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2 - As sociedades industriais capitalistas

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As sociedades industriais capitalistas
	A Sociologia é uma ciência recente. Nasceu com o mundo moderno para explicá-lo e compreendê-lo. Assim, seu objeto de estudo é a estrutura das sociedades industriais capitalistas, denominadas sociedades modernas por Durkheim, capitalismo moderno por Max Weber e modo de produção capitalista por Marx e Engels. 
	Embora Auguste Comte, com a publicação do Curso de Filosofia Positiva, entre 1830 e 1839, seja considerado o pai da Sociologia, os autores clássicos que mais contribuíram para o seu desenvolvimento foram Émile Durkheim (1858-1917), Max Weber (1864-1920) e Karl Marx (1818-1883)1. Esses três autores elaboraram os mais importantes princípios explicativos da análise sociológica, respectivamente, o princípio da causação funcional, da conexão de sentido e da contradição dialética e se tornaram referências fundamentais para os autores contemporâneos e todos aqueles que pretendem iniciar-se no estudo da produção sociológica.
	Da aplicação desses princípios à análise da estrutura social resultaram explicações e interpretações diferentes, isto é, teorias diferentes sobre o mesmo objeto de estudo: a sociedade capitalista, cujas características fundamentais foram nos apresentadas por esses três autores, ao mesmo tempo, fornecendo os princípios metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa empírica.
2.1 Émile Durkheim
	 Para Durkheim, a característica principal das sociedades modernas é a divisão do trabalho social. Ao promover a interdependência das funções profissionais especializadas, a divisão do trabalho social, que tem como origem o aumento da população, gera a solidariedade orgânica, ou seja, um novo tipo de coesão ou integração social que nasce do reconhecimento coletivo da complementariedade das atividades individuais diferenciadas, assegurando a existência e o funcionamento da sociedade e, consequentemente, a satisfação das necessidades individuais de um maior número de pessoas.
	 A vida social só é possível porque existe uma consciência coletiva , ou seja, um conjunto de crenças e sentimentos comuns aos de uma determinada sociedade que forma um sistema especifico com vida própria.
2.2 Max Weber
	 Para Max Weber, o traço característico do capitalismo moderno é a racionalidade da conduta em todas as dimensões da vida. Essa racionalidade funciona como fundamental princípio norteador da vida econômica que se manifesta na multiplicação de empresas, por meio das quais todas as necessidades de um grupo humano são satisfeitas.
	 Racionalização é condição necessária para o surgimento do capitalismo moderno e compreensão do significado do princípio explicativo da conexão de sentido. Com efeito, a racionalização do mundo ocidental é o processo de diferenciação das esferas de valor e de ação, antes unificadas pela religião.
2.3 Karl Marx
	Para Marx, a especificidade do modo de produção capitalista reside na extração da mais-valia, isto é, numa nova modalidade de exploração do trabalho, substituindo a escravidão e a servidão que caracterizaram, respectivamente, o modo de produção antigo e o modo de produção feudal, e que se constitui na fonte principal dos lucros do capitalista. A mais-valia corresponde à diferença entre o valor das mercadorias produzidas pelo trabalhador e o valor de sua força de trabalho (capacidade para trabalhar), expressa no salário. O trabalhador produz muito mais valor (riqueza na forma de mercadorias) do que recebe em troca pela única mercadoria que possui e que é obrigado a vender no mercado de trabalho para sobreviver: a sua força de trabalho. 
	Para Marx, a origem da exploração do trabalho é a propriedade privada dos meios de produção, responsável também pela divisão social do trabalho entre trabalho intelectual e trabalho material.
 No modo de produção capitalista, os proprietários do capital realizam o trabalho intelectual e são os produtores da consciência, da ideologia, da visão de mundo, isto é, da superestrutura social, composta da estrutura jurídico-política e ideológica.
 A ideologia é sempre falsa consciência do mundo e, por isso, conduz à alienação, isto é, à incapacidade de compreender a realidade e de sobre ela exercer controle.
 As classes sociais, por ocuparem posições diferentes no processo de produção da riqueza, têm interesses econômicos divergentes, razão pela qual estão permanentemente em relações sociais de conflito (latente ou manifesto, como nas greves, nos movimentos sociais, nas reivindicações por melhores condições de vida).
 Da luta entre essas duas classes surgiu um novo modo de produção, fundado na propriedade coletiva dos meios de produção, pondo fim à exploração do trabalho e à existência das classes sociais: o modo de produção comunista, no encerramento da fase de transição do capitalismo para a d itadura do proletariado, ou seja, do socialismo para o comunismo.
2.4 A estrutura das sociedades industriais capitalistas
	Os princípios norteadores das relações sociais e da organização das diferentes dimensões da vida social podem ser assim apresentados:
 Economia de mercado.
 Instituição de propriedade privada dos meios de produção. 
 Trabalho Livre .
 Luta de Classes.
Desigualdade de Fato.
 Divisão Racional de trabalho.
 Produção de bens e prestação de serviços por empresas, com caráter permanente e racionalmente organizadas para a obtenção de lucros.
 Estado Moderno, fundado no Direito Racional e na autoridade legal-racional.
 Direito Racional.
 Secularização e racionalização e/ou intelectualização da cultura.
Técnica racional para a mecanização, automatização e informatização da produção e da prestação de serviços.
2.5 As empresas
	A produção de bens e a prestação de serviços no interior de empresas com caráter permanente e racionalmente organizadas formam um traço distintivo das sociedades industriais capitalistas, pois, em nenhum outro momento da história da humanidade, a satisfação das necessidades sociais dependeu delas totalmente.
 Para Weber, as empresas constituem um dos traços distintivos e fundamentais das sociedades capitalistas; Para Marx, as empresas racionalmente organizadas para a produção das mercadorias representam a característica mais significativa do novo modo de produção, porque é no seu interior que a nova modalidade de exploração do trabalho, a extração da mais-valia, se realiza, tornando-se a fonte principal dos lucros do capitalista e o fator determinante da reprodução do capital.
CONCEITO DE EMPRESA
	 A empresa é o produto das condições permanentemente em processo, em transformação.
	 A empresa é um grupo de pessoas propositadamente formado e racionalmente organizado para a produção em larga escala de bens ou para a prestação de serviços, para trocá-los por dinheiro no mercado de bens e serviços, tendo por objetivo único a obtenção de lucros. 
	A organização racional das empresas se expressa: 
• na divisão racional e tecnológica do trabalho, ou seja, na distribuição das tarefas segundo o critério único da competência profissional, da capacitação técnica, de seus membros; 
• nas diferentes formas de organização do processo de trabalho, fundadas na divisão do trabalho e que, ao longo do século XX, foram identificadas como taylorismo, fordismo e toyotismo; 
• na existência de normas racionalmente elaboradas que regulamentam o comportamento de seus membros e a execução das tarefas; 
• na estrutura de autoridade hierárquica, como princípio de coordenação das tarefas; 
• na aplicação dos métodos e dos conhecimentos científicos ao processo produtivo e de prestação de serviços;
• na utilização da mais moderna e sofisticada tecnologia, produto de pesquisa permanente, muitas vezes por elas financiada; 
• no cálculo econômico permanente, cálculo matemático dos custos da produção, das tendências do mercado, das probabilidades de obtenção de lucros e mesmo das probabilidades de prejuízos; 
• na rápida e adequada reação às condições econômicas, políticas, sociais e culturais, nacionais e internacionais, determinantes das condições mercadológicas e de obtenção de lucros, como consequênciada análise permanente do processo histórico.

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