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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA AULA 1 Profª Marcella Gomes de Oliveira 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, faremos a análise dos principais aspectos tributários, iniciando os estudos com as regras estabelecidas na legislação, para que possamos interpretar nosso ordenamento jurídico. Esta aula está dividida em cinco temas: Sistema Tributário Nacional e princípios constitucionais tributários; Leis que regem o Sistema Tributário Nacional e legislação tributária; Conceito de tributo, natureza jurídica do tributo e espécies tributárias; Competência tributária; Sistema misto de partilha de competência e de partilha do produto da arrecadação. Para compreender melhor, é necessário entender a função da norma. A norma jurídica refere-se a uma hipótese, determinando um mandamento que, caso não seja cumprido, estabelece uma sanção. Outra consideração importante é a menção do direito, Estado e tributo, de modo a identificá-los e classificá-los. O direito emerge como sistema de regras de conduta designado a disciplinar o comportamento humano e, como sua derivação, temos o direito positivo, que é considerado um sistema formado por enunciados prescritivos por meio dos quais se constroem normas jurídicas decorrentes de sua interpretação. Outra classificação que se evidencia do direito é o direito material e o processual, sendo que aquele versa sobre as normas que tratam da própria distribuição dos bens da vida, enquanto que o direito processual regula o processo como uma série encadeada de atos destinada a dirimir o conflito e as normas que disso cuidam. Quanto ao Estado, este foi criado para buscar imprimir uma maior eficácia às regras de conduta criadas pelo direito e, de forma a se manter, exige em troca o pagamento de tributos aos que estão submetidos ao seu poder. No entendimento de Machado Segundo (2010, p. 37): Com o advento dos modernos Estados de Direito, Democráticos, limitados pelo Direito, as pessoas que integram ou corporificam o Estado também passaram a se submeter, no exercício de suas funções, a regras de conduta previamente estabelecidas. O ramo do Direito que cuida disso chama-se Direito Público, e, mais especificamente, no que toca à subdivisão ocupada de disciplinar a cobrança de tributos, Direito Tributário. 3 O direito tributário, como ramo do direito público, refere-se às relações jurídicas entre o Estado e os particulares. Essas relações decorrem da atividade financeira do Estado acerca da obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributo. Portanto, a ciência do direito tributário – construída por meio da necessidade de o Estado regulamentar suas relações – estuda o direito positivo, no qual a linguagem prescritiva é utilizada pelo legislador de uma forma técnica e livre com aplicação no direito dependente da norma tributária constituída pelo intérprete, por isso a importância da interpretação das normas, tanto para quem cria e para quem estuda, quanto para quem a aplica. Sobre o Estado brasileiro, é importante destacar que é a entidade jurídica que regula as relações econômicas e sociais daqueles que integram uma determinada população em certo território. Em relação à organização do Estado, este possui a prerrogativa do princípio da autonomia da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com sua competência determinada por meio da Constituição Federal – conforme disposto em seu art. 18 – tais entes formam a organização político-administrativa do Estado brasileiro (Brasil ,1988). O Estado deve subordinar-se ao direito de forma que ele, os poderes locais e regionais, os órgãos, funcionários ou agentes dos poderes devam respeitar, observar e cumprir as normas jurídicas da mesma forma como devem fazer os particulares, portanto, o Estado age e atua por meio do Direito. Ao longo da disciplina será possível compreender como funcionam as normas de estrutura, o conceito e interpretação da legislação vigente, e também entender a matéria por meio de exemplos práticos para uma melhor visualização. CONTEXTUALIZANDO No Brasil, a tributação é um tema que necessita ser discutido, já que o pagamento de tributos é um dos deveres da cidadania. É por meio da tributação que o setor público aplica os recursos recolhidos, tanto para a manutenção do Estado quanto ofertando serviços à população. A carga tributária brasileira onera os contribuintes, que sentem que não há, necessariamente, um retorno de tudo o que foi pago. Sendo assim, referente ao Sistema Tributário, é importante mencionar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n. 45/19, que simplifica o sistema tributário nacional pela unificação de tributos sobre o consumo. 