Kingella) Não bacteriana Gabriela de Godoy 2020 2 Fungos: Candida albicans e Aspergillus sp. Vírus. MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS Os gram positivos são os principais causadores da EI, destacando-se o Staphylococcus aureus. Os gram negativos são responsáveis pela minoria dos casos de EI. Podendo ser divididos no grupo HACEK, e não HACEK, mais comumente Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: Adquirida na comunidade; Associada aos cuidados de saúde; Hospitalar: Bacteremia por S. aureus. Hemodiálise. Dispositivos instalados por lingo prazo EI do lado direito – 5% a 7% associada ao cateter venoso central (CVC). PATOGENIA Relacionada principalmente a manobras instrumentais gênito-urinárias; infecções ou extrações dentarias; cateteres intravenosos; colocação de próteses e drogas intravenosas. Menos comum: infecções respiratórias, infecções cutâneas, infecções ósseas, queimaduras, utilização de hemodiálise e amigdalectomia. Existência previa da lesão ou fator de risco -> estreitamento da passagem do sangue -> aumento da turbulência no centro com diminuição da velocidade do FS -> deposito de plaquetas e fibrinas ( causando lesão trombótica estéril) -> existindo um foco primário de infecção, os trombos vão ser colonizados por agentes patogênicos formando vegetações bacterianas -> elas se depositam nas válvulas cardíacas produzindo a endocardite-> há um Gabriela de Godoy 2020 3 desprendimento do trombo -> gerando mortes cerebrais, glomerulonefrite, enfartes esplênicos, meningoencefalite difusa, congestão hepática e pulmonar e aneurismas micóticos. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A EVOLUCÃO Endocardite subaguda (EBS): embora agressiva, com frequência, tem início insidioso e progride vagarosamente (semanas a meses). Muitas vezes, não se evidencia qualquer fonte de infecção ou porta de entrada. Controle terapêutico mais fácil e maior sobrevivência. Microrganismos de menor virulência: Streptococcus alfa hemolíticos (Grupo “viridans”) Staphylococcus epidermidis Vegetações – trombos já contaminados com microrganismos, depositando nas válvulas. Gabriela de Godoy 2020 4 Enterococcus spp Grupo HACEK (Haemophilus, Actinobacillus, Cardiobacterium, Eikenella, Kingella) Endocardite bacteriana aguda (EBA): Geralmente tem início abrupto e progride rapidamente (dias). Com frequência, evidencia-se a fonte de infecção ou porta de entrada. Quando as bactérias são virulentas ou a exposição as bactérias é maciça, a EBA pode comprometer valvas normais. Embolização séptica frequente. Elevada mortalidade, > 50% mesmo com tratamento adequado. Microrganismos de maior virulência: Staphylococcus aureus Streptococcus beta hemolíticos Pseudomonas aeruginosa CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO DAS VEGETAÇÕES Lado direito = válvula tricúspide + frequente. Atingimento da válvula tricúspide: Em usuários de drogas endovenosas. No puerpério ou pós aborto. Nos cateteres endovenosos infectados. Prótese valvular. Pós cirurgia da substituição valvular precoce até 60 dias. Do lado esquerdo = válvula mitral. SINAIS E SINTOMAS – Manifestações Clínicas Tríade clássica: febre, sopro cardíaco e palidez cutâneo - mucoso. Sintomas do estado geral: sudorese, artralgias, taquicardia e astenia. Gabriela de Godoy 2020 5 MANIFESTAÇÕES ESPECÍFICAS Nódulos de Osler: nódulos eritematosos intradérmicos e sensíveis nos dedos. Lesões de Janeway: pápulas eritematosas insensíveis palmares e plantares (microembolia séptica). Hemorragia ungueais: são pequenas hemorragias lineares sob as unhas. Hemorragia conjuntival: petéquias conjuntivais. Gabriela de Godoy 2020 6 Manchas de Roth ou hemorragias retinianas DIAGNÓSTICO Exames laboratoriais:
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