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Transcrições - aulas - Direito Civil I

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DIREITO CIVIL I
Raul Palha Miranda e Oliveira; 1º ano AD – FDSBC
Estevan Lo Ré Pousada
2018
São Bernardo do Campo
	INTRODUÇÃO
Direito Privado x Direito Público: o primeiro trata da relação entre indivíduos, e o segundo da relação entre os indivíduos e o Estado, por exemplo. Partindo disto, diferenciamos também. Observa-se que o Direito Público leva a situações de subordinação (agente público de trânsito dotado de ius imperium quando exerce a função). No Direito Privado temos um caráter de “coordenação” entre os particulares, até porque são iguais.
Direito subjetivo x objetivo: o primeiro tem relação com a capacidade de exigir um comportamento de outrem, e o segundo, um direito protegido por lei e pelas autoridades.
Norma cogente x Norma dispositiva: Norma cogente é aquela obrigatória e inderrogável, já norma dispositiva é aquela afastável.
Características da lei: A lei pode ter diversas classificações, falando genericamente. Pode ser “genérica”, voltada para uma coletividade, ou “individual””, voltada para um único sujeito. Poderá ser “abstrata”, quando aponta várias condutas, caso da norma “matar alguém” que é aplicável muitas vezes se necessário, mas poderá ser “concreta”, quando incide uma única vez, como é o caso do testamento. Observa-se que hoje temos uma tendência à normas abstratas. Ex: “Se você chegar atrasado na aula amanhã será reprovado”, é um exemplo de norma individual e concreta, pois individualiza o receptor da norma e fala de uma única aplicação, “se atrasar amanhã”; É diferente no caso de “se qualquer de vocês faltarem nas aulas, serão reprovados” , caso em que é genérica e abstrata. A norma ainda pode ser classificada quanto ao seu caráter mandamental, podendo ser “imperativa” (ordena algo), “descritiva” (descreve algo), “expositivo” (só demonstra algo). As normas podem não ter sanção (“autorizamento”) ou podem ter sanções nela embutidas, como ocorre no direito penal na parte especial do código. Observa-se que dentro da imperatividade é possível que a norma seja “cogente” (inafastável) ou “dispositiva”. 
Quanto à sanção: No caso das normas que tem sanção, é possível classifica-las. Podem ser normas “mais que perfeitas” (penalidade + nulidade), perfeitas (nulidade), menos que perfeitas (somente penalidade) e imperfeitas (sem sanção, sem penalidade nem nulidade). Quanto à natureza: Podem ser normas substantivas (materiais) ou adjetivas (processuais), a depender do ramo de direito. Quanto à sua hierarquia: Campo delicado, podem ser constitucionais, leis complementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias, nesta ordem. O CC/02 é uma lei ordinária. 
	LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)
Trata-se de uma lei cujo âmbito de aplicação não é somente o Código Civil. Abrange qualquer ramo do direito. No entanto, traz “princípios gerais”, que podem sofrer alterações de acordo com as peculiaridades de cada ramo do Direito. Observemos o art. 4º que trata do uso da analogia, inaplicável em relação à sanção de condutas delituosas no Direito Penal, admitindo a chamada “analogia in bonam partem” (relação com o princípio da legalidade) para beneficiar o delinquente. 
Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada Período esse chamado também de “vacatio legis”. 45 dias após aprovada, entra em vigor, para o território internacional é em 3 meses. Observa-se que se publica a lei novamente temos o reinício da contagem, mas se a republicação ocorreu após em vigor, reinicia-se o projeto de lei como novo.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada § 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação § 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue A norma só é retirada do sistema através da revogação. Exceto no caso de “leis temporárias” (com prazo) “circunstanciais” (durante situação, como na copa do mundo) e “lei de efeitos concretos”. Além disso, devemos diferenciar a “ab-rogação” (revogação total da norma) da “derrogação” (parcial). Além disso, a revogação poderá ser “tácita” (lei atual revoga antiga por incompatibilidade) ou “expressa” (lei declara a anulação de outra anterior). Devemos nos atentar para a questão da “antinomia”: Temos 3 critérios para prevalência de uma lei ou outra, nesta ordem do critério mais forte para o menor, “hierarquia”, “especialidade” e “posterior sobre anterior” (cronológico). No caso de uma lei constitucional em embate com outro, se utiliza a regra da especialidade, caso não seja possível, o cronológico (a mais recente), exceto nos casos de colisão de princípios fundamentais, em que há de se falar no princípio da proporcionalidade.
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior Diz respeito à revogação que como dissemos, poderá ser expressa ao declarar, ou tácita, quando incompatível ou regular inteiramente a matéria da lei antiga. 
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior Significa que se vem lei nova somente acrescendo disposições, sem contrarias as existentes, não implica na revogação tácita da lei anterior. 
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência O nome disso é “repristinação”, é a retomada dos efeitos da lei revogado pela revogação da lei revogadora. Não se admite no CC/02 a repristinação automática, sendo que somente retomará os efeitos da lei revogada se o legislador determinar expressamente. 
Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece Ninguém pode alegar desconhecimento da lei. Aqui devemos falar da questão da “presunção”, não admitida nesse caso. Temos a “presunção legal” (bebê nasce depois das núpcias, não é necessário exame de DNA para determinar paternidade, pois presume-se legalmente o nubente como pai). Por outro lado, temos a figura da “ficção jurídica”, assim como quando se considera indivíduo morto quando está vivo. O art. 3º pode ser interpretado de 2 modos perante isso, sendo considerado como uma ficção jurídica até porque, é impossível o indivíduo ter conhecimento de todas as normas do ordenamento jurídico. Observa-se que a disposição do art. 3º tem relação direta com o a “necessidade pública”, para que indivíduo não alegue desconhecimento da lei para se eximir de obrigações legais. OBS: Existem exceções, como no caso do art. 139 do CC/02 em que no caso de erro de direito (falha na interpretação da lei) há de se falar em escusa de cumprir a obrigação. 
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito Aqui há de se falar no fenômeno da “Integração”; Quando existem lacunas na lei, é necessário utilizar-se da analogia, costumes e princípios gerais do direito para preenche-las. Ex: Discussão de direito acerta de imagem sobre caricatura, na lei fala que não pode usar nome, mas e se utilizar caricatura de pessoa famosa para fins comerciais, pode? Por analogia não. Utiliza-se de um “raciocínio indutivo”, do concreto para o abstrato, chegando numa conclusão. Analogia: Só pode ser utilizado quando há lacuna na lei, é necessário uma semelhança de casos e identidade de fundamentos jurídicos aplicáveis. Costumes: é obrigatório, caso não seguido pode ser manejo de lei, o costume é vinculante, uso não. Observa-se que costumes “contra legem” não são passíveis de aplicação. Princípios geral do direito: são os mandamentos do sistema, que podem ser utilizados. OBS: Não se confunde “interpretaçãoextensiva” com “analogia”, a analogia poderá ser “legis” (usa só um artigo) ou “iuris” (usa o ordenamento), se utiliza outra lei para interpretar, é diferente na interpretação extensiva em que se usa tão somente aquele artigo interpretando-o, desde que haja uma proximidade objetiva (tenta-se compreender o que o legislador quis dizer). Observa-se que o Código Penal e Tributário não são passíveis de analogia ou interpretação extensiva. 