4 Essa é uma proposta de reforma tributária, que manteria a autonomia dos Estados e municípios, que poderiam alterar a alíquota do IBS (Imposto sobre Operações com Bens e Serviços), englobando os tributos federais (IPI, PIS e Cofins), o tributo estadual ICMS e o municipal ISS. Saiba mais Ainda em relação à PEC 45/19, como sugestão de leitura, segue o link retirado do site da Câmara dos Deputados sobre este tema: PROPOSTA simplifica sistema tributário e unifica tributos sobre consumo. Câmara dos Deputados, 12 abr. 2019. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/noticias/555563-PROPOSTA-SIMPLIFICA- SISTEMA-TRIBUTARIO-E-UNIFICA-TRIBUTOS-SOBRE-CONSUMO>. Acesso em: 12 fev. 2020. Para compreender melhor a PEC 45/19, faz-se necessário conhecer o Sistema Tributário Nacional, as leis que o regem, a competência tributária e também o que é tributo e quais são suas espécies, portanto iremos abordar agora nosso primeiro tema. TEMA 1 – SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS O ordenamento jurídico é formado por um conjunto de normas dispostas hierarquicamente, desde as inferiores até as constitucionais, formando a pirâmide jurídica na qual se ordenam por meio de uma relação sintática no sentido de as normas inferiores adquirem respaldo de validade das que se encontram acima delas e, por fim, até o máximo patamar, que é o da Constituição Federal (Carrazza, 2010). Assim, as normas subordinadas devem estar em harmonia com as normas superiores, pois, caso isso não ocorra, podem deixar de ter validade no ordenamento jurídico, sendo que a lei máxima e o critério último de validade e existência das demais normas dispostas no sistema do Direito são a Constituição Federal. Verifica-se que, ao estudarmos o Sistema Tributário Nacional, também é importante abordar os princípios constitucionais tributários, pois, ao entender que o sistema a que se refere nosso ordenamento jurídico, em matéria tributária, quase se esgota na Constituição Federal, a definir as normas de estrutura, a 5 abordagem em relação aos princípios continua demonstrando o norte ao qual se quer chegar, em respeito à legislação. 1.1 Sistema Tributário Nacional O Sistema Tributário Nacional refere-se ao conjunto de princípios e normas estabelecidos na Constituição Federal, e também do que consta no Código Tributário Nacional (CTN), que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Cabe mencionar o art. 1º do CTN, que contém a seguinte redação: Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional nº 18, de 1º de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar. (Brasil, 1966) Há que se falar, portanto, no Sistema Constitucional Tributário brasileiro, que é formado pela Constituição Federal, pelas normas de estrutura,pela carga axiológica e pela perspectiva sistemática. A principal regra normativa tributária encontra-se disposta na Constituição Federal, na qual a matéria tributária quase se esgota, principalmente em seu âmbito de criação e competência. A matéria tributária disposta na Constituição Federal possui algumas características, como rigidez, amplitude, exaustividade, pouca mobilidade para o legislador infraconstitucional, discriminação de competência tributária, limitações do poder tributário, a existência de quatro plexos normativos (Municípios, Estados, União Federal em sua perspectiva interna e União Federal em sua perspectiva internacional) e, por fim, as cláusulas pétreas. Entende-se sistema como o conjunto unitário e ordenado de elementos, em função de princípios coerentes e harmônicos. Sendo assim, ao falar sobre a Constituição Federal, verificamos nela o conjunto ordenado e sistemático de normas, construído em torno de princípios coerentes e harmônicos. Verifica-se como ápice do Sistema Tributário a Constituição Federal e com base nela é possível extrair que o sistema é piramidal, já que a União, Estados e municípios recebem diretamente da Constituição Federal as suas competências e as limitações destas, exercitando-as mediante leis. Destaca-se que todos devem obedecer às normas gerais veiculadas pelo Código Tributário Nacional e às leis complementares, pois as leis complementares da Constituição 6 Federal condicionam as leis federais, estaduais e municipais nas matérias abrangidas pelas normas gerais (Coêlho, 2010). 1.2 Princípios constitucionais tributários O princípio tem sua origem etimológica na ideia de começo, base, origem, mas na linguagem leiga traz a ideia de ponto de partida, fundamento de um processo qualquer. Os princípios, portanto, são normas qualificadas e indicam como devem ser aplicadas as normas jurídicas. Para Carrazza (2010, p. 57): De fato, também na esfera do direito tributário, a funcionalidade e a validade dos princípios têm sido sempre mais postas em evidência, a ponto de falar-se que eles moldam, interferem e, de um certo modo, até antecipam o conteúdo das leis tributárias. Todos os artigos da Lei Maior que tratam, direta ou indiretamente, da ação estatal de tributar só encontram sua real dimensão de conjugados com os princípios magnos