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum Esse artigo tem relação direta com o aspecto social da lei. Observa-se que no passado tínhamos leis preconceituosas, com a CF/88 muitas mudanças foram feitas e surgiram 2 correntes ao se interpretar a norma. A “subjetivista”, que acredita que se deve buscar a vontade do legislador leis, independentemente do seu aspecto social. Do outro lado, a corrente “objetivista”, que acredita que a lei tem vontade própria e pouco importa o que o legislador histórico pensa (“volunta legis”), ascensão das leis com o tempo.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada  Tem relação com o princípio da irretroatividade da lei, cláusula pétrea implícita. Temos o ato jurídico perfeito (quando suporte fático já se formou, fazer 18 anos é ato jurídico perfeito, se lei nova descrever maioridade após os 19, não atingirá os que já fizeram 18), direito adquirido (previdência) e a coisa julgada (decisão judicial transitada em julgado) como barreiras para aplicação de leis novas.      
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.                  
		CÓDIGO CIVIL DE 2002 (LEI Nº 10.406/2002)
 Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil Estamos falando da personalidade jurídica. Qualquer ser humano pode ser sujeito ativo ou passivo numa relação, qualquer um pode ter “personalidade”, a aptidão genérica a posição de sujeito na relação jurídica. No caso do estrangeiro, devemos ressaltar que tem personalidade, mas não tem direito políticos, observa-se que uma coisa não se confunde com outra. Devemos reforças alguns conceitos a seguir. “Capacidade jurídica” é a aptidão à titularidade de direitos e deveres na ordem civil, tem relação com a personalidade jurídica, todo ser humano tem propensão à ser sujeito ativo ou passivo nesse tipo de relação. A aptidão na capacidade jurídica é relativa (não absoluta), de acordo com o legislador. “Capacidade de fato” (ou de agir) é a capacidade de autogestão, de administrar por si só seus interesses sem prestar contas (depois dos 18 anos juridicamente). Nada disso se confunde com “legitimação” (aptidão para a prática de certos atos jurídicos”, até porque toda relação jurídica pressupõe uma relação entre pessoas, dotados de personalidade, que podem figurar como um polo na relação.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro O nascituro já foi concebido, mas ainda não nasceu. Temos 2 teorias acerca dos direitos do nascituro, a “natalista” (que afirma que sua personalidade de inicia com o nascimento) e a “concepcionista” (sua personalidade de inicia a partir da concepção). No Direito brasileiro adotamos a natalista de maneira inequívoca, como prevê o art. 2. Mas cabe a nós discutir a teoria da “personalidade condicional”, em que bebê nasceu e viveu por alguns instantes, será que tem direito à herança? Questão discutida. O fato é que adotamos a teoria natalista, mas garantimos alguns direitos ao nascituro, como os alimentos gravídicos obrigatórios pela lei, pai biológico tem que pagar metade das despesas, depois se for provado que não é pai, poderá ser ressarcido. 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos Questão importante e recorrente, tem relação com a capacidade absoluta ou relativa. Estamos falando da “capacidade de fato”. Os menores de 16 anos são os únicos absolutamente incapazes pelo CC/02, seus atos são sujeitos à nulidade. Precisa ser representado para realiza-los.
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer Precisam ser assistidos, em caso de inobservância seus atos são anuláveis. Os relativamente incapazes, diferentemente do absolutamente incapaz, podem realizar determinados atos da vida civil, por isso relativos. OBS: A incapacidade poderá ser suprida por representante (se absolutamente incapaz) ou por assistente (se relativamente).         
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos Aqui há de se falar no “casamento putativo”, por mentira de idade.
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos é o caso do viciado em tóxico, enquanto usa substâncias, esses atos precisam ser duradouros.    
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade Caso do sujeito tomado por fúrias e acomete algo que não faria em estado normal, ou sujeito em coma.          
IV - os pródigos São aqueles que viciados em jogos ou outros meios, são interditados, porque despendem facilmente seu patrimônio. 
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial lei 13.146/15 retirou muitas incapacidades, sem nenhum discernimento foi retirado da incapacidade absoluta, síndrome de down, surdos-mudos, os próprios indígenas passaram a ser regulados pelo estatuto do índio. 
Sistema de proteção do incapaz: No ordenamento jurídico brasileiro o incapaz é protegido de diversas formas. No caso de impedimento/suspensão, no mútuo (quem toma dinheiro emprestado do incapaz não é compelido ao pagamento), no caso do jogo ou aposta (quem perde o jogo ou aposta paga de volta, repetição, pessoa normal não pode pedir de volta, mas incapaz pode), na partilha de bens na herança, compra de imóveis... o incapaz goza de proteção expressa da lei. Devemos falar, portanto, da cessação dessa incapacidade, que se inicia a partir do art. 5º do CC/02. 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil É a regra geral, cessa a incapacidade com a maioridade, 18 anos completos. No entanto, é possível que cesse antes, por meio da emancipação, como dispõe o §Ú do mesmo art. 5º.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: (Emancipação); A emancipação poderá ser “voluntária”, quando os pais tornam o filho plenamente capaz para melhorar sua vida, é válida quando feita em benefício do emancipado, pais não ficam isentos de alimentar se necessário. Poderá ser também emancipação “judicial”, aquela concedida pelo juiz, se perceber que vai beneficiar o menor. E poderá também ser emancipação “legal”, por casamento, emprego público, colação de grau em ensino superior ou por estabilidade civil ou comercial, tendo economia própria. 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Observa-se que até agora falamos da capacidade. É possível que ocorra a morte do sujeito capaz, hipótese em que há de se falar em extinção da personalidade natural.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte;presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva Com a morte se extingue a personalidade natural. A morte se classifica em: 1. Real (quando se constata a morte do indivíduo, como no caso da morte cerebral pelo entendimento jurisprudencial) 2. Presumida (quando desaparece por muito tempo sem notícias ou vestígios, também há de se falar em presunção de morte quando sujeito corria perigo de vida e some, sem declaração da ausência, se sumir por até 2 anos na guerra, considerando como a data da morte a do desaparecimento ou então na sucessão definitiva) 3. Simultânea (comoriência) (quando não se consegue determinar quem morreu primeiro, no caso do acidente veicular ou de avião, hipótese em que se considera morte simultânea, importante para fins de sucessão) 4. Civil (juridicamente morto, descendentes herdam porque sujeito é considerado morto – “ficção jurídica”). 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida Caso do acidente de avião.
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos Fenômeno da comoriência, importante para fins de sucessão, quando não se pode distinguir o tempo de morte de um indivíduo para com o outro, presume-se a morte como simultânea. 
Art. 9o Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos; II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
	DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária Intransmissibilidade (Não posso transferir para outros); Irrenunciáveis (Não posso abrir mão, caso do direito à vida); Ilimitados (Não consigo quantificar nem numerar). Absolutos (Oponível “erga omnes”); Extrapatrimoniais (fora do patrimônio, sem sujeição econômica); Impenhoráveis (Não podemos dar em garantia); Indisponíveis (Não posso dispor como quiser); Imprescritíveis (Não tem validade por não exercer); Vitalício.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei Ou seja, em caso de ameaça (sem lesão) já posso pedir que cesse o ato lesivo. Posso exigir medidas preventivas (impedir publicação de biografia não autorizada), cominatórias (multa para cada dia que pessoa colocar vídeo na internet sem apagar), repressiva (vincular nome a algo). O lesado, além de pedir para cessar, pode pedir perdas e danos, ainda cabem outras sanções penais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes Integridade é um direito da personalidade, não posso dispor como quiser. “Salvo por exigência médica”, é o caso da pessoa que pode dispor do corpo em caso de exigência médica mesmo havendo deterioração, como na amputação necessária. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial É permitido o transplante de órgãos e hemoderivados desde que não seja oneroso (CF/88). Em vida, pessoa pode doar órgãos, mas precisa ser para parente até 4º grau, cônjuge ou mediante a autorização judicial. No entanto, só poderá doar se: Não acarretar risco a integridade física, não comprometer saúde vital e mental, não causar mutilação inaceitável, e por fim, é preciso ser doação de órgãos duplos. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo O direito de mudar de ideia, chama-se consenso afirmativo, posso mudar de ideia até o momento da minha morte. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica “Princípio da autonomia da vontade”, mesmo em caso de risco de vida (como quando se prolonga vida por meios artificiais); Muitas vezes prolongar a vida humana pode custar sua dignidade, logo, se negar tratamento médico devido a crença, o direito deve ser respeitado. Para a pessoa dispor do seu tratamento é preciso ter: Capacidade de fato e manifestação livre. Paciente pode escolher seu tratamento se estiver consciente, caso contrário, leva em conta o que ele quis antes (num documento de qualquer tipo desde que legítimo), se não ter nada, parente próximo decide. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome Agnome (Júnior, neto). O nome é composto de diversos aspectos, no entanto, devemos nos atentar para o direito ao “prenome” e “sobrenome”. Alteração do prenome: Que exponha pessoa ao ridículo, erro de grafia, homonímia (pessoas com mesmo nome), Mudança de sexo, adoção durante menoridade, proteção de vítimas e testemunhas, apelido público e notório (Xuxa). Alteração do sobrenome: Casamento, divórcio e adoção.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória Não pode usar nome do outro se expor difamatóriamente. Observa-se que o elemento subjetivo (intenção) é dispensável quando há lesão. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial Só pessoa pode explorar seu nome economicamente se a pessoa permitir o uso dele. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome Pelé, recebe a mesma proteção que o nome. Observa-se que se o sujeito adotar um pseudônimo para atividade ilícita, como tráfico de drogas, obviamente não gozará de proteção. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais Se aplica a Pessoa Jurídica também. Hipóteses de exceção: Autorização dada pela pessoa para utilização de seu nome; Se necessário à administração da justiça (juiz precisa adentrar em palavras e imagens da pessoa em algum caso); Manutenção da Ordem Pública (quando em prol da sociedade autoridade competente invade a privacidade do sujeito).
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.   
	AUSÊNCIA
	Quando ocorre o desaparecimento do domicílio semdeixar vestígios, sob perspectiva do Direito Civil, os bens do desaparecido necessitam de uma administração; Encontra-se na figura do curador um administrador desses bens deixados pelo ausente. No Código Civil de 1916 essa matéria era atribuída tão somente aos Direitos de Família, pois lá fica descrita as atribuições do curador. No CC/02, se adota a ideia de que o desaparecido pode estar vivo ou morto, logo passou a se tratar de ausência também na parte geral.
	Quem vai administrar os bens do desaparecido? Existem diversas hipóteses a serem estudadas. Observa-se que para ser declarado ausente é necessário um desaparecimento qualificado sem deixar vestígios ou representantes legais, sem deixar procurador, ou que esse procurador não possa cuidar dos bens, seja por não ter poderes para isso, ou pelo decurso do tempo. 
	Vejamos as hipóteses possíveis nesse caso: Supondo que o sujeito desaparece sem deixar notícias, mas deixa procurador, que pode recusar a administração dos bens ou não por querer, ou por não poder cuidar no momento, ou por não ter poderes para isso. Assim há de ser declarado ausente o desaparecido. Essa é uma das hipóteses, em que mesmo tendo procurador, há de se nomear curador, da mesma forma ocorre quando não há procurador ou representante legal. Portanto, o juiz pode nomear um curador quando: 1- Desaparece sem representante legal; 2- Desaparece sem procurador; 3- Desaparece e procurador não pode exercer a administração dos bens, por não querer ou não ter poderes (porque já administrou por 3 anos).
	Existem 2 pressupostos para ausência: A) Desaparecimento do domicílio sem deixar notícias ou vestígios B) Inexistência de representante apto a gerir os bens do desaparecido (1- Por não ter nomeado, 2- por ter nomeado e não querer, poder ou ter poderes insuficientes, 3- Procurador exerceu já os 3 anos, caso em que se declara ausência com sucessão provisória).
	Quando uma pessoa desaparece, temos de pensar também nos interesses dos sucessores, credores ou devedores do ausente. Para isso, devemos compreender as 3 fases do instituto da “ausência”; Existem 3 fases após o desaparecimento:
	1. Curadoria dos bens: aqui temos a conservação dos bens, admite-se que o desaparecido tem probabilidade de estar vivo, seus bens são apenas mantidos. Se eu tenho um procurador nomeado, este ficará no poder dos meus bens por até 3 anos (logo, quando se tem procurador, não há de se falar em “curadoria dos bens”), após isso será declarada a ausência e sucessão provisória (pula a primeira fase). Como afirmado, caso não tenha procurador, se nomeia um “curador”; Existem 2 “requisitos” para nomeação do curador: 1- não tem procurador ou representante legal, 2- tem procurador, mas não pode, não quer ou não poderes para isso; OBS: Quando tem procurador após o desaparecimento do mandante, procuração não precisa ser renovada, hipótese em que ele administrará durante 3 anos os bens. Não há de se falar em curadoria nesta hipótese, pois após o decurso dos 3 anos, permanecendo desaparecido o mandante, proceder-se-á para a sucessão provisória dos bens. 2. Sucessão Provisória: Na sucessão provisória começa-se a distribuir os bens do ausente, adotando-se a ideia de possibilidade de morte. Os efeitos do art. 26 em diante ocorrem após: 1- 1 ano de curadoria dos bens, 2- quando tem procurador depois de 3 anos(nesse caso ausência é declarada na sucessão provisória, até porque se pulou a primeira fase de “curadoria dos bens”). 3. Sucessão Definitiva: 10 anos depois da sucessão provisória, admite-se que provavelmente o ausente esteja morto, produzem-se os efeitos do art. 37 em diante do CC/02. 