de nosso sistema constitucional. Os princípios têm sua caracterização no fato de não estabelecerem um comportamento específico, mas sim uma meta, um padrão. Não exigem condições para que sejam aplicados, pois enunciam uma razão para que seja feita a interpretação dos casos. Servem, portanto, como uma pauta para a interpretação das leis, sobrepondo-se a elas. Dessa forma, percebe-se que os princípios, na maioria das vezes, não detêm o status de lei, porém, ainda assim, são aplicados pelos julgadores e intérpretes, fazendo parte do direito como ato regular da vida na sociedade. No entanto, um princípio pode estar disposto em lei, o que estudaremos a seguir. Os princípios constitucionalizados são obrigatórios. Vamos analisar os princípios constitucionais que estão dispostos no art. 150, da Constituição Federal (Brasil, 1988): a. Legalidade – art. 150, I, CF – “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” – nenhum tributo pode ser majorado ou instituído sem que seja mediante lei. b. Isonomia – art. 150, II, CF instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. 7 c. Irretroatividade – art. 150, III, a, CF – não é possível cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. d. Anterioridade – art. 150, III, b e c, CF – a lei que cria ou majora um tributo só venha a incidir sobre fatos ocorridos no exercício financeiro subsequente ao de sua entrada em vigor. Há também a anterioridade nonagesimal, que determina que não se pode cobrar tributo antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. e. Não confisco – art. 150, IV, CF: “sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]; IV – Utilizar tributo com efeito de confisco”. Tal princípio figura como um limitador do direito que as pessoas políticas têm de expropriar bens privados. A graduação dos impostos deve ser feita de modo a não incidir sobre as fontes produtoras de riquezas ao ponto de secá-las. f. Liberdade de tráfego – art. 150, V, CF – é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”. g. Imunidade tributária – art. 150 VI, CF – os casos previstos na Constituição são: imunidade recíproca entre as várias unidades políticas – União, Estados e Municípios (art. 150, VI, a); de templos de qualquer culto (art. 150, VI, b); patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei (art. 150, VI, c); livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, d); fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser (art. 150, VI, e) (Brasil, 1988). 8 Portanto, são os princípios constitucionais que direcionam o teor das leis tributárias e o modo de aplicação delas, sendo tais princípios de suma importância para a compreensão da matéria tributária. TEMA 2 – LEIS QUE REGEM O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA É importante definir as fontes do direito tributário para especificar quais serão utilizadas em nossa aula. Em sentido de origem, as fontes emanam as normas e os princípios jurídicos. As fontes principais são as que podem inovar na ordem jurídica, podem criar, modificar ou extinguir preceitos legais. As fontes secundárias são as que não podem inovar na ordem jurídica e possuem a função de esclarecer, interpretar ou dar detalhes de aplicação relativos às disposições das fontes principais. 1. Fontes principais: lei; tratados; convenções internacionais. 2. Fontes secundárias: jurisprudência e costume. Para Amaro (2011, p. 189), “fontes são os modos de expressão do direito”. No direito tributário, a lei exerce o papel de maior importância, sendo que outras fontes atuam em assuntos periféricos da tributação. 2.1 Leis que regem o Sistema Tributário Nacional Para Fabretti (2014, p. 98-99), Lei é norma jurídica emanada do poder competente. Norma jurídica é a regra de comportamento obrigatório, sob pena de sanção. [...]. As leis, no sentido jurídico e político do termo, só podem ser elaboradas e promulgadas pelo Legislativo. São leis: a. Constituição Federal: lei básica, fundamental do Estado de Direito, o constitui e o estrutura, define poderes e competências, traça diretrizes políticas, sociais e econômicas por ele adotadas, cria as normas jurídicas que vão organizar e sistematizar o comportamento social; b. Emendas constitucionais: modificam a Constituição, estão previstas no art. 60 da CF; 9 c. Leis Complementares: possuem função de complementar dispositivos da Constituição (art. 69); d. Leis Ordinárias: sãoas leis comuns federais, estaduais e municipais. Não existe hierarquia entre elas, conforme o art. 61 da CF; e. Medidas Provisórias: previstas no art. 62, da CF, conferem ao Presidente da República o poder de adotar medida provisória com força de lei, devendo ser submetida de imediato ao Congresso Nacional para que a converta em lei; f. Decreto legislativo: norma jurídica que se limita a dar detalhes de aplicação prática ou reunir e consolidar legislação esparsa sobre determinado tributo. Há