		Devemos a partir de agora, compreender as disposições do Código acerca da ausência. 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores Fala sobre o que o curador pode fazer, depende das CIRCUNSTÂNCIAS, de acordo com o caso o curador pode ter mais ou menos poderes. O juiz pode conferir poderes maiores ou menores de acordo com os bens dispostos pelo desaparecido, dependerá de uma série de variáveis. Mas quem poderá ser curador? Cônjuge, se não ter separação por 2 anos ou estar inapto (em coma); O companheiro (indivíduo que se admite como companheiro por viver junto, por equiparação constitucional). Ainda poderá ser curador, os pais, descendentes (quanto mais próximo tem preferência); Observa-se que essa ordem não é obrigatória, visto que o juiz escolherá o mais vocacionado para administração dos bens do ausente Ex: Neto capacitado (seja economicamente ou intelectualmente) e o filho incapacitado, nesse caso, devido circunstância, se escolhe o neto por estar mais apto Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. § 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Art. 25 no terceiro parágrafo, diz que se mesmo assim extinguindo as possibilidades, sem colaterais para administrar os bens, é nomeado um curador judicial (desconhecido) Significa que não havendo cônjuge, pais ou descendentes aptos a gerir os bens do ausente, há de se falar em curador judicial nomeado pelo juiz. 
Cessa a curadoria dos bens: 1- Com o aparecimento/retorno do desaparecido. 2- Com a comprovação da morte 3- Com a abertura da sucessão provisória. 
A partir de agora, há de se falar na “sucessão provisória”, segunda fase da ausência.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão Significa que se tinha procurador, se espera 3 anos para abrir a sucessão provisória. Agora, se não tinha procurador e se nomeou um “curador”, decorrido 1 ano, os interessados podem requerer a declaração de sucessão provisória.
Na sucessão provisória começa-se a distribuir os bens do ausente, adotando-se a ideia de possibilidade de morte. Os efeitos do art. 26 em diante se produzem após: 1- 1 ano de curadoria dos bens, 2- quando tem procurador depois de 3 anos(nesse caso ausência é declarada na sucessão provisória, até porque se pulou a primeira fase de “curadoria dos bens). 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente Interessados nos processos anteriores, a palavra importante desse artigo, “somente”, não abre espaço para interpretações extensivas. Observa-se que quando se fala em cônjuge se inclui o companheiro, pois CF equipara, lembrando da antinomia de segundo grau, apesar de ser lei posterior, em 2002, CF/88, prevalece por hierarquia.
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
 III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte Para entendermos melhor este inciso, devemos nos remontar à hipótese do “usufruto”. A Propriedade é composta por (1228 CC) “ius utendi” , “ius fruendi”, “ius abutendi”, “ius reividicandi’, “ius possidendi”. Os 2 primeiros se referem ao usufrutuário, trata-se do direito de usar a propriedade e do direito de usufruir desta. No usufruto, figuram-se 2 titulares depropriedade e de seus elementos acima descrito, o proprietário detém o ius abutendi, reividicandi e possidendi; e usufrutuário fica com o ius utendi e fruendi. Quanto ao usufrutuário, o usufruto é vitalício, só em caso de morte para que o proprietário readquira o uso e a fruição. Mas se o usufrutuário desaparecer? Nesse caso, o proprietário passa a ser um dos interessados na declaração de morte do usufrutuário (suspensão provisória), tendo em vista que irá recuperar o “ius utendi” e “ius fruendi” sobre aquela propriedade. O mesmo vale nos casos de seguradoras ou demais interessados em direitos que dependem da declaração de morte do ausente, quando existe um direito que dependa dessa declaração realizada na sucessão provisória. 
 IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas Credores e devedores; Observa-se que quando assumo uma dívida, mesmo não vencida, já sou devedor, mas não posso ser obrigado a pagar. Não são todos os credores que podem clamar pelo dinheiro no IV, somente os das dívidas vencidas e não pagas. Significa que é necessário o transcurso do prazo (de eventuais parcelas ou quantia) e o seu não pagamento.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823 Supondo que sujeito desaparece no começo de 2018, ocorre a primeira fase e depois abre a sucessão provisória (se concluir os processos do artigo 26 de 3 anos para procurador e 1 para curador). Ainda não distribui os bens, aguarda 15 dias para ver se ninguém recorre (da provisória). Supondo que não haja recurso, temos o trânsito julgado, inventário é realizado e entrega de bens é feita 180 dias depois da proposição do inventário. Se ninguém pleitear abertura de inventário. Herança jacente, aguarda aparecer alguém para clamar, se ninguém aparecer no período da herança jacente, torna-se herança vacante, vai para o estado pois ninguém apareceu.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União Primeiro efeito da sucessão provisória. Converter bens móveis em bens imóveis em caso de deterioração. Para conservar os valores também ou converter em títulos da união. Isso ocorre com bens que baixam valor rapidamente, como um eletrodoméstico, os outros investimentos ou imóveis garantem a seguridade dos valores em caso de eventual retorno do ausente ou para proceder a partilha dos bens. 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos § 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente O §2º fala o que acontece e o §1º as consequências. Supondo que sujeito desaparece e partilha de bens vai ser de igualmente 25% para 4 pessoas. Se um dos 4 que pretende ingressar na partilha dos bens não conseguir oferecer uma garantia ficará excluído dessa partilha (obs: questão do penhor, não é penhora, coisa de oficial de justiça que obriga os bens). Os sujeitos precisam oferecer hipotecas ou penhores ao receber bens, pois o desaparecido ainda pode estar vivo. Se sujeito não pode oferecer garantias não terá posse dos bens (penhor é móvel, hipoteca é imóvel. Não se penhora, são empenhados, pois não tem oficial de justiça e penhora é por ordem judicial, penhor é voluntário). Por outro lado, se observa que cônjuge, descendentes e ascendentes não precisam dar garantias para ingressar na posse dos bens nesses casos.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína bens imóveis não podem ser alienados, a única exceção é por desapropriação devido a interesse público, ou ameaça de ruína, existe ainda o caso da oferta irrecusável, caso dos prédios a serem construídos na região e é necessária a venda do imóvel para a construção, tudo isso mediante autorização judicial. 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas Supondo que sujeito desapareça e 3 filhos ficam com 3 imóveis, 1 imóvel dá problema, quem responderá será o somente o filho responsável por aquele, não sendo solidários entre si. 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente Supondo que procedendo à partilha de bens, cada herdeiro fica com um imóvel, pais e filho e irmã. Cada um rende 10.000 devido ao aluguel. Pais e filhos podem gastar tudo, já irmã tem que capitalizar 50% do valor. Isso ocorre por irmã ser um “herdeiro não necessário”, se ausente voltar ele resgata essa parcela, imóveis. Observa-se que esses 50% serão resgatados pelo ausente caso retorne, no entanto, se provado que sujeito desapareceu porque quis, o capitalizado vai para a irmã.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria Se irmã não tem meios para hipoteca e garantia, e provar isso, não terá a posse, mas terá direito a metade do capitalizado por quem administra o bem. Quem estiver na posse tem direito à 50% dos frutos em relação àquele bem.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo Se sujeito desaparece em janeiro de 2017, em janeiro de 2018 abriu a provisória, acham o corpo em Maio/18, agora há certeza de morte e processo é enquadrado de acordo com as normas de Direito da sucessão.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono Sujeito desaparecido é encontrado, nesse caso, até que o bem seja restituído devem ser bem cuidados. Até serem devolvidos a ele, para acabar a figura da ausência (Significa que não é porque sujeito foi encontrado que irmã na posse dos bens pode larga-los, deve conserva-los até a entrega ao proprietário). 