ainda os tratados e convenções internacionais, que são os acordos celebrados pelos Executivos de dois estados soberanos, que, para vigorarem em seus territórios, devem ser aprovados pelos Legislativos respectivos. Só podem ser aprovados ou rejeitados em sua totalidade, pois não são admissíveis emendas ou vetos parciais. Sobre as fontes secundárias, ainda que não inovem na ordem jurídica, possuem um papel de interpretar a lei. Sendo assim, temos: a. Jurisprudência: conjunto de decisões reiteradas proferidas pelos juízos e tribunais, no mesmo sentido e em casos semelhantes; b. Costume: prática adotada pela maioria dos particulares, na ausência de lei. Dessa forma, verifica-se que o Sistema Tributário Nacional é regido pelas leis, tanto para a criação, majoração e extinção de tributos quanto para complementação de leis já existentes, ou para que as leis sejam mais bem interpretadas. Todas as fontes possuem sua importância no ordenamento jurídico e devem ser observadas para a melhor aplicação do direito. 2.2 Legislação tributária Começaremos este tópico trazendo o que consta no art. 96, do Código Tributário Nacional: “a expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes” (Brasil, 1966). 10 A lei tributária vigora no território do ente político que a edita, ou seja, no limite espacial (municípios, estados, União). Além disso, o art. 105 do CTN dispõe que “a legislação tributária aplica- se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do art. 116” (Brasil, 1966). Dessa forma, em observância ao que consta na lei e também aos princípios da irretroatividade e anterioridade, que já foram estudados, a legislação tributária não se aplica a fatos pretéritos. Semelhante a qualquer aplicação de norma jurídica, produzirá efeitos a partir da data de sua publicação para eventos futuros. Ainda há a questão da integração da legislação tributária, de modo que, conforme o art. 108 do CTN, na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: “I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a equidade” (Brasil, 1966). TEMA 3 – CONCEITO DE TRIBUTO, NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS No que se refere a tributo, este tem como sua noção empírica a de que o particular deve entregar uma quantia em dinheiro ao Estado, limitada pelo direito. É necessário visualizar o tributo e sua relação entre Estado e história para que se possa estabelecer uma relação jurídica-tributária. Nas palavras de Martins (2007, p. 133): Pelo que vê, “História”, “Tributo” e “Estado” sempre caminham juntos e a relação jurídica-tributária foi sempre uma relação advinda do poder do Estado e nunca uma relação voluntária por parte do indivíduo. Outrossim, a coerção sempre foi o elemento que dá a eficácia à relação jurídico-tributária, uma vez que é a imposição fiscal clássica norma de rejeição social. Para que o contribuinte possa exercer seus direitos e os mecanismos para sua defesa, necessita de recursos obtidos por meio da exploração de seu patrimônio, da sua entrada no mercado financeiro e também da arrecadação de tributos da sociedade. 11 3.1 Conceito de tributo e natureza jurídica O conceito de tributo está estabelecido no art. 3º do CTN: “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (Brasil, 1966, grifo nosso). De tal conceito é importante dizer que a prestação pecuniária se refere ao pagamento e que, por ser compulsória, significa que é obrigatória. O tributo não é uma sanção, e também não pode decorrer de um ato ilícito (contra a lei), pois todo tributo deve ser estabelecido em lei, ou seja, surge de uma norma jurídica. A natureza jurídica do tributo pouco tem a ver com a sua nomenclatura, pois todas as cobranças efetuadas pelo Estado que se encaixem em tal conceito são consideradas tributos. Sobre isso o art. 4º do CTN dispõe: “a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação” (Brasil, 1966). O tributo decorre de uma situação instituída por lei, gerando, assim, uma obrigação tributária, sendo a natureza jurídica do tributo determinada pelo fato gerador. Temos como tributos, pela classificação do art. 5º do CTN: impostos, taxas e contribuições de melhoria, porém para um melhor entendimento, utilizaremos a classificação doutrinária majoritária que divide os tributos em cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições (Brasil, 1966). 3.2 Espécies tributárias Temos, portanto, a divisão em cinco modalidades (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições), mas antes é preciso verificar que os tributos podem ser vinculados e não vinculados. Os tributos serão vinculados quando houver atividade estatal prestada ou colocada à disposição do contribuinte. Como principal exemplo de tributo vinculado temos as taxas, assim, para uma melhor visualização, podemos citar como exemplo a taxa de coleta de lixo, que é cobrada anualmente no mesmo carnê do IPTU. 12 Os tributos não vinculados independem de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte, pois não estão vinculados a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito passivo. 