Devemos tratar agora da questão da “sucessão definitiva”, terceira fase do instituto da ausência.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamentodas cauções prestadas 10 anos depois da provisória podem os interessados requererem a sucessão definitiva. É provável que o ausente esteja morto. Os sujeitos que capitalizaram 50% podem exigir o que foi depositado e eventuais cauções, como as hipotecas e garantias dadas no início se foi necessário, agora poderão ter 100% dos frutos da coisa (imóvel alugado, todo o aluguel poderá ser levantado, sem necessidade de depositar a metade).
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele Pode abrir definitiva quando sujeito tem mais de 80 anos e sem notícias durante 5 anos. Precisa dos 2 requisitos nesse caso para levantar a definitiva, esse artigo pressupõe do 37. Sujeito desaparecido com 76 anos, se passados 5 anos sem notícias, provar que agora tem 81 anos contando com 5 sem informações, é possível requerer a sucessão definitiva. 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal Se o sujeito retornar durante os 10 anos na definitiva tem que pegar tudo do jeito que está. Se o sujeito aparece 11 anos depois perde posse de tudo. Parágrafo único diz que se ninguém pedir abertura da definitiva em 10 anos, passa a domínio público. Observa-se que a sucessão definitiva produz diversos efeitos, como cônjuge que é considerado viúvo, observa-se que este pode divorciar antes, mas perderá os direitos sucessórios; Cabe afirmar ainda que em caso de retorno, o segundo casamento prevaleceria sobre o primeiro.
TÍTULO II - DAS PESSOAS JURÍDICAS
 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
	Um capítulo que se destina à questões da coletividade, pessoas jurídicas são, teoricamente, um agrupamento de pessoas (sociedade) ou de bens (fundações). Elas tem um propósito, uma vocação própria. A principal vantagem de se constituir uma PJ seria a resposta somente pelo patrimônio da PJ (blindagem patrimonial), fenômeno chamado de autonomia patrimonial. Normalmente, não responde, porém em determinadas ocasiões se supera essa autonomia, e alcança o patrimônio dos sócios. Existem definições diferentes de pessoa jurídica, como mística, abstrata, composta... adotamos pessoa jurídica. 
	Nós aderimos a “teoria da realidade técnica acampada”, no art. 45 do CC/02, em que se entende que a pessoa jurídica é real, mas dentro da realidade técnica, ou seja, por meio de uma realidade que é diferente das pessoas naturais. Essa teoria afirma que a personificação dos grupos sociais é de ordem técnica, pois é o meio pelo qual o direito encontra para atribuir a existência de grupos capazes. É diferente quando falamos de condomínios, não é pessoa jurídica, não tem aptidão para exercer todas as atividades jurídicas que aquela última exerce. Existem 4 pressupostos para criação da pessoa jurídica: 1. Vontade humana criadora; 2. Elaboração do ato constitutivo 3. Registro do ato constitutivo; 4. Liceidade de seu objetivo (escopo lícito, possível e determinado).
	Existem 3 sistemas de atribuição de personalidade jurídica, é necessário a observação dos 3 para que a pessoa seja considerada jurídica: 1- livre formação (vontade), 2- reconhecimento (quando 4 pressupostos acima foram observados) e 3- Disposições normativas. 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;        
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Tem competências variadas de acordo com a pessoa jurídica de direito interno. As instituições autárquicas gozam de certa autonomia. Autarquia dá certa autonomia, tem vantagens como estabilidade e desvantagens como burocracia. As fundações, por outro lado (conjunto de bens), podem ser públicas, com regime por bem público e estrutura privada para maleabilidade. No parágrafo único, sociedade de economia mista não afasta a responsabilidade do seu gestor, isto é, regida de acordo com o direito privado do CC/02. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público Estados estrangeiros adquirem pessoa jurídica ao exercer papel no país. Organizações internacionais surgem por tratados, acordo de criação da pessoa jurídica, como a criação da OMC no Brasil, são pessoas jurídicas de direito público externo. Pode existir uma administração estrangeira indireta quando uma empresa estrangeira compra uma nacional, dentre outras hipóteses.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo Questão da responsabilidade civil, que merece atenção em breve. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos.  VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada Todas essas são regidas pelo regime de pessoa jurídica de direito privado, com exceções previstas em lei. Observa-se aí à atenção às organizações religiosas, o poder público não pode interferir nestas, só em caso de ilícito, com previsão constitucional inclusive. Empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI) precisam de uma quantidade de salários para existir, questão que será tratada em direito empresarial. 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.            
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
A criação da pessoajurídica é nula se não tem a denominação, finalidade ou sede (I); É preciso também do nome e individualização dos fundadores e instituidores, observa-se que quem representa a pessoa jurídica é o diretor, administração depende da pessoa jurídica, por outro lado, quem cria é o instituidor, fundador surge anteriormente. O modo de administração também precisa ser registrado, dependerá da complexidade da Pessoa jurídica (III). Também se registra aspectos que podem mudar o ato constitutivo e o que foi tratado (IV) e como os membros respondem de acordo com atos da pessoa jurídica (limitada, ilimitada etc) (V). É preciso dispor sobre o caso de extinção da pessoa jurídica, se o que sobrar dela será repartido e como (VI). Tudo isso tem que estar no ato constitutivo, caso contrário será nulo. 
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo Cabe aqui delimitar o que é abuso e o que é excesso. Um sócio pode contrair empréstimos em nome da pessoa jurídica e fugir, quem será responsabilizado? Depende, se o sócio tinha o poder de contrair 500.000 fugiu, houve abuso de poder e a empresa se responsabiliza. Se o sócio não tinha poderes para isso ocorre o “excesso de poderes” e a consequente irresponsabilidade da pessoa jurídica, até porque deveria quem emprestou checar o ato constitutivo e verificar os poderes do contratante. Estudaremos em direito empresarial que essa questão é polêmica, tendo hipóteses em que não há responsabilidade.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude Mudou para 4 anos, no artigo que será estudado depois. Em caso de administração coletiva, maioria decide, existem casos em que depende da participação de cada um na porcentagem, vai variar da espécie da sociedade e o determinado no ato constitutivo. 
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
	DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
	Esse artigo fala sobre a desconsideração da pessoa jurídica. O “princípio da autonomia patrimonial" se traduz na possibilidade do patrimônio da pessoa física (sócios) ser inatingível pela dívida da pessoa jurídica. Essa é a regra. Isso tem relação direta com a explicação do porquê existe a pessoa jurídica; Existe para blindar o patrimônio da pessoa física à dividas da pessoa jurídica e credores (essa é a sua principal vantagem). 
No entanto, existem exceções em que o credor alcança o patrimônio pessoal dos sócios, superando a autonomia da pessoa jurídica. Existem 2 exceções em que o credor poderá agredir o patrimônio pessoal dos sócios: 1. Quando há responsabilidade fisiológica: os sócios pela sua livre vontade colocam o patrimônio pessoal como garantia de dívidas sociais. 2. Quando há responsabilidade patológica: Sinônimo de mal uso, quando sócios abusam da autonomia patrimonial para ludibriar credores. No código civil, temos o artigo 50, conferindo o nome de desconsideração da pessoa jurídica como consequência dessa responsabilização. 
O princípio do artigo 50 foi criado na década de 60 numa publicação, no qual a desconsideração da personalidade jurídica era o seu título. Serve para evitar que o princípio da autonomia patrimonial seja usado por sócios inescrupulosos. É importante ressaltar, quando há abuso, alguns credores poderão ser favorecidos, aqueles que conseguem provar o abuso (diferente de excesso de poder) serão favorecidos, outros não – Logo essas exceções são episódicas, e não genéricas. Significa que a desconsideração da personalidade jurídica irá favorecer àqueles que provarem o elemento objetivo e subjetivo quando requisitado.
	A teoria da desconsideração da personalidade jurídica é dividida em 2 modalidades, uma adotada pelo CDC (Teoria menor) e outra pelo CC (Teoria maior); Teoria Menor: Só é necessário o inadimplemento para que seja desconsiderada a pessoa jurídica, e então o patrimônio pessoal dos administradores e sócios pode ser agredido. Teoria Maior: Além da inadimplência, é necessário o abuso da personalidade jurídica (elemento subjetivo). Pelo artigo 50 ocorre de duas maneiras possíveis (uma já basta para a desconsideração): Confusão patrimonial (quando sócio paga dividas da PJ com patrimônio pessoal e vice-versa, é necessário quebrar sigilo bancário para comprovar, depois disso é fácil) ou desvio de finalidade (escritório de advocacia, que passa a vender livros. O desvio ocorre quando o objeto social nominal é diferente do objeto social real, veja que a venda episódica de livros não caracteriza o desvio de finalidade, este ocorre tão somente quando a prática é reiterada), é fácil provar, porém complexo, devido a questão da venda episódica não bastar para caracterização do elemento subjetivo no caso. Observa-se que, portanto, ao tratarmos do CC/02, há de se falar na adoção da “teoria maior”, sendo necessária a inadimplência da pessoa jurídica (objetivo) e o desvio de finalidade e/ou confusão patrimonial (subjetivo). 
	Modalidade peculiar de desconsideração da pessoa jurídica: Existe a possibilidade de ocorrer a desconsideração da pessoa jurídica inversa, quando o credor está exigindo busca de bens de uma pessoa natural, que passou seus bens para o nome da pessoa jurídica, assim isentando-se de partilha de bens num divórcio, por exemplo. Significa que o que ocorre aqui é o inverso, o sócio se refugia transferindo todos os seus bens para a pessoa jurídica, com a finalidade de que esses bens não sejam atingidos, seja pelos credores pessoais ou por eventual divórcio, por exemplo. OBS: Questão do condomínio no artigo 50; Como já observamos o artigo 63 da lei de condomínios e incorporações permite que, excepcionalmente, se atribua personalidade jurídica ao condomínio que ordinariamente não tem, em sentido inverso ao artigo 50, como sendo uma extraordinária consideração da personalidade jurídica.
Por fim, se um sujeito que fez parte de uma pessoa jurídica no passado vier a ser cobrada no futuro, pode responder pelas dívidas? Não, nesse caso o associado conseguiria o cancelamento, mas muito provavelmente que o inconveniente faria com que este jamais se associasse novamente. Por isso, concluímos que quando o juiz abre mão do princípio da autonomia patrimonial, desestimula a atividade econômica. É por isso que devemos usar a desconsideração com cuidado, aplicar muito causa desestímulo e desacreditamento no princípio da autonomia patrimonial, motivo pelo qual se constitui uma pessoa jurídica. 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
 Precisamos reforçar alguns conceitos quando falamos de extinção da pessoa jurídica. “Dissolução-ato” é a decisão de separar (inauguram o processo de dissolução, quando os sócios reunidos decidem encerrar a pessoa jurídica). “Dissolução-procedimento” é o procedimento necessário para dissolver a pessoa jurídica, envolve a liquidação (vender todo oativo e pagar todo o passivo), o que sobrar, parcela entre os sócios pela participação a depender do que dispõe o ato constitutivo. Depois promove a extinção da pessoa jurídica com o averbamento do cancelamento da inscrição da Pessoa Jurídica.
Observa-se que devemos diferenciar ainda “sociedade de fato” (aquela com ato constitutivo inexistente, mas faticamente existe) de “sociedade irregular” (ato constitutivo existe, mas não é registrado na forma da lei), hipóteses em que o patrimônio privado e pessoal dos sócios pode ser atacado demasiadamente.
E no caso de condomínio, como proceder? Um condomínio não pode adquirir um imóvel, pois é um ente despersonalizado. Por fim, pessoa jurídica se classifica por: Nacionalidade (sede nacional criada no Brasil ou estrangeira), também em corporações (várias pessoas formando uma corporação) ou fundação (conjunto de bens reunidos com um escopo).
RESPONSABILIDADE CIVIL – TEORIA PUBLICISTA DO RISCO ADMINISTRATIVO
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Aquele que por ação ou omissão... Comete ato ilícito, falado também no artigo 187:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
“Sempre que alguém por alguma conduta fere a outrem, geralmente tem de reparar os danos”. Chamamos isso de responsabilidade civil, agora não estudaremos a responsabilidade da pessoa jurídica no Direito Privado e nem no Público externo, somente a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público interno: União, Estados, DF e os territórios, Municípios, autarquias, demais entidades de caráter público criadas por lei. Existem 4 elementos que desencadeiam a responsabilidade civil:
1. Elemento formal conduta, pode ser ativa quando o sujeito faz a coisa, puxa o gatilho e mata outro. Pode ser inativa, quando o sujeito deixa de fazer a coisa, quando não alimenta criança e ela morre). 		2. Elemento material Dano, preciso provar também que houve dano). 					3. Elemento causal Nexo de causalidade, relação da conduta com a causa, relação de pertinência entre o dano e a conduta geradora, por exemplo, sei que devido a conduta de não frear o sujeito causou o dano que antes não existia no meu carro, possível provar isso por meio da tecnologia, câmeras que asseguram o elemento causal.