3.2.1 Impostos A definição está prevista no art. 16, do CTN: “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte” (Brasil, 1966). O imposto é um tributo não vinculado. Os impostos são instituídos por lei, não se conectam com atividade estatal especificamente dirigida ao contribuinte, e o fato gerador é uma situação que está ligada ao contribuinte, por exemplo, imposto de renda (fato gerador – situação: auferir renda). 3.2.2 Taxas A fundamentação legal das taxas está nos arts. 77 a 80, do CTN: Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produçãoe do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 13 Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. (Brasil, 1966) Existe uma atuação estatal específica que é referível ao contribuinte, ou seja, é uma prestação ao contribuinte ou colocada à disposição. O fato gerador (situação) não é um fato do contribuinte, mas sim do Estado, que exerce determinada atividade e cobra a taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade. O contribuinte será quem provocou a atuação estatal ou a quem seja prestada ou colocada à disposição a atuação estatal traduzida em um serviço público. 3.2.3 Contribuições de melhoria Nessa espécie tributária existe uma atuação estatal mediante a realização de uma obra pública de que decorra para os proprietários de imóveis uma valorização (ou melhora) de suas propriedades. Possui previsão legal no art. 145, III, da CF: “art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas” (Brasil, 1988). E também no art. 81, do CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (Brasil, 1966, grifo nosso) Entende-se por melhoria um estado ou condição superior e não se refere à obra em si (causa), mas sim à melhoria decorrente da obra (consequência – valorização). Portanto, o tributo não se legitima pela simples realização da obra, é necessário que ocorra a valorização imobiliária. A contribuição de melhoria liga-se a uma atuação estatal que por reflexo se relaciona com o indivíduo (valorização de sua propriedade). 3.2.4 Empréstimos compulsórios O art. 148 da CF dispõe sobre os empréstimos compulsórios: 14 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. (Brasil, 1988) Os recursos arrecadados com a instituição dos empréstimos compulsórios deverão ser utilizados para suprimento das despesas gerais da nação. Ainda que o empréstimo compulsório tenha natureza tributária ele deve ser devolvido, de modo que a lei complementar que o instituir deverá determinar o prazo para a restituição 3.2.5 Contribuições As contribuições podem ser divididas em sociais, interventivas e corporativas, conforme o art. 149 da CF: Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (Brasil, 1988) São contribuições sociais as destinadas ao financiamento da seguridade social (serviços de previdência, saúde e assistência social) (art. 195, da CF) (Brasil, 1988). As interventivas referem-se à intervenção no domínio econômico (CIDE) e podem ser utilizadas para o financiamento de atividades de intervenção. O Estado, excepcionalmente, segundo a Lei n. 10.336/2001, pode intervir no âmbito privado, coibindo práticas abusivas ou estimulando condutas desejáveis (Brasil, 2001). Um exemplo é a CIDE-Combustíveis (Contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações realizadas com combustíveis), instituída pela Lei n. 10.336, de 19 de dezembro de 2001, que incide sobre importação e a comercialização de combustíveis fósseis em geral e se destina ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás e também de programas de infraestrutura de transportes (Brasil, 2001). 15 As contribuições corporativas são contribuições devidas pelos profissionais a seu órgão de registro e fiscalização. Exemplos: OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, CRC – Conselho Regional de Contabilidade etc. O tributo decorre de uma situação instituída por lei, gerando assim uma obrigação tributária, sendo a natureza jurídica TEMA 4 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA A aptidão para a criação de tributos denomina-se competência tributária, que engloba um amplo poder político referente a decisões sobre a própria criação do tributo em relação à amplitude da incidência, de modo que, dentro de certos limites, a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal podem criar determinados tributos e definir seu alcance, observando os critérios para a partilha de competência delimitados pela Constituição Federal (Amaro, 2011). Pode-se classificar a competência em privativa, comum ou residual, sendo privativa a competência tributária designada para criar impostos e atribuída de forma exclusiva a um ente político, ou seja, encontra-se disposta na CF que limita e autoriza a