 4. Elemento subjetivo Culpabilidade, por dolo ou culpa. Se no carro batido, o sujeito bateu porque quis, é doloso. Se por distração, celular etc... é culposo. 
Observa-se que conduta (formal), dano (material) e nexo causal (causal) são facilmente identificáveis. Mas a culpabilidade (elemento subjetivo) pode ser difícil, tem de devassar a subjetividade. Significa que os elementos formal, material e causal são os elementos objetivos da responsabilidade civil, enquanto a culpabilidade é o elemento subjetivo.
Existem casos em que o elemento objetivo da responsabilidade civil sozinho ganha a indenização, facilitando o processo para a vítima, isto é, hipóteses em que se exclui a necessidade de prova do elemento subjetivo (culpabilidade). Hoje em dia, são tantas exceções que acabou se tornando uma regra. Começou tudo com estradas de ferro, onde não precisava demonstrar a culpabilidade para indenizar, isso foi estendido até para elevadores, e por fim, passou a ser discutido também em relação à pessoas jurídicas de direito público interno, como veremos. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem Nesses casos, independentemente da culpabilidade é preciso indenizar, apenas com elementos formais, materiais e causais. É uma das exclusões acima mencionadas. Observemos a seguir essas hipóteses em que independe do elemento subjetivo para que se tenha a responsabilização por danos:
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos É possível observar alguns casos especificados acima, em que o elemento subjetivo é desprezado. No caso da atividade de risco ou quando sou dono do restaurante e tenho culpa pelo o que o meu garçom faz. 
Responsabilidade Civil no Brasil: Existem 2 sistemas no direito brasileiro relacionados à responsabilidade civil: objetivo ou subjetivo (regra). No subjetivo (regra) se faz necessário provar a culpabilidade (elemento subjetivo), enquanto na vertente do sistema objetivo (exceção) não se faz necessário provar a culpabilidade. Se a vítima não se encaixar em nenhuma das exceções precisará provar o elemento subjetivo. Caso se forre numa das exceções (como nas vistas acima) poderá provar tão somente pelos elementos objetivos. Mas como funciona o tratamento da PJ de direito público interno? 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
As pessoas jurídicas de direito público interno passaram por uma evolução no que tange a responsabilidade civil. Partiram de uma irresponsabilidade civil completa para uma possibilidade de responsabilização até sem culpa. Vejamos, no passado, se um carro do Estado batesse no meu, não seria indenizado, pois existia a figura da irresponsabilização daquele. Com o tempo houve evolução, devido “a teoria civilista do Estado”, responsabilidade seria possível se eu provasse o dano, conduta, nexo causal e a culpabilidade. Passado mais um tempo, percebeu-se que continuava injusto, devido a não equivalência das partes na questão monetária, o público teria mais dinheiro para se com advogados e ficaria cada mais difícil para o lesado provar o elemento subjetivo (culpabilidade). Então, nessa terceira etapa, houve mais uma evolução para a “teoria publicista da responsabilidade civil”, assumindo a ideia de que se um veículo público bater no meu carro, receberei indenização demonstrando apenas os elementos objetivos, responsabilidade do estado tão somente objetiva, sem necessidade de demonstrar culpabilidade. Observa-se que nada disso exclui na hipótese de precatório quando carro é caro, já que o estado demandaria muito dinheiro para indenizar. Se o carro for mais barato, indenização é rápida.
Logo, agora o Estado é mais facilmente responsabilizado que o particular nos dias de hoje, após essa evolução da teoria civilista para a teoria publicista. Porém, a “teorias publicista da responsabilidade civil” se divide em: 1- Risco integral em que precisa demonstrar conduta, dano e nexo causal, e só vai exonerar o público da indenização se provar o contrário, por exemplo,provar que o dano não foi causado pelo público, rompendo o nexo causal... na verdade o carro já estava amassado antes, prova que se faz por mecanismo tecnológicos. 2- Risco administrativo Admite-se que o ente público pode alegar em algumas hipóteses fenômenos para se exonerar, são esses: “força maior” (bolo de casamento que não pôde ser entregue devido à chuva, teve dano, conduta e nexo causal, mas uma força maior me impediu e rompe com o nexo de causalidade), “caso fortuito” (quando o comportamento humano não me propicia que tenha um ambiente adequado para fazer uma palestra no Espirito santo, não terei de indenizar pois é um caso fortuito), “Culpa exclusiva da vítima” (metrô não precisa indenizar sujeito que se joga em frente ao trem, pois a culpa foi dele de se jogar). Mas e se a família alegar que há culpa concorrente? isto é, negligencia de segurança, metrô tem culpa só que parcial, pois não havia nada que o impedisse de pular. Por isso existem mecanismo de vidro no metro, é um “mecanismo lesivo de culpa”, serve para nesses casos se afirmar que o metrô fez alguma coisa, sujeito teve de se esforçar muito para pular e se matar. 
O art. 43 do CC/02, que rege pessoas jurídicas do direito público interno, adotou “teoria publicista de risco administrativo”. Estado não precisa de culpabilidade para indenizar (responsabilidade objetiva), basta provar a conduta, dano e nexo causal entre eles, no entanto, poderá o Estado se exonerar de responsabilização caso prove força maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vítima (se forrando muitas vezes em mecanismo lesivos de culpa). 
Art. 37 CF § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa Responsabilidade objetiva, pois prevê que se houver dolo ou culpa, ressarcirá a vítima. Para demandar o Estado só precisa provar dano, conduta e nexo de causalidade. Para demandar particular, é necessário também demonstrar culpabilidade. Exemplo: no caso do reparador de poste mexendo no celular, explode transformador e perco todos os filmes e prejuízo de R$200.000. Há conduta, dano e nexo de causalidade, pois o fato da conduta do operador que gerou meu dano. Se eu gravar o sujeito e provar que houve culpa, posso demandar particular, pois tenho o elemento subjetivo de culpabilidade, se não tenho gravação é recomendável demandar a concessionária de serviços públicos, pois só preciso dos elementos objetivos. Ainda posso demandar o Governo do Estado, em casos de prejuízos financeiros por parte da concessionária. 
Culpa de supervisão: Existe, quando professor contrata monitor pelo currículo, porém este não exerce atividade correta. Professor pode ter de indenizar pois não supervisionou o sujeito, existem diversas modalidades de culpa, essa é a culpa in eligendo (por ter escolhido o funcionário errado). Da mesma forma temos a culpa in vigilando (quando não se vigia corretamente subordinado ou incapaz). 