competência. Já a competência comum conferida à União, aos Estados e aos Municípios versa sobre taxas e contribuições de melhoria e é atribuída a todos os entes políticos, salvo as contribuições previdenciárias estadual e municipal. Por fim, ainda há a competência residual atinente aos outros impostos que podem ser instituídos sobre situações não previstas. Quanto ao seu exercício, a Constituição outorga a competência tributária para a criação de tributos, pois ela não pode criá-los, ou seja, atribui a aptidão para a criação de tributos fazendo atuar a lei, que é o mecanismo formal hábil para que sejam instituídos. Dessa forma, observa-se que a competência tributária implica a competência para legislar criando ou modificando o tributo, inovando o ordenamento jurídico. Essa competência é indelegável, pois ao destinatário é dado fazê-la parcialmente ou não exercê-la, não lhe sendo permitido delegá-la, respeitando o princípio da indelegabilidade da competência com respaldo legal no art. 7º do CTN: Art. 7º - A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos oudecisões administrativas em matéria tributária, 16 conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º - A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º - A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º - Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. (Brasil, 1966) Dessa forma, em relação ao exercício da competência tributária, é possível observar: 1. A Constituição Federal não cria tributos; 2. A Constituição Federal outorga competência tributária (aptidão para criar tributos); 3. A efetiva criação de tributo depende da competência atribuída ao ente político; 4. O mecanismo formal para instituição de um tributo é a lei; 5. A competência tributária é indelegável – não pode ser transferida, conforme o princípio da indelegabilidade da competência tributária – art. 7, do CTN (Brasil, 1966). TEMA 5 – SISTEMA MISTO DE PARTILHA DE COMPETÊNCIA E DE PARTILHA DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO Temos como sistema misto de partilha de competência o poder de criar tributos, repartido entre os vários entes políticos, ou seja, cada um tem competência para impor prestações tributárias (dentro da esfera assinalada pela CF). No caso de tributos cuja exigência dependa de determinada atuação estatal referível ao contribuinte, o critério de partilha se conecta com essa atuação, de modo que a pessoa política que a estiver desempenhando legitimamente tenha competência para cobrar o tributo, pois a prestação lastreia o tributo (serviço público, poder de polícia, via pública que o poder público conserva e o indivíduo utiliza, realização de obra pública que valorize a propriedade do indivíduo). Em relação aos tributos que não dependem de determinada atuação do Estado (em geral impostos), o critério de partilha encontra-se apoiado 17 na tipificação de situações materiais (fatos geradores) que servirão de suporte para a incidência. Sobre a partilha do produto da arrecadação de determinados tributos, verifica-se que, quando um tributo é instituído por determinado ente político, não é necessariamente por este apropriado, ou totalmente apropriado, mas sim partilhado com outros entes políticos. Por exemplo: Impostos federais – a CF (Brasil, 1988) prevê partilha dos: o IOF – imposto sobre arrecadação de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários o IR – imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza o IPI – imposto sobre produtos industrializados o ITR – imposto sobre a propriedade territorial rural o Impostos novos que a União venha a criar com apoio no art. 154, I, da CF (Brasil, 1988). Exemplo da partilha de alguns impostos: 1. IOF sobre o ouro: o IOF previsto no art. 153, V, da CF é de competência da União (competência federal) e se refere a operações de crédito, câmbio e seguro ou então relativas a títulos ou valores mobiliários. No parágrafo 5º do artigo mencionado, o ouro – definido por lei como ativo financeiro ou instrumento cambial – está sujeito à incidência de IOF, de forma que está assegurada a transferência do montante da arrecadação, sendo 30% para o Estado, DF ou Território conforme a origem e 70% para o Município de origem (Brasil, 1988). 2. IR: previsto nos arts. 157, I e 158, I, da CF. No caso do art. 157, irá pertencer aos Estados e Distrito Federal e no caso do art. 158, aos Municípios: o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (Brasil, 1988). 3. IR e IPI: o art. 159 da CF dispõe que a União entregará 49% do produto da arrecadação do IR e IPI, sendo vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e, vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios. Importante destacar que para o efeito de cálculo da entrega 18 exclui-se a parcela da arrecadação do IR pertencente aos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme os arts. 157, I e 158, I, da CF. Além do mencionado, no inciso II, do art. 159, também está previsto que a União entregará do produto da arrecadação do IPI 10% aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados (Brasil, 1988). Assim encerramos os temas abordados com as noções iniciais sobre a disciplina. TROCANDO IDEIAS Após estudarmos sobre competência tributária, verificamos que a Constituição Federal outorga competência para que os entes políticos criem tributos, cada um respeitando sua competência. No entanto, temos a figura da guerra fiscal, que ocorre quando há competição dos Estados por investimento, por meio de incentivos fiscais do ICMS, o que faz com que determinada empresa fixe sua sede em um determinado Estado por ter uma carga tributária mais baixa. O mesmo pode ocorrer em relação aos municípios, referente à diminuição da alíquota do ISS, como forma de benefício fiscal. Saiba mais Acesse os links a seguir para melhor compreensão do que é a guerra fiscal: 1. CARVALHO, C. R. Guerra fiscal e as armadilhas racionais. Endeavor, 19 abr. 2016. Disponível em: <encurtador.com.br/mrsvR>. Acesso em: 12 fev. 2020. 2. NÓBREGA, M. da. É difícil enxergar aspectos positivos na guerra fiscal. Revista Veja, 15 ago. 2019. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/blog/mailson-da-nobrega/e-dificil-enxergar-aspectos- positivos-na-guerra-fiscal/>. Acesso em: 12 fev. 2020. Discuta com seus colegas o que vocês pensam sobre a guerra fiscal; se essa competição entre estados e entre municípios pode ser positiva de alguma forma. 19 NA PRÁTICA Com o conteúdo que foi trabalhado, é possível verificar como funcionam diversos conceitos sobre direito tributário. Levando em consideração que classificamos as espécies tributárias e o conceito de tributo, podemos resolver a seguinte pergunta: O prefeito de sua cidade, em ano de eleição, para agradar os eleitores, decide facultar aos proprietários de imóveis o pagamento do IPTU, ou seja, dá uma ordem para que o Fisco municipal faça vistas grossas a quem não pagar o tributo, deixando de cobrá-lo. Tal procedimento está correto? Para responder a essa pergunta, podemos utilizar a legislação que foi trabalhada, tanto a Constituição Federal quanto o Código Tributário Nacional. A resposta pode ser encontrada ao final deste material, após a seção Referências. FINALIZANDO Esta aula abordou cinco temas de relevante importância. Entendemos o Sistema Tributário Nacional e também os princípios constitucionais tributários que estão presentes na Constituição Federal, de modo que a principal regra normativa tributária se encontra disposta na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional. Entendemos que o Estado, criado para efetivar as regras de conduta dispostas pelo direito, se mantém em troca de pagamento de tributos aos que se encontram submetidos ao seu poder, e que o tributo ocorre com base na fixação de critérios legais, podendo se dividir em cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições, e também que os tributos podem ser vinculados ou não vinculados. Também analisamos que a competência tributária versa sobre a aptidão para criar ou modificar tributos, englobando um amplo poder político, observados os critérios para a partilha da competência delimitados pela Constituição e também a partilha do produto de arrecadação.20 REFERÊNCIAS AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. BRASIL. Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 27 out. 1966. _____. Lei n. 10.336, de 19 de dezembro de 2001. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 dez. 2001. CARRAZZA, R. A. Curso de direito constitucional tributário. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. COÊLHO, S. C. N. Curso de direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 2010. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2014. MACHADO SEGUNDO, H. B. Processo tributário. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, R. L. V. G. S. A política tributária como instrumento de defesa do contribuinte. In: MARTINS, I. G. S. (Coord.). O tributo: reflexão multidisciplinar sobre sua natureza. Rio de Janeiro: Forense, 2007. RODRIGUES, M. T. M. O tributo e suas finalidades. In: MARTINS, I. G. S. (Coord.). O tributo: reflexão multidisciplinar sobre sua natureza. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 191-207. 21 GABARITO Considerando que todo tributo deve ser instituído, majorado ou extinto por meio de lei, invoca-se o princípio da legalidade (art. 150, I, da CF) (Brasil, 1988) para responder a essa pergunta. Dessa forma, o prefeito não pode facultar o pagamento de um tributo, pois o pagamento de tributo é obrigatório, conforme verificamos no conceito, estabelecido no art. 3º, do CTN (Brasil, 1966). Assim, o procedimento está incorreto por não estar em conformidade com o que está disposto na legislação vigente.
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