Quando há de se considerar omissão por parte do Estado? 1- Responsabilidade por conduta omissiva do Estado (buraco acaba com meu carro, responsabilidade objetiva, irrelevante se for culpa ou dolo), é um ponto extremamente discutido no direito. 2- Responsabilidade por atos judiciais (erro judiciário, existem casos que tem indenização do próprio juiz, quando haveria possibilidade de indenização e foi negada). 3- Responsabilidade por atos legislativos: Uma lei emanada que causa dano, tem possibilidade de indenização, pela prática de abusos de imunidade e outras prerrogativas dos parlamentares.
DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos As associações têm algo em comum com as sociedades e com as fundações; Com as sociedades é a universalidade de pessoas, com as fundações é o agrupamento de bens. As associações, sociedades e fundações podem ter uma receita maior que a despesa, e um superávit, na sociedade divide esse superávit entre os sócios, na associação o valor deve ser reinvestido na própria atividade associativa. Logo, não tem finalidade lucrativa.
	O ato constitutivo da associação faz paralelo com um contrato bilateral; Temos a possibilidade de uma associação fechada, não entra mais membros (contrato unilateral), o mais comum é associada aberta a ingresso de outros associados que aderem ao contrato unilateral associativo, a partir desse momento, eles estão submetidos ao contrato já existente (ideia de ato-regra que subordina todos os ingressantes).
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação; Parecido com o art. 46., só que num estatuto.
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; Para as associações abertas o ingresso de novos associados (demissão é voluntária, exclusão não). Tudo precisa estar no estatuto.
III - os direitos e deveres dos associados; direito de participar das deliberações associativas, e o principal dever que é de custear a associação.
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; Tem que pagar água, luz e precisa verificar como elas serão custeadas. Geralmente o associado faz uma contribuição de tempo em tempo de acordo com o estatuto.
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;  VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. É possível alterar o estatuto, mas não é usual, geralmente tem um quórum diferenciado para certas medidas.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Funções administrativas são complexas de acordo com seu tamanho.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais Contradição (ex vi contrariedade), ou seja, aparência de contrariedade, circunstâncias excepcionais. Pode ter tratamento diferenciado dentre os associados, porém os direitos são os mesmos. É possível que o estatuto fale que em hipótese de dissolução vão receber primeiro os associados originários, logo, todos tem direito de receber, mas o tratamento que se dá aos associados é distinto. 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto Em caso de cargo personalíssimo tem casos que herdeiro não pode exercer em caso de morte do associado falecido. No caso de associação dependerá do estatuto, o filho pode participar (se o estatuto permitir) da associação, se falar que pode, o filho pode participar e fazer a cessão de sua parte. Se não estiver expressamente previsto no estatuto, não pode fazer parte de associação, mas pode ser que eles tenham dinheiro lá investido e direito à participação econômica que o falecido tinha.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto Eficácia horizontal dos direitos fundamentais, muito defendida. Para exclusão do associado, este precisa praticar ato contra o estatuto, e é necessário a justa causa para a exclusão. Dentro desse processo de exclusão, em que o ato será apurado, tenho de respeitar o direito ao contraditório (direito de negar a imputação perfeita a pessoa e de ter conhecimento de todas as movimentações) e o direito a ampla defesa (produzir provas para minha defesa em todas as instâncias). Não há de se falar em consideração prévia de culpabilidade, só posso culpar depois do trânsito em julgado de eventual sentença. 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direitoou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto Sujeito pode ser conselheiro fiscal mesmo se já faliu empresa, ao menos que esteja disposto contrário no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:        
I – destituir os administradores;        
II – alterar o estatuto.         
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la Tutela das minorias, se uma minoria substancial achar necessário, poderá convocar órgãos deliberativos. 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União No estatuto pode constar que os associados vão receber o valor investido atualizado, com ou sem ordem de tratamento. Depois de liquidada, o valor remanescente vai pra instituição definida no estatuto ou semelhante, se não tiver eles deliberam, em caso de silêncio vai para alguma semelhante no território, e se mesmo assim não tiver, vai pro Estado.
DAS FUNDAÇÕES
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la Fundações correspondem à universalidades de bens, reunidos com uma finalidade pelo seu instituidor. Bases da instituição, ato de dotação (finalidade dos bens), poderá ser feita por escritura ou testamento.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de
I – assistência social;         
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;      
III – educação;         
IV – saúde;         
V – segurança alimentar e nutricional;        
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;         
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;        
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;     
IX – atividades religiosas; E se fundação quiser promover turismo? Não cabe em nenhum inciso. No entanto, mesmo assim posso fundar, pois no Art. 5º CF XVII permite liberdade de associação (associação nesse caso diz respeito da criação de uma PJ do direito privado). Logo, o somente o início do artigo, é errado ao dizer “somente”, precisamos interpretar segundo a constituição, transformando o rol de fundações em exemplificativo. Pode-se criar outras fora do inciso, só não pode ser por motivo ilícito.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante É o caso do instituidor que faz testamento para criar fundação para pesquisar sobre a “doença X” e morre; Para salvar o desejo do instituidor, se redireciona o conjunto de bens reunidos para uma fundação de fim semelhante se o patrimônio for suficiente.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial Se eu definir os bens passados à fundação no ato constitutivo e me comprometer a dá-los, antes do registro ainda posso voltar atrás, após da dotação, após elaboração de estatuto, mas após o registro não posso. Caso isso oponha resistência a justiça irá emitir um mandado de justiça, ordem judicial de busca e apreensão dos bens comprometidos. 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público É possível declarar a forma de administrar no estatuto por parte do instituidor, mas pode ser que estatutos sejam confiados a sujeitos definidos por um tempo, tendo prazo de 180 dias para elaborar estatuto e submeter à aprovação, caso não obedecido o prazo, o MP elabora o estatuto, e aprova ou reprova justificando o porquê.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.         
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público Uma fundação criada por causa mortis, por exemplo, precisa ser fiscalizada. Mesmo que seja inter vivos, pode ser ainda que o instituidor mude de ideia sobre a fundação quando vivo, quem tem a função de velar pela declaração institucional da fundação é o Ministério Público, isto é, pelo seu estatuto. 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: Pode haver obstáculos além desses no estatuto, mas existem 3 legais abaixo, que sempre estarão:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação Quórum de qualificação.
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta Finalidade deve prevalecer.
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado MP tem que aprovar até 45 dias, se não, pode ir atrás do juiz mesmo se negar (não necessariamente o prazo é obedecido).
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias Quando o MP aprova uma mudança estatutária tem que ter a ciência de todos, caso haja uma parte vencida, se elas quiserem, podem explicar os motivos pelo qual desaprovam a mudança em 10 dias. Às vezes a razão da desaprovação é importante e pode mudar o destino da modificação.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante Pode se tornar: Inútil (fundação para uma doença em que já foi descoberta a cura); Impossível (fundação apoiando o estudo pra provar que deus não existe e provam a existência de deus); Ilícita (Fundação

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